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CGU

Controladoria-Geral da União
OGU – Ouvidoria-Geral da União
Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

PARECER

Referência: 60502.001518/2015-26

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Restrição de
Sem restrição.
acesso:
Providências
adicionais: -

Ementa: O cidadão solicita informações diversas / OVNI – O cidadão alega informação incorreta – O órgão
alega informação inexistente – Análise da CGU: Acata-se a argumentação do recorrido. - Não
Conhecimento

Órgão ou
entidade recorrido COMAER – Comando da Aeronáutica
(a):
Recorrente: J.D.S.P.

Senhor Ouvidor-Geral da União,

1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº


12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado:

RELATÓRIO
Ato Data Teor
Pedido 29/06/201 O cidadão apresenta pedido de acesso nos seguintes termos:
5
“Venho por meio deste pedido solicitar cópia integral (incluindo anexos) da NPA-09C,
emitida em 20/08/1990 e efetivada em 09/09/1990.
Este documento foi assinado pelo Chefe da S-TRAF Cap. Esp. CTA Liomar Leal
Scovino, e aprovado pelo Chefe do SRFV-RJ Ten. Cel. v. Tacarijú Thomé de Paula Filho.
Para facilitar a localização deste documento, saliento que foram feitas 28 cópias do
mesmo, enviadas para os seguintes departamentos e/ou divisões:
COpM 1
DEPV
D-SAR
D-ATS
SUREG
DPV-GL
DPV-SC
DPV-SC
DPV-CF
DPV-RJ
DPV-AF
DPV-BH
DPV-BQ
GTA-ME
GTA-VT
GTA-UR
GTA-UL
GTA-JR
GTA-JF
GTA-RS
DO
GTA-MK
GTA-FC”
O Comando da Aeronáutica apresenta resposta nos seguintes termos:
“Prezado Cidadão,
Agradecemos seu contato com o Comando da Aeronáutica (COMAER) pelo sistema
e-SIC. Sobre a solicitação de protocolo nº.60502.004041/2013-79, informamos a
V.Sa. que este pedido é duplicado e que seu questionamento foi respondido pelo
29/06/201 pedido de protocolo nº. 60502.001151/2015-41.
Resposta Inicial
5 Não obstante, sobre a solicitação em comento, cumpre-nos esclarecer que todos os
documentos disponíveis no âmbito do COMAER sobre objetos voadores não
identificados (OVNI), no período de 1952 a 2014, já foram transferidos para o
Arquivo Nacional, onde são de domínio público, podendo ser acessado pelo sítio
eletrônico da Força Aérea Brasileira no link “Contato”,
http://www.fab.mil.br/perguntasfrequentes. (...)”
O cidadão apresenta recurso à autoridade superior nos seguintes termos:
“Não compreendi o teor da sua resposta, nem no pedido anterior, muito menos
nesse pedido, que fiz para poder obter uma resposta mais clara.
Eu solicitei cópia integral (incluindo anexos) da NPA-09C, emitida em 20/08/1990 e
Recurso à efetivada em 09/09/1990.
12/08/201
Autoridade
5 Portanto, para que sua resposta ao pedido faça sentido e possa ser aceita como
Superior
resposta válida, duas perguntas devem ser respondidas:
1) Por que vocês estão se referindo a OVNIs em sua resposta?
2) Qual a relação da minha solicitação com OVNIs?
Não obstante, reitero minha solicitação inicial.”
O Comando da Aeronáutica apresenta recurso à autoridade superior nos seguintes
termos:
“Prezado Cidadão,
O Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, no uso de suas atribuições previstas na
Portaria n° 2.229/MD, de 23 de agosto de 2012, ratifica as informações já prestadas
no pedido originário, isto é, que o pedido é duplicado e que seu questionamento foi
respondido pelo pedido de protocolo nº. 60502.001151/2015-41.
Não obstante, sobre a solicitação em comento, reitera que todos os documentos
Resposta do
Recurso à 18/08/201 disponíveis no âmbito do COMAER sobre objetos voadores não identificados (OVNI),
Autoridade 5 no período de 1952 a 2014, já foram transferidos para o Arquivo Nacional, onde são
Superior
de domínio público, podendo ser acessado pelo sítio eletrônico da Força Aérea
Brasileira no link “Contato”, http://www.fab.mil.br/perguntasfrequentes.
Demais disso, em resposta a inovação trazida no recurso impetrado, informa que o
documento referenciado NPA 09-C, versa acerca do tema OVNI.
Por fim, cabe ressaltar que, nos termos do art. 21, Parágrafo único, do Decreto nº
7.724/2012, eventual recurso sobre esta resposta poderá ser dirigido ao
Comandante da Aeronáutica, no prazo de dez dias, a contar da data desta resposta.
(...)”
Recurso à 18/08/201 O cidadão apresenta recurso nos seguintes termos:
Autoridade 5
“Primeiramente gostaria de agradecer à sua resposta, com o esclarecimento de que
Máxima
a NPA 09-C versa acerca do tema OVNI, a resposta anterior passa a fazer sentido.
No entanto, saliento que já fiz uma minuciosa busca na documentação acerca do
tema OVNI disponível no Arquivo Nacional, e a NPA 09-C não pôde ser encontrada

