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Olá Assis!

Segue a Parte 4 de 5 da Leitura Crítica do Cálagos!

Espero que minhas observações, sugestões e impressões lhe ajudem na reescrita!

Na manhã programada, Cálagos mudara-se para seu Bunker em companhia de Dona, Um e mais
cinco tarimbeiros.

Quebra.

A telepatia de Cálagos usada para comunicação com os tarimbeiros havia sido medida e apurada
com a distribuição e orientação deles nas diversas cidades e locais do país.

MOSTRE essa telepatia em uma Cena. Faça isso desde o começo da história. Exemplo:

Cálagos se voltou para Jânio.

“Jânio.”, ele pensou. “Você consegue me ouvir, criatura”.

“Eu ouço e obedeço, meu mestre”, respondeu Jânio por meio de telepatia.

“Muito bom. Você vai matar Herbert e Sofia. Estou mentalizando a imagem deles.”, pensou
Cálagos, visualizando o professor e a jornalista.

“Seu desejo é uma ordem, mestre.”, respondeu Jânio.

Transformando-se em um lagarto, o tarimbeiro saiu rapidamente pela janela do centro de


pesquisas.

— Herbert… Adeus meu querido professor… — murmurou Cálagos, com um sorriso cruel.

Quebra.

Deixaram no centro de pesquisas alguns tarimbeiros responsáveis por dar continuidade ao


procedimento de transformação de dominados chegantes em novos tarimbeiros.

Quebra.

Em todos os casos, os comandados de Cálagos obedeciam a estímulos telepáticos próprios e, por


essa razão, foram previamente programados para missões especificas e individualizadas que

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dependiam apenas do impulso final para o início de execução.

A estratégia da dominação foi definida a depender do local onde o tarimbeiro estivesse distribuído.

Quebra.

Foram quatro as ações programadas: distribuição dos tarimbeiros em conformidade com a ação a
ser executada; envio imediato ao centro de pesquisas do dominado ainda não convertido em
tarimbeiro; morte ao humano não dominado; ou disparo de petardo, em suas várias formas e
dimensões, para disseminação do pó tóxico.

Quebra.

Naquele mesmo dia, Cálagos em pé no centro da principal sala de seu Bunker, concentrou-se,
transformou-se em lagarto e emitiu em alta frequência ondas telepáticas para todos os tarimbeiros,
que, estimulados por esses impulsos telepáticos, em primeira reação, transformaram-se
imediatamente em lagartos, independentemente do local onde estivessem e tiveram como primeira
atitude matar qualquer humano próximo ou visível.

Descreva o Bunker. Descreva com detalhes onde será o primeiro ataque (local com nome,
etc.)

A matança foi grande e indistinta, morreram pais, maridos, mulheres, filhos, parentes em geral,
amigos e desconhecidos do tarimbeiro próximo.

Quebra.

Ninguém visto por um homem-lagarto foi poupado e teve seu pescoço destroncado por
estrangulamento lingual.

Quebra.

Em Piancó não se viu mais um único humano vivendo livre, todos os sobreviventes restaram
escondidos nas mais variadas alcovas. Somente tarimbeiros eram vistos na cidade.

A história avançou demais com esses sumários narrativos. Você perde o leitor assim. Todas
essas mortes ocorreram e Sofia, Artur, Herbert, etc não notaram? Não lutaram? E as
autoridades? E a polícia?

Em Patos, os tarimbeiros programados como artilheiros arremessaram bombas e dispararam


pequenos mísseis em várias localidades da cidade.

Quebra.

Houve a contaminação imediata de um grande contingente populacional, todos acometidos de um

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forte enjoo, além de manchados na pele por pequenas erupções e com movimentos debilitados.

Quebra.

Enfraqueceram tanto e tão rapidamente que vários deles morreram no mesmo dia da contaminação.
Outros ainda resistiram vivos, mas muito debilitados e sem assistência médica, porque nos hospitais
de Patos, os profissionais humanos foram mortos, diminuindo a esperança de cura aos
contaminados ainda vivos.

As cidades vizinhas foram igualmente bombardeadas e os humanos vistos, que não morreram
infectados pelo pó vermelho, foram mortos por estrangulamento.

Em pânico, os sobreviventes esconderam-se nas casas ou em lojas, outros tentaram fugir das
cidades, uns conseguiram e alguns foram apanhados e mortos.

Novamente, onde estão as autoridades? Onde estão a polícia? E Herbert irá deixar barato
toda essa destruição?

Os escondidos olhavam assombrados os lagartos andando nas ruas e matando as pessoas


estranguladas, viam também a fumaça vermelha que se espalhou pelos ares de todas as cidades
bombardeadas. Viram mais perplexos ainda os humanos transformarem-se em lagartos e
novamente em humanos.

Um homem saiu à rua armado com uma espingarda de grosso calibre e atirou no peito de um
tarimbeiro e na cabeça de outro.

Quebra.

Ele e os escondidos próximos dali viram a cena que os apavorou definitivamente: os dois
tarimbeiros urrarem, virarem lagartos, regenerarem, um os braços e as pernas o outro o corpo
inteiro, voltarem a forma humana e um deles estrangular o atirador com a língua.

Dois outros homens dirigiram um carro em disparada por uma rua de Patos tentando sair dela, mas
foram obrigados a atropelarem tarimbeiros que atravessaram na frente do carro. O carro
desgovernou-se após o terceiro atropelamento e bateu no portão de uma loja.

Quebra.

Os tarimbeiros atropelados e mutilados fizeram rapidamente seu ritual de regeneração e um deles


matou os dois homens que saíram do carro e tentaram fugir a pé. Todos os corpos foram tirados
das ruas e jogados dentro das casas, salas e lojas mais próximas. A ordem foi para que a cidade
parecesse normal, sem vestígios da devastação humana.

A partir do que viram, os humanos escondidos concluíram que aqueles seres eram extremamente

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impiedosos e claramente indestrutíveis e a única coisa a fazer era fugir da cidade.

Quebra.

Em alguns dos locais que viraram esconderijos, formaram-se grupos de humanos que, mesmo
apavorados puderam conversar e idealizar juntos estratégias de fuga. Por vezes, esses locais foram
visitados por um tarimbeiro infiltrado, recebido como agregador de forças, mas logo revelando-se e
matando todos do grupo.

Um dos escondidos era o professor Herbert, solitariamente oculto em um prédio de apartamentos


na cidade de Patos.

Quebra.

Conseguiu estabelecer uma rotina de abastecimento. Saía de seu covil, sempre à noite, apenas duas
vezes por semana para buscar alimentos e outros materiais para sobrevivência.

Quebra.

Assistiu a partir de sua alcova, por frestas que davam visão da rua, um espetáculo diário de
mortandade. Sentiu-se impotente para esboçar reação ou mesmo procurar ajuda. Teve poucas
esperanças.

As primeiras notícias das devastações chegaram à capital, e o governador da Paraíba


determinou a ida a Patos de uma brigada da polícia militar. Sem saber com detalhes o que havia
acontecido naquela cidade e em outras, ele optou primeiro por acudir Patos.

Quebra.

Determinou que a ordem pública, eventualmente perturbada, fosse imediatamente restabelecida e os


responsáveis presos e trazidos a João Pessoa.

Quebra.

Ele havia contatado o prefeito, sem saber ser aquele mais um tarimbeiro, que o informou realmente
precisar de auxílio policial. Foram designados dez caminhões com trinta homens fortemente
armados em cada um deles. Seguiu os caminhões um blindado para dar apoio à brigada, se
necessário.

A brigada foi recebida pelo prefeito de Patos e outras autoridades, inclusive o chefe de polícia local.
A cidade pareceu normal aos visitantes, sem qualquer indício de desordem. O prefeito pediu ao
comandante da tropa que todos os membros dele fossem apresentados no quartel de Patos, onde
ele e todos os demais receberiam o relatório e a estratégia de ação.

Os visitantes foram reunidos no pátio do quartel de Patos juntamente com policiais locais. Após

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poucos minutos, os policiais visitantes foram atacados e estrangulados por seus anfitriões, quase
que todos simultaneamente. A maioria morreu sem qualquer chance de defesa, alguns conseguiram
fugir correndo para a rua.

Perseguidos, os fugitivos avistaram o blindado e correram para dentro dele. De lá metralharam


todos, lagartos e humanos, que estavam próximos. Nesse ataque viram o que nunca poderiam
imaginar: homens virando lagartos, regenerando as partes baleadas, e retornando a forma humana.
Vários tarimbeiros foram para cima do blindado e subiram suas laterais e tetos.

Os policiais ficaram presos no veículo. Um dos tarimbeiros trepado lançou uma pequena bomba
dentro do blindado e o pó vermelho tomou conta do interior. Os policiais resistiram sem sair do
carro e iniciaram a fuga do local de volta à capital.

Quebra.

Os tarimbeiros foram despencando do blindado a medida em que ele se deslocava em direção à


rodovia. Um deles foi atropelado e o corpo, esmagado no asfalto, rapidamente regenerou-se. No
caminho um dos policiais sentiu mais fortemente a contaminação e desmaiou já cheio de erupções
na pele. Os outros três ficaram muito debilitados, mas conseguiram levar o tanque até João Pessoa.
Lá foram recolhidos e levados ao hospital central.

Dois policiais morreram no dia seguinte à internação e dois outros resistiram intubados e fortemente
medicados por antibióticos. O governador do estado esperou a recuperação da consciência dos
enfermos para saber o que havia acontecido. Informado do ocorrido, o governador custou a
acreditar no que ouviu e foi se reunir com outras autoridades, especialmente os comandantes
militares.

Quebra.

Você precisa envolver os protagonistas nessas cenas. Tem muito sumário narrativo aqui, e
tudo muito genérico, sem muita descrição. Não faz tanto efeito no leitor quanto fazer uma
Cena com o Herbert no meio do ataque dos homens-lagartos em Piancó.

Veja como fica mais forte.

Herbert corria desesperadamente pela rua. Tarimberios por todos os lados, comendo,
matando, devorando pessoas.

— Meu deus! Meus deus! — berrava Herbert, procurando por um refúgio.

Um carro blindado apareceu de uma esquina, à alguns metros do professor.

— Ei! Estou aqui! — berrou Herbert, acenando para os policiais.

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Um dos policiais do carro blindado acenou de volta.

Porém (aí entra a cena do blindado, com Herbert presenciando tudo e horrorizado), etc.

***

Ao chegar na porteira do sítio vindo de uma caminhada, Arthur foi abordado por uma moto
com dois passageiros que se aproximaram, desceram rapidamente do veículo e transformaram-se
em lagarto para atacá-lo, mas ao lançarem simultaneamente a língua em direção à vítima, caíram
também conjuntamente no chão e, mostrando asfixia, contorceram-se por algum tempo, retornaram
a forma humana e morreram.

Quebra.

Foram dois enviados por Cálagos a partir da localização geográfica do sítio obtida da mente de
Jânio.

Quebra.

Arthur entrou assustado na casa sede do sítio.

Cálagos não ficou sabendo desse ataque frustrado? Se ele já sabe do local onde estão
Herbert e Sofia, porque não vai pessoalmente? Porque não vai com uma tropa de
tarimbeiros? Porque não ivestiga as mortes dos agentes que ele enviou.

E você precisa criar a CENA com Cálagos descobrindo o lugar e enviando seus Tarimbeiros.

Cálagos também precisa de mais agentes “humanos” como Um e Dona.

Porque ele só tem esses dois? Porque ele não compra ou corrompe outros? Porque ele não
domina humanos sem transformar em Tarimbeiros, como fez com Sofia?

- Gente, temos que fugir daqui, fomos descobertos – alertou Arthur.

- Calma! – O que foi que aconteceu? – perguntou Sofia.

- Dois calangados tentaram me matar agora, lá na porteira – contou Arthur.

- Meu Deus! – Vamos sair daqui – comandou Pedro.

- E vamos pra onde? – perguntou Sofia.

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- Sei lá, pra cidade, mas temos que sair daqui – disse Arthur.

- Concordo, vamos pra cidade, o que acha Sofia?

- Também concordo, vamos.

O trio partiu de carro em direção a cidade de Patos. No caminho viram vários calangados em
formato de lagarto estrangulando pessoas.

Quebra.

Viram calangados se jogarem na frente de carros em movimentos que, muitas vezes capotavam, e
seus passageiros sobreviventes eram estrangulados pelos calangados atropelados e regenerados.

Quebra.

Tiveram naquele pequeno trajeto a dimensão da tragédia em curso na cidade e em suas estradas de
acesso.

Quebra.

Numa discussão rápida, com o carro em movimento, resolveram sair da rodovia e chegar à cidade
por meio de estradas vicinais em terra batida.

Quebra.

Em verdade, o grupo esteve desorientado, mas continuou sua jornada até a cidade. Não se pensou
em alternativas, a cidade continuou sendo o destino.

Quebra.

Próximos ao início de uma rua que os levaria ao centro da cidade, eles avistaram um rapaz que
correu para se esconder em uma banca de jornais.

Quebra.

Sem qualquer estratégia, pararam o carro para abordar o rapaz em busca de informações. Pedro
entrou na banca e tentou conversar com o rapaz. (Repetição de “rapaz”, use variações. Leia em
voz alta e veja que ficou estranha essa passagem.)

- Por favor, não me mate – disse o rapaz.

- Calma! – Eu não vou lhe matar, calma – respondeu Pedro.

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- Você não é um daqueles bichos?

- Não, não sou não.

- Então o que você quer?

- Nós tamo chegando agora na cidade e queremos saber o que está acontecendo.

- Oxe! – Você não ta vendo não? – Esses bichos aí tão matando todo mundo, num tá sobrando
ninguém. – Se eu fosse você arranjava um lugar pra se esconder, se não vai morrer também.

- Cê ta me dizendo que tá todo mundo escondido e só os calangados tão na rua?

- Que que é calangado?

- São esses bichos aí que viram lagarto.

- Então é, só os calangados tão na rua, os homi tão tudo escondido, se não morre.

- Meu Deus!

- E tem mais, quando o povo não morre enforcado, eles morrem doente por causa do pó
vermelho que os calangados jogaram em tudo quanto é rua.

- Que pó vermelho?

- É um pó que eles jogaram aí, um pó desgraçado que adoece o cabra na hora que se cheira.

- Meu Deus! – Será um ataque biológico?

- Sei não, mas que o pó mata rápido, mata.

Onde estão as autoridades? O exército? A polícia? Onde estão as equipes de reportagem?

Pedro voltou ao carro e contou o que ouviu do rapaz. Todos custaram a acreditar, mas não
quiseram arriscar. A pé, já perto do centro da cidade, o trio movimentou-se às escondidas,
entrando e saindo dos prédios avistados no caminho.

Quebra.

Não souberam pra onde ir e optaram por dormir no oitavo andar de um edifício comercial
conhecido de todos, no qual estiveram instalados escritórios e consultórios médicos.

Descrição muito genérica. Esse lugar pode ser qualquer lugar. Faça descrições mais

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específicas. E escolha um personagem POV para essa passagem. Narre com pensamentos
diretos, emoções e sensações. E dê algo para a Sofia fazer.

Na manhã seguinte, o trio testemunhou, espreitando das janelas de seu esconderijo, os horrores
da mortandade.

Quebra.

Foram muitos os humanos mortos. Em verdade, todos os humanos avistados por calangados foram
mortos de várias formas.

Quebra.

A maioria das tentativas de fuga não logrou êxito, em todas as formas escolhidas, de carro,
correndo a pé, com bicicletas ou por meio de outros veículos.

Quebra.

Eles perceberam ainda a coloração avermelhada de algumas ruas, talvez fosse o tal pó vermelho
mortal, falado pelo rapaz. Houve um sentido desalento entre os integrantes do trio, todos sem saber
o que fazer ou mesmo prospectar alguma ação salvadora. Aumentado muito o medo de serem
descobertos, montaram vigílias em tempo integral, por revezamento de turnos.

Quebra.

Passado mais um dia, no turno de Sofia, já de madrugada, ela avistou um andarilho que pareceu
conhecer. Num impulso e até de forma irresponsável com seu encargo de vigilância, optou por
seguir o transeunte, deixando o posto de vigília vago.

