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PERIODO NATALINO

 Estimulados gestos de solidariedade. Natal sem fome.


 A tradição crista, e sua influencia ao longe do tempo. Pelo consumismo decorativo.
 Encarnação do filho de Deus.
 Isaias um menino nos foi dado. Razão de celebrar.
 A fé celebra a manifestação da própria vida e a comunicação do próprio mistério da
vida.
 Natal é memorial e celebração. (tornar presente o momento histórico passado)
 O verbo se fez um de nós para trazer vida e vida em abundancia.
 O envio de cartões, os presentes, a ceia, os votos de feliz natal? Que conteúdo e que
implicações existenciais traz consigo a celebração do natal para nós e para os nossos e
para a sociedade?
 Cristianiza o Natal, naquilo em que foi paganizado.

PRIMEIRA PARTE. O NATAL EM NOSSA VIDA DE FÉ:

Advento provocar sentimento de expectativa e de espera. (ad – vir).

Os cristãos entram espiritualmente no clima dessa expectativa do povo Israel, e se preparam


para a celebração do nascimento de Jesus.

O primeiro domingo a atitude é da vigilância: atento os sinais de Deus. Rejeitemos, pois, as


obras das trevas e revistamos as armas da luz (Rm13,12) ter esperança vida e ativa. Tempo de
prosperidade e de paz que acompanhará a vinda do senhor. Acontecera uma aliança com
Jesus.

O segundo primeiro. Tem como marca a conversão ao Messias. A acolhida ao mundo novo que
ele vai estabelecer. O centro é o amor de Deus, O Jesus fala de justiça e paz.

O terceiro domingo. Ressalta a alegria pela chegada do Messias. O segundo tema é a


perseverança, a firmeza e a paciência na espera. Nesse domingo a figura do Joao e elogiada
por Jesus.

O quarto domingo tem o anuncio a Jose de que Maria. Gravida por obra do espirito santo, é a
mãe do filho de Deus. Lembrança da descendência de Davi.

Em Belém, numa gruta a palavra de Deus se fez carne. Uma pequena casa da periferia do
Belén.

Nasceu Jesus, o salvador do seio da Virgem Maria. Um Deus que se torna próximo, sensível,
um de nós. Quer completar sua obra e seu plano sobre o mundo e o homem. Emanuel. Um
Deus conosco. Isaias 7,14.

Jesus, Yehoshua que significa: Yahve salva. Cristo nossa salvação encarnou-se pelo espirito
santo no seio da Virgem Maria. E se fez homem. Na doutrina de Paulo, se descobre de
imediato que Natal e Páscoa indissoluvelmente se unem. Encarnação e redenção formam
como duas faces de uma só moeda. Encarnar-se e dar a vida por nós.

Rahamim (Útero materno) extrema miséria. Expressa a bondade e misericórdia de Deus com
seu povo que clama. Para que acolha com ternura os desvalidos. Se inclinou em sua
intimidade de mãe. Misericórdia. Ter compaixão. La dentro do coração, e de sofrer com.
Assumir conosco. Em meu útero de mãe eu te guardo. Deus se fez um de nós para amar e ser
amado. Pode uma mulher esquecer aquele que amamenta?

Este é o sinal. Um recém-nascido. Toda a narrativa de Lucas é uma orquestração de sinais e de


símbolos com acentuação marcante nas oposições. Gloria do senhor – pobreza da manjedoura,
medo – alegria messiânica. Os pastores de coração aberto buscam o sinal. Depois da grandeza
dos anjos, se apresenta a humildade dos pastores.

Quem ama o humano encontra a Deus, quem despreza o humano perde a Deus. Jesus mesmo
vai revelar: O que fizeste ao mais pequenino é a mim mesmo que o fizeste. (Mt 25, 31-46).
Deus de modo vivo é frágil. No seu mistério se esconde: a opressão e marginalização. O maior
sinal de glorificação do natal é libertar o homem, humanizar o homem.

A mensagem dos símbolos só pode ser descrita e decifrada para quem possui os olhos abertos.
Sempre o homem quer comunicar coisas, por isso que criou a linguagem dos sinais e os
símbolos. O sacramento sempre aponta para uma realidade fora dele mesmo. Há no símbolo
uma unificação de pensamentos e sentimentos diante da mesma realidade apontada. Nunca
sabemos por completo o conteúdo do mistério. Rahner: Deus se faz presente aos homens
como oferecimento do dom de sua autocomunicação.