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nos arquivos lá disponibilizados por este Comando.
Por este motivo venho por meio desse segundo recurso solicitar dos senhores que
ou atendam o meu pleito legítimo e amparado pela LAI entregando uma cópia
integral da NPA 09-C ou que indiquem a referência pelo qual podemos localizar a
NPA 09-C nos arquivos disponibilizados no Arquivo Nacional, uma vez que o
documento solicitado não pôde ser localizado em nenhum dos lotes enviados por
este comando ao Arquivo
Nacional.
Certo de que posso contar com a colaboração e transparência da Força Aérea
Brasileira, fico no aguardo ou da copia solicitada, ou da referência para localiza-la no
arquivo nacional.”
O comando da Aeronáutica apresenta recurso à autoridade máxima nos seguintes
termos:
“Prezado Cidadão,
O Comandante da Aeronáutica, no uso de suas atribuições previstas na Portaria n°
2.229/MD, de 23 de agosto de 2012, reitera as informações já prestadas, isto é, que
o pedido é duplicado e que seu questionamento já foi respondido pelo pedido de
protocolo nº. 60502.001151/2015-41.
Ratifica, ainda, que todos os documentos disponíveis no âmbito do Comando da
Aeronáutica (COMAER) sobre objetos voadores não identificados (OVNI), no período
Resposta do
Recurso à 24/08/201 de 1952 a 2014, já foram transferidos para o Arquivo Nacional, onde são de domínio
Autoridade 5 público, podendo ser acessado pelo sítio eletrônico da Força Aérea Brasileira no link
Máxima
“Contato” http://www.fab.mil.br/perguntasfrequentes.
Nesse contexto informa que não existem outros documentos, inclusive o requerido,
nos arquivos do COMAER, contudo, indica ao cidadão o sitio eletrônico
http://www.fenomenum.com.br/ufo/governo/brasil/docbra.htm que contém
documentos ufológicos do Governo Brasileiro, que pode auxiliá-lo na pesquisa
intentada.
Por fim, cabe ressaltar que, nos termos do art. 23 do Decreto nº 7.724/2012,
eventual recurso sobre esta resposta poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da
União, no prazo de dez dias, a contar da data desta resposta.”
Recurso à CGU 01/09/201 O cidadão apresenta recurso à Controladoria-Geral da União nos seguintes termos:
5
“Prezados senhores da CGU,
Venho por meio deste recorrer de minha solciitação de documentação ao COMAER,
tendo em vista que se torna claro e evidente que este órgão detem a informação
solciitada, e está apenas criando subterfúgios para não entrega-la oficialmente ao
cidadão, conforme determina a lei.
Vou tentar colocar meu recurso de uma forma "Cronológica", para tentar facilitar sua
avaliação, e análise da situação:
20/07/2015 - Faço a solicitação de cópia da documentação. Ressaltei em meu pedido
que foram feitas na época ao menos 28 cópias do referido documento, para pelo
menos 23 locais diferentes.
10/08/2015 - O COMAER responde à minha solicitação, informando que toda
documentação sobre OVNIs que eles possuem estaria, teoricamente, disponibilizada
no Arquivo Nacional.
12/08/2015 - Questionei o COMAER a respeito da resposta, pois não citei o termo
OVNI em momento algum, então a resposta dada não fazia sentido.
18/08/2015 - Em resposta, o COMAER respondeu, textualmente: "Demais disso, em
resposta a inovação trazida no recurso impetrado, informa que o documento
referenciado NPA 09-C, versa acerca do tema OVNI.", e não entregou a informação

