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Teste de Apercepção Temática

para Crianças – CAT


Luciene Garay (CRP 07/23924) - Psicóloga e Neuropsicóloga
Mestre em Psiquiatria e Ciências do Comportamento
Especialista em Psicoterapia Sistêmica
Especialista em Neuropsicologia
Correção Semipresencial
Teste de Apercepção Temática para Crianças -
CAT
• O CAT, Children Apperception Test, foi criado por
Leopold Bellack e Sonya Bellack em 1949.

• Este instrumento de avaliação psicológica


apresenta-se sob duas formas: figuras de animais
(CAT-A) ou figuras humanas (CAT-H).
Teste de Apercepção Temática para Crianças -
CAT
• Estes instrumentos de avaliação psicológica
compreendem 10 pranchas que contêm figuras de
animais em diversas situações (CAT-A), e no caso
da versão humana do teste (CAT -H) as pranchas
apresentarem figuras humanas nos mesmos
contextos que as figuras animais são ilustradas.
Teste de Apercepção Temática
para Crianças- FIGURAS DE
ANIMAIS (CAT-A)
CAT-A

• Autores: Adele De Miguel, Leila


Salomão De La Plata Cury Tardivo,
Maria Cecília De Vilhena Moraes e
Silésia Maria Veneroso Delphino Tosi
• Editora: VETOR EDITORA
• Construto: Personalidade
• Público Alvo: De 5 até 10 anos
SATEPSI
CAT-A

• Aplicação: individual e não informatizado


• Correção: não informatizado
• Data aprovação: 22/03/2013
• Prazo dos estudos de validade: 22/03/2033

SATEPSI
CAT-A

Composição:
• 1 Livro de Instruções
• 1 Bloco de Avaliação com 25 Folhas
• 10 Cartões de Aplicação
• Edição: 1ª Edição 2013
Teste de Apercepção Temática
para Crianças- FIGURAS
HUMANAS (CAT-H)
CAT-H

• Autores: Adele De Miguel, Leila


Salomão De La Plata Cury Tardivo,
Leopold Bellak, Maria Cecília De
Vilhena Moraes, Marvin S. Hurvich e
Silésia Maria Veneroso Delphino Tosi
• Editora: VETOR EDITORA
• Construto: Personalidade
• Público Alvo: De 7 a 12 anos SATEPSI
CAT-H

• Aplicação: individual e não informatizado


• Correção: não informatizado
• Data aprovação: 19/08/2016
• Prazo dos estudos de validade: 19/08/2036

SATEPSI
CAT-H

Composição:
• 1 Livro de Instruções (Manual)
• 1 Bloco de Avaliação com 25 Folhas
• 10 Cartões de Aplicação
• Categoria: Personalidade
• Edição: 1ª Edição 2016
Teste de Apercepção Temática
para Crianças
Teste de Apercepção Temática para Crianças

• Descrição: O CAT é um teste aperceptivo, um


instrumento que permite a investigação da
personalidade, o estudo da dinâmica significativa das
diferenças individuais na percepção de estímulos
padronizados.
Teste de Apercepção Temática para Crianças

• As verbalizações do CAT refletem o conteúdo latente,


os processos psíquicos da criança.
• Assim, a partir das verbalizações do CAT, é possível
levantar hipóteses sobre a organização da
personalidade infantil.
• Tempo de aplicação: Livre (as aplicações levam em
média 45 minutos).
Teste de Apercepção Temática para Crianças

• O CAT é um instrumento de grande utilidade aos


psicólogos que se dedicam às atividades de
diagnóstico e de tratamento dos diferentes
transtornos clínicos infantis: problemas neuróticos,
psicóticos, psicossomáticos, bem como a repercussão
de situações traumáticas no psiquismo da criança.

Cunha (2003)
Teste de Apercepção Temática para Crianças

• Exemplos: negligência, abuso, abandono, maus tratos,


perdas.
• É um instrumento clinicamente útil para determinar
os fatores dinâmicos relacionados com as reações
infantis em um grupo, na escola e diante dos
acontecimentos familiares.

