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Subsídios para as lições de Escola Bíblica Dominical – 3º trimestre de 2018

Pastora Elienai Castellano

3º trimestre de 2018
LIÇÃO 04 – AS DEZ PRAGAS: A JUSTIÇA DE DEUS NO EGITO

TEXTO ÁUREO: Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as
minhas maravilhas. Êx 7.3

INTRODUÇÃO
Diante da obstinação do coração de Faraó, Deus, através de Moisés, Seu servo, feriu o Egito com dez pragas,
mostrando que somente Ele tem todo o poder e que a última decisão é dEle.
A partir de Ex 6.28, a narrativa acerca da missão de Moisés recomeça com o Senhor dando orientações
específicas a Moisés de como ele deveria se apresentar, juntamente com Arão, diante de Faraó. Moisés e Arão procedem
conforme as instruções dadas por Deus, e assim a vara de Arão é lançada diante de Faraó tornando-se uma serpente. Os
magos dos Egito fazem o mesmo com os seus encantamentos, no entanto, a vara de Arão traga as varas daqueles. Depois
do sinal da vara transformada em serpente, o coração de Faraó se endurece, e ele não ouve a Moisés e Arão, conforme
o Senhor lhes tinha prevenido. Deus endureceu o coração de Faraó como castigo, porque o coração deste já estava
endurecido e em oposição a Deus. A expressão “O Senhor endureceu o coração de Faraó” indica que, na verdade, que
o coração de Faraó já não estava predisposto a dar ouvidos às advertências enviadas através das pragas ou através da
palavra anunciada por Moisés.
Êx 5.2 - Mas Faraó disse: Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem
tampouco deixarei ir Israel.
Êx 7.13,14,22 - Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha falado. Então disse o
Senhor a Moisés: O coração de Faraó está endurecido, recusa deixar ir o povo. Porém os magos do Egito também fizeram
o mesmo com os seus encantamentos; de modo que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor
tinha dito.
Êx 8.15,19,32 - Vendo, pois, Faraó que havia descanso, endureceu o seu coração, e não os ouviu, como o Senhor tinha
dito. Então disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus. Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouvia,
como o Senhor tinha dito. Mas endureceu Faraó ainda esta vez seu coração, e não deixou ir o povo.
Êx 9.7 - E Faraó enviou a ver, e eis que do gado de Israel não morrera nenhum; porém o coração de Faraó se agravou, e
não deixou ir o povo.
Ao aumentar a dureza do coração de Faraó, Deus estava agindo segundo um princípio divino que se aplica a
todos os impenitentes. Quando a pessoa persiste na rebelião contra Deus e a sua palavra, Deus por fim ordena que aquele
coração seja endurecido (Rm 9.18). Esse princípio é evidente quando Deus entrega as pessoas aos seus desejos
pecaminosos (Rm 1.24), e quando Ele permite ao erro apossar-se daqueles que se recusam a amar a verdade da sua
Palavra (2Ts 2.10). Note que os juízos das primeiras pragas abrandaram um pouco o coração de Faraó. Quando, porém,
Deus sustava cada praga, o coração de Faraó endurecia de novo. Faraó endurecia o seu próprio coração sempre que
Deus demonstrava misericórdia (Ex 8.8-15). Bíblia de Estudo Pentecostal.
Deus vela pela sua palavra para cumpri-la, Jr 1.12. A Bíblia é enfática ao afirmar que o Deus que tratou com os
poderosos deste mundo no passado, continua tratando no presente e ainda há de agir no futuro, de modo rigoroso para
com todos os inimigos do seu povo escolhido. De todas as nações que se levantaram contra Israel, nenhum ficou sem
experimentar o cálice amargo da ira de Deus.
Dt 33.29 - Bem-aventurado és tu, ó Israel! Quem é como tu, um povo salvo pelo Senhor, o escudo do teu socorro e a
espada da tua alteza? Pelo que os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas.
2Cr 20.29 - E veio o temor de Deus sobre todos os reinos daquelas terras, ouvindo eles que o Senhor havia pelejado
contra os inimigos de Israel.
Is 1.24 - Portanto, diz o Senhor Deus dos Exércitos, o Forte de Israel: Ah! Consolar-me-ei acerca dos meus adversários,
e vingar-me-ei dos meus inimigos.
O Egito, em todas as suas gerações, ficou para sempre marcado, e podemos afirmar que nunca mais conseguiu
se erguer e restaurar os anos de ouro do seu passado ilustre.
Is 30.3 - Porque a força de Faraó se vos tornará em vergonha, e a confiança na sombra do Egito em confusão.
Rm 9.15-18 - Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu tiver
misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz
a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para em ti mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado
em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer e endurece a quem quer.

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1. O CONFLITO COM FARAÓ


Ao retornar ao Egito, Moisés vai ao palácio conversar com Faraó. Neste diálogo, ele fala em nome do Senhor:
“Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Êx 5.1).
Êx 5.1 - E depois foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Deixa ir o meu povo,
para que me celebre uma festa no deserto.
Falar em nome do Senhor é único modo através do qual experimentamos a vitória. Certos da chamada divina,
sendo enviados pelo próprio Deus, Moisés e Arão falaram em nome do Senhor porque não havia outro nome através do
qual deveriam ser salvos. Foi assim com os israelitas vivendo entre os Egípcios, é assim conosco hoje vivendo nesse
mundo.
At 4.12 - E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens,
pelo qual devamos ser salvos.
1Co 1.2,3 - À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que
em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: Graça e paz da parte de Deus
nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Cl 3.17 - E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus
Pai.

1.1. A retaliação de Faraó.


Como meio de esfriar os ânimos do povo e a euforia pela libertação, Faraó dá ordem a seus oficiais para
aumentar o trabalho do povo, visto que estava sobrando tempo para festejar o seu Deus (Êx 5.8-9). O plano do rei
era acabar com o ócio dos israelitas, mediante uma maior carga de trabalho, resultando assim em desistir da ideia de
cerimônias religiosas. Precisamos tomar cuidado, pois diante de uma sociedade capitalista e materialista, a carga de
trabalhos e as pressões do dia a dia têm feito muitos cristãos deixarem de congregar e fazer a obra de Deus. A tática
do inimigo não mudou, apenas está com outra roupagem para ludibriar o povo.
Êx 5.8-9 - E lhes imporeis a conta dos tijolos que fizeram antes; nada diminuireis dela, porque eles estão ociosos; por
isso clamam, dizendo: Vamos, sacrifiquemos ao nosso Deus. Agrave-se o serviço sobre estes homens, para que se
ocupem nele e não confiem em palavras mentirosas.
Na lição 02, do 2º Trimestre de 2018, quando estudamos que Deus cuida dos que se dedicam a ele, vimos ali
um item muito próximo a este: 1.3. Faraó associou adoração com ociosidade. Foi dito que em Êxodo 5.8,17
encontramos o registro da associação que Faraó fez entre ociosidade e adoração e serviço ao Senhor. O rei do Egito, ao
ouvir a mensagem de Deus, por intermédio de Moisés e Arão, para que deixasse o povo de Deus ir ao deserto para
celebrar uma festa em honra ao Senhor (Êx 5.1), imediatamente interpretou que o povo hebreu estava muito ocioso e
que por isso pensava em sacrificar ao Senhor seu Deus.
Ex 5.8,17 - E lhes imporeis a conta dos tijolos que fizeram antes; nada diminuireis dela, porque eles estão ociosos; por
isso clamam, dizendo: Vamos, sacrifiquemos ao nosso Deus. Mas ele disse: Vós sois ociosos; vós sois ociosos; por isso
dizeis: Vamos, sacrifiquemos ao Senhor.
Aos olhos desse mundo muitos fazem, ainda hoje, esse tipo de associação. O tempo que passamos com Deus
sempre é um tempo pleno, rico, edificante, que traz grandes benefícios. Como afirma Mackintosh: “Poderia parecer à
razão humana uma estranha perda de tempo um homem como Moisés ter de passar quarenta anos sem fazer nada senão
guardar ovelhas no deserto. Porém, ele estava ali com Deus, e o tempo assim passado nunca é perdido”1. O coração
maligno de Faraó não poderia, mesmo, entender o alcance de tal verdade espiritual.
Entendemos que tempo, dedicação e esforço são imprescindíveis para a consecução do serviço espiritual de
cada um, requerido pelo Senhor. Isso em qualquer época, lugar ou circunstâncias. É impossível prescindir de um tempo
de qualidade e ainda assim conseguir desenvolver um trabalho espiritual reconhecidamente aprovado, portanto, não te
apresses a sair da presença dele, Ec 8.3.
▪ Todo aquele que dispõe do seu tempo para meditar e refletir acerca das coisas espirituais e toma a Bíblia
como o seu Norte será bem-sucedido em tudo quanto realizar.
▪ Todo aquele que dispõe do seu tempo para conversar com Deus e mantem uma vida de oração constante,
perseverante, diligente, nunca ficará sem respostas.
▪ Todo aquele que move seu coração e sua mente para trabalhar em prol da promoção do Reino de Deus,
cumprindo com sua missão e dispondo-se como instrumento útil e vaso idôneo para uso do Senhor é tanto
abençoado, como abençoador.

