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GESTÃO EM TRÂNSITO.
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DIREITO APLICADO AO TRÂNSITO

INTRODUÇÃO

A fiscalização, conjugada às ações de operação de trânsito, de engenharia de tráfego e de educação para


o trânsito, é uma ferramenta de suma importância na busca de uma convivência pacífica entre pedestres e
condutores de veículos. As ações de fiscalização influenciam diretamente na segurança e fluidez do trânsito,
contribuindo para a efetiva mudança de comportamento dos usuários da via, e de forma específica, do condutor
infrator, através da imposição de sanções, propiciando a eficácia da norma jurídica.
Nesse contexto, o papel do agente de trânsito é desenvolver atividades voltadas à melhoria da qualidade
de vida da população, atuando como facilitador da mobilidade urbana ou rodoviária sustentáveis, norteando-se,
dentre outros, pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Desta forma o presente manual tem como objetivo uniformizar procedimentos, de forma a orientar os
agentes de trânsito nas ações de fiscalização.
Agente da Autoridade de Trânsito
O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil,
estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de trânsito com circunscrição sobre a
via no âmbito de sua competência.
Para que possa exercer suas atribuições como agente da autoridade de trânsito, o servidor ou policial
militar deverá ser credenciado, estar devidamente uniformizado e no regular exercício de suas funções nos locais
de fiscalização ou por veículo devidamente caracterizados na forma do at. 29 inciso VII do CTB.
O agente de trânsito, ao presenciar o cometimento da infração, lavrará o respectivo auto e aplicará as
medidas administrativas cabíveis, sendo vedada a lavratura do auto de infração por solicitação de terceiros.
A lavratura do auto de infração é um ato vinculado na forma da Lei, não havendo discricionariedade com
relação a sua lavratura, conforme dispõe o artigo 280 do CTB.
O agente de trânsito deve priorizar suas ações no sentido de coibir a prática das infrações de trânsito,
porém, uma vez constatada a infração, só existe o dever legal da autuação, devendo tratar a todos com urbanidade
e respeito, sem, contudo, omitir-se das providências que a lei lhes determina.

Infração de Trânsito
Constitui infração a inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsito, às normas emanadas do
Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade
executiva de trânsito.
O infrator está sujeito às penalidades e medidas administrativas previstas no CTB. 13
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As infrações classificam-se, de acordo com sua gravidade, em quatro categorias, computados, ainda, os
seguintes números de pontos:
I - infração de natureza gravíssima, 7 pontos;
II - infração de natureza grave, 5 pontos;
III - infração de natureza média, 4 pontos;
IV - infração de natureza leve, 3 pontos.
Responsabilidade pela Infração
As penalidades serão impostas ao condutor, ao proprietário do veículo, ao embarcador e ao transportador,
salvo os casos de descumprimento de obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressamente
mencionadas no CTB.
Proprietário
Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia regularização e
preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e
inalterabilidade de suas características, componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus
condutores, quando esta for exigida, e outras disposições que deva observar.
Condutor
Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na direção do
veículo.
Embarcador
O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso de peso nos eixos
ou no peso bruto total, quando simultaneamente for o único remetente da carga e o peso declarado na nota fiscal,
fatura ou manifesto for inferior àquele aferido.
Transportador
O transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso de peso nos
eixos ou quando a carga proveniente de mais de um embarcador ultrapassar o peso bruto total.
Responsabilidade Solidária
Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomitantemente as penalidades, toda vez
que houver responsabilidade solidária em infração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um
de per si pela falta em comum que lhes for atribuída.
O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis pela infração relativa ao excesso de peso
bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite legal.

Pessoa Física ou Jurídica expressamente mencionada no CTB 14


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A pessoa física ou jurídica é responsável por infração de trânsito, não vinculada a veículo ou à sua
condução, expressamente mencionada no CTB.

