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A invasão mongol da Rússia foi uma invasão empreendida por um vasto exército de

nômades mongóis iniciada em 1223 contra os Estados da Rússia de Kiev. Tal invasão
precipitou a fragmentação da Rússia de Kiev e influenciou o desenvolvimento da
História Russa, incluindo a ascensão do principado de Moscou.

Como parte da Invasão mongol da Europa, o Império Mongol invadiu a Rússia de Kiev
no século XIII, destruindo inúmeras cidades, incluindo Riazã, Kolomna, Moscovo,
Vladimir e Kiev.[1][2]

A campanha começou pela Batalha do Rio Calca em Maio de 1223, que resultou em uma
vitória mongol sobre as forças de diversas principados da Rus. Os mongóis recuaram,
mesmo assim. Uma invasão completa da Rus' por Batu Cã aconteceu de 1237 a 1242. A
invasão acabou com o processo de sucessão após a morte de Oguedai Cã. Todos os
principados de Rus' foram forçados a se submeter à dominação indígena e se tornar
parte do Império da Horda Dourada, em alguns desses principados a dominação durou
até 1480.

A invasão, facilitada pelo começo da queda da Rus de Kiev no século XIII, teve
ramificações incalculáveis para a história do Leste Europeu, incluindo a divisão
dos eslavos em três grupos separados: Na atual Rússia, na atual Ucrânia e
Bielorrússia,[3] e a ascensão do Grão-Principado de Moscou.

Índice
1 Pré-invasão
2 Invasão de Batu Cã
3 Influência da sociedade da Rus'
4 Referências
Pré-invasão
Enquanto enfrentava um processo de fragmentação, Rus de Kiev enfrentou uma erupção
inesperada de inimigos estrangeiros da região misteriosa do Extremo Oriente. "Por
nossos pecados", escreve o cronista Rus' anônimo da época, "nações desconhecidas
chegaram. Ninguém sabe sua origem ou de onde vieram, ou que religião praticam. Isto
só é sabido por Deus, e talvez para homens sábios aprendem em livros".[4]

Os príncipes da Rus' primeiro ouviram doa chegada dos guerreiros mongóis pelos
nômades cumanos. Antes conhecidos por pilhar assentamentos na fronteira, agora
preferiam relações pacíficas, advertindo seus vizinhos: "Esses terríveis
estrangeiros tomaram nosso país, e amanhã tomarão o seu se não vierem nos ajudar".
Em resposta ao chamado, Mistislau, o Ousado e Mistislau III de Kiev juntaram forças
e partiram ao Leste para encontrar seus inimigos, levando, no dia 1 de Abril de
1223 à Batalha do Rio Kalka.

Apesar dessa derrota ter deixado os principados de Rus' à mercê dos invasores, as
forças mongóis recuaram e só reapareceram treze anos depois, tempo que os
principados passaram lutando como antes, até que foram surpreendidos por uma nova e
ainda mais formidável força invasora.

Invasão de Batu Cã
História da Rússia
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O vasto exército mongol de cerca de 25 000 cavaleiros arqueiros, comandados por
Batu Cã e Subutai, cruzaram o Rio Volga e invadiram a Bulgaria do Volga ao fim de
1236. Levando apenas um mês para extinguir a resistência dos fracos Bulgária do
Volga, Cumanos-Quipechaques e Alanos.

Saque de Susdália por Batu Cã Em Fevereiro de 1238.


Em Novembro de 1237, Batu Cã enviou para a corte de Yuri II de Vladimir uma demanda
de submissão. Um mês depois, a horda sitiou Riazã. Depois de seis dias de sangrenta
batalha, a cidade foi completamente aniquilada e seus habitantes assassinados.[2]
Alarmado pelas notícias, Yuri II mandou seus filhos para deter os invasores, mas
foram derrotados e correram por suas vidas. Tendo queimado Kolomna e Moscou, a
horda sitiou Vladimir no dia 4 de Fevereiro de 1238. Três dias depois, a capital de
Vladimir-Susdália foi tomada e queimada. A família real se foi com o fogo, enquanto
o grão-príncipe recuou para o Norte. Cruzando o Volga, conseguiu novo exército, que
foi totalmente aniquilado pelos mongóis, na Batalha do Rio Sit em 4 de Março.