1
MACKINTOSH, C. H. Estudos sobre o Livro do Êxodo. 2ª edição. Diadema, SP: Depósito de Literatura Cristã, 2001, p. 33-34.
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▪ Todo aquele que reconhece a Deus como dono do tempo, e entende que Ele quer nos ensinar a como utilizá-
lo, submete a Ele todas as suas ações e planos, certos de que Deus os conduzirá adequadamente dentro do
curto espaço de tempo que temos para viver nessa vida, é bem-aventurado em todos os seus feitos.
Dt 17.19 - Conservará uma cópia consigo e a lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor teu
Deus, e a guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos para os cumprir.
Is 34.16 – Buscai o livro do Senhor e lede: Nenhuma destas coisas falhará, nem uma nem outra faltará. Pois a sua própria
boca o ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará.
Jo 5.39 – Examinai as Escrituras, porque pensais ter nelas a vida eterna. Sãos estas mesmas Escrituras que testificam de
mim.
Mt 21.22 - E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.
1Ts 5.17 - Orai sem cessar.
2Tm 2.21 - De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do
Senhor, e preparado para toda a boa obra.
Precisamos tomar cuidado, pois diante de uma sociedade capitalista e materialista, a carga de trabalhos e as
pressões do dia a dia têm feito muitos cristãos deixarem de congregar e fazer a obra de Deus. Realmente, no tempo
em que vivemos encontramos muitas dificuldades para seguir a Cristo e mantermos compromissos com a obra do
Senhor. A tendência de nos afastarmos de nossas responsabilidades no cuidado da vida espiritual e no serviço do Reino
de Deus, realmente existe e é como um peso morto nos rondando dia após dia. Isso é algo que pode suceder a qualquer
pessoa.
Mt 13.22 - E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das
riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
Os cuidados deste mundo têm sufocado muitas pessoas em sua trajetória espiritual. As pressões cotidianas
aliadas à falta de visão, aliena muita gente. Hoje, mais do que em qualquer tempo da história sentimos que o dia não
rende como gostaríamos. Ele simplesmente voa. Na verdade, nem o dia voou, e nem o tempo encolheu, o que nos falta
é saber colocar as prioridades na ordem certa, fazermos um planejamento para conseguirmos encaixar cada coisa no seu
devido tempo e lugar. Buscarmos direção de Deus para nossa vida, para termos ajuda do Espírito para agir com sabedoria
e prudência deveria ser nossa primeira atitude. Aquilo que extrapola nossa condição de concluirmos a contento,
certamente irá extrapolar também o tempo viável para sua realização. Aquilo que nos impede de estarmos na presença
de Deus a contento é também aquilo que irá nos destruir, por mais que pareça o certo a fazer, no presente. Faraó e o
mundo continua a impor o mesmo fardo pesado de sempre. Eu e você precisamos ter olhos para ver, ouvidos para ouvir
e mente para discernir o que é o melhor para nossa vida, enquanto é tempo. Estar na presença de Deus é mais precioso
que se dar bem nesse mundo. Que ninguém nos roube nossa riqueza!

1.2 . A queixa dos israelitas.


Com o aumento do trabalho, da cobrança e dos açoites pelo não cumprimento da tarefa, Faraó coloca o povo
contra Moisés (Êx 5.20-23). Os israelitas estavam tão desanimados depois da negativa de Faraó, que não quiseram
sequer ouvir a Moisés, quando este lhes transmitia o que Deus havia lhe revelado (Êx 6.9). É necessário que tenhamos
discernimento, pois o inimigo faz de tudo para colocar os membros contra aqueles que o Senhor tem vocacionado e
constituído para cuidar do Seu rebanho. Que Deus nos proteja desse mal.
Êx 5.20-23 - E encontraram a Moisés e a Arão, que estavam defronte deles, quando saíram de Faraó. E disseram-lhes:
O Senhor atente sobre vós, e julgue isso, porquanto fizestes o nosso caso repelente diante de Faraó, e diante de seus
servos, dando-lhes a espada nas mãos, para nos matar. Então, tornando-se Moisés ao Senhor, disse: Senhor! Por que
fizeste mal a este povo? Por que me enviaste? Porque desde que me apresentei a Faraó para falar em teu nome, ele
maltratou a este povo; e de nenhuma sorte livraste o teu povo.
Êx 6.9 - Deste modo falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não ouviram a Moisés, por causa da angústia de espírito
e da dura servidão.
A queixa dos israelitas era legítima, a angústia de espírito aliado à dura servidão tirou deles a capacidade de
discernimento. Os capítulos 5 e 6 de Êxodo tratam da questão de um Israel oprimido e os recursos divinos. Mackintosh
escreveu que o resultado da primeira visita a Faraó parece ter sido bem pouco animador. O pensamento de perder os
israelitas levou-o a tratá-los com maior crueldade e a sujeitá-los a redobrada vigilância. Sempre que o poder de Satanás
é restringido a um ponto o seu furor aumenta. Assim aconteceu neste caso. A fornalha ia ser apagada pela mão do amor
libertador; porém, antes de o ser, ela arde com mais intensidade e ferocidade. O diabo não gosta de soltar nenhum
daqueles que tem tido debaixo da sua garra terrível. Ele é “o valente”, e quando “guarda, armado, a sua casa, em