AUTUAÇÃO
Autuação é ato administrativo da Autoridade de Trânsito ou seus agentes quando da constatação do
cometimento de infração de trânsito, devendo ser formalizado por meio da lavratura do auto de infração.
O auto de infração é peça informativa que subsidia a Autoridade de Trânsito na aplicação das penalidades
e sua consistência está na perfeita caracterização da infração, devendo ser preenchido de acordo com as
disposições contidas no artigo 280 do CTB e demais normas regulamentares, com registro dos fatos que
fundamentaram sua lavratura.
Quando a configuração de uma infração depender da existência de sinalização específica, esta deverá
revelar-se suficiente e corretamente implantada de forma legível e visível. Caso contrário, o agente não deverá
lavrar o AIT, comunicando à Autoridade de Trânsito com circunscrição sobre a via a irregularidade observada.
Quando essa infração dependa de informações complementadas estas devem constar do campo de
observações.
O auto de infração não poderá conter rasuras, emendas, uso de corretivos, ou qualquer tipo de adulteração.
O seu preenchimento se dará com letra legível, preferencialmente, com caneta esferográfica de tinta preta ou azul.
Poderá ser utilizado o talão eletrônico para o registro da infração conforme regulamentação específica.
O agente só poderá registrar uma infração por auto e, no caso da constatação de infrações em que os
códigos inflacionais possuam a mesma raiz (os três primeiros dígitos), considerar-se-á apenas uma infração.
Exemplo: condutor e passageiro sem usar o cinto de segurança, lavrar somente o auto de infração com o
código 518-51 e descrever no campo ‘Observações’ a situação constatada (condutor e passageiro sem usar o cinto
de segurança).
As infrações simultâneas podem ser concorrentes ou concomitantes:
São concorrentes aquelas em que o cometimento de uma infração, tem como conseqüência o
cometimento de outra.
Por exemplo: ultrapassar pelo acostamento (art. 202) e transitar com o veículo pelo acostamento (art.
193).
Nestes casos o agente deverá fazer uma única autuação pela infração que melhor caracterizou a manobra
observada. É evidente que para ultrapassar pelo acostamento o condutor necessariamente transitou pelo mesmo.
São concomitantes aquelas em que o cometimento de uma infração não implica no cometimento de outra
na forma do art. 266 do CTB. 15
Por exemplo: deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito
ao ultrapassar ciclista (art. 220, XIII) e não manter a distância de 1,50m ao ultrapassar bicicleta (art. 201).
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O auto de infração deverá ser impresso em, no mínimo, duas vias, exceto o registrado em equipamento
eletrônico.
Uma via do auto de infração será utilizada pelo órgão ou entidade de trânsito para os procedimentos
administrativos de aplicação das penalidades previstas no CTB. Outra via deverá ser entregue ao condutor, quando
se tratar de autuação com abordagem, ainda que este se recuse a assiná-lo.
Sempre que possível, o agente de trânsito deverá abordar o condutor do veículo para constatar a infração,
ressalvado os casos onde a infração poderá ser comprovada sem a abordagem. Para esse fim, o Manual estabelece
as seguintes situações:
Caso 1: “possível sem abordagem” - significa que a infração pode ser constatada sem a abordagem do condutor.

Caso 2: “mediante abordagem” – significa que a infração só pode ser constatada se houver a abordagem do
condutor

Caso 3: “vide procedimentos” - significa que, em alguns casos, há situações específicas para abordagem do
condutor.
Sendo possível a autuação em flagrante o agente de trânsito relatara o fato à autoridade no próprio ato de
infração.
Quando da autuação de veículo estacionado irregularmente, o agente deverá fixar uma via do auto de
infração no para-brisa do veículo e, no caso de motocicletas e similares, preferencialmente no banco do condutor.
Na impossibilidade de deixar a via do auto de infração deverá ser informado no campo ‘Observações’ o
motivo:
Ex: “condutor retirou o veículo”
“Condutor não aguardou a sua via do AIT”
Nas infrações cometidas com combinação de veículos, sempre que possível, será autuada a unidade
tratora.
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
Medidas administrativas são providências de caráter complementar, exigidas para a regularização de
situações inflacionais, sendo, em grande parte, de aplicação momentânea, e têm como objetivo prioritário impedir
a continuidade da prática infracional, garantindo a proteção à vida e à incolumidade física das pessoas e não se
confundem com penalidades.

Inicialmente, é mister compreender o que é o Trânsito em sua essência etimológica.


A palavra “trânsito” tem sua origem no latim e seu significado é : ato ou efeito de caminhar , trajeto,
afluência de via dantes, movimento de veículos.
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Trazendo para o nosso estudo, o conceituamos Trânsito como o movimento de veículos e de pedestres em
seu conjunto, correspondente a qualquer movimento ou deslocamento de pessoas, animais ou veículos de um
lugar para outro.

