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A par r dos valores de ∆Hf° m, 298 e S°m, 298, é possível calcular os valores de ∆Gf°m , 298os quais também são
tabelados.

Exemplo:
Para calcular-se ∆Gf°m , 298 de Fe2O3 (s).
Lembrando-se a relação ∆G = ∆H – T. ∆S, u liza-se a reação de formação da substância e os valores
tabelados de ∆Hf°m, 298 e S°m, 298
2 Fe (s) + 3/2 O2 (g) Fe2O3 (s)
Dados da tabela:
∆Hf°m, 298 (Fe2O3 (s)) = – 824,20 kJ. mol-1
S°m, 298 (Fe2O3 (s)) = 87,40 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (O2 (g)) = 205,14 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (Fe (s)) = 27,28 J. K-1. mol-1

∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = S°m, 298 (Fe2O3 (s)) – [2 x S°m, 298 (Fe (s)) + 3/2 S°m, 298 (O2 (g))]
∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = 87,40 – [2 x 27,28 + 3/2 x 205,14]
∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = 87,40 – [54,56 + 307,71]
∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = 87,40 – 362,27
∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = – 274,87 J. K-1. mol-1

∆Gf°m, 298 = ∆Hf°m, 298 – 298 x ∆Sf°m, 298


-1 -1 -1
∆Gf°m, 298 = – 824,20 kJ. mol – 298 K x (– 274,87 J. K . mol )
-1 -3 -1 -1
∆Gf°m, 298 = – 824,20 kJ. mol – 298 K (– 274,87 x 10 kJ . K . mol )
∆Gf°m, 298 = – 824,20 kJ. mol-1 – (– 81,91 kJ. mol-1)
-1 -1
∆Gf°m, 298 = – 824,20 kJ. mol + 81,91 kJ. mol
∆Gf°m, 298 = – 742,29 kJ. mol-1

Exemplo: Tabela com valores de ∆Gf°m, 298 (J. K-1. mol-1)

Cálculo de Energia Livre Padrão de Reação a 298 K (∆Gr°298)

a) A par r de ∆H°298 e ∆S°298


Pode-se calcular ∆Gr°298 através da Equação:
∆Gr°298 = ∆Hr°298 – 298 K . ∆Sr°298

Exemplo: Calcular ∆Gr°298 para a combustão de 1 mol de glicose a 298 K.


C6H12O6 (s) + O2 (g) 6 CO2 (g) + 6 H2O (ℓ)

Dados da tabela:
∆Hf°m, 298 (glicose) = – 1268 kJ. mol-1
∆Hf°m, 298 (CO2 (g)) = – 393,5 kJ. mol-1
∆Hf°m, 298 (H2O (ℓ)) = – 285,83 kJ. mol-1
S°m, 298 (glicose) = 212 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (O2 (g)) = 205,14 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (CO2 (g)) = 213,74 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (H2O (ℓ)) = 69,91 J. K-1. mol-1

Cálculo de ∆Hr298:
∆Hr°298= ∆Hf°m, 298 (Produtos) – ∆Hf°m, 298 (Reagentes)
∆Hr°298 = [ 6 x ∆Hf°m, 298 (CO2 (g)) + 6 x ∆Hf°m, 298 (H2O (ℓ)) ] – ∆Hf°m, 298 (glicose)
∆Hr°298 = [ 6 x (– 393,51) + 6 x (– 285,83) ] – (– 1268)
∆Hr°298 = (– 2361,06) + (– 1714,98) + 1268
∆Hr°298 = – 2808,04 kJ. mol-1

Cálculo de ∆Srr°298:
∆Sr°298= Sf°m, 298 (Produtos) – Sf°m, 298 (Reagentes)
∆Sr°298 = [ 6 x Sf°m, 298 (CO2 (g)) + 6 x Sf°m, 298 (H2O (ℓ)) ] – [Sf°m, 298 (glicose) + 6 x Sf°m, 298 (O2 (g))]
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∆Sr°298 = [ 6 x 213,74 + 6 x 69,91 ] – [212 + 6 x 205,14]