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segurança está tudo quanto tem” (Lc 11.21). Porém, bendito seja Deus, há “outro mais valente do que ele”, que lhe tirou
“a sua armadura em que confiava”, e repartiu os seus despojos pelos objetos favorecidos do Seu amor eterno2.
Mas Deus trabalha pela libertação do seu povo. Ainda que por um pouco de Deus o jugo pese mais, a força das
correntes se intensifique, a dor aumente, Deus é favorável àquele que o busca de todo coração. E então nossos olhos se
voltam para o Egito e ali contemplamos os filhos de Israel no meio dos fornos de tijolo. Temos, nessa imagem, perante
nós, uma figura exata da condição de todo o filho de Adão segundo a carne. Ei-los ali, esmagados sob o jugo da morte
do inimigo, sem poder para se libertarem. A simples menção da palavra liberdade não fez mais que aumentar o rigor do
opressor, para reforçar as cadeias dos seus cativos e carregá-los com um fardo ainda mais opressivo3. É nessa hora que
o clamor se torna mais intenso e as orações mais vívidas. Nunca oramos tanto do que quando estamos em grande aflição.
Era, pois, absolutamente necessário que a salvação viesse de fora. Não havia esperança nem de dentro nem à
sua volta. Apenas podiam olhar para cima. O seu refúgio era Deus, o socorro era Deus, a esperança era Deus: Ele tinha
tanto o poder como o querer; e podia efetuar a redenção por poder e por preço. No Senhor, e somente n'Ele estava a
salvação do povo de Israel oprimido e arruinado.
Ex 15.2 - O Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus, portanto lhe farei uma
habitação; ele é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei.
2Sm 22.47 - Vive o Senhor, e bendito seja o meu rochedo; e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação.
Sl 18.2 - O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem
confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.
Sl 23.4 - Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua
vara e o teu cajado me consolam.
Sl 27.1 - O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me
recearei?
Is 43.13 - Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu,
quem o impedirá?
Mq 7.7 - Eu, porém, olharei para o Senhor; esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá.
Hc 3.18 - Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.
Hoje vivemos uma situação muito peculiar nesse sentido, por um lado o inimigo faz de tudo para colocar os
membros contra aqueles que o Senhor tem vocacionado e constituído para cuidar do Seu rebanho, por outro lado os
cuidadores, muitas vezes, se tornam os maiores inimigos do rebanho. Infelizmente o número de lobos devoradores, à
frente das igrejas, que se apascentam a si mesmos, em prejuízo às necessidades dos rebanhos só faz aumentar.
Ez 34.1-5 - E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza,
e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os
pastores apascentar as ovelhas? Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a
perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim se espalharam, por não haver pastor, e
tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam.
1Pe 5.1,2 - Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente;
nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de
exemplo ao rebanho.
Talvez, por isso mesmo, o número de ovelhas contra aqueles que o Senhor tem vocacionado e constituído para
cuidar do Seu rebanho tem aumentado. Uma coisa não justifica a outra, mas feliz é a igreja que tem um pastor honrado,
justo e digno da posição que ocupa, e ovelhas que reconhecem e se submetem ao seu pastoreio.

1.3. Moisés apresenta as queixas do povo diante de Deus.


Diante do desânimo do povo, Moisés vai falar com Deus, se sentindo culpado pela situação do povo ter piorado
(Êx 5.22-23). A crise que Moisés vivenciou fez com que Deus lembrasse a ele a promessa feita aos patriarcas e de novo
prometeu livrar o Seu povo. Quando Deus conforta Moisés, menciona que se revelou a Abraão como Deus Todo-
Poderoso; no hebraico “El-Shaddai”, que é o Deus que é suficiente, o Onipotente. Aquele que é autossuficiente,
significando que Deus pode cumprir todas as Suas promessas. Diante dos problemas da vida, não podemos nos
desesperar, mas apresentar a Deus a nossa necessidade esperar, pois, nos momentos de densas trevas, Deus se revela
de uma maneira tremenda e eficaz.

2
MACKINTOSH, C. H. op. cit., p. 63-64.
3
Idem, p. 64.
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Ex 5.22,23 - Então, tornando-se Moisés ao Senhor, disse: Senhor! Por que fizeste mal a este povo? Por que me
enviaste? Porque desde que me apresentei a Faraó para falar em teu nome, ele maltratou a este povo; e de nenhuma sorte
livraste o teu povo.
Ex 6.1-8 - Então disse o Senhor a Moisés: Agora verás o que hei de fazer a Faraó; porque por uma mão poderosa os
deixará ir, sim, por uma mão poderosa os lançará de sua terra. Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu sou o Senhor. E
eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui
perfeitamente conhecido. E também estabeleci a minha aliança com eles, para dar-lhes a terra de Canaã, a terra de suas
peregrinações, na qual foram peregrinos. E também tenho ouvido o gemido dos filhos de Israel, aos quais os egípcios
fazem servir, e lembrei-me da minha aliança. Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou o Senhor, e vos tirarei de debaixo
das cargas dos egípcios, e vos livrarei da servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos. E eu vos
tomarei por meu povo, e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tiro de debaixo das
cargas dos egípcios; e eu vos levarei à terra, acerca da qual levantei minha mão, jurando que a daria a Abraão, a Isaque
e a Jacó, e vo-la darei por herança, eu o Senhor.
Em circunstâncias, como as que Moisés enfrentou, se um líder não está plenamente certo de sua chamada divina,
como também consciente da presença de Deus, sabendo que socorro e livramento virá na hora certa, tal líder não
subsistirá. Moisés teve que ouvir do povo que viera libertar: E disseram-lhes: O Senhor atente sobre vós, e julgue isso,
porquanto fizestes o nosso caso repelente diante de Faraó, e diante de seus servos, dando-lhes a espada nas mãos, para
nos matar. Ex 5.21. Estas são palavras dos israelitas, que experimentaram grande sofrimento e, por isso, se sentiam abandonados
e esquecidos por Deus. Moisés só teve uma opção: correr para o Senhor. Não vemos o Senhor repreendendo a Moisés por
suas palavras impetuosas, pois, eram movidas por grande aflição, mas vemos Deus respondendo segundo sua grandeza
e poder: Agora verás o que hei de fazer a Faraó; porque por uma mão poderosa os deixará ir, sim, por uma mão
poderosa os lançará de sua terra. Ex 6.1.
Ainda hoje, quando apresentamos nossas queixas diante do Senhor, estejamos certos de que Ele ouve o clamor
dos que são Seus. O pensamento de que Deus se esqueceu de nós é imaturo e sem fundamento. Deus não se esquece. Essa é a
grandiosa e eterna segurança do crente.
Sl 17.1 - Ouve, Senhor, a justiça; atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não é feita com lábios enganosos.
Is 49.14,15 - Mas Sião diz: Já me desamparou o Senhor; o Senhor se esqueceu de mim. Pode uma mulher esquecer-se
tanto do filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu,
todavia, me não esquecerei de ti.
Is 64.4 - Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além
de ti que trabalha para aquele que nele espera.
Is 65.24 - E será que antes que clamem eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei.
O encorajamento necessário para cumprir a missão vem de Deus. A falta de coragem nos momentos cruciais é
como um fantasma a nos rodear, afligindo nossas almas. Por falta dela muitas iniciativas promissoras perderam-se no
caminho. A cada um de nós é ordenado ser forte e corajoso, sabendo que o Senhor, nosso Deus é conosco, por onde
quer que andarmos.
Dt 31.6 - Esforçai-vos, e animai-vos; não temais, nem vos espanteis diante deles; porque o Senhor teu Deus é o que vai
contigo; não te deixará nem te desamparará.
Ler também: Js 1.6; 10.25; 23.6; 2Sm 10.12; 1Cr 19.13; 22.13; 28.20; 2Cr 19.11; 32.7; Ed 10.4; Fp 1.28
A resposta de Deus é a garantia divina a todo crente que passar por períodos de provação. O amor de Deus por
nós é maior do que a afeição natural que uma mãe amorosa dedica a seus filhos. É, portanto, inconcebível que Ele se
esqueça de nós, principalmente em horas de desânimo e pesar (cf. Jr 31.20). Sua compaixão por nós nunca cessará,
sejam quais forem as circunstâncias da nossa vida. Ele zela por nós com grande amor e ternura, e estejamos convictos
de que Ele nunca nos deixará. A evidência do grande amor de Deus é que Ele nos gravou nas palmas das suas mãos, de
tal maneira que nunca nos esquecerá. As marcas dos cravos em suas mãos, estão sempre diante dos seus olhos como
lembrança do grande amor que Ele tem por nós, e do seu cuidado. Bíblia de Estudo Pentecostal.

2. A REALIDADE DAS PRAGAS


As pragas vêm sobre o Egito em resposta ao endurecimento do coração do Faraó e ao clamor de quatrocentos
anos de escravidão. As dez pragas foram sinais divinos de demonstração de que o Senhor é o Deus supremo.
O poder de Deus é demonstrado a Faraó e ao seu povo numa série de dez julgamentos, os quais exibiam
claramente a realidade e o poder do Deus de Israel e por consequência a impotência dos deuses egípcios. As dez pragas
enviadas estão descritas nos capítulos 7 a 12 de Êxodo:

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1. Água transformada em sangue, Êx 7.14-25 2. Rãs, Êx 8.1-15 3. Piolhos, Êx 8.16-19


4. Moscas, Êx 8.20-32 5. Morte dos rebanhos, Êx 9.1-7 6. Feridas purulentas, Êx 9.8-12
7. Granizo, Êx 9.13-25 8. Gafanhotos, Êx 10.1-20 9. Trevas, Êx 10.21-29
10. A morte dos primogênitos, Êx 12.29* - Essa lição deixa de fora a última das pragas, que será estudada na próxima.

