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A par r dos valores de ∆Hf° m, 298 e S°m, 298, é possível calcular os valores de ∆Gf°m , 298os quais também são
tabelados.
Exemplo:
Para calcular-se ∆Gf°m , 298 de Fe2O3 (s).
Lembrando-se a relação ∆G = ∆H – T. ∆S, u liza-se a reação de formação da substância e os valores
tabelados de ∆Hf°m, 298 e S°m, 298
2 Fe (s) + 3/2 O2 (g) Fe2O3 (s)
Dados da tabela:
∆Hf°m, 298 (Fe2O3 (s)) = – 824,20 kJ. mol-1
S°m, 298 (Fe2O3 (s)) = 87,40 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (O2 (g)) = 205,14 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (Fe (s)) = 27,28 J. K-1. mol-1
∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = S°m, 298 (Fe2O3 (s)) – [2 x S°m, 298 (Fe (s)) + 3/2 S°m, 298 (O2 (g))]
∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = 87,40 – [2 x 27,28 + 3/2 x 205,14]
∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = 87,40 – [54,56 + 307,71]
∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = 87,40 – 362,27
∆Sf°m, 298 (Fe2O3) = – 274,87 J. K-1. mol-1
Dados da tabela:
∆Hf°m, 298 (glicose) = – 1268 kJ. mol-1
∆Hf°m, 298 (CO2 (g)) = – 393,5 kJ. mol-1
∆Hf°m, 298 (H2O (ℓ)) = – 285,83 kJ. mol-1
S°m, 298 (glicose) = 212 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (O2 (g)) = 205,14 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (CO2 (g)) = 213,74 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (H2O (ℓ)) = 69,91 J. K-1. mol-1
Cálculo de ∆Hr298:
∆Hr°298= ∆Hf°m, 298 (Produtos) – ∆Hf°m, 298 (Reagentes)
∆Hr°298 = [ 6 x ∆Hf°m, 298 (CO2 (g)) + 6 x ∆Hf°m, 298 (H2O (ℓ)) ] – ∆Hf°m, 298 (glicose)
∆Hr°298 = [ 6 x (– 393,51) + 6 x (– 285,83) ] – (– 1268)
∆Hr°298 = (– 2361,06) + (– 1714,98) + 1268
∆Hr°298 = – 2808,04 kJ. mol-1
Cálculo de ∆Srr°298:
∆Sr°298= Sf°m, 298 (Produtos) – Sf°m, 298 (Reagentes)
∆Sr°298 = [ 6 x Sf°m, 298 (CO2 (g)) + 6 x Sf°m, 298 (H2O (ℓ)) ] – [Sf°m, 298 (glicose) + 6 x Sf°m, 298 (O2 (g))]
Impresso por Watashi Wa Rans, CPF 040.200.501-55 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 11/05/2021 08:55:28
Cálculo de ∆Gr°298:
∆Gr°298= ∆Hf°m, 298 – 298 K . ∆Sr°298
∆Gr°298= – 2808,04 kJ. mol-1 – 298 K x 259,06 J. K-1.mol-1
∆Gr°298=– 2808,04 kJ. mol-1 – 298 K x 259,06 10–3 kJ.K-1. mol-1
∆Gr°298= – 2808,04 kJ. mol-1 – 77,2 kJ. mol-1
∆Gr°298= – 2885,24 kJ. mol-1
∆Gr°298 = [6 x ∆Gf°m, 298 (CO2 (g) )) + 6 x ∆Gf°m, 298 (H2O (ℓ)) ] – ∆Gf°m, 298 (glicose)
∆Gr°298 = [ 6 x (– 394,36) + 6 x (– 237,13) ] – (– 910)
∆Gr°298 = [ (– 2366,16) + (– 1422,78) ] – (– 910)
∆Gr°298 = [ – 3788,94 ] – (– 910)
∆Gr°298 = – 2878,94 kJ. mol-1
Já foi visto que os valores de ∆H° de reação não variam muito com a temperatura.
Da mesma forma, os valores de ∆S° de reação variam muito pouco com a temperatura. As entropias dos
reagentes e produtos são afetadas pelo aumento de temperatura, mas a diferença entre eles muda muito pouco.
