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KILLER
Lutar. Matar. Comer. Dormir. Repetir.
Nasci para ser escravo, mas abri meu caminho com sangue e inúmeras mortes nas mãos.
Quando a princesinha inocente - uma princesa que não pertencia ao meu mundo, me procura por
ajuda... Talia Barese não percebe que acabou de encontrar seu pior pesadelo.
Meu nome sempre vem com um sinal de alerta. Eles dizem que sou um monstro. Eles estão
certos...
Pena que Talia não prestou atenção aos avisos. Ela deveria ter prestado. Agora, não há
lugar para correr. ...
Tenha cuidado com o que deseja.
Prólogo
Talia
O mundo em que cresci era definido por leis antiquadas e toscas, tão
inegociáveis quanto o próprio tempo.
Que a Bratva é nossa inimiga mortal estava no topo deste conjunto
de leis. Estava enraizado em todos os membros das famílias da máfia
italiana desde o nascimento, e eles levavam essa verdade irrefutável para o
túmulo com eles. Como mulher, eu não podia fazer parte da máfia em si, e
mesmo assim a gaiola dourada dos homens feitos regiam todos os aspectos
da minha vida.
Durante muito tempo, me conformei com isso.
Hoje, decidi cometer a traição final.
Se eu fosse homem, seria confrontado com a única punição aceitável
por esse crime: tortura e morte. Meu primo Luca, o Capo da Famiglia de
Nova York, pode ser mais indulgente comigo se ele descobrir. O perdão não
estava entre seus traços de caráter.
No entanto, não me arrependi da minha decisão de fugir dos olhos
vigilantes do meu guarda-costas e fugir para o território inimigo. Na
Famiglia, ninguém teria me ajudado a me vingar do homem que destruiu
minha vida aos quinze anos. Ele não foi o único, nem o pior, mas todos os
outros foram mortos. Só ele permaneceu vivo - minha única chance de
provar um pouco de vingança. Era uma fome insaciável que eu não
conseguia suprimir e só cresceu nos cinco anos desde que minha família foi
destruída.
Eu sorri ironicamente. A ironia era que eu estava a caminho de pedir
ao mais notório assassino da Bratva, com o nome significativo ‘Killer’, para
acabar com o homem que eu odiava, quando os russos foram a razão da
queda da minha família.
Medo e excitação nervosa travavam uma batalha implacável em
meu corpo quando o avião finalmente pousou em Miami, o lugar onde a
vida poderia mudar para melhor ou para pior.
Killer seria minha salvação ... ou minha desgraça?
Prólogo
Killer
Alguns me chamavam de psicopata. Outros diziam que eu era um
monstro sem coração. Eu tinha sido chamado de muitas coisas na minha
vida, e todas elas eram verdadeiras.
Psicopata. Monstro. Mal. Desumano. Cruel. Um selvagem brutal... e
eu era tudo isso. Eu era o pior pesadelo das pessoas. Eles diziam que se eu
chamasse seu nome três vezes... significava que eu estava vindo até você.
Pela sua vida... sua alma.
Ceifador era um dos meus muitos nomes. Anjo da morte, eles me
chamavam. Mas eu sempre preferi... KILLER. Meu nome e o significado
direto de quem eu era... e o que eu fazia.
Eu matava por esporte; Eu matava por hobby ... e matava pelo meu
trabalho.
Minhas mãos estavam manchadas de sangue de inúmeras mortes. A
gaiola era minha casa e os gritos da minha vítima? Porra de música para os
meus ouvidos. Uma maldita canção de ninar.
Meu telefone tocou, me tirando dos meus pensamentos. Parei no
meio da repetição pendurado de cabeça para baixo usando a barra fixa.
Meus músculos se contraíram quando fechei os olhos e ignorei o toque,
focando em terminar meu treino. O suor escorria pelas laterais das minhas
têmporas enquanto agarrava a barra com mais força. Continuei com minhas
flexões, sentindo meus músculos queimarem e apertarem a cada
movimento.
O sangue correu para minha cabeça quando terminei minha segunda
série. O telefone continuou tocando e reprimi uma maldição. Com um
rosnado baixo, soltei a barra e abaixei minhas pernas, aterrissando nos meus
pés sem tropeçar. Eu andei em direção à mesa e peguei meu telefone,
aceitando a ligação sem olhar quem estava me ligando.
Eu já sabia quem era.
— Demorou demais, — disse uma voz anasalada irritante.
— Envie-me a informação, — eu cortei. Ele estava começando a me
irritar com essa atitude. Eu não era nem seu amigo nem seu escravo.
Ele soltou um suspiro. —Este trabalho é importante.
E não eram todos?
—Eles estão pagando um bom dinheiro, — continuou ele.
—Nome. Endereço. Imagem...— rosnei para o telefone. Ele estava
desperdiçando meu tempo e eu não tinha tempo para conversas com uma
praga como ele.
Ele soltou uma pequena risada, mas havia uma pitada de nervosismo
nela. Ele estava com medo de mim. Bom. Ele deveria estar.
Desliguei antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa. Dois
segundos depois, meu telefone tocou com uma mensagem.
Meus lábios franziram.
Minhas veias latejavam com forte adrenalina.
A caçada vai começar...
Capítulo Um
Talia
Desde o momento em que pisei em Miami ontem, pela primeira vez
na minha vida fora do território da máfia italiana, uma sensação quase
inebriante de liberdade me dominou. Talvez essa fosse uma terra inimiga,
mas parecia que eu tinha escapado da minha gaiola dourada e poderia voar
pela primeira vez.
Comprei roupas novas, muito mais reveladoras do que qualquer
coisa que já tive permissão para usar em casa, e fui para o bar Kazan em
Wynwood, ao norte do centro de Miami. O Kazan estava situado em um dos
muitos armazéns convertidos da região. Se alguém não soubesse que era de
propriedade da Bratva, o majestoso mural de um lobo rosnando acima da
porta de aço os teria alertado.
O nervosismo torceu minha barriga em um aperto implacável
quando entrei no bar. O cheiro de fumaça velha e cerveja derramada pairava
pesadamente no ar. Meus saltos bateram no chão de pedra escura. Grafites
de lobos rosnando, chamas e Kalashnikovs1 adornavam as paredes -
imagens bélicas que provocavam arrepios ao longo da minha pele. O bar
abriria em uma hora, mas como uma das novas garçonetes eu precisava
chegar cedo. O atraente barman russo inclinou a cabeça em cumprimento e
levantou o polegar. —Melhor para gorjetas.
Corei e dei um pequeno sorriso, percebendo que ele estava se
referindo às minhas roupas. Quando me candidatei para o trabalho ontem,
eu estava em meu traje habitual: um vestido e sapatilhas modestas,
maquiagem mínima e um rabo de cavalo prático. Nada que chamasse a
atenção em um bar como esse. Hoje, com meus saltos de dez centímetros,
saia de couro e blusa com estampa de oncinha, eu me encaixava. Meus
cabelos castanhos caíam em cachos nas minhas costas, quase atingindo
minha bunda, e minha pele estava pegajosa pela quantidade de maquiagem
que eu usava. Não parecia comigo.
Segui em frente até a escada estreita na parte de trás do prédio que
levava à arena subterrânea. Ontem, eu não tive permissão para descer, mas
hoje seria o meu local de trabalho. Minha respiração ficou presa quando
entrei no espaço pouco iluminado. Uma miríade de cheiros repugnantes
atingiu meu nariz: mijo, sangue, vômito e merda. A bile subiu pela minha
garganta, mas eu a engoli. Eu precisava me controlar se não quisesse ser
demitida no meu primeiro dia. Então tudo pareceu congelar quando vi a
gaiola de luta no centro. Gritava morte. Quantas pessoas encontraram seu
fim brutal dentro dessas barras de metal? Arrepios cobriram minha pele.
Agora tudo ainda estava deserto, mas hoje à noite a arena estaria lotada com
uma multidão rugindo e sedenta de sangue. Eu vi isso na TV quando meu
cunhado Growl (minha irmã o chamava de Ryan, mas seu nome antigo
ficou comigo) assistiu à transmissão da Darknet da última luta de Killer.
Growl era o Executor da Famiglia, responsável pelo trabalho sujo e tinha
uma propensão à brutalidade. Mas eu não podia lhe pedir que me ajudasse
na minha vingança, já que seu juramento o ligava ao seu Capo e o proibia
uma missão no território de outra máfia. Ele me ajudou sem perceber de
qualquer maneira. Imerso na luta sangrenta, ele deixou escapar quem era
Killer e onde costumava passar seu tempo. Claro, Growl saberia.
Naquele momento, meu plano foi posto em prática, e agora eu
estava aqui, prestes a começar a trabalhar para a Bratva e entrar em contato
com seu brutal assassino. Agora, enquanto eu olhava ao meu redor, a dúvida
invadiu meu corpo.