Repetição de termos “mortos”, “mortal”, “vigília”, “vigilância”. Leia em voz alta e use

Quebra.

Ele (Ela) entrou num supermercado já bastante saqueado para coletar alguns alimentos restantes. O
supermercado estava quase às escuras, clareado apenas pelos feixes de luz que vinham da
iluminação urbana. Observando com toda a atenção, ela não teve mais dúvidas.

Descrição genérica. Insira detalhes específicos. Fica mais profissional. Exemplo:

Sofia andou pela rua deserta de Patos em frente ao Hotel Glória, no qual haviam se
abrigado. Estava tudo destruído. Muito diferente de quando, criança, visitava sua Tia Márcia
junto com sua mãe.

“Será que ela está viva?”, pensou.

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Ela se aproximou do Supermercado Super Bompreço. O cadáver de uma senhora de vestido
vermelho preso no “B” do logo do supermercado, como se ela tivesse sido jogada do teto do
local.

Ao entrar, ela caminhou por entre prateleiras derrubadas, latas de ervilhas e de milho
esquecidas pelo chão, pacotes de macarrão estourados e pisoteados, em meio a manchas de
sangue e corpos de clientes, jovens, crianças, mulheres e homens, com os pescoços
quebrados, muitos ainda agarrados à pacotes de arroz, feijão. A visão de uma criança morta,
com uma camisa com a estampa do Bob Sponga e agarrada à um pacote de Sucrilios
Kellogs, a fez ter ânsia de vômito.

Lágrimas escorreram dos seus olhos.

“Que horror…”, pensou Sofia quando um barulho atrás de si fez seu coração parar em seu
peito.

• • •

Quanto mais com um pé na realidade melhor. Veja isso na reescrita. Use cenários “reais”.
Você pode usar o Google para isso. Fica mais profissional e mais imersivo e emocionante
para o leitor.

- Professor, é você?

- Shihhh! Sim, sou eu, é você, Sofia? – sussurrou o professor

Mais uma coincidência forçada, isso não é bom para o enredo.

Outra coisa que pensei aqui. Eles não usam celular para se comunicar? Em que tempo está
acontecendo essa história?

Com celular fica bem mais fácil de você evitar essas “coincidências”.

Veja isso na reescrita.

- Sim, sou eu.

- Meu Deus! – Onde vocês se meteram?

- Depois falamos disso, que bom que você ainda tá vivo. – O pessoal tá todo aqui, escondidos
num edifício perto daqui. – Vamos pra lá, lá da pra gente conversar normalmente – sugeriu Sofia.

- Eu tô escondido em outro, mas vamos pro seu, pegue alguns alimentos e vamos.

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Ao chegar no esconderijo, Sofia acordou Pedro e Arthur para conversarem com o visitante.

Quebra.

Não houve qualquer desconfiança, (Porquê? O que mudou? Eles têm prova que o Herbert não
se transformará em Tarimbeiro? Veja isso na reescrita, não faz sentido eles mudarem de ideia
assim, do nada. E pense em usar o dilema do Herbert estar se transformando aos poucos em
Tarimbeiro como uma nova narrativa para aumentar o conflito e a tensão.) ao contrário, a
chegada do professor foi muito bem recebida e até reconfortante aos demais.

Quebra.

Ninguém mais dormiu naquela noite e a conversa foi quase que totalmente explicativa sobre as
razões do afastamento do professor.

Quebra.

Sofia foi direta e contou ao professor a desconfiança que tiveram sobre a condição dele como
humano de fato.

Quebra.

Ele estranhou e até se chateou com o relato, mas considerou a juventude do grupo e entendeu o
ocorrido.

Desenvolva esse diálogo em uma CENA, ao invés de sumarizar. Aproveite as CENAS para
inserir detalhes físicos dos personagens. Exemplo:

Sofia mirou seus olhos verdes para Herbert. O professor engasgou, ela parecia muito
enraivecida. Suas sardas estavam avermelhadas e ela tinha os pequenos dentes perolados
bem cerrados. Sua boca, que já era fina, se transformara em um risco.

— Caralho, Herbert! Porque você sumiu?

Herber passou a mão em sua cabeça calva, limpando o suor que também molhava seus
fartos bigodes grisalhos. Ele ajustou os pesados óculos de aro tartaruga, herdados de seu pai,
e disse:

• • •

Isso faz com que o leitor tenha uma experiência mais visual, mais cinematográfica e por isso,
mais imersiva.

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Quebra.

Na manhã, encerrados os esclarecimentos, a conversa voltou a ser sobre estratégias e ações contra
aqueles horrores vivenciados por todos.

- Professor, precisamos agir e não sabemos por onde começar– alertou Sofia.

- Eu sei, nossa única saída será ir às autoridades, até pra saber o que estão fazendo contra essas
atrocidades, – Alguma coisa deve tá sendo feita pra combater essas criaturas. – Eu já tava
planejando minha ida à capital e eu acho que juntos teremos mais chances - refletiu Herbert.

Que capital é essa? João Pessoa? Evite generalismos.

- Temos que ir e falar com a turma do exército, se tem alguém agindo são eles - sugeriu Arthur.

Tem exército em João Pessoa? Tem general? Tem quartel? Pesquise isso e coloque na sua
história. Deixe ela mais realista.

E a polícia? Eles não vão falar com a polícia?

E se tem tanto caos, tanta gente morrendo, cadê a polícia local? Onde estão as autoridades
de Patos, por exemplo.

- De fato, as forças armadas devem estar agindo – O que vimos aqui é uma guerra – deduziu
Herbert.

Eles não tem celular? Não podem acessar sites? Não tem rádio?

- Então vamos pra João Pessoa conversar com eles - insistiu Arthur.

- Tenho que concordar, não vejo alternativa, temos que tentar falar com eles. (Repetição “falar
com eles”, evite essas repetições de temas e falas, parece enrolação do escritor) - Vamos pra
João Pessoa - comandou Herbert, - além das forças armadas, lá também estão todas as
autoridades que precisam ser informadas do que está acontecendo.

- Mas primeiro temos que saber como vamos sair daqui – alertou Sofia.

- E quando iremos? – completou Pedro.

- Quando é o mais rápido que der, temos que saber é como – disse Sofia.

- Pelo que eu já vivi aqui, nossa única chance será a noite. – Eu não sei bem, mas parece que os
calangados se recolhem a noite – revelou Herbert.

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- Ok, à noite, mas como? – indagou Arthur.

- A escolha é até muito simples, só tem uma, de carro. – Vamos pegar um carro desses que tão aí
nas ruas e sair daqui correndo – programou Pedro.

- Que seja, não há outra forma – concluiu Herbert.

Na outra noite, em hora bem adiantada, com muita cautela, o grupo saiu do esconderijo e foi
para o andar térreo do edifício.

Quebra.

Em sussurro, discutiram sobre a melhor opção de carro, dentre aqueles avistados mais próximos. A
situação vista não foi animadora, porque carros com fugitivos foram interceptados por calangados
que sempre usaram a mesma forma, jogavam-se a frente dos veículos para atropelamento.

Quebra.

Parado o carro com a colisão, os calangados, regenerados das feridas ou amputação do


abalroamento, levantavam-se e estrangulavam os humanos sobreviventes do choque.

Descrição muito genérica. Veja isso na reescrita.

Essa constatação fez com que o grupo seguisse a pé, de prédio em prédio, até uma localização já
próxima da saída da cidade.

Quebra.

A jornada durou quase o tempo restante da noite, mas a turma conseguiu chegar a um lugar ermo,
aparentemente seguro.

Quebra.

Escolhido um carro abandonado num estacionamento de um supermercado distante do centro,


Pedro foi encarregado de ir na frente para verificação do funcionamento regular do veículo. Assim
foi feito.

Quebra.

Carro testado e ligado, os demais componentes do grupo entraram nele e Pedro dirigiu rumo à
capital do estado.

Descrição genérica. Que tipo de carro é esse? É um Fiat, um Uno, um Gol? Uma kombi? Um
SUV? Que cor? Como ele ligou? Ele fez ligação direta? Onde ele aprendeu isso? Como abriu

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o carro? Arrombou a porta?

Outra coisa, você está deixando a vida dos protagonistas muito “mansa”. Faça eles sofrerem
mais! Taque mais tarimbeiros nele. Você perdeu a chance de fazer essa fuga da cidade ser
mais emocionante.

O quarteto de Herbert chegou em João Pessoa e foi direto à sede do comando militar da
região. Em uma primeira abordagem eles só conseguiram audiência com um tenente que não deu
muita atenção ao relato do grupo.

Quebra.

Desinformado, desconfiou da sanidade deles. Contrariado, Herbert insistiu em escalar o tenente


para falar com algum representante do comando daquela região militar. Insistiram tanto que
conseguiram uma audiência com um coronel comandante de um batalhão.

Quebra.

Não faz sentido. Tanta destruição e morte já deveria ter chegado nos ouvidos do exército.
Ninguém tem celular nessa história? Não tem telefone? Rádio?

O comandante ficou muito assustado com o relato de Herbert e de seus companheiros, ele tinha
informações das ocorrências em Patos e percebeu claramente que aquelas pessoas estavam bem
inteiradas dos acontecimentos.

Quebra.

Preocupado, o coronel levou imediatamente o grupo à presença do General Peçanha, o


comandante da 7ª Região militar, que veio do Recife especialmente para informar-se do acontecido
em Patos e tomar as medidas necessárias.

Quebra.

Reunidos na sala de reuniões do comando, os militares e o grupo de Herbert trocaram informações.

Como é essa sala? Quais as impressões de Herbert sobre a sala? Sobre o general Peçanha?
Filtre essa cena pelo POV do Herbert, como mostrei anteriormente nessa leitura crítica.

- Bem, senhores, o que temos lá em Patos, segundo o relato dos policiais, são homens que
viram lagartos, regeneram as partes de seu corpo. - São extremamente cruéis e atacam humanos.
Há referências também ao uso de armas biológicas. - O que os senhores têm a acrescentar? -
iniciou o general.

- São os calangados - destacou Arthur.

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- Calangados, o que é isso? - admirou-se o general

- É o nome que demos praqueles seres, general, pra podermos conversar sobre eles - explicou
Herbert.

- Ok, que sejam calangados então, e o que mais?

- Bom, general, nós sabemos de onde vêm aquelas coisas e o que eles pretendem fazer -
revelou Herbert.

- Continue...

Herbert fez um relato completo de todo o conhecimento que eles tinham sobre o projeto de
Cálagos, suas aparentes ligações com seres demoníacos (são demoníacos ou alienígenas? O que
Herbert decidiu? Se são demoníacos, porque o Herbert não pesquisou demonologia?) e suas
intenções de dominar o mundo.

Quebra.

Deu ainda detalhes sobre o que conhecia dos calangados, inclusive sua força e aparente
indestrutibilidade por meio de armas comuns de agressão física, em razão do poder regenerativo,
mas com uma ainda desconhecida vulnerabilidade que os matava.

Quebra.

O general de início não acreditou em tudo que ouviu, não admitia o indestrutível em uma batalha.

Porque eles não pegaram um corpo ou aprisionaram um Tarimbeiro para analisá-lo? Isso é o
que acontece em filmes de invasão alienígena. Recomendo assistir “Indepedence Day”, para
inspiração.

- Hambúrgueres envenenados? - inqueriu o general.

- Não necessariamente envenenados, mas capazes de dominar pessoas para o propósito de


Cálagos - respondeu Herbert.

Porque eles não analisaram esses Hamburgueres? Porque não pegaram esses hamburgueres
para usar como prova?

- E são feitos aqui, em Patos?

- Não senhor, são feitos no centro de pesquisa de Cálagos, em Piancó, e distribuídos na rede
de lanchonetes dele de nome Hamburgueria Domínio.

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- E sobre o gás tóxico, as armas biológicas, o que vocês sabem? - Perguntou (perguntou, use
minúscula depois de travessão) o general.

- Bom! – Sobre isso, só posso relatar o que nos foi informado por um sobrevivente em Patos,
além de termos vistos um pó avermelhado em várias ruas da cidade - informou Herbert. - Antes
disso eu nem sabia que existiam.

- Existem e foram usadas contra os policiais, revelou o general. - Dois morreram e dois ainda
passam muito mal, infectados por um tipo de bactéria ainda não identificada.

- Meu Deus! - A coisa é pior do que imaginamos - falou Sofia.

- Sim, senhorita, a coisa parece ser realmente grave - concluiu o general, perdemos em Patos
um batalhão de homens da polícia militar, quase trezentos homens foram mortos lá.

- Desculpe-me, general, mas devo dizer ao senhor que muito mais civis foram e estão sendo
mortos em Patos e em outras cidades vizinhas. - Além disso, eu imagino que algumas cidades já
estejam totalmente povoadas exclusivamente por calangados - informou Herbert.

- E como vamos identificar esses seres? - quis saber o General.

- Ah! - Me desculpe general, eu esqueci de lhe dar uma informação crucial.

- Qual?

- Veja aqui no meu pescoço.

- Sim, são cicatrizes, o que tem isso?

- Essa é a identificação de um calangado, todos eles têm essas cicatrizes nesse mesmo lugar do
pescoço.

- E por que o senhor as têm?

Herbert explicou detalhadamente ao general o que acontecera com ele e Sofia no centro de
pesquisas de Cálagos, sua fuga de lá e o sequestro dela da lanchonete.

Quebra.

Disse-lhe que seu destino no centro seria virar calangado e o de Sofia apenas serviçal escrava.
Complementou informando sobre sua tese, ainda não confirmada, de que os anticorpos presentes
no corpo de quem escapara vivo da picada de cobra atenuavam ou mesmo diminuíam o tempo de
duração da hipnose provocada pela ingestão dos hambúrgueres.

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Essa cena tem um problema. Toda hora os personagens repetem várias vezes informações
que o leitor já sabe. Isso é um problema de estrutura de narrativa, para minimizar você
precisará reestruturar os eventos.

O general ficou bastante confuso com o teor das informações e principalmente com o ineditismo
delas. Essas condições trouxeram dúvidas ao general na determinação de quais ações seriam feitas
e em que ordem seria executadas.

Quebra.

Uma primeira ação já havia sido deflagrada, amostras do pó vermelho haviam sido recolhidas do
blindado e levadas aos laboratórios do exército para a análise de reconhecimento.

Quebra.

Na sala de reuniões havia representantes dos comandos das três armas. Ouvidos todos os relatos,
o general instou os comandantes das demais armas a falar e sugerir ações.

A lógica seria os cientistas dos exércitos examinarem Herbert para ver o que descobrem dos
processos do Cálagos.

E está faltando uma autópsia ou biópsia dos Tarimbeiros. Seria a primeira estratégia do
exército. Capturar um inimigo para entender contra quem estão lutando. Assim eles poderão
testar a capacidade de regeneração e testar armas biológicas contra eles.

- General, penso que devemos fazer uma ação de reconhecimento, enviar helicópteros a Patos
e ver in loco a situação de fato - ponderou um brigadeiro presente.

- Sim, concordo plenamente.

- General, me desculpe, não quero me intrometer em estratégias militares, mas o que os


senhores verão em Patos será uma cidade quase que toda povoada por calangados, todos
aparentemente humanos, sem possibilidade de identificação a uma distância em que não seja
possível ver as cicatrizes no pescoço deles.

- O que me diz, brigadeiro? - comandou o general.

- Eu insisto no reconhecimento, general, até agora estamos nos baseando em relatos,


precisamos confirmar essas informações in loco. - Mandaremos dois helicópteros com fuzileiros (O
Brasil tem fuzileiros? Acho que não. Você precisa pesquisar a hierarquia ea s equipes
brasileiras de ação para dar mais realismo para a sua história. E que helicópteros são esses?
Qual é o nome? A polícia também possui tropas de elite, tipo o Bope. Porque não estão
engajadas?) fortemente armados e equipados com binóculos de alta precisão - insistiu o
brigadeiro.

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- Concordo, comande já essa primeira incursão, brigadeiro, - autorizou o general. -
Aguardaremos aqui o resultado dela, que vão e que voltem nas próximas quatro horas.

- Ok, coronel, comande essa missão, tome todas as providências na forma aqui idealizada, -
determinou o brigadeiro a um oficial presente na sala.