As pragas foram sinais miraculosos de um Deus disposto a mostrar o seu poder, enquanto destronava os deuses
da terra. A palavra hebraica ’ôt significa sinal, marca, indício insígnia, advertência, milagre, sinal miraculoso, prova. É
um termo genérico para “sinal” que cobre grande variação de termos. A maioria das 80 ocorrências de ’ôt, no Antigo
Testamento, refere-se a “sinais miraculosos”. Por ex.: todas as pragas que caem sobre os egípcios e em textos como Êx
7.3; Dt 4.34; 6.22; 7.19; 26.8; Ne 9.10; Is 20.3; e outras. Esta palavra ’ôt é usada na famosa profecia dirigida por Isaías
a Acaz (Is 7). O avanço da sombra nos degraus do palácio era um “sinal” para o rei Ezequias de que estava enfermo
(2Rs 20.9; Is 38.7). Da mesma forma Deus mostrou a Gideão um “sinal” acendendo o fogo na oferta (Jz 6.17)4.

2.1. O efeito e as características das três primeiras pragas.


A primeira praga tornou as águas do Egito em sangue. Essa praga atacou diretamente o deu egípcio Hapi,
responsável pelas inundações do Nilo, que traziam grandes prosperidades. Como os mágicos e encantadores do Egito
imitaram (Êx 7.22), o coração de Faraó continuou endurecido. A segunda praga incomodou o Faraó, pois a terra ficou
infestada de rãs, que para os egípcios tinha uma conexão muito forte com os deuses Hapi e Ecte, que ajudavam as
mulheres no parto. Na terceira praga, há uma infestação de piolhos. Interessante que os piolhos saíram do pó da
terra; isto porque o pó da terra era considerado sagrado no Egito. Sabendo disso, Deus mostra que Ele era maior que
o solo sagrado egípcio.
Êx 7.22 - Porém os magos do Egito também fizeram o mesmo com os seus encantamentos; de modo que o coração de
Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.
Há algo que precisamos ter em mente quando estudamos as pragas. Os egípcios adoravam a muitos deuses e
aos faraós, davam mais atenção aos deuses e aos mortos que aos vivos, e consideravam seus deuses territoriais. Para
eles as divindades só exerciam poder sobre regiões definidas ou certas dimensões de âmbito natural 5. O Deus que
aparecera a Moisés e se declarara o grande Eu Sou, foi ao encontro de cada uma dessas divindades em seu próprio
território e ali mesmo as derrotou. Vejamos um pouco de cada um desses eventos e seu significado:

1. As águas do Rio Nilo tornam-se sangue, Ex 7.14-24: O Nilo é um dos


maiores rios do mundo. Nasce no centro da África e percorre aproximadamente
6700 Km até o Mar Mediterrâneo. Para os Egípcios o Rio Nilo era considerado
um deus – Hapi – pai dos deuses e divindade territorial sobre o Nilo, a fonte de
vida de todo o Egito. Com a praga, os peixes do rio morreram; as águas tornam-
se fétidas, porém, os magos fazem o mesmo com os seus encantamentos. Esse
milagre trouxe aniquilação e vergonha ao deus Hapi. Houve desestruturação
econômica, religiosa e ambiental.
2. A praga das rãs, Ex 8.1-15: Ocorreu sete dias depois
que o Senhor ferira o rio. Com a morte das rãs toda terra
do Egito cheira mal. Os magos fizeram o mesmo com os
seus encantamentos, com isso Faraó promete deixar o
povo ir, mas depois endurece o coração. As rãs eram
consideradas símbolo de Heqt, uma deusa da fertilidade,
também considerada deusa da água, e, associada com a
ressurreição dos mortos. Com a praga das rãs, que com
sua morte infestaram todo o Egito de um mal cheiro
terrível, ficou demonstrando a aniquilação de Heqt.

4
HARRIS, R. Lair, ARCHER JR., Gleason L. e WALTKE, Bruce K. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.
São Paulo: Edições Vida Nova, 1998, p. 27-28.
5
Cf. SITTEMA, John. Encontrei Jesus em uma festa em Israel. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 31.
6
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3. A praga dos piolhos, Ex 8.16-19: O pó da terra era considerado sagrado no


Egito e o deus Geb era considerado o ídolo da terra e da vegetação, ou o ser
primordial da terra. É também considerado deus da morte. É sempre representado
com um ganso sobre a cabeça. Os magos tentaram o mesmo com os seus
encantamentos, no entanto não conseguiram imitar, o que representou uma
grande humilhação para esses sacerdotes que tinham os piolhos como algo
extremamente imundo. Uma vez atacados também pelos piolhos transmitiu a
mensagem de que os sacerdotes não eram puros. Mais uma vez o coração de
Faraó se endurece.
Um detalhe: é comum vermos nas imagens religiosas egípcias os deuses e faraós
segurando um símbolo hieróglifo.
ANKH: A cruz ansada ou cruz com laço é o símbolo egípcio para “vida”
O ankh é encontrado com frequência nos túmulos do Egito Antigo.

Os magos do Egito só puderam imitar os servos do Deus vivo em três coisas:


▪ Tornaram as suas varas em serpentes (Ex 7.12)
▪ Transformaram a água em sangue (Ex 7.22)
▪ Fizeram subir as rãs sobre a terra (Ex 8.7);
Porém, quanto ao quarto sinal, a praga dos piolhos, Ex 8.16-19, quando o pó da terra, considerado sagrado no
Egito, converteu-se em insetos muito importunadores, viram-se inteiramente confundidos e tiveram de reconhecer “isto
é o dedo de Deus”.
Ex 8.18,19 - E os magos fizeram também assim com os seus encantamentos para produzir piolhos, mas não puderam; e
havia piolhos nos homens e no gado. Então disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus. Porém o coração de
Faraó se endureceu, e não os ouvia, como o Senhor tinha dito.
Devemos estar sempre atentos quanto aos imitadores e falsificadores da fé e da doutrina cristã. Ainda que
pareçam muito espirituais e dedicados, e suas obras pareçam genuínas e santas, todavia, a obra de cada um se
manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de
cada um, 1Co 3.13.
É preciso considerar a oposição de "Janes e Jambres", magos do Egito. Nunca teríamos conhecido os nomes
desses dois inimigos da verdade se o Espírito Santo os não houvesse mencionado em ligação com os “tempos perigosos”
dos quais o apóstolo Paulo avisa seu filho Timóteo. É da máxima importância compreendermos claramente o verdadeiro
caráter da resistência que esses dois encantadores opuseram a Moisés.
2Tm 3.8 (ler do 1-8) - E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo
homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.