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solicitada, alegando mais uma vez que o material estaria disponibilizado no Arquivo
Nacional.
18/08/2015 - Como o COMAER não entregou a copia do referido documento e alegou
ele estar no Arquivo Nacional, reiterei minha solicitação, e solicitei ou a cópia do
refereido documento, ou então sua referência para busca no Arquivo Nacional, uma
vez que o próprio COMAER afrmou que este documento lá se encontrava.
24/08/2015 - O COMAER, reafirma que "todos os documentos disponíveis no âmbito
do Comando da Aeronáutica (COMAER) sobre objetos voadores não identificados
(OVNI), no período de 1952 a 2014, já foram transferidos para o Arquivo Nacional" e
ainda, afirma que "Nesse contexto informa que não existem outros documentos,
inclusive o requerido, nos arquivos do COMAER". Como se isso não fosse suficiente,
indica um site ufológico na internet
(http://www.fenomenum.com.br/ufo/governo/brasil/docbra.htm) como local para que
eu, o cidadão brasileiro localize o material que procuro, o que me pareceu
totalmente descabido. Bom, vamos à minha análise da situação, e peço que os
senhores se atentem à minha lógica para entender como o COMAER sim possui o
documento, e está apenas tentado se esquivar de enviar a documentação para o
cidadão:
Quando solicitei a informação, não citei o termo OVNI, alias, dei apenas informações
genéricas sobre o documento, que permitiriam a localização do documento, sem que
fosse exposto seu conteúdo. Porém, o COMAER respondeu diretamente acerca to
tema tratado no referido documento, tema este que eu não havia citado na
solicitação. Portanto, eles só poderiam ter chego à conclusão de que o que eu pedí
tratava deste tema se tivessem localizado e lido o conteúdo do referido documento
antes de me respnder, uma vez que minha solicitação inicial não trazia elementos
suficientes para que fosse tirada qualquer conclusão acerca do tema abordado na
documentação solicitada.
Questionei entao o COMAER o por que haviam enviado a "resposta padrão" para
pedidos sobre OVNIs via SIC, e eles informaram textualmente: "o documento
referenciado NPA 09-C, versa acerca do tema OVNI", e reafirmam que todo material
sobre OVNIs teria sido transferido para o Arquivo Nacional". Oras, isso deixa claro
que eles possuem a documentação, uma vez que tem conhecimento sobre seu
conteúdo. Se eu não possuo a documentação, como poderia falar acerca de seu
conteudo?
Quando reiterei a solicitação, pedindo mais uma vez cópia da documentação, que
eles precisaram consultar para saber do que versava a mesma, pois ela NÃO ESTÁ
NO ARQUVIVO NACIONAL conforme o COMAER afirma, eles então afirmaram que não
possuem em seus arquivos a documentação em questão.
Cabe aqui lembrar foram feitas ao menos 28 cópias do referido documento, para
pelo menos 23 locais diferentes. Não é possível que não exista uma única cópia
dessa documentação em nenhum dos departamentos listados, chega a ser até
infantil aceitar essa desculpa...
Oras, inicialmente me recusaram dizendo que um documento que pedi era sobre
OVNIs, depois confirmaram que responderam isso por que o documento que pedi
era sobre OVNIs, e que ele estaria no Arquivo Ncional, e quando eu deixo claro que
este documento não está no arquivo nacional eles passam a aformar que o
documento não existe em seus arquivos?? E como então sabiam o teor e a temática
abordada no documento? Onde consultaram a informação?
Agora, depois de tudo isso o que mais me surpreendeu foi o COMAER indicar o site
http://www.fenomenum.com.br/ufo/governo/brasil/docbra.htm como local de