- Sim, senhor, - disse o coronel-aviador retirando-se da sala para comandar a operação.

A reunião prosseguiu em busca da definição das novas etapas que independessem do resultado
da ação de reconhecimento, pouca coisa foi discutida.

Os dois helicópteros partiram de João Pessoa rumo a Patos, cada um deles com cinco
fuzileiros, além do piloto. Em poucos minutos chegaram ao destino. Fizeram primeiro um voo
panorâmico sobre a cidade e os soldados não conseguiram identificar nada de anormal.

Não bate com a descrição anterior de Patos, com a cidade destruída, carros virados,
supermercados saqueados, etc. É um problema de continuidade aqui. Veja isso na reescrita.

Quebra.

Em uma segunda abordagem, os helicópteros desceram até chegarem uns cinquenta metros do
solo.

Quebra.

Parados no ar, os fuzileiros focaram seus binóculos nas pessoas que caminhavam normalmente
pelas ruas da cidade, tentaram zoons no pescoço delas, sem conseguirem ver as tais cicatrizes.

Quebra.

Em uma aproximação mais efetiva, um dos helicópteros desceu à dez metros do solo.

Coloque um dos Protagonistas, Sônia ou Herbert, nessa cena com os helicópteros. Envolva
mais os protagonistas na luta contra os Tarimbeiros. Aproveite que são cenas emocionantes e
coloque os protagonistas no meio. Sônia pode pegar em armas e atirar, matando ou tentando
matar Tarimbeiros.

- Senhor, eu estou vendo as cicatrizes, olhe ali - disse um fuzileiro.

- De fato, eu também tô vendo.

- Meu Deus! - Eles tão virando lagartos.

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- Estão mesmo e estão vindo para cá.

- Suba, suba!

Não deu tempo, um grupo de vinte calangados postou-se embaixo do helicóptero e todos
simultaneamente lançaram sua língua em direção ao estribo da nave, agarrando-o e puxando o
helicóptero para baixo até o solo.

Quebra.

Na descida, as pás das hélices bateram no chão da rua e no prédio, arremessando pedaços em
várias direções e fazendo com que o autogiro explodisse no solo.

Quebra.

Toda a tripulação morreu na hora do choque e os calangados (Escolha um nome para os


monstros, ou Tarimbeiros ou Calangados. Usar dois confunde o leitor) foram mutilados de
diversas formas, uns perderam braços, outros pernas e cabeça, outros foram cortados ao meio,
enfim as mais variadas amputações.

De onde estava o outro helicóptero, sua tripulação pode testemunhar todo o ocorrido, até mesmo a
regeneração de todos os calangados atingidos pela explosão.

Você pode colocar a Sofia nesse helicóptero. Ou o Herbert, que irá analisar o que acontece.

Assombrados com o que testemunharam e sendo a missão apenas de reconhecimento, o


comandante da nave restante resolveu retornar a base em João Pessoa e reportar o ocorrido ao
comando.

A reunião na sala de comando prosseguiu sem atropelos até a repentina entrada do coronel
aviador designado para comandar a missão de reconhecimento.

Quebra.

Ele, muito espantado com o que acontecera, fez o relatório do resultado da missão. A perplexidade
foi geral. Nada mais inesperado do que a perda de fuzileiros numa simples missão de
reconhecimento em uma cidade do interior da Paraíba.

Quebra.

E mais, a história contada confirmou quase que a totalidade das informações trazidas pelo grupo de
Herbert. Até mesmo a possível ligação desses seres com o diabolismo passou a ser aceita pelos
presentes. (Como assim? Qual é a prova de diabolismo? Tudo que eles viram foram seres
reptilianos se regenerando. Não tem pistas de ocultismo. Mais fácil acreditarem serem

19
invasores alienígenas. Foi aqui que notei que a linha sobrenatural não encaixou bem com o
desenrolar da história).

- Senhores, a situação é de guerra, esses seres diabólicos são nossos inimigos e precisamos
destruí-los - vaticinou o general.

Dê nome para esses personagens. Melhore as descrições. Evite generalismos e termos


genéricos.

Pesquise sobre o exército na Paraíba e use de base para esses acontecimentos. Por exemplo,
essas reuniões poderiam ser no Vila Militar dos ST SGT do Décimo Quinto BIMtz, pelo que
fica na R. Marcílio Dias, 415 - Jaguaribe, João Pessoa. Pesquise pela internet para descrever
o lugar, por exemplo.

Use os batalhões, etc.

E faça os seus personagens usarem celulares e internet, para se informarem e acelerar a


história!

- Desculpe-me mais uma vez, general - ponderou Herbert, mas esses seres são imunes as
agressões convencionais feitas com armas, porque regeneram. - O que temos que fazer é encontrar
a causa da vulnerabilidade deles e destruí-los a partir dela. (Isso é totalmente óbvio, os militares
já sabem disso.)

- Sim, mas enquanto isso, deixamos eles nos dominar? - perguntou o general.

- Eu não sei, general - desconversou Herbert.

- Se não podemos destruí-los agora, vamos agir para controlá-los - articulou o general.

- Como? - perguntou o brigadeiro.

- Vamos identificá-los, sempre que possível, e mantê-los distantes de posições estratégicas.

Sugestão: para manter a história em um escopo menor, o que irá te ajudar a descrever os
acontecimentos de maneira mais realista, o Exército poderia fazer um cerco na região de
Patos e Piancó, para manter a crise localizada. Eles podem usar tanques, armas, ou fazer
barreiras físicas ou barreiras de fogo, usar caças bombardeiros para manter os tarimbeiros
na região.

Mas com o tempo os tarimberios irão furar o bloqueio, se Herbert e seus amigos não
encontrarem uma solução para o problema.

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- Como faremos isso? - insistiu o brigadeiro.

- Vamos continuamente abatê-los com armas de grosso calibre, independentemente da


regeneração.

- Ainda não entendi.

- Estando um deles ou vários próximos a pontos estratégicos nossos, ou qualquer outro lugar
considerado importante, atiramos, esperamos a regeneração e atiramos de novo, isso
intermitentemente.

- Mas isso pode não ter fim.

Outra solução: capturar o máximo de tarimbeiros. Você atira para ferir e depois prende,
capturando e jogando em uma jaula.

- Eu sei, como eu disse, será um controle. - O senhor, brigadeiro, ou qualquer outro aqui, tem
uma ideia melhor?

Todos os presentes na sala entreolharam-se, mas ninguém fez outra sugestão.

- Então, tropas às ruas - determinou o general.

- O senhor, professor, e seu grupo vão integrar com a equipe de pesquisadores das forças
armadas designada para os estudos sobre o controle das doenças decorrentes do contato de
humanos com o pó vermelho tóxico, bem como a pesquisa com vistas à descoberta de pontos
vulneráveis nos calangados. - Terão acesso permanente a nossos laboratórios. - Cuide disso,
coronel - determinou o general. – Apresente o grupo a Coronel Stella.

Como disse antes, evite esses tracinhos cortando a fala do diálogo.

- Sim, senhor, general.

- Ok, general, vamos trabalhar incansavelmente - prometeu Herbert.

- Assim espero, professor, não só eu, mas o país espera e confia muito nos senhores. - Só mais
uma coisa, o senhor disse que o centro de pesquisas desse Cálagos fica em Piancó, certo?

- Sim, fica lá.

- O senhor sabe me precisar onde?

- Bom, fica numa estrada de terra vicinal da rodovia 361, na direção de Várzea Grande, uns 20

21
a 30 quilómetros distante de Patos.

- Entendi.

A estratégia foi definida com muitas ações de início simultâneo. À aeronáutica incumbiu a
vigilância permanente na movimentação dos calangados a partir da cidade de Piancó.

Quebra.

Coube, ainda, à aeronáutica o bombardeio do centro de pesquisas de Cálagos. Helicópteros foram


designados para lançarem os mísseis à destruição completa do centro de pesquisas e de todas as
lanchonetes, além de patrulharem toda a extensão do território entre Piancó, João Pessoa e as
demais capitais do nordeste.

Quebra.

As tropas foram às ruas, com soldados fortemente armados, cobertos por tanques e mais vários
tipos de blindados, além de outros veículos militares. Nos quarteis foram intensificadas as sentinelas
armadas em todas as posições de defesa.

Depois dessa destruição do centro de Cálagos e das lanchonetes, como é que ele sobreviveu?
Onde ele se escondeu?

O governo bombardeou sem ligar para a população civil? Não faz sentido!

O Presidente da República foi informado da operação militar, as razões de sua origem, e


determinou ao Ministro da Defesa que fosse dispensado todo o apoio à operação.

Quebra.

A marinha foi orientada a ficar de prontidão na defesa das fronteiras marítimas do país, além do
patrulhamento intenso dos rios da mesma região nordestina vigiada pelo céu.

As lanchonetes foram localizadas e aniquiladas por mísseis de poderio bélico adequado,


atirados de forma certeira, sem surpresas, mas o bombardeio do centro de Cálagos causou
assombro aos pilotos e demais tripulantes dos helicópteros de ataque deslocado para lançarem os
mísseis.

Quebra.

Essa parte ficou muito genérica e mal descrita. Não morreu ninguém? Porque /
bombardearam as lanchonetes? Havia alguém lá?

Você precisa arrumar algo para a Sofia fazer. Ela poderia entrar em Patos ou Piancó para
resgatar alguém.

22
E Herbert e Sofia poderiam participar de uma missão para capturar um Tarimbeiro vivo
para fazer experiências, ou para sequestrar Um ou Dona, a fim de interrogar e questionar
sobre os planos de Cálagos.

Além da explosão esperada em decorrência do bombardeio, uma fumaça intensa e avermelhada,


acompanhada de imensas labaredas, subiu do centro do alvo, alcançando a altura de cerca de cem
metros. Viu-se uma enorme coluna de fogo e fumaça rubra saída de dentro do alvo e
permanecendo acessa por cerca de cinco minutos. A tripulação de ataque não havia visto nada
igual.

Nas ruas, em várias cidades, os calangados continuaram a mortandade. Grande quantidade de


pessoas fora e continuava sendo estrangulada sem qualquer cerimônia ou critério.

Quebra.

Os soldados contra-atacaram com artilharia pesada, mas a regeneração quase que imediata dos
calangados atingidos inutilizava a investida, houve situações em que um soldado acertou e mutilou
um calangado diversas vezes, até sua munição acabar e ele ser estrangulado pelo ser, que regenerou
tantas vezes quanto necessário.

Os calangados avançaram contra a sede de instituições governamentais, cujas principais estavam


fortemente armadas. (Quais insituições governamentais? Onde? Detalhe mais, seja mais
específico)

Quebra.

O combate deu-se da mesma forma: os calangados investiram para entrar nas instalações das
instituições e foram impedidos por disparo de armas de fogo de variados calibres; após todos os
ataques, os calangados regeneraram-se e reinvestiram para adentrar na sede dos órgãos
governamentais.

Alguns prédios permaneceram inviolados, mas o Palácio da Redenção, sede do governo do Estado
da Paraíba, não resistiu a insistência dos calangados que, em número cada vez maior diante de suas
entradas conseguiram vencer as resistências instaladas, entrar e matar estrangulados o governador,
alguns deputados, vários assessores e todo o pessoal da segurança.

Porque eles não fugiram? Porque eles não fizeram barricadas?

Outras sedes de órgãos governamentais e até de instalações militares foram atacadas, mas não
invadidas, e nelas foram lançadas bombas contendo o pó vermelho. A morte do governador
preocupou sobremaneira o governo federal em Brasília. As notícias deram conta da investida
generalizada de seres indestrutíveis e extremamente belicosos.

As informações delinearam a existência de uma invasão do país por esses seres, uma guerra cujo

23
propósito era o domínio da nação, mas que isso, a extinção da população.

Quebra.

A produção de calangados abrangeu humanos de quase todas as profissões e posições sociais e


políticas que, retornados antes do início do domínio, mantiveram normalmente suas atividades.

Não endenti. E quem está produzindo calangados em massa? Se as lanchonetes foram


bombardeadas, como o Cálagos está sequestrando pessoas para criar novos calangados?
Não faz sentido.

Os calangados foram distribuídos para todas as localidades do país. (Como? Via ônibus? Quem
está coordenando isso tudo? Eles tem hierarquias? Como sabem para onde ir? Como o
Cálagos se comunica com milhares ou milhões de calangados?) Com ataques de dominação
mais intensos no Nordeste, chegavam ao presidente informações de que houve ofensivas em
cidades de todo o território brasileiro, e até em localidades no exterior (Que locais?) , onde o tema
ainda era completamente desconhecido.

Quebra.

Além das mortes diretas por estrangulamento, os hospitais não davam mais conta de atendimento
aos acometidos pelas doenças provenientes do contato com o pó vermelho que fora vastamente
espalhado em diversas cidades.

Tudo muito genérico. Sugestão: Mantenha toda a crise dentro da Paraíba. Use nomes de
cidades reais. Crie uma doença que transforma pessoas em Calangados ou faça os
Calangados (ou parte deles) serem invasores de outra dimensão.

O grupo de Herbert intensificou suas discussões sobre as possíveis fragilidades dos calangados,
junto ao grupo de cientistas destacados para acompanhá-los no laboratório do exército.

Quebra.

O grupo (Repetição de “grupo”) era liderado pela coronel-cientista Stella, uma química-
astrônoma do Cazaquistão, filha de brasileiro e cazaquistanhesa. Uma renomada militar-cientista,
muito competente, sempre requisitada para auxílio técnico nos casos mais enigmáticos, em qualquer
localidade.

Apresente melhor a personagem. Narre pelo POV do Herbert. E arrume algo para a Sofia
fazer.

- Professor, vamos começar de novo - iniciou Stella.

- Como assim? - indagou Herbert.

24
- Vamos lá! - Os calangados morreram: um no sítio do tio de Arthur; outro em outro sítio perto
de Patos; mais um na fábrica de produtos para limpeza; e o quarto no banheiro de um restaurante;
depois mais dois morreram novamente na entrada do sítio. – O que esses locais têm em comum? -
Perguntou Stella. (Devia ser a Sofia aqui).

- Penso nisso todo o dia, mas ainda não consegui estabelecer uma correspondência entre eles,
lamentou Herbert.

- Nem eu - angustiou-se Pedro.

- Na verdade, nem um de nós, e já estamos muito tempo aqui - concluiu Sofia.

Herbert deveria estar analisando um calangado.

- Talvez a pergunta não seja essa - alertou Stella.

- Como assim? - perguntou Pedro.

- Talvez a pergunta seja: o que o ambiente desses lugares tem em comum? - Insistiu ela.

- Explique-se melhor - pediu Herbert.

- Vejam, pode ser que algo no ambiente desses lugares seja a causa das mortes, não sei, algum
material, um som, um cheiro, bichos, insetos, pessoas específicas, uma iluminação ou algo em
suspensão no ar - refletiu a cientista.

- Interessante - pensou Herbert.

- Eu já tô achando que esses mortos eram apenas fracos de origem, como disse o dr. Cálagos
na conversa dele com aquela figura diabólica - desenganou-se Arthur.

- Não podemos concordar com isso - disse Herbert, nada pode ser indestrutível, eles têm que
ter um ponto fraco.

- Eu concordo com isso - concluiu Stella, há algo que os destrói.

- Enfim, não nos resta alternativa, temos que achar a forma de matar essas criaturas, informou
Herbert, e vamos achar. - O mundo não irá sucumbir a esse louco diabólico.

Em verdade, o grupo de Herbert temeu que fosse comprovada a indestrutibilidade dos


calangados. Foram testemunhas oculares do diálogo entre Cálagos e Zeiton no qual houve a
afirmação de que a morte dos calangados decorreu de debilidades humanas preexistentes que não
foram corrigidas com a transformação. Esse raciocínio não só os assustava, como também os
desviavam do foco que era encontrar alguma fragilidade naqueles seres.

25
Quando li a história inteira, achei que eles demoraram demais para descobrir o modo de
matar os Calangados. Essa foi a minha impressão.

***

No confessionário do Bunker, Zeiton emergiu das trevas sem ser chamado.

Coloque isso em um capítulo separado. Descreva mais a cena, descreva o contexto.

- Cálagos, sua demora está irritando o Mestre.

- Mas Zeiton, a dominação já começou.