Conforme o art. 1°, § 1° do Código de Trânsito Brasileiro (CTB, 2009, p.21) “Considera-se como trânsito
a utilização das vias por pessoas, veículos, animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de
circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga”.

Ainda no CTB (p. 184) o termo trânsito recebe a definição: movimentação e imobilização de veículos,
pessoas e animais nas vias terrestres. Vejamos que adicionado o termo imobilização, disciplina também os
veículos estacionados, tratando de igual forma aqueles colocados em lugares proibidos.

HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO NO BRASIL


Com base no conceito exposto, o Trânsito surgiu portanto desde da migração do homem primitivo, que
deslocava-se se utilizando de sua força motriz carregando seus em seus ombros ou arrastando de um lugar para
outro.

De forma positivada, os primeiros registros do Trânsito propriamente dito, surge após a invenção da roda
que de acordo com alguns cientistas e estudos, surgiu de um tronco de arvore utilizado como rolo, que mais tarde
foi transformado em disco e posteriormente aperfeiçoada e transformado em roda.

Em 27 de Outubro de 1910, treze anos após a chegada do primeiro carro ao Brasil, foi publicado o Decreto
n°8.324 que aprovou o regulamento para o serviço subvencionado de transportes por automóveis, conforme texto
original BRASIL, Departamento Nacional de Trânsito, 2010 em seus artigos 21, 22 e 23, dentre outras prescrições
estabelecia:

Posteriormente surgiu o Decreto Legislativo n° 4.460 de 11 de Janeiro de 1922 que fez referência à
construção de estradas, proibiu a circulação dos chamados carros de boi, cuidou da carga e largura máxima dos
veículos, além de usar pela primeira vez, a expressão mata-burros, que significava uma ponte destinada a impedir
a passagem de animais sem embaraçar o tráfego de automóveis.

Durante a gestão do Presidente Washington Luiz, caracterizada pelo grande incentivo à construção de
estradas, criou-se o Decreto Legislativo n° 5.141 de 05 de Janeiro de 1927, o qual mencionou pela primeira vez
os auto caminhões e criou o Fundo Especial para a Construção e Conservação de estradas de rodagem federais.
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O Decreto n° 18.223 de 24 de Julho de 1928 composto de 93 artigos, aprovou a circulação internacional


de automóveis no território brasileiro, trazendo inovações referentes à sinalização, à segurança do trânsito e à
forma de atuação da polícia na estrada.

Em 17 de Dezembro de 1929 o Decreto n° 10.038 foi promulgada a convenção internacional à circulação


de automóveis, firmada em 24 de abril de 1926 em Paris.

O primeiro Código Nacional de Trânsito foi instituído pelo Decreto Lei n° 2.994 em 28 e Janeiro de
1941, mas teve pouca duração, apenas oito meses depois foi revogado pelo Decreto Lei n° 3.651 de 25 de
Setembro de 1941 que deu nova redação criando o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) subordinado ao
Ministério da Justiça, e os
CRT (Conselhos Regionais de Trânsito) nas capitais dos Estados.

A Lei n° 5.108 de 21 de Setembro de 1966 promulgou o segundo código nacional de trânsito composto
de 131 artigos. Essa lei vigorou por 31 anos até a aprovação do atual CTB (Código de Trânsito Brasileiro), Lei
9.503 de 23 de Setembro de 1997, mas entrou em vigor em 22 de Janeiro de 1998. O novo e atual Código de
Trânsito Brasileiro trouxe muitas inovações, é composta de leis, decretos e resoluções respeitando a abrangência
na posição hierárquica das leis.

As leis estabelecem as normas em caráter geral, os decretos regulamentam, detalham e disciplinam a


aplicação das leis. As resoluções editadas através do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) estabelecem
normas detalhadas nas leis. A legislação que regulamenta o trânsito no Brasil é composta de:

