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HOSPITAL REGIONAL DE ESTÂNCIA

DR. JESSÉ DE ANDRADE FONTES

MANUAL DE PROFILAXIA E TERAPIA


ANTIMICROBIANA

ESTÂNCIA, DEZEMBRO DE 2016

1
ÍNDICE

INTRODUÇÃO 3
1. ANTICROBIANOS DE USO RESTRITO 3
2. DOSE DE ANTIMICROBIANOS PARA FUNÇÃO RENAL NORMAL 4
3. DOSE DE ANTIMICROBIANO PARA DISFUNÇÃO RENAL 5
4. ANTIBIOTICOPROFILAXIA (E TERAPIA) CIRÚRGICA 8
4.1 ORTOPEDIA 8
4.2 GINECOLOGIA/OBSTETRÍCIA 8
4.3 CABEÇA E PESCOÇO 9
4.4 UROLOGIA 9
4.5 CIRURGIA GERAL 10
4.6 VASCULAR 14
4.7 NEUROCIRURGIA 14
4.8 CIRURGIA CARDÍACA 14
5. DOSAGENS E TEMPO DE REPIQUE EM PROFILAXIA 15
6. INFECÇÕES EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 16
7. INFECÇÃO EM ORTOPEDIA 19
8. INFECÇÃO EM UROLOGIA 21
9. INFECÇÃO DE PARTES MOLES 22
10. PÉ DIABÉTICO 23
11. INFECÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL 24
12. INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO 26
13. DIARRÉIA AGUDA 28
14. PARASITOSES INTESTINAIS 29
15. INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO 30
16. MENINGITES BACTERIANAS 34
17. NEUTROPENIA FEBRIL 36
18. ENDOCARDITE INFECCIOSA 38
19. INFECÇÃO DE CATETER VASCULAR 39
20. INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS ALTAS 42
21. PNEUMONIA COMUNITÁRIA 43
22. PNEUMONIA ASPIRATIVA 44
23. ABSCESSO PULMONAR 44
24. EMPIEMA PLEURAL AGUDO 44
25. PNEUMONIA HOSPITALAR 45
26. TUBERCULOSE 47
27. LEPTOSPIROSE 48
28. INFECÇÕES OPORTUNISTAS DA AIDS 49

2
INTRODUÇÃO

As orientações que estão contidas neste manual de profilaxia e terapia


antimicrobiana foram elaboradas pelo médico do SCIH e complementadas com correções e
sugestões de todos os coordenadores médicos. Aqui estão contempladas as principais
opções de terapêutica para os quadros infecciosos, respeitando o nosso arsenal de
medicamentos e o perfil de sensibilidade dos nossos germes mais prevalentes.
O manual deve ser utilizado por todo o corpo clínico, na tentativa de uniformizarmos
nossa conduta em relação a este tipo de medicação; qualquer profilaxia ou terapêutica
prescrita em desacordo com estas normas deverá ser prontamente discutida com os
médicos desta comissão para que então, seja liberada pelo setor de farmácia.

1. ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO:

A necessidade de solicitação escrita de antimicrobiano foi estipulada pelo SCIH, através de


formulação de listagem de antimicrobianos que necessitariam de avaliação, seja pelo seu
espectro de ação, seja com o intuito de racionalizar a liberação e aplicar planos de ação
com medidas de controle em casos de cepas multirresistentes.

RELAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS DE USO CONTROLADO

AMPICILINA-SULBACTAM MEROPENEM
ANFOTERICINA B PIPERACILINA-TAZOBACTAM
AZITROMICINA EV POLIMIXINA B
CEFEPIME TEICOPLANINA
IMIPENEM TIGECICLINA
LINEZOLIDA VANCOMICINA

3
2. DOSE DE ANTIMICROBIANOS PARA PACIENTES COM FUNÇÃO RENAL NORMAL

As tabelas que se seguem contemplam as doses de antimicrobianos padronizadas na


Instituição para crianças e adultos. Todas as doses estão considerando função renal
preservada, ou seja, Clearance de creatinina > 90 mL/min. Ao lado, segue a via de
administração da medicação assim como o intervalo de administração da dose total diária
referida anteriormente.

Dose
Adulto
Antimicrobiano Pediátrico Via Intervalo
(dose total
(dose/kg/dia)
diária)
Amicacina 15mg 15mg/Kg EV 24h
Amoxicilina 50mg 0,75-1,5 VO 8h
Amoxicilina- 50mg (de 0,75-1,5g (de
VO 8h
Clavulanato amoxicilina) amoxicilina)
Ampicilina 200mg 1-2g VO 6h
Ampicilina 200mg 2-12g EV 4-6h
Ampicilina-Sulbactam 100-300mg 6-12g EV 6h
Anfotericina B 0,4-1g 0,4-1g/kg EV 24h
Azitromicina 5-12mg 500mg VO 24h
Cefalexina 100mg 1-4g VO 6h
Cafalotina 100mg 2-12g EV 4-6h
Cefepime 150mg 2-6g EV 8-12h
Cefotaxima 150mg 2-12g IM/EV 4-8h
50 (100mg para
Ceftriaxone 0,25-4g IM/EV 12-24h
SNC)
Não
Ciprofloxacina 1-1,5g VO 12h
recomendado
Não
Ciprofloxacina 400-800mg EV 12h
recomendado
Clindamicina 40mg 0,9-2,4g EV 6-8h
Clindamicina 40mg 0,6-1,8g VO 6-8h
70 (100mg para
Cloranfenicol 1-4g VO 6h
SNC)
Eritromicina 40-50mg 1-2g VO 6h
Fluconazol 3-12mg 50-400mg EV/VO 12-24h
Ganciclovir 10mg 10mg/kg EV 12h
Gentamicina 3-5mg 3-5mg/kg EV 24h
Imipenem-Cilastatina 60-100mg 2g EV 6h
Linezolida 30mg 600mg EV 12h
60 (120mg para
Meropenem 1,5-6g EV 8h
SNC)
4
Metronidazol 30mg 1,5-2,0g EV/VO 8h
Não
Norfloxacina 400mg VO 12h
recomendado
Oxacilina 200 0,5-2g EV 4-6/6h
Penicilina G benzatina 50.000UI 1 200.000UI IM Dose única
200.000-
Penicilina G cristalina 4-24 milhões UI EV 4-6h
400.000UI
0,6-4,8 milhões
Penicilina G procaína 50.000UI IM 12-24h
UI
Piperacilina- Não
13,5-18g EV 6-8h
tazobactam recomendado
Polimixina B 15-30.000UI 15-30.000UI EV 12h
Sulfametoxazol- 20-40mg de 400-800mg de
VO 12-24h
Trimetoprima Sulfametoxazol Sulfametoxazol
Sulfametoxazol- 100 mg de 100mg sw
EV 6h
Trimetoprima Sulfametoxazol Sulfametoxazol
Não
Teicoplanina 400mg EV 24h
recomendado
Não
Tigeciclina 100-200mg EV 12h
recomendado
40 (60mg para
Vancomicina 2g EV 12h
SNC)

3. DOSE DE ANTIMICROBIANO PARA DISFUNÇÃO RENAL

A tabela abaixo corresponde à dose de antimicrobiano para pacientes em diferentes graus


de disfunção renal. Com esse intuito, as doses são corrigidas de acordo com a depuração
de creatinina (clearance de creatinina- ClCr).

ClCr estimado = (140-idade) x Peso (x 0,8 para mulheres)


Creatinina X 72

Clearence de creatinina Suplementação


Antimicrobiano Dose usual
50-90 10-50 <10 pós diálise
5-12,4mg/kg 2,5mg/kg HEMO: DOSE PÓS-HD
Aciclovir (EV) 8/8h 12-24h CAPD: DOSE SE CL <10
8/8h 1x/dia CAVH: 3,5MG/KG 1X/D
15mg/kg 60-90% 30-70% 20-30% HEMO: 1g pós-HD
Amicacina CAPD: 1g/dia
1x/dia 12/12h 12/18h 24-48h CAVH: 1g 12/12h
250-500mg HEMO: Dose pós-HD
Amoxicilina 8/8h 12/12h 24/24h CAPD: 250mg 12/12h
8/8h CAVH: NA
Amoxicilina- 500/125mg HEMO: Dose pós-HD;
8/8h 12/12h 24/24h DOSE SE CL <10
Clavulanato 8/8h
Ampicilina (EV) 0,25-2g 4- 4-6h 6-12h 24/24h HEMO: Dose pós-HD

5
6/6h CAPD: 250mg 12/12h
Ampicilina- 1,5-3g CAVH: Dose 1,5
6/6h 12/12h 24/14h ampicilina/ 0,75 sulbactam
Sulbactam 6/6h 12/12h
HEMO: 0,5-1g pós-HD
Cefazolina 1-2g 8/8h 8/8h 12/12h 24/24h CAPD: 0,5 g 12/12h
HEMO: 1g extra pós-HD
Cefepime 2g 8-12h 8-12h 12-24h 24h CAPD: 0,5 g/ dia
HEMO: 1g extra pós-HD
Cefotaxima 2g 8/8h 8/8h 12/12h 24/24h CAPD: 0,5 g/ dia
HEMO: 1g extra pós-HD
Cefoxitina 2g 8/8h 8/8h 12/12h 24/24h CAPD: 1 g/ dia
HEMO: 1g extra pós-HD
Ceftazidima 2g 8/8h 8/8h 12/12h 24/24h CAPD: 0,5 g/ dia
750-1500mg HEMO: dose extra pós-
Cefuroxima sódica 8/8h 12/12h 24/24h HD
8/8h CAPD: DOSE SE CL <10
200- 400mg HEMO: DOSE SE CL <10
Ciprofloxacina 100% 50-75% 50%
12/12h CAPD: 200mg 8/8h