Para todos os efeitos prá cos, pode-se considerar que ∆Hr° e ∆Sr° variam muito pouco com a temperatura.
Mas ∆Gr° depende da temperatura, pois:
∆Grº = ∆Hrº – T. ∆Sr º
Exemplo:
Calcular ∆Gr° para a combustão de 1 mol de glicose a 85 ºC.
No caso de uma reação exotérmica (∆Hr° < 0) com uma entropia de reação negativa (∆Sr° < 0), o termo
(T. ∆Srº) contribui como um termo posi vo para ∆Gr°. Em uma reação desse po ∆Gr° será nega vo em T baixas, mas
pode se tornar posi vo em T altas.
No caso de uma reação endotérmica (∆Hr° > 0) com uma entropia de reação posi va (∆Sr° > 0), o termo ∆Hr°
contribui como termo posi vo no cálculo ∆Gr°. Em uma reação desse po∆Gr° será nega vo em T altas, mas pode se
tornar posi vo em T baixas.
Já foi visto que se ∆Hr° > 0 e ∆Sr° < 0 a reação nunca será espontânea pois ∆Gr° será posi vo em qualquer
temperatura.
Mas no caso de ∆Hr° < 0 e ∆Sr° > 0 a reação será espontânea em qualquer temperatura pois ∆Gr° será sempre
nega vo.
Como: ∆Grº = ∆Hrº – T. ∆Srº
Logo: A temperatura em que ∆Grº = 0 é a temperatura em que uma reação troca da espontaneidade para a
não espontaneidade.
Se: ∆Grº = 0 ∆Hrº – T. ∆Srº = 0
E: T = ∆Hrº / ∆Srº Temperatura em que ∆Grº muda de sinal.
Exemplo:
Es mar a temperatura a par r da qual é termodinamicamente possível para o carbono reduzir óxido de ferro (III) até
ferro em condição padrão, pela reação endotérmica:
2 Fe2O3 (s) + 3 C (gra ta) 4 Fe (s) + 3 CO2 (g)
Dados da tabela:
∆Hf°m, 298 (Fe2O3 (s)) = – 824,2 kJ. mol-1
∆Hf°m, 298 (CO2 (g)) = – 393,5 kJ. mol-1
S°m, 298 (Fe2O3 (s)) = 87,4 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (C (gra ta)) = 5,7 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (Fe (s)) = 27,3 J. K-1. mol-1
S°m, 298 (CO2 (g)) = 213,74 J. K-1. mol-1
Resolução:
∆Hr° > 0 já que a reação é endotérmica.
Pode-se prever que ∆Sr° > 0, já que há um aumento da desordem pois forma-se um produto gasoso.
Logo esta reação terá ∆Grº < 0 quando ∆Hr° < T. ∆Srº altas T
Cálculo de∆Hr°298:
∆Hr°298= ∆Hf°m, 298 (Produtos) – ∆Hf°m, 298 (Reagentes)
∆Hr°298 = [ 3 x ∆Hf°m, 298 (CO2 (g))] – [ 2 x ∆Hf°m, 298(Fe2O3 (s))]
∆Hr°298 = [ 3 x (– 393,51)] –[ 2 x (– 824,2) ]
∆Hr°298 = [ – 1180,5 ] – [ – 1648,4 ]
∆Hr°298 = [ – 1180,5 ] + 1648,4
∆Hr°298 = + 467,9 kJ. mol-1 ∆Hr° > 0
Cálculode∆Sr°298:
∆Sr°298= Sf°m, 298 (Produtos) – Sf°m, 298 (Reagentes)
∆Sr°298 = [ 4 x S°m, 298 (Fe (s)) + 3 x S°m, 298 (CO2 (g)) ] – [2 x S°m,298 (Fe2O3 (s)) + 3 x S°m, 298 (C (gra ta)) ]
∆Sr°298 = [ 4 x 27,3 + 3 x 213,7 ] – [ 2 x 87,4 + 3 x 5,7 ]
∆Sr°298 = [ 109,2 + 641,1 ] – [ 174,8 + 17,1 ]
∆Sr°298 = 750,3 – 191,9
∆Sr°298 = 558,4 J . K-1 . mol-1 ∆Sr°298 > 0
Cálculo de∆Gr°298:
∆Gr°298= ∆Hf°m, 298 – 298 K . ∆Sr°298
∆Gr°298= + 467,94 kJ. mol-1 – 298 K x 558,4 J. K-1.mol-1
∆Gr°298= + 467,9 kJ. mol-1 – 298 K x 558,4 10–3 kJ. K-1. mol-1
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T = ∆Hrº / ∆Srº T = 467,9 kJ. mol-1 / 558,4 x 10–3 kJ. K-1. mol-1
T = 837,9 K = 564,9 ºC
Como a reação é endotérmica, a temperatura mínima em que a redução ocorre, em condições padrão, é
cerca de 565 ºC.