- O Mestre não quer o começo, mas o fim, o sucesso, a exterminação de todos.

- Não demorará, Zeiton, não demorará, contenha o Mestre.

- O Mestre não pode ser contido, Cálagos, e nem terá piedade com o fracasso.

- Não há fracasso, logo todos estarão dominados, o Mestre precisa esperar.

- Cálagos, o Mestre quer subir e se mostrar para dominar, ele sabe a hora dessa aparição e
você tem obrigação de deixar tudo pronto pra isso.

- Vou deixar, Zeiton, garanta ao Mestre que tudo estará pronto, todos os inúteis serão
exterminados e ele reinará pleno.

- Assim esperamos, não decepcione, Cálagos, em nosso mundo não há condescendência e


muito menos perdão.

- Eu sei, não haverá necessidade de perdão, o domínio ocorrerá, garanta ao Mestre.

- Assim esperamos, Cálagos, assim esperamos.

- Sou eu, Zeiton, sou eu o melhor, o Mestre sabe que eu sou o melhor.

- Para o Mestre, o melhor é aquele que não falha.

Não entendi. Qual é o motivo dessa cena? O Zeiton já falou isso antes. E narre pelo POV do
Cálagos.

Essas partes finais da história precisam de mais reescrita. O texto ficou mais seco, mais
pobre, as cenas viraram esboço de cenas. Elabore mais.

26
Crie um centro de comando para o Cálagos. Crie os generais do Cálagos. Crie novos
monstros para o ataque, talvez calangos gigantes por exemplo e calangos voadores, para
atacar os avições e helicópteros.

Crie outras armas para os calangados ou faça eles pegarem e usarem as armas do exército.

Zeinton riscou treze vezes a parede daquele confessionário e desceu às profundezas bufando
muita fumaça por suas narinas.

Quebra.

Cálagos irritou-se mais do que de outras vezes e também bufou.

Quebra.

Lançou sua língua no pescoço de Um e quase o matou. Urrou, urrou muito de raiva. Resolveu
soltar todos os calangados e acelerar a dominação.

Quebra.

A raiva de Cálagos e a urgência requerida por Zeiton foram sentidas na população. Aumentaram
muito as mortes, tanto por estrangulamento, como por infecção bacteriana.

Como assim? Não entendi. O Cálagos fica com raiva e altera o comportamento dos
Calangados?

O Brasil foi todo dominado e todos que se mostraram foram mortos. (Todos? Como assim.
Quantos Calangados o Cálagos criou, para matar milhões de pessoas.)

Quebra.

As investidas em prédios institucionais ainda habitados e protegidos foram intensificadas. Muitos


poucos resistiram, até mesmo algumas bases militares foram tomadas e, como em outros casos,
todos os presentes foram mortos.

Outros países foram atacados (Que países?) e as autoridades tiveram, por constatação visual de
sobreviventes fugitivos, as informações sobre quais eram os inimigos e sua força.

Quebra.

Ficou estabelecida uma guerra mundial contra a invasão de calangados. As nações uniram-se nesse
enfrentamento. Poucas tropas ainda resistiram vivas. O mundo parecia dominado pelos calangados.

27
Não dá para o leitor acreditar nessa história, pelo que você criou antes.

SUGESTÕES:

Faça só a Paraíba, ou João Pessoa e arredores, serem dominados.

Mas narre com mais calma. Faça o centro de pesquisas do Herbert ser invadido. Coloque o
Herbert, Sofia e cia, para correr novamente.

Faça eles tentarem sair do cerco, da barreira ao redor de João Pessoa e serem rechaçados.

Faça eles serem capturados (ou capture a Sofia) pelo Cálagos, e force os demais a terem que
salvá-la.

Faça o Herbert descobrir a solução enquanto foge de Cálagos assassinos.

Faça o Herbert se refugiar e ajudar sobreviventes humanos.

Descreva como Cálagos fugiu do bombardeiro do centro.

Descreva onde o Cálagos está.

Explique como os calangados se multiplicaram tanto em tão pouco tempo.

***

No laboratório do exército foi mais um dia de pesquisas infrutíferas em direção à descoberta da


vulnerabilidade dos calangados.

Quebra.

Houve progresso suficiente na identificação das bactérias presentes no pó vermelho e foi definido o
antibiótico adequado, mas no estágio vivido na guerra pouca gente ficou somente contaminado, a
grande maioria das mortes ocorreu por estrangulamento.

Quebra.

Sugestão: Dê uma vitória parcial para Herbert, com ele descobrindo um antídoto para o pó
vermelho.

Não houve a captura de exemplares de calangados para estudo. Não se conseguiu pesquisar a
constituição daqueles invasores, suas características físico-químicas ou comportamentais. Por isso,
a defesa continuou limitada ao contra-ataque por armas de fogo, cuja eficácia esbarrou na
capacidade regenerativa dos agressores.

28
Não faz sentido não terem capturado nenhum calangado. Aproveite isso para criar mais
cenas com Herbert e sua equipe. MOSTRE essas pesquisas, não sumarize.

Sugestão: Crie colaboradores dos calangados. Crie generais calangados inteligentes e vilões,
capazes de sabotar os esforços do exército.

Quebra.

O mundo viu sua humanidade refém dos invasores, com seus sobreviventes escondidos sem
qualquer possibilidade de reação. As forças armadas ainda preservaram locais e contingente em
prontidão, reagindo aos ataques dos calangados com as armas tradicionais.

Quebra.

Em algumas localidades, criteriosamente selecionadas, houve o ataque de mísseis e o completo


esfacelamento de alguns calangados, sem que fossem registradas imagens de regenerações.

Quebra.

Esses tipos de bombardeios foram raros porque foram eles igualmente letais para os humanos
escondidos nos locais atacados. Não houve estratégia cuja eficácia não fora comprometida pela
extensão de sua letalidade a humanos ainda vivos, escondidos nas cidades alvos.

Debateu-se até a utilização de armas nucleares. Sabiam os estrategistas da indiscutível eficácia


desse armamento, mas não houve consenso que autorizasse a medida.

Quebra.

O principal fundamento para a não utilização das armas nucleares foi a falta de controle sobre a
amplitude do contra-ataque, sabendo-se que o domínio ocorrera pela disseminação dos calangados
por quase todo o planeta, não sendo possível a definição de alvos específicos, além de ser
incalculável a extensão das sequelas radioativas. A situação induzia a crença de não restar
esperanças conhecidas para a humanidade.

A narrativa emobreceu muito com esses sumários. Crie esses conflitos mas seja específico.
Limite o escopo da narrativa.

Crie Cenas com os protagonistas.

Exemplo:

Herbert estava revoltado. Havia passado pela sala de reuniões onde o General Pacheco
estava ordenando um bombardeio em Patos.

29
Ele entrou na sala sem ser convidado e berrou:

— E os civis? E os sobreviventes dos calangados? Você vai matá-los?

— Não temos escolha, professor! — berrou o General Pacheco. — Se não fizermos isso, os
calangados irão quebrar a barricada que criamos e (…)

• • •

Envolva os protagonistas na história, na ação. Não narre indiretamente.

Novamente, imagine um filme baseado no seu livro. Não daria para ficar narrando
indiretamente a batalha contra os calangados. Você terá que envolver os protagonistas.
Assista o filme Guerra dos Mundos (2005) com Tom Cruise para ter inspiração e ver como
roteiristas profissionais narram uma guerra contra monstros, parecida com a trama do seu
livro. Use de inspiração para criar cenas dramáticas com Herbert e Sofia.

***

Cálagos fez mais uma verificação in loco das condições do domínio, dessa vez foi a João
Pessoa. Andou pelas ruas da cidade sendo saudado por todos os viventes, todos tarimbeiros. (Os
Tarimbeiros tem inteligência? Eles falam? Sugestão: crie um personagem tarimbeiro para
dialogar com Cálagos. MOSTRE o Ponto de Vista dos Tarimbeiros. O que pensam? O que
sentem? O que temem? Porquê seguem Cálagos? Eles tem dissidências? Eles aceitam tudo
que Cálagos pede? Porquê? )

Quebra.

A cidade não aparentava ter sido invadida, tudo ficou como dantes, com a preservação de quase
todas as construções, fossem residenciais, comerciais ou governamentais. A diferença visível era a
presença exclusiva de tarimbeiros.

Quebra.

Em sua caminhada, fez variadas determinações telepáticas aos seus vassalos, chegou a ordenar
atitudes estapafúrdias, como exigir que alguns se jogassem de prédios altos, outros se
automutilassem pela amputação de membros, mutilou alguns ele mesmo e obrigou outros a se
transformarem em lagartos, amarrarem seus rabos, dois a dois, e correrem pelas ruas. Tudo que
ordenou foi cumprido sem qualquer contestação.

Porque ele fez isso? Esse parágrafo precisa de mais reescrita, ficou confuso para o leitor.

Sentou-se à mesa de um tradicional restaurante da cidade para observar a execução de suas ordens
toscas, enquanto foi servido de comida e bebida por outros tarimbeiros. Riu muito, chegou a urrar

30
de rir.

Quebra.

O mundo foi subjugado a sua vontade, porque os poucos sobreviventes, que ele julgou ainda
existirem, não reverteriam o domínio e logo também seriam liquidados. Nada mais poderia detê-lo.

A motivação de Cálagos é muito rasa. Ele quer dominar o mundo só porque quer? O que ele
quer provar? Ele quer se vingar de um trauma? O que mais ele quer? Ele não tem desejo
nenhum além disso? Ele não quer ser amado? Ele não quer ter prazer? Porque ele está
realizando seu plano? Ele não se questiona? Não tem insegurança? O que ele espera receber
do Mestre de Zaiton? Pense isso e insira na trama. Deixe Cálagos mais complexo, crie mais
camadas nele.

Sugestão: crie um interesse amoroso para Cálagos. Zaiton poderia ser uma personagem
feminina, e Cálagos ser apaixonado pela demônioa/alienígena e quer se mostrar digno para
ela, e os dois, gerar uma nova raça para a terra. Ou algo semelhante.

Constatou sua vitória e decidiu comunicar a Zeiton as condições ideais à aparição do Mestre
naquelas terras quase sem humanos. O mundo estava pronto para o seu reinado eterno. O Mestre
não errou na escolha dele para execução do domínio, refletiu Cálagos. Continuaria ele como o
preferido, o melhor, o perfeito, e qualquer outro seria subjugado.

A motivação ainda está muito rasa, muito clichê. Cálagos é mau porque é mau. Hoje em dia
a gente tem que trabalhar melhor as motivações dos vilões.

Sem perceber, ele fora visto por vários humanos nessas visitas. Todos escondidos em quartos,
salas, bueiros, cabanas camufladas na mata e outras alcovas próximas de onde Cálagos desfilou,
acompanharam a movimentação dele, até mesmo seu retorno ao Bunker foi seguido pelos olhares
atentos e apavorados dos humanos ocultos.

Coloque Sofia em um desses bunkers. Descreva a vida nesses bunkers pelo Ponto de Vista de
Sofia. O que eles comem, como dormem, crie diálogos, mostre o medo de ser morto, etc.
Sofia pode ter entrado em Patos ou João Pessoa para salvar alguém de sua família etc., e
acabou presa e vivendo nessas comunidades.

Isso irá jogar o leitor para DENTRO da história, ao invés dele ler DE FORA, que é o que está
acontecendo agora.

***

Nessas alcovas, os humanos criaram sociedades organizadas para uma sobrevivência oculta. Foram
instituídas regras de convivência e de separação de comunidades. Estratégias foram estabelecidas
com afazeres programados para todos.

31
Pessoas de classes sociais diferentes ocultaram-se em lugares comuns. Em quase todos eles houve
discussão entre os escondidos.

Essa parte está legal, porém a descrição está muito genérica. Seja mais específico.

Por exemplo:

Sofia retornou para o Casarão dos Azuleijos, no centro de João Pessoa. Lá, nessa grande
construção do século XVIII, a antiga residência do comendador Antonio Santos Coelho, cujo
revestimento externo com azulejos portugueses em tons azuis, se escondiam seis outros
sobreviventes dos calangados. Nos sete dias que passou ali, ela já conhecia a todos. Marcela,
uma advogada cujo marido foi morto pelos calangados logo no início da invasão. Seu
Genuíno, um artesão dono de uma das mais famosas vendas do Mercado do Artesanato
Paraibano (etc…)

— Aqui. Só consegui esses Doritos no Supermercado Manaíra. Não tem mais nada lá!

• • •

Veja a diferença! Fica muito mais realista e mais imersivo para o leitor. Faça isso com a sua
história!

- Quem você pensa que é pra me dá ordem? – disse um homem, que fora um graduado servidor
público antes da invasão.

- Não é questão de dar ordem, mas precisamos organizar nossa vida nesse buraco – retrucou um
senhor mais velho, aposentado.

- E você se elegeu como líder, é isso? – inquiriu o servidor público.

- Não, mas alguém tem que tomar a frente das coisas, que seja você então o líder. – Diga-nos o
que fazer – respondeu o velho senhor.

- Calma! Gente. – Vamos nos acalmar. – O senhor ali tem razão, precisamos nos organizar –
interveio um mulato forte, ex-jogador de futebol.

- Eu também acho. – O nóis se ajuda ou vamo tudo se lascar – concordou o rapaz, que era o
zelador daquele prédio, quando em normal funcionamento.

- Oxe! Agora pronto. – Eu vou ter que aguentar palpite de qualquer tipo de gente, tenha santa
paciência – indignou-se o servidor público.

- Olha aqui! Eu também não tô a fim de obedecer a ninguém, eu mesmo faço minhas regras. –

32
Quem quiser que faça as suas – disse um outro homem, outrora grande empresário.

- Meu Deus! Será que vocês não entenderam o que está acontecendo, quanta burrice – disse o
mulato.

- Burro é você, negão – retrucou o empresário.

- Negão é sua mãe – revidou o mulato, partindo em direção ao empresário para agredi-lo.

O diálogo está bom, mas dê nomes à esses personagens. Descreva-os melhor. E narre toda
essa cena pelo POV da Sofia. Envolva ela nesse drama.

- Calma! Por favor, calma – interveio o velho senhor postando-se entre os dois combatentes.

- Deus do céu! Como vocês são mitido. – Cada um quer ser mais que o outro – analisou o zelador.

- O que? – Você fique calado aí. - Assim também já é de mais, ter que aguentar a conversa de um
bosta dum zelador – disse o servidor público.

- Zelador ou não, estamos todos no mesmo barco – lembrou o mulato.

- É, mas mesmo assim, exijo respeito – exultou-se o empresário.

- O que? Meu Deus! O que é isso? – desesperou-se o velho senhor. – Estamos aqui escondidos,
com medo, sem poder andar na rua e você vem em falar que quer respeito – ponderou o velho
senhor.

- Você aqui é igual a todos, ou no unimos ou morremos, com ou sem respeito – emendou o ex-
atleta.

- Chega! Chega! Parem já com isso – interveio uma senhora, até então calada. – Temos que nos
unir, deixar essas besteiras de lado. – Estamos escondidos, fugindo de um mal que não podemos
vencer. Vamos nos organizar, sentar e conversar. Precisamos de organização ou todos morreremos.
– Primeiro o senhor, que me parece mais sensato, diga-nos as suas ideias.

Mais calmos, os viventes daquele lugar resolveram estabelecer três missões principais, que
contariam com a participação indistinta de todos: a vigilância ininterrupta, a limpeza programada dos
ambientes, roupas e corpos, e a busca noturna por alimentos, água, roupas e outros gêneros de
necessidade básica. Supermercados e lojas foram frequentemente saqueados por incursões
noturnas dos humanos designados para essas missões. Alguns foram mortos nessas investidas de
provimento.

A narrativa está boa, mas está faltando os detalhes específicos que citei antes.

Outros mais destemidos propuseram ações de combate aos tarimbeiros, mas não obtiveram a

33
aquiescência da maioria, e tentaram agir solitariamente ou em pequenos grupos.

Quebra.

Todos morreram nessas tentativas de revide. O medo e a desesperança foram a tônica daquela
convivência.

Quebra.

Coloque a Sofia nessa cena. Ela poderia acompanhar um grupo que é massacrado pelos
Tarimbeiros e fugir, sobrevivendo ao ataque.

