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Às minhas irmãs
Ao apresentar esta dissertação não podia deixar de nela exarar todo o agradeci-
mento devido a quem, directa ou indirectamente, contribuiu, através de orientação,
simples estímulo ou de ajuda propriamente dita, para a sua realização.
À Professora Doutora Helena Pereira, pela ideia do trabalho, por todo o apoio,
incentivo, disponibilidade e orientação, ao longo do seu desenvolvimento e, final-
mente, pela leitura crítica e revisão desta dissertação.
À Investigadora Doutora Teresa Quilhó, por toda a amizade, incentivo, espírito
de equipa e disponibilidade na co-orientação do trabalho desenvolvido e pela leitura
crítica e revisão desta dissertação.
Ao Investigador Doutor Luís Cruz Carneiro pela atenção que sempre me dispen-
sou, pela total disponibilidade com que sempre me recebeu, pelo estímulo e pela
orientação da análise estatística dos dados, assim como pela revisão do respectivo
texto nesta dissertação.
À Dra. Maria Clara Freitas, por toda a amizade, incentivo e colaboração no
início do trabalho disponibilizando informação.
À Dra. Maria Cândida Liberato pelo apoio, amizade e revisão dos nomes cientí-
ficos e respectivas famílias.
À Dra. Conceição Casanova, coordenadora do Programa Interministerial de Tra-
tamento e Valorização do Património do IICT (FCT), através do qual obtive uma bolsa
da Fundação para a Ciência e a Tecnologia que permitiu desenvolver parte deste
trabalho.
À Mestre Rita Freitas, directora dos Serviços de Planificação e Estatísticas do
Instituto para a Promoção de Exportações de Moçambique e à Mestre Regina Cruz da
Direcção Nacional de Terras e Florestas de Moçambique pelo incansável apoio e
disponibilização de grande parte da documentação de Moçambique.
À Dra. Fernanda Graça Gordo, do Instituto de Conservação da Natureza, pela
cedência da informação referente ao Cites.
À Professora Doutora Fátima Tavares e à Doutora Isabel Miranda, pela amizade
e incentivo que sempre mostraram no decorrer deste trabalho.
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
The necessity of sustainable tropical forests has contributed for a more rational
use of their resources based on scientific knowledge and organized information. This
work was based on two xylaria from the Instituto de Investigação Científica Tropical
(285 samples from Mozambique, Timor and India collections) and on 15 other species
from Mozambique. The available information was verified and completed, the anatomical
characterisation of new species was made, macro and microphotographies were taken
and colorimetric parameters were measured (L*, a*, b*). A virtual wood collection (e-
xylarium) was created by gathering and structuring information on nomenclature,
structure and anatomy, physical and macroscopic characteristics and potential uses.
Queries were designed for different purposes.
Numeric taxonomy grouped all wood samples by similarity classes taking into
account their origin, and the anatomical and physical characteristics. A high canonical
correlation was obtained between anatomical and physical data, such as: direct
correlation of volumetric shrinkage, L* and a* with vessel number and wall thickness
and indirect correlation with vessel diameter; direct correlation of radial shrinkage
with vessel diameter; direct correlation between ray width, fibre length and vessel
element length with humidity and indirect correlation with density, axial shrinkage
and b*.
Lista de Figuras
Lista de Quadros
PREÂMBULO
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5
2.1. Caracterização das madeiras ....................................................................................5
2.1.1. Estrutura anatómica ......................................................................................5
2.1.1.1. Características macroscópicas .....................................................9
a) Secções da madeira .......................................................................9
b) Camadas de crescimento ...........................................................10
c) Textura, fio, brilho, desenho .....................................................11
2.1.1.2. O xilema secundário de coníferas ............................................12
a) Traqueídos......................................................................................13
b) Parênquima axial ..........................................................................14
c) Canais de resina ...........................................................................14
d) Raios ................................................................................................14
e) Pontuações .....................................................................................15
2.1.1.3. O xilema secundário de folhosas .............................................16
a) Vasos ................................................................................................17
b) Perfurações e pontuações ..........................................................20
c) Raios ................................................................................................22
d) Parênquima ....................................................................................25
e) Fibras ...............................................................................................27
2.1.2. Propriedades físicas da madeira..............................................................29
2.1.2.1. Densidade .......................................................................................29
2.1.2.2. Humidade ........................................................................................31
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Figura 2.1 Câmbio vascular em relação aos tecidos que dele derivam. (A) - inicial
fusiforme; (B) - inicial radial; (C ) - corte transversal; (D) - corte radial
(só sistema axial); (E) - corte radial (apenas raio) (Esau 1974) ............. 6
Figura 2.5 Cortes anatómicos: transversal, tangencial e radial (da esquerda para a
direita). A - vaso, B - raio (Hoadley 1984) ................................................. 10
Figura 2.7 Transição abrupta na madeira do Pinus resinosa (Resinosa). (ew) - Zona
de lenho inicial, (lw) - Zona de lenho final, (rc) - canal de resina, (r ) -
raios (Core et al. 1979) ..................................................................................... 13
Figura 2.11 Elementos vasculares e suas perfurações (Barefoot & Hankins 1982) ...... 18
Figura 2.12 Três folhosas com porosidades diferentes: (A) - porosidade em anel, (B)
- porosidade semi-difusa, (C ) - porosidade difusa (Core et al. 1979) ...... 19
Figura 2.13 (A) - poros agrupados radialmente, (B) - poros agrupados em cachos,
(C) - poros isolados (Core et al. 1979) ........................................................ 19
Figura 2.14 (A) Perfuração simples, (B) Perfuração escalariforme (Core et al. 1979) ..... 20
Figura 2.17 (A) Tilos nos vasos, (B) Inclusões gomosas nos vasos (Core et al.
1979) ...................................................................................................................... 22
Figura 2.20 (A) Raios estrutura estratificada, (B) Raios agregados (Ferreirinha 1958) ....... 25
Figura 2.22 (A) Parênquima apotraqueal difuso, (B) - reticulado (Ferreirinha 1958) ..... 27
Figura 3.2 Aspecto geral da xiloteca do Jardim Botânico Tropical (IICT) ............. 67
Figura 3.3 Aspecto geral do museu do Jardim Botânico Tropical (IICT) ............... 68
Figura 4.8 Estrutura geral do lenho Cleistanthus schlechteri (Pax) Hutch ............ 125
Figura 4.9 Estrutura geral do lenho Combretum zeyheri Sond. ............................ 133
Figura 4.11 Estrutura geral do lenho Melaleuca leucadendron (L.) L. .................... 149
Figura 4.12 Estrutura geral do lenho Morus mesozygia Stapf ..................................... 157
Figura 4.13 Estrutura geral do lenho Pterocarpus antunesii (Tab.) Harms ............ 164
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Figura 4.14 Estrutura geral do lenho Rhodognaphalon schumannianum A. Robyns ..... 173
Figura 4.15 Estrutura geral do lenho Schrebera trichoclada Welw .......................... 180
Figura 4.16 Estrutura geral do lenho Syncarpia glomulifera (Sm.) Wilde ............ 189
Figura 4.18 Estrutura geral do lenho Xylia torreana Brenan ..................................... 205
Figura 4.26 Projecção das 81 madeiras no plano definido pelas primeira (I=23,0%) e
segunda (II=15,4%) componentes principais à qual foi sobreposta a
árvore de conexão mínima. .......................................................................... 227
Figura 4.27 Projecção das 20 características em estudo no plano definido pela pri-
meira (I=23,1%) e segunda (II=15,1%) componentes principais. ....... 227
Figura 4.28 Projecção das 81 madeiras no plano definido pelas primeira (I=23,0%) e
terceira (III=11,2%) componentes principais à qual foi sobreposta a
árvore de conexão mínima. .......................................................................... 228
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.30 Fenograma das 70 amostras de madeira, obtido usando o método UPGMA
aplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenética
r= 0,703) ............................................................................................................. 232
Figura 4.31 Projecção das 70 madeiras no plano definido pelas primeira (I=20,9%) e
segunda (II=15,4%) componentes principais à qual foi sobreposta
a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de dis-
tâncias. ................................................................................................................ 234
Figura 4.33 Projecção das 70 madeiras no plano definido pelas primeira (I=20,9%) e
terceira (III=11,2%) componentes principais à qual foi sobreposta
a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de dis-
tâncias ................................................................................................................. 235
Figura 4.34 Projecção das 20 características em estudo no plano definido pela pri-
meira (I=20,9%) e terceira (III=11,2%) componentes principais ........ 235
Figura 4.35 Exemplo de uma madeira clara Polyalthia fragans Benth. e Hook (C7=5)
e escura Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr M16 (C7=27) .............. 237
Figura 4.36 Fenograma das 87 amostras de madeira, obtido usando o método UPGMA
aplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenética
r = - 0,695) ......................................................................................................... 239
Figura 4.37 Projecção das 87 amostras de madeira no plano definido pelas primeira
(I=26,7%) e segunda (II=17,1%) componentes principais à qual foi
sobreposta a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de
distâncias ........................................................................................................... 241
Figura 4.38 Projecção das 13 características anatómicas no plano definido pela pri-
meira (I=26,7%) e segunda (II=17,1%) componentes principais. ....... 241
Figura 4.39 Projecção das 87 amostras de madeira no plano definido pelas primeira
(I=26,7%) e terceira (II=15,9%) componentes principais à qual foi
sobreposta a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de
distâncias ........................................................................................................... 242
Figura 4.40 Projecção das 13 características anatómicas no plano definido pela pri-
meira (I=26,7%) e terceira (II=15,9%) componentes principais. ......... 242
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Figura 4.41 árvore de conexão mínima mostrando a forma como as diferentes amos-
tras se ligam entre si (as distâncias não estão à escala). ..................... 243
Figura 4.42 Fenograma das 54 amostras de madeira, obtido usando o método UPGMA
aplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenética
r = 0,720)............................................................................................................ 246
Figura 4.43 Projecção das 54 amostras de madeira no plano definido pelas primeira
(I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentes principais à qual foi so-
breposta a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de
distâncias ........................................................................................................... 248
Figura 4.44 Projecção das 14 características físicas no plano definido pela primeira
(I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentes principais. .................. 248
Figura 4.45 Projecção das 54 amostras de madeira no plano definido pelas primeira (I=30,1%)
e terceira (III=14,2%) componentes principais à qual foi so-breposta a árvore de
conexão mínima obtida a partir da matriz de distâncias ................................. 249
Figura 4.46 Projecção das 14 características físicas no plano definido pela primeira
(I=30,1%) e terceira (III=14,2%) componentes principais. ................... 249
Figura 4.47 Figura 4.37 em que as projecção das 87 amostras de madeira no plano
definido pelas primeira (I=26,7%) e segunda (II=17,1%) componentes
principais à qual foi sobreposta a árvore de conexão mínima obtida a
partir da matriz de distâncias, são agora identificadas por um código
representativo dos seus nomes científicos. .............................................. 252
Figura 4.48 Figura 4.43 em que as projecção das 54 amostras de madeira no plano
definido pelas primeira (I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentes
principais à qual foi sobreposta a árvore de conexão mínima obtida a
partir da matriz de distâncias e estão identificadas por um código dos
seus nomes científicos. .................................................................................. 255
Quadro 2.1 Esquema associando cada tipo de células do lenho às suas principais
funções (Esau 1974) .........................................................................................8
Quadro 2.4 Xilotecas com mais de 10.000 amostras, referenciadas, por W. Stern,
em 1957 .............................................................................................................48
Quadro 2.7 Lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES ..54
Quadro 2.8 Percentagem de volume total do estrato florestas densas por espécie
para as 10 espécies de maior volume .......................................................57
Quadro 3.6 Colecção da Índia (geral) da xiloteca do Jardim Botânico Tropical ......71
Quadro 4.2 Diferença dos valores das amostras polidas (C4, C5, C6) e expostas ao
ar (C1, C2, C3) para os parâmetros L*, a* e b* e sua percentagem
relativamente ao valor determinado na amostra polida .................... 211
Quadro 4.3 Tabela de cores da madeira com os 3 parâmetros (L*, a*, b*) pela
ordem decrescente do parâmetro L* ....................................................... 217
Quadro 4.15 Valores de correlação dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*) com
algumas variáveis anatómicas ................................................................... 267
Quadro 4.16 Valores de correlação dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*) com
algumas variáveis físicas............................................................................. 270
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
PREÂMBULO
1
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
2
I. ENQUADRAMENTO E OBJECTIVOS
3
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
4
2. INTRODUÇÃO
5
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Figura 2.1 – Câmbio vascular em relação aos tecidos que dele derivam. (A) -
inicial fusiforme; (B) - inicial radial; (C ) - corte transversal; (D) - corte radial (só
sistema axial); (E) - corte radial (apenas raio) (Esau 1974)
6
II. INTRODUÇÃO
Segundo Esau (1974), pode associar-se a cada tipo de células as suas principais
funções (Quadro 2.1). Os traqueídos, com origem nas células fusiformes iniciais, são
células muito estreitas e compridas, e com função de transporte e suporte. Nas folhosas,
os vasos existem com função de transporte e as fibras são células de parede mais
espessa, com função de suporte. Os raios têm origem nas células iniciais radiais e
aparecem em maior quantidade nas folhosas que nas coníferas. Os fibrotraqueídos,
com origem nas células inicias fusiformes, têm mais função de suporte que de trans-
porte, pois possuem um lúmen menor e maior espessamento de parede. O parênquima,
tecido com função de armazenamento, é geralmente mais abundante nas folhosas que
nas coníferas e a sua distribuição é muito importante na identificação de madeiras
(Butterfield 2006).
7
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Quadro 2.1 – Esquema associando cada tipo de células do lenho às suas princi-
pais funções (Esau 1974)
8
II. INTRODUÇÃO
9
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
b) Camadas de crescimento
Em regiões caracterizadas por clima temperado, os anéis de crescimento representam
habitualmente o incremento anual da árvore. A cada ano é acrescentado um novo anel ao
tronco, daí a designação de anéis anuais, cuja contagem permite conhecer a idade da
árvore. Em secção transversal, em cada anel de crescimento notam-se duas zonas, uma de
células de maior diâmetro e paredes mais finas (lenho inicial), com cor mais clara, e outra
de células de menor diâmetro e paredes mais espessas (lenho final), apresentando um tom
mais escuro (Figura 2.4).
Para as espécies de climas tropicais, onde o crescimento pode ser contínuo, as madei-
ras parecem não ter anéis de crescimento. São excepções notáveis a teca (Tectona grandis),
o padouk (Pterocarpus spp.) ou o sapeli (Entandrophragma cylindricum), entre outras
(Sharp 2004). Se os anéis são visíveis, podem, no entanto, não corresponder necessariamen-
te a anéis anuais e resultarem de paragens de crescimento por factores ambientais (períodos
de secura / chuva), que é mais tarde reactivado, conduzindo à formação de falsos anéis
10
II. INTRODUÇÃO
11
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Lenho final
Lenho inicial
12
II. INTRODUÇÃO
a) Traqueídos
Os traqueídos são células alongadas e estreitas, mais ou menos pontiagudas,
que ocupam 90% (Sharp 2004) a 93% (Zobel & van Buijtenen 1989) do volume da
madeira. Uma vez formados pelo câmbio, os traqueídos têm uma longevidade muito
curta; e perdem o conteúdo celular, tornando-se tubos ocos de paredes lenhificadas,
que desempenham as funções de condução e suporte. Para que se dê a circulação de
líquidos, as paredes dos traqueídos apresentam pontuações areoladas, pelas quais os
líquidos passam de célula para célula (Burger & Richter 1991).
Nos anéis de crescimento, os traqueídos correspondentes ao início e final do
período vegetativo apresentam diferenças morfológicas marcadas (Figura 2.7), resul-
tantes de factores intrínsecos à árvore (por ex. concentração hormonal) ou factores
externos (nutrientes disponíveis, humidade, temperatura) (Barbour 2004). Assim, no
início da estação, os traqueídos são grandes e de paredes finas, com numerosas
pontuações areoladas, com um formato poligonal em secção transversal, e desempe-
nham preponderantemente a função de condução, contrastando com os que se for-
mam no fim de estação, pequenos, de paredes espessas com poucas pontuações, com
um formato mais ou menos rectangular quando observados transversalmente, e exer-
cendo mais acentuadamente a função de suporte (Burger & Richter 1991).
13
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
b) Parênquima axial
As células do parênquima axial apresentam-se quase sempre dispostas em
cadeias ou séries (Raposo 1951). A forma das células é rectangular e as paredes
geralmente finas e não lenhificadas; são mais curtas do que os traqueídos, apresen-
tando frequentemente substâncias incluídas, entre outras, os grãos de amido
(Butterfield 2006). Este tipo de células nem sempre ocorre nas coníferas, mas estão
presentes, por exemplo, nas podocarpáceas, pináceas e cupressásseas e ausente nas
araucáreas (Burger & Richter 1991). Quando existem, podem estar dispersas pelo
lenho, designando-se parênquima axial difuso (Podocarpus), formando faixas junto
aos limites dos anéis de crescimento, denominando-se parênquima axial marginal
(Cedrus), ou fazendo parte dos canais de resina designado epitelial (Pinus) (Chattaway
1955, Burger & Richter 1991).
c) Canais de resina
Os canais de resina são espaços intercelulares delimitados por células epiteliais,
especializadas na produção de resina, que neles é vertida (Figura 2.7).
Morfologicamente diferem dos elementos de parênquima longitudinal normais por
serem mais curtas e hexagonais e conterem um núcleo grande e citoplasma denso
enquanto vivas (Burger & Richter 1991), mas nem sempre é clara a distinção e neste
sentido Wiedenhoef & Miller (2002) propõem nova terminologia para os canais de
resina e células que lhe estão associadas. Os canais podem ocupar a posição vertical
(canais de resina axiais ou longitudinais) ou horizontal (canais de resina radiais ou
transversais) e, neste caso, ocorrem sempre dentro de um raio (raio fusiforme) (Burger
& Richter 1991).
Os canais de resina constituem um elemento importante para a distinção de
certas madeiras, pois em algumas estão sempre presentes (Pinus, Picea, Pseudotsuga e
Larix) enquanto se encontram ausentes noutras (Sequoia e Araucaria) (Venet 1986,
Burger & Richter 1991, Hather, 2000, Sharp 2004, IAWA 2004).
Os canais de resina axiais podem surgir em consequência de ferimentos provo-
cados na árvore, mesmo em madeiras em que são normalmente ausentes (Tsuga e
Abies), designando-se por canais de resina traumáticos (Shweingruber et al. 2006).
Enquanto os canais normais ocorrem de forma difusa na madeira, os traumáticos
surgem em faixas tangenciais regulares, correspondentes à época em que foram origi-
nados (Burger & Richter 1991, IAWA 2004).
d) Raios
Os raios ocupam cerca de 7% do volume de lenho (Sharp 2004) e são formados
por células de parênquima radial, dispondo-se perpendicularmente aos traqueídos
longitudinais. A função dos raios é armazenar e conduzir transversalmente substânci-
as nutritivas como amido, óleos, etc. (Figura 2.7). Apresentam muitas vezes inclusões
de taninos e cristais, cujo tipo e disposição constituem informações importantes para
a identificação das madeiras. Estas células caracterizam-se por apresentarem paredes
relativamente finas, na maioria dos casos não lenhificadas, e pontuações simples. Os
raios são normalmente unisseriados e menos frequentemente bisseriados ou trisseriados.
Os raios das coníferas podem ser constituídos apenas de células parenquimatosas:
14
II. INTRODUÇÃO
e) Pontuações
As pontuações são orifícios na parede secundária, com função importante na
passagem de líquidos de célula para célula (Figura 2.8). As variações na estrutura,
forma, tamanho e arranjo das pontuações parecem ser adaptadas para uma melhor
eficiência na condução e prevenção do embolismo (Jansen et al. 2003). O estudo das
pontuações areoladas e da sua disposição tem muito interesse para a identificação e
utilização da madeira (secagem, preservação, difusão de substâncias químicas na
fabricação de papel, etc.) Regra geral, as pontuações areoladas localizam-se nas pare-
des radiais dos traqueídos longitudinais e, menos frequentemente, nas tangenciais.
Por este motivo, o plano de corte mais adequado para se observar de frente as
pontuações areoladas, é o longitudinal radial (Burger & Richter 1991).
15
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
16
II. INTRODUÇÃO
Lenho inicial
Lenho final
a) Vasos
Os vasos são estruturas que ocorrem em todas as folhosas, salvo raras excep-
ções como em Trochodendron, Tetracentrom, Winteraceae e Pseudowinteria (IAWA1989,
Carlquist 2001, Schweingruber 2007), e constituem, por isso, o principal elemento de
diferenciação entre as folhosas e as coníferas. Os vasos definem-se como o conjunto
longitudinal de elementos vasculares, dispostos topo a topo, comunicando entre si
através de orifícios denominados perfurações (Figura 2.11) (Esau 1974, Dickison 2000).
A secção transversal do vaso é designada por poro. O seu estudo anatómico é impor-
tante na identificação das madeiras, pois consoante a espécie existe variação na
disposição, agrupamento, tamanho, perfurações, pontuações, comprimento dos ele-
mentos vasculares e apêndices terminais e espessura da parede (IAWA 1989).
17
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Figura 2.11 - Elementos vasculares e suas perfurações (Barefoot & Hankins 1982)
18
II. INTRODUÇÃO
A B C
Figura 2.12 - Três folhosas com porosidades diferentes: (A) - porosidade em anel,
(B) - porosidade semi-difusa, (C ) - porosidade difusa (Core et al. 1979)
A B C
Figura 2.13 - (A) - poros agrupados radialmente, (B) - poros agrupados em ca-
chos, (C ) - poros isolados (Core et al. 1979)
19
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
b) Perfurações e pontuações
A comunicação vertical entre dois elementos de uma mesma fiada é feita através
de uma ou mais aberturas, as perfurações, que se encontram nas paredes de contacto
dos elementos vasculares. A perfuração entre dois elementos consecutivos pode ser
de dois tipos: simples ou múltipla (Figura 2.14). As perfurações simples são as mais
vulgares e constituídas por uma única abertura de contorno sensivelmente circular. As
perfurações múltiplas são menos frequentes, mas a sua presença nos elementos de
vaso pode evitar o embolismo (Wheeler & Bass 1991, Carlquist 2001, Goulart & Marcati
2008). A perfuração múltipla mais vulgar é a escalariforme, como acontece nos géne-
ros Betula, Liriodendron e Alnus, onde as aberturas são alongadas e de paredes
paralelas entre si (Figura 2.14) ou em algumas espécies tropicais (Machado et al.
1997), mesmo em associação com a perfuração simples (Oliveira et al. 2001, Barros et
al. 2006).
A B
Figura 2.14 - (A) Perfuração simples, (B) Perfuração escalariforme (Core et al.
1979)
20
II. INTRODUÇÃO
A B C
Figura 2.16 - Pontuações intervascular es: (A) alter na, (B) oposta, (C )
escalariforme (Core et al. 1979)
21
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
A B
Figura 2.17 - (A) Tilos nos vasos, (B) Inclusões gomosas nos vasos (Core et al.
1979)
c) Raios
Como nas coníferas, os raios das folhosas também desempenham as funções de
armazenamento, transformação e condução transversal de substâncias nutritivas, apre-
sentando-se com uma maior riqueza morfológica, variando em tipo, número e tama-
nho de célula, constituindo, juntamente com o parênquima longitudinal, os elementos
mais eficazes de distinção entre espécies (Burger & Richter 1991).
Quanto ao tipo de células, de acordo com o seu formato podem ser: prostradas
(o diâmetro mais longo está orientado radialmente), erectas (se o eixo vertical está
22
II. INTRODUÇÃO
mais pronunciado), quadradas (se os dois eixos são sensivelmente iguais). Classifi-
cam-se de marginais e envolventes as células erectas e quadradas que se dispõem
apenas nas extremidades dos raios ou quando formam uma bainha em volta das
prostradas, respectivamente (IAWA 1989).
Os raios variam em largura (expressa pelo número de células e pela largura
média) e em altura (traduzida pelo número total de células em comprimento ou pela
altura média). São unisseriados, bisseriados ou plurisseriados se apresentam respecti-
vamente, uma única fiada de células ou duas ou mais células em largura (Figura
2.18), (IAWA 1989). Os raios plurisseriados designam-se, por raios bisseriados, trisseriados
e tetrasseriados se tiverem, respectivamente, duas, três ou quatro células na largura
máxima (Ferreirinha 1958). O tamanho e a distribuição dos raios na madeira são
responsáveis em grande parte pelo desenho decorativo da madeira (Zobel & van
Buijtenen 1989, Miller 1999), particularmente em espécies como Quercus (Leal et al.
