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Tema: Análise do comportamento pluviométrico e da capacidade de infraestruturas de drenagem

na prevenção de alagamento na vila de Cainçado, Distrito de Guijá - 2010-2020.

Nome do Estudante: Edgar Samuel Machacha

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1.1 Problema

O crescimento populacional, a ausência de planeamento urbano e o não desenvolvimento de infra-


estruturas têm originado desigualdades espaciais, sendo que as mais dramáticas são ocupações
irregulares, em áreas inseguras para habitação e vulnerabilidade a eventos de inundações (Klais,
2012).

Por sua vez, Valle (2009) refere que o impacto das inundações se verifica na comunidade de baixa
renda, visto que tende a ocupar locais ambientalmente vulneráveis a este evento e com falta de
serviços e infra-estruturas básicas, acabando por se reflectir na vulnerabilidade do meio em que o
Homem se insere e na insegurança das moradias expondo-se a diversos riscos ambientais e
patológicos. A vila de caniçado é muita pequena e está situada na bacia do Limpopo, apresenta
solos aparentemente impermeáveis, situação que provoca alagamentos dependendo da intensidade
e duração da precipitação. Com este trabalho de pesquisa, pretende-se saber até que ponto, a
infraestrutura de drenagem tem a capacidade de drenar a água pluvial para evitar
alagamentos na vila de caniçado, Distrito de Guija.

1.2 Justificativa

Com a urbanização, o caminho percorrido pela água é determinado pelo traçado das ruas. Assim, o
caudal escoa e atinge o fundo do vale, onde o caminho da água é topograficamente bem definido.
Para Neto (2010) o escoamento no fundo do vale é o que determina o sistema de drenagem. Este
tema é de muita relevância, segundo Mendes, Marco, Andrade, Souza e Macedo (2004) os
impactos das inundações são um conjunto de efeitos causados por inundações que influenciam
negativamente de forma directa ou indirecta, na actividade económica e social (saúde, segurança e
o bem-estar) nas áreas inundadas. Para poder garantir o conforme da população da vila de a
caniçado, é necessário que o sistema de drenagem tenha capacidade suficiente para drenar toda a
água preveniente da precipitação até ao ponto de descarga. Com esses elementos, justifica-se o
desenvolvimento deste projecto.

1.3 Objectivos

1.3.1. Objectivo geral

Analisar o comportamento pluviométrico e a capacidade de infraestruturas de drenagem na


prevenção de alagamento na vila de Cainçado, Distrito de Guijá - 2010-2020

1.3.2 Objectivos específicos


 Pesquisar os métodos comprovados cientificamente para a análise;
 Efetuar um estudo comparativo entre os métodos, utilizando dados pluviométricos da
região de 2010 a 2020;
 Identificar as variáveis que influenciam no dimensionamento de sistemas de drenagem;

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 Elaborar gráficos e tabelas para o dimensionamento dos sistemas de drenagem envolvendo
as principais variáveis: área de região, precipitação, taxa de infiltração, caudal máximo de
drenagem;
 Calcular a taxa de permeabilidade dos solos;
 Dimensionar o sistema de drenagem.

1.4 Questões de pesquisa

a) Quais são as causas de alagamentos na vila de Caniçado?


b) De que maneira, o sistema de drenagem pode colectar toda a água superficial resultante da
precipitação?

1.5 Hipóteses
As hipóteses de pesquisa que delinearão o trabalho a ser desenvolvido são as seguintes:
I. A infraestrutura de drenagem de água pluvial da vila de Caniçado tem a capacidade de
fazer a drenagem e evitar o alagamento na vila de caniçado.
II. O volume de água superficial proveniente da precipitação na Vila de Caniçado é superior a
capacidade do sistema de drenagem, pois, o sistema não consegue drenar toda água
superficial em tempo útil, criando alagamentos.

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2. BASE TEÓRICA

2.1 Chuvas

A Chuva é uma das diversas formas de precipitação que pode ocorrer. Conforme Walter
Collischonn e Fernando Dornelles (2013), a chuva, o granizo, a neblina e a neve são água da
atmosfera que atingem a superfície e assim são denominadas de precipitação uma grande parte da
água presente na atmosfera apresenta-se na forma de vapor. O movimento ascendente de massas de
ar húmido é o grande responsável pela formação das nuvens de chuva. Como a quantidade de água
que o ar pode carregar é maior quando esse se encontra quente, ao encontrar uma região mais fria o
vapor presente nessa massa de ar condensa. Após a condensação, pequenas gotas se formam e
permanecem suspensas no ar, por causa da turbulência e pelas correntes de ar ascendente. Esse
conjunto, de ar atmosférico e gotas de água, são chamados de nuvem (COLLISCHONN;
DORNELLES, 2013).

2.2 Chuvas frontais ou ciclónicas

As chuvas frontais são o tipo mais comum de precipitação, resultando da ascensão do ar quente
sobre o ar mais frio na região de conexão entre massas de ar de temperaturas diferentes. Conforme
Collischonn e Dornelles (2013), o ar mais quente, por ser mais leve e geralmente mais húmido, é
levado para cima onde se depara com temperaturas mais baixas e acaba por resultar na
condensação do vapor. Ainda segundo os autores as chuvas frontais caracterizam-se por grandes
extensões e longa duração, pois derivam de massas de ar com centenas de quilômetros de extensão
e com movimentação lenta.

