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Dessa forma, é necessário conhecer os processos da ocupação do espaço urbano, bem como suas
consequências, para que tanto a infra-estrutura necessária, como a minimização dos impactos
sejam planejados. As soluções sustentáveis de drenagem urbana usam estratégias de manejo que
buscam o planejamento multidisciplinar associado a práticas de conservação quali-quantitativas
das funções hidrológicas ao minimizar e mitigar os efeitos da acção antrópica no meio ambiente
(Souza et al., 2012). O controle das águas urbanas por meio dessa abordagem é também
conhecido por soluções de Desenvolvimento de Baixo Impacto ou Low Impact Development
(LIDs).
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1.1. Objectivos
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CAPITULO II: Fundamentação Teórica
Das fases básicas do ciclo hidrológico, talvez a mais importante para o engenheiro seja a do
escoamento superficial, que é a fase que trata da ocorrência e transporte da água na superfície
terrestre, pois a maioria dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento da água
superficial e à protecção contra os fenómenos provocados pelo seu deslocamento.
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superficialmente. A duração também é directamente proporcional ao escoamento, pois para
chuvas de intensidade constante, haverá maior oportunidade de escoamento quanto maior for a
duração. Outro factor climático importante é o da precipitação antecedente, pois uma
precipitação que ocorre quando o solo está húmido devido a uma chuva anterior, terá maior
facilidade de escoamento.
A vazão, ou volume escoado por unidade de tempo, é a principal grandeza que caracteriza um
escoamento. Normalmente é expressa em metros cúbicos por segundo (m3.s-1) ou em litros por
segundo (L.s-1).
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2.2.3.3. Vazão específica
Vazão por unidade de área da bacia hidrográfica; m3.s-1.km-2, L.s-1.km-2, L.s-1.ha-1. É uma
forma bem potente de expressar a capacidade de uma bacia em produzir escoamento superficial e
serve como elemento comparativo entre bacias.
É comum ter-se como dados que caracterizam uma bacia, as vazões máximas, médias, mínimas,
Q7-10, Q95%, em intervalos de tempo tais como hora, dia mês e ano.
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Conhecendo-se o coeficiente de deflúvio para uma determinada chuva intensa de uma certa
duração, pode-se determinar o escoamento superficial de outras precipitações de intensidades
diferentes, desde que a duração seja a mesma.
- Método Gráfico
tp = tempo de percurso, em s.
em que:
em que:
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I = declividade das trajectórias, em %.
Equação de Kirpich
em que:
tc = tempo de concentração, em h;
Equação de Ventura
em que:
em que:
Hm = elevação média, em m; e
Os valores de tc obtidos por estas equações diferem entre si. A equação mais utilizada tem sido a
de Kirpich e o motivo se evidencia pelo fato de que normalmente ela fornece valores menores
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para tc, o que resulta numa intensidade de chuva maior, por consequência, uma maior vazão de
cheia.
- É o mais preciso;
- Boa precisão
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c) Modelo Chuva-Vazão Não Calibrado
- Média precisão
d) Fórmulas Empíricas
- Baixa precisão
Réguas Linimétricas.
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necessidade, mas uma prioridade por estar directamente ligada à qualidade de vida e à segurança
de pessoas e bens (Marque et al., 2013).
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6.3. Sistemas Separativos
Os sistemas separativos (Figura 2.2) são constituídos por duas redes de colectores distintas: uma
destinada a conduzir as águas residuais domésticas e industriais para a ETAR, e outra que
conduz as águas pluviais ou similares para os meios receptores, sem ligações entre as duas redes.
Teoricamente, a principal vantagem dos sistemas separativos é a separação dos dois tipos de
efluentes, águas residuais domésticas altamente poluídas e águas pluviais com uma menor carga
poluente. Na prática, a separação total dos dois tipos de efluentes nem sempre é possível, devido
à existência de ligações indevidas, o que pode originar descargas de poluentes prejudiciais ao
meio receptor.
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6.5. Sistemas Separativos Parciais ou Pseudo-Separativos
Os sistemas separativos parciais ou pseudo-separativos são aqueles “em que se admite, em
condições excecionais, a ligação de águas pluviais de pátios interiores ao coletor de águas
residuais domésticas”. É exemplo de sistema pseudo-separativo, a ligação de tubagens de
drenagem de telhados, pátios e logradouros à rede separativa de águas residuais domésticas,
devido a dificuldades físicas e construtivas de ligação à rede pluvial.