500mg 500mg 250mg 8- 250 mg HEMO: 250mg 12/12h


Ciprofloxacina
12/12h 12/12h 12h 12/12h CAPD: 250mg 8/8h

500mg 500mg 250mg 8- 250mg HEMO: Dose após a HD


Claritromicina
12/12h 12/12h 12h 12/12h CAPD: NA

250-500mg
Eritromicina 6/6h 6/6h 8- 12/12h NA
6/6h
15-25mg/kg HEMO: Dose após HD
Etambutol 24/24h 36/36h 48/48h
24/24h CAPD: DOSE SE CL <10

Etionamida 250mg 8/8h 100% 100% 50% HEMO/ CAPD: NA


500mg/
Ertapenem 1g/ dia 1g/dia dia ( se 500mg/dia HEMO: DOSE SE CL<10
Cl<30)
HEMO: 1g pós-HD
3-5mg/ CAPD: 0,5mg/ dia
Gentamicina 24-24h 24-48h 48/48h
Kg/dia CAVH: Dose p/ TFG 10-
50
HEMO: Dose pós-HD
Imipenem- CAPD: Dose p/ TFG <10
500mg 6/6h 6/6h 12/12h 24/24h
Cilastatina CAVH: Dose p/ TFG 10-
50
HEMO: Dose pós-HD
Isoniazida 400mg/dia 100% 100% 100% CAPD: DOSE SE CL <10
1ª dose
1ª dose
500mg;
500- 750mg/ 500mg- 500mg; HEMO: DOSE SE CL <10
Levofloxacina após
dia 750/dia após 250 CAPD: DOSE SE CL <10
250mg
mg/dia
48/48h
48/48h HEMO: Dose pós-HD
(ou CAPD: Dose p/ TFG <10
Meropenem 1g 8/8h 8/8h 12/12h
500mg CAVH: Dose p/ TFG 10-
50
24/24h)
HEMO: Dose após HD
Metronidazol 500mg 8/8h 100% 100% 50% CAPD: DOSE SE CL <10
400mg HEMO: 200mg/ dia após
Moxifloxacina 24/24h 200mg/dia 200mg/dia HD
24/24h CAPD: 200mg/dia
Nitrofurantoína 100mg 100mg EVITAR EVITAR NA
Oxacilina 1-2g 4-6h 100% 100% 100% NA
4-24 milhões DOSE: Após HD
Penicilina cristalina 100% 75% 25-50%
UI/dia CAPD: DOSE SE CL <10

6
Piperacilina- 2,25g 2,25g HEMO: DOSE SE CL <10
4,5g 8/8h 8/8h + 0,75g extra
Tazobactam 6/6h 8/8h CAPD: DOSE SE CL <10
HEMO: Dose após HD
Pirazinamida 2g/dia 100% 100% 50% CAPD: Sem correção
15- 15.000UI/
15.000Ui/ HEMO: 10.000 UI/kg/ 5-7
Polimixina B 30.000UI/kg 24/24h Kg/ 48-
kg/dia dias
dia 72h
300- 300- HEMO: Sem correção
Rifampicina 600mg/dia 600mg/d
600mg/d 600mg/d CAPD: DOSE SE CL <10
HEMO: 1g extra pós-HD
Sulfametoxazol 8/8h 12/12h 18/18h 24/24h CAPD: 1 g extra por dia
HEMO: metade da dose
15mg/kg/dia plena após HD
Streptomicina 50% 24-72h 72-96h
(max.: 1g/dia) CAPD: 20-40mg/ Litro
perdido na HD
500mg 6/6h HEMO: Dose p/ TFG <10
Vancomicina* 6/6h 24-48h 48-96h CAPD: Dose p/ TFG <10
(ou 1g CAVH: Dose p/ TFG 10-

Anfotericina B 12/12h)
0,4-1mg/kg/d 24/24h 24/24h 24-48h
50
HEMO: NA
CAPD: DOSE SE CL <10
100-400mg/ HEMO: 100% da dose
Fluconazol 100% 50% 50% recomendada após HD
dia CAPD: DOSE SE CL <10
5-12,4mg/Kg HEMO: Dose após HD
Aciclovir 8/8h 12/12h 24/24h
8/8h CAPD: DOSE SE CL <10
HEMO: Hemodiálise; CAPD: diálise peritoneal;

(*) A Vancomicina possui doses com grande diferença dentro do mesmo intervalo do
Clearance de creatinina. Via de regra, recomenda-se que seja realizada a dosagem sérica
da Vancomicina nos casos de insuficiência renal. Como nossa Instituição não dispõe de tal
serviço, recomendamos que a dose com menor intervalo seja utilizada para valores de
Clearence mais elevados.

OBS: Aminoglicosídeos: dose única diária não indicado para neutropênicos ou endocardite

7
4. ANTIBIOTICOPROFILAXIA E ANTIBIOTICOTERAPIA CIRÚRGICAS

4.1. CIRURGIAS ORTOPÉDICAS

DURAÇÃO INDICAÇÃO
CIRURGIA ATB
Cefalotina 48 horas
Colocação de prótese Profilático
Cefalotina
Fx exposta GI 14 dias Tratamento
Clindamicina + 14 dias
Fx exposta G II; III Tratamento
Gentamicina
Sem infecção Cefalotina
Intra-operatório Profilático
local
Amputação
Com infecção Tratamento conforme
- Tratamento
local/ gangrena o agente

4.2. CIRURGIAS OBSTÉTRICAS/GINECOLÓGICAS

CIRURGIA ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO


Parto normal (com
Não se recomenda* - -
episiotomia)
Baixo risco Não se recomenda - -
Intra-operatório
Cesariana Cefalotina (após o
Alto risco** Profilaxia
clampeamento do
cordão umbilical)
Abortamento induzido, aborto
Clindamicina+
infectado, antecedente de 7 dias Tratamento
Gentamicina
doença inflamatória pélvica
Abortamento não infectado Não se recomenda - -
Correção de cistocele ou
Não se recomenda - -
retocele
Histerectomia (vaginal ou Cefalotina
Intra-operatório Profilaxia
abdominal)
Mastectomia, Nodulectomia ou
Cefalotina
Cirurgia estética com prótese Intra-operatório Profilaxia
(com ou sem dreno)
Cefalotina
Oncoginecológicas Intra-operatório Profilaxia
Oncoginenecológicas com
Cefalotina
contaminação por conteúdo de 24 horas Profilaxia
+Metronidazol
alça intestinal

* Exceção: Risco para Estreptococos grupo B- GBS ( RN Prévio com GBS, Cultura recente
com GBS, bolsa rota > 18 horas, parto prematuro, hipertermia materna no momento do

8
parto): Penicilina G Cristalina ou Ampicilina a cada 4 horas e manter até 24 horas após o
parto.

** Alto risco: Cesariana de emergência, DHEG, DPP, Placenta prévia, obesidade mórbida,
DM descompensado.

4.3 CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO

Segue proposta da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar para as cirurgias de


Cabeça e Pescoço. Favor analisar e enviar sugestões de alteração:
 
TIPO CIRURGIA ATB/DURAÇÃO INDICAÇÃO
pequeno porte / sem lesão
Não indicado -
de mucosa
limpa
grande porte / com lesão de Cefalotina intra-
Profilaxia
mucosa / oncológica operatório
Clindamicina
Potencialmente Contaminada (comunicação +
Profilaxia
com TG1 / trato respiratório) / contaminada Gentamicina
24h
Ceftriaxone
+
Oncológica Infectada Tratamento
Metronidazol
7 - 14 dias
 

4.4 CIRURGIA UROLÓGICA

CIRURGIA ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO


Cefalotina
Nefrectomia Intra-operatório Profilaxia
Intra-operatório,
Cultura Cefalotina
manter até retirada Profilaxia
negativa ou Ciprofloxacina
Prostatectomia da SVD
transuretral Tratamento
Cultura
conforme - Tratamento
positiva
antibiograma
12 horas antes +
Ciprofloxacina VO
Biópsia transretal até 24h após Profilaxia
procedimento
Hipospádia, Orquiectomia,
Postectomia, Vasectomia, Não recomendado - -
Varicoceletomia

9
4.5 CIRURGIA GERAL

A. CIRURGIA DE VIAS BILIARES

CIRURGIA ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO


Sem fatores Não
- -
Colecistectomi de risco recomendado
a eletiva Com fatores Cefalotina
Intra-operatório Profilaxia
de risco*
Não Cefalotina
Até procedimento Profilaxia
complicada
Ampicilina +
Tratamento até
Colecistite Gentamicina+
controle clínico (72h
aguda Metronidazol
Complicada# afebril e leucograma Tratamento
ou
inocente) ou resolução
Ciprofloxacina +
cirúrgica
Metronidazol
Ampicilina+ Manter tratamento até
Gentamicina+ controle clínico ( 72
Metronidazol horas afebril e com
Colangite Tratamento
ou leucograma inocente)
Ceftriaxone+ e desobstrução da via
Metronidazol biliar
2 horas antes
CPRE° e no Profilaxia
Ciprofloxacina
Intra-operatório

* Fatores de risco: Pacientes idosos (> 60 anos), Diabetes descompensada, obesidade,


Icterícia obstrutiva, história de colecistite recente, coledocolitíase
# Complicada: Pacientes idosos (> 60 anos), necrotizante, empiema, diabetes
descompensada.
° Uso na ausência de obstrução é controverso.

