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Rotulagem de alimentos e
bebidas
Julho/2013
Rotulagem de alimentos e
bebidas
O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT fornece soluções de informação tecnológica sob medida, relacionadas aos
processos produtivos das Micro e Pequenas Empresas. Ele é estruturado em rede, sendo operacionalizado por centros de
pesquisa, universidades, centros de educação profissional e tecnologias industriais, bem como associações que promovam a
interface entre a oferta e a demanda tecnológica. O SBRT é apoiado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas – SEBRAE e pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação – MCTI e de seus institutos: Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.
Dossiê Técnico Rotulagem de alimentos e bebidas
ALMEIDA, Elisa Farias Sauwen de
Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro - REDETEC
20/6/2013
Resumo Informa como o fabricante deve elaborar os rótulos dos produtos
alimentícios, indicando as legislações pertinentes e os órgãos
responsáveis pela sua regularização e fiscalização, assim como
os métodos de aplicação dos rótulos de acordo com a
embalagem e equipamentos utilizados nesse processo.
Salvo indicação contrária, este conteúdo está licenciado sob a proteção da Licença de Atribuição 3.0 da Creative Commons. É permitida a
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menção ao: Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - http://www.respostatecnica.org.br
Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3
2. OBJETIVO....................................................................................................................... 3
6. EQUIPAMENTOS .......................................................................................................... 14
Referências ........................................................................................................................ 18
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO
O MAPA trata dos produtos de origem vegetal in natura (grãos, sementes, farinhas), origem
animal (cárneos, laticínios, ovos e mel), bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. O ministério
fiscaliza a descrição do rótulo a partir de amostras do alimento embalado (MAPA, [200-?]).
O INMETRO regulamenta a forma que os pesos e medidas devem ser apresentados nos
rótulos (MAPA, [200-?]).
Além do texto legal, o fabricante deve explorar o rótulo de modo que ele seja atraente para o
consumidor, fazendo deste uma ferramenta de marketing para o produto. Para isso, as
formas e cores utilizadas, o material escolhido, o tipo de impressão e o maquinário utilizado
devem ser considerados para a obtenção de um rótulo de qualidade (PEREIRA, 2010).
2. OBJETIVO
3. ROTULAGEM GERAL
Nos subitens a seguir, são apresentados aquelas características que devem ser observadas
em qualquer rótulo de alimentos e bebida.
A Resolução RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002, indica os itens que devem estar
obrigatoriamente na rotulagem de qualquer produto alimentício. Segundo Brasil (2002a), são
eles:
Brasil (1969) torna obrigatório, ainda, as seguintes frases de advertência de acordo com o
aditivo utilizado:
• bebidas alcóolicas;
• aditivos alimentares;
• especiarias;
• água;
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• vinagre;
• sal;
Para obtenção do valor dos nutrientes, o fabricante pode utilizar diversas fontes, sendo
necessário que estas estejam sempre à disposição das autoridades caso seja pedido. As
fontes mais recomendadas são as tabelas de composição de alimentos abaixo, segundo
ANVISA (2005):
Para utilizar essas tabelas, o fabricante deve localizar o produto de seu interesse e
selecionar os valores indicados para a montagem da tabela nutricional. Outra forma de
calcular, é através de software próprio para isso, encontrados à venda no mercado ou o
programa da própria ANVISA: Sistema de Rotulagem Nutricional (SRN), que para utilizar, o
interessado deve cadastrar o CNPJ da empresa. Esses programas calculam a tabela a partir
do cadastro da receita do produto (ANVISA, 2005).
O valor dos nutrientes, da tabela nutricional, deve estar calculado para a quantidade
indicada na tabela I da Resolução RDC nº 359, de 23 de dezembro de 2003. Essa
quantidade é chamada de porção. Cada produto tem uma porção, que foi definida a partir
das características nutricionais dos alimentos, com base em uma alimentação saudável
(BRASIL, 2003b).
Nessa mesma tabela I da RDC nº 359, há, também, junto com o valor da porção, a
indicação da medida caseira (quantidade do produto representado em medidas como colher,
prato, unidade, fatia, etc.) que também deve estar presente na tabela nutricional (BRASIL,
2003b).
Por exemplo, se o produto for um bolo, o fabricante deve procurar “bolo” na tabela I da RDC
nº 359 e verá que para esse produto a tabela nutricional deve ser calculada para uma
porção de 60 g e medida caseira de 1 fatia (ANVISA, 2005).
