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TESTE

RORSCHACH

1
CRIADOR

O teste de Rorschach (popularmente conhecido como


"teste do borrão de tinta") é uma técnica de avaliação
psicológica pictórica, comumente denominada de teste
projetivo, ou mais recentemente de método de
autoexpressão. Foi desenvolvido pelo psiquiatra e
Psicanalista suíço Hermann Rorschach.

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O teste consiste em dar respostas
INTRODUÇÃO sobre com o que se parecem as dez
pranchas com manchas de tinta
simétricas. A partir das respostas,
As pranchas do teste, desenvolvidas por
Rorschach, são sempre as mesmas. No
procura-se obter um quadro amplo
entanto, para a codificação e a interpretação da dinâmica psicológica do indivíduo.
das informações, diferentes sistemas são
utilizados. O teste de Rorschach é amplamente
(SC, R-PAS, Klopfer, Francesa e Rorschach
utilizado em vários países.
Clínico -MAIS COMUM ESCOLA
FRANCESA)

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Paralelamente ao "Teste de Rorschach" propriamente dito,

Rorschach desenvolveu em 1921 juntamente com Hans Behn-

Eschenburg uma segunda série de pranchas que ficou conhecida

como Behn-Rorschach ou simplesmente Be-Ro-Teste.

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Hans Zulliger publicou em 1948 um teste semelhante, mas em forma

de slides a serem projetados na parede, chamado Teste Z.

Esse teste, originalmente pensado como um teste para grupos, foi

posteriormente editado em pranchas e utilizado como uma forma

breve do teste de Rorschach, com apenas três pranchas

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O uso de manchas de tinta como uma
forma de teste não foi uma ideia de
Rorschach.
INTRODUÇÃO
HISTÓRICA Antes dele muitos autores, como Binet,
Henri, Dearborn, Kirkpatrik entre outros,
fizeram uso dessa técnica, sobretudo no
estudo da imaginação e da criatividade.

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Apesar de ter feito alguns experimentos anteriores menos sistemáticos foi nos
anos 1917-1918 que Rorschach começou um estudo mais sistemático do uso do
método de manchas de tinta no diagnóstico psiquiátrico, sobretudo no
diagnóstico da esquizofrenia. Na época ele trabalhava como diretor do hospital
Krombach em Herisau, na Suíça e pode colher dados tanto de pacientes como
de funcionários e estudantes, coletando assim respostas tanto de pacientes como
de pessoas saudáveis.
Essa foi a base da tese Psychodiagnostik publicada em junho de 1921, primeira
apresentação oficial do teste

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Originalmente Rorschach usava um total de 40 pranchas diferentes, que logo se

reduziram a 15. Mesmo esse número bem diminuído de pranchas, representou

uma grande dificuldade para a publicação da obra devido ao alto custo de

impressão. A maioria dos editores consultados se mostravam dispostos a publicar

apenas 6 pranchas, com o que o autor não concordava

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Assim, durante todo o ano de 1920 a obra, já pronta, não pode ser publicada - e

foi mesmo reescrita, uma vez que Rorschach continuava colhendo dados.

Apenas em 1921 Rorschach conseguiu, com o auxílio de Walter Morgenthaler,

negociar um compromisso com o editor Bircher de Berna: ele editaria 10 das

pranchas.

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Importante para o desenvolvimento posterior do teste foi o fato de o

editor ter tido problemas na reprodução das manchas, de forma que

as pranchas editadas eram menores que as originais e possuíam um

sombreado inexistente anteriormente. Essa é a forma atual do teste.

Essas mudanças, antes de serem um problema representaram novas

possibilidades para o teste, possibilidades que não faziam parte da

obra original de Rorschach.