***

Cálagos concluiu ter chegado o momento de comunicar a vitória ao Mestre. A dominação foi
considerada por ele como concluída.

Quebra.

Se ainda restassem humanos, ele entendia ser uma minoria, e todos morreriam, quando
descobertos, por novas investidas de seus tarimbeiros ou naturalmente, por fome ou doenças. Com
essa avaliação e cheio de orgulho, resolver chamar por Zeiton para que o Mestre fosse comunicado
do pleno sucesso da dominação.

Porquê o Mestre quer destruir toda a humanidade?

Qual é a motivação dele? Ele quer o planeta para a sua raça?

Desenvolva melhor para fugir do clichê do vilão que “é mau porque é mau”.

No caminho de retorno ao Bunker para invocar Zeiton, Cálagos não parou de rir, bateu com
frequência em seu peito, soltando urros.

Quebra.

Mutilou todos que cruzaram seu caminho, fossem humanos (Tem humanos no lugar onde ele
está? Você não disse que eles estão escondidos? Ficou confuso aqui.) ou tarimbeiros. A cada
ação mais risos e urros. No confessionário do Bunker (Onde é esse “bunker”? Em que cidade?
É no subterrâneo? Como ele é? Quantas pessoas cabem nele? E porque o Cálagos não usa
mais os portais lá do começo da história?), Cálagos chamou por Zeiton.

- O que quer você Cálagos?

- Trago boas notícias, Zeiton.

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- Boas notícias não nos interessam, você sabe o que esperamos.

- Sim, Zeiton, é por isso que o chamei.

- Diga, então.

- A dominação foi concluída e o mundo está à disposição do Mestre.

- Oh! Você me comunica que cumpriu sua obrigação?

- Sim, Zeiton, é exatamente isso.

- Ainda bem, seria trágico para você se fosse diferente.

- Eu sabia disso, mas também sabia que conseguiria.

- Todos aqueles seres desprezíveis e inúteis foram eliminados?

- Não, nem todos, mas restam muito poucos, incapazes de reagir.

Ao ouvir a última informação dada por Cálagos, Zeiton urrou de forma estridente, soltando
labaredas e fumaça rubra pelas narinas e ouvidos.

- Seu idiota, como ousa fazer com que eu engane o Mestre?

- Não, Zeiton, não foi essa minha intenção, eu só achei que com poucos humanos restantes a
dominação estava concluída.

- Imbecil, você não foi mandado ao mundo pra achar nada, mas pra fazer.

- Mas estou fazendo.

- Não nos interessa o que você está fazendo, queremos a conclusão da missão que o Mestre
lhe incumbiu.

- Desculpe-me, Zeiton.

- Não se desculpe, aja e acabe com essa raça desprezível.

- Desculpe-me, vou acabar, pode ter certeza.

- Já lhe disse, desculpas são para fracos, simplesmente aja. – Você sabe que o fracasso não
será tolerado.

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- Sim, Zeiton.

- Não me faça emergir inutilmente de novo e não tente me enganar.

- Jamais.

- Seu tempo está acabando, aja e aja rápido. – Se eu subir novamente será para saber do fim
da dominação ou para eliminá-lo como fracassado.

- Vou concluir a dominação e chamá-lo pra conferir, pode esperar.

- Esperaremos, mas não por muito tempo.

Não entendi. Pelo diálogo, o Mestre tem medo dos humanos? Porque ele precisa do Cálagos,
se ele é tão poderoso e assustador? Muita coisa não está fazendo sentido na história, remedie
isso na reescrita.

Após o retorno de Zeiton às profundezas, Calágos mostrou-se irritado como nunca dantes e ao
avistar Dona e Um envolve-os com sua língua na altura da cintura de ambos, juntando-os frente a
frente.

Quebra.

Paulatinamente foi apertando o laço feito com a língua, fazendo com que os dois gritassem e
chorassem de dor. Apertou tanto que decepou ao meio o corpo de ambos, fazendo com que os
pedaços espirrassem para fora do nó lingual.

Não entendi. Porque ele matou os únicos acessores dele? Você precisa de um interlocutor
para o Cálagos. Generais, capitães, tenentes dos Tarimbeiros. Alguém para ele conversar,
criar estratégias, etc.

As conversas com Zaiton estão muito repetitivas. É a mesma coisa sempre. Veja isso na
reescrita.

Desprezando por completo a morte de seus antigos serviçais, Cálagos sentou-se na poltrona do
confessionário e emitiu ordens telepáticas aos tarimbeiros.

Quebra.

Eles deveriam fazer buscas incessantes em todos os locais existentes nas cidades, campos, matas e
florestas para encontrar e matar qualquer humano remanescente.

Ele parou de investigar as estranhas mortes? Com Tarimbeiros andando por todas as partes,

36
eles não passaram em locais com cheiro de eucalipto? Não ocorreram novas mortes
estranhas?

Finda a exterminação desses, os tarimbeiros concentrar-se-iam no ataque as cidadelas militares


ainda resistentes. A nova investida exterminadora aumentou exponencialmente o número de mortos.
Onde ocorreu isso? No Brasil? No mundo todo? E o exército de João Pessoa? E o Herber e
cia.? Não fizeram nada quanto a isso? Porque os tarimbeiros não encontraram a base
militar?

Quebra.

Poucos ainda restaram escondidos, (Pouco onde? Como está tudo muito genérico, o leitor não
consegue visualizar a história direito. Por isso recomendei diminuir a área de atuação dos
tarimbeiros, assim você pode descrever melhor. )em sua maioria vivendo em alcovas insalubres,
subsistindo alimentando-se de pequenos animais, vegetais nativos ou restos conseguidos nas
proximidades das cidades. Afora esses, somente os militares presentes nas instalações não
invadidas, e os civis lá abrigados, mantinham-se vivos e operantes ao combate da guerra vivida.
(Porque as instalações militares não foram invadidas? Os tarimbeiros não são invencíveis?)

Com a equipe de Herbert quase em exaustão, pelo tempo (Quanto tempo se passou?) e
empenho despendido no trabalho, apareceu no quartel em João Pessoa, trazido por um coronel
atuante na defesa daquele estabelecimento militar, um rapaz que afirmara ter testemunhado a morte
de diversas criaturas estranhas da mesma forma.

Quebra.

O coronel levou-o aos pesquisadores por ter acreditado nos relatos e ter entendido que o rapaz
poderia contribuir às pesquisas.

Quebra.

Era uma pessoa humilde, zelador de um clube que ficou escondido no ambiente de trabalho e
testemunhou as primeiras mortes por estrangulamento.

- Boa tarde! - Qual é o seu nome e onde o senhor trabalhava? - Perguntou o pesquisador
chefe.

- Roberto, Roberto Sousa, trabalho no Iate Clube da Paraíba - respondeu o rapaz.

- Meu rapaz - interferiu Herbert, queremos que você fique calmo e, sem pressa, diga-nos o que
você viu.

- O que eu vi mesmo foi um monte de gente virando calango e matando gente.

- Ok, mas esses calangados, você os viu morrerem? - inquiriu Herbert.

37
- Oxe! – Calangados, então esses bichos têm nome?

- É uma denominação que demos pra eles, só pra ficar mais fácil falar deles - esclareceu Sofia.

- Ah, bom!

- Mas diga, você os viu morrerem? - continuou Herbert.

- Sim, vi sim.

- E como foram essas mortes?

- Eu posso contar tudo que vi?

- Claro, conte-nos - autorizou Herbert.

Roberto iniciou seu relato dizendo que estava recluso no interior do clube, (Que clube é esse?
Onde é?) pensando sobre a baixa frequência de sócios dos últimos dias, quando avistou um
calangado estrangulando uma pessoa que chegara cedo ao clube, aparentemente para esconder-se.
Ele assombrou-se com aquele agressor que projetou uma língua enorme para estrangular o visitante.

Quebra.

Depois ele vira outros dois calangados, primeiro virarem lagartos e depois investirem contra outras
pessoas, também desconhecidas dele, igualmente estrangulando-os.

Mais tarde outros três calangados receberam e mataram já na entrada do clube, dentro dos carros,
outros visitantes. O clube foi povoado por aqueles seres que rapidamente mataram todos os
presentes no local, menos ele.

Quebra.

Um momento depois, ele foi avistado por um dos calangados que, em companhia de outros,
partiram em sua captura. Ele disse que correu para dentro da área de banhos do clube e, sem outra
saída, escondeu-se na sauna, lá permanecendo em absoluto silêncio. Ouviu a movimentação dos
calangados por toda área de banhos, até que um deles entrou na sauna e o descobriu.

Quebra.

Disse que o calangado urrou, virou calango, mas quando jogou sua língua caiu morto no chão.
Outros que o seguiram tiveram o mesmo destino e todos morreram amontoados na entrada da
sauna.

38
Quebra.

Depois disso ele fugiu do clube, escondeu-se em vários locais na cidade (Que dicade é essa?) até
chegar no quartel e pedir para entrar. Assim havia chegado lá.

Como ele chegou no quartel e os tarimbeiros não conseguem encontrar o quartel? Porque
não tem tarimbeiros disfarçados dentro do quartel?

- Que tipo de sauna era a do clube? - perguntou o cientista que chefiava a equipe na ausência
de Stella, que se ausentara para o seu programado repouso.

- Sauna à vapor - respondeu Roberto.

- Então é isso! - apressou-se o cientista.

- Isso, o que? - perguntou Pedro.

- O vapor, eles são sensíveis ao vapor - concluiu o cientista.

- Será? - indagou Herbert.

- Mas claro, o que mais pode ser? - insistiu o cientista.

- Não sei, mas não podemos nos precipitar - ponderou Herbert.

- Precipitar? - Não há mais tempo, estamos dominados por esses seres abjetos e temos uma
chance de derrotá-los, temos que tentar - disse um outro general presente na reunião.

- Eu só estou ponderando que não vi relação dessas mortes com as outras - refletiu Herbert.

- Não descobrimos ainda a relação, mas certamente há - concluiu o cientista.

- Vamos ao ataque - decidiu o general, continuem as pesquisas e achem a relação. Nós


atacaremos com armas de vapor.

Herbert teve quase certeza de que o vapor não foi a causa da morte dos calangados. Por mais
que refletisse, não conseguiu determinar uma relação, qualquer que fosse, entre o vapor da sauna e
a causa das mortes anteriores, mas optou por não interferir nas ações comandadas pelo general.

Porque Cálagos não ficou sabendo dessas mortes? Porque ele parou a investigação?

Tanques foram equipados com mangueiras ligadas a bombas para lançamento de vapor. Muitos
outros blindados sofreram a mesma adaptação. Além desses veículos de guerra, bombas costais
elétricas de lançamento de vapor foram instaladas na vestimenta dos soldados que marchariam ao

39
lado dos tanques para ataques isolados.

A frota pronta foi deslocada para as ruas de João Pessoa com a missão de exterminar todos os
calangados visíveis. Houve muita esperança no êxito da missão que chegou de manhã no centro da
cidade.

Quebra.

Desde a chegada, os veículos e os soldados lançaram jatos muito intensos e fortes de vapor em
todos os calangados avistados. A força dos jatos arrastou os calangados, fazendo-os cair pelas
ruas, mas nenhum deles morreu. As queimaduras na pele dos calangados foram rapidamente
regeneradas.

Ao contrário do esperado, os caídos levantaram-se e partiram em contra-ataque para


primeiramente estrangularem os soldados que estiveram fora dos tanques e depois aqueles de
dentro dos veículos. A operação foi um desastre e todos os soldados escalados para ela morreram
na batalha.

Faça essa cena com mais cuidado, sem pressa. Leve o Herbert junto com os soldados.
Descreva melhor, use os nomes das ruas de João Pessoa. Arrume um motivo porque os
Tarimbeiros não invadiram o quarte do exército.

Descreva com mais calma a cena de ação. Use de suspense, etc.

Exemplo:

— Vai! Atire! — berrou Herbert para o soldado com o canhão de vapor fervente.

O jato atingiu o grupo de calangados que se aproximava do tanque onde ele estava, todos
armados com machetes enormes e afiados.

O jato de vapor atingiu os monstros.

Eles urraram de dor. O vapor queimava suas peles, arrancado suas carnes e deixando ossos à
mostra.

(Etc…)

• • •

Cálagos esteve na cidade no dia da batalha e, sem compreender a estratégia, riu muito da
malsucedida investida humana. (Qual cidade?) Mais uma vez ele confirmou a ignorância daqueles
seres desprezíveis. Para ele, com o domínio assegurado e a burrice daquela raça, (Ele não é
humano?) seria apenas uma questão de pouco tempo à exterminação total dos humanos
sobreviventes.

40
Quebra.

Cálagos deleitou-se com a situação e trouxe para si a medida de todas as coisas. Pouco acima
dele, só o seu Mestre, pensou.

O general (Quem? Qual é o nome dele? Descrição?) que autorizou a investida chorou de
desespero no laboratório. Muitos homens foram mortos. Chegou a acreditar que todo o seu
conhecimento militar seria inútil naquele tipo de combate, mas continuou na crença de que cabia às
forças armadas a libertação da população e a destruição dos invasores.

Quebra.

Rogou, em absoluta humildade, a ajuda dos técnicos presentes no laboratório. Lembrou a todos
que a contenção feita lá fora contra a entrada dos calangados no quartel logo seria destruída e
todos ali seriam mortos.

Quebra.

Essas investidas ocorreram em todas (Todas do mundo? Como? Como é que haviam
tarimbeiros em todas as partes do mundo?) as instalações ainda não dominadas, militares ou
civis. Enfim, o general alertou sobre a brevidade que vislumbrou para o fim da humanidade. O
cientista não se conteve.

- Meu Deus! Como pude concluir isso? - disse ele, desculpando-se com Stella e com os
demais.

- Calma! - contemporizou a chefe, estamos todos muito cansados e apavorados. - Vamos


continuar, deixemos por hora, o passado de lado - ponderou Stella.

- Isso, vamos analisar os fatos, a causa dessas mortes - disse Pedro.

- Isso, vamos achar a relação entre elas e as outras de antes - propôs Herbert.

- Ok, que seja, vamos em frente – prospectou Stella.

- Voltemos ao início de nosso raciocínio, o que há de comum entre os locais das mortes? -
ponderou Pedro.

- Não consigo ver nada em comum - disse Sofia.

- Mas tem que haver algo? – insistiu a cientista.

- Pensem, vamos: o sítio; o outro sítio; o banheiro; a fábrica; e a sauna, pensem - comandou

41
Herbert.

- Estamos pensando, professor, mas tá difícil achar a ligação entre esses locais – alertou Pedro.

As investidas dos calangados contra instalações militares foram intensificadas. Vieram notícias
da dominação de vária delas, não só no Brasil, mais em vários outros países. Todos os militares
presentes nas instalações invadidas foram estrangulados e mortos. (Não faz sentido isso. Não deu
para você explicar como isso é possível. Recomendo manter a crise em João Pessoa.

Quebra.

As unidades resistentes contabilizavam o seu arsenal de munições, usando-o com parcimônia e


precisão, na tentativa de alongar ao máximo o tempo da resistência. Ainda assim, a situação
desestimulava a atuação dos soldados. Prevaleceu dentre eles o desânimo diante da inocuidade de
suas ações.

Quebra.

Alvejar infinitas vezes o mesmo inimigo sem conseguir abatê-lo em definitivo revelou-se uma
situação de combate inusitada e sem precedentes. As frequentes notícias que davam conta da
queda e consequente invasão de outras cidadelas, induziram os combatentes a crer que a derrota
seria apenas uma questão de tempo.

Após mais dias enclausurado na caserna, Herbert fez uma reflexão na qual culpou seu ex-aluno
e bispo Firmino por estar naquela situação. Ele avisara de sua incapacidade para lidar com situação
como a que esteva vivendo. A escolha do amigo bispo foi infundada e, pior, irresponsável. Aquilo
era uma guerra, como poderia um mero professor ganhar, ou mesmo lidar com situações de guerra.

Quebra.

Ciente de seu fracasso e plenamente desiludido, Herbert deduziu serem os calangados indestrutíveis
como anunciara Cálagos ao seu diabólico interlocutor. Soube ele que os ataques resultariam no fim
da humanidade, como idealizado por Cálagos e comunicado a ele na última conversa que tiveram,
no banco da praça de Piancó.