—Natália! — outra garçonete de nome Britt chamou.
—Apenas Talia, — eu a corrigi. Eu tinha usado uma mentirinha
inocente para explicar meu nome em italiano: que era abreviação russa de
Natalia e que, infelizmente, não falava russo porque meus pais estavam
preocupados que não aprenderia inglês corretamente se me ensinassem.
Britt me mostrou como trabalhar no bar e me avisou para ficar longe
das caras garrafas de champanhe e vodka, que eram reservadas
exclusivamente aos membros de alto escalão da Bratva na cabine de vidro
VIP, no nível superior acima da gaiola de combate. Logo me ocupei com a
agitação de um bar em uma noite de sexta-feira até que meu nervosismo era
apenas uma memória distante. Enquanto lá em cima, no bar oficial, um DJ
aquecia a multidão com uma mistura de ritmos latino-americanos e músicas
de clubes russos mais populares de Moscou, neste inferno subterrâneo só
havia Metal guinchado pelos alto-falantes. Minha pele brilhava de suor
enquanto eu serpenteava através da multidão. O cheiro de suor me
pressionou, misturando-se com o cheiro pungente de mau hálito dos
homens ao meu redor. Eles não eram o tipo de companhia que eu estava
acostumada. Nossos homens mantinham um traquejo externo de
normalidade, escondendo o monstro à espreita, mas os clientes da arena
subterrânea do Kazan gritavam ‘criminosos’ de longe. Seus sorrisos
maliciosos me davam arrepios. Felizmente para mim, um grande número de
prostitutas mantinham sua atenção ocupada.
Eu quase esqueci por que vim para Miami em primeiro lugar,
quando, pouco depois da meia-noite, a música foi desativada para o anúncio
da próxima luta. Um silêncio atravessou a multidão, semelhante ao silêncio
de aves de rapina quando um raptor cruzava o céu acima da árvore de sua
casa. Eu congelei, meus olhos correndo para a porta.
O oponente de Killer apareceu, um homem enorme com um nome
impronunciável que caminhou decididamente em direção à gaiola e subiu
pela abertura. Ele era um recém-chegado de São Petersburgo. Ele parecia
monstruoso, quase grotesco, com o rosto marcado e retorcido.
A multidão parecia respirar coletivamente quando, finalmente,
Killer se elevou diante de nós. Minha boca ficou seca ao vê-lo. Agora eu
entendia porque eles tinham que importar seus oponentes da Rússia. Todos
que o vissem pessoalmente não o enfrentariam em uma gaiola por todo o
dinheiro do mundo.
A bandeja equilibrada na palma da minha mão ficou pesada, mas
não consegui entregá-la aos próximos clientes. Minhas pernas eram inúteis.
Killer era ainda mais alto e mais musculoso que seu oponente. Cada
movimento acentuava os músculos pesados sob sua pele coberta de
tatuagens. Ele me encarou a caminho da gaiola, seus olhos capturando os
meus. Tive que jogar minha cabeça para trás para encontrar seu olhar
intenso, tremi violentamente quando seu braço roçou o meu em um toque
mínimo. Na penumbra da arena, seus olhos pareciam negros como piscinas
sem fundo. Senti o desejo ridículo de passar as unhas sobre seu cabelo
escuro, depois lentamente pela miríade de tatuagens que adornavam quase
cada centímetro da parte superior do seu corpo. Ele não era bonito no
sentido convencional. Seu rosto muito severo, muitos ângulos acentuados e
cicatrizes sinistras, e ainda assim ele exalava sexualidade crua que chamava
a uma parte minha forçada à dormência pelas regras tradicionais de minha
educação.
Respirando fundo, eu me afastei, mesmo que ele já tivesse passado
por mim e entrado na gaiola. Meu pulso galopou em minhas veias, uma
mistura de medo animal e emoção desenfreada. O árbitro fechou a porta da
gaiola com um barulho metálico retumbante que fez eu e metade da
multidão pular.
Ele se colocou entre os lutadores, explicando as regras. Então saiu
da gaiola, levantou uma arma acima da cabeça e atirou.
O que aconteceu depois transformou meu interior em gelo. A
multidão gritava loucamente, pedindo mais sangue.
Killer era mais monstro que homem, e eu vim aqui para pedir sua
ajuda.
Capítulo Dois
Killer
A gaiola sempre me deu um sentimento de pertencer. Eu nasci para
lutar, para ficar dentro desta gaiola de metal. Outros chamavam de poço da
morte... eu chamava de lar.
Matei pela primeira vez aos oito anos de idade. Em uma gaiola.
Ganhei minha primeira luta aos oito anos de idade. Em uma gaiola.
E nunca perdi uma única luta desde então. Eu tinha um
relacionamento de amor e ódio com esta gaiola.
Adorava porque me deu um propósito.
Odiava... porque era um lembrete de que eu era um viciado.
O ringue subterrâneo... este poço da morte me chamava. Meu
sangue cantava com a necessidade de mutilar, lutar... derramar sangue.
Matar. Eles estavam certos em me chamar de monstro.
Eu possuía este ringue, eu o vivia, o respirava.
No momento em que me afastei das sombras, a multidão se
dispersou para abrir caminho para mim. Um caminho para a gaiola
subterrânea. Minha arena.
Os aplausos eram altos, quase altos demais... era ensurdecedor. A
multidão cantava meu nome.
𝘒𝘪𝘭𝘭𝘦𝘳 𝘒𝘪𝘭𝘭𝘦𝘳 𝘒𝘪𝘭𝘭𝘦𝘳
Os homens batiam no peito com os punhos, rugindo. As mulheres
gritavam, querendo ser ouvidas... desejando minha atenção.
Elas sabiam que eu escolheria uma delas hoje à noite. Depois da
minha luta; depois da minha vitória.
Lutar nesta arena aumentava a tensão. Adrenalina que percorreria
minhas veias por horas, mesmo depois de uma luta sangrenta e satisfatória.
Uma boa foda geralmente ajudava com a tensão subindo pelas minhas
veias.
Buceta apertada. Bunda redonda. Seios bonitos. Sim, isso
geralmente funcionava.
As mulheres se entregavam em uma bandeja de prata. Porra, elas
rastejavam para mim... com olhos suplicantes, implorando pelo meu pau.
Os cânticos cresceram com intensidade quando me aproximei da
gaiola. A porta de metal se abriu e entrei na minha arena. Ele já estava lá.
Meu oponente.
Ele era grande, mas eu era maior.
Seu rosto parecia como se alguém tivesse se divertido com uma
lâmina ardente. Sua carne não se curou adequadamente, as cicatrizes
parecendo pele derretida costuradas sobre seus ossos. Ele era um filho da
puta feio enquanto sorria, me mostrando seus dentes afiados. Havia um
brilho em seus olhos, um brilho que me dizia... que esse homem era
absolutamente louco.
Meus lábios se contraíram e eu sorri.
Sim, isso era exatamente o que eu precisava hoje à noite. Nas
últimas lutas, tive um monte de maricas como meus oponentes. Eles mal
duraram trinta segundos e imploraram por misericórdia antes que eu
derramasse seu sangue.
Olhei para ele, sentindo meus músculos tensos. Meus dedos se
curvaram em volta do meu soco inglês. Minha visão se tornou uma névoa
vermelha. Meu sangue rugiu e meu batimento cardíaco ecoou em meus
ouvidos.
Meu cérebro parou e expeli minha humanidade.
Eu inalei... a morte.
A arma disparou; ele avançou e eu sorri. Ele se lançou, indo para a
minha garganta.
Eu desviei e o acotovelei seu lado. Ele rosnou, furioso porque eu o
atingi primeiro. Meu oponente tinha habilidades... mas ele era lento.
Eu me abaixei quando ele apontou para minha cabeça e meu soco
inglês bateu em sua caixa torácica. Eu senti seus ossos quebrarem. Eu
balancei meu punho esquerdo e atingi o rosto dele.
Dançamos um ao redor do outro e eu arrastei a luta por mais tempo
do que deveria. Ele deu alguns socos. Meu rosto estava inchado, mas ele
estava pior.
Ele acertou meu estômago em seguida e senti minhas costelas
cederem ao redor dos meus pulmões. Eu tropecei para trás e assobiei. Ele
estava sangrando muito mais do que eu e seus movimentos estavam ficando
mais lentos, menos habilidosos. Eu mal estava sem fôlego.
Era a hora de terminar isso.
A próxima vez que ele veio até mim, eu me joguei para a frente e
lancei meu punho direito... aquele com meu soco inglês. Bati meu punho
em sua garganta e senti... seus ossos mutilados. Sua garganta cedeu, seus
olhos se arregalaram, sua respiração falhou e ele desmoronou.
Eu vi um osso quebrado saindo do lado de seu pescoço.