∆Sr°298 = [ 1282,44 + 419,46 ] – [212 + 1230,84]
∆Sr°298 = 1701,19 – 1442,84
∆Sr°298 = 259,06 J . K-1 . mol-1

Cálculo de ∆Gr°298:
∆Gr°298= ∆Hf°m, 298 – 298 K . ∆Sr°298
∆Gr°298= – 2808,04 kJ. mol-1 – 298 K x 259,06 J. K-1.mol-1
∆Gr°298=– 2808,04 kJ. mol-1 – 298 K x 259,06 10–3 kJ.K-1. mol-1
∆Gr°298= – 2808,04 kJ. mol-1 – 77,2 kJ. mol-1
∆Gr°298= – 2885,24 kJ. mol-1

b) A par r de ∆Gf°m, 298


Pode-se calcular ∆Gr°298 a par r de:
∆Gr°298 = ∆Gf°m, 298 (Produtos) – ∆Gf°m, 298 (Reagentes)

Exemplo: U lizando-se o mesmo exemplo anterior, ou seja,


Calcular ∆Gr°298 para a combustão de 1 mol de glicose a 298 K.
C6H12O6 (s) + O2 (g) 6 CO2 (g) + 6 H2O (ℓ)
Dados da tabela:
∆Gf°m, 298 (glicose) = – 910 kJ. mol-1
∆Gf°m, 298 (O2 (g)) = zero
∆Gf°m, 298 (CO2 (g) ) = – 394,36 kJ. mol-1
∆Gf°m, 298 (H2O ()) = – 237,13 J. K-1. mol-1

∆Gr°298 = [6 x ∆Gf°m, 298 (CO2 (g) )) + 6 x ∆Gf°m, 298 (H2O (ℓ)) ] – ∆Gf°m, 298 (glicose)
∆Gr°298 = [ 6 x (– 394,36) + 6 x (– 237,13) ] – (– 910)
∆Gr°298 = [ (– 2366,16) + (– 1422,78) ] – (– 910)
∆Gr°298 = [ – 3788,94 ] – (– 910)
∆Gr°298 = – 2878,94 kJ. mol-1

Efeito da Temperatura sobre Energia Livre Padrão (∆G°)

Já foi visto que os valores de ∆H° de reação não variam muito com a temperatura.
Da mesma forma, os valores de ∆S° de reação variam muito pouco com a temperatura. As entropias dos
reagentes e produtos são afetadas pelo aumento de temperatura, mas a diferença entre eles muda muito pouco.
Para todos os efeitos prá cos, pode-se considerar que ∆Hr° e ∆Sr° variam muito pouco com a temperatura.
Mas ∆Gr° depende da temperatura, pois:
∆Grº = ∆Hrº – T. ∆Sr º

Exemplo:
Calcular ∆Gr° para a combustão de 1 mol de glicose a 85 ºC.

Foi visto no exemplo anterior para esta reação


-1
∆Hr°298 = – 2808,04 kJ. mol
∆Sr°298 = 259,06 J. K-1. mol-1
∆Gr°298 = – 2885,24 kJ. mol-1
T = 85 ºC = 358 K