Foi visto que a variação da energia livre padrão (∆G°) podia ser usada como critério de espontaneidade de
uma reação química.
∆G° < 0 reação química espontânea
∆G° > 0 reação não espontânea
Problema: A relação entre a magnitude de ∆G° e a composição da mistura reagente mais produto existente
no estado de equilíbrio.
O equilíbrio químico será estudado mais adiante, mas todos os princípios relacionados com este assunto são
da maior importância, por que a tendência das reações químicas em ocorrer na direção do equilíbrio é a base da
maior parte da química.
Alguns comentários breves sobre equilíbrio químico:
A gura que segue, mostra qualita vamente a relação entre ∆G° e o estado de equilíbrio. Mostra também
como varia a energia livre à medida que a reação avança:
Observa-se: A reação ocorre enquanto a energia livre do sistema es ver decrescendo (∆G< 0). Quando a
reação chegar no ponto a par r do qual a formação de produtos implique em aumento da energia livre (∆G > 0), a
reação cessa macroscópicamente e o sistema estará em equilíbrio.
Os grá cos anteriores permitem fazer uma dis nção muito importante entre ∆G° e ∆G:
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Como o sistema sempre busca o mínimo de energia livre, as reações químicas sempre irão ocorrer em uma
certa extensão tanto se no início só houver reagentes puros (R P) ou só houver produtos puros (R P).
Em cada caso a reação é acompanhada por um decréscimo de energia livre enquanto a reação se
aproxima do estado de equilíbrio.
Logo: ∆G para qualquer reação em direção ao mínimo é nega vo.
Então: É o sinal de ∆G e não o sinal de ∆Gº que determina a espontaneidade.
∆Gº apenas determina a posição do valor mínimo da curva de energia livre.
No entanto, ainda que o valor de ∆Gº não seja um indicador de espontaneidade, funciona como guia de
viabilidade para uma determinada reação.
Não vale a pena tentar obter certos produtos a par r de certos reagentes se ∆Gº >> 0, pois o rendimento
seria muito pequeno.
Exemplo:
Sob condições padrão, seria possível obter iodo sólido através do seguinte processo a 298 K?
2 HI (g) + Cl2 (g) 2 HCl (g) + I2 (s)
Lembrando que: ∆Gr° 298 = ∆Gf°m, 298 (Produtos)– ∆Gf°m, 298 (Reagentes)
Resolução:
∆Gr° 298 = [2 x ∆Gf°m, 298 (HCl (g)) ] – [2 x ∆Gf°m, 298 (HI (g)) ]
∆Gr° 298 = [2 x (– 95,30) ] – [2 x (1,70) ]
∆Gr° 298 = [– 190,60 ] – [3,40]
∆Gr° 298 = – 194,00 kJ. mol-1 de I2 (s)
Conclusão: Pelo sinal de ∆G°, pode-se concluir que a posição do equilíbrio favorece a formação de I2 (s) e,
portanto, a reação é viável.
Os processos de mudança de fase são processos sicos e apresentam diagramas de energia livre mais
simples do que os diagramas de energia livre de reações químicas, vistos no item anterior.
Para uma dada mudança de fase como:
H2O (l) H2O (s) (Solidi cação)
O equilíbrio pode exis r para uma dada pressão apenas a uma dada temperatura par cular. Para a água
se: P = 1 atm, a temperatura de solidi cação é 0 ºC, ou seja:
(a) T < 0 ºC: H2O ( ) H2O (s) (Solidi cação)
(b) T = 0 ºC: H2O ( ) H2O (s) (Equilíbrio L/S)
(c) T > 0 ºC: H2O ( ) H2O (s) (Fusão)
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Em:
a) A energia livre diminui até toda a água exis r como gelo.