Seu sangue se acumulou na superfície da arena.
A arma disparou novamente, indicando o fim da luta. A multidão
rugiu com a minha vitória. Meu nome ecoou quando os cânticos ficaram
cada vez mais altos.
A porta se abriu e saí da gaiola. Eu acolhi a multidão quando eles se
aproximaram, em minha direção. Eu rosnei em aviso. Era melhor nenhum
filho da puta me tocar. Eu arrancaria seus braços das malditas articulações.
A adrenalina estava praticamente explodindo em minhas veias. Eu estava
chapado, deste lugar, com essa multidão, com a necessidade de matar... para
foder isso fora do meu sistema.
Examinei as pessoas, procurando a foda de hoje à noite.
Meu coração bateu forte por um segundo. Meu olhar a pegou. Como
se ela estivesse me chamando, como se meu corpo a reconhecesse e me
dissesse: —Olha, lá está ela.
Mas ela não estava me chamando, nem pertencia aqui.
Cabelos castanhos compridos, olhos redondos, lábios carnudos e tão
pequena que a multidão praticamente a escondia.
O olhar em seu rosto... ela estava horrorizada com o que acabara de
testemunhar. Uma multidão rugindo por sangue e morte. Eu lutando. Eu
matando aquele homem sem pensar duas vezes.
Ela estava de pé contra a parede mais distante, como se estivesse
tentando se esconder na sombra, se misturar...
Ela tremeu e seu rosto empalideceu quando levantou a mão trêmula,
cobrindo a boca. Os olhos dela brilhavam com choque e... indecisão.
Essa garota parecia completamente fora do lugar. A inocência em
seu olhar e a maneira como se curvava contra a parede me diziam que ela
não pertencia a este lugar, a este poço subterrâneo da morte.
Esta pequena fada tinha acabado de entrar no covil de um monstro
sem saber. Deve ter sido sua curiosidade.
Pena que sua mente curiosa a trouxe até mim.
Dei um passo à frente e a multidão se separou para mim. Ela me
notou, caminhando em sua direção. Todo o seu corpo tremia e meus lábios
se curvaram, sorrindo com o quão assustada ela parecia.
Eu levantei uma sobrancelha, divertido.
Quando eu estava apenas a alguns metros de distância, seus lábios
se separaram em um suspiro silencioso.
Com os olhos arregalados de medo e choque, a garota se virou e
correu para longe.
Ela correu.
Ela. Correu. Porra.
Joguei minha cabeça para trás e ri. 𝘛𝘴𝘬
Instintos despertaram. A parte animalesca de mim rosnou com o
desafio.
Fazia muito tempo que não caçava alguém.
Capítulo Três
Talia
O que eu estava pensando?
Meu Deus.
Esse homem... não, esse monstro era algo saído direto do inferno.
Não parei de correr até estar em uma das cabines do banheiro no
andar de cima. Meu coração batia forte no peito, meu pulso batendo com
medo na garganta. Com um suspiro engasgado, abri a tampa do vaso e
vomitei meu jantar. Meu estômago continuava revirado. O cheiro de sangue
grudava nas minhas roupas como a lembrança do fim cruel do homem.
Como ele sangrou até a morte aos pés de Killer, que não demonstrou um
lampejo de pena.
Eu queria voltar para Nova York, esquecer meu plano ousado e
continuar minha vida.
Mas não escolhi Killer exatamente por causa de sua crueldade,
brutalidade? Ele era bom no que fazia, e eu precisava de um homem como
ele.
Lentamente, voltei à arena, feliz por ver que Killer tinha sumido e
que a multidão havia diminuído consideravelmente após a luta. Desde que
quisesse seguir meu plano, precisava manter esse emprego. Era a única
maneira de me aproximar de Killer.
Só que eu estava apavorada de tê-lo perto de mim depois do que
testemunhei hoje.
Nos dois dias seguintes, trabalhei no bar oficial, considerado muito
mais fácil em relação ao serviço no subterrâneo - o que me agradou muito.
Eu não vi Killer nos meus turnos, mas não conseguia me livrar da
sensação de que alguém me observava. Eu perguntei a Britt e algumas
outras garçonetes sobre ele, tentando descobrir a melhor forma de abordá-lo
com o meu pedido, mas elas foram evasivas, apenas aumentando minha
ansiedade sobre o assunto. Quando voltava para casa à noite, podia sentir
uma presença nas sombras, sabia que estava sendo observada pela maneira
como os pelos do meu pescoço se arrepiavam.
Nunca vi ninguém, mas no fundo eu sabia que era ele. A maneira
como ele me olhou depois da luta... como um leão que tinha escolhido
aquele gnu que parecia fraco de um rebanho de milhares.
Era quase meia-noite no meu quarto dia, quando a atmosfera no bar
mudou, ficou assustadora. Meus olhos procuraram na sala até que a fonte
do desconforto entrou em meu foco. Ele. Killer.
Hoje à noite, ele não estava sem camisa, uma camiseta preta justa
cobria muitas de suas cicatrizes e tatuagens. Isso não o fez parecer menos
assustador. Seus olhos escuros se fixaram em mim e não desviaram.
Minhas mãos começaram a tremer, os cubos de gelo no copo
começaram a tilintar. Eu rapidamente o coloquei na bancada, preocupada
em deixá-lo cair e olhei para baixo, para longe do homem que me
aterrorizava e me fascinava igualmente.
Pelo canto do olho, eu o vi se aproximar e as pessoas se afastaram
quase com reverência. Então ele se elevou bem na frente do bar, esperando-
me olhar para cima. Preparando-me, levantei meu rosto com um sorriso
trêmulo. —O que posso fazer por você?— Minha voz estava muito baixa,
minimizada por um tremor de ansiedade.
Killer observou meu rosto corado. Foi uma luta segurar seu olhar
penetrante. —Uísque. Puro.
Um pequeno calafrio atravessou meu corpo com sua voz áspera e
profunda. Até disso o perigo escorria.
Eu assenti apressadamente e peguei uma garrafa de uísque.
—Ouvi dizer que você está perguntando sobre mim.
Meus dedos apertaram a garrafa. Coloquei-a no balcão e me ocupei
servindo um copo, considerando o que dizer. —Eu perguntei, — disse e
empurrei o copo para Killer. Ele ignorou, todo o seu foco em mim.
—Por quê?
A palavra era uma ordem, não uma pergunta.
Eu olhei para cima e fui imediatamente capturada por seu olhar
intenso. Tudo nele gritava perigo.
Minta. Faça alguma coisa. Qualquer coisa.
Abri minha boca, mas ele apoiou os braços no balcão entre nós, se
aproximando. Os músculos de seus braços fortes flexionaram e, sob as
tatuagens em seus antebraços, inúmeras cicatrizes olharam para mim,
contando sua história de morte e brutalidade. Seu cheiro almiscarado
atingiu meu nariz. —A porra da verdade.
Era demais. A situação. Ele. Estar longe de casa e dos meus guarda-
costas pela primeira vez em muitos anos. Mas especialmente ele.
Eu balancei minha cabeça. —Nada. — Eu cambaleei para trás e
corri pela porta dos fundos em direção à sala dos funcionários, deixando o
bar abandonado. Apenas um dos seguranças estava sentado à mesa gasta do
lado de dentro, fumando, apesar da regra de não fumar.
Ele levantou uma sobrancelha, mas um momento depois sua
expressão mostrou ansiedade. Eu sabia o porquê sem me virar.
—Fora,— Killer rosnou e o segurança não hesitou. Ele praticamente
fugiu da sala, me deixando sozinha com Killer. O que eu deveria fazer
agora?
A porta clicou e depois a fechadura girou.
Correr não era mais uma opção.
Meu coração batia loucamente enquanto eu encarava Killer. Ele
simplesmente ficou lá, sua expressão dura. —Você precisa de algo de mim,
— ele murmurou.
Eu assenti lentamente. Ele deu um passo mais perto e eu recuei.
Algo brilhou em seus olhos, como se eu tivesse acordado o caçador, e ele se
aproximou de mim.
Eu bati na parede, aterrorizada por ele. Ele parou bem na minha
frente, tão perto que se respirasse fundo, seu peito poderia escovar o meu.
—Diga-me.
Eu tive que inclinar minha cabeça para trás para encontrar seu olhar.
Fazia anos desde que estive tão perto de um homem e isso não tinha sido
por minha escolha. Engoli em seco, levantando meu queixo para fingir
coragem. —Eu disse que não...
Ele estendeu a mão e puxou um dos meus cachos, os nós dos dedos
roçando minha bochecha no processo. Inalei chocada. Sua proximidade era
avassaladora de muitas maneiras, minha respiração exalou.
—Diga-me o que você precisa, Pequenina.— O nome soou como
um insulto vindo de seus lábios duros. Seus olhos zombavam de mim.