SEGUNDA PARTE. SÍMBOLOS POPULARES DO NATAL DE JESUS:

O sol: As comemorações natalinas surgiram da evolução das festas pagas que marcavam o
solstício do inverno no hemisfério norte a 25 de dezembro. É especial porque nos países
nórdicos o sol é cada vez menos sensível. Acendiam fogueiras e ornamentavam as ruas com
flores. Tudo faziam para agradar aos deuses. O messias é apresentado pelo profeta Malaquias
como o sol da Justiça. Sol, luz e calor. Calor do amor que liberta do egoísmo e queima todas as
formas de esmagamento do homem. Calor do amor que dá alegria de viver, porque plenifica a
razão de ser e de viver.

O presépio: numa gruta ou estábulo com feno, animais, cochos. Numa manjedoura entre o boi
e o asno. O nascimento de Jesus pobre. Seu coração se inunda de amor e gratidão. San
Francisco, quer visualizar, sensibilizar e facilitar a meditação da mensagem evangélica do
conteúdo do mistério de jesus Cristo. Que nasce na pobreza, na simplicidade.

a) Jose: O esposo, o pai, companheiro, o homem que ama, é responsável, o homem que
respeita, que sustenta, que orienta, o homem do coração.
b) Maria: A esposa, a mãe, companheira, fiel, pura, digna, cumpridora da vontade de
Deus. A mulher que educa, ora, medita em seu coração. Doação e dedicação.
c) Os pastores e os sábios: os simples e os cultos, pessoas á escuta, em busca, que sabem
ler os sinais dos tempos, saem de si para encontrar os outros, leem no outro a
presença de Deus.
d) Os animais, o feno, a gruta: a natureza toda a serviço do homem e de Deus. E quem
acolhe o homem, acolhe a Deus.
e) A estrela: Guia, luz, ideal e sentido.
f) Os anjos: Mensageiros de Deus, comunicadores da boa notícia.

Arvore de Natal: vem da tradição de São Vifrildo. Com a história de um raio no pinheiro, o
santo viu nesse fato uma mensagem divina a traves da qual a providencia reafirmará sua
proteção, infância e á inocência. Simboliza a paz e a cordura. Se fala do carvalho d Odin. Jesus
utilizava a arvore para transmitir sua mensagem. A figueira, a arvore má que pode dar frutos
bons, á arvore que demora a dar frutos. Jesus é para nós, realmente o tronco e nós somos os
ramos. Nos faz produzir frutos da justiça, de amor e de paz. Esso são simbolizados pelas bolas
luminosas que se coloca na árvore. Derrubemos os carvalhos de Odin, nossas idolatrias,
nossos caminhos e veredas. Assim nos aproximemos a Jesus,

O Papai Noel: é a representação estilizada, modernizada, modernizada, esvaziada, se bem que


carinhosa, de um grande santo da Igreja. São Nicolau de Esmirna. Conhecido como Santa
Claus, em EE:UU e canada. Foi filho de pais ricos, desfez-se da herança, distribuindo dinheiro
aos pobres e presentando crianças que não tinham como o que se alegrar. Os marinheiros o
escolheram como patrono celestial. Foi considerado protetor das crianças. Um idoso com uma
capacidade de sonhar e fantasiar, em meio à robotização do mundo atual.

A troca dos presentes: os antigos romanos trocavam presentes nas festas denominadas
Saturnalias (estatuetas de Deuses) Durante as calendas ou festividades do Ano Novo, nos
festejos ao Deus Janus, no solstício de inverno, eles também tinham o costume de colocar
ramos de pinheiro na porta das casas das pessoas amigas para desejar prosperidade, e ainda
havia a troca de presentes. Dar e receber presentes. Sobretudo as crianças. Um amor oblativo,
entrega generosa e gratuita para que outro seja feliz. Atender ao pobre, fazendo-o sentir, por
meio de nós, a misericórdia do menino de Belém.