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B. CIRURGIA DO TRATO GASTROINTESTINAL
CIRURGIA ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO
Cefalotina Intra-
Cirurgia de esôfago Profilaxia
operatório
Cirurgia Sem fatores
Não recomendado - -
gastroduodenais de risco
(inclui
gastrostomia Com fatores Cefalotina Intra-
Profilaxia
endoscópica de risco# operatório
percutânea)
Preparo
Preparo mecânico: mecânico 1
Cirurgia de
Neomicina + Metronidazol dia antes
colón e íleo Eletiva Profilaxia
Profilaxia EV: Cefalotina + EV no
distal
+Metronidazol intra-
operatório
Urgência ou
contaminação
de cavidade
Cefalotina
com fezes 24 horas Profilaxia
+Metronidazol
ocorrida no
intra-
operatório
Cirurgia Proctológica com Intra-
Metronidazol Profilaxia
contaminação operatório
Laparoscopias Não recomendada -

# Fatores de risco: obesidade mórbida, pacientes idosos ( > 60 anos), gastroparesia,


obstrução, diminuição da acidez gástrica

11
C. CIRURGIAS LIMPAS

CIRURGIA ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO


Esplenectomias Não recomendado - -
Sem fatores
Não recomendado - -
de risco
Com fatores
Herniorrafia
de risco* ou Cefalotina Intra-
Profilaxia
colocação de operatório
tela
Traqueostomia Não recomendado
Intra-
operatório,
Cefalotina
Traqueostomia contaminada podendo
estender até
24 horas
* Fatores de risco: Pacientes idosos(>60 anos), Diabetes mellitus, Imunossuprimidos,
obesidade mórbida, desnutrição, hérnias de grande volume.

D. CIRURGIAS COM PERITONITE

PERITONITE ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO


Ampicilina + Gentamicina +
Presença de pus ou Metronidazol Tratamento
Tratamento
perfuração ou por 5- 7 dias
Ceftriaxone + Metronidazol
Ampicilina + Gentamicina +
Tratamento
Peritonite generalizada (com Metronidazol
por 7 – 10 Tratamento
pus e/ou perfuração) ou
dias
Ceftriaxone + Metronidazol

E. TRAUMAS/ URGÊNCIAS

CIRURGIA ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO


Ferimento Anestesia local Não recomendado - -
de partes Anestesia em Cefalotina
moles Intra-operatório Profilaxia
CC
Trauma Tratamento por 10-14
Penetrante Ceftriaxone* Tratamento
craniano dias
Intra-operatório,
Trauma cabeça fechado e Cefalotina
podendo estender até Profilaxia
pescoço **
24 horas
Trauma torácico (com Cefalotina
24 horas Profilaxia
drenagem tórax)
Trauma torácico com Clindamicina +
Tratamento por 7 dias Tratamento
perfuração de esôfago Gentamicina

12
Sem perfuração Cefalotina 24 horas
Profilaxia
de alça
Ampicilina +
Gentamicina +
Trauma
Metronidazol
abdominal Com perfuração Tratamento por 5- 10
ou Tratamento
de alça dias
Ceftriaxone +
Metronidazol

Ampicilina +
Trauma pelviperineais Gentamicina + Tratamento 7 dias Tratamento
Metronidazol
Intra-operatório
Cefalotina
Lesão Vascular podendo estender até Profilaxia
24 horas #
Não Cefalotina
24 horas Profilaxia
complicada + Metronidazol
Ampicilina +
Complicada Gentamicina +
Apendicite
(perfurada, Metronidazol
Tratar por 5- 7 dias Tratamento
abscesso ou ou
peritonite) Ceftriaxone+
Metronidazol
Leve Não recomendada - -
Pancreatite
Grave
aguda Imipenem Tratamento até Tratamento
(Necrohemorrá
resolução
gica)
Ampicilina +
Gentamicina +
Úlceras Metronidazo
Peritonite Tratamento 7 dias Tratamento
perfuradas ou
Ceftriaxone+
Metronidazol

* Ceftriaxone para traumatismo craniano deve ser utilizada em dose para S.N.C., ou seja, 4
g/ dia para adulto e 100mg/Kg/dia para crianças.

** Quando há comunicação com cavidade orofaríngea, é prudente associar Clindamicina ao


esquema.

# Estender até 24 horas se houver grande dano tissular e/ ou contaminação bacteriana. Se


associado à fratura exposta, tratar conforme protoloco de fraturas

13
4.6 CIRURGIA VASCULAR

CIRURGIA ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO


Ausência de Cefalotina
Cirurgia Intra-operatório Profilaxia
úlceras
vascular
Presença de Cefalotina Tratamento por
periférica Tratamento
úlceras 7 dias
Sem infecção Cefalotina
Intra-operatório Profilaxia
local
Ciprofloxacina +
Amputação Tratamento por
Com infecção Clindamicina.
10-14 dias Tratamento
(gangrena) Ajustar conforme
antibiograma
Cirurgias vasculares com Cefalotina
24 horas Profilaxia
implantação de próteses
Fístula arteriovenosa sem
Não recomendado
prótese
Cefalotina
Cateter Implantável Intra-operatório Profilaxia

OBS: Amputação Traumática vide Cirurgia Ortopédica (Fratura Exposta)

4.7 CIRURGIA CARDÍACA

CIRURGIA ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO


Cefalotina
Sem prótese 24 horas Profilaxia
Cefalotina
Com prótese 48 horas Profilaxia

4.8 NEUROCIRURGIA

CIRURGIA ATB DURAÇÃO INDICAÇÃO


Cefalotina ou
Sem válvula Intra-operatório Profilaxia
Oxacilina
Craniotomia
Cefalotina ou
Com válvula 24-48 horas Profilaxia
Oxacilina
Cirurgia com acesso
Clindamicina Intra-operatório Profilaxia
transesfenoidal
Fístula liquórica
Ceftriaxone 7 dias Tratamento

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5. ANTIBIÓTICOS USADOS EM PROFILAXIA CIRÚRGICA: DOSAGENS E TEMPO
DE REPIQUE

INTERVALO INTRA-
INTERVALO PÓS-
ATB DOSE PADRÃO OPERATÓRIO
OPERATÓRIO
(REPIQUE)
Cefazolina 1g ( >80Kg= 2g) 4 horas 8 horas
Cefoxitina 1g 3 horas 6 horas
Cefalotina 1g 2 horas 4 horas
Gentamicina 80mg 4 horas 8 horas
Ampicilina 2g 4 horas 4-6 horas
Clindamicina 600 mg 4 horas 8 horas
Metronidazol 500 mg 8 horas 8 horas

15
6. INFECÇÃO EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

6.1. DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)

Etiologia mais comum:


 Neisseria gonorrhoeae
 Chlamydia trachomatis
 Ureaplasma urealyticum
 Micoplasma hominis
 Streptococcus agalactiae
 Anaeróbios ( Peptococcus spp.; Peptostreptococcus spp.; Bacteróides spp.)

1) Tratamento ambulatorial*:

 Ceftriaxone 250 mg IM em dose única +


 Azitromicina 1g VO em dose única ou 500 mg VO 1x/dia por 3 dias

2) Tratamento hospitalar:

CRITÉRIOS PARA A HOSPITALAZIÇÃO E USO DE


ANTIBIOTICOTERAPIA PARENTERAL
Abdômen Agudo Inflamatório
Falha do tratamento ambulatorial
Presença de abscesso tubo-ovariano
Intolerância ao tratamento ambulatorial
Adolescente
HIV/AIDS
Usuárias de DIU

a. Primeira escolha para DIP com presença de abscesso tubo-ovariano**:


 Ampicilina + Gentamicina + Metronidazol

b. Primeira escolha para DIP sem abscesso tubo-ovariano:


 Penicilina cristalina + Gentamicina

c. Alternativo:
 Clindamicina + Gentamicina

Duração do tratamento: em todos os casos, o antibiótico intravenoso deve ser


mantido até pelo menos 24 horas após a melhora clínica, sendo necessária a
complementação do tratamento até 14 dias com:
 Azitromicina 1g VO em dose única ou 500 mg VO 1x/dia por 3 dias
 Clindamicina 600 mg VO 6/6h (preferível nos casos de presença de
abscesso tubo-ovariano)

* em todos os casos, o parceiro sexual deve receber Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 14
dias.
** Nos casos de abscesso tubo-ovariano, deve ser considerado abordagem cirúrgica.

16
6.2 ABORTAMENTO SÉPTICO

Ampicilina ou Penicilina
+
1ª Escolha Gentamicina
+
Metronidazol
2ª Escolha Gentamicina + Clindamicina

Duração do tratamento: até afebril por 48 horas de tratamento antimicrobiano

OBS: Conduta cirúrgica deverá ser tomada se risco iminente de vida ou após 24 horas de
tratamento antimicrobiano

6.3 CORIOAMNIONITE

1ª Escolha 2ª Escolha
Penicilina + Gentamicina
Resolução via cesárea Gentamicina + +
Metronidazol Clindamicina
Ampicilina
Resolução via vaginal + Ampicilina-Sulbactam
Gentamicina
Duração do tratamento: 07 dias

6.4. INFECÇÃO PUERPERAL

Penicilina
+
1ª Escolha Gentamicina
+
Metronidazol
Gentamicina
2ª Escolha +
Clindamicina
Duração do tratamento: até afebril por 48 horas de tratamento antimicrobiano.