E me perdi. Eu já sentira medo, quando assisti meu pai levar um tiro
na minha frente, descartado como se fosse uma peça de mobília. Eu havia
sobrevivido e nunca mais deixaria alguém me tratar como uma criança
estúpida.
—Eu preciso que você mate alguém para mim,— eu soltei.
Capítulo Quatro
Killer
Quando perguntei o que ela precisava de mim, era a última coisa
que esperava que ela pronunciasse através de seus lábios carnudos e
vermelhos.
Ela precisava que eu matasse alguém? Para ela? Isso era uma piada?
—O que você acabou de dizer?— Perguntei, minha voz áspera e
irritante para meus próprios ouvidos. Enrolei a mecha de cabelo em volta do
meu dedo. Havia algo em sua proximidade, seu calor... seu doce cheiro
maldito que fazia meu pau palpitar.
Eles me chamavam de animal por um motivo. Eu durmo, como,
caço, mato e fodo, com força.
Talia cheirava a inocência e eu queria arrancá-la dela; Queria banhá-
la com minha depravação; Queria mostrar-lhe por que meninas como Talia
não deveriam pisar no meu mundo.
Ela engoliu em seco, sua garganta pálida balançando com a ação. Eu
me aproximei, forçando-a para trás... prendendo-a entre a parede e meu
corpo. Todo o seu corpo tremia contra o meu e seus dentes afundaram no
lábio inferior.
Talia segurou meus olhos por um segundo antes de olhar para o meu
peito. —Eu preciso que você... mate alguém ... para mim.
Um pequeno sussurro, sua fodida voz amável, hálito doce e olhos
castanhos cheios de incerteza e medo - Talia não tinha absolutamente
nenhuma ideia do que ela acabou de entrar.
—Por quê?— Eu exigi.
Ela se esforçou para falar e seu peito se agitou com uma inspiração
áspera. Puxei seu cabelo, um pouco mais forte do que antes. Um aviso
silencioso. Talia estremeceu, quase violentamente. Ela parecia querer se
esconder, mas não podia, desde que estava presa.
—Porque, ele é um homem mau,— ela sussurrou.
Pequenina, tão inocente... tão jovem... tão confiante... tão ingênua.
—Porque ele é um homem mau,— eu disse em voz alta. Talia
assentiu, sem perceber que eu estava realmente zombando de suas palavras.
Se ‘ele’, quem quer que fosse, era um homem mau, então o que eu
sou?
—Por que ele é um homem mau?— Ela fechou os olhos com força e
engoliu em seco. Eu a vi lutando por compostura. Humm interessante.
Levantando minha outra mão, segurei seu queixo e levantei sua
cabeça. Seus olhos se abriram e nossos olhares travaram. Suas pupilas
dilataram, uma expressão de medo nos olhos. Mas havia algo mais...
—Ele me machucou e me humilhou, — confessou Talia, sua voz
muito suave, quase perdi suas palavras. —Ele não merece viver.
—Como ele te machucou?— Eu não sabia por que tinha feito à
pergunta, já que nunca me importei antes. Quando me ofereciam um
trabalho, nunca precisei ou pedi detalhes. Eu só precisava de um nome e
local, então fazia a matança.
Talia se encolheu, mas respondeu à minha pergunta de qualquer
maneira. —Ele... me tratou como lixo, como se eu fosse menos que humana
para ele, ele me bateu... e me ameaçou. Me machucou...
Soltei uma risada pequena e seca. —Você sabe quem eu sou,
Pequenina?
—Killer, — Talia sussurrou meu nome.
—Você sabe o que eu sou?
Ela mordeu os lábios, seu tremor se tornou pior. A pobre menina
estava tão assustada que ficou praticamente muda. Ela não deveria ter vindo
aqui. Ela não deveria ter se colocado no meu caminho... ou pedido minha
ajuda.
Talia soltou um suspiro baixo e ergueu os ombros, como se estivesse
se preparando para uma batalha. Uma batalha que ela já perdeu.
—Eu posso pagá-lo. Dinheiro, é disso que você precisa, certo? Eu
tenho dinheiro.
Eu estalei minha língua, uma provocação impiedosa as suas
palavras. Talia não era uma garota inteligente. Se fosse, não teria entrado no
meu território, procurando por um homem como eu para ajudá-la. Ou...
talvez ela estivesse muito desesperada. Uma donzela desesperada, caindo
nos braços do vilão. Que adorável, fodido conto de fadas.
—Você não pode me pagar.
Ela pareceu surpresa com minhas palavras. —O que?
Eu abaixei minha cabeça ao nível dela, inclinando-me para mais
perto do seu rosto. O topo de sua cabeça mal chegava aos meus ombros.
Seu pequeno corpo tremia quando falei, minha voz baixa e provocante. —
Você sabe quanto eu ganho por um trabalho? Milhões, Pequenina.
—Milhões? — ela gaguejou, parecendo quase indignada.
—Quanto você tem? — Eu gostava de zombar dela, lembrando-a de
que ela estava à minha mercê. Eu gostei de ver o medo brilhando em suas
íris marrons. Eu amei a maneira como ela estava vulnerável e aberta para
mim... pegar, provocar... zombar.
—Não milhões... — Talia murmurou, com pesar.
—Então, você não vale nada para mim. — Seus olhos marejaram
enquanto ela se encolhia pelas minhas palavras ásperas e frias.
—Mas... mas, eu farei qualquer coisa. Tenho certeza de que há algo
que posso lhe oferecer, — ela se apressou em dizer. —Eu posso te dar...
quero dizer, minha irmã tem dinheiro. Eu poderia pedir a ela e encontrar
uma maneira de transferir o dinheiro.
Rindo, esfreguei meu polegar calejado sobre seus lábios carnudos,
manchando seu batom vermelho. —Você não tem ideia de com quem e com
o que está mexendo. Você não sabe o desfecho disso. Jovem demais,
inocente demais para entender meu mundo. No entanto... aqui está você,
tentando barganhar comigo.
Killer
No momento em que a pressionei contra a parede, Talia ficou mole
nos meus braços. Ela não lutou, mas seus olhos brilhavam com incerteza e...
interesse estranho. Curiosidade. Necessidade. Fome.
Antecipação emanava dela e pude provar seu desejo na minha
língua.
—Você está com medo? — Minhas palavras derramaram como um
rosnado. Eu estava coberto pelo sangue de Pasquale e o cheiro pungente da
morte ainda estava em mim. A adrenalina percorria meu corpo, tornando
mais difícil pensar. Meu pau estava duro como granito e eu queria abrir suas
pernas e bater em sua boceta, pegar o que era meu, reivindicar o que me
pertencia.
—Sim, — ela respirou.
Eu enfiei meu rosto em seu pescoço, inalando seu perfume. Doce.
Doce pra caralho. Meu nariz se arrastou ao longo da coluna de sua garganta.
Meus dentes roçaram a pele logo abaixo da orelha e ela tremeu nos meus
braços.
—Você quer fugir?
Eu estava lhe dando uma saída... ou talvez quisesse que ela
escapasse.
Suas mãos subiram e ela agarrou meus antebraços. Ela se agarrou a
mim. Oh, a pequenina Talia me surpreendendo a cada passo.
—Você vai me machucar? — Ela perguntou baixinho.
—Talvez, — eu confessei, minha voz tomando um tom mais
profundo. —Depende da sua definição de dor. — A luxúria disparou em
minhas veias e tudo que queria fazer era jogá-la no chão e transar com ela
como o selvagem que eu era.
Agarrei sua mão e a trouxe aos meus lábios. Talia olhou para mim,
nossos olhares presos no momento. Dei uma mordida no seu dedo indicador
e seus olhos brilharam. —Dor e prazer são os mesmos para mim. Eu me
entrego a ambos.
Talia balançou a cabeça, parecendo um pouco assustada... um
pouco... ansiosa. —Dor não é prazer.
Outra mordida e ela se encolheu. —Tão inocente. Tão ingênua.
Controlada pra caralho, eu queria pressionar todos os seus botões.
Eu queria despi-la, descobrir todos os seus desejos ocultos, forçá-los a sair e
lhe mostrar como era realmente ser fodida e reivindicada por um homem
como eu.
—Você vai cobrar o restante do seu pagamento agora? — Ela
sussurrou, sua voz trêmula.
Eu não respondi. Minhas mãos pousaram em sua cintura e a
puxaram com força para dentro do meu corpo, meus dedos cravando seus
quadris. Eu esperei por uma reação.
Talia não me afastou. Em vez disso, em um pequeno gesto de
submissão, ela inclinou a cabeça para o lado. O mais leve e menor
movimento, algo que perderia se não estivesse tão sintonizado com seu
corpo e sua reação. Talia me deu acesso total aos seus lábios, uma
permissão silenciosa.
Para tomar, devorar, machucar, arruinar.
