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ADVOCACIA

Rômulo José Alves de Oliveira – OAB/GO 57.290


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA
FAZENDA PUBLICA DA COMARCA DE FAZENDA NOVA, ESTADO DE
GOIÁS.

Ref. Processo: 5438804-94

ROMEU ASSUNÇÃO PINTO, já devidamente


qualificado no processo acima mencionado, por seu advogado
abaixo assinado, vem respeitosamente a este douto juízo,
na ação previdenciária de pensão por morte, que o mesmo
move em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL,
Autarquia de Direito Público Federal, já devidamente
qualificada no processo em epígrafe, apresentar a
seguinte:

IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO

Dentro dos termos legais arguindo o que se


segue:

DA TEMPESTIVIDADE

A publicação de autoria do MM. juiz dá o prazo


de 15 (quinze) dias para a devida manifestação a respeito
da contestação. Entende-se que esteja dentro do prazo
legal a atual manifestação, embora haja divergências de
interpretações, reitera-se que os prazos atuais não se
deve contar os fins de semana e feriados, e sim os dias
úteis, Conforme Artigo 219 do CPC/2015 e ainda conforme
foi entendido pelo enunciado 175 da FONAJEF.

Portanto com base nos instrumentos legais,


requer ser recebido a presente impugnação por estar dentro
do prazo estabelecido.

SÍNTESES DOS FATOS

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O requerente ajuizou a presente ação em face da
requerida, ao ter seu pedido administrativo de pensão por
morte indeferido, tendo em vista sua falta de qualidade de
dependente da de cujus.

Inconformado com tal decisão, o requerente


ajuizou a presente ação judicial, apresentando a mesma
documentação e requerendo seu direito, tendo em vista
cumprido todos requisitos elencados em Lei.

Intimado a responder, a autarquia por meio do


procurador da AGU, Contestou a Inicial desdenhando o
pedido, alegando que o requerente não faria jus ao
pretendido.

Portanto usou de diversos argumentos embasados


em jurisprudências pátrias e precedentes outros, que pouco
ou nada dizem respeito a condição do requerente.

FUNDAMENTOS DE MÉRITO

DA PENSÃO POR MORTE

A pensão por morte tem previsão no art. 74 e


seguintes da Lei 8.213/91, os quais regulam que será devido
o benefício ao conjunto de dependentes do segurado
falecido, aposentado ou não, a contar da data do óbito,
sempre que requerido em até 90 (noventa dias) deste.

Comprovados os requisitos para o benefício,


quais sejam, a qualidade de segurado na data de seu óbito e
existência de dependentes legais, são então aplicáveis os
artigos 74 e 16, inciso I, ambos da Lei 8.213/91:

Art. 74. A pensão por morte será


devida ao conjunto dos dependentes
do segurado que falecer, aposentado
ou não, a contar da data: (Redação
dada pela Lei nº 9.528, de 1997).

Art. 16. São beneficiários do


Regime Geral de Previdência Social,
na condição de dependentes do
segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o
companheiro e o filho não

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emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou
deficiência grave; (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015)
§ 4º A dependência econômica das
pessoas indicadas no inciso I é
presumida e a das demais deve ser
comprovada.

No caso ora discorrido, vê-se que os


requisitos para o gozo do benefício restam plenamente
atendidos, não podendo subsistir a negativa do INSS, como
será visto logo adiante.

DO MÉRITO NA CONTESTAÇÃO
No mérito, a autarquia ré, alega que o autor
não possuía a condição de companheiro da de cujus, tendo em
vista a mesma gozar do status de divorciada na época
fatídica, conforme se vê certidão de óbito acostada aos
autos.
Entretanto, conforme aludido junto a inicial,
mesmo após a data do divórcio, o autor e a ex-segurada
conviviam como casados fossem mantendo relação
caracterizada como União Estável, vivendo sob o mesmo lar,
apresetando-se perante seus familiares e círculo social
como um casal, demonstrando efetividade mútua, estabilidade
no relacionamento, de duração prolongada, importando em
affectio maritallis.
Portanto, apesar da contestação apresentada
pela requerida, a referida convivência deve ser
interpretada como União Estável (CC artigo 1723), pois o
autor e a falecida mantiveram convívio como se casados
fosse, mesmo após a decretação do divórcio, contabilizando
mais de 47 (quarenta e sete) anos.
Portanto, passa a demonstrar o pleno
atendimento aos requisitos previstos no Código Civil, quais
sejam:
Publicidade e notoriedade da relação: A
publicidade da relação fica perfeitamente demonstrada pelas

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fotos de eventos que o casal frequentava conjuntamente, o
endereço de residência em comum, onde recebiam faturas de
contas, bem como visitas de agentes comunitários.
Continuidade: O casal possuía um relacionamento
duradouro de mais de 47 (quarenta e sete) anos, conforme
provas, bem como se pode provar através de provas
testemunhal ao decorrer da relação processual.
Caráter familiar – affectio materialis: O
objetivo de construção de família fica perfeitamente
demonstrada com a comunhão da vida e interesse entre o
casal, afinal, além de morar no mesmo imóvel conforme prova
juntada aos autos, o casal constituiu dívidas e planos em
comum.
Ou seja, tratam-se de motivos suficientes e
demonstrar a existência de União Estável. Por esses
motivos, e por estarem presentes os requisitos legais, há
que ser reconhecida a UNIÃO ESTÁVEL, para que, em
decorrência desta, surtam os efeitos legais pertinentes
diante da dissolução aqui pleiteada.

DO PEDIDO

Diante ao exposto, nada mais certeiro do que o


seguimento do feito, com recebimento da presente de forma
tempestiva, com a determinação por este Magistrado, com a
instrução processual devida bem como a produção de prova de
estilo, com a consequente condenação da ré na suplica da
inicial.

Termos que pede e espera deferimento.

Fazenda Nova- Goiás, 07 de fevereiro de 2022.

Rômulo José Alves de Oliveira

OAB/GO 57.290

assinatura eletrônica

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