As três coisas que Janes e Jambres puderam executar foram caracterizadas por poder satânico, morte e
impureza; quer dizer, as serpentes, o sangue e as rãs. Foi assim que “resistiram a Moisés” e, “assim
também estes resistem à verdade”, e impedem a sua ação moral sobre a consciência. Nada há que tanto
contribua para enfraquecer o poder da verdade como ver pessoas que não se encontram sob a sua
influência fazerem as mesmas coisas que aqueles que estão debaixo dela fazem. Assim opera Satanás
no momento atual. Ele procura fazer com que todos os homens sejam considerados como cristãos; quer
fazer-nos crer que estamos rodeados de “um mundo cristão”, porém esse pretenso mundo cristão não
passa de uma cristandade professa, a qual, longe de dar testemunho da verdade é aqui destinada,
segundo os propósitos do inimigo da verdade, para se opor à influência purificadora da verdade. Em
resumo, o servo de Cristo, testemunha da verdade, está rodeado, de todos os lados, pelo espírito de
“Janes e Jambres”; e é conveniente que recorde este fato, que conheça inteiramente o mal com que tem
que lutar e não esqueça que se trata da imitação que o diabo faz da realidade de Deus, produzida, não
pela vara de um mago declaradamente mau, mas, sim mediante os atos de falsos religiosos, que têm
“aparência de piedade”, mas negam a eficácia dela; pessoas que fazem coisas aparentemente boas e
justas, mas que não têm a vida de Cristo em suas almas, nem o amor de Deus em seus corações, nem
tampouco o poder da Palavra de Deus em suas consciências. “Não irão, porém, avante”, acrescenta o
apóstolo, “porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles”. Com efeito a
7
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insensatez de Janes e Jambres foi manifesta a todos, quando não somente se viram impotentes para
continuar a imitar os atos de Moisés e Arão, como foram envolvidos nos juízos de Deus. Isto é um
ponto muito importante. A insensatez de todos aqueles que não possuem mais do que a aparência será
manifestada. Não somente serão incapazes de imitar os efeitos plenos e próprios da vida e poder divinos,
como eles mesmos virão a ser os objetos dos juízos que resultaram da rejeição da verdade que eles
próprios rejeitaram6.

Em Daniel foi achado um espírito excelente, e conhecimento, e entendimento, interpretando sonhos e explicando
enigmas, e resolvendo dúvidas, Dn 25.12. Por isso pôde interpretar a escrita na parede, feita pelo dedo de Deus e
desvendar a verdade por traz do enigma. Entretanto muitos hoje não conseguem sequer compreender a simplicidade do
evangelho de Cristo e são facilmente ludibriados, tornando-se presas fáceis do inimigo, envolvidos pelo espírito de
“Janes e Jambres”.
2Co 11.3 - Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte
corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.

2.2. As pragas que causaram dor.


A praga das moscas empesteou todo o Egito. Com esta praga, mais uma rodada de negociação foi aberta entre
Faraó e Moisés, mas o coração do rei continuou endurecido. A quinta praga foi a peste dos animais, ocasião em que
muito gado foi dizimado. Aqui Deus destrona a divindade egípcia Amom, responsável por proteger o rebanho do Egito,
porém, na terra de Gósen, onde habitava os filhos de Israel, não houve perda no rebanho. Este sinal ainda não foi
suficiente para amolecer o coração de Faraó (Êx 9.6-7). A sexta praga atingiu os habitantes do Egito com úlceras. O
idioma hebraico descreve estas “úlceras” como erupções inflamadas, que se abriram e assim escorria pus pela pele.
Êx 9.6-7 - E o Senhor fez isso no dia seguinte, e todo o gado dos egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel
não morreu nenhum. E Faraó enviou a ver, e eis que do gado de Israel não morrera nenhum; porém o coração de Faraó
se agravou, e não deixou ir o povo.

4. A praga das moscas, Ex 8.20-32: toda a terra do Egito foi


invadida por enxames de moscas, mas como nas outras pragas a
terra de Gósen, onde habitava os israelitas, não foi afetada.
Khepri, (ou Khepera) uma das divindades principais, é associado
com a imagem do escaravelho. Tal praga revelou a total
impotência do deus-inseto, cuja força era comparada às forças que
fazem mover o sol. O deus-inseto nada pôde contra a praga das
moscas. Esse é um momento em que Faraó chama Moisés e Arão
e negocia com eles a adoração: Ex 8.25 - Então chamou Faraó a
Moisés e a Arão, e disse: Ide, e sacrificai ao vosso Deus nesta
terra. Moisés afirmou que não, o pedido era que saíssem a
caminho de três dias ao deserto para sacrificar ao Senhor. Faraó
concordou para se livrar da praga e prometeu deixar o povo ir ao
deserto para sacrificar, mas, tão logo cessou a praga ele endureceu
novamente o coração.
5. A praga da peste, Ex 6. 9.1-7: Todo o gado
Tais entidades, dos egípcios é afetado pela peste e morre. O
representativas gado dos israelitas não é afetado com a grave
de todos os pestilência. Tal praga revelou a impotência de
animais Apis e Hathor, o deus-touro e a deusa-vaca do
considerados Egito. Ápis é considerado a “alma magnífica”
de Ptá, que quando morria renascia em outro
sagrados, touro sagrado e Hathor é uma das deusas mais
foram veneradas no Egito antigo. Não subsistiram
humilhadas diante do grande Eu Sou.

6
MACKINTOSH, C. H. op. cit. p. 80.
8
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6. A praga das úlceras, Ex 9.8-12: Tal praga provocou úlceras


que afligiram os seres humanos e os animais e deixou Thoth
(Imhotep) indefeso, o deus da magia, a divindade que os egípcios
invocavam quando precisavam de cura. Era o escriba dos deuses,
o deus da aprendizagem e da sabedoria relacionada com o oculto,
a magia, o sobrenatural. Igualmente Sekhmet, a mulher com
cabeça de leoa, era venerada como deusa da guerra, que curava e
criava epidemias Embora fosse uma leoa sanguinária, também
operava curas e tinha um frágil corpo de moça. Nessa praga os
magos também foram feridos. E não houve Thoth ou Sekhmet que
desse conta de parar o Deus dos hebreus

Lemos que, por vezes, os egípcios ofereciam holocaustos humanos e espalhavam as cinzas para pedir o favor
de Thoth. Essa atitude de pegar cinzas e espalhar no ar era algo bem familiar aos egípcios. Sittema escreveu que “Uma
vez que havia crescido na corte real egípcia, Moisés conhecia essa prática. Agora, porém, conhecia também a YHWH
[Eu sou], de modo que zombou do “não-deus” ao espalhar cinzas que provocaram enfermidades dolorosas, em vez de
curá-las”7.
Ex 9.8,9 - Então disse o Senhor a Moisés e a Arão: Tomai vossas mãos cheias de cinza do forno, e Moisés a espalhe
para o céu diante dos olhos de Faraó; e tornar-se-á em pó miúdo sobre toda a terra do Egito, e se tornará em sarna, que
arrebente em úlceras, nos homens e no gado, por toda a terra do Egito.

2.3. As pragas contra a natureza.


Esta última divisão das pragas mostra a tristeza dos egípcios em ver a sua terra sendo devastada. A sétima
praga trouxe uma chuva de saraiva, que devastou a vegetação, as colheitas e a cevada, e matou os animais do Egito.
Interessante que nesta praga é que alguns egípcios creram e fugiram (Êx 9.20). A praga dos gafanhotos consumiu a
vegetação que havia sobrado da tempestade de saraiva. Deus mais uma vez mostra a sua superioridade sobre o panteão
egípcio, pois Ísis e Seráfis protegiam contra os gafanhotos. A nona praga se caracterizou pelas trevas espessas, que
cobriram o Egito por três dias (Êx 10.22), mas os filhos de Israel tinham luz (Êx 10.23). Esta praga foi um golpe direto
contra todos os deuses do Egito, especialmente contra Rá, o deus solar, consequentemente pai de todos os faraós.
Êx 9.20 - Quem dos servos de Faraó temia a palavra do Senhor, fez fugir os seus servos e o seu gado para as casas;
Êx 10.22 - E Moisés estendeu a sua mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias.
Êx 10.23 - Não viu um ao outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas todos os filhos de Israel tinham
luz em suas habitações.

7. A praga da saraiva [ou granizo], Ex 9.13-35: Veja que tudo


que uma praga não destrói é arruinado por outra. A saraiva arruína
o linho e a cevada, mas o trigo e o centeio não são atingidos já que
ainda não haviam brotado. Homens e animais na terra do Egito são
atingidos, a saraiva, no entanto não atinge a terra de Gósen. Todas
as plantações destruídas devastaram o território de Nut, a deusa do
céu cuja chuva supostamente abençoava as colheitas e era
significativamente invocada como a mãe dos deuses. Muitas vezes
é representada na forma de uma vaca, afirmando ser essa uma
metamorfose pela qual ela passou.
A praga da saraiva não deixou dúvida de que a deusa do céu estava
derrotada e impotente.
Faraó mais uma vez promete deixar o povo ir, mas depois endurece
novamente o coração. Como consequência essa praga trouxe
prejuízos incalculáveis para o homem, animais e agricultura.