17
6.5. MASTITE

 Tratamento hospitalar:
 Drenagem cirúrgica
 Tratamento antimicrobiano:
o Cefalotina EV
ou
o Clindamicina EV
Duração do tratamento: 7-10 dias

 Tratamento domiciliar:
 Tratamento antimicrobiano:
o Cefalexina VO
ou
o Clindamicina VO
 Reavaliar após 3 dias de tratamento se possibilidade cirúrgica
Duração do tratamento: 7- 10 dias

OBS.: Cuidados locais como calor são aconselháveis.

18
7. INFECÇÃO EM ORTOPEDIA

7.1. FRATURA EXPOSTA

 Fratura exposta Grau/Tipo I: Cefazolina ou Cefalotina EV por 10 a 14 dias


 Fratura exposta Grau/ Tipo II e III: Gentamicina + Clindamicina EV por 14 dias

7.2. OSTEOMIELITES

TRATAMENTO DURAÇÃO DO
CULTURA
INICIAL TRATAMENTO
Gentamicina
5-7mg/Kg/dia EV

16.1. Hemocultura
Oxacilina 2g EV 4/4h
16.2. Cultura de osso
(ou Clindamicina 600mg
16.3. Cultura de 4-6 semanas
OSTEOMIELITE IV 6/6h)
secreção ( Mínimo de 2
AGUDA
(colhida no semanas EV )
Corrigir
C.C.)
posteriomente de
acordo com os
resultados das
culturas
Gentamicina
5mg/Kg/dia IV (ou
Ciprofloxacina 500 mg
VO 8-12/12h)
+/-
Clindamicina 600 mg IV
OSTEOMIELITE
16.4. Cultura de osso 6/6h 6-9 Meses
CRÔNICA
Corrigir
posteriomente de
acordo com os
resultados das
culturas

19
8.3. PIOARTRITE AGUDA

AGENTES: Staphylococcus aureus (90%)


Neisseria gonorrhoeae
CULTURA: Líquido sinovial

TRATAMENTO:
Oxacilina EV
+/-
Gentamicina EV

# Se cultura positiva para Neisseria gonorrhoeae: Ceftriaxone

8.4. INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO

 Com prótese: Retirar material se possível, com envio do mesmo para cultura;
Coletar no centro cirúrgico também para cultura secreção local e osso.
 Sem prótese: Avaliar necessidade de limpeza cirúrgica. Coletar secreção e se
necessário, material ósseo para a cultura.
 Antibioticoterapia - Introduzir:

PRIMEIRA ESCOLHA Cefepime EV +/- Vancomicina EV *


Piperacilina-Tazobactam EV +/-
ALTERNATIVO
Vancomicina EV*

* O uso de Vancomicina deve ser feito criteriosamente. Discutir caso a caso com a CCIH.

** Após o resultado da cultura, o antibiótico deve ser ajustado de acordo com o


antibiograma e o bem estar do paciente.

20
8. INFECÇÕES EM UROLOGIA

TRATAMENTO
INFECÇÃO MICRORGANISMO PRIMEIRA
ALTERNATIVO
ESCOLHA
Não complicada: Não complicada: SMX-TMP
Ciprofloxacina VO (800/160mg) VO por 2 a 4
 Enterobactérias por 2 a 4 semanas semanas
GRAM negativas Complicada:
(E.coli; Proteus Iniciar com
Complicada: Iniciar com
Prostatite mirabilis; Klebsiella Ampicilina EV +
Ciprofloxacina EV +
bacteriana pneumoniae, entre Gentamicina EV ,
Gentamicina EV,
aguda outras); completando o
completando o tratamento
 Enterococos; tratamento com
com Ciprofloxacina VO
 Staphylococcus Ciprofloxacina VO
quando melhora do quadro.
aureus quando melhora do
Tratamento por 4 semanas
quadro. Tratamento
por 4 semanas
Ciprofloxacina VO
 Enterobactérias por 6 semanas.
GRAM negativas
(E.coli; Proteus Considerar
SMX-TMP (800/160mg) VO
Prostatite mirabilis; Klebsiella profilaxia nas
por 6 semanas.
bacteriana pneumoniae, entre recorrências com
crônica outras); Nitrofurantoína 100
 Enterococos; mg/d ou
 Staphylococcus Ciprofloxacina
saprophyticus 250mg/d ou SMX-
TMP 400/80mg/d
Cefalosporina de 3ª Geração
(Ceftriaxone) por 10 dias -
 E. coli; considerar somente nos
Orquite Ciprofloxacina VO
 K. pneumoniae; casos em que há
bacteriana por 10 dias
 S.aureus. necessidade de internação,
gravidade e contra-indicação
para o uso de Cipro.
> 35 anos: E.coli;
Ciprofloxacina VO SMX-TMP (800/160mg) por
Pseudomonas spp;
por 10 dias 10 dias
Haemophilus spp.
< 35 anos:
Ceftriaxone 500mg
Epididimite considerar germes
IM em dose única +
de DST
Doxiciclina 100mg
(N. gonohrreae,
VO 12/12h por 10
Clamydia
dias
trachomatis)

21
9. INFECÇÕES DE PARTES MOLES

TRATAMENTO
DOENÇA AGENTE
PRIMEIRA ESCOLHA ALTERNATIVA

Ambulatorial: Penicilina
procaína IM
Clindamicina VO ou EV
Streptococcus do
grupo A; Internado: Penicilina
ERISIPELA Duração do tratamento:
Staphylococcus cristalina EV
07 dias
aureus
Duração do tratamento:
7 dias

Ambulatorial:
Cefalexina VO
Streptococcus do Clindamicina VO ou EV
grupo A; Internado: Oxacilina EV
CELULITE Staphylococcus ou Cefalotina EV Duração do tratamento:
aureus 07 dias
Duração do tratamento:
07 dias

Streptococcus do
grupo A; Eritromicina VO por 7
Cefalexina VO por 7
IMPETIGO Staphylococcus dias
dias
aureus

Ciprofloxacina EV +
Ceftriaxone EV +
Clindamicina EV
Polimicrobiano Metronidazol EV
FASCEÍTE (Correlacionar com ou
NECROTIZANTE/ possíveis Considerar abordagem
Ampicilina- Sulbactam
SÍNDROME DE cirúrgica/ câmara
comorbidades do EV
FOURNIER hiperbárica
paciente) Duração do tratamento:
Duração do tratamento:
14-21 dias
14-21 dias

22
10. INFECÇÃO DO PÉ DIABÉTICO

AGENTES TRATAMENTO TRATAMENTO


FORMA DEFINIÇÃO
ETIOLÓGICOS DE ESCOLHA ALTERNATIVO
Ulceração
superficial
envolvendo
derme e Cefalotina EV
epiderme, com (se internação)
Clindamicina EV
saída de pouca a Staphylococcus
ou VO
FORMAS moderada aureus Cefalexina VO
LEVES quantidade de Streptococcus (ambulatorial)
Tratar por 10-14
secreção spp.
dias
purulenta, com Tratar por 10-14
celulite adjacente dias
mínima e sem
risco de perda do
membro.
Ulceração
profunda
envolvendo
Ciprofloxacina
tecido
VO
subcutâneo,
+
músculos e/ou Ceftriaxona EV
Clindamicina EV
osso, ou lesões +
extensas, com Metronidazol EV
FORMAS Ou
grande
MODERADAS- Polimicrobiano
quantidade de +/- Vancomicina
GRAVES Amicacina EV
secreção
+
purulenta, áreas Tratar por 14-21
Clindamicina EV
de necrose, com dias
toxicidade
Tratar por 14-21
sistêmica, risco
dias
de perda do
membro ou risco
de vida

OBS.: Se houver comprometimento ósseo, instabilidade hemodinâmica e/ ou suspeita de


falha terapêutica com os esquemas acima, solicitar avaliação da CCIH.

23
11. INFECÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL- FÍGADO, PÂNCREAS E VIAS
BILIARES

11.1. PÂNCREAS:

Sem indicação de tratamento


Pacreatite Aguda Leve -
antimicrobiano
Sem indicação de tratamento
Pancreatite Crônica -
antimicrobiano específico
Imipenem-Cilastatina EV
Pancreatite complicada (pancreatite
(Em casos de menor gravidade,
necrohemorrágia/ pseudocisto
Enterobactérias discutir com CCIH:
pancreático infectado/ abscesso
Ciprofloxacina EV +
peripancreático)
Metronidazol EV)
Tratar durante 14 a 21 dias.

11.2. VIAS BILIARES:

Gentamicina EV + Metronidazol
EV +/- Ampicilina EV

Ou

Enterobactérias Ciprofloxacina EV +
Colecistite aguda complicada Anaeróbios Metronidazol EV +/- Ampicilina
Enterococo EV

Manter tratamento até controle


clínico (72 horas afebril e com
leucograma inocente) ou
resolução cirúrgica
Gentamicina EV + Metronidazol
EV + Ampicilina EV

Ou
Enterobactérias
Ceftriaxone EV + Metronidazol
Colangite Enterococos
EV
Anaeróbios
Manter tratamento até controle
clínico ( 72 horas afebril e com
leucograma inocente) e
desobstrução da via biliar

24
11.3. FÍGADO

Gentamicina EV + Metronidazol
EV (+/-Ampicilina EV)

Ou
Enterobactérias
Enterococos
Abscesso Hepático Ceftriaxone EV + Metronidazol
Amebíase
EV
Anaeróbios
Manter o tratamento por 14-21
dias ou 5-7 dias após resolução
cirúrgica.

 Em indivíduos acima de 70 anos, substituir Aminoglicosídeo por Cefalosporina de 3ª


Geração ( Ceftriaxone ) ou Quinolona (Ciprofloxacina) EV ou VO.