Regra geral, os sistemas do tipo separativo são os mais indicados, na medida em que previnem a
contaminação dos meios recetores (destino final), pois as águas residuais são encaminhadas
paras as ETAR. A decisão de utilizar um sistema unitário em vez de um sistema separativo, para
águas pluviais e águas residuais, tem sido objeto de discussão, tendo-se optado inicialmente
(segunda metade do século XIX) pelo sistema unitário e só mais tarde (início do século XX)
pelos sistemas separativos. A escolha do sistema unitário foi em muitos casos uma solução mais
económica, uma vez que era possível ligar as diferentes origens da água para o mesmo coletor.
Na realidade, de acordo com a legislação portuguesa “na conceção de sistemas de drenagem
pública de águas residuais em novas áreas de urbanização deve, em princípio, ser adotado o
sistema separativo” (RGSPPDADAR, n.º 1 do artigo 119º). Porém, podem existir
condicionamentos económicos, técnicos e/ou ambientais que inviabilizam a opção por um
sistema separativo.
A rede de colectores é o conjunto de canalizações que assegura o transporte das águas pluviais
desde os dispositivos de entrada até um ponto de lançamento ou destino final (Marques et al.,
2013). As redes mais recentes são constituídas, em geral, por colectores de betão de secção
circular. Há também a opção de tubos de plástico (Policloreto de Vinilo – PVC, Polietileno de
Alta Densidade – PEAD ou Polipropileno Corrugado – PPC), apresentando maior facilidade de
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instalação. No entanto, para diâmetros grandes, como é comum nas redes de águas pluviais,
torna-se mais dispendioso ou até inviável.
Dispositivos de entrada – são órgãos do sistema que garantem o acesso das águas pluviais às
redes de drenagem (Sousa, 2001).
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Combinação de sumidouro com sarjeta de passeio (Imagem cedida por Joaquim Sousa)
Câmaras ou caixas de visita – destinam-se a facilitar o acesso aos colectores para observação e
realização de operações de limpeza e manutenção dos colectores, desobstruções, e verificação
das condições de escoamento.
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abrasão causada pelas areias, e a montante de órgãos onde os efeitos causados pela acumulação
de areias prejudiquem o bom funcionamento do sistema tais como, descarregadores, ETAR e
trechos de colectores onde não estejam garantidas as condições de auto – limpeza. Existem dois
tipos de desarenadores: rectangulares (convencionais) e circulares (não convencionais).
Instalações elevatórias – permitem o transporte da água para pontos de cotas mais elevadas.
Devem ser evitadas sempre que possível, tendo em conta os encargos de construção e de
exploração e a variabilidade dos caudais afluentes e consequente dificuldade de se manterem as
condições satisfatórias de funcionamento dos grupos electrobomba e da conduta de impulsão.
8. Conclusão
O presente trabalho apresentou os Sistemas Urbanos de Drenagem Sustentáveis, nomeadamente
as técnicas de controlo na origem, como sistemas alternativos e complementares à gestão de
águas pluviais em meio urbano. Ao longo do texto foram apresentadas e caracterizadas
detalhadamente as principais técnicas de controlo na origem, e foi possível apontar quatro
vantagens principais, comuns entre as técnicas referenciadas: a) redução do risco de inundação;
b) melhoria da qualidade das águas pluviais; c) desenvolvimento sustentável e d) redução dos
custos com sistemas de drenagem. Quando se refere que as técnicas de controlo na origem
apresentam grande potencial na redução do risco de inundação, é necessário ter em atenção que,
ao passar-se do sistema convencional de rede de colectores enterrados, praticamente
independente do meio em que se insere, para um conjunto de técnicas alternativas dispersas na
bacia urbana, cujo comportamento é função directa das características do meio (e.g. solo e
enquadramento paisagístico), aumenta a importância em termos de concepção global, por um
lado, e por outro a necessidade de estudos e simulações prévias de cenários de risco acrescido
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(e.g. precipitações atípicas ou falhas de funcionamento por colmatação). Em suma, as técnicas de
controlo na origem podem ser potencialmente mais eficazes do que a solução clássica de rede
enterrada, em termos de controlo de cheias, todavia exigem uma nova abordagem/postura, em
termos de concepção e implementação, marcada pela necessidade de intervenção de especialistas
em hidrologia e hidráulica urbana ao nível dos estudos de planeamento e do desenho urbano de
pormenor, bem como um conhecimento claro das suas limitações e, naturalmente, dos
respectivos domínios de aplicação e exclusão.
9. Referências Bibliográficas
Correia, C. (2007). Boas Práticas em Recursos Hídricos. CCDR-LVT, Lisboa. Costa, A. (2010).
Águas Pluviais em Meio Urbano - Contribuição de Lisboa para o seu Uso Sustentável. Tese de
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Mestrado, Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente - Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.
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