• Constituição Federal;
• Código de Trânsito Brasileiro (CTB);
• Convenção de Viena;
• Acordo do Mercosul;
• Resoluções e Deliberações do Contran;
• Portarias do Denatran;
• Leis, Decretos e Portarias Estaduais;
• Leis, Decretos e Portarias Municipais;
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O Código de Trânsito Brasileiro é um código de Paz, um código ao cidadão, traz um capítulo inteiro
destinado ao cidadão, um à condução de escolares, sobre os crimes de trânsito e um exclusivo para pedestres e
veículos não motorizados. Diretamente o Código de Trânsito atinge toda a população com o intuito de proteger e
proporcionar maior segurança, fluidez, eficiência e conforto. Prevê que o cidadão tem o direito de solicitar, por
escrito, aos órgãos, alterações/sugestões à sinalização, fiscalização, implantação de equipamentos (ex. fiscalização
eletrônica de velocidade) ou alterações em normas.
Seu foco principal é nos elementos do trânsito – o homem, o veículo, a via – que oferecem maior risco do
trânsito procurando produzir o equilíbrio entre eles e proporcionar o desenvolvimento das três áreas: engenharia,
esforço legal ou enforcamento e educação, formando o trinômio do trânsito.
Conforme Honorato (2009, p.3) “A Engenharia de Tráfego, como representante das ciências exatas, é
responsável pela segurança, fluidez do tráfego e evolução tecnológica dos veículos.”. É na engenharia que
colocamos toda a nossa confiança ao dirigir prevendo que a via estará em boas condições de conservação
acompanhando a evolução tecnológica dos veículos. Outra área é a educação do ponto de vista de Honorato (2009,
p.5), “Educação para o Trânsito, com seus aspectos pedagógicos e psicológicos, cuja finalidade é criar uma
geração de usuários conscientes da necessidade de adotar comportamentos mais seguros nas vias terrestres.”, a
educação para o trânsito exige reflexão diária para não passar despercebido. E por fim o esforço legal ou
enforcamento que pelas palavras de Honorato (2009, p.6), “;é o conjunto de esforços direcionados à realização do
trânsito em condições seguras.”, é o esforço de todos nós, usuários do trânsito, para fazermos a nossa parte,
responsabilizando pelas nossas atitudes no trânsito e colaborando para a igualdade.

AS SIGLAS DAS ESTRADAS BRASILEIRAS


As siglas de cada rodovia têm um significado, as duas letras significam se ela é federal
(inicia-se com BR) ou se ela é estadual (iniciando com SC, PR...). No caso de rodovias federais
a responsabilidade de manutenção é da União, e das rodovias estaduais a responsabilidade recai
sobre o governo do estado. Há também rodovias municipais mas estas não possuem siglas e sim
nomes.
Após a definição se a rodovia é federal ou estadual, segue mais três algarismos, o primeiro
indica a categoria conforme definida no Plano Nacional de Viação e os dois últimos definem a
posição conforme a orientação geográfica da rodovia em relação à Capital Federal e os limites
do País (Norte, Sul, Leste, Oeste).

Abaixo dados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes):


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RODOVIAS RADIAIS

São as rodovias que partem da Capital Federal em direção ao extremo do país, são apenas oito estradas
radiais: BR-010, 020, 030, 040, 050, 060, 070 e 080. O primeiro algarismo inicia-se em 0 (zero) e a numeração
pode iniciar em 05 até 95 no sentido horário. Ex: BR-040.

RODOVIAS LONGITUDINAIS

São as rodovias que cortam o país de norte a sul. Inicia-se com o número 1 (hum) e os demais variam de
00 no extremos leste do país, de 50 na Capital e de 50 a 99 no extremo oeste. A numeração é obtida em função da
distância da rodovia no meridiano da Capital. Ex: BR-101, BR-116.

RODOVIAS TRANSVERSAIS

São as rodovias que cortam o País na direção leste a oeste. O primeiro algarismo é 2 (dois) e os demais
variam de 00 no extremo norte do país, de 50 na Capital Federal e de 50 a 99 no extremo sul. A numeração é
obtida em função da distância da rodovia ao paralelo de Brasília. Ex: BR-230, BR-280.

RODOVIAS DIAGONAIS

Estas rodovias podem apresentar dois modos de orientação: Noroeste-Sudeste ou Nordeste-Sudoeste. O


primeiro algarismo é 3 (três), o restante varia conforme a orientação:

Noroeste-Sudeste: varia segundo números pares, de 00 no extremo Nordeste do país a 50 em Brasília, e


de 50 a 98 no extremo Sudoeste. Obtém-se o número 22 mediante interpolação entre os limites em função da
distância da rodovia a uma linha com a direção Noroeste-Sudeste, passando pela Capital Federal. Ex: BR-304,
BR-324, BR-364.