Por último, é calculado a percentagem do Valor Diário (VD) de cada item da tabela
nutricional. O VD é baseado nos Valores Diários Recomendados (VDR) indicados na
Resolução RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003. O cálculo é feito por regra de três,
relacionando os valores achados, na porção do produto, com os valores fixados no VDR.
Concluindo o VD, o fabricante deve escolher um dos três modelos de tabela nutricional
indicados na RDC nº 360 e preencher com os dados encontrados (ANVISA, 2005).
Para utilizar os claims, os fabricantes devem seguir os passos abaixo de acordo com
ANVISA (2012):
1º passo: verificar se o produto pode veicular INC e definir a quantidade do mesmo que deve
ser utilizada para averiguação do atendimento aos critérios de composição, sendo que:
• se o produto que se pretende fazer INC for café, chá, água, vinagre, especiarias,
aditivo, bebida alcóolica ou coadjuvante de tecnologia, o produto não está apto;
• se o produto for classificado como “para fins especiais”, pela ANVISA, deve-se
averiguar no regulamento técnico específico, deste produto, se a INC é permitida;
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O fabricante deve atentar, ainda, aos seguintes pontos, segundo ANVISA, (2012):
2º passo: verificar se o nutriente que se pretende fazer a alegação, está dentro do escopo
da RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012. O nutriente deve estar indicado no item 5. Caso
esteja, o fabricante deve verificar se o valor do nutriente se enquadra no item 5.1 (valores
absolutos), ou no 5.2 (valores comparativos) (ANVISA, 2012).
Valores absolutos, são aqueles valores que determinado nutriente deve ter no alimento ou
bebida para utilizar o claim. A RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012 define esses valores
no item 5. Por exemplo, o produto poderá utilizar o claim “Baixo em calorias...”, se tiver até
40 kcal (170 kJ) (BRASIL, 2012).
Valores comparativos são aqueles produtos que comparados com o produto original do
fabricante, teve redução ou adição de no mínimo 25 % do nutriente que pretende se fazer a
alegação. E caso não haja produto original, a comparação pode ser feita através da média
de três produtos similares encontrados no mercado (BRASIL, 2012).
3º passo: ajustar a tabela nutricional do produto que apresenta INC no rótulo. A tabela
nutricional deve ter o nutriente que está sendo declarado na informação complementar.
Todos os alimentos e bebidas, com INC, devem apresentar tabela nutricional, inclusive
aqueles excluídos pela RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003 (ANVISA, 2012).
enquadrar nessa categoria o produto deve ter adição entre 7,5 % e 15 % da IDR. O rótulo
destes produtos devem ter, obrigatoriamente, segundo Brasil (1998b):
3) Sal hipossódico – produto elaborado com a mistura de cloreto de sódio e outros sais que
mantenham o poder de salga. O rótulo destes produtos devem ter, obrigatoriamente,
segundo Brasil (1995):
4) Alimentos para fins especiais – são aqueles produtos que foram fabricados para uma
população específica ou para pessoas com necessidades especiais (CÂNDIDO; SÊGA,
2008). São divididos em:
b) Alimentos para atletas – o rótulo destes produtos devem ter, obrigatoriamente, segundo
Brasil (2010):
• frase em destaque: "Este produto não substitui uma alimentação equilibrada e seu
consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico";
c) Alimentos infantis – o rótulo destes produtos devem ter, obrigatoriamente, segundo Brasil
(1998d; 1998e):
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• a expressão "Utilizar leite e não água para diluir ou misturar o produto" , quando o
cereal desidratado contiver menos que 15 % de proteína e a qualidade desta for 70
% inferior à da caseína.
• a expressão "Utilizar leite e não água para diluir ou misturar o alimento”, quando o
mesmo contiver menos que 15 % de proteína e a qualidade desta for inferior a 70 %
que a da caseína.
3.5 Metrologia
Todo produto pré-medido deve constar na embalagem, informações sobre o seu conteúdo.
O órgão que regulamenta a forma como este dado deve vir disposto no rótulo é o
INMETRO, por meio da Portaria Inmetro n° 157, de 19 de agosto de 2002. A referida
portaria torna obrigatória a indicação quantitativa do produto na vista principal do rótulo, que
é aquela que representa a frente do produto. Ela deve vir com tamanho de letra conforme
Tabela II e III do item 4 da portaria. As unidades de medida devem estar de acordo com o
Sistema Internacional de Medidas (SI) (BRASIL, 2002b).