7
SITTEMA, John. Op. cit., p. 32.
9
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Isis – cultuada como modelo de mãe e da esposa ideais, protetora 8. a praga dos gafanhotos, Ex 10.1-20: O
da natureza e da magia Senhor, Deus dos hebreus pergunta a Faraó?
Osíris, marido de Ísis (Serapis, no sincretismo egípcio-grego) - A “Até quando recusas humilhar-te diante de
Osíris foi concedido o poder de governar sobre o mundo terreno, mim?” (Ex 10.3). Com essa 8ª praga “Eu Sou”
como deus da terra e da sementeira. Era um deus da mitologia concluiu a destruição da terra do Egito e
egípcia, associado à vegetação e a vida no Além. humilhou Ísis e Osíris protetores da natureza a
associados à vegetação. Toda erva, fruto e
verdura do campo é afetada. Tudo o que sobrou
das pragas anteriores os gafanhotos destruíram
completamente, causando grande desordem
social por causa da fome, dos roubos e da
inquietação crescente. “Os gafanhotos, na
Bíblia, são uma figura do julgamento de Deus:
é uma das piores pragas que pode haver, pois
uma nuvem pode ter a densidade média de
cinquenta milhões de gafanhotos por
quilômetro quadrado, e eles passam a desfolhar
rapidamente centenas de quilômetros
quadrados, trazendo horror, desespero e
terríveis consequências econômicas para os
habitantes”. O Senhor endurece ainda o coração
de Faraó.

9. A praga das trevas palpáveis, Ex 10.21-29: Houveram trevas


espessas em toda a terra do Egito que duram três dias. De tão densas
que eram tornaram-se palpáveis. No entanto os filhos de Israel
tiveram luz em suas habitações. Uma completa humilhação para os
deuses: Rá e Amon-rá. Deus do sol, estrelas e lua. Como
consequências imperou o medo, a confusão, e a descrença nos
deuses. O Senhor endurece o coração de Faraó e este diz a Moisés:
Ex 10.28,29 - Vai-te de mim e guarda-te que não vejas o meu rosto;
porque, no dia em que vires o meu rosto morrerás. E disse Moisés:
Bem disseste; eu nunca mais verei o teu rosto.
Segundo a mitologia egípcia Rá era o deus que originou todas as
coisas, deus da vida, associado ao Sol. Amon significa «o oculto»,
ou «aquele que é, (ou está), oculto». Amon é relacionado a Rá, o
mais antigo dentre os deuses que um dia foram adorados como
criador da vida e pai de todos os deuses. Sob o nome de Amon-Rá,
Amon passa a ser reverenciado sob aspectos criadores e solares. O
deus Amon podia ser representado de várias formas: como animal,
como homem com cabeça de animal ou como homem.
Essa praga atinge diretamente essa divindade pois ele deveria
proteger o povo de qualquer maldição relacionada ao sol e trazer as
bênçãos naturais da luz, do calor e da fecundidade. AMON RÁ

Mais do que um juízo voltado contra Faraó, que não somente era reverenciado como um deus, mas se
considerava como tal, o juízo de Deus sobre o Egito, através das pragas, era também um mover de Deus para mostrar
aos próprios egípcios quem realmente detinha o controle sobre todas as coisas. Todos os deuses egípcios foram
enfrentados e vencidos em seu próprio território. Deus fez juízo, mas o pior ainda estava por vir. Ainda havia deuses a
serem vencidos.
Ex 12.12 - E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos
animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o Senhor.
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3. AS NEGOCIAÇÕES DE FARAÓ
As negociações que Faraó queria estabelecer com Moisés foram bastante interessantes. Em todas elas, Moisés
foi categórico ao dizer “não”. Em sua última fala com Faraó, ele disse: “nenhuma unha ficará” (Êx 10.26).
Êx 10.26 - E também o nosso gado há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos de tomar, para
servir ao Senhor nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá.
Moisés foi a Faraó com um plano de ação montado e fechado. Não abriu mão dele. Não negociou.
Não se faz concessões com o inimigo quando se quer alcançar êxito pleno. Deus dá as ordens. Deus dá as
ferramentas. Deus provê a ajuda. É Deus que nos conduz em vitória por meio de Jesus Cristo. A crença segura que,
ainda hoje, leva uma pessoa a defender, com todas as suas forças, aquilo em que acredita está relacionada à certeza de
que os escritos bíblicos são verdadeiros, embora os fatos não tenham sido presenciados pelas pessoas de nossa época,
no momento em que ocorreram. Todavia podemos basear-nos nas evidências históricas e arqueológicas, bem como
naquilo que percebemos na natureza e em nós mesmos, mas podemos dizer que o que mais nos impulsiona em direção
às verdades espirituais contidas na Palavra de Deus é a fé. Pela fé estamos certos que a Bíblia é a inerrante, infalível,
eterna e santa Palavra de Deus revelada a nós por divina inspiração. Que o Deus que servimos é soberano e sustenta
todas as coisas com a força do seu poder. Que os seus olhos estão postos sobre nós e até mesmo os cabelos da nossa
cabeça estão todos contados, Mt 10.30. É Ele que diz:
Is 46.10 - Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O
meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.
A convicção alimenta a esperança, a esperança mantém a convicção. Porque, em esperança, somos salvos. Ora,
a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará? Rm 8.24. A verdadeira esperança
nunca é frustrada, por isso não negociamos com o mundo ou com o diabo e suas hostes.
H.Richard Niebuhr escreveu que “a verdadeira essência do cristianismo exige o impossível entre conduta e
crença, num mundo de relatividade busca inflexíveis lealdades a absolutos imutáveis”. Paulo não tinha problemas em
dizer: “estou certo que”, ou “tenho certeza”, e essa convicção foi sua marca e um referencial par todas as gerações
seguintes. Quantos de nós podemos dizer com o mesmo ímpeto: estou certo que...?
2Tm 1.12 - por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou
certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia.

3.1. A primeira rodada de negociação.


A primeira negociação foi durante a praga das moscas, a quarta praga: “Então chamou Faraó a Moisés e
Arão, e disse: Ide e sacrificai ao vosso Deus nesta terra”, (Êx 8.25). Faraó estava dando autonomia religiosa, apenas
na terra de Gósen, não em toda terra do Egito. Aparentemente, a proposta parecia ser boa, mas não era. Além de
continuar um regime de escravidão, o povo não se separava exclusivamente para Deus. No nosso relacionamento
com Deus, precisamos entender que somos propriedade exclusiva de Deus, comprados com sangue precioso e não
podemos abrir exceções em nossa vida cristã.
Êx 8.25 - Então chamou Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Ide, e sacrificai ao vosso Deus nesta terra.
Êx 19.5 - Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a
minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha.
Não fomos feitos pelo Senhor para vivermos separados dEle. Antes estávamos mortos em nossos pecados, por
isso estávamos separados de Deus, mas Ele nos vivificou pelo poder de Sua Palavra e pela ação do Seu Espírito em nós,
e nos recebeu novamente na comunhão da trindade. Assim nascemos de novo:
Ef 2.1-5 - E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso
deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os
quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e
éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito
amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça
sois salvos).
Tt 3.5 - Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da
regeneração e da renovação do Espírito Santo.
Uma vez libertos da escravidão do mundo a obra que o Senhor efetua é completa, e nos separa para Deus, para
sermos seu povo exclusivo. Uma reunião realizada nos moldes de Faraó, na terra do Egito, não atenderia a ordenança
divina de adoração. O que Faraó estava oferecendo não era suficiente. O que o mundo oferece nunca será suficiente.
1Ts 5.23 - E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
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3.2. Uma segunda opção.