25
12. INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO

12.1. INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO SUPERFICIAL


Definição: Infecção envolvendo ferida operatória, acometendo somente pele.

LOCAL ANTIBIÓTICO OBSERVAÇÃO


Avaliação ultrassonográfica/
Ciprofloxacina VO tomográfica do local;
Cirurgias abdominais Ou Se houve manipulação de
Cirurgias de tórax (dreno) Clindamicina EV alças intestinais, adicionar
Cirurgias ortopédicas Ou Metronidazol EV à
Gentamicina EV gentamicina/ciprofloxacina
Curativo local
Cirurgias ginecológicas Dependendo da extensão,
Clindamicina EV
Cirurgias de cabeça e pescoço associar Gentamicina EV
Se paciente já estava fazendo
Cirurgias vasculares Ciprofloxacina VO (ou
uso do esquema
(Gangrena/ Pé diabético/ Amicacina EV) +
antimicrobiano anterior:
Amputação) Clindamicina EV
Piperacilina-Tazobactam

12.2. INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO PROFUNDA


Definição: Infecção envolvendo ferida operatória, acometendo tecido celular subcutâneo.

LOCAL ANTIBIÓTICO OBSERVAÇÃO


Se houve manipulação
de alça intestinal,
associar Ampicilina EV
Sem uso prévio de Amicacina EV +
Cirurgias abdominais Se necessidade de
antibiótico Metronidazol EV
limpeza cirúrgica, coletar
material para cultura
durante o procedimento.
Se necessidade de
Ciprofloxacina VO
limpeza cirúrgica, coletar
ou Cefepime EV +
material para cultura
Metronidazol EV
durante o procedimento.
Com uso prévio de
O uso de Vancomicina
antibiótico Ou
pode ser considerado de
acordo com a situação
Piperacilina-
clínica (solicitar avaliação
Tazobactam EV
da CCIH).
Sem envolvimento
Cirurgias de tórax Ciprofloxacina VO
pulmonar/ Sem uso
Cirurgias de cabeça ou
prévio de
e pescoço Clindamicina EV
cefalosporinas
Com envolvimento Levofloxacina O uso de Vancomicina
pulmonar/ VO/EV pode ser considerado de
Uso prévio de + Clindamicina EV acordo com a situação
cefalosporinas ou clínica (solicitar avaliação

26
Cefepime EV +
da CCIH).
Clindamicina EV
Sem uso prévio de Ciprofloxacina VO
Cirurgias vasculares
antibiótico + Clindamicina EV
Piperacilina- O uso de Vancomicina
Tazobactam EV pode ser considerado de
Com uso prévio de
ou acordo com a situação
antibiótico
Cefepime EV + clínica (solicitar avaliação
Metronidazol EV da CCIH).
Gentamicina EV ou Cefepime EV
Cirurgias
+
ginecológicas
Clindamicina EV

27
13. DIARRÉIA AGUDA
Diarréia

Considerar:
 Presença de febre
 Nº de evacuações/dia
 Idade (< 5 anos ou >70 anos)
 Condições imunossupressoras (AIDS,
Transplantados, mediacações)
 Presença de sangue nas fezes

NÃO SIM

Avaliar
Hidratação necessidade de
Mediacações anti- Internação
espasmódicas
Observação SIM NÃO

Terapia sintomática
 Protoparasitológico (PPF) +/-
 Coprocultura Terapia
 Considerar métodos invasivos antimicrobiana
(retossigmodoscopia/ empírica*
colonoscopia)
 Evitar medicações anti-diarréicas
 Suporte clínico * Tratamento
antimicrobiano empírico:
 Considerar tratamento
1. Sulfametoxazol-
antimicrobiano empírico*
Trimetoprim
800/160mg VO
12/12h;
2. Metronidazol 400
OBS: Diarréia causada por E.coli enterohemorrágica
mg VO 8/8h;
não deve ser tratada com antimicrobiano pelo risco
3. Ciprofloxacina
de síndrome hemolítico-urêmica.
500mg VO 12/12hs

Duração:3-5 dias

28
14. PARASITOSES INTESTINAIS

AGENTE TRATAMENTO
Metronidazol 500 mg VO 8/8h por 10 dias
Entamoeba histolytica (sintomática)
Tinidazol 2g VO 1x/dia por 2-5 dias
Metronidazol 250 mg VO 8/8h por 7-10 dias
Giárdia lamblia Tinidazol 2g VO em dose única
Albendazol 400 mg VO 1x/dia por 5 dias
Forma intestinal:
Tiabendazol 25 mg/kg/dose, 2x/dia
(máx.:3g/dia) VO, por 2 dias; repetir após 15
dias
Ivermectina 200mcg/Kg/dia VO por 2 dias
Cambendazol 5mg/Kg VO em dose única
Strongiloides stercoralis
Hiperinfecção:
Tiabendazol 25 mg/kg/dose, 2x/dia
(máx.:3g/dia) VO, por 5-7 dias ou 500mg/dia
VO por 30 dias
Cambendazol 5mg/kg VO 1x/semana por 3-5
semanas
Forma habitual:
Levomizol: adultos- 150 mg VO em dose
única/ crianças- 80 mg VO em dose única
Albendazol 400 mg VO em dose única
Ascaris lumbricoides Oclusão/ Sub-oclusão intestinal:
Hexaidrato de Piperazina 100mg/ kg (máx.:
6g/dia) + 50 ml de óleo mineral VO/SNG; após
24 horas: 50 mg/kg +50 ml de óleo mineral
Abordagem cirúrgica
Praziquantel 10mg/kg VO em dose única
Taenia sollium/saginata
Praziquantel 25mg/kg VO em dose única;
Hymenolepsis nana/ H.diminuta
repetir após 10 dias
Oxipirantel 6-8 mg/kg VO em dose única
Trichuris trichiura Albendazol 400 mg VO em dose única
Mebendazol 100 mg VO 12/12h por 3 dias
Mebendazol 100 mg VO em dose única
Albendazol 400 mg VO em dose única
Enterobius vermicularis
Pamoato de pirvínio 10mg/kg VO em dose
única
Espiramicina 1g VO 3x/dia
Criptosporidium spp.
Duração: indeterminada

29
15. INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)

15.1. Bacteriúria assintomática

Não há indicação de tratamento, exceto em pacientes de risco:


 transplante de órgãos sólidos;
 granulocitopenia;
 gravidez;
 pré-operatório de cirurgias urológicas;
 pré-operatório de colocação de próteses;
 Diabetes mellitus (controverso).

Tratamento: de acordo com o antibiograma por 3 a 7 dias.

15.2. Infecção do trato urinário baixo (cistite)

15.2.1. Mulher grávida, puérpera ou nutriz


Realizar urina tipo 1 e urocultura

Iniciar antibioticoterapia empírica:


• Cefalosporina de 1a geração VO (cefalexina) ou
• Amoxicilina VO
(READEQUAR SE NECESSÁRIO COM O RESULTADO DE CULTURAS)

Duração: 7 dias

Exames de controle: urina tipo 1 e urocultura após 2 a 4 semanas

15.2.2. Mulher não-grávida


A infecção do trato urinário não complicada em mulheres não-grávidas não requer
necessariamente a realização de exames laboratoriais.

Iniciar antibioticoterapia empírica VO:


 Ácido nalidíxico ou
 Nitrofurantoína ou
 SMX – TMP ou
 Cefalexina ou
 Norfloxacina
( READEQUAR SE NECESSÁRIO COM O RESULTADO DE CULTURAS)

Duração: 3-7 dias

30
Em casos de ITU refratária ao tratamento convencional:
Presença de sintomas Tratamento por Ausência de melhora clínica:
3 dias Realizar urina tipo 1 e urocultura

Doxiciclina VO por 7 dias ou Se urocultura (-), URINA I alterada e


Azitromicina VO em dose única CONSIDERAR DST: urocultura(-):
Chlamydia tachomatis Repetir cultura em 48h
Ureaplasma urealitycus
Gardnerella vaginalis
Micoplasma hominis

15.2.3. Homem

Tratamento obrigatório em pacientes com alterações anatômicas, como a hiperplasia


prostática.

Realizar: urina tipo 1 Tratamento de acordo com


urocultura antibiograma por 7 dias

Tratamento empírico oral:


 SMX-TMP
 Norfloxacina
 Ciprofloxacina
 Cefuroxima axetil (Zinnat)

15.3. Infecção do trato urinário alto (pielonefrite aguda)

 Na presença de sintomas clínicos sugestivos de infecção do trato urinário alto,


solicitar:
 urina I;
 urocultura;
 hemocultura

 Investigar alterações do trato urinário com métodos de imagem (obstrução/ cálculos/


abscessos)

 Iniciar antibioticoterapia empírica VO, IV ou IM, de acordo com o estado geral do


paciente, e reavaliar em 72 h para passar à terapêutica oral ou ajustar conforme
cultura e antibiograma.

 Critérios de internação hospitalar por pielonefrite incluem:

31
 Casos graves, instáveis;
 Crianças;
 Suspeita de abscesso, obstrução ou cálculo com hidronefrose;
 Gestantes;
 Vômitos persistentes, a despeito de antieméticos;
 Terapia oral não disponível;
 Sexo masculino;
 Dificuldade de seguimento.

 Opções de tratamento:
 Aminoglicosídeos EV ou IM *
 Ciprofloxacina EV ou VO
 Ceftriaxone EV
 -lactâmicos + inibidores da -lactamase (amoxacilina-clavulanato ou
ampicilina-sulbactam )

 O tratamento deve ser mantido por 10 a 14 dias

* Para pacientes com insuficiência renal ou com idade >65 anos, evitar uso de
Aminoglicosídeo.