Quebra.

Triste e incompreensível fim de nossa raça, concluiu em completo desengano. Pediu a Deus que
ajudasse a humanidade.

Semanas mais tarde, informado da proximidade do fim da munição, o General Peçanha já em


desespero fez um último apelo.

Eles já deviam ter capturado um tarimbeiro para fazer experimentos.

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- Senhores, a guerra está chegando ao fim e seremos derrotados, não só isso, seremos mortos.
– É realmente isso que irá acontecer, seremos mortos sem uma reação eficaz? – indagou o general.

- General, eu peço desculpas, porque realmente não sei o que fazer, mas não quero me dar por
vencido, embora o que estamos presenciando parece ser definitivo e assustador – disse Herbert.

- Então podemos aceitar que aquelas criaturas são de fato indestrutíveis como disse o dr.
Cálagos? – ponderou Pedro.

- Parece que sim – emendou Arthur.

- Não, eu não aceito isso. – Nada é indestrutível, tudo acaba, morre ou transforma-se. – Tem
que haver uma forma de acabar com aquelas coisas lá fora – ensinou Stella.

Entidades militares de vários países uniram-se em busca de alternativas bélicas que pudessem
combater a dominação, que se evidenciava como vitoriosa.

Quebra.

Estabeleceu-se uma rede de comunicação mundial por meio da qual eram trocadas informações
sobre tentativas de resistência às investidas dos calangados, cujos êxitos vinham aumentando
exponencialmente.

Grandes cientistas e pesquisadores mundiais foram convocados para identificarem alguma


vulnerabilidade nos calangados, por meio da qual eles pudessem ser destruídos, mas as investidas
de combate a eles não conseguiram recolher qualquer parte corpórea – viva ou morta – da
composição daqueles seres e essa ausência de material para pesquisa dificultou sobremaneira o
trabalho dos cientistas.

Não faz sentido isso. Os Calangados não morrem. COmo é que não conseguiram recolher?
Porque eles não capturaram um?

Nesse contexto, muitas vezes de forma desordenada, foram idealizadas estratégias de combate.
Balas explosivas, petardos envenenados, em diversas e variadas fórmulas, projéteis carregados de
material biológico, com variados vírus e bactérias, nada foi capaz de cessar os ataques.

Quebra.

A mais exitosa arma utilizada foi a queima de calangados por meio de lança-chamas, desde que o
fogo permanecesse atingindo o calangado até carbonizá-lo completamente, porque qualquer parte
sobrante não carbonizada por completo ainda era capaz de regenerar-se inteiramente.

Quebra.

Inicialmente, esse tipo de combate resultou na eliminação de muito calangados, mas Cálagos,

43
sabedor dessa aparente fragilidade, instruíra seus calangados a afastarem-se em correria para fora
do alcance do fogo, quando fossem atacados por lança-chamas, recompondo-se e retornando à
ofensiva.

Não sumarize assim. Crie cenas. Faça uma Cena com o Herbert, depois de descobrir que o
fogo é capaz de destruir um tarimbeiro, sair com um grupo de soldados armados de lança-
chamas para matar os monstros.

Eles podem ajudar a salvar Sofia e seu grupo de sobreviventes.

Mas tem um problema grave na história. Você precisa de criar uma cena de clímax entre
Herber, Sofia e Cálagos. Uma cena de filme mesmo, de confronto final, estilo Retorno de Jedi
(Luke versus Darth Vader e o Imperador).

Pense nisso na reescrita.

**•

E aqui eu termino a Parte 4 de 5 da Leitura Crítica do “Cálagos”!

Espero que minhas sugestões, observações e impressões lhe sejam úteis!

Um grande abraço e obrigado pela confiança!

Newton Nitro

Olá Assis!

Segue a Parte 5 de 5 da Leitura Crítica do Cálagos!

Espero que minhas observações, sugestões e impressões lhe ajudem na reescrita!

Líderes mundiais foram convocados para uma reunião na qual seriam discutidas estratégias
definitivas para o combate ao ataque dos calangados.

Quebra.

Em um grande Bunker (Repetição de Bunker, use outras variações, outras ideias, procure não
repetir ideias) submerso em terras de um país americano (o que é um país americano? Estados
Unidos? Canadá? México? Peru?), com especial proteção bélica, estiveram presentes os mais
importantes líderes mundiais civis e militares.

Descreva melhor, use descrições mais específicas.

44
Quebra.

A pauta, diferentemente do que imaginou a maioria dos presentes, foi única: o uso de armamento
nuclear ao combate definitivo dos calangados. O representante do país sede do encontro iniciou a
apresentação.

- Senhoras e senhores, sejam todos muito bem-vindos, não preciso lembrá-los porque estamos
aqui reunidos, o mundo onde vivemos está ameaçado e precisamos salvá-lo. – As informações
vindas a mim dão conta de que o fim está próximo e nada até agora teve êxito contra esses tais
calangados. – Estou aqui para propor como única alternativa: o uso de armas nucleares contra essa
dominação.

Imediatamente após essa introdução ouviu-se um burburinho vindo do sussurro dos presentes,
em murmúrio daqueles mais próximos entre si.

- Senhor, quero crer que essa alternativa já foi aventada e descartada - argumentou um dos
líderes presentes.

- Sim, mas a situação atual revelou-se insustentável e sem outra solução de combate – insistiu o
anfitrião.

- Ok, mas o que impediu lá atrás o uso dessa alternativa foi o total desconhecimento das
consequências que adviriam do rescaldo de uma guerra nuclear – alertou um terceiro líder.

- Isso mesmo, o que o senhor propõe é matar o doente para conter a doença? – disse outro
presente.

- O seu país descobriu alguma forma de controlar os efeitos de uma devastação nuclear? –
perguntou um outro líder.

- Não, de fato, não teremos a real dimensão da devastação que poderá ocorrer após o ataque
nuclear, isso ainda não é possível dimensionar.

- Então, como disse o colega ali, vamos nos matar para matar aqueles bichos, é isso?

- Não é assim que está planejado – ponderou o anfitrião.

- O que é então? – insistiu um líder mais angustiado.

- Vou explicar.

Essa parte ficou parecida demais com a cena do filme Doutor Fantástico (1964) do Stanley
Kubrick. É boa, mas como não foi muito para frente, não sei se encaixou bem com o resto da
história.

45
Essa parte precisa de ser reescrita. Se você seguir a minha sugestão, de diminuir o escopo da
história e manter no Nordeste, ou só na Paraíba, ou melhor, nas cidades de Piancó, Portal e
João Pessoa, todo esse diálogo pode ser feito com os generais brasileiros (com nome e
descrição física, etc,) com a participação do Herbert e da Sofia, sobre se devem usar uma
bomba atômica em João Pessoa para exterminar os Calangados junto com os Sobreviventes,
ou um ataque viral ou químico mortal.

Você teria um dilema interessante para resolver.

Entretanto, já que já estamos na fase final, o ideal é reestruturar a história para você ter um
conflito direto entre Herbert, Sofia e Cálagos.

Após um novo burburinho e o retorno ao silêncio no ambiente, o líder anfitrião começou a


explanação de sua estratégia, já devidamente combinada com alguns líderes presentes. Revelou que
seria autorizado um ataque nuclear em toda a extensão da atmosfera terrestre, alcançando a
devastação completa de toda vida existente, incluindo, claro, todos os calangados e seu líder
Cálagos.

Antes disso, porém, um milhão de pessoas seriam selecionadas para viverem em um bunker
submerso em um lugar do mundo que ele ainda não poderia revelar. Lá, em cujo espaço interno já
havia sido dimensionado, estava sendo preparado provimentos para dois anos de vida submersa de
toda a população salvaguardada.

Quebras.

Animais e plantas seriam criados em estruturas indoor, nas quais seriam simulados ambientes tais
quais os da atmosfera terrestre. Além disso, toneladas de alimentos processados não perecíveis
seriam estocados, de forma que estaria garantida a subsistência dos escolhidos. Explicou o líder
anfitrião, em complemento a explanação feita, que as instalações do bunker estariam concluídas dali
a quatro meses, sendo esse o tempo em que teriam que resistir os ataques dos calangados com o
armamento tradicional. Ao final, informou que seria esse também o tempo que teriam para proceder
a escolha das pessoas que seriam salvaguardadas.

- Opa! – O senhor está propondo que matemos toda a população mundial a exceção de alguns
escolhidos? – espantou-se um outro líder.

- Não, ao contrário, estou propondo que salvemos a raça humana.

- Isso é monstruoso.

- Reflita, meu caro, se não agirmos todos iremos morrer e não temos alternativa se não o uso
de armas nucleares. – Tudo o mais já foi tentado. Se não podemos salvar todos, salvemos o que for

46
possível – insistiu o anfitrião.

A discussão é boa, mas está tudo muito genérico, o leitor não se envolve emocionalmente.
Fica só um debate intelectual.

- Pondere também que um milhão de pessoas é uma quantidade razoável de sobreviventes –


advertiu um líder aderente a estratégia.

- Quantidade razoável? Meu Deus! – Espantou-se o líder que primeiro se indignou.

- Não sabemos sequer se sobrarão um milhão de pessoas – ponderou o líder aderente.

- Senhores, por favor, vamos tentar ser pragmáticos – pediu o anfitrião.

- Sim, não há alternativas, temos que entender isso – argumentou um outro aliado do anfitrião.

- Ok, supondo que seja essa a única alternativa, como seriam escolhidas as pessoas? –
perguntou um líder resignado.

- Bom! – Isso também foi pensado e eu vou explicar.

Ajeitando-se em sua poltrona, como se a nova posição escolhida lhe conferisse maior
credibilidade, o líder anfitrião começou a discorrer sobre os critérios de escolha pensados para a
seleção dos salvaguardados. Por primeiro, narrou sobre a oportunidade de surgimento de uma nova
raça humana e que a responsabilidade da qualidade dessa nova existência estaria nas mãos dos
presentes. Aduziu que a seleção seria inicialmente feita a partir da escolha dos presentes, que seriam
o que ele chamou de “eleitor-delegado”. Lembrou que estavam presentes naquela reunião cem
pessoas. Assim, cada presente poderia escolher até dez mil candidatos. Poderiam fazer isso
diretamente ou por meio da escolha de eleitores-delegados a quem seria conferido o poder de
escolha, sempre descontado o número de escolhidos pelo eleitor-delegado da cota inicial de cada
representante-delegante.

Esclareceu que em cada escolhido deveria ser introduzido um chip a partir do qual a pessoa seria
identificada como escolhida e orientada a chegar ao Bunker. Super-blindados fariam o recolhimento
dos escolhidos e conduzira-os diretamente ao Bunker, quando possível por transporte terrestre; ou
por aviões e navios, igualmente blindados, e desses para outros super-blindados, que os levaria ao
Bunker.

Tudo muito genérico. Fica difícil do leitor visualizar. As ideias são boas, mas não está bem
executado.

Para cada representante seria destinado cem pistolas-inoculantes e dez mil chips. Orientou, por fim,
as cautelas que deveriam guiar as escolhas. Que fosse dada especial atenção ao descarte de
pessoas mental ou fisicamente defeituosas, velhos e velhas sem boa formação intelectual, mulheres
com deficiência ou exaustão reprodutiva, pessoas pequenas, principalmente anões e franzinos e

47
aquelas com antecedentes criminais.

No mesmo sentido, alertou sobre a importância de que fosse dada preferência a pessoas fortes e
reconhecidamente inteligentes, saudáveis, enquadradas no padrão de beleza vigente e de boa
condição socioeconômica.

Quebra.

Encerou (Encerrou) dizendo que poderia aquela tragédia ser entendida como uma oportunidade
para o surgimento de uma humanidade escorreita e homogênea, sem a presença de seres inferiores,
surgida a partir de criteriosa seleção. Ao final, ouviu-se novo burburinho no ambiente.

- Somos deuses, é isso? – indignou-se mais uma vez o líder discordante. (Nome? De que
país?)

- Feliz ou infelizmente, de certa forma sim, seremos deuses, mas deuses humanizados, com
objetivos bem definidos, se você prefere pensar assim – concluiu o anfitrião.

- Monstruoso, isso é monstruoso. (Seria melhor o Herbert ser quem protesta!)

- Então você prefere que morramos todos, é isso? - repetiu um dos adeptos da ideia do
anfitrião.

- Senhores, por favor, não podemos nos dar esse poder de escolher quem vai ou não morrer,
isso é inaceitável, custo a crer que estamos aqui deliberando sobre isso – ponderou o líder
indignado.

- Certo, então o que você propõe? – inqueriu o anfitrião.

- Que continuemos o combate da forma atual e confiemos nos nossos cientistas e militares na
descoberta do armamento adequado para vencermos essa guerra, essa é a única alternativa –
concluiu o líder divergente.

- Até quando? – perguntou um outro líder aliado ao anfitrião.

- Até o fim, se for o caso.

- Morrer ou morrer, são essas as suas alternativas? – perguntou um outro aliado do anfitrião.

- Não, pelo o amor de Deus, não! – O que eu defendo é que não matemos quase toda a
população mundial para salvarmos alguns poucos. – Não façamos isso, isso é horroroso,
draconiano, demoníaco – insistiu o divergente.

- Eu não vou morrer – alentou um outro líder até então calado.

48
- Nem eu – emendou outro que também não havia se manifestado.

- Senhores, por favor, confiemos na raça humana, em nossos expoentes intelectuais, sempre
conseguimos encontrar soluções para problemas de toda natureza e dimensão. – Tenham certeza de
que a solução desse agora não passa por destruir o mundo. Deem mais tempo aos nossos
combatentes – insistiu o divergente.

- Perdoe-me, colega, mas nunca houve na história uma ameaça como essa, nunca estivemos tão
encurralados e sem perspectiva ou mesmo esperança de salvação – ponderou um outro líder.

- Eu sei, concordo, mas isso não justifica extinguirmos a humanidade.

Aqui poderia ser “destruir João Pessoa completamente”.

- Quem falou em extinção? – A proposta aqui á salvar o que puder ser salvo, só isso – advertiu
o anfitrião, já com voz alterada.

- Não, o que o senhor propõe é a extinção da humanidade.

- A extinção ocorrerá, aliás, já está acontecendo, se não adotarmos uma solução definitiva. –
Preste atenção, nos todos iremos morrer. – Você parece que não está vendo o que está
acontecendo – alertou outro aliado da proposta.

- Eu estou ciente e reafirmo: nós não precisamos matar a maioria de nós para salvarmos alguns
poucos, isso não é solução – insistiu o discordante.

- Mas não só a maioria irá morrer, todos iremos morrer. – Precisamos agir, é tão difícil assim
você entender? – argumentou outro concordante.

Como assim? Se tem sobreviventes até dentro das áreas dos Calangados? Como é que todos
irão morrer? Não faz sentido com o que você já apresentou na história. Por isso, se for
pensar em fazer uma narrativa de extinção, o melhor é usar uma doença contagiosa que
“mata ou transforma vítimas em calangados”. Aí sim, pode se pensar em extinção da raça
humana, caso não se consiga uma vacina ou remédio.

- Senhores, peço-lhes, aliás, eu imploro a vocês, confiemos na inteligência humana, em nossa


histórica capacidade de resolvermos problemas, deixemos nossas forças de combate agir – repetiu
o divergente.

- Mas o que está aqui proposto é fruto da inteligência humana, não é? – disse um outro aliado,
até então calado.

- Não, claro que não – O que foi aqui proposto é fruto o egoísmo, da presunção exacerbada,
da perversidade e desumanidade – concluiu o diferente.

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- Chega! – Essa discussão não terá fim. – Estamos aqui para decidir e faremos isso. Há duas
propostas em votação: o uso de armas nucleares antecedido das providências que relatei ou a
continuidade do combate na forma em que vem sendo conduzida. – Quem entender pela primeira
proposta que levante a mão e quem entender pela segunda permaneça como está – concluiu o
anfitrião.

- Meu Deus! – Isso não pode ser decidido assim, senhores tenham responsabilidade – insistiu o
divergente.

- As propostas estão em votação – decidiu o anfitrião.

Oitenta representantes ergueram o braço.

