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Saúde

ocu pacion al
Profa. Dra.
Carolina Zinn
MEDICINA DO TRABALHO

das
A saúde do trabalhador depende
local
condições em que se encontram o
onde o trabalhador exerce a sua
o das
profissão, bem como do cumpriment
das
normas regulamentares determina
e.
pelo órgão governamental competent
MEDICINA DO TRABALHO
A Medicina do Trabalho tem uma equipe
multidisciplinar que atenta para os cuidados da
saúde do trabalhador, são eles:
1. Engenheiro de segurança do trabalho
2. Técnico em segurança do trabalho
3. Médico
4. Auxiliar ou técnico de enfermagem do trabalho
5. Enfermeiro do trabalho
6. Cipeiro
7. Recursos humanos
OBJETIVOS
1. CUIDAR da saúde do trabalhador;
2. OTIMIZAR procedimentos para proteger o
trabalhador;
3. MINIMIZAR riscos em âmbito laboral;
4. PRESERVAR a integridade mental, física e social
do trabalhador;
5. PROTEGER a saúde do trabalhador;
6. PLANEJAR ações de conscientização do
trabalhador sobre a importância destes cuidados;
7. PROPORCIONAR ambientes favoráveis à execução
das atividades laborais.
MEDICINA DO TRABALHO
A Medicina do Trabalho tem subdivisões, dependendo do
objetivo que pretende alcançar:

Medicina preventiva: Medicina curativa


● avaliação periódica do estado ● trata patologias já instaladas
geral do indivíduo e orientação e por motivos diversos, como falta
correção de posturas e hábitos de orientação, maus hábitos,
incorretos ou inadequados, imprudência, negligência etc.
objetivando o diagnóstico precoce
de patologias.
ACIDENTES DE TRABALHO

Lei nº 8.213/91:
Conforme dispõe o art. 19 da
que ocorre pelo
"Acidente do trabalho é o
viço de empresa
exercício do trabalho a ser stico ou pelo
ou de empregador domé s segurados
do trabalho do
exercício t. 11 desta Lei,
referidos no inciso VII do arou perturbação
provocando lesão corporal e ou a perda
rt
funcional que cause a mo temporária, da
ou redução, permanente ou
alho (BRASIL,
capacidade para o trab
1991)."
ACIDENTES DE TRABALHO
Ao lado da conceituação anterior, de acidente de trabalho típico,
por expressa determinação legal, as doenças profissionais e/ou
ocupacionais equiparam-se a acidentes de trabalho. Os incisos do
art. 20 da Lei nº 8.213/91 as conceitua:
1. - doença profissional, assim entendida a produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
2. - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou
desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.
ACIDENTES DE TRABALHO
ACIDENTES DE TRABALHO
O art. 21 da Lei nº 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa
única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para
redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido
lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho,
em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior;
ACIDENTES DE TRABALHO
O art. 21 da Lei nº 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho:
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício
de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de
trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da
empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada
por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante
este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
d a s d oe nç a s do trabalho:
era
Não são consid ça degenerativa;
è doen g e nte etário;
r e nte a a
è doença ine ro du z in capacidade
n ã o p
è doença que o trabalho;
para
mica. Atenção!
è doença endê
Comunicação de Acidente
de Trabalho (CAT)
Quando ocorre um acidente
ou doença do trabalho, é
preciso preencher a
Comunicação de Acidente de
Trabalho (CAT). A empresa
ou o empregador doméstico
devem comunicar o acidente
do trabalho à Previdência
Social até o primeiro dia
útil seguinte ao da
ocorrência e, em caso de
morte, de imediato, à
autoridade competente.
Comunicação de Acidente
de Trabalho (CAT)
Uma vez que o acidente de
trabalho afeta muitas pessoas,
a CAT deve ter várias cópias:
• para o INSS;
• para a empresa para que o
evento fique registrado e possa
ser analisado;
• para o acidentado (ou
dependentes);
• para o sindicato de classe do
trabalhador;
• para o SUS;
• para a Delegacia Regional
do Trabalho
ACIDENTES DE TRABALHO
1. Após o preenchimento da CAT, o trabalhador deve ir a um serviço de
saúde (ambulatório, hospital etc.) para que um médico faça o exame e
preencha o laudo de exame médico contido no verso da CAT.
2. Se houver afastamento, o pagamento do salário do segurado é
responsabilidade do empregador, até 15 dias.
3. Se o acidente exigir um afastamento de mais de 30 dias, o acidentado
deve ir ao INSS para pedir o benefício (auxílio-acidente) a que tem
direito.
a. No INSS, haverá a perícia médica, que deve verificar a relação
entre o acidente e a lesão ou doença è burocracia e atraso no
benefício
b. só os empregados de acordo com a CLT têm direito ao auxílio-
acidente.
4. A empresa que não informar o acidente de trabalho dentro do prazo
legal está sujeita à multa.
a. Se a empresa não comunicar o acidente, o próprio trabalhador,
seus dependentes, o sindicato, o médico ou as autoridades podem, a
qualquer tempo, registrar o acidente na Previdência Social
INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇÕES SAÚDE-TRABALHO E
NEXO CAUSAL DA DOENÇA COM O TRABALHO
Anamnese ocupacional è incorporada à entrevista clínica e seguir uma
sistematização para que nenhum aspecto relevante seja esquecido, por meio
de algumas perguntas básicas:
1. O que faz?
2. Como faz?
3. Com que produtos e instrumentos?
4. Quanto faz? Onde?
5. Em que condições?
6. Há quanto tempo?
7. Como se sente e o que pensa sobre seu trabalho?
8. Conhece outros trabalhadores com problemas semelhantes aos seus?