No mesmo episódio da praga das moscas, quando Moisés rejeita a primeira proposta, faraó imediatamente
oferece uma segunda, dizendo: “Então disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao Senhor, vosso Deus, no
deserto; somente que indo, não vades longe; orai também por mim” (Êx 8.28). O que está sendo proposto por Faraó
é uma atrofia no desenvolvimento da vida com o verdadeiro Deus. A libertação deve ser completa e radical.
Infelizmente, muitos cristãos e igrejas estão pagando um preço alto pelas concessões permitidas em sua doutrina,
liturgia e espiritualidade.
Enquanto o inimigo diz: vá, mas não vá longe, Deus diz:
Is 54.2,3 - Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das tuas habitações; não o impeças; alonga as tuas
cordas, e fixa bem as tuas estacas. Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; e a tua descendência possuirá
os gentios e fará que sejam habitadas as cidades assoladas.
A vida com Deus é plena, uma fonte transbordante e inesgotável que nos faz crescer para a glória de Deus.
Atender à voz de Faraó atrofia a vida espiritual. É o que leva os crentes nominais a não darem a devida importância aos
projetos do Reino de Deus, porque estão fascinados com os prazeres deste mundo. Qualquer coisa que o mundo ofereça
não se compara ao que Deus tem preparado para os seus.
Rm 9.23 - Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já
dantes preparou.
1Co 2.9 - Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do
homem, são as que Deus preparou para os que o amam.
Ef 2.10 - Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas.

3.3. A terceira opção.


Diante da praga dos gafanhotos, a vegetação egípcia está quase destruída [totalmente]. Mesmo assim, Faraó,
em seu intento de não abrir mão do povo de Israel, escravizado por muito tempo, oferece Moisés mais um novo acordo.
Em Êxodo 10.8-11, vemos Faraó dando permissão apenas para os homens saírem, os demais teriam que ficar no
Egito. Enquanto a proposta do rei era libertação parcial do povo e de modo temporário, Moisés exigia a evacuação
total e permanente do povo de Israel (Êx 10.25-26).
Gl 5.1 - Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da
servidão.
A obra de Deus nunca é feita pela metade. Não há como estar meio salvo, ou mais ou menos salvo. Quando o
Senhor nos salva, nos livra completamente do jugo do pecado. Tamanha libertação gera uma paz grandiosa, sem limites,
até então, desconhecida. Isso, nem o Egito nem Faraó jamais poderão oferecer.
Rm 5.1 - Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.
Uma vez alcançados e libertos pelo Senhor temos consciência de que o inimigo lutará para impedir o agir de
Deus nas nossas vidas. Negociações serão feitas de todas as formas, pois, o inimigo persiste em reter, com mão de ferro,
aqueles que ele usurpou do Grande Rei. Mas conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor, porque Ele a nós virá,
Os 6.3, trazendo salvação e cura sob as suas asas, Ml 4.2, pois, o Senhor tem nos amado com amor eterno, Jr 31,3, não
nos deixará nem nos abandonará, Dt 31.6,8; 2Cr 15.2; Sl 121.3; 1Co 10.13.

Assim, no caso de Faraó, quando ele persistiu em reter, com mão de ferro, o Israel de Deus, as taças da
ira divina foram derramadas sobre ele; e a terra do Egito foi coberta, em toda a sua extensão, de trevas,
enfermidades e desolação. Assim será, em breve, quando o grande último opressor emergir do abismo,
armado com poder satânico para esmagar debaixo dos seus pés soberbos (Sl 36:11) aqueles que o
Senhor escolheu como objetos do Seu amor. O Seu trono será destruído, o seu reino devastado por meio
das sete últimas pragas, e, finalmente, ele próprio será lançado, não no Mar Vermelho, mas “no lago de
fogo e enxofre” (Ap 18:8; 20:10)8.

CONCLUSÃO
As pragas serviram para mostrar o verdadeiro Deus, em contraste com os muitos deuses do Egito. Sem
sombra de dúvida, este evento serviu para criar um conceito de Deus na mente dos israelitas e para que as demais
nações pasmassem diante do Deus de Israel.

8
MACKINTOSH, C.H. op. cit. p. 78-79.
12
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TEXTO COMPLEMENTAR
ISRAEL 70 ANOS

Continuação...

O Regime de Vichy

Também conhecido como França de Vicky, essa nomenclatura deve-se ao governo de Vicky
estabelecido na cidade de Vicky na parte da França, ocupada pelos alemães durante a Segunda Guerra
Mundial, tendo o Marechal Philippe Pétain como seu primeiro ministro. Entra nas nossas reflexões, apenas a
título de exemplo, por conta do antissemitismo extremado, aliado ao nazismo, que deu seguimento à política
de perseguição e extermínio de judeus. É apenas um, entre os muitos outros focos de investida antijudaica que
se desenvolveu, rapidamente, pelo mundo como uma praga.
Estando ainda a discutir a respeito dos eventos que desencadearam a criação do estado de Israel, na
atualidade, é preciso lembrar que o cerco aos judeus em todo mundo, através de uma perseguição sem
precedentes, precipitou as aliá’s9, que culminou com a Lei do Retorno de 195010.
Com as ondas de imigração acontecendo desde 1881, os judeus, vindos de todas as partes, patrocinados
por órgãos de fomento, como a Associação de Colonização Judaica, criada em 1890, foram se estabelecendo,
em princípio, em colônias agrícolas, e também com algumas fábricas. Conglomerados urbanos de judeus vão
surgindo em Jaffa, Haifa e Jerusalém. Não se pode afirmar que tenha sido um assentamento tranquilo, pois
que nada que diz respeito aos judeus é tranquilo, mas, certamente, estavam melhor do que vivendo entre os
povos, sendo esmagados pela discriminação e a violência.

Da Grande Dispersão Judaica até o Renascimento da Nação de Israel, em Israel11

Ano 70 d.C.
Queda de Jerusalém sob o
Comando de Tito, Filho de Vespasiano

132-135
Resistência Judaica sob a Liderança do Rabino Akiba
Os Exércitos são organizados pelo Guerreiro Bar Kobba

1096 – 1396
Cruzadas

Século XIV – XV

9
A palavra Aliá ou Aliyah é uma transliteração de uma palavra hebraica, cujo significado é ascensão. É uma palavra que designa a
imigração de judeus para a Terra de Israel ou Eretz Israel. Essa palavra tornou-se um importante conceito no Judaísmo e de
fundamental importância também para o Sionismo, e foi, por fim, consagrada na Lei do Retorno, que haveria de ser criada para
legitimar a presença dos imigrantes no território judaico, bem como, estimular a outros judeus, em todas as partes do mundo e
fazerem o mesmo.
10
AGÊNCIA JUDAICA PARA ISRAEL. A Lei do Retorno. Disponível em: <http://www.jewishagency.org/pt/aliyah/making-
aliyah/first-steps/lei-do-retorno>. Acesso em: 17/07/2018.
11
LEITE, Magda Narciso. Israel, a prova da fidelidade de Deus. Apostila de Curso, s/d.
13
Subsídios para as lições de Escola Bíblica Dominical – 3º trimestre de 2018
Pastora Elienai Castellano

Período Mameluco

1517 a 1914
Império Otomano

1917 - Mandato Britânico


Proclamação de Balfour

1947
Assembléia das Nações Unidas

14 de Maio de 1948
Proclamação do Estado de Israel

1948 a 1949 – Guerra da independência


1949 – Governo e Knesset (Parlamento), são transferidos para Jerusalém
1955 – Invasão da Península do Sinai
1967 – Guerra dos 6 dias - Israel derrota a aliança de 12 nações
1973 – Guerra do Yom Kippur
1982 – Expulsão de terroristas no sul do Líbano

Próxima parada: Armagedom

Fora dos Limites da Palestina: 1350-1947

- Peste Negra e Inquisição: Devastadora morte negra mata um terço de toda a população da
Europa. Superstição e complexo antissemita – Israelitas são mortos a pauladas, afogados,
queimados vivos, enforcados e estrangulados.
- Antissemitismo predominando em várias partes do mundo.
- Guetos e pogroms
- Holocausto Nazista.