Nordeste-Sudoeste: varia segundo números ímpares, de 01 no extremo Noroeste do país a 51 em Brasília,


e de 51 a 99 no extremo Sudeste. Obtém-se o número aproximado da rodovia mediante interpolação entre os
limites consignados em função da distância da rodovia a uma linha com a direção Nordeste-Sudoeste, passando
pela Capital Federal. Ex: BR-319, BR-365, BR-381.
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RODOVIAS DE LIGAÇÃO

Estas rodovias apresentam-se em qualquer direção, geralmente ligando rodovias federais, ou pelo menos
uma rodovia federal a cidades ou pontos importantes ou ainda a nossas fronteiras internacionais. Inicia-se com 4
(quatro) e o restante varia entre 00 e 50 se a rodovia estiver ao norte do paralelo da Capital Federal, e entre 50 a
99 se estiver ao sul desta referência. Ex: BR-470 (Navegantes-SC – Camaquã-RS), BR-488 (BR-116/SP

POLÍTICA NACIONAL DE TRÂNSITO

A Política Nacional de Trânsito tem por base a Constituição Federal; como marco legal relevante o Código
de Trânsito Brasileiro; como referenciais a Convenção de Viena1 e o Acordo Mercosul ; por agente o Sistema
Nacional de Trânsito - SNT, conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, cuja finalidade é o exercício das atividades de planejamento, administração, normalização, pesquisa,
registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e educação continuada de condutores, educação,
engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e
aplicação de penalidades.

A gestão do trânsito brasileiro é responsabilidade de um amplo conjunto de órgãos e entidades, devendo


os mesmos estar em constante integração, dentro da gestão federativa, para efetiva aplicação do CTB e
cumprimento da Política Nacional de Trânsito, conforme descrição sucinta e diagrama a seguir:

a) Ministério das Cidades: os assuntos de sua competência são o saneamento ambiental, os programas
urbanos, a habitação, o trânsito e o transporte e mobilidade urbana. O Ministério das Cidades é o coordenador
máximo do Sistema Nacional de Trânsito - SNT e a ele está vinculado o Conselho Nacional de Trânsito -
CONTRAN e subordinado o Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN. Cabe ao Ministério presidir o
Conselho das Cidades e participação na Câmara Interministerial de Trânsito.

b) Câmara Interministerial de Trânsito: constituída por dez Ministérios, tem o objetivo de harmonizar os
respectivos orçamentos destinados às questões de trânsito.

c) Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN): constituído por representantes de sete Ministérios, tem
por competência, dentre outras, estabelecer as normas regulamentares referidas no Código de Trânsito Brasileiro
e estabelecer as diretrizes da Política Nacional de Trânsito.
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d) Conferência Nacional das Cidades: prevista no Estatuto das Cidades, é realizada a cada dois anos e
tem por objetivo propor princípios e diretrizes para as políticas setoriais e para a política nacional das cidades.

e) Conselho das Cidades: colegiado constituído por representantes do estado em seus três níveis de
governo e da sociedade civil - 71 membros titulares e igual número de suplentes, e mais 27 observadores -, tem
por objetivo estudar e propor diretrizes para o desenvolvimento urbano e regional com a participação social.

f) Departamento Nacional de Trânsito: órgão executivo máximo da União, cujo dirigente preside o
Contran e que tem por finalidade, dentre outras, a coordenação e a supervisão dos órgãos delegados e a execução
da Política Nacional de Trânsito.

g) Câmaras Temáticas: órgãos técnicos compostos por representantes do estado e da sociedade civil e
que tem a finalidade de estudar e oferecer sugestões e embasamento técnico para decisões do Contran. São seis
Câmaras Temáticas, cada qual com treze membros titulares e respectivos suplentes.

h) Fórum Consultivo de Trânsito: colegiado constituído por 54 representantes, e igual número de


suplentes, dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito, e que tem por finalidade assessorar o Contran
em suas decisões.

