O artigo “Conceitos fundamentais dos métodos projetivos” tem como proposta a de
demonstrar como a abordagem psicanalítica contribuiu para os métodos projetivos. Essa
proposta vem com a ideia de fortalecer a confiança no uso dos métodos projetivos nos processos de avaliação psicológica. Foram, então, examinados quatro conceitos: o conceito da projeção e suas diversas variações, o conceito da elaboração de fantasias, o da personificação e o da formação de compromisso. Fabien Javier Marín Rueda fala em seu artigo “Um Estudo da Produção Científica de 2002” que é importante ter um reconhecimento de uma variabilidade de instrumentos, técnicas e materiais empregados nas pesquisas analisadas. A variabilidade, em questão, é algo positivo para o estudo da avaliação psicológica, pois essa é uma área onde testes são importantes fontes de informação. Seguindo a lógica de Rueda, o artigo “Conceitos fundamentais dos métodos projetivos” é muito importante, pois ele possui essa proposta de abertura e divulgação de um método de avalição psicológica que só enriquece uma variabilidade de instrumentos, técnicas e materiais. O primeiro conceito apresentado é o da projeção. Projeção ocorre quando uma pessoa aponta nos outros uma inclinação que existe nela, mas que o superego considera reprovável. Em geral, preconceitos (como machismo e racismo, por exemplo) são baseados em projeções. Melaine Klein diz que a projeção é um processo de colocar pra fora o que nós não suportamos dentro de nós. Quando jogamos/apontamos a parte mal de um objeto no outro, e assim nos identificamos com o que foi projetado. O algo de ruim que jogamos para fora volta para nós na identificação, na forma de curiosidade, fascinação, etc. O segundo é o de elaboração de fantasias. Freud diz que existiria uma grande proximidade entre a brincadeira da criança e a obra do artista e que a diferença é que o artista brincaria somente na imaginação e a criança precisa jogar essa fantasia no real. A fantasia para criar surge da mesma forma como o sonho, por meio de enlaces múltiplos. Fantasias e sonhos diurnos também procuram realizar anseios e expectativas do sujeito, pois existem vinculações profundas entre a obra e a vida subjetiva do artista. O terceiro conceito é o da personificação. Para Freud, o protagonista de uma história, por exemplo, seria a maneira que o ego do autor se expressa na arte. Um autor, ao desenvolver sua história, também tem a oportunidade de depositar características da dinâmica interna de sua vida mental nos diversos heróis de sua trama. O quarto e último conceito explanado no texto é o de formação de compromisso. É dito que a fantasia é função de uma formação de compromisso entre o ID, Ego e Superego, onde o objetivo é o do equilíbrio psíquico. Durante uma aplicação projetiva, por exemplo, podem haver respostas aos métodos projetivos que serão resultados de uma formação de compromisso, de uma busca por esse equilíbrio. As leituras de Freud sobre a arte podem fornecer uma boa base para legitimar os métodos projetivos. Tais métodos declaram a possibilidade de falarmos algo sobre alguém, por meio de sua produção, de suas visões diante de estímulos ambíguos. As experiências prévias agem nas percepções, produzindo entrelaçamentos que se materializam nas fantasias criadas frente a estímulos ambíguos. O artigo conclui dizendo que há vários outros constructos que também mereceriam atenção e que poderiam oferecer fundamentos para uma abordagem projetiva, e que por isso se vê necessária uma ampliação dos estudos dos métodos projetivos. O artigo também diz que é necessário sensibilidade, tato e conhecimento na interpretação destas técnicas, pois a responsabilidade do uso destas técnicas é muito grande.