∆Gr°358 = – 2808,04 kJ. mol-1 – 358 K x 259,06 J. K-1. mol-1


∆Gr°358 = – 2808,04 kJ. mol-1 – 358 K x 259,06 10–3 kJ. K-1. mol-1
∆Gr°358 = – 2808,04 kJ. mol-1 – 92,743 kJ. mol-1
∆Gr°358 = – 2900,78 kJ. mol-1
∆Gr°298 = – 2878,94 kJ. mol-1 ∆Gr°358 = – 2900,78 kJ. mol-1
∆Gr° pode inclusive mudar de sinal quando a temperatura se altera.
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No caso de uma reação exotérmica (∆Hr° < 0) com uma entropia de reação negativa (∆Sr° < 0), o termo
(T. ∆Srº) contribui como um termo posi vo para ∆Gr°. Em uma reação desse po ∆Gr° será nega vo em T baixas, mas
pode se tornar posi vo em T altas.
No caso de uma reação endotérmica (∆Hr° > 0) com uma entropia de reação posi va (∆Sr° > 0), o termo ∆Hr°
contribui como termo posi vo no cálculo ∆Gr°. Em uma reação desse po∆Gr° será nega vo em T altas, mas pode se
tornar posi vo em T baixas.
Já foi visto que se ∆Hr° > 0 e ∆Sr° < 0 a reação nunca será espontânea pois ∆Gr° será posi vo em qualquer
temperatura.
Mas no caso de ∆Hr° < 0 e ∆Sr° > 0 a reação será espontânea em qualquer temperatura pois ∆Gr° será sempre
nega vo.
Como: ∆Grº = ∆Hrº – T. ∆Srº
Logo: A temperatura em que ∆Grº = 0 é a temperatura em que uma reação troca da espontaneidade para a
não espontaneidade.
Se: ∆Grº = 0 ∆Hrº – T. ∆Srº = 0
E: T = ∆Hrº / ∆Srº Temperatura em que ∆Grº muda de sinal.

Exemplo:
Es mar a temperatura a par r da qual é termodinamicamente possível para o carbono reduzir óxido de ferro (III) até
ferro em condição padrão, pela reação endotérmica:
2 Fe2O3 (s) + 3 C (gra ta) 4 Fe (s) + 3 CO2 (g)

Dados da tabela:
∆Hf°m, 298 (Fe2O3 (s)) = – 824,2 kJ. mol-1
∆Hf°m, 298 (CO2 (g)) = – 393,5 kJ. mol-1
S°m, 298 (Fe2O3 (s)) = 87,4 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (C (gra ta)) = 5,7 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (Fe (s)) = 27,3 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (CO2 (g)) = 213,74 J. K-1. mol-1

Resolução:
∆Hr° > 0 já que a reação é endotérmica.
Pode-se prever que ∆Sr° > 0, já que há um aumento da desordem pois forma-se um produto gasoso.
Logo esta reação terá ∆Grº < 0 quando ∆Hr° < T. ∆Srº altas T

 Cálculo de∆Hr°298:
∆Hr°298= ∆Hf°m, 298 (Produtos) – ∆Hf°m, 298 (Reagentes)
∆Hr°298 = [ 3 x ∆Hf°m, 298 (CO2 (g))] – [ 2 x ∆Hf°m, 298(Fe2O3 (s))]
∆Hr°298 = [ 3 x (– 393,51)] –[ 2 x (– 824,2) ]
∆Hr°298 = [ – 1180,5 ] – [ – 1648,4 ]
∆Hr°298 = [ – 1180,5 ] + 1648,4
∆Hr°298 = + 467,9 kJ. mol-1 ∆Hr° > 0

 Cálculode∆Sr°298:
∆Sr°298= Sf°m, 298 (Produtos) – Sf°m, 298 (Reagentes)
∆Sr°298 = [ 4 x S°m, 298 (Fe (s)) + 3 x S°m, 298 (CO2 (g)) ] – [2 x S°m,298 (Fe2O3 (s)) + 3 x S°m, 298 (C (gra ta)) ]
∆Sr°298 = [ 4 x 27,3 + 3 x 213,7 ] – [ 2 x 87,4 + 3 x 5,7 ]
∆Sr°298 = [ 109,2 + 641,1 ] – [ 174,8 + 17,1 ]
∆Sr°298 = 750,3 – 191,9
∆Sr°298 = 558,4 J . K-1 . mol-1 ∆Sr°298 > 0