- Senhores, por favor, não façam isso – advertiu mais uma vez o divergente.

- Aprovado o uso de armamento nuclear. – Que sejam iniciadas as providências antecedentes


ao ataque, todos terão exatos cento e vinte dias para escolher seus candidatos. – A reunião está
encerrada.

Como disse antes, a discussão é boa, bem tensa, mas como está tudo genérico e o leitor não
tem por onde se envolver.

Essa parte final é para lidar com as três narrativas dos seus três protagonistas: Herbert,
Sofia e Cálagos, e dentro dos POVs deles.

Trazer esse dilema dos generais e líderes do mundo tirou o foco e o impacto emocional da sua
narrativa. Você desperdiçou todo o esforço anterior em criar os arcos dos personagens
Herbert, Sofia e Cálagos.

Foque neles na reescrita da conclusão da história. Vá alternando capítulos dentro do POV de


cada um deles. Mais uma vez, leia e estude o estilo do livro A guerra dos tronos (As Crônicas
de Gelo e Fogo Livro 1 - do George R.R. Martin - Editora Suma), é o que eu recomendo
para a sua narrativa (capítulos focando em um único POV).

No dia seguinte ao da decisão, cinco representantes estiveram reunidos na sala do anfitrião,


para que ele obtivesse a aquiescência desses para uma última proposição. Representavam os
principais países do mundo, os economicamente mais desenvolvidos.

- Senhores, penso que o plano de salvação deva incluir somente quem quer ser salvo, o que
acham? – disse o anfitrião

- Como assim? – indagou um dos presentes

- Não seria justo que os discordantes tenham o poder de escolher quem vai ser salvo, nas

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mesmas condições que os apoiadores da nossa ideia de salvação – continuou o anfitrião

- Você quer dizer que aqueles que não concordaram devem ser excluídos de eleger pessoas ou
eleitores-delegados? - Questionou um outro presente.

- Isso, essas pessoas, pelo seu posicionamento de ontem, certamente contaminarão a futura
raça com escolhas erradas – emendou o anfitrião.

- Se é assim, então nem mesmos eles podem ser escolhidos, não é? – alertou um terceiro
presente.

- Eu não tinha pensado nisso, mas acho que você tem razão – concordou o anfitrião.

- Bom! – se vamos excluir os discordantes, sobrará mais chips para que os concordantes
distribuam, certo? – emendou o presente que primeiro indagou o anfitrião.

- Realmente... – Concluiu o anfitrião. – Então faremos assim: retiraremos o poder de escolha


dos discordantes e agregaremos o número de chips sobrantes ao número que nós cinco iremos
distribuir, pode ser assim? – perguntou o anfitrião.

- Sim, mas como faremos isso, sem que os excluídos suspeitem? – questionou um presente até
então calado.

- Deixem isso comigo. – Como o meu país ficou encarregado da distribuição dos chips e das
pistolas eu as farei gradualmente, retardando a entrega para os países excluídos. – Isso
impossibilitará o controle.

- Que seja assim – realmente seria uma injustiça salvar aqueles descrentes e, muito menos, as
pessoas chegadas a eles – concluiu o presente que se manifestou por último.

Todos concordaram.

Essa parte está bem legal, mas não encaixa muito bem na sua história. Minha sugestão é
tirar e criar um conto específico para essa parte. Ficaria um conto bem legal. Mesmo assim,
você tem que melhorar nas descrições, dar nomes nos personagens, etc.

Dez dias após, as primeiras pistolas e chips chegaram aos países representados na reunião.
Houve um atraso justificável na remessa para vinte países. Recebidos os artefatos, a primeira
providência foi o representante, agora delegante, invariavelmente o presidente ou primeiro-ministro
do país, inocular em si o chip e daí em diante passar a escolher seus candidatos diretos e eleitores
delegados, e fazer o mesmo neles.

No palácio sede de governo, ainda não tomado pelos calangados, o Presidente de um país
aderente a ideia salvadora, iniciou-se as escolhas.

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- Beth, deixe-me inocular esse chip em você – disse o Presidente para sua esposa, segurando a
pistola.

- O que é isso?

- É um dispositivo para monitorar a saúde, fundamental nesse momento de horror. – Os


inoculados poderão sobreviver aos ataques.

- Meu Deus! – Então, se injetado isso, seremos salvos. - Se é assim, vamos colocar no nosso
filho, na minha mãe e na minha irmã, que moram aqui com agente.

- Não tem pra todos. Vou injetar no júnior e no meu pai, depois vemos os demais.

- E esse tanto que ta aí nessa caixona?

- Não é tudo pra gente, a maioria é pra ser distribuída pras pessoas do governo.

- Mas seu pai está numa cadeira de rodas, sequer consegue entender as coisas, por que ele?

- Ele é só um, não vai fazer falta.

Saído da residência oficial, ainda no palácio, o Presidente chamou alguns assessores, militares e
júnior, seu único filho.

- Como vocês já sabem, estou com a mala de chips. Vou ficar com a maioria e entregar a vocês
alguns para que vocês usem em vocês e escolham outras pessoas para inocular. – Não preciso
lembrar a você as regras de escolha e de distribuição. - Eu já expliquei elas a vocês
detalhadamente. São regras inegociáveis, não as descumpram.

Descrição genérica.

Um militar recebeu dez chips e iniciou rapidamente a distribuição.

- Suze, inocule isso em você – disse ele para a esposa.

- O que é isso?

- É a sua salvação, aliás só quem tiver isso será salvo da morte.

- Meu Deus! Nessa situação, os nossos que moram aqui nessa vila militar conosco, estão os
nossos filhos, a nossa nora e o nosso sobrinho. – Temos que livrar todos.

- Devo dizer que são poucos chips, só dez. – Assim, nosso sobrinho já está descartado, não
vou gastar um chip com um viado. – Vou inocular nos nossos filhos, por enquanto, depois veremos

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os outros.

O militar guardou uma reserva para inocular um em sua amante, que era vizinha dele na vila, e outro
para um velho amigo de farda, aposentado, hoje companheiro de dominó.

Um outro assessor, alto funcionário da república do país, também iniciou a distribuição dos seus
chips.

- John, meu caro, você recebe esse, eu não podia deixar um grande amigo de fora.

- Obrigado, mas não podemos esquecer do Francis.

- Infelizmente, amigo, a nova ordem mundial não previu a inclusão de negros. Eu até escolheria
o Francis, mas as regras não permitem.

Um serviçal do palácio, sabedor da existência e da importância dos chips, conseguiu furtar,


acompanhado das pistolas, cem deles, da mala deixada no gabinete da presidência.

Seria muito mais original que esse drama se passasse em João Pessoa, na Paraíba. Com
personagens paraibanos.

Nos esconderijos, o servidor gatuno ofereceu chips em venda para aqueles que conseguiram
levar dinheiro para seu refúgio. A notícia sobre um possível ataque nuclear vazou para a população,
mesmo para aqueles escondidos nos lugares mais ermos. Pessoas influentes e ainda não escolhidas
souberam por fontes alternativas da existência dos chips-salvadores e empreenderam decisivamente
em obtê-los, para si e para os seus. Comprá-los foi uma solução

Em algumas situações, o servidor gatuno deparou-se com bandidos mais agressivos que lhe
tomaram chips na força e se inocularam, neles e em seus comparsas.

A distribuição de chips continuou obedecendo critérios, fundados principalmente em


subjetividades.

***

Um líder mundial, ciente de que a dominação seria iminente e irreversível, ofereceu-se para um
encontro com Cálagos. (Nome dele? Descrição?) Era ele o representante de um poderoso país,
(Muito genérico) aliás um dos cinco responsáveis pela construção do Bunker. Fez ele a oferta de
encontro por meio de aparição televisiva em circuito mundial. Disse querer dialogar como
representante da raça humana em busca de uma solução ao conflito.

Cálagos foi informado da intenção daquela autoridade. Inicialmente ele riu muito da petulância do
humano e desprezou categoricamente o encontro. Dias após, porém, ele repensou sobre o caso,
quis o encontro e permitiu a vinda da autoridade a seu Bunker. Garantiu a segurança dele, tanto
para vir quanto para voltar.

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Esse encontro podia ser com Herbert, uma tentativa de paz, por exemplo. Ou um plano para
capturar ou matar Cálagos.

No palácio do governo da autoridade pleiteante do encontro, todos o aconselharam a não ir.


Cálagos evidentemente não era confiável. Um ser destrutivo daquele não poderia ser confiável. O
risco de vida do visitante era inquestionável. Porém, a autoridade acreditou ter um trunfo que o
salvaguardaria da anunciada ira de Cálagos.

Tinha ele informações que certamente agradariam seu futuro interlocutor. Esteve tão confiante nisso
que não hesitou em ir ao encontro. Esboçando muita tranquilidade, viajou de seu país até Piancó,
em deslocamento que envolveu avião e carro. Teve garantida a chegada até o centro da cidade, de
lá teve os olhos vendados e foi levado por calangados até o Bunker de Cálagos, que o esperou no
confessionário.

Mais uma vez, não ficou explicado como Cálagos controla milhões de Calangados por todo o
mundo. E como ele criou esses milhões de Calangados.

- Seja bem-vindo, o que o traz aqui? – perguntou Cálagos, com falsa consideração pela visita.

- Bom dia! Doutor, que lugar aprazível, o senhor aparenta ser mais simpático do que eu previa.

- Obrigado, mas não devemos perder tempo, o que o traz aqui?

- Fique tranquilo, a minha mensagem é de parceria.

- Certo, mas sejamos pragmáticos, o que o traz aqui?

- Bom! – Estou aqui pra me aliar ao senhor.

- E por que eu me aliaria a você?

- Bom! - Primeiro porque eu sou um líder mundial, como muita experiência e certamente
poderei ajudá-lo na administração do novo mundo.

- Isso o faz pensar que poderemos ser aliados?

- Bem! – Penso que isso já seria motivo suficiente, mas eu tenho muito a oferecer já, agora.

- O que tem você pra me oferecer?

- Tenho informações relevantes para que o senhor chegue à vitória definitiva.

- E que informações seriam essas?

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- Bom! Primeiro eu preciso saber se poderemos ser aliados no novo mundo governando pelo
senhor.

- Você acredita que suas informações são realmente relevantes?

- Sim, absolutamente relevantes, sem elas o senhor não dominará a humanidade e ainda perderá
a guerra.

Não entendo. Se o representante acha que o Cálagos vai perder a guerra, porque ele quer
negociar? Não faz sentido.

- Você me parece realmente bem-informado.

- E sou, meu país faz parte do grupo que definiu a estratégia definitiva de combate a sua
dominação.

- E que estratégia seria essa?

- Somos aliados?

- Ainda tenho dúvidas da relevância de suas informações.

- Não tenha, são preciosas ao seu propósito.

- Como posso ter certeza disso?

- Eu lhe garanto que são as informações mais estratégicas que o senhor terá, porque sem elas o
senhor não chegará à vitória.

- Diga-me o que você sabe afinal.

- Somos aliados?

- Seu idiota, como ousa se igualar a mim, diga que informações são essas.

- Calma! – Eu só quero que o senhor me receba como aliado no novo mundo, daí eu falo tudo
que sei.

- Imbecil! – Diga-me o que sabe.

- Calma! Lembre-se de que o senhor garantiu minha volta se não houvesse acordo.

- Como pode ser tão estúpido.

55
Nesse momento, Cálagos trouxe à sala dois tarimbeiros, que lançaram simultaneamente a língua
em direção a autoridade, uma na altura da cintura e outra na do pescoço, apertando ambos os
locais.

Quebra.

Nessa condição, Cálagos transformou-se em lagarto e inqueriu decisivamente a autoridade sobre o


que ela sabia. A recusa da resposta apertava mais os nós linguais.

Quebra.

Não demorou para que a autoridade, em absoluto pavor, entregasse todo o plano elaborado em
defesa da humanidade, desde o ataque nuclear, até o local do Bunker. (Sumário narrativo de uma
cena que poderia ser muito boa, se elaborada. Mas o conflito final não pode ser esse, tinha
que ser com Herbert e Sofia)

Quebra.

Encerrada a delação, a autoridade teve decepada sua cabeça e separado o restante do corpo, na
altura do quadril, morrendo instantaneamente.

Ciente da estratégia elaborada em defesa da humanidade, Cálagos deslocou um enorme


contingente de tarimbeiros para o local do Bunker-salvador, com a missão exclusiva de entrar e
destruir toda a instalação. Por ter sua construção maximamente ocultada, as guarda das várias
entradas não eram ostensivas. A segurança da instalação estava na discrição de sua localização.

Era um espaço subterrâneo quilométrico, dividido em enormes salões, ligados por galerias. Um
imenso espaço subterrâneo, maior em extensão do que o perímetro das maiores cidades do mundo.
Nele já estavam instalados grandes plantações indoor, nas quais já eram criados animais e plantas.
Havia ainda muito material embalado e estocado em salões próprios. O acesso ao Bunker foi
projetado por várias entradas, distribuídas ao redor do perímetro onde houve a escavação, todas
cuidadosamente camufladas, em cujas proteções armadas não eram ostensivas. Não fosse a
revelação feita a Cálagos, jamais o Bunker seria descoberto.

Você não disse antes que era submarino? E como esse bunker foi construído? Porquê? Não
faz muito sentido.

E quem pagou por isso? Que país é dono desse bunker? A descrição dele está muito genérica
também.

Não tardou para que as investidas dos tarimbeiros rompessem as várias guardas montadas e
conseguissem adentrar no bunker. Lá, aproveitando o armamento recolhido dos diversos quarteis
dominados, os tarimbeiros explodiram o Bunker, fazendo com que a espessa camada abaixo do

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chão, construída para cobrir a instalação, rompesse e desabasse sobre os ambientes subterrâneos.

Explodiram com o quê? Até aqui, você não disse que os tarimbeiros tem acesso a armas. E se
o bunker é subterrâneo ou submarino, como os tarimbeiros chegaram lá? Eles usam
veículos? Eles respiram de baixo d’água?

A sensação é que você escreveu essa parte final muito rápido. Ainda precisa elaborar mais,
deixar mais plausível para o leitor.

Quebra;

O Bunker foi reduzido a um colossal buraco cheio de destroços. Cálagos comemorou o êxito
daquela investida rindo muito, sabia ele que era aquele o único plano salvador da humanidade e não
poderia mais ser executado. Em plena confiança, intensificou as investidas. Projetou para breve a
tomada de todas as instalações ainda resistentes.

***

Líderes mundiais desesperaram-se com a destruição do Bunker. Outras pessoas-chipadas


restaram igualmente esmorecidas. Para esses, o fim se avizinhava, sem qualquer chance de
reversão. Os cálculos feitos pelos técnicos presentes nas diversas instalações ainda não invadidas
davam conta de menos de quatro meses para o domínio completo do planeta pelos calangados.

Quebra.

O ataque nuclear não foi totalmente descartado, porque alguns líderes ainda projetaram a
construção de um novo Bunker, para o qual iriam as mesmas pessoas-chipadas. A tecnologia e o
empenho de especialistas e trabalhadores poderiam permitir a construção do novo Bunker em
tempo recorde. A repetição dessa proposta foi autorizada e incentivada pelas mesmas autoridades
que outrora a idealizaram. Novo local foi escolhido e as obras foram iniciadas.

***

Cálagos prospectou outro tempo à conclusão de sua dominação, terminá-la-ia em menos de


quinze dias. Tinha ele uma última cartada, projetada para ser usada na fase final de seu plano de
subjugação absoluta da humanidade.

Quebra.

A estratégia previu a adoção de táticas tradicionais de guerra, com uso do material bélico disponível
nos vários países do mundo. Ele utilizaria os serviços dos tarimbeiros presentes nas forças armadas
de quase todos os países.

Como é que ele colocou esses tarimbeiros em TODAS as forças armadas do mundo?
Novamente, recomendo reduzir o escopo da história.

57
Outra coisa que tem que ser estabelecida, talvez com um ou mais personagens tarimbeiros
mais bem feitos, é o quanto de livre-arbítrio e autonomia eles possuem. O que decidem por
contra própria, etc.