4. ROTULAGEM ESPECÍFICA
1. Produto Animal.
2. Produto vegetal in natura.
3. Bebidas alcóolica e Bebidas não alcóolicas.
4. Produto vegetal industrializado.
5. Água.
A rotulagem de produto animal, que engloba carnes, leite, pescados, frutos do mar e mel, é
regulamentada pelo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
Animal – Decreto nº 30.691, de 29 de março de 1952 – que dá as disposições gerais
(BRASIL, 1952).
Segundo Brasil (1952), os rótulos de produto animal, além dos já indicados na rotulagem
geral obrigatória, devem ter, obrigatoriamente, os seguintes componentes:
As demais peculiaridades dos rótulos de produto de origem animal devem ser observadas
nos respectivos regulamentos técnico que poderão ser consultados no site do Ministério da
Agricultura. Depois de prontos, os croquis dos rótulos devem ser enviados ao ministério para
aprovação e registro, antes de serem postos para comercialização (BRASIL, 1952).
A peculiaridade dos rótulos dos vegetais in natura, que compreendem os cereais, grãos e
farinhas, é a obrigatoriedade da indicação, no rótulo, da classificação do produto (BRASIL,
2000a).
O produtor deve enviar uma amostra do produto para análise, que é feita pelo MAPA ou por
um dos seus estabelecimentos credenciados. Depois dos testes, o produtor recebe um
documento com a classificação contendo o tipo, a classe e a subclasse do produto. Essas
informações devem ir na parte principal do rótulo com dimensões iguais as do peso líquido,
indicadas na Portaria nº 157 no INMETRO (BRASIL, 2007).
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Além das disposições da rotulagem geral obrigatória, as bebidas devem conter no rótulo as
seguintes informações, segundo Brasil (2009):
Segue, abaixo, a lista de alimentos que se enquadram nessa categoria, segundo ANVISA
([200-?]):
• adoçantes de mesa;
• alimentos congelados;
• amidos e féculas;
• café;
• cacau;
• chás;
• condimentos e temperos.
4.5 Água
• nome da fonte;
• classificação da água;
Elaborado o texto legal do rótulo do produto alimentício, o fabricante deve elaborar o design,
ou seja, a forma como este texto será disposto, as cores, formas e claims comerciais.
Normalmente, essa etapa é feita pelas agências de marketing (PEREIRA, 2010).
Depois, deve-se estudar a melhor forma dele ser aplicado na embalagem. Nesse momento
são definidas as formas de impressão e maquinário necessário, que deve considerar
também o material da embalagem escolhido para o produto (PEREIRA, 2010).
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O material do rótulo pode ter uma infinidade de materiais, no entanto, os materiais utilizados
pela indústria são, normalmente, papel, papel metalizado ou plástico (PEREIRA, 2010).
Os rótulos de plástico, estão ganhando cada vez mais espaço no mercado, por terem
melhor resistência mecânica (rasgos) e química (deterioração) que os de papel. Os
materiais plásticos utilizados são: polietileno, polipropileno e polipropileno biorientado
(BOPP). Este último, é largamente utilizado pela indústria alimentícia por servir de barreira e
proteção aos alimentos e apesar de rígido e resistente, pode ser facilmente rasgado. Além
disso, ele apresenta alta transparência e brilho, o que torna as embalagens bonitas e
atraentes. Ele é encontrado principalmente em rótulos de óleo, refrigerante, biscoito e ovo
de páscoa (PEREIRA, 2010).
6. EQUIPAMENTOS
A Figura 6, mostra uma rotuladora de cola quente para rótulos de plástico ou papel, e
embalagens de metal, plástico e vidro.
A Figura 7, mostra uma rotuladora sem colas e solvente, para rótulos de plástico, e
embalagens de metal, plástico e vidro.
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A Figura 8, mostra uma rotuladora de cola fria para rótulos de alumínio, plástico, papel e
outros materiais, e embalagens de vidro e plástico.
Conclusões e recomendações
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Ressalta-se que as legislações indicadas podem passar por atualizações, e que a procura
por eventuais alterações é de responsabilidade do cliente.
Referências
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BRASIL. Lei nº 9972, de 25 de maio de 2000. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 26 maio 2000a. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9972.htm>. Acesso em: 20 maio 2013.
Identificação do Especialista
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