Eu fiz a matança.
E agora precisava foder a agressividade... essa necessidade... fora do
meu sistema.
A luxúria carnal lambeu minhas veias, como gasolina adicionada a
um fogo já fora de controle. Com um rosnado baixo, meus lábios bateram
nos dela.
Eu beijei Talia.
Eu devorei seus lábios.
Eu a respirei. Inalei. A beijei como precisava.
Ela ofegou, seus joelhos enfraqueceram e suas pernas cederam.
Suas mãos foram para os meus ombros e ela se agarrou a mim,
quase em uma tentativa desesperada... de me afastar... de me puxar para
mais perto. Porra! PORRA!
Eu rosnei no beijo, empurrando minha língua em sua boca. Ela
choramingou baixinho, mas me beijou de volta. Sua língua provou a minha,
um pouco hesitante... inexperiente, mas ela não se afastou.
Lábios. Língua. Dentes.
O sangue rugiu entre meus ouvidos e perdi a noção de tudo. Talia
me devia. Esse era o seu pagamento para mim. E eu ia cobrar... até que ela
não tivesse mais nada para dar.
Agarrando Talia pela cintura, mantive nossos lábios trancados e nos
movi até a parede oposta. Um gemido suave saiu de sua garganta quando
me afastei do beijo e a virei. Com as costas dela contra o meu peito,
coloquei-a de frente para o espelho de corpo inteiro que estava preso à
parede.
Talia ofegou quando viu nosso reflexo.
Seus lábios inchados e vermelhos dos meus beijos. Seu peito arfava.
Seu cabelo desarrumado. E eu ainda tinha sangue seco em mim. Meus
braços se enrolaram ao redor dela e agarrei a frente do seu vestido. Seus
olhos se arregalaram e ela gritou quando eu o rasguei, seu sutiã também
saiu até que ela estava exposta. Eu me amontoei em suas costas, forçando-a
contra o espelho. Seus seios pressionaram contra o espelho frio e seus
mamilos endureceram.
O pescoço e as bochechas ficaram vermelhas.
Talia parecia escandalizada.
Ela estava à minha mercê.
Puxei seu vestido e enfiei minha mão em sua calcinha preta de
algodão. Ela estava... porra, ela estava encharcada. Rasguei sua calcinha,
não lhe dando chance de reagir. Meus dedos deslizaram sobre seus lábios
úmidos antes de meus dentes afundarem em seus ombros nus. Talia gritou e
balançou contra a minha mão quando enfiei dois dedos. Sua boceta apertou
em torno da intrusão, seus sucos encharcando minha mão.
Oh merda. Ela estava tão encharcada e pronta.
Eu estava dolorido para estar dentro dela. Meus dedos mantiveram
um ritmo brutal, empurrando dentro e fora de sua boceta enquanto baixava
minha calça de moletom o suficiente para que pudesse tirar meu pau para
fora. A ponta do meu pau duro esfregou contra o vinco de sua bunda, antes
de deslizar contra seus lábios molhados.
Nossos olhos se encontraram através do nosso reflexo. Suas pupilas
estavam dilatadas, os olhos brilhando com uma mistura de medo e algo
carnal. E eu parecia louco, completamente louco.
Puxei meus dedos e ela soltou um gemido sufocado que se
transformou em um grito desesperado quando meti com força. Meu pau
engrossou e latejou quando empurrei dentro dela, até o punho, até que
estivesse cheia de mim.
Talia alimentava a fera em mim.
E ela fodia o monstro como se tivesse nascido para se submeter.
Talia balançou contra o espelho, seus lábios se separaram em um
gemido baixo e as costas arquearam. Eu mantive uma mão em seu quadril,
apoiando-a em mim enquanto entrava e saía, forçando-me mais e mais
profundamente dentro dela. Sua boceta apertava em torno de mim toda vez
que eu metia. Ela choramingava toda vez que eu saía. Minha outra mão
envolveu sua nuca, sentindo sua submissão sangrar através dela e dentro de
mim.
—Killer, — ela choramingou quando a prendi contra o espelho.
—Porra, — eu resmunguei.
Entrei nela como uma fera. Havia uma obsessão inabalável correndo
por mim. A necessidade de contaminá-la... de lhe mostrar que o lado
depravado do prazer era forte.
Uma onda percorreu minha espinha e meus músculos se contraíram.
Talia estava perto, eu podia sentir.
Meus quadris dirigiram para frente, de novo e de novo.
Mais difícil. Mais rápido. Mais profundo. O som da nossa foda
encheu a sala. Os gemidos dela. Seus pequenos choramingos. Meus
grunhidos, isso parecia mais animal que humano.
—PORRA! — Bati nela mais uma vez e parei; enterrado muito
fundo. Meu pau pulsou quando jorrou meu esperma dentro dela, até Talia
estar cheia de mim. Até eu estar em todo lugar. Dentro dela. Fora dela. Na
mente dela. Ao redor dela.
Estendi a mão, passando entre as coxas dela. Eu puxei seu clitóris; o
corpo dela enrijeceu; Talia gritou e explodiu em volta do meu pau.
Eu não queria sair de sua boceta quente e apertada, mas precisava.
Meus olhos foram para onde ainda estávamos conectados e eu lentamente
me afastei, assistindo meu pau deslizar para fora de seu buraco rosa
enquanto vazava meu esperma.
Suas pernas finalmente cederam e ela afundou no chão, seu corpo
trêmulo pelo orgasmo e nossa porra escorrendo. Eu não havia terminado...
ainda...
Inclinei-me e envolvi o cabelo dela em volta do meu punho, meus
dedos cravando em seu couro cabeludo. Talia olhou para mim com olhos
nebulosos e perdidos em algum lugar distante...
Ela se ajoelhou na minha frente. Eu enfiei uma mão entre suas coxas
e colhi a bagunça que deixei lá com dois dedos, esfregando sobre suas
dobras. Eu levei meus dedos até seus peitos e passei meu esperma em seus
mamilos. Talia ofegou suavemente e meus lábios se contraíram.
Peguei meu pau semi-duro. —Chupe-me.
Talia piscou quando levei meu pau para sua boca, esfregando a
ponta molhada contra seus lábios. —Me limpe, Talia. Prove-se no meu pau.
Arrepios salpicaram sua carne. Seus lábios se separaram e ela me
pegou na boca, me chupando. Boa menina, fazendo o que lhe foi dito.
Houve prazer.
Houve dor.
Houve imundice e depravação...
Saí de sua boca e me agachei ao seu nível. Meu polegar esfregou
seus lábios inchados e seus olhos... suavizaram.
—Killer, — ela sussurrou.
Meu peito apertou.
Quando Talia barganhou comigo pela primeira vez... ela não sabia o
que esperar, não sabia o que significava pertencer a um homem selvagem e
maluco como eu. Agora ela sabia.
Pena que não duraria. Uma lástima que Talia havia sido ingênua.
Inocente demais para perceber as consequências de sua barganha.
Se ao menos ela tivesse prestado atenção aos sinais de alerta. Se ao
menos não tivesse pisado no meu território.
Se ao menos não tivesse sido meu alvo... o tempo todo.
Talia Barese era o meu trabalho.
Minha presa.
Minha matança.
Nossos olhos trancaram...
E eu quebrei o coração dela.
—Você tem vinte e quatro horas de vida, pequenina. Últimos
desejos?
Capítulo Dez
Talia
Levou alguns momentos para as palavras de Killer penetrar em
minha mente atordoada. —O que você quer dizer?
Eu tinha problemas para me concentrar depois do que acabara de
acontecer. Quando Killer disse que queria uma segunda vez, eu não
esperava essa merda louca. Mesmo que a palavra me fizesse contorcer, era
o único termo adequado para o que Killer havia feito comigo, o que o deixei
fazer comigo. Eu estava dolorida, podia sentir minha carne sensível palpitar
com uma dor estranha que não conseguia explicar.
Killer sorriu, seus olhos subitamente severos e cruéis. —Você tem
vinte e quatro horas antes de morrer.
Eu balancei minha cabeça lentamente.
—Fui pago para te matar, Talia. Essa foi a única razão pela qual me
incomodei com você, com essa barganha.— Ele pegou uma mecha do meu
cabelo, deixando-o deslizar entre seus dedos cheios de cicatrizes e
brilhantes. Brilhando com nossos orgasmos, com a sua... porra, e de repente
me senti suja.
Ele me usou, me traiu. —Então, a barganha foi uma farsa para que
você pudesse me foder? — Sussurrei severamente, sentindo a prova do que
fizemos escorrendo de mim, me sentindo manchada e degradada pelas suas
palavras.
Killer se endireitou com um sorriso cruel. —Esse foi um bônus
adicional.
—Você matou Pasquale?— Talvez isso também tenha sido mentira.