2006), Alnus e Carpinus, onde os raios chegam a ultrapassar 5 cm de altura (Ferreirinha
1958). Este tipo de raios pode, no entanto, afectar a madeira desvalorizando-a devido
a fendas durante a secagem (Leal et al. 2006)
A B
C D
23
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
A B
C D
Quanto aos caracteres acessórios dos raios, no lenho das folhosas considera-se
a estratificação dos raios (Figura 2.20 A) com valor de diagnose na identificação das
madeiras (Richter & Dallwitz 2000); a ocorrência de raios compostos, provenientes da
fusão de raios pequenos e de raios agregados (Figura 2.20 B), conjunto de diversos
raios pequenos a que se associam elementos longitudinais como em Quercus suber
(Leal et al. 2006, Sousa et al. 2009). Nos caracteres acessórios também se consideram
as inclusões de diferente natureza, desde cristais a células secretoras de óleos, canais
horizontais inclusos nos raios, tanto normais como traumáticos (IAWA1989). Particu-
lar atenção tem sido dada às células perfuradas dos raios ( Marcati et al. 2001, Ceccantini
24
II. INTRODUÇÃO
& Iwasaki 2002, Goulart & Marcati 2008), embora Carlquist (2001) refira que esta
característica não deva ser considerada como carácter de diagnose, por ocorrer em
muitas famílias e géneros.
A B
Figura 2.20 - (A) Raios estrutura estratificada, (B) Raios agregados (Ferreirinha 1958)
d) Parênquima
O parênquima longitudinal desempenha no lenho funções de armazenamento e
é mais abundante nas folhosas (20%) que nas coníferas (7%) (Zobel & Buijtenen
1989). Nalgumas espécies tropicais encontram-se frequentemente madeiras em que o
parênquima ocupa mais de 50% (Ferreirinha 1958). As células do parênquima apre-
sentam paredes finas não lenhificadas e pontuações simples (Burger & Richter 1991).
As células de parênquima podem ser fusiformes (se as células derivadas das
iniciais do câmbio não se dividiram transversalmente) ou em séries (se estão presen-
tes duas ou mais células dispostas longitudinalmente e originária de uma só célula
inicial do câmbio) (Ferreirinha 1958).
A distribuição do parênquima observa-se em secção transversal, distinguindo-se
dois tipos básicos: parênquima paratraqueal associado aos vasos e parênquima
apotraqueal não associado aos vasos (Wiedenhoeft & Miller 2005). Existem inúmeras
denominações para designar as diferentes formas com que estes dois tipos de distri-
buição do parênquima surgem no lenho. O parênquima paratraqueal pode ser:
vasicêntrico, vasicêntrico confluente, unilateral, aliforme, aliforme confluente e em
faixas (Figura 2.21).
25
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
A B
C D
26
II. INTRODUÇÃO
A B
Figura 2.22 – (A) Parênquima apotraqueal difuso, (B) - reticulado (Ferreirinha 1958)
e) Fibras
Fibras são células peculiares das folhosas, constituindo geralmente a maior
percentagem do seu lenho (20-80%), no qual desempenham a função de suporte. A
sua percentagem no volume total e a espessura das suas paredes influem directamen-
te na massa específica e nas variações dimensionais e indirectamente nas proprieda-
des mecânicas da madeira (Burger & Richter 1991).
As fibras são células alongadas com extremidades aguçadas, mas mais curtas e
em média com metade da largura dos traqueídos das coníferas. São, no entanto, em
geral 2 a 10 vezes maiores que os elementos vasculares e têm paredes secundárias
geralmente lenhificadas (Wiedenhoeft & Miller 2005). A espessura da parede das fi-
bras varia de espécie para espécie, ou de indivíduo para indivíduo e, no mesmo
indivíduo, varia ao longo das camadas de crescimento, se os elementos do lenho
inicial e final forem muito diferentes, sendo responsável em grande parte pela densi-
dade e resistência. Nalgumas espécies, os lúmens das fibras são divididos em peque-
nas câmaras por finas barras horizontais, designando-se de fibras septadas (Figura
2.23) (Burger & Richter 1991).
Quanto à sua natureza, reconhecem-se dois tipos de fibras: fibrotraqueídos e
fibras libriformes (Figura 2.23), sendo a base de distinção entre elas as pontuações: os
fibrotraqueídos possuem pontuações distintamente areoladas e relativamente grandes
(4-9 Pm), enquanto que as fibras libriformes possuem pontuações pequenas (2-4 Pm),
pontuações areoladas indistintas, sendo também geralmente menores em comprimen-
27
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
to e diâmetro (Burger & Richter 1991). O aparecimento das fibras gelatinosas (Figura
2.23) é característico do lenho de tensão e a parede dessas fibras tem um alto teor em
celulose e pequeno de lenhina (Schweingruber et al. 2006). A disposição das fibras é um
aspecto importante a ter em conta pois é responsável pela maior ou menor facilidade de
trabalhar a madeira (Ferreirinha 1958). As fibras da madeira podem ter um alinhamento
radial regular ou irregular (fibras dispostas em grupos ou em faixas tangenciais inter-
rompidas pelos raios, alternando com bandas concêntricas de parênquima zonado).
As inclusões gomosas e cristais em fibras septadas que ocorrem em menor
frequência do que no parênquima e células do raio também influem na densidade da
madeira.
A B
C D
28
II. INTRODUÇÃO
2.1.2.1 Densidade
A madeira é considerada um material poroso formada por células de forma
tubular com espaços vazios (o lúmen das células) e paredes finas, orientadas na
maioria ao longo do eixo da árvore. A densidade é uma das propriedades que carac-
teriza um material poroso, sendo definida como a quantidade de massa por unidade
de volume, expressa em g/cm3 ou kg/m3 (Tsoumis 1991). No caso dos corpos heterogé-
neos, como é o caso da madeira, esta expressão apenas dá uma densidade média, ou
seja, uma massa volúmica.
Uma madeira acabada de cortar tem maior massa volúmica do que a mesma
madeira depois de seca. O teor de humidade da madeira é importante quando são
determinadas a massa e o volume de uma amostra (Avramidis 2004) e para efeitos
comparativos, a densidade deve ser determinada para o mesmo teor em água. Essas
determinações são geralmente feitas para 0%, 12% de humidade ou saturada (Hakkila
1989, Tsoumis 1991). Considera-se o valor de 12% de humidade para a determinação
da massa volúmica de referência, embora a massa volúmica básica seja também um
índice usado pelos vários utilizadores finais da madeira (Chauhan et al. 2006). Deste
modo na literatura a densidade pode ser referida como densidade ou massa volúmica
(g/cm3 ou kg/m3) que representa a razão entre a massa e o volume de uma amostra de
madeira, ambos determinados ao mesmo teor de humidade, geralmente a 0%, ou 12%
ou saturado; densidade básica ou massa volúmica básica (g/cm 3 ou kg/m 3 ) razão
entre a massa a 0% de humidade e o volume saturado da amostra de madeira; e o
peso específico (adimensional) como a razão entre a densidade/massa volúmica da
amostra e a densidade da água (Hakkila 1989, Avramidis 2004, Chauhan et al. 2006).
A densidade a 12% de humidade nas folhosas das regiões temperadas varia, na
maior parte dos casos, entre 0,35 g/cm3 e 0,78 g/cm3 e nas coníferas entre 0,34 g/cm3
e 0,62 g/cm3 (Avramidis 2004) e pode classificar-se de muito leve (0,20-0,50 g/cm3 nas
folhosas e 0,40 g/cm 3 nas coníferas) a muito pesada (0,95-1,35 g/cm 3 nas folhosas e
superior a 0,70 g/cm3 nas coníferas) (Ferreirinha 1958).
As madeiras tropicais apresentam uma escala de valores de densidade com
amplitude maior que a das zonas temperadas, variando desde 0,1 g/cm 3 na balsa
(Ochroma sp.) ou por exemplo 0,38 g/cm 3 na samba (Triplochiton scleroxylon) até
29
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
30
II. INTRODUÇÃO
variação mais comum é a densidade diminuir com a altura, sobretudo nas coníferas,
embora nem sempre seja assim (Goggans 1961, Elliott 1970, Okkonen et al. 1972).
Radialmente a densidade tende a aumentar da medula para a casca (do centro
para a periferia), sendo a influência da idade evidente (Chauhan et al. 2006) e a
madeira produzida nos diferentes períodos da vida da árvore (lenho juvenil, adulto)
diferente relativamente à densidade. Nas coníferas, a densidade é baixa na fase juvenil
(junto à medula), aumentando até um valor constante, e finalmente é reduzida à
medida que se aproxima da senilidade, devido à variação na espessura das paredes
celulares e da proporção do lenho final (Tsoumis 1991).
A variação da densidade entre árvores da mesma espécie depende de diferentes
condições do meio (tais como solo, clima, espaço entre árvores, fertilização). Zobel
& van Buijtenen (1989), Zobel (2004), van Buijtenen (2004) e Chauhan et al. (2006)
referem o efeito destes factores na variação da densidade e citam estudos que reflec-
tem esta variação quer para espécies de regiões temperadas quer tropicais.
A densidade é considerada uma característica física de grande importância, pois
influencia as propriedades mecânicas, e, portanto, as possíveis aplicações da madeira.
Segundo Burger & Richter (1991), a massa volúmica talvez seja a característica tecnológica
mais importante da madeira, pois dela dependem estreitamente outras propriedades, tais
como a resistência mecânica, o grau de estabilidade dimensional pela perda ou absorção
de água. Com efeito, as madeiras mais densas caracterizam-se por terem maior dureza,
maior retracção e intumescimento, menor permeabilidade e maior dificuldade de impreg-
nação, maior durabilidade natural, maior dificuldade na secagem e nas outras operações
de laboração como, maior dificuldade na colagem e menor aptidão para receber tintas e
vernizes. Deste modo, as madeiras mais leves são, por exemplo, utilizadas em constru-
ções de aeronáutica e embarcações de socorro e as de densidade mais alta em travessas
de caminho de ferro, por permitirem uma maior estabilidade da via e uma maior aderên-
cia aos carris.
Quanto à densidade, segundo Normas do Laboratório Nacional de Engenharia
Civil – LNEC (1960), as madeiras podem ser classificadas em madeiras muito leves,
leves, medianamente pesadas, pesadas e muito pesadas (Quadro 2.2).
2.1.2.2 Humidade
A humidade da madeira influencia quase todas as suas propriedades de resis-
tência, a maior ou menor aptidão para a laboração, o poder calorífico e a resistência
ao ataque de fungos (Kollmann 1959). A humidade influi tanto na densidade como
nas variações dimensionais, sendo a sua determinação indispensável, sobretudo quando
31
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
32
II. INTRODUÇÃO
2.1.2.3 Retracção
Uma das propriedades importantes da madeira e para a qual a variação da
humidade tem grande importância é a retracção. A madeira apenas retrai quando há
perda de água da parede das células (Spear & Walker 2006). A alteração das dimen-
sões acontece quando o teor de humidade da madeira se encontra abaixo do PSF,
dado que a alteração do teor de humidade acima deste ponto, independente da sua
magnitude, não tem efeito nas dimensões (Tsoumis 1991).
Na fase inicial de um processo de secagem de madeira verde, esta contém sempre
elevada quantidade de água que vai perdendo, sem que as suas dimensões se alterem,
pois nesta fase é a água livre que se perde. A madeira atinge o ponto de saturação das
fibras logo que esta água livre desaparece (Villiere 1966). Abaixo do PSF (20-30%), as
dimensões diminuem com a perda de água. Dá-se, assim, início à retracção do lenho que
se processa segundo uma lei linear (proporcionalidade entre as variações de dimensão e
variação do teor em água) (Figura 2.24). Abaixo do PSF, a secagem dá-se lentamente, pois
existem forças fortes que é necessário vencer para remover a água e, devido à retracção e
anisotropia podem dar-se perturbações na forma das peças e coesão dos tecidos lenhosos.
33
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
34
II. INTRODUÇÃO
2.1.2.4 COR
Nas chaves de identificação de madeiras, sobretudo ao nível macroscópico, faz-
se frequentemente referência à cor. A cor da madeira é uma propriedade variável e de
determinação geralmente subjectiva, embora seja a característica que mais a realça e
que é um dos componentes do aspecto estético que se tem em conta, juntamente com
a aparência superficial e o desenho.
Cor é a impressão que os diferentes comprimentos de onda de radiação electro-
magnética visível produzem nos órgãos visuais. As nossas sensações visuais relativas
à cor, quando observamos algo, são resultado de um triplo processo: físico, neuro-
fisiológico e psico-físico. No geral, trata-se assim de uma sensação qualitativa e
subjectiva transmitida a cada pessoa, dependendo da sua experiência nos diversos
domínios.
A variação da cor natural da madeira deve-se à impregnação de diversas subs-
tâncias orgânicas nas células e nas paredes celulares; por exemplo, os polifenóis e os
taninos nas folhosas contribuem grandemente para a cor da madeira, particularmente
do cerne (Walker 2006). A cor da madeira é de grande importância sob o ponto de
vista prático pela influência que exerce sobre o seu valor decorativo. Altera-se com a
humidade, escurece quando exposta ao ar, ao sol, em contacto com determinados
metais ou quando atacada por certos fungos e bactérias (Burger & Richter 1991).
A cor da madeira varia não apenas com as espécies lenhosas, mas, também,
com os indivíduos da mesma população, inclusive em zonas ou áreas da árvore, facto
que, em conjugação com certas características, entre elas o fio da madeira, conferem
a cada peça uma especificidade personalizada, valorizando assim as suas qualidades
decorativas (Carvalho 1997).
A madeira compreende o borne e o cerne, que na maioria dos casos se distin-
guem visualmente por diferença de cor. O borne, geralmente de coloração clara,
corresponde à parte viva da madeira. O cerne é a parte morta e varia de cor, desde
castanho, negro, violeta, amarelo até esbranquiçado, devido às alterações químicas
que ocorrem após a morte das células do borne, resultando uma gama de substâncias
químicas distintas quanto à natureza, responsáveis pelas diferentes tonalidades de
coloração que o cerne apresenta (Paula & Alves 1997).
As madeiras, sobretudo as de folhosas e em particular as madeiras tropicais,
podem exibir uma gama de cores muito diversas consoante as espécies, variando por
exemplo, do branco-amarelada como o samba (Triplochiton scleroxylon) ou avodiré
(Turraenthus africana), às madeiras castanhos-avermelhadas como o paduk
(Pterocarpus soyauxii) ou às negras como o ébano (Diospyrus crassiflora) ou o ébano
de Moçambique (Dalbergia melanoxylon) todas madeiras africanas (ATIBT 1986).
Os critérios da qualidade de uma madeira variam de acordo com a sua utiliza-
ção e necessitam de definição para um melhor aproveitamento do produto final.
Assim, por exemplo, a valorização da madeira serrada tendo como objectivo a indús-
tria do mobiliário ou outro uso interior depende fortemente do aspecto, da estética,
do desenho e, em especial, da cor da madeira (Autran & Gonçalez 2006).
Na identificação de madeiras, a exploração da cor requer que se explicite que
seja apenas válida a do cerne, por ser constante e pelo facto da cor do borne ser
menos persistente e frequentemente susceptível a alterações por agentes cromogéneos,
35
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
adquirindo assim tonalidades que muito diferem das predominantes cores amarela,
branca acinzentada, dourada, etc. O facto de as espécies terem cerne diferenciado na
idade normal de exploração das árvores para a produção de madeiras de grandes
dimensões, tem, neste contexto, bastante interesse. Existem, contudo, espécies em
que o cerne não é distinto, embora seja perceptível, no lenho mais próximo da
medula, uma densificação cromática (Autran & Gonçalez 2006).
Na descrição das madeiras, a referência visual à cor, reveste-se, naturalmente,
de grande subjectividade, diminuindo muito o valor desta como factor identificador.
Se para uns determinada madeira é castanho-escura, para outros pode ser castanho-
-avermelhada ou até castanho-clara!... Por este motivo, e sendo a cor da madeira uma
característica macroscópica de grande importância comercial, teve-se, como um dos
objectivos deste trabalho, a preocupação de quantificar esta característica de modo a
chegar a uma escala de cores da madeira.
A cor da madeira é de tal modo importante que muitas madeiras de menor valor
comercial chegam a ser pintadas para se aproximarem do tom de outras de maior
valor. Um caso interessante passa-se nos instrumentos musicais, por exemplo na viola
dedilhada (guitarra clássica) em que a escala é o diapasão do instrumento e também
deve ser em ébano, reflectindo as vibrações. Esta madeira consegue excelente poli-
mento para que os dedos deslizem sem atrito, é resistente e dura para pregar os
trastos metálicos sem que empene e resiste ao tempo e ao transpirado dos dedos.
Muitas vezes, há quem utilize a técnica do “vieux chêne” e purpurina preta para imitar
o ébano! (Bessa 2000). Outro caso relativo à cor é a designação geral de mognos.
Qualquer madeira de tom próximo do verdadeiro mogno é vendido muitas vezes
como tal, só pela aproximação da cor.
A possibilidade de se medir a cor da madeira tem despertado interesse em
diversas áreas, sobretudo na indústria de mobiliário que ainda não tem padrões
explícitos nem determinações quantitativas para as cores.
Existe uma técnica de medição de cores, há muito tempo utilizada pelo sector
industrial, a colorimetria quantitativa. Trata-se de uma medida científica, objectiva e
quantitativa da cor de um objecto. Utiliza o sistema CIELAB 1976, que determina os
parâmetros colorométricos (L*, a*, b*, C e h*) (Autran & Gonçalez 2006) (Figura 2.25).
Esta metodologia pode ser utilizada para as madeiras, valorizando a qualidade do
material pelo aspecto particular da cor, permitindo separar as madeiras em grupos de
tonalidade, facilitando assim a aquisição e uso específico. A determinação da cor da
madeira fará desta propriedade um factor chave de qualidade deste material, um dos
principais componentes do aspecto estético a que se associam a aparência superficial
e o desenho.
Gonçalez et al. (2001) referem que a colorimetria quantitativa é uma técnica
ainda bastante recente para ser aplicada à determinação da cor da madeira, principal-
mente para espécies tropicais. Utilizando-se o sistema CIELAB-1976, através das coor-
denadas cromáticas (L*, a*, b*, C e h*) utilizaram essa metodologia para determinar a
cor da madeira de oito espécies tropicais e, mais tarde, Autran & Gonçalez (2006)
caracterizam também a cor de duas madeiras. A importância desta técnica foi mostra-
da não só do ponto de vista científico, mas também como aplicação prática pela
indústria madeireira.
36
II. INTRODUÇÃO
natureza, por isso são denominados de cores primárias da luz, que não podem ser
decompostas noutra cor. Todas as demais cores do espectro são criadas pela combi-
nação (adição) de diferentes intensidades desses três comprimentos, pelo que, as
cores primárias são também chamadas de aditivas.
• Cores secundárias: quando duas cores primárias se misturam, em partes iguais,
elas geram três cores: ciano (azul e verde), magenta (azul e vermelho) e amarelo
(vermelho e verde), denominadas cores secundárias. Quando todas as cores primárias
estão presentes numa mistura, obtém-se a cor branca.
• Cores complementares: cada uma das cores secundárias é formada por duas
primárias e não possui a terceira cor primária. As cores complementares são as que
mais diferem umas das outras, exactamente pelo facto de a cor secundária não pos-
suir, na sua mistura, a cor primária complementar. Por exemplo: o amarelo é formado
pelo vermelho e pelo verde e não possui o azul, que é a sua cor complementar.
• Saturação: diz respeito à pureza, isto é, ao quanto a cor é diluída pela luz
branca. A pureza de uma luz colorida é a proporção entre a luz pura da cor dominan-
37
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
te e a luz branca necessária para produzir a sensação. Por exemplo: é por meio da
saturação que o rosa é diferenciado do vermelho.
• Brilho: tem relação com a noção cromática de intensidade. Quanto mais baixo
o brilho, mais cinza existe na cor, pois o brilho é o intervalo compreendido entre o
preto e o branco.
• A claridade, também designada por luminosidade, é expressa pela variável L*,
que assume o valor de 0 para o preto absoluto e 100 para o branco total.
• Tonalidade: corresponde ao comprimento de onda da cor dominante, isto é,
da cor observada: as diferentes sensações que a cor produz no olho humano depen-
dem do seu comprimento que, por sua vez, é determinado pela energia vibratória do
elemento radiante.
A tonalidade é expressa pelas cores vermelho, verde, amarelo e azul e é repre-
sentada por duas rectas perpendiculares entre si que se cruzam no eixo de um círcu-
lo. A recta horizontal é formada por duas semi-rectas que vão do centro à extremida-
de do círculo. A semi-recta que vai do centro ao extremo do círculo, formando um
ângulo de 0o, representa o vermelho e a semi-recta que vai do centro ao extremo do
círculo, formando um ângulo de 180 o, representa o verde. Na recta vertical, estão o
amarelo e o azul. Graficamente, a semi-recta que vai do centro até à extremidade do
círculo, formando um ângulo de 90o, representa o amarelo e a semi-recta que vai do
centro à extremidade do círculo, formando um ângulo de 270o, representa o azul. Os
pigmentos são definidos pelas seguintes coordenadas; vermelho (+a*), verde (-a*),
amarelo (+b*) e azul (–b*), que variam de 0 a 60 sem unidade de medida (Figuras 2.25
e 2.26). A tonalidade h* é expressa pelo ângulo do círculo, também conhecido como
ângulo de tinta e depende dos valores de a* e b*.
A saturação é o desvio, partindo do ponto correspondente ao cinza no eixo L*
(luminosidade). Graficamente, corresponde ao raio do círculo de tonalidade, partindo
do cinza do eixo de luminosidade até à cor pura espectral localizada na extremidade
do círculo. Assim, é expressa pela variável C e varia de 0 a 60.
Os elementos claridade, saturação e tonalidade definem o sistema conhecido
como CIELAB, que é actualmente utilizado para colorimetria quantitativa e que se
mostra, de forma reduzida, na Figura 2.25 (Gonçalez et al. 2001).
38
II. INTRODUÇÃO
39
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Efeso e Pedanios Dioskorides. Em Roma aparece Caius Plinius Secundus (23-79 d. C.),
figura importante no desenvolvimento da botânica que na sua obra “História Naturalis”,
de 37 volumes, faz uma recolha do saber da ciência acumulada até à altura. Descreve
pela primeira vez borne e cerne, fala de conceitos essenciais como fibras, nós e
outras particularidades da madeira. Na idade média, Alberto Magno (1206-1280), teó-
logo, cientista e filósofo alemão, na sua obra “De vegetabilis plantis” (1250) já inclui
problemas de fisiologia vegetal e uma classificação das plantas, refundindo as pro-
postas por Aristóteles e Teofrasto, aparecendo pela primeira vez a diferença entre
monocotiledóneas e dicotiledóneas (Esteban et al. 2003).
Para se falar de anatomia da madeira, tal como se conhece hoje, foi necessário
o aparecimento do microscópio. A primeira referência escrita sobre a invenção do
microscópio data de 1595 pelo holandês Jansen e, em 1608, Galileo constrói o seu
microscópico. No decorrer do séc. XVII, são quatro os protagonistas que se destacam:
Marcello Malpighi (1628-1694), Robert Hooke (1635-1703), Antoni van Leewenhoek
(1632-1723) e Nehemiah Grew (1641-1712).
Marcello Malpighi foi um fisiologista italiano, cujas descobertas sobre anatomia
microscópica abriram o caminho à fisiologia e à histologia modernas. Em 1671, publica os
seus primeiros ensaios sobre anatomia da madeira, estudando-a tanto em termos descriti-
vos como fisiológicos. Nas suas obras “Anatomia plantarum” (1675) e “Opera omnia”
(1686) trata da morfologia e anatomia vegetal, incluindo casca e madeira, descobrindo os
elementos vasculares e os estomas das folhas (Esteban et al. 2003).
Robert Hooke (1635-1703), cientista inglês, escreve “Micrographia”, obra influ-
ente sobre microscopia, que apresenta uma série de observações microscópicas liga-
das à natureza. Na descrição microscópica da cortiça descobre a célula vegetal.
Antoni van Leewenhoek (1632-1723), comerciante holandês, que fabricou mais
de 500 microscópios, observa pela primeira vez microrganismos unicelulares, bactéri-
as, protozoários, glóbulos vermelhos, etc..
Nehemiah Grew (1641-1712), fisiologista vegetal inglês, publica em 1671 “The
anatomy of plants”, com excelentes desenhos onde se podem distinguir diferentes
elementos do tecido vegetal, como por exemplo o parênquima.
No séc. XVIII, as investigações potenciadas pelos novos microscópios, mais
fáceis de usar, direccionaram-se para o estudo da anatomia animal e fisiologia experi-
mental. Nessa altura, duas pessoas tiveram relevo na área da botânica: Duhamel
(1700-1781) refere pela primeira vez o câmbio na sua obra “La physique des arbres” e
J. Hill (1716-1775), médico inglês, que publica em 1770 “The construction of timber”
diferenciando, pela primeira vez, lenho inicial e final, justificando desta forma a
formação do crescimento anual das regiões de clima temperado (Esteban et al. 2003).