 Cálculo de∆Gr°298:
∆Gr°298= ∆Hf°m, 298 – 298 K . ∆Sr°298
∆Gr°298= + 467,94 kJ. mol-1 – 298 K x 558,4 J. K-1.mol-1
∆Gr°298= + 467,9 kJ. mol-1 – 298 K x 558,4 10–3 kJ. K-1. mol-1
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∆Gr°298= + 467,9 kJ. mol-1 – 166,4 kJ. mol-1


∆Gr°298= + 301,5 kJ. mol-1 ∆Gr°298 > 0

A temperatura na qual ∆Gr °298 muda de posi vo para nega vo é:

T = ∆Hrº / ∆Srº T = 467,9 kJ. mol-1 / 558,4 x 10–3 kJ. K-1. mol-1
T = 837,9 K = 564,9 ºC

Como a reação é endotérmica, a temperatura mínima em que a redução ocorre, em condições padrão, é
cerca de 565 ºC.

Energia Livre e Equilíbrio

Foi visto que a variação da energia livre padrão (∆G°) podia ser usada como critério de espontaneidade de
uma reação química.
∆G° < 0 reação química espontânea
∆G° > 0 reação não espontânea

Onde: ∆G° = G°produtos – G°reagentes


Ou seja: ∆G° é a elevação ou diminuição da energia livre quando os reagentes, nos respec vos estados
padrões, se convertem completamente nos produtos, também nos respec vos estados padrões.
Mas: na prá ca não se observa freqüentemente a conversão completa de reagentes em produtos, ou seja:
– Se ∆G° < 0: não signi ca que a reação química ocorreu 100 % e houve conversão total de reagentes em
produtos -> sempre resta um pouco de reagente.
– Se ∆G° > 0: não signi ca que a reação química ocorreu 0 % e que nenhuma quan dade de produto foi
formada-> sempre se forma um pouco de produto.

O que ocorre na realidade, é que:


“O sistema a nge um estado de equilíbrio no qual existe uma certa composição de mistura reagente + produto com
menor energia livre.”
– Se ∆G° < 0: Esta mistura é rica em produtos, o que signi ca que a reação avançou bastante.
– Se ∆G° > 0: Esta mistura é rica em reagentes, o que signi ca que a reação avançou muito pouco.

Problema: A relação entre a magnitude de ∆G° e a composição da mistura reagente mais produto existente
no estado de equilíbrio.
O equilíbrio químico será estudado mais adiante, mas todos os princípios relacionados com este assunto são
da maior importância, por que a tendência das reações químicas em ocorrer na direção do equilíbrio é a base da
maior parte da química.
Alguns comentários breves sobre equilíbrio químico:

Um sistema em equilíbrio não tende a mudar em direção alguma (direta ou inversa).


Um sistema permanece em equilíbrio até ser perturbado por uma mudança de condições.
O estado de equilíbrio é dinâmico: os processos direto e inverso con nuam a acontecer, porém sua
velocidade é a mesma. Os processos con nuam a ocorrer no nível microscópico.
Termodinamicamente, no equilíbrio: ∆Stotal = 0 e ∆G = 0.
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Diagrama de Energia Livre para Reações Químicas

A gura que segue, mostra qualita vamente a relação entre ∆G° e o estado de equilíbrio. Mostra também
como varia a energia livre à medida que a reação avança:

Observa-se: A reação ocorre enquanto a energia livre do sistema es ver decrescendo (∆G< 0). Quando a
reação chegar no ponto a par r do qual a formação de produtos implique em aumento da energia livre (∆G > 0), a
reação cessa macroscópicamente e o sistema estará em equilíbrio.