i) Sistema Nacional de Trânsito: conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, que tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração,
normalização, pesquisa, registro e licenciamento e veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores,
educação, engenharia, operação e fiscalização de trânsito, policiamento, julgamento de recursos a infrações de
trânsito e aplicação de penalidades. Conta, atualmente, com cerca de 1.240 órgãos e entidades municipais, 162
estaduais e 6 federais. Congregando mais de 50.000 mil profissionais.
A Política Nacional de Trânsito, como marco referencial, considera um conjunto de fatores históricos,
culturais, sociais e ambientais que caracteriza a realidade brasileira. A partir do cenário assim constituído, a
Política em questão integra objetivos e diretrizes que buscam traduzir valores, princípios, aspirações e anseios da
sociedade, em busca do exercício pleno da cidadania e da conquista da dignidade humana e da qualidade de vida
plena.
A Política Nacional de Trânsito, prevista no Código de Trânsito Brasileiro, que incumbe o Sistema
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Nacional de Trânsito propor e o Conselho Nacional de Trânsito de estabelecer suas diretrizes, deve se
harmonizar com as políticas estabelecidas por outros Conselhos Nacionais, em especial com o Conselho das
Cidades, órgão colegiado que reúne representantes do poder público e da sociedade civil e que tem por foco o
desenvolvimento urbano e regional, a política fundiária e de habitação, o saneamento ambiental, o trânsito e o
transporte e mobilidade urbana, além do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, e do Conselho
Nacional da Saúde.

I – Princípios constitucionais voltados à aplicação da legislação de trânsito;


II – Ramos do Direito e sua relação com a legislação de trânsito;
III – Conceito de lei e técnica legislativa e as competências para elaboração das normas de trânsito.

Princípios constitucionais

Mas o que são os princípios num ordenamento jurídico?


Definição: Os princípios são, no dizer de Bobbio "normas fundamentais ou generalíssimas do sistema."
Já no âmbito da teoria geral do direito, como adverte Limongi França, a remissão aos princípios é
exercício capaz de "atestar" a boa interpretação e aplicação do direito, tanto que "a consagração dos Princípios
Gerais de Direito, na qualidade de forma complementar do Direito Normativo, constitui um fato universal", e, se
a legislação não faz expressa remissão à utilização deles, "a Doutrina se encarregou de dar a esses princípios
fôros de regra obrigatória." [55]
Superado este particular, voltemos ao nosso ponto central. Como adverte o Prof. Celso Antônio Bandeira
de Mello, "uma norma ou um princípio jurídico podem ser afrontados tanto à força aberta como à capucha. No
primeiro caso expõe-se ousadamente à repulsa; no segundo, por ser mais sutil, não é menos censurável."
Segundo José Afonso da Silva, os princípios constitucionais são ordenações que se irradiam e imantam
os sistemas de normas. Informa ainda o citado autor que tais princípios podem estar positivada mente
incorporados, por ser a base de normas jurídicas', o que os transformaria em normas-princípios constituindo, dessa
forma, os preceitos básicos da organização constitucional.
Os Princípios Constitucionais estão previstos na Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988. Assim, vejamos alguns princípios:
 Princípio da legalidade;
 Princípio da igualdade;
 Princípio da liberdade;
 Princípio da ampla defesa;
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 Princípio da isonomia;
 Princípio do contraditório;
 Princípio da proporcionalidade da lei;
 Princípio da simetria;
 Princípio da legalidade

O Princípio da legalidade é o mais importante instrumento constitucional de proteção individual no Estado