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FALECIMENTO PRECOCE

A obra de Rorschach foi um fracasso editorial. A comunidade científica não se


mostrou interessada e a maior parte dos 1200 livros publicados ainda estavam no
depósito quando o autor faleceu. Somente quando mais tarde os direitos da obra
foram comprados pelo editor Huber e os primeiros artigos começaram a ser
publicados é que o teste passou a ganhar em respeitabilidade. No entanto seu autor
estava morto e as pranchas publicadas não correspondiam àquelas que ele utilizara
na coleta original de dados. Essa situação levou ao aparecimento de diversos novos
sistemas de codificação e interpretação do teste
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Dentre os primeiros treinadores de especialistas na execução do teste estava o
americano David Levy, que levou o teste para os Estados Unidos. Em torno de Levy
reuniu-se um grupo de pesquisadores que se dedicaram ao desenvolvimento do
método diagnóstico com as pranchas de Rorschach. Entre eles destacam-se Samuel J.
Beck e Marguerite Herz.
A expansão do nacional-socialismo nos países germanófonos levou a uma onda de
imigração e muitos pesquisadores europeus se estabeleceram nos Estados Unidos.
Entre eles o alemão Bruno Klopfer, o polonês Zygmunt Piotrowski e o húngaro
David Rapaport. Cada uma dessas cinco personalidades gerou um próprio sistema de
codificação e interpretação do teste de Rorschach.
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Nos Estados Unidos, foram os esforços de John E. Exner Jr. que, com seu Sistema

Abrangente (Comprehensive System) procurou unificar os sistemas das cinco

maiores escolas do teste de Rorschach nos Estados Unidos. Seu sistema tornou-se

muito influente também em outros países e é hoje o sistema mais difundido.

Infelizmente somente a primeira edição da obra de Bohm havia sido traduzida para o

inglês, de tal forma que o autor americano não a levou em consideração no seu

sistema. Na atualidade, há um esforço de unificação das escolas europeia e americana.

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NO BRASIL

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No Brasil o teste de Rorschach foi inicialmente utilizado sob a influência de

estudos europeus e norte americanos. Os primeiros estudos oficialmente datam

de 1927 com trabalhos do médico Ulisses Pernambuco; em 1929 com a

contribuição da psicóloga russa Helena Antipoff; e em 1932 com a colaboração

oficial do psiquiatra José Leme Lopes sobre os benefícios do instrumento para a

saúde mental

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Com uma abordagem pioneira na Educação Especial no
Brasil, a pedagoga e psicóloga russa Helena Antipoff
fixou residência em Belo Horizonte, em 1929, a convite
do governo do estado de Minas Gerais. Com formação
universitária em Paris e Genebra, a educadora ficou
conhecida, também, pelo trabalho na educação básica e
rural.

A partir de 1940, inaugurou a Fazenda do Rosário, no


município de Ibirité, em Minas, para educar crianças
com deficiência ou abandonadas utilizando as
teorias da Escola Ativa. Na mesma década, tornou-se
professora fundadora da Cadeira de Psicologia
Educacional na instituição que viria a ser a
Universidade Federal de Minas Gerais. 16
JOSÉ LEME foi "Life Member" da Society for Personality
Assessment" de Nova York, Membro da Sociedade Intenacional
Rorschach (Suiça), da "Societé Internationale pour la
Psychologie de l'Expréssion", Membro Fundador e Presidente
da Sociedade Católica Internacional para os Estudos Médico-
psicológicos, Membro Correspondente da "American Psychiatric
Association", da Academia de Medicina de Buenos Aires e da
Academia de Ciências de Lisboa.
Membro Honorário da Sociedade Real de Medicina Mental da
Bélgica, da Academia de Medicina da Colômbia, da Academia de
Medicina do Chile e foi também intitulado Comendador da Ordem
de Rio Branco (Ministério das Relações Exteriores) e da Ordem de
San Carlos (Colômbia).
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Ulisses Pernambuco De 1932 a 1927, exerce a
direção e funda, 1925, uma escola pioneira
para crianças excepcionais, anexa à Escola
Normal e que, em outra estrutura
organizacional, continua em funcionamento.

Outro pioneirismo relevante foi a fundação,


em 1925, do Instituto de Psicologia do Recife,
considerado como a primeira instituição
cientificamente autônoma a funcionar
regularmente no Brasil.

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O Instituto realiza um amplo programa de padronizaçãode testes, avaliações

psicológicas, seleção e orientação profissionais. É de pouco depois dessa

época a confecção local das lâminas de Rorschach, seguindo orientações em

artigo assinado do próprio autor suiço. Essas lâminas, hoje, estão em mãos

do psicólogo Paulo Rosas. Nos primeiros anos da década de 1930, Ulisses

implementa um audacioso projeto de reestruturação de todo o serviço de

Assistência a Psicopatas de Pernambuco.