Figura 2: Formação de chuvas frontais.


Fonte: Collischonn e Dornelles (2013, p.54).
2.3 Chuvas orográficas
Essas são resultados da ascensão mecânica das correntes de ar mais húmido ao se depararem com
barreiras naturais, como montanhas por exemplo. Collischonn e Dornelles (2013) expressam esse
conceito dizendo que “As chuvas orográficas ocorrem em regiões onde um grande obstáculo do
relevo, como uma cordilheira ou serra muito alta, impede a passagem de ventos quentes e
húmidos”(COLLISCHONN; DORNELLES, 2013, p.55), o que faz com que o ar suba para níveis
mais altos, onde a umidade do ar acaba se condensando e formando as nuvens.

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Figura 3: Formação de chuvas orográficas

Fonte: Collischonn e Dornelles (2013, p.54).

2.4 Chuvas convectivas

As chuvas convectivas ocorrem quando massas de ar, relativamente pequenas, que estão em
contato com a superfície quente da Terra ou de Oceanos sofrem um aquecimento, o que
impulsiona esse ar quente até a atmosfera onde condensa ao encontrar temperaturas mais amenas.
Essa condensação forma nuvens com desenvolvimento vertical, o que acarreta em chuvas curtas,
mas com grande intensidade.

Figura 4: Formação de chuvas convectiva

Fonte: Collischonn e Dornelles (2013, p.54).

2.5 Pluviosidade da Província


Gaza é a província que apresenta maior período de seca em Moçambique e menor número de dias
de precipitação. As faixas do litoral são mais húmida e com pluviosidade mais frequente, ao
contrário do interior que apresenta maior período de seca. A variação anual da pluviosidade
sazonal é muito maior (a maior do país). O tempo médio de seca é o mais longo do país,
juntamente com Inhambane. A tendência da pluviosidade sazonal é fracamente positiva a nível
provincial, devido principalmente ao aumento da pluviosidade em Dezembro e Janeiro. A
cobertura da vegetação aumenta moderadamente no pico da estação. Distante da zona do litoral, a
duração da estação de crescimento pode ser muito curta (menos de 2 meses). (World Food
Programme, 2017).

2.7 Drenagem Urbana

Para Neto (2010), a drenagem urbana é mais do que uma questão técnica de engenharia. Envolve
ainda a colaboração e conscientização da população, a qual sofrerá fortes consequências na falta de
um sistema de drenagem bem elaborado, envolvendo outras áreas, tais como arquitetura,
planeamento, entre outros.

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Segundo Tucci (2012), drenagem urbana é o conjunto de medidas que tenham por objetivo
minimizar os riscos a que as populações estão sujeitas, diminuir os prejuízos causados por
inundações e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e sustentável.
Dessa maneira, para o autor, é necessário associar as soluções aos fatores:

● Política para definição correta de objetivos e os meios legais, institucionais, técnicos e


financeiros;
● Política para ocupação do solo urbano devidamente articulada com a política de drenagem
urbana;
● Processo de planeamento que contemple medidas de curto, médio e longo prazo em toda a bacia,
e a integração das medidas de águas pluviais;
● Domínio da tecnologia adequada para planeamento, projeto, construção e operação das obras.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Metodologia é o conjunto coerente de procedimentos racionais ou prático-racionais que orienta o
pensamento para serem alcançados conhecimentos validos (Fonseca, 2002). Assim, em termos
metodológicos, o projecto ira fazer uma abordagem qualitativa de carácter exploratória e
bibliográfica. Vai consistir na recolha de dados de precipitação de pico, altura de água e caudais
drenados no período e por avaliar a capacidade do sistema de drenagem.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CETESB. Reuso da água. São Paulo. SP. Disponível em: Acesso em: 04/02/2010.
COLLISCHONN, Walter; DORNELLES, Fernando. Hidrologia: para engenharia e
ciências ambientais. Porto Alegre: CD.G, 2013. DUDZEVICH, Airton. Sistema de
Aproveitamento de água de chuva. Revista Téchne. São Paulo, ed. 148, 2009;

TUCCI, C. E. M. Águas Urbanas. Estudos Avançados. v. 22, n. 63, p. 97-112, 2008.


. Gestão de Águas Pluviais Urbanas. 4. ed. Brasília: Ministério das Cidades, 2005. 194 p.

NETO, A. C. Sistemas Urbanos de Drenagem. 2010. Disponível em:


http://www.ana.gov.br/AcoesAdministrativas/CDOC/ProducaoAcademica/Antonio%20Cardoso
%20Neto/Introducao_a_drenagem_urbana.pdf. Acesso em: 15 abr. 2016.

Klais (2012). Vulnerabilidade natural e ambiental do município de ponta Porã, mato grosso do sul.
Revista electrónica de investigação 9, 61-72. EF Joint Monitoring Programme for Water
Supply and Sanitation. (2012)
Valle T. F. (2009). Vulnerabilidade e Uso do Solo Urbano em Assentamentos Informais em Áreas
de Encosta. Estudo de Caso: Comunidade Sete Cruzes no Município de São Gonçalo. Cidade de
Rio de Janeiro, Brasil: Palmas Editora.

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