Eu mostrei uma fachada corajosa, mesmo quando o medo se espalhava no
meu peito rapidamente.
—Eu o matei tão brutalmente quanto você me pediu. Foi divertido,
mas não tanto quanto sua boceta.
Eu cambaleei em meus pés, completamente nua, dolorida e com o
coração partido, mas lutei contra o desejo de me cobrir. Eu não queria
mostrar mais fraqueza na frente de Killer, não depois do que ele acabara de
revelar. Nunca mais.
Nunca será logo...
Meu coração apertou fortemente com a compreensão.
Vinte e quatro horas. Procurei em seu rosto um lampejo de
suavidade, por um motivo para esperar por piedade. Não havia nada.
Eu era uma juíza de caráter tão ruim? Eu achei que Killer havia me
mostrado seu lado gentil por uma razão, uma razão emocional, não para me
enganar e brincar comigo.
Eu cambaleei em direção ao meu armário, enquanto minhas pernas
tremiam loucamente. Killer tinha arruinado minhas roupas, então precisava
pegar novas para me cobrir, e tempo para pensar, para descobrir uma
maneira de sair disso. Pegando jeans e uma camisa, rapidamente me vesti,
de costas para Killer, mesmo que isso arrepiasse os pelos do meu pescoço.
Eu queria mascarar meu rosto em uma expressão de calma, queria esconder
minha mágoa dele. Ele não precisava saber como eu estava abalada e com o
coração partido.
Eu me virei lentamente. Killer estava inclinado contra o balcão da
cozinha, os braços cruzados na frente do peito, parecendo relaxado e à
vontade, quando acabou de destruir meu mundo inteiro. —Quem... —
Limpei minha garganta, odiando o quão trêmula minha voz estava. —Quem
te pagou para me matar?
Eu era prima do Capo da Famiglia, a cunhada de seu Executor, mas
isso era tudo o que eu era. Não era importante. Quem me odiaria o
suficiente para querer me matar? Quem gastaria tanto dinheiro com isso?
Ou talvez Killer tivesse aceitado o sexo como pagamento de quem
me quisesse morta. Esse pensamento me fez sentir ainda mais suja. Na
minha mente boba e ingênua, achei que talvez fosse especial, mas era um
trabalho e um objeto de prazer, nada mais.
—Talvez eu te conte como último desejo amanhã, — disse
novamente com aquele sorriso horrível.
Eu corri em direção à porta, esperando escapar, mas seus passos
trovejaram atrás de mim e seus braços envolveram minha cintura, me
levantando do chão como se eu não pesasse nada.
Lutei como uma louca, arranhei e chutei, mas ele me carregou até a
cama e me derrubou sem cerimônia. Então ele se deitou sobre mim, seu
corpo me prendendo.
—Não me toque! — Eu assobiei.
—Apenas alguns minutos atrás, você apertou meu pau enquanto
gozava ao meu redor, e agora se faz de difícil?
Ele estava sendo cruel de propósito, e isso estava me afetando.
Lágrimas brotaram nos meus olhos. —Você não é melhor do que o homem
que matou por mim. Você é um monstro. Você não merece me tocar nunca
mais, não depois de me trair.
Ele riu sombriamente. —Trair?
Eu o encarei, mesmo quando uma lágrima deslizou pela minha
bochecha. Eu estava me esforçando para ser forte, mas era demais. Os olhos
de Killer seguiram a descida da minha lágrima.
—Como você vai me matar? — Eu perguntei suavemente. —Você
vai me fazer sofrer porque alguém lhe pagou para fazer isso? Ou vai fazer
isso rápido?
Algo mudou nos olhos de Killer e, por um piscar de olhos, me deu
esperança, mas já não tinha interpretado mal suas ações? Ele estava
brincando com minhas emoções, talvez isso fosse parte da tortura que
levaria à minha morte.
Killer se afastou de mim e se endireitou, olhando para longe. Ele
sorriu de novo. Parecia errado em seu rosto. —Vinte e quatro horas,
Pequenina, então você descobrirá.
Capítulo Onze
Killer
Parte de mim sabia que eu lhe fiz mal. Qualquer humanidade
deixada dentro de mim, lamentava por ela. Doía por ela.
Eu não lembro muito da minha infância antes da gaiola... antes da
insistente necessidade de matar ... antes da sede de sangue e da raiva
viciosa dentro de mim. Por um longo tempo, esqueci de ser humano. Eu
esqueci como era ser... humano.
Eu fui possuído. Um escravo. Um animal.
Um animal assustador - e fui tratado como tal.
Um monstro que matava.
Eu era... KILLER.
Mas neste momento, realmente me sentia... mal por Talia Barese. Eu
podia ser o Ceifador Sombrio... mas imaginei que ainda era humano, afinal.
Pena que fui pago para matá-la. Ela era o meu trabalho e não havia
nada que eu pudesse fazer para salvá-la. Mesmo que a pequenina Talia
tivesse se arrastado por sob a minha pele, seu relógio da morte começou a
bater no momento em que alguém pagou por seu sangue.
Droga. Ela era uma tentação pela qual eu era fraco... uma fruta
proibida que desejava provar. Uma obsessão que eu não poderia negar.
Fui pago para matar Talia antes que ela soubesse sobre mim, antes
mesmo dela entrar em Miami e no Kazan. Quando ela entrou no meu
território, achei que ela seria uma morte fácil. Eu não precisava caçá-la, ela
sem saber veio ao encontro de sua morte. Fiquei satisfeito com o resultado.
Até que a vi.
Até que a toquei.
Até que a provei.
Até sua boceta apertar meu pau como se sua vida dependesse disso.
PORRA!
Talia choramingou e seus olhos se abriram. Ela estremeceu com um
gemido de dor. Eu a observava enquanto ela despertava do seu sono,
enquanto ela lutava para ficar acordada. Uma tosse rasgou sua garganta e
ela gemeu novamente, parecendo estar tão desorientada quanto eu esperava
que estivesse.
Ela estava dormindo há mais de doze horas.
Talia lentamente retomou sua consciência e no momento em que
finalmente acordou o suficiente para perceber sua situação, se debateu para
se libertar. Um gemido alto escapou dela.
—Nããão! Não! Deixe-me ir!!
As correntes tilintaram enquanto ela continuava se debatendo,
lutando para se libertar.
Não havia sentido. Ela estava presa.
Presa por mais doze horas antes de eu acabar com sua vida...
Eu saí das sombras. Sua cabeça virou na minha direção e seus olhos
arregalados e assustados encontraram os meus. Eles brilhavam com
lágrimas. Tsk, pobre Talia.
Minutos se passaram em um silêncio tenso antes que ela finalmente
soltasse um soluço sufocado. — Por quê?
Inclinei minha cabeça para o lado, esperando.
Seu queixo tremia enquanto ela segurava outro grito. Ela fungou e
seus olhos marejados se estreitaram em mim. Ela estava se recusando a
desmoronar na minha frente. Forte e feroz. Se fosse em outro momento, eu
teria apreciado isso.
Talia puxou as correntes, o som do metal batendo contra a parede,
alto contra o silêncio. — Por que você está fazendo isso? Por que você me
usou? Por que simplesmente não... me matou? PORQUE?
—Eu faço o que eu quero. — Eu sorri. — Vou matá-la quando
quiser e como? Decidirei isso também.
Ela cuspiu no chão, parecendo irritada. — Eu te odeio.
Meu queixo travou, meus olhos endureceram e dei um passo à
frente. Eu não sabia por que essas palavras me irritavam, especialmente
vindo de seus doces lábios. Meus punhos cerraram. — Bom. Já ouvi essas
palavras mil vezes.
Agachei-me ao nível dela, aproximando nossos rostos. — Me odeie,
Talia. Não vai mudar o seu destino. Você está destinada a morrer nas
minhas mãos.
Nossos narizes se tocaram quando agarrei seu queixo na minha
mão. Meu polegar acariciou sua pele macia, sentindo-a tremer sob o meu
toque. — Me odeie, Pequenina, — eu provoquei.
Ela arrancou o rosto do meu alcance e meus lábios se curvaram em
um sorriso. Minha cabeça caiu para o lado enquanto eu a estudava. Eu a
despi, deixando apenas o sutiã e a calcinha.
Talia era... linda.
Pequena e delicada.
Vulnerável.
Vendo-a assim, frágil e fraca... à minha mercê... meu pau
endureceu. Eu era um filho da puta doente.
Eu tive o meu quinhão de mulheres bonitas, mas havia
apenas... algo sobre esta.
Uma raiva repentina me consumiu. Talia era meu trabalho. Porra, eu
tinha que me lembrar disso.
Levantei-me em toda a minha altura e dei alguns passos para trás,
sentando-me na única cadeira que ficava de frente para ela. — Você está
confusa. Você tem muitas perguntas, pelo que sei. Digamos que hoje estou
me sentindo muito generoso. Faça suas perguntas e darei as respostas que
você quer.