15.4. Infecção em pacientes com cateter urinário

O principal fator de risco para infecção do trato urinário é a presença da sonda vesical.

A) Uso de cateter urinário + ausência de sintomas clínicos de infecção: não há


indicações de tratamento, exceto em pacientes de alto risco (vide bacteriúria
assintomática);

B) Uso de cateter urinário + suspeita clínica de ITU:


a. Piúria franca: trocar cateter urinário, solicitar nova urina I e urocultura e
iniciar antibioticoterapia empírica (vide acima). Corrigir de acordo com
antibiograma se necessário. Duração do tratamento: 07-14 dias
b. Urina clara, porém urina I e urocultura positivas:reavaliar necessidade de
sonda; trocar sonda vesical de demora e solicitar nova urina I e urocultura. Se
paciente grave, com instabilidade, iniciar antibioticoterapia empírica.

32
15.5. Candidúria

15.5.1. Candidúria sintomática


Caracterizada pela presença de sintomas clínicos e piúria:
 Trocar ou retirar a sonda (parar ATM, se possível);
 Indicar tratamento;
Propostas de tratamento:
a) Fluconazol VO 200 mg no 1º dia e 100 mg/dia nos 5 dias subseqüentes.
b) Anfotericina B 0,3 mg/Kg IV em dose única.

15.5.2. Candidúria assintomática


a) Ausência de sintomas clínicos, ausência de piúria
e presença de urocultura (+) para espécie de
Candida com >10.000 UFC/mL

Pacientes de alto risco: Pacientes não-pertencentes


• Pré-operatório de cirurgia urológica ao grupo de risco
• Neutropênicos
• Transplantados
Tratamento não-indicado
Se sondado, trocar a sonda. Para
todos, repetir urocultura após 48h

Cultura (+) >10.000 UFC/mL Indicado tratamento

b) Ausência de sintomas clínicos,


porém com piúria e cultura + para
espécie de Candida

Pacientes de alto risco: Pacientes não pertencentes ao grupo


Pós-transplante renal de risco
Pré-operatório de cirurgia urológica
Neutropênicos
Retirar Sonda Vesical de Demora se presente

Trocar sonda e iniciar tratamento


Discutir tratamento com a CCIH

33
16. MENINGITES BACTERIANAS

Tratamento empírico inicial baseado na etiologia usual e circunstância clínica do paciente.

Tratamento empírico
Circunstância clínica Etiologia usual
inicial*
Pneumococo (>80%)
Adultos sem fator de risco Ceftriaxona EV por 10-14dias
Meningococo
Staphylococcus aureus ou
Trauma cranioencefálico
coagulase-negativo Ceftriaxona EV por 10-14dias
penetrante
Bacilos Gram negativos

Staphylococcus aureus ou
História de neurocirurgia ou
coagulase-negativo Cefepime EV + Vancomicina
colocação de válvula de
Pseudomonas aeruginosa EV 10-14 dias
derivação recente
Acinetobacter baumannii

Ceftriaxona EV por 10-14


Fístula liquórica Pneumococo dias

Cefalosporina de 3ª Geração
Bacilos GRAM negativos; Es (cefotaxima) + Ampicilina
treptococcus do grupo B;
Crianças até 3 meses
Listeria monocitogenes; Ou
Staphylococcus spp
Aminoglicosídeo + Ampicilina
Neisseria meningitidis
Crianças > 3 meses Streptococcus pneumoniae Ceftriaxone EV
Haemophylus influenzae*

Obs:
1: Dose de Ceftriaxone para SNC 100mg/kg/d (adultos: 4g/d)

2: Preconiza-se a associação de corticóide (dexametasona 0,15 mg/kg/dose de 6/6h por 2-4


dias) pois há evidências de melhora do prognóstico. Se o corticóide for utilizado, a
Vancomicina deverá ser evitada, pois sua penetração no líquor estará diminuída

3: Em gestantes, RN, indivíduos acima de 50 anos e pacientes HIV+, pela probabilidade de


Listeria, recomenda-se a associação ao esquema antimicrobiano de Ampicilina

*Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado.

34
16.1. ANTIBIÓTICO ESPECÍFICO DE ACORDO COM O AGENTE PARA TRATAMENTO
DE MENINGITE

250-400.000 UI/
Penicilina G Kg/ d
4/4h
Neisseria cristalina (máximo: 24
7 dias
meningitidis milhões UI/dia)
200- 400 mg/Kg/d
Ampicilina 4-6/6h
(máximo: 12g/dia)
Penicilina G 250-400.000 UI/
cristalina Kg/d
4/4h
(MIC (máximo: 24
Streptococcus penicilina<0,06) milhões UI/dia)
14 dias
pneumoniae Ceftriaxone
(MIC 100 mg/ Kg/dia
12 –24/24h
penicilina> (máximo: 4g/ dia)
0,06)*
Haemophillus
100 mg/ Kg/dia 7- 10 dias
spp. Ceftriaxone 12-24/24 h
(máximo: 4g/ dia)
Staphylococcus 200 mg/Kg/d
Oxacilina 4-8/8h
aureus (máximo: 12g/ dia)
21 dias
(considerar perfil 40-60 mg/Kg/d
Vancomicina 6-12/12h
de sensibilidade) (máximo: 2g/ dia)
100 mg/ Kg/d
Ceftriaxone 12-24/24 h
(máximo: 4g/dia)
Enterobactérias 14- 21 dias
200 mg/ Kg/ d
Cefotaxima 6/6h
(máximo: 12g/dia)

* Se MIC ceftriaxone > 2: associar Vancomicina 1g EV 12/12h ao tratamento com


Ceftriaxone.

35
17. NEUTROPENIA FEBRIL

 Neutropenia: Contagem total de neutrófilos em sangue periférico inferior a 1000


células/ mm³.
 Neutropenia grave: contagem total de neutrófilos em sangue periférico inferior a 500
células/ mm³.

Neutrófilos  1000 células/ mm³



febre ( temp. axilar  38°C)

 Hemocultura- 03 amostras;
 Urina I + urocultura;
 Cultura de qualquer outro sítio
potencial de infecção ;
 Função renal e eletrólitos;
 Curva térmica (4/4h)

Instável Cefepime ou Estável


hemodinamicamente Piperacilina- hemodinamicamente
ou internação prévia Tazobactam
recente

Reavaliação após Cultura(s) +


Imipenem- Cilastatina 48-72 horas
(Considerar
Vancomicina)* Cobertura antimicrobiana
Com febre de acordo com cultura

Associar Vancomicina Cultura(s) -


Reavaliar após 24 (Avaliar introdução de
horas Imipenem-Cilastatina*)

Sem fator de risco**


Sem febre
Persistência da febre

Avaliar alta hospitalar ***


Com fator de
Anfotericina B risco**

Se neutrófilos > 500 cell/mm³ por mais


Se Neutrófilos < 500 cell/ mm³: de 2 dias consecutivos + ausência de
manter tratamento por 14 dias febre: manter tratamento por mais 5-7
dias

36
* Fatores para introdução da Vancomicina no esquema inicial: instabilidade
hemodinâmica, mucosite grave, infecção relacionada a cateter, profilaxia prévia com
quinolona, cultura positiva para gram positivo, colonização prévia por agente só sensível à
vancomicina

** Fatores de risco: Queda do estado geral; Rebaixamento do nível de consciência;


Presença de comorbidades: mucosite grave, diarréia, pneumonia e celulite; Intervalo entre
quimioterapia e neutropenia de até 15 dias; Recidivas oncológicas; Transplantados;
Necessidade de ventilação mecânica invasiva.

*** Avaliar término do tratamento intra-hospitalar ou domiciliar.

37
18. ENDOCARDITE INFECCIOSA
Mediante a suspeita clínica de endocardite, colher 3 amostras de hemoculturas, colhidas de
locais diferentes

18.1. TRATAMENTO EMPÍRICO DE ACORDO COM A SITUAÇÃO CLÍNICA:

Situação clínica Tratamento inicial Tratamento cirúrgico


Somente se houver
Endocardite de evolução Penicilina (ou Ampicilina) +
complicações clínicas
subaguda Aminoglicosídeo
importantes
Endocardite de evolução
Penicilina (ou Ampicilina) + Considerar tratamento
subaguda com
Aminoglicosídeo + Oxacilina cirúrgico
embolização séptica
Endocardite em usuário Depende das complicações
Oxacilina + Aminoglicosídeo
de droga endovenosa clínicas importantes
Vancomicina +
Endocardite em prótese
Aminoglicosídeo (ou Obrigatório
valvar
Cefepime )

18.2. TRATAMENTO DE ACORDO COM O AGENTE INFECCIOSO:

Duração mínima
Tratamento de
Agente do tratamento Tratamento alternativo
escolha
(semanas)
Penicilina
Streptococcus do Ampicilina ou Vancomicina
cristalina +/- 4-6
grupo Viridans +/- Gentamcina
Aminoglicosídeo
Ampicilina + Vancomicina +
Enterococcus spp. 4-6
Gentamcina Gentamicina
Enterococcus spp.
Com alto grau de Vancomicina +
4-6 Linezolina + Gentamicina
resistência à Gentamicina
penicilina
HACEK Ceftriaxone 6 Ampicilina + Gentamcina
Staphylococcus Oxacilina +
spp. Sensível à Aminoglicosídeo 4-6 Vancomicina
oxacilina por 3 a 7 dias
Linezolida/Teicoplanina +
Staphylococcus Vancomicina + Gentamicina
spp. Resistente à aminoglicosídeo 4-6
oxacilina por 3 a 7 dias

Fungos Anfotericina B 4-6 Fluconazol (EV)


De acordo com
Gram negativos 4-6 -
antibiograma

38
18.3. TRATAMENTO CIRÚRGICO:

O tratamento cirúrgico é regra em pacientes com endocardite de valva protética. Considerar


em: ICC grave;Agentes resistentes; Embolização séptica;Agentes específicos como
S.aureus, fungos e BGN; Complicações intracardíacas (rutura de cordoalha e abscesso).