(b) O equilíbrio gelo/água líquida pode exis r para qualquer composição gelo/água.
(c) A fusão é espontânea e ocorrerá até toda a água exis r como líquido.
Anteriormente foi visto de forma qualita va que a posição do equilíbrio numa reação química é determinada
pelo sinal e pela magnitude de ∆G°. Foi visto também que a direção na qual a reação ocorre depende da composição
do sistema em relação ao mínimo da curva de energia livre.
Quan ta vamente, é preciso que se conheça a relação entre ∆G (prognós co de espontaneidade) e ∆G°.
É possível demonstrar, para espécies gasosas, a relação matemá ca a seguir (válida para 1 mol):
Onde: Gm = Energia livre molar da espécie gasosa a qualquer pressão (em atm)
Gºm = Energia livre molar padrão da espécie gasosa (a 1 atm)
P = Qualquer pressão (em atm)
Pº = Pressão padrão (em atm)
T = temperatura em K
R = Constante universal dos gases (8,314 J. mol-1. K-1)
Logo: Gm – Gºm = RT ln (P atm / 1 atm)
Gm – Gºm = RT ln P
OBS: P é adimensional.
Subs tuindo:
∆G = [c.Gºm (C) + c.RT.ln PC + d.Gºm (D) + d.RT.ln PD] - [a.Gºm (A) + a.RT.ln PA + b.Gºm (B) + b.RT.ln PB]
Rearranjando:
∆G = [c. Gºm (C) + d.Gºm (D)]- [a.Gºm (A) - b.G ºm (B)] + [c.RT.ln PC + d.RT.ln PD] – [a.RT.ln PA + b.RT.ln PB]
Por outro lado, para espécies em solução, é possível demonstrar a relação matemá ca a seguir:
º º
Gm = G m + RT ln (a / a ) para 1 mol
Onde: a = a vidade
aº = a vidade padrão = 1
OBS:
1) Para espécies em solução, as condições padrão são estabelecidas como condições de a vidade unitária.
º
2) Para soluções diluídas, a vidade é aproximadamente igual à concentração molar, ou seja, a 1 mol L–1.
Considerando soluções diluídas, com concentração molar igual a “c” , a relação anterior pode ser modi cada:
Gm = Gºm + RT ln ( c (mol L–1) / 1 (mol L–1) )
º
Gm = G m + RT ln c onde c é adimensional.
Por analogia às reações em fase gasosa, considerando a reação genérica ocorrendo em solução:
a A (aq) + b B (aq) c C (aq) + d D (aq)
É possível demonstrar que:
∆G = ∆G° + RT.ln ([C]C [D]d / [A]a [B]b )
Q => adimensional
Esta equação relaciona ∆G de qualquer reação em solução aquosa com ∆G° e as concentrações de reagentes
e produtos.
Supondo que as concentrações correspondam às concentrações do estado de equilíbrio, então:
∆G = 0 e Q = Keq
Para reações em solução:
Keq = Kc = ([C]c [D]d / [A]a [B]b) eq
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Observa-se que são ob das as mesmas relações entre ∆G° e Kp (para reações gasosas) e ∆G° e Kc (para
reações em solução).
∆G° mais nega vo que – 20 kJ reação pra camente completa, sobra muito pouco
reagente quando o equilíbrio é a ngido.
________________________________________________________________
Kc = e – (+∆G° / RT)
Se ∆G° > 0 expoente nega vo Keq < 1
b) ∆G° >>>> 0
Exemplos:
1) O dióxido de enxofre (SO2), gerado na combustão da gasolina que contenha enxofre, é um poluente do
ar. Mas reage com o oxigênio (O2) quando passa pelo catalisador presente no conversor catalí co do
automóvel. O produto da reação é o trióxido de enxofre (SO3), um óxido muito ácido.
Para esta reação, ∆G° = 140 kJ. mol-1 a 25 ºC. Calcular o valor de KP.