Durante o séc. XIX continuaram a dar-se avanços na microscopia e nas técnicas
de preparação microscópica, maceração e corte proporcionando um impulso importan-
te à anatomia. Destacam-se alguns investigadores: Johan Jacob Bernardi (1774-1850)
aprofundou o estudo dos elementos vasculares, a sua distribuição, a formação das
paredes com as suas perfurações, pontuações e espessamentos; Ludolph Christian
Treviranus (1779-1864) descreveu a formação dos vasos e as paredes celulares; Johan J.
Paul Moldenhawer (1766-1827) demonstrou que cada célula tem a sua própria parede
celular, tendo desenvolvido a técnica de maceração para separar os diferentes elemen-
40
II. INTRODUÇÃO
tos anatómicos para observação; Hugo von Mohl (1805-1872) deu o nome ao
“protoplasma” para denominar a substância que ocupa o interior da célula e, na sua
obra “Principles of the anatomy and phisiology of the vegetable cell” (1851), explica a
formação da parede celular, das pontuações e fala da organização e distribuição dos
elementos vasculares; Carl Wilheim von Nageli (1817-1891) introduziu o conceito de
meristema como um conjunto de células capazes de se multiplicarem, diferenciou os
tecidos prosenquimatosos de suporte e transporte, dos tecidos parenquimatosos de
armazenamento, para além de explicar o crescimento secundário; Theodor Hartig (1805-
1880) descreveu em profundidade a estrutura das pontuações; Heinrich Antón de Bary
(1831-1888), na sua obra “Anatomia comparativa dos órgãos vegetativos em fanerógamas
e fetos” (1877), elaborou uma sinopse sobre a estrutura anatómica da madeira acompa-
nhando as descrições com magníficas microfotografias (Esteban et al. 2003).
A identificação de madeiras começou a ter relevância científica na segunda
metade do séc. XIX, tendo sido Castellarnau o primeiro a estabelecer uma chave de
identificação de coníferas, ao nível dos géneros e espécies, com base em caracteres
diferenciadores comuns a diferentes espécies. No entanto, a estrutura dicotómica foi
abandonada pelo elevado número de espécies que, ao serem incorporadas, davam
lugar a chaves muito hierarquizadas, com muitos elementos (Esteban et al. 2003).
O aparecimento no séc. XX da transformação industrial da madeira originou novas
questões e novos interesses na investigação da anatomia, desenvolvendo-se a anatomia
sistemática como uma maneira de identificar espécies. O aparecimento dos computadores
veio permitir a utilização de chaves de entrada múltipla que facilitam muito o trabalho e
permitem o uso de enormes bases de dados. Também os programas de análise de ima-
gens facilitam o trabalho de medição e observação das amostras.
No primeiro quarto de séc. XX, aparecem chaves abertas de identificação que
além das características anatómicas também incluem propriedades físicas e mecâni-
cas como cor, cheiro, peso e dureza. É o caso da chave realizada por E. H. F. Swain
– Queensland Forest Service Universal Wood-Index (1927) - considerada como a pri-
meira chave com descrições resumidas (Esteban et al. 2003).
As chaves de entradas múltiplas deram um importante avanço. O holandês Bianchi
estabeleceu, em 1931, o método de fichas perfuradas, em que cada ficha continha todas as
espécies com as características seleccionadas. O inglês S. H. Clarke, em 1937, incluiu uma
variante que permaneceu operacional até ao aparecimento dos computadores e que atri-
buía uma ficha perfurada a cada espécie. Este método consistia em passar uma agulha
pelos furos correspondentes às características observadas, caindo as fichas que tivessem a
perfuração rasgada (características presentes na espécie). Em 1952, o Forest Research
Laboratory, de Princes Risborough utilizando este método, preparou uma chave com 87
características para madeiras de folhosas, e, em 1961, a identificação microscópica. Phillipps
(1941) utilizou um método similar de fichas perfuradas para estabelecer a chave de coníferas,
com um total de 36 características e, em 1948, elaborou uma chave de fichas perfuradas
com base em 36 características anatómicas, densidade e dureza da madeira, revolucio-
nando o tipo de chaves dicotómicas utilizadas até então (Esteban et al. 2003).
O Laboratório de anatomia do Centre Technique Forestier Tropical (CTFT) dis-
põe, desde 1946, de fichas perfuradas com um total de 66 características anatómicas,
macroscópicas, microscópicas e tecnológicas.
41
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
42
II. INTRODUÇÃO
como acontece nos casos de controlo e fiscalização do comércio das madeiras e do abate
ilegal, na construção civil, no comércio, na indústria, no restauro, na arqueologia, etc.
A informação macroscópica e microscópica da anatomia da madeira e alguns
parâmetros físicos são normalmente suficientes para se identificar uma amostra, sen-
do que a observação macroscópica deve anteceder a observação microscópica, po-
dendo mesmo ser determinante se a proveniência da amostra for conhecida. A identi-
ficação é geralmente possível ao nível da família, a maior parte das vezes ao nível do
género e mais raramente ao nível da espécie.
O procedimento usualmente adoptado na identificação de uma madeira inclui
as seguintes etapas:
1. Preparação de amostras para observação directa em lupa e para corte no
micrótomo
2. Corte, coloração e montagem de lâminas com cortes histológicos
3. Dissociação, coloração e montagem de lâminas com os elementos dissociados
da madeira
4. Observações macroscópicas e microscópicas
5. Estudos biométricos
6. Quantificação de tecidos
7. Comparação com material previamente estudado existente na xiloteca e na
laminoteca
8. Consulta bibliográfica
9. Preparação de provetes e determinação da humidade, densidade e retracção
43
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
44
II. INTRODUÇÃO
45
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
2.2.5. Xilotecas
Xiloteca (do grego: xýlon, xilema, madeira + theke, caixa, colecção) é um arqui-
vo de madeiras ou um local onde se podem encontrar colecções de amostras de
madeiras de diversas espécies e de várias origens geográficas, devidamente identificadas.
Associada à colecção de madeiras pode existir uma laminoteca, com os respectivos
cortes histológicos e também um herbário das respectivas espécies.
Uma xiloteca é importante para conhecer o valor científico e económico das
madeiras existentes e as suas amostras podem servir como material de estudo. O facto
de numa xiloteca existirem colecções devidamente identificadas é de grande impor-
tância para responder às necessidades de informações de botânicos, anatomistas de
madeira, produtores de madeira e muitas outras entidades para os quais a madeira é
um meio de estudo e investigação. Uma xiloteca é, assim, uma ferramenta de estudo
e de referência na identificação de madeiras e um património cultural à disposição da
sociedade.
Praticamente todos os países preocupados com a sua flora e floresta possuem
uma xiloteca, onde está representada a respectiva flora nativa e a de outras regiões do
mundo. Por todo o mundo existem xilotecas com as mais variadas amostras de madei-
ras de diferentes origens, daí o interesse no intercâmbio tanto de material (provetes)
como de informação das respectivas colecções e até a possibilidade de haver ligações a
outras já existentes em diversos pontos do mundo de modo a aumentar a informação.
A primeira tentativa para a elaboração de um guia internacional de colecções de
madeiras foi levada a cabo por Stern (1957) da qual resultaria um Index Xilariorum.
Em 1957, 16 xilotecas do mundo possuíam mais de 10.000 amostras de madeira e 5
xilotecas possuíam mais de 20.000 (Quadro 2.4). Em 1957, a maior xiloteca oficial era
a de “Samuel James Record” na Escola Florestal da Universidade de Yale, em New
Haven (Connecticut, USA) com 50.200 amostras e a segunda mais importante tinha
32.000 amostras e estava sedeada na Indonésia, no Balai Penjelidikan Kehutanan
(Quadro 2.4) (Stern 1957).
De 1957 a 1988, a actuação de Stern foi marcante, organizando e distribuindo
questionários, propondo um sistema de siglas para as xilotecas (Stern & Chambers
1960) e organizando as 3 edições do Index Xylariorum (1967, 1978 e 1988). O primei-
ro Xilariorum incluiu 113 instituições, o segundo 130 e o terceiro 134 xilotecas (Stern
1988), das quais 33 tinham mais de 10.000 amostras e 14 mais de 20.000. Neste último
vêm referidas três xilotecas em Portugal – a ALCm na Estação de Experimentação
Florestal em Alcobaça, a LNECw no Laboratório Nacional de Engenharia Civil – Divi-
são de Madeiras em Lisboa e a LISJCw no Jardim e Museu Agrícola Tropical – Xiloteca
em Lisboa (Stern 1988). No Index Xylariorum de 1988 vêm também referenciadas
xilotecas do Irão, da Nicarágua e da China.
Todas as xilotecas referenciadas em 1988 aumentaram as suas colecções, desta-
cando-se a xiloteca do U. S. Forest Products Laboratory (MADw) que incorporou algu-
mas xilotecas americanas como a do Chicago Field Museum of Natural History Collection
(Fw), a de New Haven Samuel James Record e a de Yale School of Forestry (Yw).
Actualmente Peter Gasson, investigador do Royal Botanic Gardens, em Kew, no
Reino Unido, está a organizar a 4ª edição do Index Xylariorum que deverá actualizar
os dados sobre as xilotecas do mundo (Anexo 1).
46
II. INTRODUÇÃO
Para tornar mais fácil e mais rápida a consulta destes dados, há uma tendência
geral para a informatização destas bases de dados, por vezes complementadas com os
dados das caracterizações feitas a vários níveis (botânico, anatómico, químico, físico
e genético), bem como a sua disponibilização na internet. Nascem assim as e-xilotecas
ou as xilotecas virtuais que globalizam o acesso a esta informação que é património
de todos.
47
Quadro 2.4 - Xilotecas com mais de 10.000 amostras, referenciadas, por W. Stern, em 1957
Instituição Local Fundação Espécimens Famílias Gêneros Espécies Especialidade Herbário Lâmina
The Royal Tropical Instituite Amsterdam, Holanda 1913 10000 Sudeste da Ásia, 30%
Suriname e trópicos em geral
Balai Penjelidikan Kehutanan, Bogor 1915 32000 690 3800 Indonésia 100%
Indonésia Indonésia
Harvard University Herbarium Cambridg 1880 25000 Geral sim
e Masschusets, USA
Chicago Natural History Museum Chicago 1896 18300 USA, América tropical 65% sim
e subtropical
Forest Products Research Institute Filipinas 1954 10526 162 663 1917 Filipinas 80% sim
Forest Products Research Dehra, India 1836 14337 1664 India, Paquistão, 75% sim
Institute and Colleges Burma e Ceylao
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Museums of Economic Botany, Royal Surrey, 1847 16-20000 Mundial não sim
Botanic Gardens, Kew Ingleterra
Forest Products Laboratory Madison, USA 1910 17330 1670 USA e América tropical 75% sim
The Samuel James Record New Haven, 1901, 50200 2680 Regiões tropicais do mundo 35% sim
Memorial Collection USA queimada em
1903, nova
48
Colecção em 1905
Centre Technique Forestier Tropical Nogent-sur-, 1937 10117 150 1300 Territórios franceses, 50% sim
-marne França madeiras comerciais
dos trópicos, África
e Madagascar
The Imperial Forestry Institute Wood Oxford, 1924 18700 2115 Inglaterra 48% sim
collection Inglaterra
Forest Products Research Bucks, Inglaterra 1930 23000 2100 África tropical 30% sim
Laboratory e sudoeste da Ásia
Division of Forest Products Victoria, Australia 1929 17000 1400 Sudoeste do Pacífico, 80% sim
Austrália e Nova Guiné
Harry Phillip Brown Wood Collection New York, USA 1925 25000 1900 Madeiras Norte 80% sim
americanas, indianas
e da Amazônia brasileira
Buckhout Laboratory Pensilvania, USA 1925 10000 2000 América Latina, Filipinas, 95% sim
costa oeste da África, USA
Section of Wood Technology, Washington, USA 1915 14027 Geral 50% sim
Smithsonian Institution
Institute of Forest Botany Toquio, Japão 1925 15000 Japão e regioes tropicais 90% sim
do mundo, madeiras
comerciais
Fonte: Guide to institutional collections. Tropical Woods 106: 1-29. As instituições estão citadas como referidas na publicação.
II. INTRODUÇÃO
49
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
A exploração florestal tem ganho relevância como alternativa para o uso económico
da terra nos cenários rurais. Muitas comunidades, especialmente aquelas que vivem na
pobreza, dependem das florestas para a sua subsistência, seja como fonte de energia,
alimento, medicamentos ou auxílio da matéria-prima. No entanto, o uso das florestas por
estas comunidades tem contribuído para a sua degradação e gradualmente para a sua
substituição para outros usos da terra que conseguem satisfazer melhor a necessidade da
sociedade moderna em termos de melhoria das condições de qualidade de vida.
Em 2007, a reunião do Fórum da ONU sobre as Florestas teve como objectivo
negociar um acordo internacional para proteger a cobertura florestal no mundo, de
cuja subsistência dependem 1,6 bilião de pessoas estabelecendo um plano de choque
para o período entre 2007 e 2015 onde se fixam quatro prioridades na luta contra a
desflorestação:
1) reverter a perda de cobertura florestal;
2) fortalecer os benefícios económicos relacionados com as florestas e a quali-
dade de vida das populações que delas vivem;
3) aumentar o tamanho das áreas de floresta protegidas, bem como a prática da
exploração florestal sustentável e a proporção de produtos provenientes dessa explo-
ração “inteligente”;
4) aumentar o volume de recursos para financiamento dos planos de exploração
sustentável e das acções de conservação florestal.
50
II. INTRODUÇÃO
2.3.2.2. Exportações
Os países produtores exportaram, em 2006, mais de 13 milhões de m3 de toros. A
Malásia é o principal exportador, com 36% desse volume, embora em 2006 se registasse
uma queda de 19% reflectindo uma maior preocupação do país na produção de valor
acrescentado. Seguem-se, como maiores exportadores de madeira em toro, a Papua
Nova Guiné e o Gabão. O continente africano continua a ser o maior exportador de
madeira tropical em toro representando, em 2007, 19% do volume total comercializado.
As exportações de toros asiáticos representaram, em 2007, mais de 1/5 do volume total
de exportação de produtos primários e na América Latina aumentaram 1,2% em 2007.
As exportações de madeira serrada tropical sofreram, em 2006, uma queda de
16% mas mantiveram em 2007 o mesmo valor de 10,8 milhões de m 3. As exportações
da América Latina diminuíram entre 2005 e 2006 de 2,1 para 1,9 milhões de m 3
recuperando em 2007 para 2,1 milhões de m 3 . As exportações de África também
sofreram uma queda em 2006 para 1,7 milhões de m 3 e na Malásia chegaram a dimi-
nuir 21,7%, devido à já referida prioridade nacional na transformação secundária de
produtos primários da madeira.
As exportações de folheados diminuíram quase 12,6% entre 2005 e 2006, chegando
a 1 milhão de m 3. No mesmo período, as exportações de contraplacados tiveram uma
queda de 1,9%, ficando a um nível de 10,4 milhões de m3. A Malásia (5,1 milhões de m3)
e a Indonésia (2,7 milhões de m 3) juntas representam 75% do volume total exportado
pelos 60 países da ITTO. A China não é membro produtor da ITTO mas ocupa o 3º lugar
entre os exportadores de contraplacados de madeira tropical, seguindo-se, muito de
perto, o Brasil (ITTO 2007).
Os países consumidores da ITTO também exportaram ou reexportaram pequenas
quantidades de madeira tropical embora os montantes tenham aumentado significativa-
mente em 2006: 679 mil m3 de madeira tropical serrada, 1,5 milhões de m3 de contraplacados,
146 mil m3 de madeira em toros e 96 mil m3 de folheados. Desde 2003, as exportações da
China aumentaram 75% tendo atingido, em 2006, o equivalente a 993.mil m3.
51
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
2.3.2.3. Importações
A Coreia e Taiwan são os grandes importadores de madeira tropical em todas as
categorias de produtos primários.
As importações de toros de madeira tropical nos países consumidores da ITTO
registaram uma queda desde 2003, diminuindo 4% em 2006 atingindo 10,9 milhões de
m 3 . Com a excepção da China, todos os importadores importantes (Taiwan, Japão,
República da Coreia, França, Itália, Noruega e Portugal) reduziram, em 2006, as suas
importações de madeira em toro. As importações da China continuam a impulsionar
este mercado sendo que grande parte deste volume de madeira é internamente con-
vertido em contraplacado e exportado. A China ocupa hoje o 2º lugar entre os princi-
pais produtores e o 3º lugar como exportador de toros e em 2006 aumentou em 3,4%
as suas importações atingindo 7,5 milhões de m 3 . Em segundo lugar mantém-se a
Índia, mas também a Tailândia e Malásia fazem parte dos principais países produtores
da ITTO importadores de toros. No mesmo ano, a Espanha, a Alemanha e a Bélgica
aumentaram as suas importações de madeira tropical em toros.
Relativamente à madeira tropical serrada, as importações diminuíram 11,5% de
2005 para 2006, continuando a China a ser o principal importador mundial, seguindo-
se a Malásia e a Tailândia. As importações japonesas decresceram desde os anos
noventa até 2007. A EU importou em 2007 cerca de 2,6 milhões de m3.
Quanto à madeira tropical folheada, a importação diminuiu 13,4% entre 2005 e
2006 mantendo-se no mesmo nível em 2007 com 925 mil m 3. A República da Coreia
ocupa o primeiro lugar na importação deste produto com 210 mil m 3 . A China, a
França e a Itália foram também importadores importantes em 2006. A EU, no seu
todo, importou em 2007 cerca de 368 mil m3.
O Japão é o principal importador de contraplacado de madeira tropical com quase 3,5
milhões de m3 em 2006, tendo alcançado o maior valor em 2004 com 4,6 milhões de m3.
A China domina o comércio de produtos madeireiros de elaboração secundária
(ITTO 2007).
52
II. INTRODUÇÃO
Portugal importa todos os tipos de produtos como toro, madeira serrada, madei-
ra folheada e contraplacado e de várias espécies tropicais (Quadro 2.5, Quadro2.6),
(ITTO 2007). Em 2007, a importação de toros atingiu 203 mil m 3, principalmente das
espécies Aucoumea klaineana, Dalbergia decipularis, Dalbergia nigra, Dalbergia
spurceana, Dialianthera spp., Entandrophragma cylindricum, Entandrophragma utile,
Khaya spp., Milicia spp (Chlorophora spp.), Ochroma lagopus, Parashorea spp., Phoebe
porosa, Shorea albida, Shorea rugosa e Swietenia spp.
Quadro 2.5 – Importações portuguesas de madeiras tropicais de 2002 a 2007 (1000 m3)
Quadro 2.6 – Principais espécies tropicais importadas por Portugal em 2006 e 2007
53
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Quadro 2.7 – Lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES
O comércio e o uso de madeiras têm vindo a ser submetidos, nos últimos anos,
a crescentes escrutínios, restrições e controlos devido à necessidade de respeitar
acordos internacionais no domínio da preservação de espécies protegidas, da
biodiversidade e da sustentabilidade dos sistemas florestais. Este facto é especialmen-
te importante nas regiões e países com uma forte indústria de produtos florestais,
importadores de madeiras, nomeadamente tropicais ou “exóticas”, como é o caso da
União Europeia e, particularmente de Portugal.
54
II. INTRODUÇÃO
55
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
56
II. INTRODUÇÃO
Quadro 2.8 - Percentagem de volume total do estrato florestas densas por espécie
para as 10 espécies de maior volume
Foi feita uma análise do sector madeireiro de Moçambique e das suas possibili-
dades de fornecimento de madeira e seus derivados, cobrindo informação sobre a
produção, recurso e comercialização de acordo com os termos de referência do
Centro de Comércio Internacional (Freitas 2000). Os dados mostram que a área flores-
tal com potencial para produção madeireira é estimada em 20 milhões ha, o que
significa que o volume comercial em pé (acima de 40 cm de DAP) é de aproximada-
mente 22 milhões m3, permitindo um corte anual de 500 mil m3. Este potencial locali-
za-se principalmente nas zonas norte e centro do país com destaque para as provínci-
as de Cabo-Delgado, Zambézia, Niassa e Sofala.
O recurso florestal nacional, além de ser fonte de matéria-prima para a indús-
tria, desempenha um papel importante no abastecimento de lenha e carvão (principal
fonte de energia doméstica), plantas medicinais e actividades de conservação ambiental
(Freitas 2000).
Estima-se que de forma sustentada possam ser cortados anualmente 500 mil m 3,
considerando todo o leque de espécies com potencial de utilização industrial. Porém,
só 10 a 15% deste volume é constituído por espécies com aceitação no mercado
internacional (Quadro 2.9).
Algumas destas espécies têm limite de corte, visando a sua protecção. Assim,
existem quotas máximas de exploração para as madeiras consideradas “preciosas” que
são estabelecidas anualmente pela Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia.
Como não há um trabalho de divulgação de novas espécies, as espécies nativas mais
conhecidas, como é o caso da umbila, chanfuta, pau-ferro e outras, estão sob forte
pressão de exploração, provocando uma diminuição dos diâmetros de corte.
A floresta produtiva localiza-se principalmente nas zonas norte e centro do país,
com destaque para as províncias de Cabo Delgado, Zambézia, Niassa e Sofala. Ao Sul
do rio Save, observa-se uma diminuição da cobertura florestal produtiva. No entanto
o “stock” de madeira em crescimento é maior na província do Niassa seguida pelas
províncias de Sofala e Zambézia (Quadro 2.10). No que concerne à floresta plantada
(eucaliptos e pinheiros), a maior superfície está implantada na província de Manica,
com cerca de 17 000 ha de eucaliptos.
57
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
58
II. INTRODUÇÃO
59
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
60
II. INTRODUÇÃO
61
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
62
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. MATERIAL DE ESTUDO
Neste trabalho faz-se referência a duas xilotecas existentes no Instituto de Inves-
tigação Científica Tropical (IICT), uma no Centro de Florestas e Produtos Florestais
(FLOR) e outra no Jardim Botânico Tropical (JBT), que neste trabalho serão designa-
das por Colecção IICT-FLOR (ou abreviadamente FLOR) e Colecção IICT-JBT
(abreviadamente JBT), respectivamente.
O estudo inclui também a xiloteca existente no Departamento de Engenharia
Florestal da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique, aqui desig-
nada Colecção UEM-Moçambique (ou abreviadamente UEM).
63
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Nomes Científicos
Adina microcephala (del.) Hiern
Afrormosia angolensis (Bak.) Harms
Afzelia quanzensis Welw.
Albizia adianthifolia W. F. Wight
Albizia versicolor Welv. ex Oliv.
Amblygonocarpus obtusangulus Harms
Androstachys johnsonii Prain.
Bombax rhodognaphalon K. Schum. Ex. Engl.
Burkea africana Hook.
Celtis durandii Engl.
Celtis kraussiana Bernh. (Celtis africana)
Chlorophora excelsa (Melicia) (Welw.) Benth. Hook
Colophospermum mopane Kirk.
Combretum imberbe Wawra
Cordyla africana Lour.
Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr
Dialium schlechteri Harms
Diospyros mespiliformis Hochst. ex A. DC.
64
III. MATERIAL E MÉTODOS
Nomes Científicos
Erythrophleum africanum (Benth.) Harms
Erythrophleum guineense Don
Khaya sp.
Khaya spp.
Millettia stuhlmannii Taub.
Morus lactea Mildbr. (Celtis lactea Sim.)
Ostryoderris stuhlmannii Dunn ex Baker f.
Piliostigma thonningii (Schumach.) Milne-Redhead
Piptadenia buchananii Bak. (Newtonia buchanii)
Pteleopsis myrtifolia (Lawson) Engl. & Diels
Pterocarpus angolensis DC.
Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm
Spirostachys africana Sond.
Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum.
Swartzia madagascariensis Desv.
Nomes Científicos
Albizia lebbeckioides (DC) Benth.
Aleurites moluccana Willd.
Alstonia scholaris (L.) R. Br.
Artocarpus integrifolia L.
Bischofia javanica Blume
Calophyllum inophyllum L.
Canarium commune L.
Cassia fistula L.
Casuarina junghuniana Miq.
Cedrela toona var australis Roxb. C. DC.
Decaspermum paniculatum Kurz
Elaeocarpus sphaericus K. Schum.
Ficus macrophyla Roxb.
Ganophyllum falcatum Blume
Hibiscus tiliaceus L.
Homalium tomentosum Benth.
Intsia bijuga O. K.
Macaranga tanarius Muell.
Melaleuca leucadendron L.
Pometia pinnata Forst.
Pterocarpus indicus Willd
Pterospermum acerifolium Will.
Pygeum sp.
65
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Nomes Científicos
Santalum album L.
Sarcocephalus cordatus Miq.
Schleichera oleosa Merr.