19. INFECÇÃO DE CATETER VASCULAR

19.1. INFECÇÃO DE ACESSO VASCULAR PERIFÉRICO:

Sinais de infecção:
 Presença de sinais inflamatórios no local da punção (dor, rubor local ou seguindo
trajeto vascular, aumento de temperatura) - FLEBITE

Como proceder:
A) Remover acesso vascular e puncionar em outro local que não seja próximo ao
acometido;
B) Cuidados locais;
C) Se presença de febre, ausência de melhora com a remoção do acesso vascular
ou evolução para celulite, introduzir antimicrobiano:

● Cefalexina VO ou Cefalotina EV ou Oxacilina EV

O tempo de tratamento é de 05 a 07 dias.


Não havendo melhora após 48 horas ou piora do estado clínico do paciente, solicitar 02
pares de hemocultura e avaliação da CCIH para conduta antimicrobiana.

19.2. INFECÇÃO DE INSERÇÃO DE CATETER VASCULAR CENTRAL (CVC):

Sinais de infecção:
Presença de secreção purulenta na inserção do CVC;
Presença de hiperemia importante, com edema e calor local, sugestivo de
celulite;

Como proceder:
A) Solicitar dois pares de hemocultura de sangue periférico;
B) Retirar cateter e enviar ponta para cultura;
C) Considerar necessidade de iniciar antibioticoterapia empírica*;
D) Avaliar considerações para tratamento antimicrobiano:

Ponta de cateter positiva, hemoculturas Não tratar e observar evolução clínica;


negativas, ausência de sinais clínicos de considerar suspensão de antibioticoterapia
infecção** empírica.
Ponta de cateter positiva, hemoculturas
Tratar conforme cultura e antibiograma por 7
negativas e presença de sinais sistêmicos
a 10 dias
de infecção
Ponta de cateter positiva e hemoculturas Tratar conforme cultura e antibiograma,
positivas, independente do estado clínico seguindo o protocolo de tratamento de

39
do paciente bacteremia relacionada ao CVC

OBS: Cultura de ponta de cateter semi-quantitativa (método de Maki) são consideradas


positivas quando houver crescimento de um único microrganismo, acima de 15 UFC.

* Indicação de antibioticoterapia empírica: presença de instabilidade hemodinâmica, estado


clínico do paciente, comorbidades (patologias e/ou condições imunossupressoras como
doenças oncológicas, quimioterapia, colagenoses e doenças cardíacas valvares).Iniciar uso
de Vancomicina .

** Em pacientes com doença cardíaca valvar e condições imunossupressoras, avaliar


necessidade de repetir hemocultura.

19.3. BACTEREMIA RELACIONADA COM CATETER VASCULAR CENTRAL

Sinais de infecção:
 Episódio febril agudo, sem outro foco definido;
 Presença de bacteremia relacionado com a manipulação do cateter
(administração de medicamento; sessão de hemodiálise);

Como proceder:
A) Colher três amostras de hemocultura de sangue periférico;
B) Remover CVC;
C) Enviar ponta do CVC para cultura;
D) Avaliar realização de Ecocardiograma
E) Antibioticoterapia empírica: deve ser iniciada assim que colhidas as devidas
culturas em pacientes que encontram-se clinicamente graves; em pacientes
hemodinâmicamente estáveis, avaliar introdução de antibiótico considerando
comorbidades do paciente e evolução clínica;

 Antibiótico de escolha: Vancomicina

F) Após resultado de culturas, dar seguimento conforme as orientações abaixo:

Suspender tratamento
Ponta de cateter negativa Observação clínica
Hemocultura negativa Investigar outros focos se persistência da
febre
Excluir contaminação
Ponta de cateter positiva
Seguir protocolo de infecção de óstio
Hemocultura negativa
descrita acima
Ponta de cateter positva Tratar conforme cultura e presença de
Hemocultura positiva complicações

40
Considerações sobre duração do tratamento conforme agente etiológico:

AGENTE TRATAMENTO OBSERVAÇÃO


Excluir contaminação;
O Staphylococcus coagulase-
Staphylococcus negativo só é considerado
Tratar com antibiótico
coagulase-negativo como agente se houver sinais
específico por 5 a 7 dias
(ECN) de infecção e presença de 3
amostras de hemocultura
positivas
Tratar com antibiótico
específico conforme É recomendável realizar
Staphylococcus aureus antibiograma até que ecocardiograma para avaliação
paciente esteja afebril por 7 de endocardite bacteriana
dias consecutivos
Tratar com antibiótico
específico conforme
Bacilos Gram-negativos antibiograma até que -
paciente esteja afebril por 7
dias consecutivos
Os pacientes com patologias
de base graves (neoplasias e
condições imunossupressoras)
Tratar com Anfotericina até e em uso de NPT prolongada
Fungos que paciente esteja afebril são mais propensos a
por 7 dias consecutivos apresentarem fungemia. É
recomendável realizar
ecocardiograma para avaliação
de endocardite
Presença de
complicações: Tratar com antibiótico
 Endocardite específico conforme Solicitar avaliar da CCIH para
bacteriana; antibiograma por 4 a 6 discussão do caso
 Embolia séptica; semanas
 Osteomielite

Este protocolo não contempla as infecções de cateter tunelizados ou implantáveis. Nestes


casos, torna-se necessário discussão com a CCIH para seguimento do caso.

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20. INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS ALTAS

DOENÇA AGENTES
TRATAMENTO OBSERVAÇÃO
Primeira escolha:
1. Amoxicilina VO por 1- Não é recomendado o
10-14 dias RX de seios da face
2. Azitromicina VO por para fins diagnósticos;
5-7 dias 2- Considerar TC de seios
3. Cefuroxima-axetil da face:
 Streptococcus  Má resposta à terapia;
VO por 7-10 dias
pneumoniae  Suspeita de
Rinossinusite  Moraxella complicações (abscesso
aguda Ausência de melhora
catarrhalis periorbital, cerebral ou
clínica com um dos meningite bacteriana por
 H. influenzae tratamentos de escolha: contigüidade)
1. Amoxicilina-  Avaliação pré-operatória;
Clavulanato por 7  Rinossinusite crônica ou
dias recorrente
2. Levofloxacina por 5-  Imunossuprimidos
7 dias
1. Amoxicilina VO por
7- 10 dias;
2. Amoxicilina-
 S. pneumoniae Clavulanato VO por
Otite Média
 H. influenzae 7-10 dias;
Aguda (OMA)
 M. catarrhalis 3. Cefuroxima-axetil
VO por 7-10 dias;
4. Azitromicina VO por
5 dias
A faringoamigdalite
estreptocócica é uma
1. Penicilina benzatina doença auto-limitada. O
IM dose única tratamento objetiva a
 Streptococcus 2. Amoxicilina VO por prevenção de febre
Amigdalite pyogenes 10 dias reumática, prevenção de
bacteriana  H. influenzae 3. Azitromicina VO por complicações locais, tais
 M.catarrhalis 5 dias como abscesso
retrofaríngeo e peritonsilar,
4. Claritromicina VO
mastoidite, sinusite e otite,
por 10 dias redução da transmissão e
melhora dos sintomas.
Traqueobronqui  Micoplasma 1. Não recomendado
tes pneumoniae 2. Se sintomas
 Vírus persistentes por
mais de 5 dias:
 Eritromicina VO 5-7
dias
 Azitromicina VO 5
dias

42
 Amoxicilina VO 5-7
dias
21. PNEUMONIA COMUNITÁRIA

Se necessidade de internação hospitalar, solicitar: hemograma, RX de tórax PA/perfil,


função renal e eletrólitos; hemocultura: 03 amostras antes do antibiótico e de locais
diferentes; gasometria arterial; sorologia para HIV se suspeita de tuberculose ou
pneumocistose; bacterioscopia de escarro com pesquisa de BAAR em três amostras se
suspeita de tuberculose pulmonar

21.1. TRATAMENTO DE ACORDO COM ESCALA DE GRAVIDADE:

Streptococcus
pneumoniae Amoxacilina VO ou
Micoplasma
Ambulatorial pneumoniae Azitromicina VO ou 7-10 dias
Clamydia pneumoniae
Haemophilus influenzae Levofloxacina VO
Vírus
Levofloxacina EV/VO ou

Streptococcus Azitromicina EV/VO ou


Modificar para VO
pneumoniae
Internação para
Haemophilus influenzae Cefuroxima sódica EV:VO
breve (24-48 complementação
Legionella spp. ou
horas) domiciliar;
Moraxella catarrhalis
7a 14 dias
Amoxacilina-Clavulanato
EV/VO

Levofloxacina EV ou
Streptococcus
pneumoniae Ceftriaxone EV +
Internação em Haemophilus influenzae Azitro/Claritro ou
7-14 dias
Enfermaria Legionella spp.
Clamydia pneumoniae Ampicilina-sulbactam EV
Bacilos Gram negativos + Azitro/Claritro

Ceftriaxone EV +
Streptococcus
Azitro/Claritro ou
pneumoniae
Internação em Legionella spp.
Ampicilina-sulbactam EV 7-14 dias
UTI Clamydia pneumoniae
+ Azitro/Claritro ou
Bacilos Gram negativos
Vírus
Levofloxacina EV

OBS: Para tratamento de PAC, Levofloxacina 750mg/d por 5 dias tem eficácia clínica e
microbiológica comparável a 500mg/d por 10 dias

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22. PNEUMONIA ASPIRATIVA

22.1. TRATAMENTO AMBULATORIAL:


1. Amoxicilina-clavulanato VO
2. Levofloxacina VO + Clindamicina ou Metronidazol VO

22.2. TRATAMENTO HOSPITALAR:


1. Levofloxacina EV + Clindamicina ou Metronidazol EV
2. Ceftriaxona EV + Clindamicina ou Metronidazol EV
3. Amoxacilina-clavulanato EV

DURAÇÃO DO TRATAMENTO: 7 a 14 dias, conforme gravidade.