Eram soldados, marinheiros, pilotos, além de oficiais de variadas patentes em todas as armas, que
foram capturados e transformados em tarimbeiros. (Quando isso aconteceu? Como isso
aconteceu? Cálagos tem lanchonetes no mundo inteiro? Ele é maior que o Mac Donald’s? E
onde eles foram transformados. Cálagos tem centros de transformação por todo o mundo?
Ele tem ajudantes? Não faz sentido ao ler.

O próximo comando telepático de Cálagos seria para que esses tarimbeiros-guerreiros entrassem
em ação, com a utilização de aviões-caças, navios-torpedeiros, tanques de guerra ou de qualquer
outro armamento e munição sob o comando ou o acesso deles. A ordem seria para o ataque
incessante sobre as cidadelas militares ainda resistentes.

Quebra.

Ao armamento tradicional deveriam ser agregados petardos contendo o pó vermelho


bacteriológico. (Onde é produzido esse pó? Como transportar para os lugares em todo o
mundo para serem usados? Quando eles foram transportados? Como foram transportados
sem que as autoridades não notassem? Resolva essas questões na reescrita, caso você siga
essa linha narrativa.) Com essa última ofensiva, o que ainda havia de resistência seria destruída e,
sem defesa, a humanidade certamente seria extinta em poucos dias.

***

No quartel em João Pessoa, as pesquisas continuaram, mas a equipe mostrou-se mais desanimada
e desapontada com sua aparente limitação intelectual. Sentiam-se impotentes à execução da tarefa
que lhes fora confiada. Alguns admitiram ser a responsabilidade imposta a eles acima do que
poderiam corresponder, afinal não se vislumbrou, nem minimamente, técnica capaz de conter a
ameaça existente.

O mundo sucumbiria ao domínio de Cálagos e todos ali seriam mortos. Numa das reuniões, a
postura de Herbert traduziu o desânimo reinante na equipe técnica. Ele, sentado a mesa de
reuniões, abaixou a cabeça, encostando a testa no tampo dela, em posição que transmitiu aos
colegas absoluta desolação.

Quebra.

Em verdade, essa foi a posição escolhida por Herbert para fazer suas orações e, mais
precisamente, perdoar-se com Deus pelo seu iminente fracasso. Uma constatação de incapacidade
que ele anunciara desde sua primeira conversa com o Bispo Firmino, a quem ele imputou ter
confundido as orientações divinas. Deus jamais o elegeria ao enfrentamento de um desafio para o
qual ele nunca demonstrou estar preparado.

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Ainda não vi evidência clara de que Deus tem haver com essa história. Ficou muito estranho.
A história faz mais sentido em ser uma espécie de invasão de alienígenas de outra dimensão.

Nesse desalento, a equipe foi informada sobre a queda de várias instalações militares, liquidadas
por bombardeios incessantes, vindo das forças dos mais variados países, com ataques de forças de
um país em suas próprias instalações, já que a infiltração de tarimbeiros foi feita indistintamente na
maioria das tropas do mundo.

Quebra.

Embora ainda existissem muitos humanos sobreviventes, escondidos pelas cidades e campos, suas
vidas estariam definitivamente comprometidas, porque em pouco tempo as forças armadas do
mundo, que poderiam protegê-los, estariam completamente destruídas.

Mais angústia e desolação aos presentes nas reuniões no quartel em João Pessoa, porque ainda não
se vislumbrará qualquer solução eficaz. O desânimo da maioria dos técnicos transformara-se em
desespero em vista das notícias sobre os últimos ataques dos calangados. Brevemente aquela
instalação também seria destruída.

Quebra.

Ainda assim, as reuniões prosseguiram e numa delas, com todos já bastantes desgastados e apenas
repetindo ponderações descartadas, fez-se o silêncio no ambiente, confirmando o desalento geral.
Mesmo apática como os demais e seguindo apenas uma rotina, Sofia levantou-se e, como fazia ao
final das tardes, retocou sua maquiagem e reforçou o perfume, lançando em si o jato de aerossol
que, inadvertidamente, aromatizou também o ambiente.

Quebra.

O cheiro agradável atiçou o raciocínio de Herbert, fazendo-o mudar de fisionomia.

- O que foi professor, você está bem? – indagou Sofia.

- Sim, está tudo bem.

- Tem certeza, você parece esquisito?

- Eu também tô achando você esquisito, professor – emendou Pedro.

- O vapor, é o vapor que mata eles – disse Herbert, ainda sentindo o cheiro do perfume de
Sofia.

- Como o vapor? Não é hora pra isso professor. - Eu não vou admitir esse tipo de brincadeira
aqui, muitos soldados já morreram - ralhou o general.

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- Realmente, professor, isso já foi testado e foi um desastre, mas você não tá falando do vapor
d’agua, tô certa? – perguntou Stella.

- Isso, não é brincadeira não, eu tô raciocinando a partir do que você ponderou, Stella,
encontrando o que há de comum nos ambientes onde os calangados morreram. – Esclareceu
Herbert.

- E qual é a relação que você encontrou, o que há de comum nos ambientes das mortes, que
vapor é esse que você se refere? – perguntou Stella.

- O vapor de eucalipto que tem na sauna. - O sítio do seu tio, Arthur, não tem uma pequena
plantação de eucalipto na entrada?

- Tem sim, - respondeu Arthur.

- Meu Deus! - disse Stella, pode ser mesmo o vapor ou o cheiro do eucalipto a causa das
mortes.

Não faz muito sentido. Você precisa isolar alguma coisa no cheiro do eucalipto para ser o
elemento químico que mata os calangados. Por exemplo, o Eucalipto possui o eucaliptol e o
citronelol. Em sua forma completa o óleo de eucalipto possui os seguintes componentes: α-
pineno, β-pineno, p-cimeno, γ-terpineno. Os monoterpenos oxigenados presentes no óleo
foram o 1,8-cineol, acetato de α-terpinila, acetato de citronelila, iso-isopulegol, neo-
isopulegol, linalol, citronelal e citronelol.

Você precisa criar uma explicação pseudo-científica para o modo como o cheiro de eucalipto
mata os calangados. Fica mais profissional, dentro do que se faz em Ficção Científica.

- É isso mesmo, o outro calangado morto foi achado ao lado de uma pilha de toras de eucalipto
- lembrou Arthur.

- Isso, e o outro morreu numa fábrica de material de limpeza, na qual certamente fabricam
produtos com eucalipto - recordou Pedro.

- E o último, morreu no banheiro do restaurante. - Eu estava lá, o banheiro estava muito limpo,
com um cheiro forte de eucalipto - concluiu Herbert.

- Sem falar na sauna – concluiu Stella.

- E depois de tudo, outros dois morreram novamente na entrada do sítio – lembrou Sofia.

- Minha Nossa! - Achamos - comemorou Stella.

- Será? - amedrontou-se o general.

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- Sim, general, não pode haver outra correlação entre as mortes - informou Stella.

- Não quero novas mortes desnecessárias, por favor, tenham certeza de suas afirmações.

- Certeza não podemos dar, general, mas tudo nos leva a crer que os calangados são sensíveis
ao cheiro de eucalipto - concluiu Stella.

- Não podemos mais errar – refletiu o general.

- Por que o senhor não faz um teste general? - ponderou Herbert.

- Isso, disse Stella, vamos arrumar uma forma escondida de lançar cheiro de eucalipto neles.

- Vamos fazer isso, coronel vamos agir - determinou o general.

Soldados foram deslocados ao recolhimento de folhas, sementes e brotos de eucaliptos. A


missão teria que ser executada a noite, nas várias plantações da árvore existentes no país.

Quebra.

Seriam ações ocultas, que não despertassem a atenção de Cálagos e seus calangados. O insumo
deveria ser trazido ao laboratório do quartel para a produção da essência de eucalipto.

Foram precariamente fabricados dois tipos de petardos: uma pequena bola explosiva, cheia de gás
liquefeito com alta concentração de essência de eucalipto; e uma bala plástica de revolver, também
explosiva, repleta do mesmo gás.

Quebra.

A bola utilizaria uma pequena bazuca especialmente desenvolvida para seu lançamento e a bala
seria disparada por revolveres, ambas as armas seriam acionadas por ar comprimido. A linha de
montagem dessas novas armas ficou pronta e operante, mas ainda sem funcionamento regular, a
espera de uma confirmação da eficácia do armamento. O general restou muito mais cauteloso do
que dantes.

A estratégia de ataque previu uma abordagem inicial encoberta, com a aproximação de poucos
soldados armados com os novos artefatos para a escolha de alvos em que pudessem atirar sem
serem vistos. Assim foi feito e um primeiro tiro de bazuca foi disparado a partir da janela do décimo
andar de um prédio em direção a rua onde estavam reunidos dez calangados.

A bola explodiu no meio deles e liberou um intenso cheiro de eucalipto entre os alvos. A
consequência foi imediata e viu-se a queda simultânea de todos os calangados próximos da
explosão.

61
Quebra.

Todos permaneceram inertes. Mesmo sem presenciar qualquer forma de regeneração, o artilheiro
quis certificar-se da morte dos calangados e mandou que um soldado posicionado próximo aos
alvos fizesse a checagem. Foi constatado, todos os dez estavam mortos.

Quebra.

Comunicado, o artilheiro custou a acreditar na eficácia da arma e a consequente morte dos


calangados. Pasmo sorriu e comemorou abraçando os companheiros que estavam ao seu lado.

Quebra.

Empolgado, transmitiu para os outros soldados escalados para a missão a serventia das novas
armas e autorizou que fossem feitas investidas diretas – cara a cara – com os calangados.

Saídos de seus esconderijos, os soldados investiram decisivamente contra aos calangados. Cada
tiro dado houve pelo menos um calangado caído e morto.

Quebra.

O sucesso dos ataques ficou evidente. Houve uma primeira limpeza da cidade da presença de
calangados, até o fim da munição levada, quando os soldados voltaram ao quartel para transmitirem
ao comando a eficácia das armas.

Recebida a notícia, o general comunicou ao Presidente da República o êxito da descoberta e iniciou


a produção industrial das armas e de outras de maior calibre. Todos os chefes de nação foram
comunicados para que tomassem as providências à produção em massa daquele novo armamento.

Quebra.

Munidas as várias forças armadas do mundo, houve ataques em diversas frentes e a destruição
imediata de centenas de milhares de calangados. A situação foi paulatinamente invertida, passando
os eles a viverem escondidos. Mesmo assim, esconder-se não salvou a maioria dos calangados,
que invariavelmente foram alcançados pelo odor do eucalipto em suas alcovas, morrendo
asfixiados.

Com a vida nas cidades voltando ao normal, a população mundial, por demais traumatizada com o
ocorrido, precavendo-se e decidida a exterminar por completo alguma ameaça remanescente,
armou-se com revolveres ou bazucas para defenderem-se de calangados eventualmente
sobreviventes.

Quebra.

Parece que você está com pressa de acabar a história. O final está mal elaborado. O ideal

62
seria criar cenas com Herber, Sofia e um grupo de soldados, para atacar a base do Cálagos e
depois enfrentá-lo em um confronto final.

Esse seria o desenvolvimento em um filme. Novamente, na reescrita, imagine como você


filmaria o final da sua história.

Veja, para derrotar os calangados, basta derrotar Cálagos. E isso é que os mocinhos devem
fazer.

O resto da guerra você pode sumarizar DEPOIS da derrota de Cálagos, DEPOIS do clímax
da história.

Além disso, os governantes locais determinaram a frequente passagem dos antigos “fumacês”,
carros puxando reboques munidos de motores-aspersores que expeliam fumaça, no caso, com
essência de eucalipto.

Quebra.

Mesmo assim, durante algum tempo, pessoas ainda se defrontaram e mataram calangados
remanescentes. Ficou fácil reconhecê-los a partir das cicatrizes no pescoço, e as armas eram
inofensivas contra humanos, só espalhavam um cheiro exagerado de eucalipto por várias
localidades e cidades.

Quebra.

Após meses de revide contra a presença de calangados, o mundo pode considerar-se livre da
dominação planejada por Cálagos, com a vida de todos paulatinamente voltando à normalidade.

O local do Bunker de Cálagos foi rapidamente descoberto a partir de informações colhidas de


parte da população que o vigiou durante suas andanças comemorativas pela cidade. O Bunker foi
bombardeado e outra enorme coluna de fogo e fumaça rubra emergiu dele. A reação foi tão grande
que se sentiu um tremor de terra nas proximidades do alvo, para além do previsto no bombardeio.

Quebra.

Afora o fogo ouviu-se um ruído dissociado e mais intenso do que os das explosões, um berro
lancinante de dor, que pareceu acompanhar a subida da coluna de fogo. Feito o rescaldo do local
pelas equipes de terra, nos escombros não foi encontrado o corpo de Cálagos, apenas a ponta de
um grande rabo de lagarto.

A equipe de Herbert e a cientista Stella, foram condecoradas pelo Presidente da República como
heróis nacionais. O General Peçanha, o Bispo Firmino e várias outras autoridades nacionais e
internacionais fizeram questão de ir pessoalmente à cerimônia de condecoração.

Quebra.

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Você sumarizou todo o clímax, sem MOSTRAR para o leitor, sem jogar o leitor na pele dos
protagonistas, sem emoção, sem suspense. Veja isso na reescrita.

Em seu discurso de agradecimento, Herbert creditou todos os méritos a equipe técnica das forças
armadas do Brasil, ressaltando a presença inconteste de Deus, asseverando ter Ele trazido a mente
dos membros da equipe a solução. Foram eles apenas instrumentos Dele.

Por fim, pediu mais união e compaixão entre as pessoas. Nessa intenção, pediu a todos que
começassem por perdoar as pessoas-chipadas, que eram facilmente reconhecidos pela cicatriz
redonda e azulada na parte superior do braço direito, próximo ao ombro. Essas foram totalmente
execradas e alijadas da sociedade.

Quebra.

Quando políticas, foram sumariamente destituídas de seus cargos e impedidas de assumirem outros.
Todos elas, em qualquer localidade, passaram a viver escondidas ou a vagar nas ruas como
moribundas. Sempre que cruzaram com outras pessoas foram xingadas e até agredidas fisicamente.

Quebra.

Alguns, moradores do país onde iniciou-se a construção do novo Bunker, passaram a morar
escondidos naquela escavação mal-acabada que se destinaria a última cidadela do mundo, pós
ataque nuclear. Mesmo sendo incontestavelmente considerado um herói, a súplica de Herbert em
defesa dos chipados não encontrou guarida na maioria da população humana.

A conclusão está genérica demais.

Passado alguns meses do revide, já em dias de plena calmaria, na delegacia de Piancó, um


fazendeiro local relatou que enquanto caminhava por dentro da mata que circundava sua
propriedade, armado com revolver munido de balas com essência de eucalipto e outro com
munição tradicional, como sempre fazia em suas caminhadas rurais, acompanhado de seu cachorro,
espreitou entre as árvores um homem trajando terno transformar-se em lagarto e urrar, aparentando
estar altamente encolerizado, chegando a soltar pequenas chamas e muita fumaça por suas narinas,
até retornar a forma humana.

Quebra.

Disse o fazendeiro que se aproximou o máximo possível da criatura e disparou balas de eucalipto
que explodiram no pé do alvo.

Quebra.

A surpresa foi o fato de o cheiro de eucalipto não fazer efeito algum, exigindo que o fazendeiro
atirasse no ser com balas comuns, que também não abalaram a criatura, que rapidamente regenerou

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os furos feitos e, logo após, transformando-se novamente em lagarto, estrangulou o cachorro e
embrenhou-se em correria para dentro da mata, até sumir das vistas do fazendeiro.

O agente policial pareceu um pouco desassossegado com o depoimento tomado, mas preferiu não
dar sequência policial ao caso..

Se você quiser que Cálagos escape, crie uma morte ilusória de Cálagos e depois faça um
Epílogo dentro do POV de Cálagos com ele fugindo.

Outra sugestão seria Cálagos fugindo apenas para ser pego por Zeiton e saber que será
punido severamente pelo Mestre! Isso daria catarse para o leitor!

E aqui eu termino a leitura crítica do seu livro!

Muito obrigado pela confiança!

Espero que minhas observações, sugestões e impressões lhe sejam úteis na reescrita!

Um grande abraço e sucesso para o seu livro!

Newton Nitro
20/02/22

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