Democrático de Direito, com origem no fim do século XVIII e cujo significado político se traduz no paradoxo
entre regra/exceção que instaura.
Diz respeito à obediência às leis. Por meio dele, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa, senão em virtude de lei
No Direito penal, o princípio da legalidade se desdobra em outros dois: princípio da anterioridade da lei
penal e princípio da reserva legal. Por anterioridade da lei penal, entende-se que não se pode impor uma pena a
um fato praticado antes da edição desta lei, exceto se for em benefício do réu. Já a reserva legal, estabelece não
existir delito fora da definição da norma escrita.
O princípio nullum crimen nulla poena sine lege é cláusula pétrea da Constituição Federal de 19882 e
fundamento do Direito penal brasileiro.3
Em resumo, estabelece que ninguém será punido sem que haja uma lei prévia, escrita, estrita e certa.
O paradoxo está em admitir que uma regra seja válida em um sentido e não em outra. A lei nunca retroage,
se não em favor do réu. Neste caso, ela SEMPRE retroage. Isso quer dizer, que uma nova lei, jamais irá retroagir,
ou seja, punir alguém por um fato que não era considerado crime ou aumentar a pena daquele que já foi processado
ou condenado. Mas se o individuo já foi processado ou condenado, a lei que, de qualquer maneira beneficie o réu,
sempre irá retroagir, obrigatoriamente.
No Direito administrativo, esse princípio determina que a Administração Pública, em qualquer atividade,
está estritamente vinculada à lei. Assim, se não houver previsão legal, nada pode ser feito. No princípio genérico,
a pessoa pode fazer de tudo, exceto o que a lei proíbe. No princípio específico, a Administração Pública só pode
fazer o que a lei autoriza, estando engessada, na ausência de tal previsão. Seus atos têm que estar sempre pautados
na legislação. É a legislação quem estabelece como um juiz deve conduzir um processo ou proferir uma sentença;
ou o trâmite de um projeto de lei no legislativo ou a fiscalização das contas presidenciais pelo TCU; ou as regras
para aquisição de materiais de consumo pelas repartições. Tudo tem que estar normatizado, e cada um dos agentes
públicos estará adstrito ao que a lei determina.
A permissão para a prática de atos administrativos expressamente autorizados pela lei, ainda que mediante
simples atribuição de competência, pois esta também provém da lei, é expressão do princípio da legalidade.
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Princípio da Igualdade
O princípio da igualdade ou da isonomia provavelmente tenha sido utilizado
em Atenas, na Grécia antiga, cerca de 508 a.C. por Clístenes, o pai dademocracia ateniense. No
entanto, sua concepção mais próxima do modelo atual data de 1215 d.C., quando o Rei João
Sem-Terra assina a Magna Carta, considerado o início da monarquia constitucional, de onde
origina-se o princípio da legalidade, com o intuito de resguardar os direitos dos burgomestres,
os quais o apoiaram na tomada do trono do então Rei Ricardo Coração de Leão.
Trata-se de um princípio jurídico disposto nas Constituições de vários países que afirma
que "todos são iguais perante a lei", independentemente da riqueza ou prestígio destes. O
princípio informa a todos os ramos do direito.
Tal princípio deve ser considerado em dois aspectos: o da igualdade na lei, a qual é
destinada ao legislador, ou ao próprio executivo, que, na elaboração das leis, atos normativos,
e medidas provisórias, não poderão fazer nenhuma discriminação. E o da igualdade perante a
lei, que se traduz na exigência de que os poderes executivo e judiciário, na aplicação da lei, não
façam qualquer discriminação.
Este princípio, como todos os outros, nem sempre será aplicado, podendo ser relativizado
de acordo com o caso concreto. Doutrina e jurisprudência já assentam o princípio de que a
igualdade jurídica consiste em assegurar às pessoas de situações iguais os mesmos direitos,
prerrogativas e vantagens, com as obrigações correspondentes, o que significa "tratar igualmente
os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam", visando sempre
o equilíbrio entre todos.
No Direito Tributário, a isonomia ou igualdade tributária está prevista no Art. 150, II
da CF/88, segundo o qual "é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios instituir
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida

qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,


independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos". Isso porque,
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à época da CF/88, algumas categorias profissionais como magistrados e militares obtinham


privilégios e, face às garantias constitucionais, não se admitiria privilégios.

Princípio da simetria constitucional


O princípio da simetria constitucional é o princípio federativo que exige uma relação simétrica entre os
institutos jurídicos da Constituição Federal e as Constituições dos Estados-Membros.
Este princípio postula que haja uma relação simétrica entre as normas jurídicas da Constituição Federal e
as regras estabelecidas nas Constituições Estaduais, e mesmo Municipais. Isto quer dizer que no sistema
federativo, ainda que os Estados-Membros e os Municípios tenham capacidade de auto-organizar-se, esta auto-
organização se sujeita aos limites estabelecidos pela própria Constituição Federal. Assim, por este princípio, os
Estados-Membros se organizam obedecendo o mesmo modelo constitucional adotado pela União.
Os princípios constitucionais são normas de caráter fundamental e superior a demais regras
infraconstitucionais. Neste sentido, a lição de Lares é esclarecedora: "Entre os princípios ético-jurídica, aos quais
a interpretação deve orientar-se, cabe uma importância acrescida aos princípios elevados a nível constitucional

Ref. Bibliográficas:

DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. São Paulo. Saraiva.
REALE JUNIOR, Miguel. Lições Preliminares do Direito. São Paulo. Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Dicionário de Direito Constitucional. São Paulo. Saraiva
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Prof. Antônio César Pinheiro Cotrim

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