Sterculia foetida L.
Tamarindus indica L.
Tectona grandis L.
Terminalia cattapa L.
Thespesia populnea Soland, ex Correa
Timonius rumphii DC.
Vitex pubescens Vahl
Nomes Científicos
Acacia catechu Willd.
Aegle marmelos Correa
Albizia lebbeck Benth.
Artocarpus integrifolia L.
Bombax malabaricum A. DC.
Careya arborea Roxb.
Dalbergia sissoo Roxb.
Eugenia jambolana Lam.
Ficus indica Roxb.
Lagerstroemia parviflora Roxb.
Mangifera indica L.
Polyalthia fragans Benth. e Hook
Tectona grandis L.
Terminalia belerica Roxb.
Terminalia paniculata W. et A
Terminalia tomentosa W. et Arn.
Xylia dolabriformis Benth.
66
III. MATERIAL E MÉTODOS
67
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
trar-se desde troncos, tábuas do tamanho do pé alto do palácio, rodelas até amostras
de madeira de diferentes formas e tamanhos, todas elas identificadas (Figura 3.3).
Nomes Científicos
Acacia nigrescens Eyles
Adina microcephala (del.) Hiern
Afrormosia angolensis (Bak.) Harms
Afzelia quanzensis Welw.
Albizia adianthifolia W. F. Wight
Albizia gummifera (Gmel.) C. A. Smith.
Albizia versicolor Welv. ex Oliv.
Amblygonocarpus obtusangulus Harms
Anacardium occidentale L.
Androstachys johnsonii Prain.
Bequaertiodendron natalense (sond.) Heine & hemsl.
Berchemia zeyheri (Sond.) Grubov
Bombax rhodognaphalon K. Schum. Ex. Engl.
Borassus aethiopum Mart.
Brachystegia spiciformis Benth.
Bruguiera gymnorhiza Lam.
Burkea africana Hook.
Carpodiptera africana Mast.
Cassipourea gummiflua Tul.
68
III. MATERIAL E MÉTODOS
Nomes Científicos
Ceriops candoleana Arn.
Chrysophyllum magalismontanum Sond.
Cleistanthus schlechteri (Pax.) Hutch.
Cocos nucifera L.
Colophospermum mopane Kirk.
Combretum imberbe Wawra
Commiphora caryaefolia Oliv.
Cordyla africana Lour.
Cynometra carvalhoi Harms
Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr
Dialium holtzii Harms
Dialium schlechteri Harms
Diospyros mespiliformis Hochst. ex A. DC.
Erythrophleum suaveolens (Guill. E Perr.) Brenan
Erythroxylum monogynum Roxb.
Flacourtia indica (Burm. F.) Merr.
Heritiera littoralis Dryand
Hexalobus mossambicensis N. Robson.
Inhambanella henriquesii Dubard
Irvingia mossambicensis Sim.
Julbernardia globiflora (Benth) Troupin
Khaya nyasica Stapf ex. Bak. F.
Kigelia africana (Lam.) Benth.
Lonchocarpus mossambicensis Lin.
Mangifera indica L.
Manilkara sp.
Milicia excelsa (Chlorophora excelsa) (Welw.) Benth. Hook
Millettia sp.
Millettia stuhlmannii Taub.
Minusops caffra E. Mey A. DC.
Ostryoderris stuhlmannii Dunn ex Baker f.
Parinari curatellifolium P. Ex Benth
Piliostigma thonningii (Schum) Milne-Redhead
Pseudolachnostylis maprouneifolia Pax
Pteleopsis myrtifolia (Lawson) Engl. & Diels
Pterocarpus angolensis DC.
Pterocarpus rotundifolius (Sond) Druce
Pterocarpus sp.
Rhizophora mucronata Lam.
Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm
Sclerocarya caffra Sond.
Spirostachys africana Sond.
Sterculia apendiculata K. Schum
69
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Nomes Científicos
Strychnos innocua Del.
Swartzia madagascariensis Desv.
Terminalia sericea Burch. ex DC.
Trichilia emetica Vahl
Uapaca kirkiana Muell. Arg.
Uapaca nitida Mull. Arg.
Nomes Científicos
Acacia leucophloea Willd.
Acacia sp.
Aegle marmelos Corrêa
Albizia lebbeckioides (DC.) Benth.
Alstonia scholaris (L.) R. Br.
Artocarpus communis J. R. Et Forest.
Artocarpus integrifolia L.
Borassus sp.
Calophyllum inophyllum L.
Canarium commune L.
Canarium moluccanum Bl.
Cassia fistula L.
Casuarina junghuniana Miq.
Casuarina sp.
Cedrela toona sp.
Cedrela toona var australis Roxb. C. DC.
Cordia sp.
Dictyoneura sp.
Dysoxylum caulostachyum Miq.
Dysoxylum sp.
Eucalyptus alba Reinw.
Eucalyptus robusta Sm.
Ganophyllum falcatum Blume
Garuga floribunda Done
Hernandia sp.
Intsia bijuga O. K.
Melia dublia Cav.
Memecylon pauciflorum Blume
Memecylon sp.
Parinarium corymbosum Miq.
Parinarium sp.
Parkia sp.
70
III. MATERIAL E MÉTODOS
Nomes Científicos
Peltophorum pterocarpum Backer
Podocarpus amara Blume
Pometia pinnata Forst.
Pterocarpus acerifolium Willd.
Pterocarpus indicus Willd.
Rhizophora sp.
Salmania malabarica Schott & Endl.
Santalum album L.
Sarcocephalus cordatus Miq.
Schleichera oleosa Merr.
Sterculia foetida L.
Tamarindus indica L.
Tectona grandis L.
Terminalia cattapa L.
Toona ciliana M. Roemer var. Australis, (F. Muell) C. DC.
Toona sureni Merr.
Vitex pubescens Vahl
Wrightia javanica DC.
Nomes Científicos
Acacia arabica Willd
Acacia suma Kurz.
Adina cordifolia Hook. F.
Albizia lebbeck Benth.
Cedrela toona Roxb.
Diospyros melanoxylon Ham.
Hopea parviflora Redd.
Lagerstroemia lanceolata Wall.
Mangifera indica L.
Mimusops elengi L.
Morus alba L.
Prioria copaifera Griseb.
Pterocarpus marsupium Roxb.
Shorea robusta Gaertn, f.
Tectona grandis L.
Terminalia tomentosa W. et Arn.
Xylia xylocarpa Taub.
71
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Nomes Científicos
Acacia arabica Willd.
Acacia catechu Willd.
Acacia leucophlaea Willd.
Adina cordifolia Hook. F.
Albizia lebbeck Benth.
Albizia odoratissima Benth.
Albizia sp.
Anamirta cocculus (L.) Wight e Arn.
Anogeissus latifolia Wall.
Artocarpus communis I. R. Et Horst.
Artocarpus hirsuta Lamk.
Artocarpus lakoocha Roxb.
Averrhoa carambola L.
Bauhinia racemosa Lamk.
Bridelia retusa Spreng.
Carallia integerrima DC.
Careya arborea Roxb.
Chleichera trijuga Willd
Chrysophyllum roxburghii G. Don.
Cinnamomum sp.
Dalbergia latifolia Roxb.
Diospyros assimilis Bedd.
Diospyros montana Roxb.
Ehretia laevis Roxb.
Embelia robusta Roxb.
Erinocarpus nimmonii Grah.
Eugenia jambolana Lam.
Ficus glomerata Roxb.
Ficus sp.
Flacourtia cataphracta Roxb.
Garcinia indica Choisy
Garcinia xanthochymus Hook. F.
Gmelina arborea (L) Roxb.
Grewia microcos L.
Hardwickia binata Roxb.
Holoptelea integrifolia Planch.
Lagerstroemia flos-regina Retz.
Lagerstroemia parviflora Roxb.
Leea sambucina Willd.
Mangifera indica L.
Melia dubia Cav.
72
III. MATERIAL E MÉTODOS
Nomes Científicos
Melia indica Brand
Mesua ferrea L.
Michelia champaca L.
Mitragyna parvifolia Korth.
Ochrocarpus longifolius Benth. Et Hook.
Odina wodier Roxb.
Ougeinia dalbergioides Benth.
Pterocarpus marsupium Roxb.
Saccopetalum tomentosum Hook. F. E Th.
Sapindus trifoliatus L.
Semecarpus anacardium L.
Spondias mangifera Willd.
Sterculia foetida L.
Sterculia villosa Roxb.
Stereospermum xylocarpum Wight.
Strychnos nox-vomica L.
Tabernaemontana heyneana Wall.
Tectona grandis L.
Terminalia arjuna Bedd.
Terminalia belerica Roxb.
Terminalia chebula Retz.
Terminalia paniculata W. et A
Terminalia tomentosa W. et Arn.
Wagatea spicata Dalz. E Gibs.
Wrightia tinctoria Br. Wight.
Xylia dolabriformis Benth.
Nomes Científicos
Acacia robusta Burch
Amblygonocarpus andongensis (Oliv.) Excell & Torre
Berchemia discolor (Klotzsch) Hemsley
Cedrela odorata L.
73
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Nomes Científicos
Cleistanthus schlechteri (Pax) Hutch.
Combretum zeyheri Sond.
Diplohrunchus condylocarpon (Mull. Arg.) Pichon
Melaleuca leucadendron (L.) L.
Morus mesozygia Stapf
Pterocarpus antunesii (Tab.) Harms
Rhodognaphalon schumannianum A. Robyns
Schrebera trichoclada Welw
Syncarpia glomulifera (Sm.) Wield.
Syringa vulgaris L.
Xylia torreana Brenan
3.2.2. Anatomia
3.2.2.1. Preparação das amostras
Dos provetes de 13 x 6 x 1 cm 3 , respectivamente nas direcções tangencial,
transversal e radial, destinadas às observações macroscópicas e descrição das carac-
terísticas gerais da madeira, retirou-se uma amostra para preparar provetes em forma
de tronco de pirâmide com aproximadamente 3 cm de altura e de base quadrada com
1 cm de lado, para a realização de cortes histológicos, a executar nas três secções da
madeira (secção transversal, tangencial e radial), para a descrição microscópica e
determinação da biometria dos elementos estruturais da madeira.
Do resto do material prepararam-se pequenas estilhas de 2 x 2 x 0,2 cm3 destina-
das à observação dos elementos dissociados da madeira.
74
III. MATERIAL E MÉTODOS
iguais. Os tempos de fervura variaram consoante o tipo de madeira, tendo sido mais
prolongado nas espécies mais densas. Uma vez amaciados, os blocos de madeira
foram conservados individualmente em frascos identificados, mergulhados numa mis-
tura de álcool e glicerina em partes iguais.
Os cortes foram feitos com micrótomo Reichter de faca móvel com espessura
geralmente de 17 Pm. Nesta operação, delicada e exigindo facas perfeitamente limpas
e afiadas, optimizou-se a inclinação e o ângulo de corte para as diferentes madeiras.
Por se ter pouco material por espécie, houve muita dificuldade na obtenção de bons
cortes para a observação microscópica e biometria.
Para cada espécie foram realizados 10 cortes por secção, corados com safranina
para melhor observação e medições micrométricas, de acordo com o seguinte esquema:
75
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
76
III. MATERIAL E MÉTODOS
1,50 × ρ 0 v
0
v
77
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
l 3
α=
l − l × 100
2 3
l ×H
3
v
3
× 100
3
=
v − v × 100
2 3
Coeficiente de retracção volumétrica a v
v ×H
3
78
III. MATERIAL E MÉTODOS
79
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
80
III. MATERIAL E MÉTODOS
81
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
82
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. XILOTECA VIRTUAL DE MADEIRAS TROPICAIS
4.1.1. Base de dados e xiloteca virtual
Tendo por base a informação disponível nas duas xilotecas existentes no Instituto de
Investigação Científica Tropical (IICT), uma no Centro de Florestas e Produtos Florestais
(FLOR), com 24 colecções de madeiras tropicais de 20 origens geográficas diferentes e
respectiva laminoteca, e outra no Jardim Botânico Tropical (JBT), com a maior parte das
madeiras provenientes de missões realizadas nas regiões tropicais (Angola, Moçambique,
São Tomé e Príncipe, Guiné, Goa e Timor), criou-se uma base de dados, constituindo
uma xiloteca electrónica (e-xiloteca), em suporte digital, com informações sobre identifi-
cação, aspecto, anatomia, propriedades físicas e mecânicas, quantificação da cor e aplica-
ções, assim como imagens macro e microscópicas (Figura 4.1). A e-xiloteca está organiza-
da pelas duas colecções, xilotecas FLOR e JBT, com acesso independente e com estrutura
diferente, dado possuírem características e informação diferentes (Figuras 4.2 e 4.3)
83
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
84
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
tir uma consulta fácil. As condições para o acesso dos utilizadores são a existência
do programa de base de dados Access 2003 (Microsoft Office) e uma resolução do
monitor de pelo menos 1024 x 768. A e-xiloteca encontra-se em DVD inserida em
bolsa no final desta tese.
A base de dados inclui informação sobre 83 espécies da xiloteca FLOR e 202
espécies da xiloteca do JBT, provenientes de Moçambique, Timor e Índia, cuja listagem
se encontra nos Quadro 3.1 a 3.7. As informações introduzidas dizem respeito à sua
nomenclatura, distribuição geográfica, aspectos gerais da madeira, aspectos anatómi-
cos, físicos e respectivas fichas biométricas, utilizações, macro e microfotografias,
entre outras (Anexos 6 e 7).
Esta e-xiloteca fará parte do LABFLOR (Laboratório do Centro das Florestas e
Produtos Florestais) do IICT, no âmbito da Acreditação de Ensaios Laboratoriais para
Identificação e Caracterização de Física de Madeiras, que aguarda a acreditação pelo
IPAC (ISO 17025:2005). A base de dados foi também já instalada num dos países de
origem das madeiras, na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique,
tendo sido feitas as respectivas acções de demonstração.
A informação sistematizada já está a ser integrada em rede internacional, com a
colaboração na disponibilização da informação on-line, em articulação com a Universida-
de de Oxford, cujo responsável pelo programa BRAHMS, Dr. Denis Filer, irá integrar esta
base de dados numa base do Património Científico do Instituto de Investigação Científica
Tropical no âmbito do Programa “Tratamento e Divulgação do Património do IICT”.
Uma outra participação encontra-se em desenvolvimento com o CRIA - Centro
de Referência em Informação Ambiental, no Brasil, através do spLinker (programa
para conectar à rede speciesLink).
Actualmente Peter Gasson, investigador do Royal Botanic Gardens, Kew, UK
está a organizar a 4ª edição do Index Xylariorum, que deverá actualizar os dados
sobre as xilotecas do mundo, tendo contactado no sentido de se associar esta (s)
xiloteca (s) do IICT ao Índex Xylariorum, sendo uma referência essencial para os
anatomistas de madeira.
85
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Xiloteca FLOR
Na e-xiloteca FLOR (Figura 4.2) é possível obter a seguinte informação:
1. Aspectos de nomenclatura
- O nome científico a partir do nome comercial e/ou vernáculo e vice-versa
- Rectificação/actualização de nomes científicos e famílias
2. Aspectos gerais
- Origem
- Família
- Distribuição geográfica
- Principais características da árvore
- Usos da madeira
3. Aspectos macroscópicos
- Cor, brilho, grão, fio, textura, desenho
- Tipo de porosidade
- Distribuição do parênquima
- Aspectos relevantes dos raios
- Presença ou ausência de caracteres acessórios
4. Anatomia
- Fichas biométricas dos vasos, raios e fibras
- Aspectos microscópicos dos vasos, fibras, raios e parênquima
- Aspectos microscópicos a ter em consideração na identificação de uma madei-
ra pesquisando por espécie
5. Propriedades físicas
- Humidade, densidade, retracção
- Susceptibilidade à variação de humidade
- Durabilidade
- Parâmetros colorimétricos
6. Fotografias macroscópicas e microscópicas
7. Aspectos de organização
- Localização na xiloteca de determinada madeira através do nome científico,
número de provete e/ou lâmina e vice-versa
- Localização de determinada espécie nas duas xilotecas pesquisando pelo nome
científico, nome comercial, origem e/ou família
8. Informações complementares
- Glossário internacional de termos utilizados em anatomia de madeiras poden-
do pesquisar pela letra inicial, em português e em inglês, num total de 337 entradas
- Notas histórias relativas às três colecções, com entradas separadas para a
colecção da Índia Portuguesa, Moçambique e Timor
- Lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES
Xiloteca JBT
Na e-xiloteca do JBT (Figura 4.3) podem fazer-se as seguintes consultas:
86
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
1. Aspectos de nomenclatura
- Nome científico, vernáculos e comerciais
- Sinónimos
2. Aspectos gerais
- Origem
- Família
- Distribuição geográfica
- Principais características botânicas e florestais
- Habitat e ecologia
- Usos da madeira
3. Aspectos macroscópicos
- Cor, brilho, fio, textura, camadas de crescimento
- Tipo de porosidade
- Distribuição do parênquima
- Aspectos relevantes dos raios
4. Propriedades físicas
- Densidade
- Susceptibilidade à variação de humidade
- Durabilidade
- Resistência ao ataque de agentes externos
- Conservação
- Trabalhabilidade
5. Fotografias macroscópicas
6. Aspectos de organização
- Tipo de material existente na xiloteca, através do nome científico (planta viva,
amostras em herbário, peças de madeira no museu, amostras em xiloteca)
- Localização na xiloteca de determinada madeira através do nome científico
- Localização de determinada espécie nas duas xilotecas pesquisando pelo nome
científico, nome comercial, origem e/ou família
7. Informações complementares
- Glossário internacional de termos utilizados em anatomia de madeiras podendo
pesquisar pela letra inicial, termo em português e em inglês, num total de 337 entradas
- Lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES
- Bibliografia utilizada na descrição de cada espécie
- Informação detalhada sobre a origem das amostras
87
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
1972, Normand & Paquis 1976, Machado 1996, Doran & Turnbull 1997, Palutan 1982,
ATIBT 1986, Richter & Dallwitz 2000, Palgrave 2000, Silva et al. 2004 e Bunster 2006);
utilizações possíveis da madeira (Kollmann 1959, Sousa 1966, Bolza & Keating 1972,
ATIBT 1986, Golding 2002, Bunster 2006 e Ali et al. 2008); distribuição geográfica das
espécies em Moçambique (Sousa 1966, Silva et al. 2004 e Ali et al. 2008) e origem,
código e nº amostra;
- Características gerais e descrição macroscópica da madeira;
- Microfotografias das secções transversal, tangencial e radial;
- Descrição microscópica, segundo os critérios da IAWA (1989);
- Ficha biométrica, que inclui as dimensões dos diferentes tipos de células
(vasos, raios e fibras) (Freitas 1955, Freitas 1958, Monteiro & França 1971, Almeida
1973, Freitas 1986, Richter & Dallwitz 2000, Insidewood 2004);
- Colorometria quantitativa da madeira polida e usada segundo o espaço de cor
L* a* b* (CIELAB).
88
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Leguminosae
Sub-família: Mimosaceae
Origem: África
Código: N1
Nº: 188
89
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
90
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: pouco distintas
Cor: madeira castanho-amarelada com tons
cinzento-esverdeada
Brilho: ceroso
Textura: média
Fio: direito a ondulado
Desenho: dado essencialmente pelo parênquima
listado de tom claro
Vasos
Tamanho: sensivelmente uniformes
Largura: médios a largos
Abundância: médios
Disposição: a porosidade é difusa com tendência a uma
disposição tangencial dos poros que estão
incluídos em faixas de parênquima contínuas
e onduladas
Agrupamento: os poros são isolados e agrupados (2 a 3)
Forma: poros de secção oval
Parênquima
Distinção: distinto
Disposição: paratraqueal em faixas tangenciais contínuas
ao longo de todo o plano lenhoso ou por
vezes interrompidas. A largura dessas faixas
é variável englobando 2 a 3 poros;
parênquima aliforme por vezes
prolongando-se em finas linhas curtas;
circunvascular em poros
isolados. No limite das camadas há um
parênquima marginal em finas linhas, sem
continuidade
Abundância: abundante
W
91
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
Raios
Largura: médios
Abundância: média
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
ausentes
Secções longitudinais
observam-se os raios e traços vasculares
de tom mais escuro e o parênquima axial
manchado de tom claro
92
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
93
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Vasos
Disposição: a porosidade é difusa e os poros
dispõem-se tangencialmente e estão incluídos
na maioria em faixas tangenciais contínuas
de parênquima axial, o que dá um aspecto
zonado à madeira
Agrupamento: a maioria dos poros estão isolados e quando estão
agrupados os agrupamentos são de 2 a 3 poros
com disposição sobretudo radial. Ocasionalmente
observam-se cachos de mais de 3 poros.
Diâmetro tangencial: médio
Forma: circular a oval
Perfurações: simples
Pontuações: parede com pontuações alternas e finas por
vezes alongadas horizontalmente,
pontuações vasos-raios reduzidas
e aparentemente simples
Comprimento dos
elementos vasculares: muito curtos
Parênquima
Natureza: séries verticais com 2 a 4 células
Disposição: paratraqueal vasicêntrico, aliforme
e confluente em faixas tangenciais muito largas,
que chegam a ter 32 células em largura
e incluem os poros; parênquima apotraqueal
em células isoladas ou em pequeno
agrupamento; algum parênquima marginal
no limite das camadas, em linhas muito curtas
sem continuidade
Caracteres acessórios: células de parênquima pontuadas com
tendência para uma disposição estratificada,
W
cristais prismáticos
94
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Raios
Número de células
em largura: raios bi a plurisseriados de 4 a 10
células, raramente unisseriados
Natureza: homocelulares
Trajecto: sensivelmente rectilíneo, levemente sinuoso
junto aos poros
Largura: médios
Tamanho: muito variáveis
Altura: extremamente baixos
Abundância: raros
Disposição: leve tendência para estratificação dos raios
Caracteres acessórios: células com inclusões de tom amarelado,
pontuações finas nas paredes radiais
Fibras
Natureza: libriformes, por vezes septadas
Disposição: irregulares
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: média
95
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 2
Nº / mm2 (mín) 1
Nº / mm2 (max) 3
Pontuações média (Pm) 2
Espessura de parede (Pm) 8
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 229
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 148
Desvio-padrão (Pm) 17
RAIOS
Altura
Nº / mm 1-3
Nº mínimo de células 8
Nº médio de células 67
Nº máximo de células 125
Média (Pm) 475
Desvio-padrão (Pm) 261
Largura
Nº mínimo de células 2
Nº médio de células 6
Nº máximo de células 10
Média (Pm) 64
Desvio-padrão (Pm) 12
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1131
Desvio-padrão (Pm) 81
Largura
Média (Pm) 21
Desvio-padrão (Pm) 3,0
Relação comprimento /largura (Pm) 54
Espessura parede (Pm) 5,4
COR L* a* b*
Usada 60,4 6,8 24,3
Polida 64,3 4,3 20,0
96
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Leguminosae
Sub-família: Mimosaceae
Origem: África
97
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
98
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: pouco distintas
Cor: castanho-avermelhada
Brilho: ausente
Textura: média
Fio: recto
Desenho: pouco desenhada, sendo o desenho dado
pelos traços vasculares, nem sempre muito
marcados e as manchas de parênquima mais claro
Vasos
Tamanho: sensivelmente uniformes
Largura: médios a largos
Abundância: medianamente abundantes
Disposição: porosidade difusa sem qualquer padrão
especial de distribuição de poros
Agrupamento: isolados e agrupados radialmente 2 a 3
poros e também em cacho
Forma: secção oval
Parênquima
Distinção: distinto
Disposição: paratraqueal circunvascular por vezes
aliforme, que pode abranger 2 ou mais poros;
confluente em faixas ou finas linhas
tangenciais com alguma continuidade
Abundância: medianamente abundante
Raios
Largura: finos a médios
Abundância: mediamente abundantes
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
alguns vasos obstruídos por uma
substância amarelada a alaranjada
W
99
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Secções longitudinais
W
100
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
101
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: marcadas por parênquima marginal
Vasos
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: alguns isolados mas a maioria agrupados
radialmente (2 a 6 por grupo sendo o mais
comum 2 a 3) ou menos frequentes cachos
de 3 poros
Diâmetro tangencial: médios
Forma: circular a oval
Perfurações: simples
Pontuações: intervasculares pequenas alternas com
abertura alongada por vezes coalescente
e vasos raios semelhantes às
pontuações intervasculares
Comprimento dos
elementos vasculares: médios
Espessura da parede: espessa
Caracteres acessórios: inclusões gomosas de tom amarelo
a castanho alaranjado
Parênquima
Natureza: em séries verticais de 2 a 5 células
Disposição: paratraqueal circunvascular, aliforme
e confluente apresentando-se os vasos
sempre incluídos nas faixas onduladas
(incluem 2 a 3 poros). Linhas de parênquima
marginal e algumas células isoladas
Caracteres acessórios: inclusões de tom castanho-escuro a castanho-dourado;
por vezes cristais prismáticos
Raios
Número de células
em largura: bisseriados na maioria e uni e trisseriados
Natureza: os raios são homocelulares de células
prostradas, formados por células de diferentes
dimensões. Em secção tangencial os raios
apresentam células de formato semelhante
com células terminais mais redondas que as
outras; verifica-se a anastomose de 2 ou mais
W
raios longitudinalmente.