Assim é possível se ter uma ideia das condições de trabalho e de suas


repercussões sobre a saúde do trabalhador. Igual importância deve ser dada
às ocupações anteriores desempenhadas pelo trabalhador, particularmente
aquelas às quais o trabalhador dedicou mais tempo ou que envolveram
situações de maior risco para a saúde.
INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇÕES SAÚDE-TRABALHO E
NEXO CAUSAL DA DOENÇA COM O TRABALHO
A resposta positiva à maioria das questões apresentadas a seguir auxilia no
estabelecimento de relação etiológica ou nexo causal entre doença e
trabalho:
1. Natureza da exposição: o agente patogênico pode ser identificado pela
história ocupacional e/ou pelas informações colhidas no local de
trabalho e/ou de pessoas familiarizadas com o ambiente ou local de
trabalho do trabalhador?
2. Especificidade da relação causal e a força da associação causal: o
agente patogênico ou o fator de risco pode estar contribuindo
significativamente entre os fatores causais da doença?
3. Tipo de relação causal com o trabalho: o trabalho é considerado causa
necessária? Fator de risco contributivo de doença de etiologia
multicausal? Fator desencadeante ou agravante de doença preexistente?
No caso de doenças relacionadas ao trabalho, do tipo II, as outras
causas, não-ocupacionais, foram devidamente analisadas e
hierarquicamente consideradas em relação às causas de natureza
ocupacional?
INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇÕES SAÚDE-TRABALHO E
NEXO CAUSAL DA DOENÇA COM O TRABALHO
4. Grau ou intensidade da exposição: é compatível com a produção
da doença?
5. Tempo de exposição: é suficiente para produzir a doença?
6. Tempo de latência: é suficiente para que a doença se instale e
manifeste?
7. Registros anteriores: existem registros quanto ao estado anterior
de saúde do trabalhador? Em caso positivo, esses contribuem
para o estabelecimento da relação causal entre o estado
atual e o trabalho?
8. Evidências epidemiológicas: existem evidências epidemiológicas que
reforçam a hipótese de relação causal entre a doença e o
trabalho presente ou pregresso do segurado?
Tipos de riscos
NR9
Riscos físicos, químicos e
biológicos

NR5
Riscos ergonômicos e de
acidentes
Tipos de riscos
Riscos físicos Riscos químicos
Formas de energia que Exposição a substâncias
expõem os sólidas, líquidas ou
trabalhadores: gasosas, compostas por
Ruídos produtos químicos
Pressões anormais capazes de penetrar no
Vibrações organismo
radiações Poeira
Temperaturas extremas Fumo
Umidade Gases
Vapores
Tipos de riscos
Riscos biológico Riscos ergonômicos
Capazes de provocar Relacionados à adaptação
doenças do indivíduo ao
Fungos trabalho principalmente
Bactérias aos aspectos
Parasitas relacionados à”
Protozoários Postura inadequada
Vírus Materiais, mobiliários e
equipamentos
Organização
Capacidades
psicofisiológicas
Tipos de riscos
Riscos de acidentes
Relacionados ao ambiente
físico de trabalho
Arranjo físico inadequado
Falta de proteção em
equipamentos
Ferramentas e iluminação
inadequadas
Animais peçonhentos
Eletricidade
Tipos de riscos
Riscos psicosociais
Fator ou agente presente
no ambiente de
trabalho que possa
gerar prejuízos à saúde
mental/psíquica
Mapa de Riscos
Doenças
relacionadas a
Riscos Biológicos
● NR32
● Insalubridade – sobre salário
mínimo vigente
○ Máxima 40%
○ Média 20%
● Todo trabalhador da saúde
Riscos deve receber gratuitamente
imunização contra:
biológicos ○


Tétano
Difteria
○ Hepatite B
● NB1 – manipulação de agentes
com baixo risco individual e
comunitário
● NB2 – manipulação de
organismos com risco individual
moderado e comunitário

Níveis de ●
limitado
NB3 – manipulação de
microrganismos de alto risco
Biossegurança individual e moderado risco
para a comunidade.
● NB4 – manipulação de agentes
biológicos com alto risco
individual e para a
comunidade
Biossegurança
● Conjunto de ações com o objetivo de
prevenir, controlar, reduzir ou eliminar
riscos inerentes às atividades
LABORATORIAIS que possam comprometer
a saúde humana, animal, vegetal e o meio
ambiente.