Os magos ou sábios: os magos de oriente. Magos eram os estudiosos dos astros. eram
estudiosos, sábios, reis, cientistas e pesquisadores. E oriente: é o lugar do sol nascente, do
surgir do sol na madrugada, lugar de vida e de esperança. Ele nasce para trazer-nos a vida.
Vieram de longe, peregrinação, caminhada, desinstalação, busca. Na caminhada Jesus está
conosco. Abertos, a procura. Herodes ficou perturbado. Os magos vêm adorar o novo rei. Esa
festa dos magos é conhecida como epifania. Que é manifestação. Manifestações folclóricas.

A estrela: quatro pontas e uma cauda de luz. Os quatro cantos do mundo, os pontos cardeais.
Representa ide para todo o mundo.

A ceia do natal: Compartilhando uma refeição. Comer fraternalmente. Comunhão e encontro.


Dar-se a si mesmo. Seu mistério da encarnação deve acentuar decisivamente nossa conversão
para Cristo para o outro. um banquete celeste. Encontro de pessoas. Paz, amor e vida. A
felicidade para todos.

A luz: aquecer, transmitir luz. Levar a conhecer a verdade plena.

Os cartões do natal: a palavra. O verbo se fez carne e habitou entre nós. A palavra de Deus
encarnada. Comunicação do amor de Cristo. Deus é um meio de ajudar o outro a encontrar-se
com o senhor, que na fé celebramos.

Noite feliz: Noite de esperança, de amor e de paz. Cheia de relação de amor. / A guirlanda de
Natal e a coroa do advento: espera, esperança e alegria. O encontro de fraternidade.

Os sinos, as cores do natal: O Verde representa a esperança, certeza da vida eterna, da


plenitude da posse do Senhor e de seus bens na Parusia, a vitória definitiva de Deus sobre a
morte e o pecado, no final dos tempos. Seu uso maior corresponde ao chamado tempo
comum, ou seja, às semanas entre Pentecostes e Ad vento, a parte mais longa do ano. É a vida
cristã no dia a dia, meditando Cristo e sua Mensagem, preparando-se para os acontecimentos
escatológicos e parusíacos da segunda Vinda do Senhor.
O Branco é a cor que simboliza santidade, intimida de com Deus, pureza, paz, tranquilidade e
realeza. É uti lizada nas festas de maior gáudio: Páscoa, Natal, celebrações de Maria, das
santas virgens. A Sagrada Escritura refere-se a ela como estado de purificação do pecado.

O Vermelho simboliza amor, o amor de Deus para conosco, o sangue derramado por Cristo
para nossa salvação, o ardor e a luz do Espírito Santo, e, também, o sangue dos mártires.
Significa, também, realeza.

No Natal são essas as cores utilizadas, às quais se acrescentam cores não litúrgicas como o
dourado e o prateado, representando glória, majestade, poder infinito de Deus. E não se usa o
lilás ou roxo, reservado para os momentos do ano litúrgico dedicados à penitência, ao
sofrimento, à dor, à morte.

A pomba da paz. A tradição crista lê o Natal também na ótica da paz. Ágape familiar. É viver
essa utopia da paz. É uma urgência em nosso mundo com tantas guerras, corrupção, violência,
desrespeito da vida, e ao ecossistema, fome, miséria, e desrespeito aos direitos humanos. Se
alimenta a paz pela virtude da esperança. Ante o desanimo diante da cruel realidade.

TERCEIRA PARTE. NATAL BRASIL, TRADIÇÃO, FESTEJOS POPULARES E FOLCLORE.

Sabedoria e conhecimento do povo. Influencia da cultura negra e indígena. Em 1931, por


influência dos Franciscanos, a armar presépios.

Folia de Reis e reisados. Na epifania na igreja se celebra a manifestação que a tradição inicial
demarcou. Inclusão de danças e canções. Uma função religiosa, devocional e festejo.

Boi-de-reis, Boi-Bumbá: na assíria e no Egito antigo havia o culto ao boi. Entre os hebreus, o
boi tinha também seu lugar de destaque. Tinha uma legislação para ser tratado.

Pastoril- pastorinhas: o senhor é meu pastor e nada me faltara. O auto das pastorinhas.