Talia olhou em volta, examinando o porão semiacabado. Era apenas
uma grande sala. Quatro paredes de gesso. Duas correntes metálicas, onde
Talia estava presa pelos pulsos. Uma pequena janela gradeada. Chão de
cimento puro. Uma lâmpada tremeluzente. E uma única cadeira, na qual eu
estava sentado. Não havia mais nada. Era uma cela vazia.
—Onde estou? — Ela perguntou entre dentes.
—Minha casa.
A cabeça dela virou para mim. —Sua... casa? Você me trouxe para
sua casa?
Dei de ombros. — Eu não poderia deixá-la escapar. Aqui eu posso
terminar... meu trabalho.
Seu peito roncou com um rosnado de gatinha indefesa. — Você é
um idiota.
— Isso não foi uma pergunta. Tente novamente.
Talia puxou as correntes novamente e estremeceu, os olhos
apertados de dor. O metal deve ter machucado sua pele já que ela estava
puxando demais. Ela respirou trêmula e abriu os olhos novamente, os
estreitando em mim.
— Por que você me usou?
Meus dentes arranharam meu lábio inferior. — Porque eu senti
vontade.
— Quem ordenou que você me matasse? — Talia sussurrou,
ignorando minha resposta anterior.
— Cutillo, — eu respondi honestamente.
Ela pareceu confusa por um momento até finalmente perceber. Ela
soltou um suspiro, deixando sua cabeça bater contra a parede de gesso.
Eu levantei uma sobrancelha, curioso. — Por que ele quer te matar?
— Ela, — Talia assobiou. — Inimizade antiga. Ela roubou o noivo
da minha irmã e ele matou o nosso pai. E quando meu cunhado se vingou,
Anastasia acabou perdendo tudo. Faz sentido... por que ela me quer morta.
Ela quer machucar minha irmã... através de mim.
Sua respiração estava instável e ela se enrolou nela mesma. — Eu
não deveria ter saído de casa...
—Eu teria te encontrado de qualquer maneira, — eu rosnei.
Talia balançou a cabeça. Ela não disse nada. Uma punhalada de algo
estranho, um sentimento desconhecido torceu meu estômago. Eu
rapidamente a afastei e apoiei meus cotovelos nos joelhos, acenando com a
cabeça em direção à bandeja na frente dela.
— Coma. — Uma palavra. Um único comando. Ela assobiou, seus
olhos se estreitando em mim mais uma vez. Talia estava chateada e era tão
bonita assim.
— Esta é minha última refeição? — O prato estava cheio de pedaços
de frango assado, pão de alho e legumes. Havia frutas ao lado e um suco de
manga. E um brownie. Todos os seus favoritos.
Meu queixo travou e não respondi. Ela me lançou um olhar de
desgosto. — Quanto tempo me resta de vida?
— Horas, — eu disse. — Ou dias.
Ela olhou para o prato, uma expressão resignada no rosto. — Mas
você disse que eu só tinha vinte e quatro horas?
Empurrando a cadeira para longe, levantei-me. — Talvez eu tenha
mudado de ideia.
Talia mordeu o lábio, seus olhos castanhos me perfurando... como se
estivesse tentando penetrar minha alma. — Você... não vai me matar?
— Sua pergunta tinha sido tão baixa que quase a perdi.
— Não, eu vou. — Meu peito se apertou quando as palavras
passaram pelos meus lábios.
— O que você quer dizer então?
Meus lábios tremeram e meu pau pulsou. — Eu não terminei com
você... ainda.
Capítulo Doze
Talia
Eu não tinha certeza de quanto tempo estava no porão de Killer,
acorrentada à parede. As horas ficaram desfocadas. Estremeci
novamente. Eu estava alternando entre congelar e queimar por um tempo
agora. Um fino brilho de suor cobria minha pele nua.
Eu puxei a corrente mais uma vez, estremecendo quando o metal
raspou na minha pele dolorida. Minha cabeça estava latejando e me sentia...
tonta. Inclinei minha cabeça para trás, fechando os olhos. Eu estava
pegando alguma coisa. Não era de admirar, na verdade, considerando que
eu estava presa nesse porão úmido de calcinha por Deus sabe quanto tempo.
A fechadura girou, mas não me incomodei em abrir os olhos.
Passos ecoaram. —Tentando me ignorar, Pequenina?
Eu ainda não reagi. Eu me sentia tonta e cansada. Eu não
desperdiçaria minha energia com o homem que queria me matar. Roupas
farfalharam e de repente sua palma pressionou minha testa. Meus olhos se
abriram, encarando o rosto de Killer. Por um segundo, tive certeza de que vi
preocupação em sua expressão. Talvez ele não quisesse que a febre me
matasse e estragasse seus planos específicos para mim.
—Você está queimando.
Eu sorri ironicamente. — Veja, você pode deixar a natureza seguir
seu curso. Você nem precisa me matar com suas próprias mãos.
Com uma careta, ele me tirou da corrente e me pegou.
— O que você está fazendo?
— Cale a boca por uma vez, — ele retrucou.
O movimento me deixou enjoada, então não tive escolha a não ser
encostar a cabeça no peito dele, odiando como ainda me sentia confortada
por sua força, mesmo que ele fosse meu assassino. Ele me levou por uma
escada estreita para o que parecia ser o quarto principal. Era o quarto dele?
Ele me colocou na cama king-size e pairou sobre mim. Conflito
surgiu no seu rosto antes que ele se endireitasse e desaparecesse pela
porta. Sentei-me devagar, enquanto minha visão nublava. Essa era a minha
chance. Eu cambaleei e depois me joguei de volta.
Killer entrou com um chá. Minhas sobrancelhas se ergueram.
— Você não pode correr, então não desperdice sua energia. — Ele
colocou o copo na mesa de cabeceira, em seguida, me empurrou para trás e
me cobriu com o cobertor.
— Por que você se importa?
— Eu não me importo.
— Então por que você não pode simplesmente me deixar apodrecer
no seu porão? Por que me trazer aqui e me dar chá se você vai me matar de
qualquer maneira?
— Porque não é divertido matar alguém tão fraco, — ele rosnou
antes de ir até uma poltrona no canto ao lado da janela e afundar. Abaixei
minha cabeça no travesseiro macio, confusa com seu comportamento
estranho, mas também estranhamente confortada por não passar minhas
últimas horas no porão.
Estremecendo, fechei os olhos.
— Beba o chá, — ele ordenou.
***
Naquela noite, minha febre baixou. Meus dentes chacoalharam
enquanto eu tremia loucamente, minha pele quente ao toque. Minha roupa
de baixo e os lençóis estavam encharcados pelo suor e devo ter parecido
uma bagunça absoluta com o cabelo preso na testa.
Talvez minha visão lamentável tenha sido a razão pela qual Killer
ficou ao meu lado, esquecendo o sono. Ele pressionou uma toalha fria na
minha testa, as sobrancelhas franzidas. Ele não tinha dito nada há horas,
apenas me observava com essa expressão intensa. Não fazia sentido ele me
cuidar assim... a menos que ele se importasse um pouco comigo.
Eu duvidava que ele geralmente lamentasse por suas vítimas, então,
essa era a única explicação por que ele cuidava de mim. Talvez o nosso
tempo juntos tenha agitado algo nele como fez comigo. Um desejo por uma
conexão, por um significado em sua vida que fosse além da matança.
— Não me olhe assim, — ele rosnou.
— Assim como? — Eu resmunguei.
Ele balançou a cabeça e largou a toalha na mesa de cabeceira. —
Como se eu fosse seu maldito salvador. Eu só quero ter certeza de cumprir
meu contrato.
Eu ri fracamente. Ele caminhou até a poltrona e afundou.
***
Dois dias depois eu estava me sentindo muito melhor. Finalmente
consegui sair da cama e tomar um longo banho, lavando toda a
sujeira. Quando saí do banheiro com uma toalha enrolada no meu corpo,
Killer estava sentado na cama. Lentamente, fui até ele. Algo em seus olhos
me deu esperança e, mais importante, coragem.
Eu parei bem na sua frente. Suas narinas dilataram e seu olhar
permaneceu na borda da minha toalha, sobre o inchaço dos meus seios. —
Não importa o que diga, eu sei que você não quer me matar. Se quisesse, eu
já estaria morta.
— Você não sabe nada, — ele rosnou.
Eu não deixei sua raiva me deter. Cheguei ainda mais perto, entre as
pernas dele. Mesmo com ele sentado e eu em pé, estávamos ao nível dos
olhos. Ele agarrou meus quadris, o toque possessivo e ameaçador ao mesmo
tempo. Toquei seu ombro forte e lentamente arrastei meus dedos pela
garganta tatuada, surpresa por ele me permitir tocar nesse ponto
vulnerável. Mas eu não era realmente uma ameaça para ele, era?
