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RESUMO DO PENSAMENTO DE RAMÓN GROSFOGUEL

O colonialismo é diferente do conceito de colonialidade. O colonialismo


é a usurpação da soberania de um povo por outro povo através do
domínio político-militar de seu território e população através da
presença de uma administração colonial. Com o colonialismo, um povo
exerce domínio e exploração política, econômica e cultural sobre outro
povo. O colonialismo é mais antigo que a colonialidade, precedendo de
longe o atual sistema-mundo patriarcal/capitalista colonial/moderno,
que foi inaugurado com a expansão colonial européia em 1492. O que
é novo no mundo colonial moderno é que a justificativa de tal dominação
e exploração colonial passa pela articulação de um discurso racial sobre
a inferioridade do povo conquistado e a superioridade do conquistador.
A colonialidade se refere a um padrão de poder que foi inaugurado com
a expansão colonial européia a partir de 1492 e onde a idéia de raça e
a hierarquia étnico-racial global atravessa todas as relações sociais
existentes como sexualidade, gênero, conhecimento, classe, divisão
internacional do trabalho, epistemologia, espiritualidade, e assim por
diante.
O fundamentalismo do Terceiro Mundo reproduz as mesmas premissas
binárias e termos do Ocidente, mas inverte as oposições binárias do
fundamentalismo eurocêntrico. O Ocidente diz que o mundo não-
ocidental não tem democracia, somente o Ocidente tem um conceito de
democracia, o mundo não-ocidental não tem capacidade de pensar em
termos de universal, nenhum conceito de cidadania, ou igualdade, etc.
e os fundamentalismos eurocêntricos aceitam a premissa e se
posicionam exatamente como o Ocidente os caracteriza: como
patriarcais, autoritários, antidemocráticos, etc.

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