Batu Cã, então, dividiu seu exército em unidades menores, que saquearam quatorze
cidades da atual Rússia: Rostov, Uglitch, Jaroslávia, Costroma, Kashin, Sknyatino,
Gorodets, Galich, Pereslávia, Yuriev-Polsky, Dmitrov, Volokolamsk, Tuéria e
Torzhok. Armas de cerco chinesas foram usadas pelos mongóis para transpassar as
muralhas das cidades.[5] A mais difícil de tomar foi a pequena cidade de Kozelsk, n
qual o jovem Vasily, filho de Titus, e os habitantes, resistiram aos mongóis por
sete semanas, matando 4 000. As únicas grande cidades a escapar da destruição foram
Novogárdia e Pescóvia. Os mongóis planejaram avançar até Novgorod, mas o principado
se rendeu antes, sendo poupado de um destino mais cruel.[6]

Máxima extensão e principados da Rus de Kiev, 1220–1240. Esses principados incluíam


Vladimir-Susdália, Smolensk, Czernicóvia e Riazã, o último anexado pelo Grão-
Principado de Moscou em 1521.
Em meados de 1238, Batu Cã devastou a Crimeia e pacificou a Mordóvia. No inverno de
1239, saqueou Czernicóvia e Pereiaslave. Após vários dias de cerco, a horda marchou
à Kiev em Dezembro de 1240. Apesar da resistência de Daniel da Galícia, Batu Cã
conseguiu tomar duas das principais cidades, Aliche e Volodimíria. Os mongóis
resolveram, então, "atingir o oceano supremo", onde eles não poderiam prosseguir, e
invadiram a Hungria e a Polônia.[2] Batu Cã capturou Peste, e no Natal de 1241,
Esztergom.[2]

Influência da sociedade da Rus'


Historiadores debatem a influência do domínio mongol na sociedade da Rus' no longo
prazo. Os mongóis são culpados pela destruição das cidades, a quebra da
nacionalidade em três componentes e a introdução do conceito de "despotismo
oriental" à Rússia. Mas, também são creditado pelo papel importante no
desenvolvimento moscovino como Estado. Sob ocupação mongol, por exemplo, Moscou
desenvolveu sua hierarquia "mestnichestvo", correios (baseado no sistema mongol
"Örtöö"), censo, sistema fiscal e organização militar.[7]

O período de domínio mongol sobre a Rus' incluiu significante contato cultural e


interpessoal entre as classes dominantes mongóis e russas. Em 1450, a língua
tártara havia se tornou moda na corte do Grão-príncipe de Moscou, Basílio, que foi
acusado de amor excessivo aos tártaros e sua língua, e muitos nobres russos
adotaram sobrenomes tártaros (por exemplo, um membro da família Veliamanov adotou o
nome turco "Aksak" e seus descendentes se tornaram os Aksakovs)[8] Muitas famílias
boiares traçaram suas origens dos mongóis ou tártaros, incluindo Veliaminov-Zernov,
Godunov, Arseniev, Bakhmetev, Bulgakov e Chaadaev (descendentes do filho de Gêngis
Cã, Chagatai). Na Rússia do século XVII, mais de 15% das famílias nobres russas
tinham origens tártaras e orientais.[9]

Referências
«The Mongol Invasion of Russia in the 13th Century | Study.com». Study.com (em
inglês). Consultado em 15 de maio de 2017
Wikisource-logo.svg Vários autores (1911). «Mongols». In: Chisholm, Hugh.
Encyclopædia Britannica. A Dictionary of Arts, Sciences, Literature, and General
information (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em
domínio público)
Boris Rybakov, Киевская Русь и русские княжества XII-XIII вв. (Kievan Rus' and
Russian Princedoms in 12th and 13th Centuries), Moscow: Nauka, 1993. ISBN 5-02-
009795-0.
Michell, Robert; Forbes, Nevell (1914). «The Chronicle of Novgorod 1016-1471».
Michell. London, Offices of the society. p. 64. Consultado em 4 de junho de 2014
(the University of Michigan)John Merton Patrick (1961). Artillery and warfare
during the thirteenth and fourteenth centuries. Volume 8, Issue 3 of Monograph
series. [S.l.]: Utah State University Press. p. 12. Consultado em 28 de novembro de
2011. The Mongols invaded the Russian steppes at this time, reaching the Crimea
before turning back at the Khan's orders. The youngest son of Genghis, Tului, was
given the special task of destroying walled cities during this campaign, employing
the Chinese engines
Frank McLynn, Genghis Khan (2015).
See Ostrowski, page 47.
Vernadsky, George. (1970). The Mongols and Russia. A History of Russia, Vol. III.
New Haven: Yale University Press pp. 382-385.
Vernadsky, George. (1970). The Mongols and Russia. A History of Russia, Vol. III.
New Haven: Yale University Press.
Categorias: Guerras envolvendo os mongóisHistória da RússiaInvasões
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