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consulta para documentação oficial do COMAER. Indicar este site para o cidadão que
solicitou oficialmente nos termos da Lei a cópia de uma documentação é atestar
publica e oficialmente que toda documentação que neste site que está vinculada à
Força Aérea seja um cópia confiavel dos documentos de órgãos sob a
responsabilidade do COMAER.
Diante do exposto, reitero minha solicitação de cópia da documentação em
questão.”
Foram considerados os esclarecimentos prestados em junho de 2015 pela COMAER à
Controladoria-Geral da União em relação ao Processo nº 60502.000765/2015-13, em
que foi realizada consulta ao COMAER em relação ao referido documento. O COMAER
informou o que segue:
“Quanto ao questionamento relativo à NPA 9-C, de 20/AGO/1990 – SRPV –RJ, dado
Instrução do
- que aquela Organização Militar foi extinta, não mais existe tal documento nos
Recurso
arquivos desse Comando, haja vista que, para Organizações extintas, são exigidos
apenas arquivos permanentes de documentos históricos e relevantes.”
Considerou-se também o teor de referido processo na análise deste recurso e os
esclarecimentos do Arquivo Nacional em relação ao mesmo processo, em que houve
a declaração de que o documento não foi localizado no âmbito daquele órgão.

É o relatório.

Análise

2. Registre-se que os Recursos foram apresentados perante a Controladoria-Geral da União


de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e no parágrafo 1º do artigo 16
da Lei nº 12.527, de 16 de maio de 2011, bem como em respeito ao prazo de dez dias previsto
no artigo 23 do Decreto nº 7.724, de 15 de maio de 2012, in verbis:

Lei nº 12.527/2011
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo
Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará
no prazo de 5 (cinco) dias se:
(...)
§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria
Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade
hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará
no prazo de 5 (cinco) dias.

Decreto nº 7724/2012
Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera
a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no
prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União,
que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do
recurso.

3. Observa-se que os recursos em primeira e segunda instância foram respondidos por


autoridades competentes, cumprindo-se o disposto no artigo 21 do Decreto nº 7.724/2012.

4. O cidadão solicita cópia do NPA 09-C, de 20/08/1990. Verificou-se que aparente cópia
desse documento é encontrada na internet, em site ufológico, porém sua autenticidade não
pôde ser comprovada.

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5. O acesso ao referido documento foi objeto de outro processo analisado pela
Controladoria-Geral da União e pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações - CMRI (NUP
60502.000765/2015-13)1. Para instrução do referido processo, a CGU entrou em contato com o
Comando da Aeronáutica, que reafirmou não ter localizado o referido documento em seus
arquivos. Constatou-se que o órgão envidou esforços na localização, em conformidade com a
jurisprudência internacional, e concluiu pela inexistência do documento. A Controladoria-Geral
da União decidiu pelo não conhecimento do recurso, com base na Súmula nº 06/2015:

Súmula nº 06/2015
INEXISTÊNCIA DE INFORMAÇÃO – A declaração de inexistência de informação objeto
de solicitação constitui resposta de natureza satisfativa; caso a instância recursal
verifique a existência da informação ou a possibilidade de sua recuperação ou
reconstituição, deverá solicitar a recuperação e a consolidação da informação ou
reconstituição dos autos objeto de solicitação, sem prejuízo de eventuais medidas de
apuração de responsabilidade no âmbito do órgão ou da entidade em que tenha se
verificado sua eliminação irregular ou seu descaminho.

6. Apresenta-se trecho do parecer da Controladoria-Geral da União relacionado àquele


processo que apresenta a conclusão da Controladoria-Geral da União em relação ao documento
demandado:
NUP 60502.00076/2015-13
“Do exposto, opina-se também pela impossibilidade de conhecimento do recurso no
que concerne à “NPA 9-C, de 20/AGO/1990 - SRPV - RJ (5 páginas e questionário
anexo), em virtude da presunção da inexistência do documento pretendido. Na
esteira da determinação da Súmula CMRI nº 6/2015, o Comando procedeu
corretamente ao ter agregado informações sobre as diligências empreendidas (...)”

7. A Comissão Mista de Avaliação de Reavaliação de Informações – CMRI, por sua vez,


decidiu pelo não conhecimento do referido processo (Decisão nº 00253/2015, de 26 de agosto
de 2015)2. No campo “análise de mérito”, a CMRI apresenta a seguinte argumentação:

Decisão CMRI 253/2015


“A Comissão Mista não analisou o mérito. Não conheceu do recurso, por
força da Súmula CMRI nº 6/2015. Nesse sentido, importante ressaltar que o
recorrente em momento algum apresentou provas a fim de elidir a
presunção relativa de veracidade da declaração administrativa de
inexistência da informação, limitando-se a informar ter acesso à informação
pleiteada por outros meios. De fato, documento com tal descrição encontra-
se, hoje, disponível em sitio web de natureza privada, mas sua veracidade,
integridade e origem não se podem comprovar.