Inclinei-me para frente quando minha mão tocou sua bochecha e o
beijei suavemente. O brilho em seus olhos era estrondoso. Minha toalha
caiu no chão com um ruído suave. — Se você me deixar viver, eu posso ser
sua.
Com um grunhido, ele se afastou do beijo e agarrou meu pulso
dolorosamente. — Corra, pequenina, corra. E não me deixe te pegar, porque
quando eu o fizer, acabou.
Ele me soltou e eu cambaleei para trás, nua e atordoada. Então me
virei e comecei a correr. Eu sabia que ele me pegaria, sabia que correr era
inútil, e ainda assim eu o fiz. Mas no corredor ele me pegou. Esse era o jogo
dele, a caçada, e eu era apenas a presa.
Seus dedos apertaram meu pulso, mas eu estava cansada de
brincar. Eu girei, tentando me soltar. Começamos a lutar e de repente eu
estava caindo. A parte de trás da minha cabeça colidiu com a borda de um
armário. Eu bati no chão com força. Antes de minha visão ficar preta, Killer
surgiu, elevando-se sobre mim.
Não o salvador que eu queria que ele fosse, mas minha desgraça
derradeira.
Tudo ficou preto. O rosto de Killer seria o último que eu veria?
Esses foram os últimos segundos da minha vida?
Epílogo
Killer
Três meses depois
Eu tinha sete anos quando fui vendido ao diabo e me tornei
escravo... um lutador de gaiolas.
Eu era o 781. Essa era a minha identidade. Um número.
Aos oito anos, matei pela primeira vez.
Aos treze anos, me tornei KILLER.
Aos quinze anos, fui declarado campeão na gaiola.
Eu tinha sido o favorito do meu mestre. O melhor dos melhores.
Quando eu tinha 22 anos, eu o matei... e sua esposa... e me tornei
um homem livre.
Por dez anos, peguei trabalhos estranhos aqui e ali. Eu cacei,
sequestrei, matei. Eu era o assassino da Bratva.
Até que ela entrou na minha vida e testou minha lealdade.
Talia Barese era o meu trabalho. Eu fui pago para matá-la...
Não importava se ela tinha invadido meu coração ou que sua
vulnerabilidade me chamava... ela tinha que morrer.
Lembrei-me do rosto dela naquela noite. O brilho de puro terror em
seus olhos quando ela se rendeu ao seu destino antes de perder a
consciência. Ela sabia que não havia como escapar da Morte...
Eu era o Ceifador Sombrio e chamei seu nome três vezes.
E então, Talia morreu.
Pelas minhas mãos.
A morte dela foi fácil... e, porra, foi doloroso de assistir.
Inspirei o cheiro salgado do oceano enquanto meu iate se movia
com as ondas. Ao lado dos trilhos, vi os golfinhos nadando no vasto corpo
d’água. Eu estava no meio do oceano, no meio do nada. Longe da minha
realidade.
Fechando os olhos, eu respirei. Isso era liberdade.
Eu me virei e meu olhar deslizou para ela. Ela estava tomando
banho de sol, em seu biquíni vermelho muito indecente. Foda-se, ela era
uma tentação a qual não pude resistir.
Ela levantou os óculos escuros, revelando seus lindos olhos
castanhos e sorriu. — Você vai ficar aí parado ou se juntar a mim?
Meu peito roncou com uma risada e me juntei a ela, deitando ao seu
lado na toalha. Ela revirou os olhos e subiu em cima de mim, me
montando. Minhas mãos se fecharam em torno de seus quadris e ela sorriu.
— Está com fome? — Ela disse.
— Faminto pra caralho.
Ela riu e se inclinou para um beijo. Meus lábios capturaram os dela
e ela gemeu.
Três meses atrás, eu tinha sido muito egoísta para deixá-la ir.
Talia morreu...
Nova tomou o seu lugar.
Nova Armani. Minha esposa.
Epílogo
Talia
Quando eu perdi a consciência há três meses com o rosto brutal de
Killer acima de mim, tinha certeza de que ele me mataria. Imagens da
minha vida não apareceram diante dos meus olhos. E mesmo que tivessem,
poucas delas teriam sido felizes. Durante toda a minha vida, senti como se o
futuro estivesse em espera, como se estivesse vivendo pisando nos
freios. Nunca totalmente, sempre controlada por outros.
Talvez todos tenham tido esse momento sem retorno. Uma instância
essencial que mudou tudo. Para mim, foi o momento da minha morte.
Prometi a mim mesma viver, correr mais riscos, ser livre e, no
mesmo instante, preocupei-me em nunca ter a chance.
Talia Barese morreu naquele dia.
Mas eu finalmente abri meus olhos, minha cabeça latejava com uma
forte dor de cabeça, e olhei para Killer que se empoleirava na cama ao meu
lado.
— Você não podia deixar o armário me matar, precisava fazer isso
sozinho? — Eu resmunguei.
Killer não abriu um sorriso. — Eu não vou te matar. Mas você deve
morrer.
Meu cérebro ainda estava muito confuso para entender.
— Você pode viver se deixar Talia morrer. Direi a todos que o
trabalho está feito. Eles não duvidarão de mim. Eu sou a porra do Ceifador
Sombrio. Mas você terá que se esconder. Deixar tudo para trás. Sua
família. Seu nome.
Eu me sentei devagar. — Você me deixará fugir?
— Eu nunca disse que te deixaria fugir de mim. — Ele se
aproximou e me beijou com força, me pegando completamente de
surpresa. Quando se afastou, ele observou meu rosto.
Eu balancei a cabeça, mesmo que ele não tivesse perguntado. —
Nós podemos fugir juntos. Você não é livre aqui. Nós dois nunca fomos
verdadeiramente livres. Talvez juntos possamos finalmente descobrir o
gosto da verdadeira liberdade.
— O único gosto que eu quero agora é sua boceta.
***
Empacotamos tudo no mesmo dia e Killer me declarou morta para o
cliente dele. Eu não existia mais.
Ele comprou um iate com suas economias, tudo dinheiro de sangue,
mas como uma princesa da máfia eu cresci cercada por riqueza suja. No dia
seguinte, partimos em nosso iate. Escrevi uma carta para minha irmã Cara,
dizendo-lhe que estava em segurança, mas não podia voltar para Nova York
e para máfia. Um dia, eu a veria novamente. Ela encontrou a felicidade em
Growl, e agora era a minha vez de encontrar a minha.
Killer conseguiu novas identidades para nós, novos nomes que
inventamos em uma noite com muito vinho e ainda mais sexo. Nova e
Nero. Um novo começo e um homem que queimou uma cidade. Ambos os
nomes estranhamente adequados para nós. Nosso sobrenome foi o resultado
da insistência de Killer que eu precisava começar a beber vodka.
Enquanto eu olhava para Killer agora, montando seus quadris,
sentindo seu pau duro cavando insistentemente contra minha boceta, eu não
pude deixar de sorrir. — Nova e Nero Armani. Nada pode ser mais
extraordinário do que isso. Nunca mais tomaremos decisões importantes
com vodka.
Killer cutucou seus óculos de sol Armani com um sorriso, deixando-
me ver a fome em seus olhos. Esses óculos eram a nossa piada pessoal e
ainda me fazia rir depois de todo esse tempo. Killer empurrou meu biquíni
para o lado e deslizou um dedo entre minhas dobras, em seguida, o enfiou
em sua boca. — Nunca pensei que minha esposa teria um gosto tão doce.
Eu me inclinei. — Sou apenas sua esposa na teoria. Nós nunca nos
casamos oficialmente.
— Quem se importa com oficial. Nós somos os governantes de
nossas malditas vidas. Ninguém mais. Você é minha. Fim da história.
Killer libertou seu pau de sua bermuda e mergulhou em mim com
um impulso vicioso para cima. Eu ofeguei, jogando minha cabeça para trás
com um sorriso. O sol aqueceu minha pele. A brisa bagunçou meu
cabelo. O oceano zumbia ao fundo. Eu me senti livre. Pela primeira vez na
minha vida, provava a liberdade.
As mãos de Killer em meus quadris me apertaram até eu olhá-lo
novamente. Meu sorriso aumentou. Eu girei meus quadris. Estávamos no
meio do oceano. Sem destino. À deriva, mas não perdidos. Nós éramos a
casa um do outro.
Eu renasci.
Nós dois renascemos.
Nova e Nero Armani.
Finalmente livres.
Notes
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Um rifle Kalashnikov é qualquer um de uma série de rifles automáticos baseados no
design original de Mikhail Kalashnikov. Eles são oficialmente conhecidos em russo
como "Avtomat Kalashnikova", mas são amplamente conhecidos como Kalashnikovs,
AK47s ou na gíria russa como "Kalash".
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