Cunha (2003)
Teste de Apercepção Temática para Crianças

• Seu manejo requer do psicólogo conhecimentos


aprofundados sobre a psicodinâmica, bem como
sobre o desenvolvimento infantil.
• Além disso, é de fundamental importância que o
clínico conheça a história da criança, antes de aplicar
o teste: situação familiar, questões de saúde/doença,
desenvolvimento da criança.
Cunha (2003)
Teste de Apercepção Temática para Crianças

• Esses dados devem ser integrados à dinâmica do


teste, por ocasião do psicodiagnóstico infantil.
• É função do psicólogo clínico integrar e interpretar,
com base nos fatos e achados, as dificuldades da
criança e pesquisar formas de auxiliar a ela e às
pessoas envolvidas com seus cuidados.

Cunha (2003)
Aplicação CAT
Aplicação CAT

• Estabelecimento de um bom rapport.


• Não é recomendado que seja o primeiro teste a ser
aplicado durante um processo de psicodiagnóstico.
• É importante explicar para a criança que não existe
histórias certas ou erradas e que o mais importante é
ela inventar uma história para cada figura.
Cunha (2003)
Aplicação CAT
• Aplicação: “Este é um jogo de histórias. São dez figuras ao
todo. Eu vou mostrar uma figura por vez, e você deve
tentar criar uma história de faz de conta para ela. Diga o
que está acontecendo na figura, o que vai acontecer depois
e como termina esta história. Ou você pode dizer o que
acha que aconteceu antes, em seguida, o que está
acontecendo na figura e depois qual é o fim da história. O
que interessa é você inventar uma história com começo,
meio e fim, da sua própria imaginação. Muito bem, esta é
a primeira figura.”
Cunha (2003)
Aplicação CAT

• Diante de um examinando que apensas descreve a figura


ou pareça ter dificuldade em inventar uma sequência de
ações, pode-se perguntar, por exemplo: “O que aconteceu
antes disto?” ou “O que aconteceu depois disto?”
• Os cartão devem ser apresentados um a um, na sequência
correta, enquanto os demais permanecem ocultos (fora do
campo de visão da criança).
Cunha (2003)
Aplicação CAT

• Todos os comportamentos e comentários da criança


observados durante a aplicação devem ser anotados
e utilizados como informações auxiliar para
interpretação da história específica em que ocorrem.

Cunha (2003)
Interpretação CAT
Interpretação CAT

• Tema principal: A história pode conter um tema ou


vários temas importantes. É necessário saber o que é
verbalizado e por quê. Procura-se, então, identificar
um denominador comum ao longo das histórias.
• Herói: O herói é o personagem com quem o sujeito
mais se identifica, a figura em torno da qual a história
se desenvolve.
Cunha (2003)
Interpretação CAT

• Necessidades do herói: As necessidades expressas podem


corresponder às do sujeito, em termos de realidade ou de
fantasia.
• Figuras, objetos ou circunstâncias omitidos: A criança
também pode omitir ou ignorar elementos presentes nas
lâminas, o que sugere que não os deseja naquele lugar,
fornecendo indícios sobre conflitos com eles relacionados.
Cunha (2003)
Interpretação CAT

• Figuras, objetos ou circunstâncias introduzidos: A


análise dos elementos introduzidos, que não constam
nas lâminas, constitui um passo importante na
interpretação. Por exemplo, circunstâncias externas
que sugerem decepção, injustiça, indiferença e outras
são indicadores auxiliares para a compreensão do
mundo em que a criança pensa estar vivendo.
Cunha (2003)
Interpretação CAT

• Concepção do mundo: Trata-se de um conceito


complexo, que pode envolver percepções
inconscientes e distorções aperceptivas pela memória.
Em geral, duas ou três descrições de termos, como
hostilidade e perigo, são suficientes para denotar
reações costumeiras diante do ambiente.

Cunha (2003)
Interpretação CAT

• Como são vistas as figuras: Importa considerar como


a criança vê, percebe as figuras com relação a si
mesma e, principalmente, como reage diante delas. A
qualidade dessa reação permite identificar
vulnerabilidades relacionadas com diferentes estágios
do desenvolvimento da personalidade.