102
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Fibras
Natureza: libriformes por vezes septadas
Disposição: dispostas irregularmente
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: média
103
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 2
Nº / mm2 (mín) 1
Nº / mm2 (max) 2
Pontuações média (Pm) 4
Espessura de parede (Pm) 11
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 376
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 170
Desvio-padrão (Pm) 29
RAIOS
Altura
Nº / mm 4-8
Nº mínimo de células 4
Nº médio de células 13
Nº máximo de células 22
Média (Pm) 260
Desvio-padrão (Pm) 90
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 2
Nº máximo de células 3
Média (Pm) 43
Desvio-padrão (Pm) 0
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1268
Desvio-padrão (Pm) 189
Largura
Média (Pm) 18
Desvio-padrão (Pm) 3,1
Relação comprimento /largura (Pm) 70
Espessura parede (Pm) 5,2
COR L* a* b*
Usada 34,1 14,5 11,9
Polida 41,2 14,3 14,4
104
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Rhamnaceae
Origem: África
Código: N3
Nº: 191
105
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
106
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: indistintas.
Cor: castanho-alaranjada
Brilho: algum brilho
Textura: fina a média
Fio: recto
Desenho: pouco desenhada sendo o desenho resultante
de alguma alternância de tom mais escuro
e claro em resultado sobretudo do tecido
fibroso e elementos vasculares e raios
com inclusões de tom escuro
Vasos
Tamanho: sensivelmente uniformes
Largura: na maioria médios
Abundância: medianamente abundantes
Disposição: difusa por vezes com alguma obliquidade
Agrupamento: isolados e agrupados (2 a 3 poros)
Forma: difícil observação pela sua dimensão reduzida
Parênquima
Distinção: pouco distinto
Disposição: não há padrão definido
Abundância: escasso
Raios
Largura: finos
Abundância: média
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
não observados
W
107
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
Secções longitudinais
os traços vasculares são relativamente bem
marcados na secção tangencial distinguindo-se
mesmo os elementos vasculares que o formam.
Tem conteúdos de tom escuro que se observam
também no plano radial com aspecto ponteado
108
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
109
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: pouco distintas marcadas por raras
células de parênquima marginal em linha
Vasos
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: isolados e agrupados radialmente 2, 3 ou
mais, por vezes em cacho de 3 a 5
Diâmetro tangencial: moderadamente estreitos a médios
Forma: sensivelmente circular
Perfurações: simples
Pontuações: intervasculares alternas e finas e
pontuações vasos-raios semelhantes
às pontuações intervasculares
Comprimento dos
elementos vasculares: moderadamente curtos
Espessura da parede: espessa
Caracteres acessórios: presença de substâncias gomosas de tom
castanho dourado laranja, muitas na zona
de comunicação entre elementos vasculares
quando observados longitudinalmente
Parênquima
Natureza: séries verticais de 2 - 4 células
Disposição: apotraqueal difuso e paratraqueal
circunvascular e unilateral vasicêntrico
escasso, com uma única fiada de células à
volta do poro; parênquima aliforme
muito ténue (linhas muito
curtas no máximo com 2 células)
Caracteres acessórios: presença de cristais nas células de parênquima
axial em séries cristalíferas. Inclusões
no parênquima longitudinal. Presença de sílica
Raios
Número de células
em largura: bi a plurisseriados, observando-se também
raios anastomosados
Natureza: heterocelulares sendo o corpo formado,
na maioria, por células prostradas sendo
as marginais (1 a 3 células) quadradas ou
W
110
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Fibras
Natureza: libriformes
Disposição: irregulares
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: fina
111
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 5
Nº / mm2 (mín) 2
Nº / mm2 (max) 7
Pontuações média (Pm) 2
Espessura de parede (Pm) 7
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 312
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 100
Desvio-padrão (Pm) 11
RAIOS
Altura
Nº / mm 3-6
Nº mínimo de células 8
Nº médio de células 22
Nº máximo de células 35
Média (Pm) 272
Desvio-padrão (Pm) 37
Largura
Nº mínimo de células 2
Nº médio de células 3
Nº máximo de células 4
Média (Pm) 37
Desvio-padrão (Pm) 7
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1272
Desvio-padrão (Pm) 116
Largura
Média (Pm) 23
Desvio-padrão (Pm) 3,5
Relação comprimento /largura (Pm) 55
Espessura parede (Pm) 5,6
COR L* a* b*
Usada 42,7 17,0 21,4
Polida 45,6 16,9 20,4
112
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Meliaceae
Código: N4
Nº: 210
113
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
114
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: indistintas
Cor: castanho-alaranjada
Brilho: leve brilho acetinado
Textura: fina a média
Fio: levemente ondulado
Desenho: é dado pela alternância de zonas com mais
brilho e zonas mais baças
Vasos
Tamanho: sensivelmente uniformes
Largura: médios
Abundância: medianamente abundantes
Disposição: difusa
Agrupamento: isolados e agrupados
Forma: difícil observação pela sua pequena dimensão
Parênquima
Distinção: distinto
Disposição: dado por um manchado esbranquiçado
que se destaca do tom escuro das fibras
Abundância: médio
Raios
Largura: finos (só visíveis à lupa)
Abundância: média
Trajecto: rectilíneos
Elementos acessórios
observa-se um ou outro cristal
Secções longitudinais
traços vasculares pouco marcados e o que
se torna evidente é o parênquima, com laivos
de tom esbranquiçado num fundo escuro
das fibras
115
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
116
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
117
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: pouco distintas
Vasos
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: na maioria isolados e agrupados radialmente
variando entre 2 a 8 (pouco frequente)
Diâmetro tangencial: médios
Forma: oval
Perfurações: simples
Pontuações: intervasculares alternas com aberturas
finas alongadas e por vezes coalescentes;
as pontuações vaso-raios são alternas,
pequenas e arredondadas
Comprimento dos
elementos vasculares: muito curtos
Espessura da parede: espessa
Caracteres acessórios: depósitos gomosos nos vasos e nas zonas
de comunicação entre elementos vasculares
Parênquima
Natureza: células em séries verticais de 2 a 6
Disposição: o parênquima abundante é na maioria
circunvascular dispondo-se em torno dos poros
e conferindo ao plano lenhoso um aspecto
manchado; é também apotraqueal difuso em
células isoladas ou em linhas curtas radiais ou
aglomerados de dimensão variável que podem
formar faixas descontínuas entre os vasos
Caracteres acessórios: raros depósitos de tom castanho alaranjado
e raros cristais
Raios
Número de células
em largura: plurisseriados (2 a 6) na maioria de 3 a 4
células em largura; observam-se também
alguns raios unisseriados
Natureza: na sua maioria são heterocelulares com
o corpo formado por células prostradas e
as margens por células quadradas.
Os raios homocelulares são formados
W
118
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Fibras
Natureza: libriformes
Disposição: irregulares
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: fina
119
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 2
Nº / mm2 (mín) 1
Nº / mm2 (max) 2
Pontuações média (Pm) 1
Espessura de parede (Pm) 12
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 243
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 102
Desvio-padrão (Pm) 28
RAIOS
Altura
Nº / mm 3-8
Nº mínimo de células 2
Nº médio de células 15
Nº máximo de células 27
Média (Pm) 303
Desvio-padrão (Pm) 101
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 4
Nº máximo de células 6
Média (Pm) 65
Desvio-padrão (Pm) 10
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 974
Desvio-padrão (Pm) 64
Largura
Média (Pm) 22
Desvio-padrão (Pm) 2,6
Relação comprimento /largura (Pm) 44
Espessura parede (Pm) 4,6
COR L* a* b*
Usada 54,6 12,7 21,1
Polida 50,0 15,1 23,4
120
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Euphorbiaceae
Origem: África
Código: N5
Nº: 166
121
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
122
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: indistintas
Cor: castanho-escura
Brilho: ceroso
Textura: muito fina
Fio: levemente revesso
Desenho: pouco desenhada com algum manchado
de tom mais claro dado pelo parênquima
Vasos
Tamanho: uniformes
Largura: médios a largos
Abundância: média
Disposição: difusa
Agrupamento: isolados e agrupados radialmente até 4 poros
Forma: circular
Parênquima
Distinção: distinto só com a lupa
Disposição: paratraqueal em linhas onduladas. Há zonas
que possivelmente correspondem a zonas de
crescimento (limite de camada) onde não
existem poros ou há menor abundância
e parênquima circunvascular, nalguns casos
com alguma confluência
Abundância: raro a medianamente abundante
Raios
Largura: finos
Abundância: medianamente abundantes
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
observação de cristais no parênquima e algum
conteúdo escuro nos poros
W
123
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
Secções longitudinais
em geral os elementos vasculares são curtos
e pouco evidentes nas secções longitudinais,
no entanto observam-se alguns mais vincados.
Observam-se muitas inclusões negras nos
raios e muitos cristais no parênquima
124
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
125
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: pouco distintas embora possam estar
marcadas por algumas células de
parênquima marginal que se
dispõem tangencialmente nesse limite
Vasos
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: poros isolados e agrupados (2 a 5)
predominando contudo os agrupamentos de 2 e
3 poros, com disposição sobretudo radial.
Diâmetro tangencial: moderadamente estreitos
Forma: sensivelmente circular
Perfurações: simples
Pontuações: alternas finas
Comprimento dos
elementos vasculares: muito curtos
Espessura da parede: média
Caracteres acessórios: presença de inclusões de tom castanho dourado
Parênquima
Natureza: em séries radiais de 6 células no máximo
Disposição: Apotraqueal difuso e em células
isoladas. Paratraqueal circunvascular
vasicêntrico ou unilateral (apenas 2 a 3
células), com tendência a aliforme (pequenas
alas 2-3 células) e por vezes confluente.
As linhas ou faixas curtas (2 a 4 células em
altura) confluentes têm uma disposição
tangencial ou oblíqua e geralmente não
são contínuas, no entanto conferem um
aspecto zonado à madeira. Parênquima
marginal em linhas descontínuas
Caracteres acessórios: presença de inclusões de tom castanho
dourado e séries de cristais
quadrados e romboédricos, 1 por célula
Raios
Número de células
em largura: na maioria bi a plurisseriados (2 a 5);
ocasionalmente unisseriados
W
126
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Fibras
Natureza: libriformes
Disposição: levemente sinuosas
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: fina
127
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 5
Nº / mm2 (mín) 2
Nº / mm2 (max) 8
Pontuações média (Pm) 1
Espessura de parede (Pm) 5
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 238
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 54
Desvio-padrão (Pm) 9
RAIOS
Altura
Nº / mm 4-7
Nº mínimo de células 8
Nº médio de células 25
Nº máximo de células 41
Média (Pm) 309
Desvio-padrão (Pm) 96
Largura
Nº mínimo de células 2
Nº médio de células 4
Nº máximo de células 5
Média (Pm) 50
Desvio-padrão (Pm) 11
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1086
Desvio-padrão (Pm) 104
Largura
Média (Pm) 20
Desvio-padrão (Pm) 2,9
Relação comprimento /largura (Pm) 54
Espessura parede (Pm) 4,8
COR L* a* b*
Usada 35,5 10,4 12,9
Polida 40,2 10,4 14,5
128
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Combretaceae
Origem: África
Utilizações: própria para jardins. Madeira rija, de grande duração mas um pou-
co nodosa
Código: N6
Nº: 79
129
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
130
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: pouco distintas
Cor: amarelo-rosada a alaranjada
Brilho: ausente
Textura: média
Fio: ondulado a revesso
Desenho: dado sobretudo pelo ondulado das
faixas de parênquima de tom claro que
envolvem os elementos vasculares
Vasos
Tamanho: variáveis
Largura: médios a largos
Abundância: médio a numerosos
Disposição: difusa
Agrupamento: isolados, agrupados, em cacho
Forma: circular
Parênquima
Distinção: distinto
Disposição: circunvascular aliforme com confluência
quer em faixas tangenciais quer em faixas
mais curtas e onduladas. Apotraqueal e
paratraqueal em faixas. Por vezes há
zonas onde não existem nem poros nem
parênquima, apenas tecido fibroso
possivelmente marcando uma camada de
crescimento. Parênquima marginal
Abundância: muito abundante
Raios
Largura: muito finos
Abundância: media
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
W
131
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Secções longitudinais
W
132
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
133
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: pouco distintas
Vasos
Disposição: porosidade difusa estando todos os vasos
incluídos em faixas largas de parênquima
Agrupamento: isolados
Diâmetro tangencial: médios
Forma: oval
Perfurações: simples
Pontuações: opostas finas
Comprimento dos
elementos vasculares: muito curtos
Espessura da parede: espessa
Caracteres acessórios: alguns vasos com inclusões gomosas
Parênquima
Natureza: em séries verticais de 2 a 5 células
Disposição: parênquima predominantemente
paratraqueal, aliforme formando faixas largas,
que podem atingir as 10 células em largura,
e que incluem por completo os poros. Estas
faixas na sua maioria podem limitar-se a
circundar os poros ou confluir dispondo-se
obliquamente e com alguma continuidade no
plano lenhoso, conferindo um aspecto
manchado ou zonado à madeira. Observa-se
também parênquima apotraqueal difuso em
células isoladas e marginal
Caracteres acessórios: um ou outro cristal
Observam-se células secretoras (idioblasto),
de origem parenquimatosa, com contorno
circular
Raios
Número de células
em largura: na generalidade unisseriados e
ocasionalmente plurisseriados de 2 células
em largura
Natureza: na grande maioria os raios são unisseriados
W
134
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Fibras
Natureza: libriformes
Disposição: rectilíneas a sinuosas
Comprimento: moderadamente curtas
Largura: estreitas
Espessura da parede: fina
135
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 2
Nº / mm2 (mín) 1
Nº / mm2 (max) 3
Pontuações média (Pm) 3
Espessura de parede (Pm) 8
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 241
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 104
Desvio-padrão (Pm) 12
RAIOS
Altura
Nº / mm 10-17
Nº mínimo de células 3
Nº médio de células 18
Nº máximo de células 32
Média (Pm) 348
Desvio-padrão (Pm) 163
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 2
Nº máximo de células 2
Média (Pm) 17
Desvio-padrão (Pm) 3
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 885
Desvio-padrão (Pm) 87
Largura
Média (Pm) 19
Desvio-padrão (Pm) 2,0
Relação comprimento /largura (Pm) 47
Espessura parede (Pm) 3,7
COR L* a* b*
Usada 57,1 15,9 27,6
Polida 60,9 14,1 24,4
136
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Apocynaceae
Origem: América
Utilizações: Construção civil
Código: N7
Nº: 190
137
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
138
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: indistintas, assim como os poros e os raios.
Cor: amarelo-acastanhada com alguns laivos
finos e escuros
Brilho: pouco brilho
Textura: fina
Fio: recto
Desenho: dado pelo tecido fibroso que forma linhas
ou listas finas longitudinais escuras
podendo corresponder a diferentes camadas
de crescimento
Vasos
Tamanho: uniformes
Largura: médios
Abundância: numerosos com alguma tendência
a distribuição oblíqua
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: isolados e agrupados
Forma: difícil observação
Parênquima
Distinção: pouco distinto
Disposição: difusa
Abundância: escasso
Raios
Largura: muito finos, invisíveis à vista
desarmada, só observáveis com lupa
Abundância: numerosos
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
difícil observação
W
139
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Secções longitudinais
W
140
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
141
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: marcadas por uma leve dilatação dos raios
na zona de transição de camada e um certo
achatamento das fibras no sentido radial.
No limite das camadas também existem
poros de pequena dimensão de forma mais
circular e com uma disposição mais ou
menos tangencial na camada
Vasos
Disposição: porosidades é difusa, embora se observem
zonas de maior concentração de poros
de maior dimensão com uma distribuição
por vezes oblíqua
Agrupamento: na maioria os vasos são isolados, mas
ocasionalmente agrupamentos radiais
e oblíquos de 2 raramente 3
Diâmetro tangencial: moderadamente estreitos
Forma: circular a oval
Perfurações: simples
Pontuações: paredes dos vasos com pontuações opostas
finas, pontuações vasos - raios semelhantes
Comprimento dos
elementos vasculares: moderadamente curtos
Espessura da parede: média
Caracteres acessórios: tendência a estratificação de vasos.
Ocorrência de traqueídos vasculares
Parênquima
Natureza: seriado em séries verticais até 4 células
Disposição: escasso, apresentando-se apotraqueal
difuso e paratraqueal
Caracteres acessórios: algumas células com inclusões
Raios
Número de células
em largura: uni e plurisseriados de 2 a 4 células
Natureza: os raios na maioria são homocelulares
de células prostradas; os raios heterocelulares
são de células prostradas com células
terminais quadradas e erectas.
W
Trajecto: rectilíneo
142
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Fibras
Natureza: libriformes muito pontuadas tangencial
e radialmente
Disposição: irregulares
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: média
143
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 6
Nº / mm2 (mín) 2
Nº / mm2 (máx) 9
Pontuações média (Pm) 2
Espessura de parede (Pm) 5
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 281
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 69
Desvio-padrão (Pm) 13
RAIOS
Altura
Nº / mm 1-5
Nº mínimo de células 6
Nº médio de células 22
Nº máximo de células 37
Média (Pm) 392
Desvio-padrão (Pm) 97
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 3
Nº máximo de células 4
Média (Pm) 39
Desvio-padrão (Pm) 6
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1211
Desvio-padrão (Pm) 175
Largura
Média (Pm) 16
Desvio-padrão (Pm) 1,9
Relação comprimento /largura (Pm) 39
Espessura parede (Pm) 4,7
COR L* a* b*
Usada 60,7 11,6 28,0
Polida 64,9 10,0 26,8
144
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Myrtaceae
Origem: Austrália
Código: N8
Nº: 129
145
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
146
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: observam-se camadas de crescimento
a olho nu. Com lupa observam-se linhas
escuras provenientes de tecido fibroso
e por vezes algum parênquima marginal.
Cor: amarela levemente alaranjada
Brilho: pouco
Textura: fina
Fio: direito
Desenho: pouco desenhada, com leve listado
proveniente do contraste entre o tecido
mais escuro das fibras e o mais claro
do parênquima
Vasos
Tamanho: médios e alguns de menor dimensão
Largura: largos
Abundância: abundantes
Disposição: difusa
Agrupamento: isolados e alguns agrupamentos radiais
e também oblíquos dificilmente distintos
Forma: sensivelmente circular
Parênquima
Distinção: distinto
Disposição: circunvascular e algum marginal
Abundância: média
Raios
Largura: finos de difícil distinção
Abundância: médios
Trajecto: sensivelmente rectilíneo
Elementos acessórios
observam-se cristais no parênquima
W
147
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Secções longitudinais
W
148
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
149
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: indistintas
Vasos
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: os poros são isolados com uma certa
distribuição oblíqua
Diâmetro tangencial: variável e médios
Forma: sensivelmente circular a oval
Perfurações: simples
Pontuações: opostas finas nas paredes dos elementos
vasculares sendo as pontuações vasos – raios
grandes, arredondadas e aparentemente
simples
Comprimento dos
elementos vasculares: moderadamente curtos
Espessura da parede: média
Caracteres acessórios: ocorrência de traqueídos vasculares
Parênquima
Natureza: células em séries verticais até 3-4 células,
por série
Disposição: paratraqueal circunvascular por vezes
confluente em manchas pouco definidas
incluindo alguns poros. O parênquima
apotraqueal é difuso em células isoladas
algumas formando linhas curtas de 2 a 3
células
Caracteres acessórios: não se observam
Raios
Número de células
em largura: na maioria são uni e bisseriados. Apresentam
uma forma bastante variável, por vezes com
parte do corpo do raio bisseriado muito curto
(2 - 3 células) e 4 - 6 células formando
as margens unisseriadas
Natureza: homocelulares e heterocelulares com o
corpo de células prostradas e marginais
quadradas a erectas podendo atingirem as
W
150
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Fibras
Natureza: libriformes muito pontuadas com
pontuações areoladas nas paredes tangenciais
e radiais
Disposição: tendência a uma disposição regular
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: média
151
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 4
Nº / mm2 (mín) 2
Nº / mm2 (máx) 5
Pontuações média (Pm) 3
Espessura de parede (Pm) 6
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 318
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 110
Desvio-padrão (Pm) 21
RAIOS
Altura
Nº / mm 8-15
Nº mínimo de células 2
Nº médio de células 11
Nº máximo de células 20
Média (Pm) 226
Desvio-padrão (Pm) 76
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 2
Nº máximo de células 2
Média (Pm) 25
Desvio-padrão (Pm) 6
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1356
Desvio-padrão (Pm) 97
Largura
Média (Pm) 17
Desvio-padrão (Pm) 2,2
Relação comprimento /largura (Pm) 80
Espessura parede (Pm) 4,4
COR L* a* b*
Usada 56,0 14,4 25,9
Polida 60,3 12,7 23,3
152
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Moraceae
Origem: África
Código: N9
Nº: 189
153
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
154
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: marcadas por linhas tangenciais de
parênquima marginal menos onduladas
do que as faixas de parênquima associado
aos poros dentro da camada
Cor: castanho-dourada
Brilho: algum, levemente acetinado
Textura: média
Fio: sensivelmente rectilíneo, levemente ondulado
Desenho: dado sobretudo pelo parênquima,
de tom esbranquiçado, associado aos poros
que são bem evidentes, contrastando com
o fundo de tom castanho dourado das fibras
Vasos
Tamanho: sensivelmente uniformes
Largura: estreitos a médios, alguns obstruídos
Abundância: medianamente abundantes
Disposição: difusa, por vezes com alguma obliquidade
Agrupamento: há poros isolados e agrupados até 4, radiais
Forma: oval
Parênquima
Distinção: observado à vista desarmada
Disposição: paratraqueal, circunvascular, em faixas tangenciais
contínuas, levemente onduladas ao longo do
plano lenhoso. Observou-se também
parênquima circunvascular unilateral e algum
parênquima terminal em finas linhas direitas
Abundância: abundante
Raios
Largura: médios
Abundância: medianamente abundantes com disposição regular
Trajecto: rectilíneo, levemente sinuoso sobretudo junto
aos poros de maior diâmetro quando observado
W
em secção transversal
155
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
Elementos acessórios
conteúdos cristalíferos no interior
dos poros observáveis longitudinal
e transversalmente
Secções longitudinais
os traços vasculares são evidentes quer
na secção tangencial quer na radial,
distinguindo-se os elementos vasculares que
os formam. Parênquima axial e raios evidentes.
Observa-se uma certa estratificação dos raios
156
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
157
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: pouco distintas
Vasos
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: isolados e agrupados radialmente de 2 a 4 poros
Diâmetro tangencial: médios
Forma: circular a oval
Perfurações: simples
Pontuações: nas paredes dos vasos as pontuações são
alternas pequenas contorno oval a hexagonal
dispostas em filas oblíquas e as pontuações
vasos-raios simples são mais largas do que
as pontuações intervasculares
Comprimento dos
elementos vasculares: muito curtos
Espessura da parede: espessa
Caracteres acessórios: tilos abundantes
Parênquima
Natureza: células em séries verticais com número
variável, frequentemente de 5 a 8 células
Disposição: apotraqueal difuso, paratraqueal
circunvascular algumas vezes unilateral
e também aliforme mas na maioria confluente
em faixas contínuas, levemente onduladas,
que podem ir até 8 células, faixas essas que
não incluem na sua totalidade os poros,
sobretudo os agrupados
Caracteres acessórios: presença de cristais (um por célula).
Células de parênquima muito pontuadas
nas paredes tangenciais e nas radiais
Raios
Número de células
em largura: os raios são na maioria plurisseriados com
3 a 5 células em largura, geralmente
trisseriados. Ocasionalmente unisseriados.
Natureza: são heterocelulares com o corpo do raio
formado por células prostradas e as margens
por células marginais na maioria erectas,
W
158
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Trajecto: sinuoso
Largura: moderadamente estreitos
Tamanho: variáveis
Altura: extremamente baixos
Abundância: médios
Disposição: irregular embora se observe uma certa
tendência a estratificação
Caracteres acessórios: presença de cristais nas células marginais
erectas ou quadradas dos raios.
