CURSO DE DISCURSIVA

PADRÃO DE RESPOSTA

Professor Bruno Marques

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Prof. Bruno Marques

ENUNCIADO

CESPE – Auxiliar Técnico de Controle Externo – TCE/PA –

2016 – Adaptado.

Quando falamos de Narcos, até o The New York Times entendeu: é uma série
"irresistível" que fala de Pablo Escobar, o traficante de drogas colombiano que se tornou
uma lenda macabra, mas sedutora para o público. A série começa nos anos setenta,
quando Pablo Escobar, ainda jovem, começou a construir seu império. Ele sonhava que
a cocaína que produzia e distribuía algum dia teria seu nome. "Cocaína Escobar". A
ficção conta também o rastro de violência e dor que tomou conta da Colômbia em uma
espiral da qual ainda está se recuperando.
https://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/28/cultura/1440782804_194958.html

Tendo as informações precedentes como referência inicial, elabore um texto

dissertativo a respeito do seguinte tema.
O NARCOTRÁFICO, A VIOLÊNCIA, E A ATUAÇÃO ESTATAL.
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
1 - drogas ilícitas e crime organizado global; [Valor: 30,00 pontos]
2 - relação entre tráfico de drogas e violência; [Valor: 30,00 pontos]
3- alternativas à denominada guerra às drogas. [Valor: 35,00 pontos]

Obs.: Mínimo de 20 e máximo de 30 linhas.

PADRÃO DE RESPOSTA

1) drogas ilícitas e crime organizado global;

Em relação ao primeiro aspecto a ser abordado (“drogas ilícitas e crime
organizado global”), espera-se que o candidato enfatize o aspecto econômico-
financeiro que envolve a produção, a comercialização e o consumo de drogas
ilícitas em larga escala. Os elevados lucros dessa atividade, que ocorre em
dimensão crescentemente mundializada, explica a poderosa presença de redes
criminosas globais que se dedicam à exploração desse negócio. Essas
organizações criminosas estendem suas teias em todas as direções, atingindo
desde instituições financeiras que processam a lavagem do dinheiro obtido a
setores governamentais de diversos países.
Conceito 0 – Não abordou o tópico.
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Conceito 1 – Abordou de forma adequada apenas drogas ilícitas OU crime

organizado global.
Conceito 2 – Abordou drogas ilícitas e o crime organizado global, mas não os
relacionou satisfatoriamente.
Conceito 3 - Abordou drogas ilícitas e o crime organizado global e os relacionou
satisfatoriamente.

2) relação entre tráfico de drogas e violência;

Quanto ao segundo aspecto (“relação entre tráfico de drogas e violência”),
espera-se que o candidato aponte as drogas ilícitas como um dos elementos
fomentadores da violência, especialmente em centros urbanos pelo mundo
afora. A disputa pelo domínio de áreas de abastecimento e venda de drogas, em
si mesma marcada pela brutalidade, envolve facções criminosas, que, no mais
das vezes, assumem o controle dessas regiões, dificultando a ação do poder
público, atemorizando a população e atraindo crianças e jovens para seu serviço.
Conceito 0 – Não abordou o tópico.
Conceito 1 – Respondeu o tema de forma superficial, isto é, com senso comum.
Conceito 2 – Relacionou o tema e apresentou argumentos consistentes E/OU
exemplos

3) alternativas à denominada guerra às drogas.

Por fim, no que se refere ao terceiro aspecto proposto (“alternativas à
denominada guerra às drogas”), espera-se que o candidato faça uso do próprio
texto motivador, ou seja, reconheça os pífios resultados obtidos pela estratégia
bélica de combate às drogas, muitas vezes criminalizando o dependente, e
mencione estar havendo uma mudança de perspectiva (que até mesmo a ONU
tende a adotar), o que pressupõe ver a questão como sendo de saúde pública e
exige a ampliação da ação do Estado em áreas conflagradas pelo tráfico e o
oferecimento de alternativas viáveis de vida para sua população, como o amparo
aos dependentes.

Conceito 0 – Não abordou o tópico.

Conceito 1 – Citou apenas uma alternativa para combater as drogas.
Conceito 2 – Citou duas ou mais alternativas, mas não as desenvolveu
satisfatoriamente.
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Conceito 3 – Citou duas ou mais alternativas, e as desenvolveu

satisfatoriamente.

PADRÃO DE RESPOSTA

Um dos grandes problemas da atualidade decorre da relação entre o

narcotráfico e a violência. Nesse sentido, para reduzir essa disfunção social,
causada pelo tráfico de drogas, é preciso que o Estado reveja a sua forma de
atuação.
Primeiramente, observa-se uma relação direta entre drogas ilícitas e crime
organizado. É sabido que a produção, a comercialização e o consumo de drogas
ilícitas em larga escala movimentam uma grande quantidade de recursos
financeiros a nível mundial. Esse aspecto econômico-financeiro desperta o
interesse de redes criminosas globais que se dedicam à exploração do negócio,
visando os elevados lucros provenientes dessa atividade. Não obstante, o crime
organizado estende o seu ramo de atuação em várias direções, dentre elas
instituições financeiras, responsáveis pela lavagem de dinheiro.
Devido a essa ligação com o crime organizado, o tráfico de drogas acaba
se associando à violência. As instituições de segurança pública noticiam que a
disputa pelo domínio de áreas de abastecimento e vendas de drogas são
marcadas por guerras entre facções criminosas, que, por sua vez, levam
violência aos grandes centros urbanos. Ademais, o domínio dessas áreas de
tráfico dificulta a ação do poder público, aterroriza a população local e atrai
crianças e jovens para o serviço, fortalecendo ainda mais a violência na região.
Para combater essa violência, o Estado deve adotar outras alternativas à
denominada guerra às drogas. De fato, a história comprova que a atual
estratégia bélica de combate às drogas e à criminalização do dependente não se
mostra muito efetiva. Assim, caberia ao Estado ampliar a atuação em áreas
conflagradas pelo tráfico, oferecer alternativas viáveis de vida para a população
e criar programas de conscientização e amparo aos dependentes. Para
implementar tais alternativas, são necessárias ações práticas, como
investimento em tecnologia e em serviços de inteligência, políticas públicas de
combate à marginalização e à desigualdade social e, por fim, instituições de
saúde preparadas para atender aos dependentes químicos.
Deste modo, ao rever a forma de combater o narcotráfico, o Estado poderá
enfraquecer a ação do crime organizado e, consequentemente, reduzir a
violência gerada pelo tráfico de drogas.

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