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Entretanto, muitos outros colaboradores auxiliaram no processo de investigação
normativa do instrumento para seu uso com a população brasileira, possibilitando
parceria e contribuição de estudos brasileiros nacionais com outros estudos
internacionais.
Os primeiros trabalhos normativos desde 1930 focaram em estudos infantis,

adolescentes e adultos.

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Entre os diversos sistemas utilizados no Brasil, tem-se maior notícia dos

sistemas de Silveira, Klopfer, Exner, Francês e do R-PAS. Esses sistemas possuem

uso no Brasil até os tempos atuais e podem ser aplicados em diferentes campos

da psicologia: jurídica, educacional, clínica e organizacional, entre outros.

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No passado ( e em outros países) o instrumento foi utilizado por

médicos e outros profissionais. Entretanto, segundo a atual legislação

brasileira de uso desse instrumento, somente um psicólogo poderá

aplicar o teste seguindo normas éticas e o guia de aplicação e

interpretação do método, que esteja adequado com os critérios do

Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI).

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A LÓGICA DO
TESTE

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O teste de Rorschach, como todos os testes projetivos, baseia-se na

chamada hipótese projetiva. De acordo com essa hipótese, a pessoa a ser

testada, ao procurar organizar uma informação ambígua (ou seja, sem um

significado claro, como as pranchas do teste de Rorschach), projeta

aspectos de sua própria personalidade. O intérprete (ou seja, o psicólogo

que aplica o teste) teria assim a possibilidade de, trabalhando por assim

dizer "de trás para frente", reconstruir os aspectos da personalidade que

levaram às respostas dadas


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A hipótese projetiva baseia-se no

conceito freudiano de projeção: um

mecanismo de defesa, através do qual o

indivíduo atribui de maneira

inconsciente características negativas

da própria personalidade a outras

pessoas (projeção clássica).

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Apesar de a projeção clássica carecer de confirmação empírica e ser assim
alvo de controvérsias, há ainda um outro caso de projeção que conta com
uma relativa unanimidade entre os estudiosos: a projeção generalizada ou
assimilativa.

Esta é a tendência de determinadas características da personalidade,


necessidades e experiências de vida de influenciar o indivíduo na
interpretação de estímulos ambíguos

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De acordo com os defensores do uso de testes projetivos, tais testes

possuem duas grandes vantagens em comparação aos testes estruturados:

(a) eles "enganam" os mecanismos de defesa do indivíduo e (b) permitem ao

intérprete do teste ter acesso a conteúdos não acessíveis à consciência do

indivíduo testados.

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Corre-se o risco da análise ser monitorada pelo sistema de autodefesa

inconsciente do avaliado, mas o diagnóstico possui robustez para enquadrar

o individuo quando ele se camufla nas estratégias esguias, desde que não

tenha acesso a outros testes e avaliações para usá-lo como parâmetro e se

posicionar escamoteando suas características e personalidade.

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ATENÇÃO :
TODAS AS IMAGENS DAS “X” PRANCHAS QUE VOCÊS
VERÃO A SEGUIR FORAM COPIADAS DE SITES DA
INTERNET E SÓ ESTÃO SENDO USADAS
AC ADEMIC AMENTE

NÃO PODEM SER REPLICADAS, REPASSADAS E NEM


USADAS TÉCNICAMENTE

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A REALIZAÇÃO DO TESTE

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O teste compõe-se, como visto, de 10 pranchas diferentes, algumas com
borrões coloridos, outras são pretas e brancas. O realizador do teste
apresenta as pranchas, sempre na mesma ordem, à pessoa que está sendo
testada com a pergunta: o que poderia ser isto?
Apesar das pranchas serem sempre apresentadas na mesma posição, a
pessoa pode virá-las à vontade. E pode dar quantas respostas quiser.