Observam-se alguns raios fusionados
Fibras
Natureza: libriformes
Disposição: irregulares
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: média
159
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 2
Nº / mm2 (mín) 1
Nº / mm2 (máx) 2
Pontuações média (Pm) 4
Espessura de parede (Pm) 10
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 207
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 182
Desvio-padrão (Pm) 36
RAIOS
Altura
Nº / mm 3-8
Nº mínimo de células 9
Nº médio de células 17
Nº máximo de células 24
Média (Pm) 269
Desvio-padrão (Pm) 48
Largura
Nº mínimo de células 3
Nº médio de células 4
Nº máximo de células 5
Média (Pm) 45
Desvio-padrão (Pm) 6
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1252
Desvio-padrão (Pm) 104
Largura
Média (Pm) 16
Desvio-padrão (Pm) 2,3
Relação comprimento /largura (Pm) 78
Espessura parede (Pm) 4,3
COR L* a* b*
Usada 48,6 14,1 26,0
Polida 53,9 13,4 28,6
160
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Leguminosae
Sub-família: Papilionaceae
Origem: África
Código: N10
Nº: 208
161
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
162
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: visíveis
Cor: amarelo-dourada
Brilho: algum
Textura: fina
Fio: recto
Desenho: pouco desenhada apenas com um fino
listado de tom amarelo mais escuro
Vasos
Tamanho: uniformes e finos
Largura: médios
Abundância: medianamente abundantes
Disposição: porosidade difusa, sem padrão embora com
zonas de maior acumulação de poros
Agrupamento: isolados e agrupados
Forma: circular
Parênquima
Distinção: distinto
Disposição: paratraqueal circunvascular fazendo linhas
contínuas tangenciais com confluência
Abundância: medianamente abundante
Raios
Largura: finos
Abundância: média
Tragecto: rectilíneo
Elementos acessórios
não se observam
Secções longitudinais
traços vasculares pouco marcados. Alguns
elementos vasculares são visíveis através do
conteúdo castanho alaranjado que apresentam
163
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
A B
164
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: distintas marcadas pelo diâmetro dos poros.
Observa zona de poros de maior dimensão
seguida e de uma zona de poros
de pequena dimensão
Vasos
Disposição: na amostra observada a porosidade
é intermédia entre a porosidade em anel
e a porosidade semi-difusa pela distribuição
que os poros têm no plano lenhoso de acordo
com o seu diâmetro. Assim observa-se uma
zona de poros de maior dimensão e que
gradual ou mais abruptamente, reduzem o seu
diâmetro formando uma outra zona de poros
mais estreitos
Agrupamento: isolados e agrupados estes sobretudo
radialmente e por vezes obliquamente,
variando de 2 a 4 poros apresentando-se
ocasionalmente em cacho de 3 poros
Diâmetro tangencial: moderadamente estreitos
Forma: sensivelmente circular
Perfurações: simples
Pontuações: as pontuações intervasculares são alternas
finas de forma arredondada e as pontuações
vasos-raios semelhantes.
Comprimento dos
elementos vasculares: muito curtos
Espessura da parede: espessas
Caracteres acessórios: inclusões gomosas de tom amarelo dourado
Parênquima
Natureza: em séries verticais com 2 células
Disposição: apotraqueal difuso em células isoladas
e em linhas. Paratraqueal circunvascular
unilateral aliforme com alguma confluência
de 1 a 2 fiadas e pequenas células, sempre
em linhas e que se interrompem
Caracteres acessórios: disposição estratificada. Parênquima
cristalífero presente
W
165
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
Raios
Número de células
em largura: os raios são quase exclusivamente
unisseriados, observando-se muito
pontualmente a bisseriação numa pequena
porção do corpo do raio
Natureza: são homocelulares formados por células
prostradas
Trajecto: rectilíneo
Largura: muito estreitos
Tamanho: sensivelmente uniformes
Altura: extremamente baixos
Abundância: numerosos
Disposição: estratificada
Fibras
Natureza: libriformes
Disposição: em faixas tangenciais
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: média
166
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 11
Nº / mm2 (mín) 5
Nº / mm2 (máx) 16
Pontuações média (Pm) 1
Espessura de parede (Pm) 13
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 194
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 69
Desvio-padrão (Pm) 15
RAIOS
Altura
Nº / mm 20-26
Nº mínimo de células 4
Nº médio de células 11
Nº máximo de células 18
Média (Pm) 112
Desvio-padrão (Pm) 14
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 1
Nº máximo de células 1
Média (Pm) 17
Desvio-padrão (Pm) 3
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1411
Desvio-padrão (Pm) 145
Largura
Média (Pm) 23
Desvio-padrão (Pm) 3,2
Relação comprimento /largura (Pm) 61
Espessura parede (Pm) 5,8
COR L* a* b*
Usada 75,5 8,8 34,7
Polida 73,0 9,9 34,4
167
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
168
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Bombaceae
Origem: África
Código: N11
Nº: 196
169
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
170
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: ligeiramente distintas. O limite das camadas
é dado por um tom levemente mais escuro
possivelmente de tecido fibroso, observando-se
alguma disposição tangencial dos poros nessa
camada
Cor: castanha de tom claro-rosado
Brilho: ausente
Textura: média
Fio: recto
Desenho: pouco desenhada com algum listado dado
pelo tecido fibroso no limite das camadas
de crescimento e traços vasculares
Vasos
Tamanho: medianamente variáveis
Largura: médios a largos
Abundância: pouco numerosos
Disposição: difusa. No limite das camadas
de crescimento é marcada pela disposição
tangencial de poros isolados
dispostos tangencialmente.
Agrupamento: isolados e agrupados radialmente
Forma: circular
Parênquima
Distinção: indistinto
Disposição: indistinto
Abundância: indistinto
Raios
Largura: finos
Abundância: escassos a médios
Trajecto: rectilíneo (pouco visível)
Elementos acessórios
W
Estratificação de raios
171
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Secções longitudinais
W
172
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
173
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: Nítidas dadas pelo maior espessamento
das células no limite da camada de crescimento
Vasos
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: isolados e agrupados radial e obliquamente
(2, 3 ou mais poros) e ainda agrupamentos
em cacho de 3 a 4 poros.
Diâmetro tangencial: médios
Forma: circular a oval
Perfurações: simples
Pontuações: as pontuações intervasculares são alternas
circulares a hexagonais com abertura
por vezes alongada
Comprimento dos
elementos vasculares: muito curtos
Espessura da parede: espessa
Caracteres acessórios: presença de tilos e algumas inclusões
gomosas de tom dourado. Traqueídos
vasculares presentes
Parênquima
Natureza: células em séries verticais de 3 a 4
Disposição: apotraqueal difuso e em linhas sem continuidade
Caracteres acessórios: disposição estratificada
Raios
Número de células
em largura: bi e trisseriados, observando-se também
alguns unisseriados
Natureza: heterocelulares, com o corpo de células
prostradas e uma fiada de células marginais
quadradas e erectas ou apenas uma delas,
com 1 a 2 cristais nas células marginais
Trajecto: sensivelmente rectilíneo apresentando-se
levemente sinuoso junto aos poros de maior
diâmetro
Largura: moderadamente estreitos
Tamanho: variáveis
Altura: extremamente baixos
W
Abundância: raros
174
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Disposição: estratificada
Caracteres acessórios: substâncias gomosas. Cristais. Presença de sílica
Fibras
Natureza: libriformes. Escassas
Disposição: em séries radiais
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: média
175
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 2
Nº / mm2 (mín) 1
Nº / mm2 (máx) 2
Pontuações média (Pm) 2
Espessura de parede (Pm) 7
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 249
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 140
Desvio-padrão (Pm) 22
RAIOS
Altura
Nº / mm 3-4
Nº mínimo de células 4
Nº médio de células 15
Nº máximo de células 26
Média (Pm) 327
Desvio-padrão (Pm) 51
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 2
Nº máximo de células 3
Média (Pm) 39
Desvio-padrão (Pm) 7
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1362
Desvio-padrão (Pm) 127
Largura
Média (Pm) 16
Desvio-padrão (Pm) 1,6
Relação comprimento /largura (Pm) 85
Espessura parede (Pm) 4,4
COR L* a* b*
Usada 56,8 13,7 24,9
Polida 58,9 12,7 24,2
176
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Oleaceae
Origem: África
Código: N12
Nº: 92
177
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
178
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: pouco distintas contudo marcadas por
linhas finas de tecido fibroso
Cor: castanho-amarelado-dourada
Brilho: pouco
Textura: fina
Fio: recto
Desenho: listado, de largura variável, zona mais escura
equivalente a tecido fibroso que alterna com
outra mais clara de maior acumulação de poros
Vasos
Tamanho: sensivelmente uniformes
Largura: estreitos, médios e largos
Abundância: abundantes
Disposição: difusa
Agrupamento: isolados observando-se com muita
dificuldade alguns agrupamentos
Forma: sensivelmente circular a oval
Parênquima
Distinção: muito pouco distinto
Disposição: não há um padrão definido, disperso
Abundância: muito escasso
Raios
Largura: finos e difíceis de observar mesmo com lupa
Abundância: médios
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
não se observam
Secções longitudinais
traços vasculares praticamente indistintos.
Raios levemente marcados de tom mais escuro
179
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
A B
180
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: pouco evidentes
Vasos
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: na maioria são isolados, mas observam-se
também muitos agrupamentos, sobretudo
radiais de 2 a 4 poros, predominantemente
os de 3 poros; menos frequentes são os cachos,
na maioria de 3 poros
Diâmetro tangencial: muito estreitos
Forma: circular a oval
Perfurações: simples
Pontuações: as pontuações intervasculares são alternas
com disposição em linha diagonal e finas;
as pontuações vasos-raios são semelhantes
a pontuações intervasculares
Comprimento dos
elementos vasculares: médios
Espessura da parede: média
Caracteres acessórios: não se observam
Parênquima
Natureza: 2 a 4 células por série vertical
Disposição: escasso contudo apresenta-se apotraqueal
difuso e em fiadas curtas com uma célula
de largura e algum marginal
Caracteres acessórios: não se observam
Raios
Número de células
em largura: os raios são uni, bi e trisseriados sendo
na maioria bisseriados
Natureza: os raios na grande maioria são
heterocelulares e apresentam formas variadas
no que refere à sua composição.
São classificados na categoria de raios cuja
porção multisseriada é tão grande como a
porção unisseriada (segundo IAWA 1989).
Assim observam-se raios de corpo formado
por células prostradas e margens de células
W
181
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
Fibras
Natureza: libriformes pontuadas
Disposição: irregular
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: fina
182
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 12
Nº / mm2 (mín) 7
Nº / mm2 (máx) 16
Pontuações média (Pm) 3
Espessura de parede (Pm) 3
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 360
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 48
Desvio-padrão (Pm) 5
RAIOS
Altura
Nº / mm 4-9
Nº mínimo de células 7
Nº médio de células 14
Nº máximo de células 20
Média (Pm) 300
Desvio-padrão (Pm) 130
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 2
Nº máximo de células 3
Média (Pm) 30
Desvio-padrão (Pm) 5
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 1396
Desvio-padrão (Pm) 107
Largura
Média (Pm) 20
Desvio-padrão (Pm) 2,8
Relação comprimento /largura (Pm) 70
Espessura parede (Pm) 4,5
COR L* a* b*
Usada 55,3 13,3 24,3
Polida 59,0 12,6 24,0
183
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
184
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Myrtaceae
Origem: Austrália
Código: N13
Nº: 153
185
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
186
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: pouco distintas
Cor: castanho-acinzentada
Brilho: ceroso
Textura: fina
Fio: recto
Desenho: pouco desenhada, traços vasculares
pouco marcados
Vasos
Tamanho: variáveis
Largura: médios a largos
Abundância: medianamente abundantes
Disposição: difusa
Agrupamento: observa-se alguns, mas poucos, agrupamentos
de 2 poros dispostos radialmente
Forma: circular a oval
Parênquima
Distinção: difícil de observar
Disposição: não tem um padrão definido, é difuso
Abundância: escasso
Raios
Largura: muito finos por vezes difíceis de observar à lupa
Abundância: médios
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
não se observam
Secções longitudinais
os traços vasculares são marcados
e de tom mais escuro, por vezes é possível
W
187
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
os formam, tanto na secção tangencial como
na radial. É possível observar um conteúdo
de tom mais claro. Os raios também são
visíveis pelo tom escuro no fundo e o
tom avermelhado das fibras, quando
observados tangencialmente
188
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
189
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: pouco distintas
Vasos
Disposição: porosidade difusa
Agrupamento: a maioria dos poros são isolados e os
agrupamentos são sobretudo radiais e de 2 a 3 poros
Diâmetro tangencial: moderadamente estreitos
Forma: sensivelmente circular a oval
Perfurações: simples
Pontuações: as pontuações são alternas finas por vezes com
abertura alongada e dispostas em diagonal; as
pontuações vasos-raios têm aureola reduzida,
aparentemente simples e maiores que as
pontuações intervasculares
Comprimento dos
elementos vasculares: moderadamente curtos
Espessura da parede: média
Caracteres acessórios: presença de gomas nos poros de tom
castanho-escuro, por vezes obstruindo
todo o poro. Tendência a estratificação
Parênquima
Natureza: células em séries verticais de 3 a 4
Disposição: apotraqueal difuso em células isoladas
e por vezes criando linhas com pequena
confluência. Há algum parênquima
paratraqueal circunvascular unilateral
Caracteres acessórios: não se observaram
Raios
Número de células
em largura: a maioria são unisseriados e em menor
número bisseriados
Natureza: os raios são heterocelulares de células
prostradas e margens de células quadradas
e erectas que podem atingir mais de 4 fiadas
de células. O corpo do raio é formado por
células quadradas e/ou prostradas conjuntas
e com margens de células quadradas e erectas,
cujo número é variável, podendo atingir
W
mais de 4 células
190
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Trajecto: sinuoso
Largura: muito estreitos
Tamanho: variáveis
Altura: extremamente baixos
Abundância: medianamente abundantes
Disposição: irregular
Caracteres acessórios: células com inclusões de tom castanho dourado
Fibras
Natureza: libriformes
Disposição: em séries radiais a irregularmente dispostas
Comprimento: moderadamente curtas
Largura: estreitas
Espessura da parede: média
191
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 6
Nº / mm2 (mín) 4
Nº / mm2 (máx) 8
Pontuações média (Pm) 3
Espessura de parede (Pm) 3
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 264
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 62
Desvio-padrão (Pm) 12
RAIOS
Altura
Nº / mm 4-10
Nº mínimo de células 7
Nº médio de células 20
Nº máximo de células 33
Média (Pm) 355
Desvio-padrão (Pm) 132
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 2
Nº máximo de células 2
Média (Pm) 22
Desvio-padrão (Pm) 5
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 851
Desvio-padrão (Pm) 65
Largura
Média (Pm) 16
Desvio-padrão (Pm) 1,9
Relação comprimento /largura (Pm) 53
Espessura parede (Pm) 4,7
COR L* a* b*
Usada 44,9 11,7 17,5
Polida 58,1 8,6 16,9
192
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Oleaceae
Origem: Europa
Código: N14
Nº: 155
193
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
194
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: distintas com grande acumulação de poros
dispostos tangencialmente no limite de camada
Cor: amarelo-esbranquiçada
Brilho: algum
Textura: média a grosseira
Fio: recto
Desenho: listado com traços vasculares de cor mais escura
Vasos
Tamanho: variáveis
Largura: médios e largos
Abundância: média
Disposição: grande acumulação de poros
dispostos tangencialmente no limite
de camada. Porosidade de anel a semi-difusa.
Nos poros de maior dimensão observa-se
algum conteúdo
Agrupamento: isolados, agrupamentos de 2 a 3 e alguns
cachos
Forma: circular a oval
Parênquima
Distinção: distinto mesmo sem lupa
Disposição: paratraqueal e associado aos poros tendo
uma certa continuidade em faixas confluentes,
faixas essas de aspecto sinuoso
Abundância: escasso
Raios
Largura: finos, visíveis apenas com lupa
Abundância: médios
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
não se observam
W
195
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Secções longitudinais
W
196
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
197
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: indistintas
Vasos
Disposição: porosidade difusa com alguma tendência aos
poros se disporem obliquamente
Agrupamento: isolados e agrupados, variando os
agrupamentos de 2 a 4 poros e mais
frequentes os de 3-4
Diâmetro tangencial: médio, embora alguns dos poros dos
agrupamentos, seja de pequeno diâmetro
confundindo-se com células de parênquima,
quando são observados transversalmente
Forma: sensivelmente circular
Perfurações: simples
Pontuações: as pontuações intervasculares são alternas finas
com abertura inclusa, dispondo-se em linha
oblíquas; as pontuações vaso-raio são
semelhantes ás pontuações intervasculares
Comprimento dos
elementos vasculares: muito curtos
Espessura da parede: média
Caracteres acessórios: espessamento nas paredes dos vasos.
Presença de inclusões gomosas de tom
castanho dourado
Parênquima
Natureza: células em séries verticais de 2 a 5
Disposição: escasso, observando-se parênquima
paratraqueal circunvascular vasicêntrico
algumas vezes unilateral de 1 a 2 células
em largura
Caracteres acessórios: não se observam
Raios
Número de células
em largura: uni a plurisseriados de 2 a 7 células
(mais frequente <3)
Natureza: na maioria são heterocelulares com corpo
de células prostradas com células marginais
quadradas/ou erectas de uma única célula.
W
198
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Fibras
Natureza: libriformes
Disposição: com tendência a uma disposição radial
Comprimento: extremamente compridas
Largura: médias
Espessura da parede: fina
199
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 3
Nº / mm2 (mín) 1
Nº / mm2 (máx) 4
Pontuações média (Pm) 3
Espessura de parede (Pm) 6
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 186
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 103
Desvio-padrão (Pm) 22
RAIOS
Altura
Nº / mm 4-6
Nº mínimo de células 6
Nº médio de células 13
Nº máximo de células 19
Média (Pm) 196
Desvio-padrão (Pm) 40
Largura
Nº mínimo de células 2
Nº médio de células 5
Nº máximo de células 7
Média (Pm) 46
Desvio-padrão (Pm) 7
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 3780
Desvio-padrão (Pm) 117,58
Largura
Média (Pm) 26
Desvio-padrão (Pm) 4,3
Relação comprimento /largura (Pm) 145
Espessura parede (Pm) 4,9
COR L* a* b*
Usada 65,5 12,0 26,1
Polida 67,4 11,0 24,4
200
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Família: Leguminosae
Sub-família: Papilionaceae
Origem: África
Utilizações: marcenaria, construção civil, ornamental por ter uma boa copa e
flores profusas
Código: N15
Nº: 218
201
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
202
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Características gerais
Camadas
de crescimento: pouco nítidas
Cor: castanha levemente dourada e alaranjada,
proveniente do conteúdo dos elementos
vasculares
Brilho: ausente
Textura: media
Fio: direito
Desenho: venado dado essencialmente pelas camadas
de crescimento
Vasos
Tamanho: variáveis
Largura: largos e médios, estes últimos
em maior número
Abundância: abundantes
Disposição: difusa
Agrupamento: isolados e agrupados
Forma: circular
Parênquima
Distinção: distinto
Disposição: paratraqueal em faixas descontínuas
e onduladas, raro parênquima terminal
Abundância: média a abundante
Raios
Largura: finos
Abundância: médio
Trajecto: rectilíneo
Elementos acessórios
a maioria dos poros com conteúdo branco
amarelado, levemente brilhante
W
203
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
Secções longitudinais
secção tangencial com desenho venado.
Os traços vasculares dão um tom alaranjado
mas não se visualizam os elementos que
os formam.
204
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A B
205
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Camadas
de crescimento: As camadas são pouco distintas, embora
marcadas por algum parênquima marginal
e também por fibras comprimidas radialmente
no limite da camada
Vasos
Disposição: a porosidade é difusa com uma tendência,
por vezes a uma disposição obliqua dos poros
Agrupamento: isolados e agrupados de 2 a 6 poros (mais
frequentes maioria 2 - 3) na maioria agrupados
radialmente por vezes obliquamente e em cacho
Diâmetro tangencial: moderadamente estreitos
Forma: sensivelmente circular a oval
Perfurações: simples
Pontuações: as pontuações intervasculares são alternas
finas com abertura exclusa formando linhas
sensivelmente oblíquas; as pontuações
vasos-raios distintamente aureoladas
semelhantes a pontuações intervasculares
Comprimento dos
elementos vasculares: muito curtos
Espessura da parede: espessa
Caracteres acessórios: com inclusões gomosas de tom acastanhado
Parênquima
Natureza: células em séries verticais de 2 a 4
Disposição: paratraqueal circunvascular vasicêntrico, aliforme
e confluente formando faixas até 12 células
onduladas com alguma continuidade podendo
incluírem 5 a 6 poros. Raramente apotraqueal
difuso em células isoladas e no limite da camada
há parênquima marginal e linhas ténues (2 -3 células)
Caracteres acessórios: inclusões gomosas de tom amarelo acastanhado.
Presença de séries cristalíferas
Raios
Número de células
em largura: os raios são na maioria uni e bisseriados,
alguns trisseriados. Existem vários raios na sua
maioria unisseriados e apenas com uma
W
206
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
W
Fibras
Natureza: libriformes, por vezes septadas.
Disposição: irregular
Comprimento: médias
Largura: estreitas
Espessura da parede: média
207
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
BIOMETRIA
VASOS
Nº / mm2 5
Nº / mm2 (mín) 3
Nº / mm2 (máx) 6
Pontuações média (Pm) 2
Espessura de parede (Pm) 16
Comprimento dos elementos vasos (Pm) 238
Diâmetro tangencial
Média (Pm) 87
Desvio-padrão (Pm) 11
RAIOS
Altura
Nº / mm 12-17
Nº mínimo de células 4
Nº médio de células 14
Nº máximo de células 24
Média (Pm) 189
Desvio-padrão (Pm) 64
Largura
Nº mínimo de células 1
Nº médio de células 2
Nº máximo de células 3
Média (Pm) 26
Desvio-padrão (Pm) 5
FIBRAS
Comprimento
Médio (Pm) 911
Desvio-padrão (Pm) 79
Largura
Média (Pm) 18
Desvio-padrão (Pm) 1,7
Relação comprimento /largura (Pm) 51
Espessura parede (Pm) 5,1
COR L* a* b*
Usada 49,2 14,3 22,0
Polida 61,8 13,7 24,1
208
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
209
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
210
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quadro 4.2 – Diferença dos valores das amostras polidas (C4, C5, C6) e expostas
ao ar (C1, C2, C3) para os parâmetros L*, a* e b* e sua percentagem relativamente ao
valor determinado na amostra polida
Código C4-C1 % C5-C2 % C6-C3 %
I1 10,32 22,2 -1,40 -8,4 1,96 8,8
I2 1,69 2,4 -0,22 -3,5 -1,05 -4,4
I3 7,75 18,9 1,37 11,3 2,38 15,9
I4 6,53 10,5 -2,66 -19,8 -2,56 -7,8
I5 -0,37 -0,6 -1,35 -21,4 -3,03 -13,1
I6 4,10 7,6 -2,44 -20,0 -2,47 -11,7
I7 6,01 16,2 -1,90 -26,1 1,09 13,1
I8 8,68 16,2 -0,79 -7,6 0,03 0,2
I9 2,49 3,8 -0,68 -19,9 -1,52 -10,6
I10 2,55 4,7 -0,86 -7,9 0,76 3,8
I11 4,91 8,1 -0,33 -5,1 0,43 2,2
I12 1,58 2,2 0,08 1,4 0,22 0,8
I13 6,12 13,1 -2,52 -28,8 0,00 0,0
I14 6,13 8,8 -1,38 -19,6 -1,23 -4,8
I15 4,67 7,6 -1,35 -17,7 -4,25 -14,8
I16 7,84 14,3 0,56 4,7 1,92 8,2
I17 2,77 6,5 -0,49 -3,8 0,98 5,3
M1 10,23 16,8 -3,42 -33,5 -5,34 -23,8
M2 3,76 8,5 -1,10 -13,9 0,15 0,8
M3 6,10 10,9 -3,10 -19,9 -2,25 -9,0
M4 3,72 5,3 -2,70 -40,2 -4,32 -13,3
M5 4,39 10,2 -1,17 -11,2 0,44 2,5
M6 5,11 12,3 -1,06 -7,4 1,00 6,6
M7 2,53 4,4 -1,12 -10,3 -1,73 -8,0
M8 6,25 12,2 -2,02 -13,5 -1,52 -6,7
M9 8,46 19,7 -2,40 -19,7 0,22 1,4
211
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
212
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
213
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
214
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
215
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Quadro 4.3 - Tabela de cores da madeira com os 3 parâmetros (L*, a*, b*) pela
ordem decrescente do parâmetro L*
216
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
217
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
220
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores obtidos nesta escala cromática de madeiras podem ser comparados com a
tabela classificativa de cores feita por Camargos & Gonçalez (2001), que apresentam valores
agrupados de L*, a* e b* para vinte e cinco madeiras.