Presépio caipira e pão por deus: um mostruário diversificado e Armonico. Troca de animais.
Em santa Catarina, em alguns lugares a tradição é denominada dia dos bolinhos. Vem com
sacolas repletas de doces, bolachas, nozes, chocolates e outros quitutes. E as vezes dinheiro.
Também se da umas trocas de mensagens. O envio de cartões de mensagem. Com o objetivo
de aprofundar a Comunicação entre pessoas.

QUARTA PARTE. ALGUMAS EXIGÊNCIAS DO NATAL:

Natal, dom do amor de Deus. A Encarnação do Filho de Deus é uma iniciativa do amor
misericordioso de Deus, um dom à humanidade, num compromisso pessoal assumido com
cada ser humano, desde toda a eternidade, desde quando resolveu criar o mundo e, nele, sua
criação preferida, para partilhar de sua glória: o homem e a mulher. No plano de Deus, ambos,
por um processo pessoal, comunitário e cósmico, trilhariam um itinerário, a partir do dom
maior da liberdade, para chegar à perfeição criatural, na glória divina.

Segundo as Sagradas Escrituras, toda a criação existe em função da Palavra de Deus (Dabar,
Logos, Verbum, Verbo, Palavra), isto é, em função da segunda pessoa da Santíssima Trindade,
o Filho de Deus. E no plano de Deus, na caminhada rumo à perfeição humana, estava incluí do
que sua Palavra (Dabar) se encarnaria para completar a obra da criação. O mundo e, nele, o ser
humano são frutos do amor de Deus: "Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu filho único"
(Jo 13,16).
Encarnação por si mesma já seria uma Kénosis, um rebaixa mento de Deus, porque Deus
"desceria ao nível criatural", se "esvaziaria de si mesmo como Deus" para ser humano. Após o
pecado humano, o Filho Deus, ao encarnar-se, tornou-se ainda mais Kénosis. E, então, a
Encarnação, que teria tido a função de "completar a criação, levando-a à plenitude do Plano de
Deus no ser humano e mediante o ser humano na Palavra divina encarnada”, passou a ser
Salvação-libertação, Redenção. Não há apenas o "aperfeiçoamento do projeto", há
"recuperação e aperfeiçoamento", há necessidade de "salvar, "libertar, redimir".

O Verbo de Deus, que vinha pela Encarnação completar a obra da criação (a qual não
precisaria em si comportar o pecado), vem cumprir essa missão, mas para cumpri-la, na
situação atual-devido ao pecado, opção de liberdade humana, assume também a de Salvação-
Libertação-Redenção.

O Kairós (momento oportuno para Deus e para o homem ou plenitude dos tempos, na
expressão bíblica) da Encarnação (aspecto positivo) adquire nova dimensão a partir do
contraste, queda e redenção, porque abrange também o aspecto negativo de escravidão, no
sentido que acima expusemos.

À afirmação "Deus amou tanto o mundo que entregou seu filho único", acrescenta-se agora
"para que tudo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna, pois Deus não enviou seu
filho ao mundo para o condenar", porque o mundo pecou, "mas para que o mundo seja salvo
por Ele" (Jo 13,16-17). E o Verbo, ao se fazer homem, ao armar sua tenda entre nós (Jo 1,14),
esvaziou-se mais ainda, aniquilou-se (sentido de Kénosis), assumindo a condição de homem (Fl
2,7) e, mais ainda, o levou paradoxalmente a fazer de sua vida, e de todos os seus poderes,
uma doação total (para salvar ele se doa).

E na lógica dessa Kénosis, em sua dinâmica divina, o Verbo Encarnado, na radicalidade do


esvaziamento encarnatório, assume a humanidade e sua história, menos o pecado, porque
não pode pecar, mas assume, as consequências do pecado. E a partir daí liberta o homem da
raiz da escravidão, o pecado, e de suas consequências: enfermidade, falta de pão, de teto, de
cultura, de paz, de amor... Ele liberta também da morte. Jesus de Nazaré coloca-se por inteiro
a serviço dos marginalizados: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para
evangelizar os pobres, proclamar a remissão dos presos, recuperar a visão dos cegos, restituir
a liberdade aos oprimidos..." (Lc 4,12).