Caso par cular:

Os grá cos anteriores permitem fazer uma dis nção muito importante entre ∆G° e ∆G:
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∆G° é simplesmente G°P – G°R


∆G é a variação de energia livre em vários intervalos ao longo do caminho da reação
∆G < 0 reação avança no sen do direto
∆G > 0 reação retrocede (avança no sen do inverso)
Os grá cos mostram que para uma reação qualquer em que reagente e produtos estão na mesma fase,
existe uma composição de mistura reagente + produto que tem um mínimo de energia livre que se situa abaixo
tanto de G°R como de G°P.

Como o sistema sempre busca o mínimo de energia livre, as reações químicas sempre irão ocorrer em uma
certa extensão tanto se no início só houver reagentes puros (R P) ou só houver produtos puros (R P).
Em cada caso a reação é acompanhada por um decréscimo de energia livre enquanto a reação se
aproxima do estado de equilíbrio.
Logo: ∆G para qualquer reação em direção ao mínimo é nega vo.
Então: É o sinal de ∆G e não o sinal de ∆Gº que determina a espontaneidade.
∆Gº apenas determina a posição do valor mínimo da curva de energia livre.

No entanto, ainda que o valor de ∆Gº não seja um indicador de espontaneidade, funciona como guia de
viabilidade para uma determinada reação.
Não vale a pena tentar obter certos produtos a par r de certos reagentes se ∆Gº >> 0, pois o rendimento
seria muito pequeno.

Exemplo:
Sob condições padrão, seria possível obter iodo sólido através do seguinte processo a 298 K?
2 HI (g) + Cl2 (g) 2 HCl (g) + I2 (s)

Dados da tabela: ∆Gf°m, 298 (HCl (g)) = – 95,30 kJ. mol-1


∆Gf°m, 298 (HI (g) ) = + 1,70 kJ. mol-1

Lembrando que: ∆Gr° 298 = ∆Gf°m, 298 (Produtos)– ∆Gf°m, 298 (Reagentes)

Resolução:
∆Gr° 298 = [2 x ∆Gf°m, 298 (HCl (g)) ] – [2 x ∆Gf°m, 298 (HI (g)) ]
∆Gr° 298 = [2 x (– 95,30) ] – [2 x (1,70) ]
∆Gr° 298 = [– 190,60 ] – [3,40]
∆Gr° 298 = – 194,00 kJ. mol-1 de I2 (s)

Conclusão: Pelo sinal de ∆G°, pode-se concluir que a posição do equilíbrio favorece a formação de I2 (s) e,
portanto, a reação é viável.

Diagrama de Energia Livre para Mudanças de Fase

Os processos de mudança de fase são processos sicos e apresentam diagramas de energia livre mais
simples do que os diagramas de energia livre de reações químicas, vistos no item anterior.
Para uma dada mudança de fase como:
H2O (l) H2O (s) (Solidi cação)

O equilíbrio pode exis r para uma dada pressão apenas a uma dada temperatura par cular. Para a água
se: P = 1 atm, a temperatura de solidi cação é 0 ºC, ou seja:
(a) T < 0 ºC: H2O ( ) H2O (s) (Solidi cação)
(b) T = 0 ºC: H2O ( ) H2O (s) (Equilíbrio L/S)
(c) T > 0 ºC: H2O ( ) H2O (s) (Fusão)
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Desta forma, os diagramas de energia livre são:

Em:
a) A energia livre diminui até toda a água exis r como gelo.
(b) O equilíbrio gelo/água líquida pode exis r para qualquer composição gelo/água.
(c) A fusão é espontânea e ocorrerá até toda a água exis r como líquido.