Pode verificar-se que o maior valor de claridade (L*) encontrado foi de 84,37 (esbranquiçada),
e o menor valor de L* foi de 24,01 (cinzenta escura quase negra), correspondente respectivamente
ao branco acinzentado (74-86) e à cor preta (26-36) na classificação de Camargos & Gonçalez
(2001). Para estes autores, considera-se uma madeira de cor escura aquela cujo valor de L* for
menor ou igual a 56 e, por exemplo, as cores de roxo, vermelho e preto são consideradas cores
escuras e as cores branco, amarelo e rosa são consideradas claras.
O maior valor para o parâmetro a* é de 19,51 (rosada), que na classificação de
Camargos & Gonçalez (2001) se encontra na tonalidade avermelhada (17-21, 17-24) e
221
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
o menor de 1,18 (preta esverdeada) que corresponde à cor preta (1-6). O maior valor
de b* é 31,33 (amarela acastanhada), que na tabela de Camargos & Gonçalez (2001)
corresponde à cor amarelada (26-37) e o menor é 1,76 cuja cor mais próxima, segun-
do estes autores é preta (2-8).
222
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
223
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
225
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
226
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 4-26 - Projecção das 81 madeiras no plano definido pelas primeira (I=23,0%) e
segunda (II=15,4%) componentes principais à qual foi sobreposta a árvore de conexão mínima
227
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
228
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
230
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
(V4), maior espessura de parede dos vasos (V5), e maior humidade e retracção volumétrica
(FIS3 e FIS5) onde se situam, em maior número, amostras provenientes de Timor.
Numa segunda etapa foi construída uma matriz em que as 11 amostras que se
mostraram diferentes de todas as outras foram retiradas, para permitir uma maior
dispersão e assim melhor observação das restantes amostras, ficando a matriz com 70
linhas e as mesmas 20 características (colunas). A matriz 70 X 20 ordenada segundo o
fenograma de distâncias, para mais fácil comparação entre os diferentes grupos de
semelhança, pode ser observada no Anexo 13.
O fenograma de distâncias (Figura 4.30), com um coeficiente de correlação
cofenética de r=0,703, pode considerar-se uma representação relativamente pobre da
respectiva matriz. Neste fenograma pode considerar-se a existência dos seguintes
grupos de semelhança:
[(I1, T31, T21, I3, I7), (M15, T33, M29, T6, T8)],
[(I17, T20), (T17, T30)]
[(M2, M6, M9, M19), M23, M33, (M13, M17, T9, T28), (M14, M20, M26)],
(M18, M28, T14, M31, T11, T26),
(I2, I10, I15, I16),
[(I4, I13, T10, M3, T29), M21, (M5, M12), (T7, T22, T23), (I14, M4, M27, M24),
(I9, I11, T5), (I6, I8), M25, (I12, M10, M11)],
[(M1, T16, T32), (T4, T25), (M8, T5)],
M16, T24,
As duas últimas madeiras apresentam características que as distinguem de todas
as outras.
231
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
232
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
(III=11,2%) eixos principais (Figura 4.33), às quais foi sobreposta a árvore de conexão
mínima, representa 47,5% da variância total implícita na matriz original (Quadro 4.6).
Nas Figuras 4.32 e 4.34, são apresentadas as projecções das variáveis nos mesmos
planos, respectivamente, indicando a importância relativa de cada variável na distribui-
ção espacial das amostras de madeira. Embora a percentagem de variância explicada
pelas três primeiras componentes principais seja relativamente baixa (47,5%), o coefici-
ente de correlação cofenética entre as distâncias implícitas nas três primeiras compo-
nentes principais e as distâncias originais é de r=0,81, o que permite concluir que as
distâncias originais foram praticamente preservadas neste modelo.
No Quadro 4.6 pode ser observada a correlação entre as variáveis originais e as
três primeiras componentes principais, que nos indicam a sua importância relativa na
distribuição espacial das amostras de madeira em análise, indicando-se também o
respectivo valor próprio e a percentagem de variância explicada por cada componen-
te e a variância acumulada.
233
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
234
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
235
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Na Figura 4.31, pode verificar-se a definição de grupos de amostras como, por exemplo,
os constituído por (I12, M10, M11), (T4, T25, M1, T16, T32), (M13, M17, T9, T28), (M18, M28,
T24, T14, M31, T11, T26), (I4, I13, T10, M3, T29) que confirmam os mesmos grupos que se
observavam no fenograma (Figura 4.30).
Mais uma vez não é possível definir um padrão geográfico nítido. Nesta matriz verifica-
se uma tendência para um grupo de madeiras de Moçambique se agregarem entre si, encon-
trando-se as madeiras de Timor, da Índia e um outro grupo de Moçambique mais dispersos.
Da observação simultânea das Figuras 4.31 e 4.32, pode concluir-se que a distribuição
das amostras de madeira na primeira dimensão é controlada pela densidade ao ar (FIS1), em
oposição ao número médio de células em altura dos raios (R3), altura média dos raios (R5),
número de células em largura dos raios (R7), largura média dos raios (R8), comprimento
médio das fibras (F2), largura média das fibras (F4). No segundo eixo as características mais
marcantes são, número de vasos por milímetro quadrado (V1), as características da cor (C4,
C6), em oposição a (C5 e C7), humidade (FIS3), retracção volumétrica (FIS5), diâmetro médio
das pontuações (V4), espessura de parede dos vasos (V5) e a diâmetro tangencial médio dos
vasos (V7). No terceiro eixo, a disposição espacial das amostras é controlada pelas caracterís-
ticas do número de raios por milímetro (R1), comprimento dos elementos dos vasos (V6), e
espessura de parede das fibras (F1).
Ao longo do primeiro eixo principal, orientado segundo a direcção de maior
dispersão, as madeiras situadas do lado direito da Figura 4.31, revelam possuir densida-
de ao ar (FIS1) mais alta e raios mais curtos e mais estreitos (R3, R5, R7, R8), onde se
localizam amostras de madeira de Timor e algumas de Moçambique. Do lado esquerdo
da figura localizam-se as amostras de Moçambique e algumas da Índia, com raios mais
altos e mais largos (R3, R5, R7, R8), assim como maior comprimento e largura das fibras
(F2 e F4). A primeira componente principal define um gradiente de densidade e das
características anatómicas dos raios e fibras.
Trugilho et al. (2003) referem que, madeiras com fibras mais compridas e paredes
mais espessas estão associadas a madeiras de alta densidade básica.
Ao longo do segundo eixo, destaca-se a importância das características da cor (C4 e C6)
situando-se na parte superior da Figura 4.31 as amostras de madeira de cor mais clara Polyalthia
fragans Benth. e Hook (I12) (Figura 4.35), Celtis durandii Engl. (M10), Celtis kraussiana Bernh.
(M11), Timonius rumphii DC. (T32), Homalium tomentosum Benth. (T16), Adina microcephala
(del.) Hiern (M1), Sarcocephalus cordatus Miq. (T25) e Artocarpus integrifolia L. (T4) e na zona
inferior da mesma figura as amostras de madeira de cor mais escura (C5 e C7), com valores
mais elevados de humidade (FIS3), retracção volumétrica (FIS5), diâmetro médio das pontua-
ções dos vasos (V4), maior espessura de parede dos vasos (V5) maior diâmetro tangencial
médio dos vasos (V7) onde se encontram as madeiras Intsia bijuga O. K. (T17), Terminalia
cattapa L. (T30), Afrormosia angolensis (Bak.) Harms (M2), Amblygonocarpus obtusangulus
Harms (M6), Burkea africana Hook. (M9), Erythrophleum africanum (Benth.) Harms (M19),
Millettia stuhlmannii Taub. (M23), Swartzia madagascariensis Desv. (M33) e Xylia dolabriformis
Benth. (I17), predominando, nitidamente, madeiras originárias de Moçambique. A segunda
componente principal, controlada fundamentalmente pelas características físicas, estabelece
um gradiente da cor, assim como da humidade e retracção volumétrica. Nesta segunda com-
ponente principal também pode observar-se a oposição entre a frequência de vasos e o seu
diâmetro tangencial, à semelhança de observações de Carlquist (2001). Também Wheeler et al.
236
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
(2007) referem ser comum espécies de regiões como América do Norte, a Europa e Ásia
Temperada terem vasos estreitos e com uma frequência acima dos 40 vasos / mm2 em
oposição a espécies da África e América Tropical, Sudoeste Asiático e Índia com 5-10 vasos /
mm2 mas diâmetros acima dos 100 µm.
Ao longo do terceiro eixo principal, as amostras são separadas em função dos
valores do número de raios por milímetro (R1), comprimento dos elementos dos
vasos (V6) e espessura de parede das fibras (F1) situam-se na parte superior da Figura
4.33, as amostras de madeira que apresentam valores mais elevados destas caracterís-
ticas Artocarpus integrifolia L. (T4), Sarcocephalus cordatus Miq. (T25), Adina
microcephala (del.) Hiern (M1), Homalium tomentosum Benth. (T16), Timonius rumphii
DC. (T32), Bischofia javanica Blume (T5), Careya arborea Roxb. (I6) e Eugenia
jambolana Lam. (I8), em oposição à maior parte das outras amostras que revelam
valores mais baixos naquelas variáveis.
I12 M16
Figura 4.35 – Exemplo de uma madeira clara Polyalthia fragans Benth. e Hook
(C7=5) e escura Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr M16 (C7=27)
237
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
238
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 4.36 – Fenograma das 87 amostras de madeira, obtido usando o método UPGMA
aplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenética r=- 0,695)
239
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
240
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
241
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
242
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
cordatus Miq., Timonius rumphii DC. (T2, T5, T4, T25, T32) e Macaranga tanarius
Muell., Elaeocarpus sphaericus K. Schum., Alstonia scholaris (L.) R. Br. (T18, T12 e T3)
que se diferenciam de todas as outras.
Para melhor visualização das ligações entre as diferentes amostras de madeira
mostram-se essas ligações na Figura 4.41, com base na árvore de conexão mínima,
mas sem respeitar os comprimentos nela indicados.
243
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
244
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
245
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
246
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
247
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Figura 4.44 – Projecção das 14 características físicas no plano definido pela pri-
meira (I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentes principais
248
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 4.46 – Projecção das 14 características físicas no plano definido pela pri-
meira (I=30,1%) e terceira (III=14,2%) componentes principais
249
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
250
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
madeiras de cor mais escura Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr (M16), Ficus indica
Roxb. (I9) e Mangifera indica L. (I11).
Verifica-se que as análises com base nas características anatómicas e nas físicas
são independentes e que determinam classificações diferentes.
251
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Das três situações em que existem espécies iguais Artocarpus integrifolia L. (I4,
T4), a Melaleuca leucadendron (L.) L. (N8, T19) e a Tectona grandis L. (I13, T29),
somente no caso desta última espécie as duas amostras se ligam entre si. Nos dois
primeiros casos, o par de amostras representativo das duas espécies não se apresen-
tam ligadas entre si, posicionando-se em situações muito diferentes, ou encontram-se
ligadas a outro género como são os casos da Artocarpus integrifolia L. (I4) que se liga
exclusivamente à Tectona grandis L. (T29) e da Melaleuca leucadendron (L.) L. em
que a amostra T19 se liga à Schleichera oleosa Merr. (T26) e a amostra N8 se liga à
Pometia pinnata Forst. (T20).
No conjunto existem 15 casos de amostras de espécies diferentes pertencentes
ao mesmo género (Quadro 4.9). Só num caso as duas espécies do mesmo género
252
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
aparecem ligadas entre si, Celtis durandii Engl. (M10) e Celtis kraussiana Bernh.
(M11), mas a uma distância que marca bem as suas diferenças.
São exemplo de amostras de espécies diferentes do mesmo género sem qualquer
semelhança entre si as seguintes: as quatro Albizia M4, M5, I3 e T1, as duas Cedrela
N4 e T10, as duas Sterculia T27 e M32, sendo esta última diferente de todas as outras
existentes nas colecções. Também os casos seguintes se mostraram diferentes:
Amblygonocarpus andongensis (N2) e Amblygonocarpus obtusangulus (M6); Bombax
rhodognaphalon (M8) e Bombax malabarium (I5); Combretum imberbe (M14) e
Combretum zeyheri (N6) e Dalbergia melanoxylon (M16) e Dalbergia sissoo (I7).
Por outro lado, pode constatar-se que espécies diferentes apresentam maiores
afinidades entre si do que as verificadas nos casos anteriores, de que são exemplo:
Tectona grandis (I13) e Hibiscus tiliaceus (T15); Schleichera oleosa (T26) com a Melaleuca
leucadendron (T19); Tectona grandis (T29) com a Artocarpus integrifolia (I4); Intsia
bijuga (T17) e Terminalia cattapa (T30); Combretum imberbe (M14) e Piliostigma
thonningii (M26) e Tectona grandis (I13) e Cedrela toona (T10).
Nas quatro colecções existem três Pterocarpus (M29, T21, N10), o Pterocarpus
angolensis (M29) o Pterocarpus indicus (T21), que não se ligam entre si, e o Pterocarpus
antunesii (N10) que se diferencia de todas as madeiras em análise.
Também as quatro espécies do género Terminalia (I14, I15, I16, T30), se mostram
diferentes: a Terminalia tomentosa (I16) liga-se à Terminalia belerica (I14) pelo Pterocarpus
indicus (T21); a Terminalia belerica (I14) liga-se à Terminalia cattapa (T30) pela Intsia
bijuga (T17). A Terminalia paniculata (I15) é totalmente diferente de todas as outras.
Outras ligações de carácter anatómico podem ainda encontrar-se, como por
exemplo: a Acacia catechu (I1) e a Thespesia populnea (T31), a Amblygonocarpus
obtusangulus (M6) com a Terminalia belerica (I14) e também com a Xylia dolabriformis
(I17), esta última com a Pometia pinnata (T20), que por sua vez também tem ligações
com a Melaleuca leucadendron (N8), a Canarium commune (T7) com a Pterospermum
acerifolium (T22), Afrormosia angolensis (M2) com a Sterculia quinqueloba (M32) e
também com a Burkea africana (M9), a Ficus indica (I9) com a Afzelia quanzensis
(M3), a Ostryoderris stuhlmannii (M25) com a Millettia stuhlmannii (M23).
Um dos aspectos com interesse na análise de semelhanças, é o facto de se
encontrar ligações, neste caso de carácter anatómico, entre espécies. No caso concre-
to da Cedrela odorata (N4), espécie proposta recentemente para a listagem do Anexo
II do CITES, encontrou-se uma ligação com a Morus mesozygia (N9), o que prova
serem duas madeiras com características semelhantes, sugerindo-se uma possível
substituição. Foi analisado este caso e encontrou-se, em comum, algumas utilizações
tais como, mobiliário, folheados, contraplacados, decoração, brinquedos e carroçarias,
o que está também de acordo com Bolza & Keating (1972) e Keating & Bolza (1982).
São duas espécies próximas na sua descrição microscópica e quanto à biometria a
Morus mesozygia (N9) destaca-se essencialmente nos valores superiores no compri-
mento médio das fibras (F2) quando comparados com os da Cedrela odorata (N4) e
esta por sua vez apresenta valores superiores no comprimento e no diâmetro tangencial
médio dos vasos (V6 e V7), conforme também descrito em Insidewood (2004).
O mesmo raciocínio pode seguir-se relativamente à Dalbergia melanoxylon (M16)
que se encontra na listagem do CITES como espécie protegida, levando a fortes
253
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
restrições e proibição do seu corte e comercialização. Por este facto pode encontrar-se
solução nesta análise de semelhança, ao encontrar-se uma outra espécie que lhe esteja
associada por características de semelhança. Neste caso, da observação da Figura 4.47,
a ligação mais próxima é com a Swartzia madagascariensis (M33). Foi possível encon-
trar algumas semelhanças entre elas: são ambas de Moçambique, M16 (pau-preto) e
M33 (pau-ferro) e na classificação com base em características físicas, ao longo do 2º
eixo principal, que definiu um gradiente de cor, densidade e humidade, encontraram-se
as duas espécies no mesmo grupo de semelhança. Affre et al. (2004) referem semelhan-
ças entre espécies do género Dalbergia e Swartzia, como por exemplo Dalbergia nigra
também incluída na listagem CITES e Swartzia leiocalycina (Guiana, Suriname) ou
Swartzia benthamiana (Brasil, Colômbia) e que no comércio são confundidas.
254
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ligações com mais afinidade nas características físicas ocorrem por exemplo
entre Pteleopsis myrtifolia (M28) e Celtis kraussiana (M11); Burkea africana (M9) e
Erythrophleum africanum (M19); Albizia versicolor (M5) e Pterocarpus angolensis (M29).
Ligeiramente mais afastadas podemos referir Burkea africana (M9) e Colophospermum
mopane (M13); Erythrophleum guineense (M20) e Burkea africana (M9); Burkea afri-
cana (M9) e Amblygonocarpus obtusangulus (M6) e Afrormosia angolensis (M2) e
Erythrophleum guineense (M20).
Relativamente à Dalbergia melanoxylon (M16) que se encontra na listagem do
CITES, pode concluir-se da análise da Figura 4.48 que a ligação que apresenta maior
afinidade nas características físicas é com a Millettia stuhlmannii (M23). O teor de
humidade e as retracções apresentam valores muito próximos mas relativamente à
densidade isso não se passa, a Dalbergia melanoxylon com 1,250 g/cm 3, enquanto a
Millettia stuhlmannii com 0,868 g/cm3, valores que estão de acordo com ATIBT (1986).
Esta é uma das características que determina as diferentes utilizações da madeira,
sendo a primeira utilizada em torneados e decoração e a segunda em marcenaria,
construção civil, construção naval e travessas de caminhos-de-ferro (Freitas 1986,
ATIBT 1986, Ali et al. 2008).
Como se constatou neste estudo, a variabilidade da madeira ocorre numa mes-
ma espécie. As diferenças podem ser atribuídas às condições ecológicas onde a árvo-
255
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
re cresce, por exemplo Rodríguez et al. (2006) referem a influência do clima (ex:
temperatura e precipitação) nas características da madeira em diferentes regiões e
Barros et al. (2006) concluíram que as características ecológicas se sobrepõem às
taxonómicas. A idade da árvore, localização da amostra no tronco, os defeitos da
madeira, são entre outros factores de variação (Burger & Richter 1991). Assim a
variabilidade natural está sujeita a diversas influências e não se estranha que espécies
iguais não se apresentem ligadas entre si,. Herendeen & Miller (2000) mencionam a
considerável variação que os caracteres anatómicos da madeira, quer qualitativos
quer quantitativos, podem apresentar devendo por isso serem cautelosamente analisa-
dos e seleccionados para análises estatísticas de modo a não comprometer resultados.
256
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
257
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
258
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
que a influência dos factores anatómicos varia consoante o tipo de retracção, por
exemplo, o diâmetro das fibras influencia a retracção tangencial e radial e a propor-
ção de tecidos influencia a retracção volumétrica; Yi-Qiang et al. (2006) para Eucalyptus
referem que a proporção da parede celular, a espessura da parede das fibras e o
ângulo microfibrilar afectam a retracção.
As correlações encontradas neste trabalho e que reflectem a influência das pro-
priedades anatómicas nas propriedades físicas da madeira são também apoiadas por
outros trabalhos: Boyce et al. (1970) indicam uma correlação negativa entre o número
de vasos e a retracção tangencial na madeira de nogueira, Trenard & Guéneau (1977)
indicam que a dimensão do lúmen e a espessura da parede das células explicam
melhor a retracção do que certas características macroscópicas, como o anel de
crescimento; Zhang (1990) refere que a retracção volumétrica depende, em primeiro
lugar, da percentagem de vasos e, para Moreira (1999), a retracção volumétrica tem
elevada correlação com as dimensões dos vasos. Trabalhos recentes de Almeida (2006)
e Almeida & Hernández (2006) mencionam que os parâmetros anatómicos que mais
influenciam a retracção estão relacionados com os elementos vasculares e assinalam
que espécies com maior dimensão de vasos apresentam maior variação do lúmen das
células.
Nesta análise, a relação directa encontrada entre a retracção volumétrica e a
espessura de parede dos vasos está ainda de acordo com Trendelenburg & Mayer-
Wegelin (1955), Bosshard (1956) e Stamm (1964) que referem, que a retracção é mais
elevada em madeiras de densidades altas devido à grande espessura das paredes
celulares e menores lúmenes, aspecto também referido por Spear & Walker (2006). As
espécies tropicais geralmente apresentam grande quantidade de extractivos na parede
celular, que normalmente é ocupada pela água e a presença de extractivos promove a
estabilidade dimensional limitando a retracção (Hernández 1989, Arévalo 2002). Este
facto de certo modo pode explicar as observações de Almeida & Hernández (2006)
que mencionam menor retracção das espécies tropicais relativamente a espécies tem-
peradas para valores semelhantes de densidade, verificando-se que a remoção dos
extractivos aumenta a retracção (Brown et al. 1952, Nearn 1955).
Neste estudo, a relação directa encontrada entre a retracção volumétrica e o
diâmetro tangencial médio dos vasos também foi observada por Carvalho (1970) e por
Spear & Walker (2006) quando referem que, quanto maior o diâmetro dos poros,
menor a espessura de parede. As diferenças na retracção radial e tangencial de muitas
espécies que crescem em regiões temperadas é atribuída às diferentes densidades do
lenho de início e fim de estação, dado que lenho final mais denso e menos poroso é
mais retráctil do que o lenho inicial (Spear & Walker 2006).
Yi-Qiang et al. (2006) e Spear & Waker (2006) referem que a percentagem de
tecidos dos raios é um factor importante para a retracção da madeira e nesta análise
também se encontrou proporcionalidade directa entre a retracção volumétrica e o
número e a largura média dos raios mas com uma menor contribuição para a correla-
ção (R1= -0.312) e (R8= -0,352) respectivamente, quando comparada com outras vari-
áveis referidas anteriormente. Almeida & Hernández (2006) referem a existência de
uma maior retracção tangencial e volumétrica da madeira em espécies com raios
muito largos, como na faia, e Tsoumis (1991) e Siau (1984) atribuem a anisotropia da
259
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
retracção à presença de raios uma vez que a orientação radial no lenho é responsável
pela menor retracção nesse sentido. Leal et al. (2008) referem que o efeito dos raios
largos na anisotropia da retracção não é tão acentuada em Quercus suber como
noutros carvalhos.
Apesar de a espessura e o comprimento das fibras não serem duas das variáveis
que mais contribuíram para a correlação na primeira função com (F1= 0,151) e (F2=
-0,356) é possível observar através da Figura 4.49 que a retracção radial tem uma
relação directa com a espessura das fibras e inversa com o comprimento das fibras
havendo uma relação inversa entre o comprimento e a espessura da parede das fibras.
Burger & Richter (1991) e Trugilho et al. (2003) referem que madeiras de fibras de
paredes mais espessas e de pequeno comprimento estão associadas com a madeira de
alta retracção radial, pelo que madeiras de fibras mais compridas e de paredes mais
delgadas estarão associadas a madeiras de baixa retracção.
Relativamente à cor da madeira, neste estudo encontrou-se uma relação inversa
do parâmetro L* com o diâmetro tangencial dos vasos, confirmada pela possibilidade
da presença de inclusões nos vasos e encontrou-se uma relação positiva da coordena-
da a* com a espessura da parede celular, como referem Mori et al. (2004).
Na segunda função, as variáveis físicas de maior importância são a humidade
(FIS3 = 0,618), a cor L* (C4 = 0,684), a cor a* (C5 = 0,658), a retracção axial (FIS8 =
-0,899), a densidade ao ar (FIS1= -0,598), e a cor b* (C6= -0,848); das anatómicas, as
mais importantes são comprimento médio das fibras (F2 = 0,577), número de células
em largura dos raios (R7 = 0,561), comprimento dos elementos dos vasos (V6 = 0,507)
e número médio de células em altura dos raios (R3 = -0,708).
As variáveis anatómicas que para a humidade se encontram numa relação direc-
ta, como o comprimento médio das fibras, o número de células em largura dos raios
e o comprimento dos elementos dos vasos, encontram-se numa relação inversa para a
densidade.
A análise realizada e que resulta da 2ª função, permitiu as seguintes observa-
ções: a) a humidade e os parâmetros colorimétricos L* e a* apresentam uma relação
directa com o comprimento médio das fibras, o número de células em largura dos
raios e o comprimento dos elementos dos vasos mas mostra ter uma relação inversa
com o número de células em altura dos raios.
Para estas três variáveis, encontrou-se uma relação directa com a claridade da
madeira (L*) e para o número médio de células em altura dos raios, uma relação
inversa. Este resultado poderá ser explicado pelo facto de os raios desempenharem
funções de armazenamento, transformação e condução transversal de substâncias
nutritivas (Burger & Richter 1991) que podem escurecer a madeira. A relação positiva
da coordenada a* e a negativa da coordenada b* com o comprimento das fibras foram
também verificadas por Mori et al. (2004).