Assim procedendo, Jesus liberta. Libertando, passa a elevar o homem e a mulher ao estado de
"filho de Deus", pelo dom da vida divina. Nesse estado, ele se torna o companheiro de jornada
(Lc 24,13s - Emaús), o alimento dessa vida nova para a caminhada (Jo 6,1; 1Cor 11,26s),
ajudando o homem e a mulher em sua busca de plenitude, da Aliança eterna e definitiva (Jr
31,31-34), prometendo com toda certeza: "Eu estarei convosco até a consumação dos séculos"
(Mt 16,20), como guia, caminho, verdade e vida (Jo 14,16), ponte. Nele, por ele e com ele, o
homem e a mulher conseguem chegar ao Pai (filiação), à fraternidade (mandamento novo), à
harmonia do cosmos e com o cosmos (redenção da natureza escravizada pelo pecado do
homem) e à Vida Eterna (Ressurreição) na força de seu Espírito, enviado após sua
Ressurreição.

NATAL: O NOSSO COMPROMISSO

A Encarnação do Filho de Deus, prolongada em todas as atitudes de Jesus e concretizada


drasticamente em sua morte, torna-se uma grande proposta moral para os homens. Quem
quiser seguir Jesus deve abraçar as exigências de sua Encarnação. Quem quiser estar com Ele,
que entre no compasso de seus passos, na dinâmica de sua Encarnação e que aceite ser Filho
do Pai, todo entregue a seus irmãos. No cumprimento dessa exigência, Jesus pro mete dar a
quem o quer a força de seu Espírito, pois o amor na terra é obra de Deus e não dos homens e
mulheres. Jesus faz de suas atitudes também uma pedagogia para os homens e mulheres e de
muitas formas explicita a dimensão e as exigências do significado de encarnar (cf. Pe. Márcio
Fabri, A Encarnação como Proposta ao Homem).

Na Encarnação o Verbo se "esvazia", se "aniquila" para se doar, se entregar. E Jesus não


esconde essa exigência, ao propor que o sigam, nessa dinâmica da Encarnação: "Quem quiser
ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (Mt 16,24).

Mas, no sentido positivo, Jesus exige uma encarnação no outro, que vai ser o sinal distintivo de
seus seguidores: "Nisso todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros
como eu amo" (Jo 13,35). E essa Encarnação será, também, sinal para o mundo de que Ele é o
Messias, o Salvador, o Filho de Deus: "Pai, que todos sejam um, como tu estás em mim e eu
em ti... que sejam um como nós somos um, eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na
unidade para que o mundo creia que tu me enviaste, para que o mundo reconheça que me
enviaste e os amaste como tu me amaste" (Jo 17,21-23).

Encarnação, Jesus não esconde que somente dentro dessa sua dinâmica pode haver salvação.
Fica proclamado com evidência no Evangelho que quem quiser viver só para si, quem quiser
tentar salvar sua vida, a perderá sem dúvida, mas o que perder sua vida por causa de Jesus, vai
encontrá-la. Recusando a se encarnar, e, portanto, a se esvaziar (Kénosis), a viver para os
irmãos, não é possível ter parte na vida que Jesus traz. Assim a dinâmica da Encarnação não é
pro posta pelo Evangelho só como força salvadora, mas também como discernimento
daqueles que podem estar com Deus. O julgamento final terá como critério separar aqueles
que viveram para os irmãos, daqueles que se omitiram nesse sentido. Jesus dirá: "pois cada
vez que o fizeste a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizeste".

Com essa Encarnação-Redenção, está surgindo, então, uma Igreja que nasce do povo, uma
Igreja que assume a fé como um todo da existência e não mais algo privatizado, sem
repercussão na vida pública, na política, no dia-a dia, mas ao mesmo tempo uma Igreja que se
torna, por isso mesmo, ela mesma perseguida, oprimida, martirizada pelo sistema.

Não se trata, porém, de uma nova Igreja, mas sim da mesma Igreja do Senhor, mas num novo
modo de ser e atuar, a partir de uma conversão mais autêntica ao Senhor, ao Evangelho, à
missão recebida de encarnar se para libertar, segundo o modelo de Mestre que veio para
servir (Jo 3,1s), dar sua vida para salvar, e que de dicou sua existência diária à missão de
libertar do pecado e de suas consequências; porque se encarnou. Eis, afinal, o sentido
autêntico de Feliz Natal!

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