23. ABSCESSO PULMONAR


Broncoscopia e drenagem cirúrgica podem fazer parte do tratamento complementar.
Na presença de derrame pleural associado à imagem compatível com abscesso pulmonar,
realizar SEMPRE toracocentese, com análise bioquímica e cultura do líquido e avaliar
necessidade de drenagem de tórax.

23.1. TRATAMENTO AMBULATORIAL:

1. Amoxicilina-Clavulanato VO
2. Levofloxacina+ Clindamicina VO

23.2. TRATAMENTO HOSPITALAR:

1. Levofloxacina EV + Clindamicina EV
2. Ceftriaxona EV + Clindamicina EV

DURAÇÃO DO TRATAMENTO: Completar mínimo de 3 semanas ( 21 dias).

24. EMPIEMA PLEURAL AGUDO


Conduta:
1) Realizar toracocentese, com análise bioquímica (pH, DHL, glicose e proteínas), celularidade
e cultura;
2) Métodos de imagens: Tomografia computadorizada de tórax ou ultrassom;
3) Indicação de drenagem de tórax.
4) Antibióticoterapia:

 Cefalosporina de 3ª Geração (Ceftriaxona)


 Amoxacilina-Clavulanato / Ampicilina-sulbactam

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Duração do tratamento: 14-21 dias

25. PNEUMONIA NOSOCOMIAL

O tratamento de pneumonia adquirido no hospital deve ser avaliado considerando múltiplas


variáveis, a saber:
 Tempo de internação
 Precoce: até 4 dias de internação hospitalar;
 Tardia: acima de 4 dias de internação hospitalar.
 Fatores de risco:
 Uso prévio de antimicrobiano;
 Uso de ventilação mecânica invasiva;
 Internação de Unidade de Terapia Intensiva;
 Gravidade da infecção

Segue abaixo as recomendações para tratamento das pneumonias nosocomiais de acordo


com as variáveis expostas acima:

25.1. PNEUMONIA NOSOCOMIAL PRECOCE:

Ceftriaxone + Azitromicina ou

Sem fatores de risco Ampicilina-sulbactam + Azitromicina ou

Levofloxacina
Cefepime

Com fatores de risco ou

Piperacilina-tazobactam

* no caso de pacientes graves, com instabilidade hemodinâmica ou insuficiência


respiratória aguda, aumentar dose de Cefepime para 2g EV 8/8h
** Se houver risco de broncoaspiração, associar Metronidazol ou Clindamicina

25.2. PNEUMONIA NOSOCOMIAL TARDIA:

Cefepime ou
Sem fatores de risco
Piperacilina-Tazobactam
Com fatores de risco Imipenem-Cilastatina / Meropenem
+/-
Gentamicina/Amicacina
Se paciente instável hemodinâmicamente
ou longa internação em UTI com cateter

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venoso central e ventilação mecânica,
considerar Vancomicina / Linezolida

No tratamento da pneumonia nosocomial tardia, especialmente aquelas relacionadas à


ventilação mecânica invasiva, é mandatório a coleta de hemocultura. Se houver alteração
da secreção brônquica ou aumento da mesma, solicitar a cultura de secreção traqueal*.
Após o resultado de culturas, deve ser realizada correção antimicrobiana de acordo com o
antibiograma.

DURAÇÃO DO TRATAMENTO:
Com o objetivo de evitar seleção de microorganismos multirresistentes, tratar pelo mínimo
de dias possíveis ( 7 dias )

* Secreção traqueal quantitativa


O valor da secreção traqueal quantitativa ainda hoje é bastante controverso, devendo ser
solicitada criteriosamente. A priori, não se recomenda a coleta de secreção traqueal
rotineira, sendo recomendado nesta instituição que sua coleta seja realizada apenas
naqueles com pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), de início tardio e que
apresentam repercussão clínica de pneumonia e alteração da secreção traqueal (cor,
aspecto ou quantidade). Apesar da boa sensibilidade (até 55%), sua especificidade é
considerada baixa em relação aos demais métodos de cultura de secreções pulmonares
(lavado broncoalveolar e escovado brônquico) devida à alta probabilidade de germes
colonizantes durante a coleta.
São considerados valores positivos aqueles acima de 10 6 UFC/ml.
A coleta de secreção traqueal para cultura deve ser colhida obrigatoriamente pelo
fisioterapeuta e é um exame exclusivo da UTI. Para solicitação de secreção traqueal no
pronto-socorro, faz-se necessário a avaliação prévia da equipe da CCIH para liberação da
execução do exame.

46
26. TUBERCULOSE

Os casos de tuberculoses devem ser acompanhados ambulatorialmente, não sendo


recomendado a internação do paciente para investigação.

Os pacientes com suspeita de tuberculose pulmonar devem ser internados nas


seguintes situações:
1) Insuficiência Respiratória Aguda;
2) Hemoptise franca;
3) Infecção bacteriana associada grave;
4) Casos sociais.

Todo paciente suspeito de TB pulmonar ou laríngea deve ser colocado em precaução respiratória
por aerossóis (uso de máscara N-95) até que o diagnóstico seja descartado ou que haja 3
amostras de escarro negativas. Ao ser realizado o diagnóstico de tuberculose no paciente
internado, mandatoriamente deve ser sugerido ao paciente realizar a sorologia para HIV. A
mesma pode ser realizada ambulatorialmente.

26.1. Esquemas de tratamento:

ESQUEMAS INDICAÇÃO 1ª FASE 2ª FASE


Todos os tipos de
Rifampicina (R)
tuberculose, exceto Rifampicina (R)
Isoniazida (H)
meningotb; recém- Isoniazida (H)
Pirazinamida (Z)
ESQUEMA I diagnostico ou que
Etambutol (E)
tenha tratado por
menos de 30 dias Duração: 4 meses
Duração: 2 meses
anteriormente.
Rifampicina (R)
Rifampicina (R) Isoniazida (H)
Isoniazida (H)
Meningoencefalite Pirazinamida (Z)
ESQUEMA II
tuberculosa*. Etambutol (E) Duração: 7 meses

Duração: 2 meses

Estes pacientes devem ser encaminhados à


unidade de referência para a avaliação e
ESQUEMA III - Falência do definição do esquema terapêutico a ser
abolido tratamento instituído baseado no teste de sensibilidade aos
fármacos. Até que este resultado seja obtido, o
esquema básico deve ser mantido.

* Recomenda-se o uso de corticosteróides (prednisona, dexametasona ou outros sob


equivalência) por 1 a 4 meses no início do tratamento.

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27. LEPTOSPIROSE

O diagnóstico é presuntivo, com base na epidemiologia e clínica do paciente. Ao se


suspeitar de leptospirose, o tratamento deve ser introduzido imediatamente e a sorologia
solicitada com intervalo de 7 dias após o início dos sintomas.
O tratamento deve ser iniciado com até 5 dias da instalação dos sintomas. Após este
período, a introdução de tratamento antimicrobiano, segundo dados da literatura, é
contraditória.

1ª Escolha
Penicilina Cristalina
Alternativos Ceftriaxone ou Doxiciclina ou Ampicilina

Duração do tratamento: 7-10 dias


Na suspeita de leptospirose, o Serviço de Vigilância Epidemiológica deve ser acionado
para avaliação do caso, coleta da sorologia e notificação compulsória.

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28. INFECÇÕES OPORTUNISTAS DA AIDS

TRATAMENTO DE TRATAMENTO
DOENÇA
ESCOLHA ALTERNATIVO PROFILAXIAS
Sulfametoxazol- Pentamidina ou
Trimetoprim por 21 Clindamicina +
Pneumocistose dias Primaquina SMX-TMP
+ +
Corticóide Corticóide
Sulfadiazina Clindamicina
Primária: SMX-TMP
+ +
Pirimetamina Pirimetamina
Secundária:
Neurotoxoplasmose + +
Sulfadiazina +
Ácido folínico Ácido folínico
Pirimetamina + Ácido
Duração: 6 Duração: 6
folínico
semanas semanas
Anfotericina B +
Flucitosina por 14
Neurocriptococose Fluconazol Fluconazol
dias. Fluconazol por
8-10 semanas.
Fluconazol 7-14 Anfotericina B 7 a
Candidíase esofagiana Não necessita
dias 10 dias
Ganciclovir
Infecção por
10mg/Kg/dia por 21 Foscarnet Ganciclovir
Citomegalovírus (CMV)
dias

Profilaxia primária:
Claritromicina + Azitromicina
Micobacterium avium- Claritromicina +
Etambutol + Profilaxia secundária:
intracellulare Etambutol
Ciprofloxacina Claritromicina +
Etambutol

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