1917 – MANDATO BRITÂNICO – PROCLAMAÇÃO DE BALFOUR

Também conhecida como a Declaração de Balfour, trata-se, na realidade, de uma carta de 2 de


novembro de 1917, do então secretário britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour, dirigida
ao Barão Lionel Walter Rothschild, um dos principais líderes da comunidade judaica da Inglaterra, para ser
transmitida à Federação Sionista da Grã-Bretanha. Tem como principal articulador a Chaim Weizmann (1874-
1952), um judeu russo, químico de grande expressão e reconhecimento, líder sionista, que vivia na Inglaterra
e a salvou das dificuldades da falta de combustível, durante a Primeira Guerra Mundial. Foi o próprio Chaim
14
Subsídios para as lições de Escola Bíblica Dominical – 3º trimestre de 2018
Pastora Elienai Castellano

Weizmann, embora presidente da Federação Sionista da Inglaterra, quem sugeriu que Lorde Walter fosse o
destinatário da carta, porque sendo a mesma enviada a um membro da família Rothschild, seu conteúdo
ganharia maior relevância na percepção internacional12. O texto da carta dizia o seguinte:

Caro Lord Rothschild. Tenho o prazer de endereçar a V.S., em nome do governo de Sua Majestade, a
seguinte declaração de simpatia quanto às aspirações sionistas, declaração submetida ao gabinete e pelo
mesmo aprovada. O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina
de um lar nacional para o povo judeu e empregará todos os seus esforços no sentido de facilitar a
realização desse objetivo, entendendo-se claramente que nada será feito que possa atentar contra os
direitos civis e religiosos das coletividades não judaicas existentes na Palestina, nem contra os direitos
e o estatuto político de que gozam os judeus em qualquer outro país. Desde já, declaro-me extremamente
grato a V.S. pela gentileza de encaminhar esta declaração ao conhecimento da Federação Sionista 13.

Tal declaração tem gerado interpretações paradoxais nos seus 100 anos de existência, para alguns ela
não representa nada de maior importância, porque não se fez acompanhar de autoridade e poder para fazer
valer seu conteúdo, para outros ela foi um dos grandes momentos da História dos Judeus, pois, traz à tona, de
modo bastante claro, e emitido por autoridades mundialmente reconhecidas, o direito de Israel existir. Então
não se trata de um ato isolado de uma nação apenas, pois, foi emitida durante uma guerra de proporção
mundial, e certamente a Inglaterra teve o apoio dos seus aliados na emissão do documento.
O autor Zevi Ghiveider, ao fechar seu artigo sobre a Declaração faz a seguinte afirmativa: “É
assombroso constatar que depois de 100 anos da Declaração Balfour, um tímido primeiro passo rumo ao sonho
da obtenção de um lar nacional judaico, Israel seja o único país do planeta, dentre os 190 espalhados por cinco
continentes, cujo direito à existência é questionado”.

1933-1945 – O HOLOCAUSTO NAZISTA

Sem dúvida, a maior de todas as provações que os judeus passaram, depois da destruição do Reino do
Sul pela Babilônia, e da tomada de Jerusalém, por Tito, que culminou na sua diáspora, no ano 70 d.C., foi o
holocausto nazista, colocado como a solução final, apresentada ao mundo para o “problema judeu”. Também
conhecido como Shoá foi o maior genocídio do século XX, adequadamente documentado, com milhares de
testemunhas, para não permitir que o negacionismo do holocausto14, que só faz aumentar nos nossos dias,
lograsse êxito com seus argumentos distorcidos.
Em 1933, Hitler sobe ao poder na Alemanha e estabelece um regime racista, sob o enganoso título de
Nacional-Socialista (Nazista - Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães). Sua doutrina racial:
Os alemães arianos pertencem à raça mestre ou raça pura, enquanto que os judeus eram conhecidos como sub-
humanos, que não faziam parte da raça humana, desembocou na fatídica “perseguição e extermínio
sistemático, burocraticamente organizado e patrocinado pelo governo nazista, de aproximadamente, seis
milhões de judeus pela Alemanha e seus então colaboradores”15.
A aniquilação dos judeus começa especialmente em solo polonês, onde vivia o maior contingente de
judeus da Europa. Seu objetivo era exterminar todo judeu e para realizar seu plano, ele primeiramente
concentrou os judeus em guetos, estabeleceu campos de concentração, de trabalho e de extermínio. Durante 6
anos de guerra, seis milhões (1/3 dos judeus), incluindo um milhão e quinhentas mil crianças, foram
assassinados.

12
GHIVEIDER, Zevi. Declaração de Balfour – o centenário de um marco. Disponível em: <http://www.morasha.com.br/historia-
de-israel/declaracao-balfour-o-centenario-de-um-marco.html>. Acesso em 17/07/2018.
13
Idem.
14
Negacionismo do holocausto: nega que o genocídio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial tenha ocorrido, ou quando
afirma sua existência nega que tenha acontecido da maneira e nas proporções historicamente definidas e reconhecidas.
15
United States Holocaust Memorial Museum – Enciclopédia do Holocausto. O Holocausto (artigo resumido). Disponível em:
<https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007867>. Acesso em 17/07/2018.
15
Subsídios para as lições de Escola Bíblica Dominical – 3º trimestre de 2018
Pastora Elienai Castellano

"Holocausto" é uma palavra de origem grega que significa "sacrifício pelo fogo". Os nazistas, que
chegaram ao poder na Alemanha em janeiro de 1933, acreditavam que os alemães eram "racialmente
superiores" aos judeus, por eles considerados como uma ameaça externa à chamada comunidade racial
alemã. As autoridades alemãs também perseguiram outros grupos por sua dita "inferioridade racial":
ciganos, deficientes físicos e mentais, e alguns povos eslavos (poloneses e russos, entre outros). Outros
grupos eram perseguidos sob pretextos políticos, ideológicos e comportamentais, entre eles os
comunistas, os socialistas, as Testemunhas de Jeová e os homossexuais16.

Mas, sem dúvida, ninguém foi mais atingido pelos propósitos eugenistas17 e racistas dos Alemães
liderados por Hitler, que os judeus. Em 1945, nove anos após, os alemães e seus colaboradores haviam
assassinado aproximadamente dois entre cada três judeus europeus através da operação denominada “solução
final”, a política nazista cujo objetivo era matar todos os judeus da Europa.

Fonte: US Holocaust Memorial


Museum

A fotografia mostra duas


famílias judias alemãs em uma
reunião antes da Guerra. Num
dia comum, pessoas comuns se
reúnem para celebrar a
aproveitar a vida, sem saber que
não tinham direito a ela.
Apenas duas pessoas deste
grupo sobreviveram ao
Holocausto.

Foto tirada na Alemanha, 1928.

Jamais saberemos o que é viver nove anos no “olho do furacão”. Mas, foi a partir de 1941, com a
invasão da União Soviética pela Alemanha, que o extermínio em massa de judeus realmente começou. Dos 4
milhões de judeus que viviam nas áreas invadidas pelos alemães, 2 milhões conseguiram escapar, e 90% dos
2 milhões que ficaram foram eliminados pelos nazistas. Como capturar e movimentar um contingente tão
grande de pessoas consumiria muitos recursos e homens, as unidades móveis da SS (a tropa de elite de Hitler),
chamados de Batalhões Móveis de Extermínio, passaram a eliminar os judeus no próprio local onde eram
encontrados. Muitos foram assassinados com a explosão de granadas, outros foram queimados vivos, mas a
maioria foi morta a tiros pelos grupos de extermínio18.

Continua...

16
Idem.
17
Dá-se o nome de eugenia ao conjunto dos métodos empregados para “melhorar” o patrimônio genéticos de grupos humanos.
18
SZPILMAN, Marcelo. Judeus, suas extraordinárias histórias e contribuições para o progresso da humanidade. 2ª Edição. Rio
de Janeiro: Mauad X, 2012, p. 222.
16

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