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PRANCHA
1

32
PRANCHA -
II

Teresinha Bianchi dos Guaranys 33


34
PRANCHA

III

Teresinha Bianchi dos Guaranys 35


PRANCHA

IV

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37
PRANCHA
V

38
PRANCHA

VI

39
40
PRANCHA –

VII

41
PRANCHA

VIII

42
43
PRANCHA

IX

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PRANCHA

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REGISTRO DAS RESPOSTAS

PROTOCOLO DE REGISTRO

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A TÉCNICA DE INTERPRETAÇÃO

ORIENTAÇÃO ACADÊMICA

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Existem muitas técnicas de interpretação e uso para o método de

Rorschach na avaliação da personalidade. O conhecimento técnico da

avaliação é obtido por meio de estudo aprofundado de técnicas

específicas de acordo com uma teoria da psicologia e com um sistema

específico de uso do Rorschach.

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Deste modo, a indicação de técnicas de interpretação a seguir serve somente

para informar de modo muito superficial sobre diferentes maneiras de

abordagens ao Rorschach.

Essas informações não devem ser consideradas por pessoas que serão

submetidas ao procedimento de avaliação, porque vão somente confundir e

tirar a espontaneidade da pessoa a ser avaliada.

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O mesmo se aplica para os itens de quantidade de respostas, qualidade formal e

respostas de movimento. Essas informações não necessariamente serão

consideradas pelo avaliador porque são respectivas a determinados sistemas e não

são universais.

Esses índices são reunidos em agrupamentos (ing. clusters), que descrevem

determinadas dimensões da personalidade.

Vejamos um exemplo a seguir ......

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O SC (Sistema Compreensivo) é um sistema/escola de Rorschach, criado

por Exner, que integra cinco escolas de Rorschach em uma só.

Foi constituído após 15 anos de pesquisas e surgiu em 1974.

A diferença do SC para as demais escolas é que o SC foi aprimorado até a

morte do seu autor, Exner, em 2006.

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Após essa data, parte do seu grupo de pesquisas continuou pesquisando e

avançando na constituição de novos índices, na técnica de aplicação… Assim,

esses estudos mais avançados constituíram o R-PAS (Sistema de Avaliação por

Performance no Rorschach). O R-PAS tem sido tão estudado nos diversos

continentes quanto o SC, e ambos constituem os dois sistemas de Rorschach

mais fundamentados psicometricamente, bem como são sistemas aprovados

pelo CFP (SATEPSI) para o uso profissional no Brasil.

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Exner propõe uma interpretação dos diferentes índices. Ele apresenta três
grupos de "variáveis chave" (ing. key variables):

1.Grupo I, formado de três índices: o de esquizofrenia, o de depressão e o de


déficit de coping (são esforços cognitivos e comportamentais para lidar com situações de dano, de
ameaça ou de desafio quando não está disponível uma rotina ou uma resposta automática)

2.Grupo II, formado pelas chamadas "Escalas D", que se referem à


capacidade pessoal de controle do próprio comportamento e à capacidade de
lidar com estresse

1.Grupo III, que descreve os estilos (ou tendências) dominantes


de personalidade.
FICANDO ASSIM AGRUPADAS AS INFORMAÇÕES:
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Grupo 1: "A tríade cognitiva"
• Processamento de informações
• Ideação - a capacidade do indivíduo de traduzir as
Os diferentes índices informações que recebe do ambiente em conceitos e
dos três grupos são ideias abstratos
• Mediação cognitiva - a tendência de o indivíduo ser
então utilizados para convencional (ou não) na sua maneira de ver e
o cálculo de três pensar as coisas
agrupamentos de
qualidades do Grupo 2:
funcionamento • Afetividade
mental do indivíduo: • Autopercepção
• Percepção interpessoal
Grupo 3:
• Capacidade de controle e tolerância de estresse
• Estresse ligado à situação
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Com base nesses dados o realizador do teste obtém um perfil da personalidade

da pessoa testada. Esse perfil pode auxiliar o diagnóstico clínico de um

transtorno mental; o teste sozinho não oferece, no entanto, uma base sólida

para tal diagnóstico. Outro ponto importante é notar que para o teste de

Rorschach não há respostas corretas.

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Cada resposta só obtém seu significado quando vista em conjunto

com todas as respostas dadas. Além disso, o significados das

respostas varia de acordo com a população do indivíduo testado,

mostrando a importância da influência da cultura sobre os padrões

de percepção e interpretação. Assim, um mesmo resultado poderia

ser considerado normal em um europeu e problemático em um

norte-americano.

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