Variação de Energia Livre Padrão e Constante de Equilíbrio Termodinâmico

Anteriormente foi visto de forma qualita va que a posição do equilíbrio numa reação química é determinada
pelo sinal e pela magnitude de ∆G°. Foi visto também que a direção na qual a reação ocorre depende da composição
do sistema em relação ao mínimo da curva de energia livre.
Quan ta vamente, é preciso que se conheça a relação entre ∆G (prognós co de espontaneidade) e ∆G°.
É possível demonstrar, para espécies gasosas, a relação matemá ca a seguir (válida para 1 mol):

Gm – Gºm = RT ln (P / Pº) para 1 mol

Onde: Gm = Energia livre molar da espécie gasosa a qualquer pressão (em atm)
Gºm = Energia livre molar padrão da espécie gasosa (a 1 atm)
P = Qualquer pressão (em atm)
Pº = Pressão padrão (em atm)
T = temperatura em K
R = Constante universal dos gases (8,314 J. mol-1. K-1)
Logo: Gm – Gºm = RT ln (P atm / 1 atm)
Gm – Gºm = RT ln P
OBS: P é adimensional.

Para “n” mols, se tem: nGm = nGºm + nRT ln P


A equação acima será u lizada para deduzir a relação entre a constante de equilíbrio e ∆G°.

Considerando a reação genérica entre gases ideais:


a A (g) + b B (g) c C (g) + d D (g)
e que: PA, PB, PC e PD = pressões parciais dos reagentes e produtos.

Sabe-se que ∆G, em quaisquer condições, pode ser dado por:


∆G = Gprodutos – Greagentes

Logo: ∆G = [c.Gm (C) + d.Gm (D)] – [a.Gm (A) + b.Gm (B)]


º
Mas: c.Gm (C) = c.G m (C) + c.RT.ln PC
d.Gm (D) = d.Gºm (D) + d.RT.ln PD
a.Gm (A) = a.Gºm (A) + a.RT.ln PA
b.Gm (B) = b.Gºm (B) + b.RT.ln PB
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Subs tuindo:
∆G = [c.Gºm (C) + c.RT.ln PC + d.Gºm (D) + d.RT.ln PD] - [a.Gºm (A) + a.RT.ln PA + b.Gºm (B) + b.RT.ln PB]

Rearranjando:
∆G = [c. Gºm (C) + d.Gºm (D)]- [a.Gºm (A) - b.G ºm (B)] + [c.RT.ln PC + d.RT.ln PD] – [a.RT.ln PA + b.RT.ln PB]

∆G° + RT. Ln (PC c . PDd / PAa . PBb )

Resultando em: ∆G = ∆G° + RT.ln Q


Onde: Q = PCc . PDd / PAa . PBb é o quociente de reação, é adimensional.
Esta equação relaciona ∆G de qualquer reação entre gases ideais com ∆G° e as pressões parciais de
reagentes e produtos.
Supondo que as pressões parciais correspondem às pressões do estado de equilíbrio, então:
∆G = 0 e Q = Keq

Para reações gasosas, Keq = KP = (PCc . PDd / PAa . PBb)eq


Assim: 0 = ∆G° + RT.ln KP

Ou seja: ∆G° = – RT.ln KP

Ou: KP = e – (∆G° / RT) Para reações gasosas

Por outro lado, para espécies em solução, é possível demonstrar a relação matemá ca a seguir:
º º
Gm = G m + RT ln (a / a ) para 1 mol
Onde: a = a vidade
aº = a vidade padrão = 1
OBS:
1) Para espécies em solução, as condições padrão são estabelecidas como condições de a vidade unitária.
º
2) Para soluções diluídas, a vidade é aproximadamente igual à concentração molar, ou seja, a 1 mol L–1.

Considerando soluções diluídas, com concentração molar igual a “c” , a relação anterior pode ser modi cada:
Gm = Gºm + RT ln ( c (mol L–1) / 1 (mol L–1) )
º
Gm = G m + RT ln c onde c é adimensional.