1 As decisões da Controladoria-Geral da União estão disponíveis em transparência ativa em


http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/recursos-a-cgu

2 As decisões da Comissão Mista de Reavaliação de Informações – CMRI estão disponíveis em transparência ativa em
http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/recursos-julgados-a-cmri/decisoes

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É de conhecimento do recorrente, ademais, a existência de prática até
então lícita de eliminação de documentos oficiais classificados
acompanhados de seus termos de eliminação, não sendo possivel reputar-
lhe a guarda permanente a que a resolução Conarq nº 14 lhe deu em 2001.
Saliente-se que, segundo aquele mesmo conselho, o prazo de guarda dos
registros em órgãos competentes, como o caso dos departamentos e
divisões apontados pelo recorrente em seu recurso à CMRI, teriam prazo de
guarda condicionado ao seu tempo de vigência.”

8. Consideram-se aplicáveis todas as considerações relativas ao precedente apresentado,


por se referirem ao mesmo documento que é solicitado pelo cidadão no âmbito deste processo.
Não houve, neste processo, novos elementos que provassem a existência da informação no
âmbito do Comando da Aeronáutica e que, consequentemente, motivassem mudança na
interpretação da Controladoria-Geral da União.

9. Lembra-se que são consideradas verdadeiras as informações emanadas de servidores


públicos, salvo prova contrária. Essa consideração baseia-se na presunção de legitimidade dos
atos emanados da administração pública. Celso Antônio de Mello, no Curso de Direito
Administrativo, página 413, 26º edição – 2008, ao tratar dos atributos dos atos administrativos
afirma que a presunção de legitimidade é “a qualidade, que reveste tais atos, de se presumirem
verdadeiros e conformes ao Direito, até prova em contrário (...)”.

10. Em complemento ao exposto, lembra-se que o Decreto nº 79.099, de 6 de janeiro de


1977, revogado pelo Decreto nº 2.134/1997, permitia que documentos fossem destruídos, sendo
sigilosos ou não. A necessidade de Termo de Destruição, à época, aplicava-se apenas a
documentos controlados. Como o documento demandado é de 1990, ele pode ter sido
descartado sem que haja registro desse descarte.

11. Como não houve prova da existência nos arquivos da COMAER do referido documento,
não cabe à Controladoria-Geral o conhecimento do Recurso. A CGU analisa o mérito de recursos
direcionados a esta nos casos em que o órgão ou entidade nega o acesso do cidadão à
informação existente sob sua responsabilidade, com base no disposto no artigo 16 da Lei nº
12.527/11, in verbis:

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder


Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que
deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada
como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior
a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação;

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III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei
não tiverem sido observados; e
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta
Lei. (...)

Conclusão

12. Dado o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso apresentado, com base no
artigo 16 da Lei nº 12.527/11, na Súmula CMRI nº 6/2015, no Precedente de decisão da CGU
NUP 60502.000765/2015-13, que trata de pedido de informação que inclui o objeto solicitado
neste processo, e a Decisão CMRI 253/2015, referente ao precedente citado.

CRISTIANA MARTINELLO DA COSTA


Servidora Requisitada

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D E C I S Ã O

No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da


Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o
parecer acima, para decidir pelo não conhecimento dos recursos interpostos, nos termos do art.
23 do Decreto nº 7.724/12, no âmbito do pedido de informação 60502.001518/2015-26
direcionados ao Comando da Aeronáutica (COMAER).

Gilberto Waller Júnior


Ouvidor-Geral da União - Substituto

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Controladoria-Geral da União
Folha de Assinaturas

Documento: PARECER nº 3285 de 25/09/2015

Referência: PROCESSO nº 60502.001518/2015-26

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Signatário(s):
GILBERTO WALLER JUNIOR
Ouvidor

Assinado Digitalmente em 25/09/2015

Relação de Despachos:

aprovo.

GILBERTO WALLER JUNIOR


Ouvidor

Assinado Digitalmente em 25/09/2015

Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O c ódigo para verificação da autenticidade deste
documento é: 5e2c255a_8d2c5b99691a8f3

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