Macedo (2002) refere que a claridade da madeira (L*) diminui à medida que o
comprimento das fibras e espessura da parede celular aumentam. Contudo, nesta
análise, a relação inversa mais determinante foi com o número médio de células em
altura dos raios, e com uma menor contribuição o número de vasos por milímetro
quadrado (V1= -0,419), o diâmetro médio das pontuações (V4= -0,246) e a largura
média dos raios (R8= -0,250).
260
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
261
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
4.6.1. Densidade
Será de esperar que a densidade de uma madeira seja o resultado das suas
características anatómicas e químicas. De facto, a densidade da madeira é determina-
da pela quantidade de massa existente (que corresponde principalmente às paredes
celulares e aos depósitos e inclusões no lúmen) na unidade de volume da madeira.
Neste trabalho apenas se dispõe de informação anatómica, não existindo da-
dos sobre a composição química das madeiras, nomeadamente sobre teor de
extractivos e elementos inorgânicos. Na própria caracterização anatómica não existe
informação sobre a proporção dos diferentes tipos de células, pelo que a análise se
limita à influência de características biométricas de cada tipo celular.
Seleccionaram-se as variáveis anatómicas para as quais seria de esperar maior
relação com a densidade: a) para os vasos, o número de vasos / mm 2 (V1), o
comprimento dos elementos dos vasos (V6) e o diâmetro tangencial médio (V7); b)
para as fibras, a espessura de parede (F1), uma variável composta da razão da
espessura pela largura (F1/F4), o comprimento (F2) e a largura (F4); c) para os
raios, a altura (R5) e a largura (R8).
O Quadro 4.13 resume os valores encontrados para o factor de relação entre a
densidade e estas variáveis anatómicas. As relações foram quase todas significati-
vas. Os maiores valores do factor de correlação encontram-se para o diâmetro
tangencial dos vasos (V7), numa relação inversa (Figura 4.50), ou seja, quanto maior
for o diâmetro dos vasos menor será a densidade da madeira e, numa relação
directa, para a razão entre espessura e largura das fibras (F1/F4) (Figura 4.51), ou
seja, quanto maior for a proporção de parede das fibras na secção transversal maior
será a densidade. A densidade também varia positivamente com a espessura de
parede das fibras (F1) e negativamente com a sua largura (F4) e com o seu compri-
mento (F2).
Verifica-se, por outro lado, que a relação com o número de vasos/mm 2 (V1) é
directa e não muito elevada (Figura 4.50), mostrando que uma madeira com maior
densidade de vasos terá alguma tendência para uma maior densidade. Tal certamen-
te resulta do facto de um maior número de vasos estar associada, em geral, a vasos
mais pequenos, como se pode verificar da relação entre o número de vasos/mm 2
(V1) e o diâmetro tangencial médio dos vasos (V7), que apresenta um valor de
correlação de -0,629. Esta relação inversa mas não linear entre o diâmetro e o
número de vasos /mm 2 foi referida por diversos estudos reportados por Wheeler et
al. (2007), mostrando que madeiras com vasos largos têm um menor número de
vasos/mm 2 do que madeiras com vasos estreitos. O comprimento dos elementos dos
vasos (V6) apresenta uma relação inversa com a densidade.
Em relação à influência dos raios, observam-se factores de correlação meno-
res, significativo para a largura (R8) mas não significativo para a altura (R5). Trata-
se de relações inversas, ou seja, raios maiores tanto em altura, como e principal-
mente em largura, contribuem para uma menor densidade da madeira (Figura 4.52).
262
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Variáveis anatómicas R
Número de vasos / mm2 (V1) 0,285 **
Comprimento dos elementos dos vasos (V6) - 0,271 *
Diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) - 0,502 **
Espessura de parede das fibras (F1) 0,372 **
Espessura / Largura das fibras (F1 / F4) 0,684 **
Comprimento médio das fibras (F2) - 0,350 **
Largura média das fibras (F4) - 0,677 **
Altura média dos raios (R5) - 0,106 n.s.
Largura média dos raios (R8) - 0,240 *
(n.s.) Não significativa; (*) Significativa a 5%; (**) Significativa a 1%
a
W
263
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
b c
264
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
a b
Por outro lado, a informação existente permite analisar a influência que a densi-
dade da madeira poderá ter em algumas das outras propriedades físicas, por exemplo,
nas retracções, na humidade de equilíbrio, e nos parâmetros de cor.
Seleccionaram-se as variáveis físicas que se poderia esperar com maior relação:
a) para as retracções, a retracção volumétrica (FIS5), a retracção tangencial (FIS6), a
retracção radial (FIS7) e a anisotropia (FIS6/FIS7); b) para a humidade de equilíbrio
ao ar (FIS3); c) para os parâmetros colorimétricos, L* (C4), a* (C5) e b* (C6). O
Quadro 4.14 resume os valores encontrados para o factor de relação entre a densida-
de e estas variáveis físicas.
Quadro 4.14 – Valores de correlação da densidade da madeira (FIS1) com algu-
mas propriedades físicas
Propriedade física R
Retracção volumétrica (FIS5) 0,105 n.s.
Retracção tangencial (FIS6) -0,072 n.s.
Retracção radial (FIS7) 0,067 n.s.
Anisotropia (FIS6/FIS7) -0,110 n.s.
Humidade de equilíbrio ao ar (FIS3) -0,053 n.s.
L* (C4) -0,600 **
a* (C5) 0,237 *
b* (C6) -0,427 **
(n.s.) Não significativa; (*) Significativa a 5%; (**) Significativa a 1%
265
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
a b
266
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
definição da cor da madeira. Deste modo, não parece possível, apenas com base na
densidade da madeira, prever este tipo de propriedades da madeira.
4.6.2. Cor
Será de esperar que a cor da madeira seja determinada pela quantidade de
massa existente (principalmente as paredes celulares e os depósitos e inclusões no
lúmen) num determinado volume. Aqui intervêm a densidade, as características ana-
tómicas e químicas.
Como referido anteriormente, neste trabalho não existem dados sobre a compo-
sição química das madeiras, pelo que a análise se baseia nas características anatómi-
cas e físicas.
Seleccionaram-se as mesmas variáveis anatómicas para determinar a sua relação
com os parâmetros colorimétricos: a) para os vasos, o número de vasos/mm 2 (V1), o
comprimento dos elementos dos vasos (V6) e o diâmetro tangencial médio (V7); b)
para as fibras, a espessura de parede (F1), uma variável composta da razão da espes-
sura pela largura (F1/F4), o comprimento (F2) e a largura (F4); c) para os raios, a
altura (R5) e a largura (R8). O Quadro 4.15 resume os valores encontrados para a
correlação entre os parâmetros colorimétricos e estas variáveis anatómicas.
Verifica-se para a maior parte dos casos que não existe uma relação com signi-
ficado estatístico entre os parâmetros da cor e as características biométricas dos
diferentes tipos celulares. Exceptua-se a relação com a variável F1/F4 que representa
a proporção em secção da massa das fibras e com a espessura das fibras. Existe uma
relação inversa entre a claridade da madeira (L*) e a razão entre espessura e largura
das fibras e também inverso, mas ligeiramente menor, entre a claridade e a espessura
de parede das fibras (Figura 4.54), o que significa que quanto mais espessas forem as
fibras e maior a sua proporção de parede mais escura é a madeira. Estas variáveis
anatómicas também influenciam a tonalidade da cor quer directamente (a*) quer
inversamente (b*). Encontra-se ainda significado estatístico para as relações do
parâmetro b* com, o comprimento médio das fibras, a largura média dos raios e o
diâmetro tangencial médio dos vasos (Figura 4.55).
Quadro 4.15 – Valores de correlação dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*)
com algumas variáveis anatómicas
Parâmetros Variáveis R
colorimétricos anatómicas
L* Número de vasos / mm2 (V1) 0,003 n.s.
a* Número de vasos / mm2 (V1) -0,001 n.s.
b* Número de vasos / mm2 (V1) -0,04 n.s.
L* Diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) 0,091 n.s.
a* Diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) 0,018 n.s.
b* Diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) 0,221 *
L* Espessura de parede das fibras (F1) -0,266 *
a* Espessura de parede das fibras (F1) 0,187 n.s.
267
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Parâmetros Variáveis R
colorimétricos anatómicas
b* Espessura de parede das fibras (F1) -0,076 n.s.
L* Espessura / Largura das fibras (F1 / F4) -0,382 **
a* Espessura / Largura das fibras (F1 / F4) 0,205 *
b* Espessura / Largura das fibras (F1 / F4) -0,201 *
L* Comprimento médio das fibras (F2) 0,135 n.s.
a* Comprimento médio das fibras (F2) 0,057 n.s.
b* Comprimento médio das fibras (F2) 0,294 **
L* Altura média dos raios (R5) 0,14 n.s.
a* Altura média dos raios (R5) -0,088 n.s.
b* Altura média dos raios (R5) 0,022 n.s.
L* Largura média dos raios (R8) 0,147 n.s.
a* Largura média dos raios (R8) 0,096 n.s.
b* Largura média dos raios (R8) 0,234 *
a b
268
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
a b
269
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Quadro 4.16 – Valores de correlação dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*)
com algumas variáveis físicas
Parâmetros Variáveis R
colorimétricos físicas
L* Retracção volumétrica (FIS5) -0,121 n.s.
L* Retracção tangencial (FIS6) 0,026 n.s.
L* Retracção radial (FIS7) -0,137 n.s.
a* Retracção volumétrica (FIS5) 0,061 n.s.
a* Retracção tangencial (FIS6) -0,153 n.s.
a* Retracção radial (FIS7) 0,076 n.s.
b* Retracção volumétrica (FIS5) -0,007 n.s.
b* Retracção tangencial (FIS6) -0,012 n.s.
b* Retracção radial (FIS7) -0,113 n.s.
L* Anisotropia (FIS6/FIS7) 0,226 *
a* Anisotropia (FIS6/FIS7) -0,34 **
b* Anisotropia (FIS6/FIS7) 0,173 n.s.
L* Humidade de equilíbrio ao ar (FIS3) -0,28 *
a* Humidade de equilíbrio ao ar (FIS3) 0,085 n.s.
b* Humidade de equilíbrio ao ar (FIS3) -0,251 *
a b
270
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
a b
271
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
272
5. CONCLUSÕES
A utilização racional de uma madeira deve basear-se em diversas características
que se traduzem em aspectos estruturais, físicos e que são de grande importância
quando se pretende a sua identificação, pelo que daí advém o interesse na criação de
uma e-xiloteca.
Foi criada uma xiloteca em suporte electrónico, e-xiloteca, que compila e siste-
matiza a informação disponível (identificação, caracterização e utilização) relativa a
duas xilotecas do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) das quais foram
seleccionadas as colecções de Moçambique, Timor e Índia, num total de 285 madei-
ras. Esta e-xiloteca prevê interacções que possibilitam a rápida resposta a questões
concretas, como resultado de diferentes tipos de consulta (técnicas, científicas, co-
mercias, didáctica), a diferentes tipos de utilizadores e para diversos fins.
A sistematização da informação permite também a colaboração internacional
com outras bases de dados ou levantamentos de repositórios, que se encontra já em
curso. Uma das aplicações directas da e-xiloteca é a sua contribuição para o FLOR
que desenvolve uma competência especial no domínio da caracterização e identifica-
ção de madeiras, especialmente de origem tropical.
273
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
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290
ANEXO 1
IX4
Index Xylariorum – 4
Index Xylariorum is an essential reference for wood anatomists worldwide. It lists all
the known institutional wood collections of the world, giving details of their size and scope
(geographical and botanical coverage, herbarium vouchers, reference microscope slides,
historically important collections, periodical published by the institution etc), and whether
they are willing to exchange samples. The third edition was written by W.L. Stern and
published in IAWA Bulletin in 1988 (ns9: 203-252), and is now in much need of revision.
Although many (or most?) of the collections detailed in IX3 still exist, I know that at least one
has been moved, some collections have grown, and that there have been many changes in
personnel since then. Bill Stern has passed on the task of compiling the new version to me.
Before circulating a questionnaire to the curators of all the collections listed in IX3, I would
very much like to receive from any readers information on the whereabouts of any collections
that were not included or have come into being since IX3, and any changes in the addresses
of existing collections that will let me contact the right people whilst compiling Index
Xylariorum 4. The new edition will be published in IAWA Journal, and will take much the
same form as IX3. I intend to do as much as possible of the correspondence for the new
edition via email, and will send questionnaires to curators in the next few months. In the
meantime, please send me any relevant information, comments or suggestions that might be
of help. For those of you who are ready to supply the information I will need, the questionnaire
is reproduced below. If you would like me to email you a copy, here is my address:
Peter Gasson
Jodrell Laboratory, Royal Botanic Gardens, Kew, Richmond, Surrey, TW9 3DS, UK.
Fax: +44-208-332-5310
(P.Gasson@rbgkew.org.uk)
Questionnaire
1. Complete name and address of the institution in which the wood collection is housed.
291
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
5. Other personnel associated with the collection, their titles and areas of research
if relevant. Please give email address(es) if available.
10. About what proportion of the wood collection is associated with herbarium
vouchers?
11. List any major special collections, e.g. Desch’s Malayan woods, Gamble’s
Indian woods, Jessup collection of woods of North America, Krukoff’s Brazilian
woods, Koorder’s Javanese woods.
12. Are any periodicals dealing wholly or in part with woods published by your
institution? If so, please name them.
13. Will you make available small samples of wood suitable for research to
qualified scientists?
16. Is there a catalogue of the wood collection? If so, what form does it take
(e.g. hard copy, computer database, internet site)?
17. Please record below any other information of importance concerning your
wood collection.
18. Do you know of any institutional wood collections which were not included
in Index Xylariorum 3? If so, please give the names and addresses of these below.
292
ANEXO 2
293
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
294
ANEXO 2
295
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
296
ANEXO 3
20 Origens diferentes
24 Colecções
297
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
298
ANEXO 4
Gabão 1
299
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
W
300
ANEXO 4
301
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
302
ANEXO 5
Descrição macroscópica segundo esquema proposto por Ferreirinha (1958) para
o lenho das Folhosas
A. Secção transversal
I. Vasos
a. Tamanho:
1. Variável ou desigual
2. Uniforme
b. Largura:
1. Poros estreitos (poro muito fechado)
2. Poros médios (poro fechado)
3. Poros largos (poro aberto)
4. Poros muito largos ( poro muito aberto)
c. Abundância (nº / mm2)
1. Poros raros
2. Poros numerosos
3. Poros muito numerosos
d. Disposição (dos poros ou grupo de poros)
1. Porosidade em anel
2. Porosidade semi-difusa
3. Porosidade difusa (poros dispersos)
3.1. Dispersão uniforme
3.2. Dispersão especial
3.2.1. Em fiadas ou camadas
3.2.1.1. Radiais ou oblíquas
3.2.1.2. Tangenciais
3.2.2. Em faixas
e. Agrupamentos:
1. Poros isolados
2. Poros agrupados ou múltiplos
2.1. Radialmente
2.2. Diagonal ou tangencialmente
2.3. Sem ordem nítida
2.4. Em “cachos” (poros racemiforme)
f. Forma:
1. Circular
2. Oval
3. Poligonal
II. Parênquima
a. Distinção:
1. Indistinto
303
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
2. Distinto
b. Disposição:
1. Apotraqueal (sem ligação com os poros)
1.1. Difuso
1.2. Zonado ou em faixas (metatraqueal)
1.3. Marginal
2. Paratraqueal (associado aos poros)
2.1. Circunvascular
2.1.1. Vasicêntrico
2.1.2. Aliforme
2.1.3. Confluente
2.2. Unilateral
2.3. Irregular (escasso)
c. Abundância:
1. Escasso
2. Médio
3. Abundante
III. Raios
a. Largura:
1. Estreitos (finos)
2. Médios
3. Largos
4. Muito largos
b. Abundância:
1. Raros
2. Em número médio
3. Numerosos
c. Trajecto:
1. Rectilíneo
2. Ondulado
304
ANEXO 5
B. Secções longitudinais
B1. tangencial
I. Estrutura estratificada (listrado de estratificação):
a. Dos raios e restantes elementos (vasos, parênquima e fibras)
b. Do parênquima e elementos dos vasos, mas não dos raios
II. Raios:
a. Escalonamento dos raios
b. Tamanho dos raios:
1. Indistintos
2. Distintos
2.1. Altura
2.2. Largura
III. Canais secretores e lacticíferos horizontais
B2. radial
I. Raios:
a. Espelhado:
1. Evidente
2. Não evidente
3. Estrutura dos raios:
4. Homocelulares
5. Heterocelulares
305
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
306
ANEXO 6
Estrutura da base de dados para a xiloteca FLOR (16 tabelas num total 194
parâmetros por espécie)
307
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
308
ANEXO 6
(15) UTILIZAÇÕES
£ Utilizações 1 – 13
£ Observações
309
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
310
ANEXO 7
Estrutura da base de dados para xiloteca JBT (3 tabelas num total 15 parâmetros
por espécie)
TABELA A
£ Nome científico
£ Origem
£ Família
£ Origem das amostras
TABELA B
£ Nome científico
£ Origem
£ Sinónimos
£ Nomes vernáculos e comerciais
£ Principais características botânicas e comerciais
£ Distribuição geográfica
£ Habitat e ecologia
TABELA C
£ Nome científico
£ Origem
£ Madeira aspecto macroscópico e outras características
£ Utilização da madeira e outros
£ Bibliografia e iconografia
£ Material para estudo vivo
£ Material para estudo em herbário
£ Material para estudo museu
£ Material para estudo xiloteca
£ Observações
MACROFOTOGRAFIAS
311
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
312
ANEXO 8
Nomenclatura
Que espécie corresponde a um nome comercial?
Dados de entrada: Nome comercial
Resposta: Nome científico, nome científico rectificado, nomes vernáculos e família
Utilizações
Quais as utilizações de uma espécie?
Dados de entrada: Nome científico e/ou nome comercial
Resposta: Utilizações e alguma observação associada à utilização
Macro e microfotografias
Que macro e microfotografias corresponde a um nome científico?
Dados de entrada: Nome científico
Resposta: Macro e microfotografias (cortes transversal, tangencial e radial)
Aspectos macroscópicos
Quais os aspectos macroscópicos de uma madeira?
Dados de entrada: Nome científico
Resposta: Presença ou ausência de inclusões, tilos, canais traumáticos,
estratificação dos raios, tipo de disposição do parênquima, distribuição e dispo-
sição dos vasos.
313
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
Física da Madeira
Que espécie tem determinada humidade, densidade, retracções e coeficientes de
retracção?
Dados de entrada: Valores de humidade, densidade, retracções e coeficientes de
retracção
Resposta: Nome científico
Caracterização de madeiras
Quais os aspectos microscópicos de uma madeira?
Dados de entrada: Nome científico e/ou nome comercial
Resposta: Descrição dos aspectos microscópicos
Aspectos de organização
Onde se pode localizar na xiloteca determinada espécie?
Dados de entrada: Nome científico, número do provete e/ou lâmina
Resposta: Número da respectiva gaveta e secção
314
ANEXO 8
Informações complementares
O que significa determinado termo, usado em anatomia, em Português ou Inglês?
Dados de entrada: termo, usado em anatomia, em Português ou Inglês
Resposta: Descrição do respectivo termo em Português
Qual o historial de cada uma das colecções (Moçambique, Timor e Índia Portuguesa)?
Dados de entrada: Colecção Moçambique, Timor ou Índia Portuguesa
Resposta: Historial da respectiva colecção
Qual a lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES?
Dados de entrada: listagem CITES
Resposta: lista das espécies madeireiras restringidas pela CITES
315
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
316
ANEXO 9
Código e identificação das 98 espécies estudadas por taxonomia numérica
Colecção * Nome científico T1 Albizia lebbeckioides (DC) Benth.
I1 Acacia catechu Willd. T2 Aleurites moluccana Willd.
I2 Aegle marmelos Correa T3 Alstonia scholaris (L.) R. Br.
I3 Albizia lebbeck Benth. T4 Artocarpus integrifolia L.
I4 Artocarpus integrifolia L. T5 Bischofia javanica Blume
I5 Bombax malabaricum A. DC. T6 Calophyllum inophyllum L.
I6 Careya arborea Roxb. T7 Canarium commune L.
I7 Dalbergia sissoo Roxb. T8 Cassia fistula L.
I8 Eugenia jambolana Lam. T9 Casuarina junghuniana Miq.
I9 Ficus indica Roxb. T10 Cedrela toona var australis Roxb. C. DC.
I10 Lagerstroemia parviflora Roxb. T11 Decaspermum paniculatum Kurz
I11 Mangifera indica L. T12 Elaeocarpus sphaericus K. Schum.
I12 Polyalthia fragans Benth. e Hook T13 Ficus macrophyla Roxb.
I13 Tectona grandis L. T14 Ganophyllum falcatum Blume
I14 Terminalia belerica Roxb. T15 Hibiscus tiliaceus L.
I15 Terminalia paniculata W. et A T16 Homalium tomentosum Benth.
I16 Terminalia tomentosa W. et Arn. T17 Intsia bijuga O. K.
I17 Xylia dolabriformis Benth. T18 Macaranga tanarius Muell.
M1 Adina microcephala (del.) Hiern T19 Melaleuca leucadendron L.
M2 Afrormosia angolensis (Bak.) Harms T20 Pometia pinnata Forst.
M3 Afzelia quanzensis Welw. T21 Pterocarpus indicus Willd.
M4 Albizia adianthifolia W. F. Wight T22 Pterospermum acerifolium Will.
M5 Albizia versicolor Welv. ex Oliv. T23 Pygeum sp.
M6 Amblygonocarpus obtusangulus Harms T24 Santalum album L.
M7 Androstachys johnsonii Prain. T25 Sarcocephalus cordatus Miq.
M8 Bombax rhodognaphalon K. Schum. Ex. Engl. T26 Schleichera oleosa Merr.
M9 Burkea africana Hook. T27 Sterculia foetida L.
M10 Celtis durandii Engl. T28 Tamarindus indica L.
M11 Celtis kraussiana Bernh. T29 Tectona grandis L.
M12 Chlorophora excelsa (Milicia excelsa) T30 Terminalia cattapa L.
(Welw.) Benth. Hook T31 Thespesia populnea Soland, ex Correa
M13 Colophospermum mopane Kirk. T32 Timonius rumphii DC.
M14 Combretum imberbe Wawra T33 Vitex pubescens Vahl
M15 Cordyla africana Lour. N1 Acacia robusta Burch
M16 Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr N2 Amblygonocarpus andongensis (Oliv.)
M17 Dialium schlechteri Harms Excell & Torre
M18 Diospyros mespiliformis Hochst. ex A. DC. N3 Berchemia discolor (Klotzsch) Hemsley
M19 Erythrophleum africanum (Benth.) Harms N4 Cedrela odorata L.
M20 Erythrophleum guineense Don N5 Cleistanthus schlechteri (Pax) Hutch.
M21 Khaya sp. N6 Combretum zeyheri Sond.
M22 Khaya spp. N7 Diplohrunchus condylocarpon (Mull.
M23 Millettia stuhlmannii Taub. Arg.) Pichon
M24 Morus lactea Mildbr. (Celtis lactea Sim.) N8 Melaleuca leucadendron (L.) L.
M25 Ostryoderris stuhlmannii Dunn ex Baker f. N9 Morus mesozygia Stapf
M26 Piliostigma thonningii (Schumach.) Milne-Redhead N10 Pterocarpus antunesii (Tab.) Harms
M27 Piptadenia buchananii Bak. (Newtonia buchanii) N11 Rhodognaphalon schumannianum A. Robyns
M28 Pteleopsis myrtifolia (Lawson) Engl. & Diels N12 Schrebera trichoclada Welw
M29 Pterocarpus angolensis DC. N13 Syncarpia glomulifera (Sm.) Wield.
M30 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm N14 Syringa vulgaris L.
M31 Spirostachys africana Sond. N15 Xylia torreana Brenan
M32 Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum. * I – Índia Portuguesa; M – Moçambique; T – Timor;
M33 Swartzia madagascariensis Desv. N – Moçambique, colecção UEM.
317
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
ANEXO 10
Características quantitativas estudadas e respectivos códigos usados
318
ANEXO 11
Valores obtidos para as características anatómicas, físicas e de cor das 98 espécies
319
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
320
ANEXO 11
321
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
322
ANEXO 11
323
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
324
ANEXO 12
Matriz dos dados originais em que as 81 amostras de madeira (linhas da matriz)
estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparação
entre as suas diferentes 20 características (colunas da matriz)
325
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
326
ANEXO 12
(continuação)
327
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
(continuação)
328
ANEXO 13
Matriz dos dados originais em que as 70 amostras de madeira (linhas da matriz)
estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparação
entre as suas diferentes 20 características (colunas da matriz).
329
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
330
ANEXO 13
331
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
332
ANEXO 14
333
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
334
ANEXO 15
335
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
336
337
DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL
338