Para ”n” mols: n Gm = n Gºm + n RT ln c

Por analogia às reações em fase gasosa, considerando a reação genérica ocorrendo em solução:
a A (aq) + b B (aq) c C (aq) + d D (aq)
É possível demonstrar que:
∆G = ∆G° + RT.ln ([C]C [D]d / [A]a [B]b )

Q => adimensional

Esta equação relaciona ∆G de qualquer reação em solução aquosa com ∆G° e as concentrações de reagentes
e produtos.
Supondo que as concentrações correspondam às concentrações do estado de equilíbrio, então:
∆G = 0 e Q = Keq
Para reações em solução:
Keq = Kc = ([C]c [D]d / [A]a [B]b) eq
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Assim: 0 = ∆G° + RT.ln Kc


Ou seja: ∆G° = – RT.ln KC
Ou: Kc = e – (∆G° / RT) Para reações em solução

Observa-se que são ob das as mesmas relações entre ∆G° e Kp (para reações gasosas) e ∆G° e Kc (para
reações em solução).

Algumas conclusões podem ser radas:


Kc = e – (-∆G° / RT)
 Se ∆G° < 0 expoente posi vo Keq > 1

(PCc . PDd) eq > (PAa . PBb)eq


Ou
(CCc . CDd) eq > (CAa . C Bb)eq

No equilíbrio, a mistura reacional é rica em produtos.


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 Se ∆G° <<<< 0 Keq >>>> 1

∆G° mais nega vo que – 20 kJ reação pra camente completa, sobra muito pouco
reagente quando o equilíbrio é a ngido.
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Kc = e – (+∆G° / RT)
 Se ∆G° > 0 expoente nega vo Keq < 1

(PCc . PDd) eq < (PAa . PBb)eq


Ou
(CCc . CDd) eq < (CAa . C Bb) eq

No equilíbrio, a mistura reacional é rica em reagentes.


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 Se ∆G° >>>> 0 Keq <<<< 1

∆G° mais posi vo que 20 kJ reação pra camente não ocorre


e forma muito pouco produto
quando o equilíbrio é a ngido.
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 Se ∆G° = 0 (caso par cular) expoente = 0 Keq = 1

(PCc . PDd) eq = (PAa . PBb) eq


Ou
(CCc . CDd) eq = (CAa . CBb) eq
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Para melhor entender os casos em que:


a) ∆G° <<<< 0

Por exemplo: ∆G° = – 50 kJ = – 50 000 J


K eq = e – (– 50.000 / 8,314 298)
K eq = e 20,1810
K eq = 5,8 108 (a 298 K) (reação quase completa)

b) ∆G° >>>> 0

Por exemplo: ∆G° = 50 kJ = 50 000 J


K eq = e – ( 50.000 / 8,314 298)
K eq = e – 20,1810
K eq = 1,7 10–9 (a 298 K) (reação quase não ocorre)

Gra camente pode-se ver:


a) ∆G° <<<< 0 b) ∆G° >>>> 0

Escrevendo a equação, KP (ou Kc) = e – (∆G° / RT)


em uma forma expandida, pois ∆G° = ∆H° – T ∆S°,
obtém-se: KP (ou KC) = e (∆S° / R) . e (– ∆H° /RT)

Pode-se compreender melhor as forças que atuam sobre as reações químicas:


 Quanto mais posi vo ∆S° maior Keq
 Quanto mais nega vo ∆H° maior Keq
Desta forma, a tendência no sen do de alcançar o máximo de caos molecular (maior entropia) contribui
diretamente para a magnitude de Keq, assim como a tendência dos átomos em tentarem alcançar o estado de menor
energia também contribui para aumentar o valor da Keq.

Exemplos:
1) O dióxido de enxofre (SO2), gerado na combustão da gasolina que contenha enxofre, é um poluente do
ar. Mas reage com o oxigênio (O2) quando passa pelo catalisador presente no conversor catalí co do
automóvel. O produto da reação é o trióxido de enxofre (SO3), um óxido muito ácido.

2 SO2 (g) + O2 (g) 2 SO3 (g)

Para esta reação, ∆G° = 140 kJ. mol-1 a 25 ºC. Calcular o valor de KP.

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