● Estas medidas são constituídas por:


○ atividades organizacionais do
ambiente de trabalho;
○ utilização de Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs) e
Equipamentos de Proteção Coletivos
(EPCs);
○ limpeza e higienização do ambiente
laboratorial.
Protetor facial

● Os
EPI
equipamentos de
• Impacto (partículas sólidas, quentes/frias),
subst. Nocivas (poeiras, líquidos,
vapores), radiações (infravermelho e UV)
proteção individual
(EPI) são todos os
Protetor ocular
dispositivos de uso
• Impacto, respingos e aerossóis
individual destinados
a proteger a saúde e
a integridade física
do trabalhador. Protetor respiratório
Os filtros PFF (peças faciais filtrantes) são • Partículas suspensas, gases, vapores
classificados da seguinte forma:
• PFF1: poeiras e névoas.
• PFF2: poeiras, névoas, fumos e
agentes biológicos/voláteis. Protetor auditivo
• PFF3: poeiras, névoas, fumos, • Ruídos
radionuclídeos e preparação de quimio-
terápicos e citostáticos/voláteis.
https://www.episaude.org/?p=95
Luvas
• Contaminação do trabalhador com material
biológico e produtos químicos;
• Contaminação do paciente ou amostra.

Jaleco
• Uso obrigatório!!
• Manipulação de microrganismos patogênicos,
manejo de animais, lavagem de material,
esterilização, manipulação de produtos químicos.

Calçados de segurança
• Umidade, respingos, derramamentos e impactos..
EPC

● EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
COLETIVA
● Proteção do ambiente e a
manutenção da saúde e
integridade dos ocupantes.
● Uso rotineiro è capelas de
exaustão química e de
segurança biológica
● Situações emergenciais è
extintores de incêndio, chuveiro e
lava-olhos, kit de
derramamento, que devem estar
em locais de fácil acesso e bem
sinalizados.
Laboratórios de Nível
Identificação do nível de Biossegurança e

dos microrganismos;
de Biossegurança 1
Separação do laboratório do acesso público; (NB1)
Laboratório com acesso controlado;

Local para armazenar EPIs de uso

exclusivo no Laboratório;

Paredes, tetos e pisos, impermeáveis e

resistentes à desinfecção;

Autoclave próxima ao laboratório.

O NB-1 exige a utilização de avental, luvas,


óculos e calçado fechado.
Laboratórios de Nível de
Biossegurança 2 (NB2)
● Idem ao NB1;
● Lavatório para as mãos próximo à entrada do laboratório;
● Torneira com acionamento sem uso das mãos;
● Sistema central de ventilação;
● Janelas vedadas;
● Antecâmara;
● Sistema de geração de emergência elétrica;
● Procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de aerossóis
infecciosos devem ser conduzidos em cabines de segurança biológica ou outro
equipamento de contenção física.
● Os profissionais que atuam em locais NB-2 devem utilizar avental, proteção
respiratória, luvas, óculos e calçado fechado. Ademais, os locais NB-2 devem
ter lava olhos e cabines de segurança classe II (EPCs).
laboratórios de Nível de
Biossegurança 2 (NB2)

● Chlamydia pneumoniae,
C.Trachomatis
● Helicobacter pylori
● Staphylococcus aureus
● Treponema pallidum
● Leptospira
● Helmintos e
protozoários intestinais
● Diversos fungos
● HVA, HVB, HVC,
Herpes, Rubéola
laboratórios de Nível de Biossegurança
3 (NB3)
● NB1 e NB2, Mais:
○ Prédio separado ou em zona isolada
○ Dupla porta de entrada
○ Escoamento do ar interno direcionado
○ 10 a 12 trocas de ar/hora
○ Sistema de alarme
○ Paredes, pisos e tetos resistentes à
água e ser de fácil descontaminação
○ Todo material de trabalho colocado
dentro da capela de segurança
classe II ou III.
laboratórios de Nível de
Biossegurança 3 (NB3)
Bacteriologia/Tuberculose
1. Instituto Adolfo Lutz/SES/SP.
2. Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Ceará/SES/CE.
3. Laboratório Central do Distrito Federal/SES/DF
Virologia
1. Instituto Evandro Chagas/SVS/MS/PA
2. Instituto Octávio Magalhães/FUNED/SES/MG
3. Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/FIOCRUZ/PE
4. Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul/SES/RS
5. Instituto Pasteur/SES/SP
6. Departamento de Virologia do IOC/FIOCRUZ/RJ
7. Instituto de Medicina Tropical/IMTM/SES/AM
8. Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz/FIOCRUZ/BA
9. Centro de Pesquisa em Medicina Tropical/CEPEM/SES/RO
laboratórios de Nível de
Biossegurança 4 (NB4)
● Esses laboratórios requerem, além dos
requisitos físicos e operacionais dos níveis de
contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção
(instalações, desenho e equipamentos de
proteção) e procedimentos especiais de
segurança.
● Os profissionais que trabalham em
ambientes NB-4 devem utilizar máscara
facial ou macacão pressurizado, luvas,
óculos, roupa protetora completa e calçado
fechado como EPI.
● Os EPCs exigidos são: lava olhos,
equipamentos de exaustão, vácuo e
descontaminação e cabines de segurança
classe III.

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