Cunha (2003)
Interpretação CAT
• Conflitos significativos: É importante procurar identificar a
natureza dos conflitos manifestos nas histórias, assim como
os mecanismos de defesa empregados diante da
ansiedade.
• Natureza das ansiedades: O enredo das histórias fornece
subsídios para reconhecer ansiedades associadas a
desejos inconscientes e defesas empregadas contra as
mesmas.
Cunha (2003)
Interpretação CAT

• Principais defesas: As defesas mostram a habilidade


ou não do sujeito de lidar com estímulos externos e
internos, sendo reveladoras de aspectos de seu
desenvolvimento.
• Severidade do superego: A severidade do superego
pode ser avaliada pela punição, comparada com a
natureza da defesa.
Cunha (2003)
Interpretação CAT

• Integração do ego: O modo como a criança enfrenta


as demandas dos impulsos e da realidade externa
mostra-nos o funcionamento de seu ego. O
desenvolvimento do ego deve ser avaliado, com
referência à fase em que a criança se encontra,
observando-se:

Cunha (2003)
Interpretação CAT

a) a adequação de cada história à fase evolutiva da


criança e aos estímulos reais das lâminas, que refletem
a percepção que o self tem do mundo interno e
externo; b) o enfrentamento da realidade, ao longo de
cada história, que se traduz por verbalizações
adequadas, originais, inteligentes: c) a inclusão, ao
longo da história, de soluções adequadas, completas e
realísticas.
Cunha (2003)
Estudo de caso CAT
Estudo de caso CAT 1

• Motivo de encaminhamento: sintomas depressivos.


• Nome: Mariana
• Idade: 8 anos

Cunha (2003)
Estudo de caso CAT 1

• Lâmina 1 – “Três pintos queriam comer. E a mamãe


galinha não chegava. Eles pensaram que ela vinha
vindo. Mas não era ela: era só uma sombra. Ela
morreu e eles ficaram sozinhos, abandonados... Deu.”

Cunha (2003)
Estudo de caso CAT 1

• Tema principal: • Conflitos significativos:


• Herói: • Natureza das ansiedades:
• Necessidades do herói: • Principais defesas:
• Concepção do mundo: • Severidade do superego:
• Como são vistas as figuras: • Integração do ego:

Cunha (2003)
Estudo de caso CAT 1

• Depressão: capacidade associativa inibida, produção


pobre, histórias curtas, com reduzida expressão de
emoção, finais pessimistas; temas referentes à fome,
insatisfação, privação, solidão, tristeza, separações,
viagens, inibições para aprender, falta de entusiasmo,
vocabulário pobre, culpa, temor ao castigo e à solidão.

Cunha (2003)
Estudo de caso CAT 2

• Motivo de encaminhamento: variação do humor.


• Nome: Matheus
• Idade: 12 anos

Cunha (2003)
Estudo de caso CAT 2
• Lâmina 4 – “Aqui tem uma família: todos os cangurus vão fazer
piquenique. O papai canguru passa chispando na bicicleta. Ele
é bem forte. Faz musculação. Vai pedalando... A mãe vai atrás,
porque tem um filhinho e carrega a comida. Mas ela também
vai ligeiro. Vão chegar todos no campo. Os filhinhos saem
pulando no campo cheio de flores... Bonito, lindo. Aí,
estendem a colcha, sentam e comem bastante lanche. O papai
chama os filhos para jogar bola. São muito, muito felizes. Para
sempre, porque os filhinhos são muito bonzinhos com o papai
e com a mamãe canguru...”.
Cunha (2003)
Estudo de caso CAT 2

• Tema principal: • Conflitos significativos:


• Herói: • Natureza das ansiedades:
• Necessidades do herói: • Principais defesas:
• Concepção do mundo: • Severidade do superego:
• Como são vistas as figuras: • Integração do ego:

Cunha (2003)
Estudo de caso CAT 2
• Tendências maníacas: rápida resposta à lâmina, grande
número de associações, histórias longas, coloridas;
presença de temas como alegria, passeios, satisfação oral,
ênfase nos detalhes; os personagens solucionam todos os
problemas: dão e recebem prêmios e recompensas;
desfechos felizes e mágicos; presença de negação, controle
onipotente e identificação com o objeto idealizado;
personagens infantis independentes, que não sofrem,
manipulam os personagens adultos.
Cunha (2003)
Referências

• Cunha, JA (2003).Psicodiagnóstico V. Porto Alegre :


Artmed, 5. ed. rev. e ampl.
Obrigada pela atenção!

E-mail: luciene.garay@ulbra.br
Instagram: @lucieneneuropsicologia
Trabalho Discente Efetivo (TDE)

• Proposta da Atividade: Elabore uma ficha


catalográfica sobre o teste CAT. A ficha deve conter as
informações disponíveis no SATEPSI a respeito do
teste e mais informações adicionais que você achar
relevante.

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