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Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Curso: História
Aluno:Adriana Garcia Milani
Matrícula:15116090173
Polo: Resende
2019
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NOTA 6,5
Tema:
Assim, concluem, que por ser um discurso contemporâneo o conceito de sentido deve ser bem
compreendido a fim de não trazer consequências equivocadas no uso da história e ocasionar sua
instrumentalização.
1,4
Tese central:
2
A tese central do autor teve como base analisar que o conceito de sentido podem ser utilizados
para auxiliar nas construções sociais e culturais ao serem relativizadas, contextualizadas e historicizadas.
O autor ver como necessário uma breve apresentação de JörnRüssen e sua obra e perspectiva sobre o
pensamento histórico.
Após situar historicamente Rüssen, bem como, suas teorias e experiências, Wiklund inicia sua
análise de conceito de sentido, seu papel na teoria de Rüssen e também em que medida ainda é viável
falar em sentido da história.
Em seguida, Wiklund questiona se haveria realmente um sentido para a história? Na atualidade
JörnRüssen trata a questão do sentido da história propondo uma visão mais abrangente acerca do
assunto. Segundo Wiklund, percebe-se na teoria da história de Rüssen que “o conhecimento histórico
depende de normas e esquemas conceituais, e que os mesmos funcionam de acordo com uma lógica
narrativa...”( Wiklund, 2008, p. 25), que razão e racionalidade não foram historicamente o desafio de
Rüssen, e sim sua referência inicial.
1,4
Lógica interna:
Com a finalidade de comprovar sua tese o autor apresenta os seguintes argumentos: qual é o
sentido de “sentido”? Qual é seu status na teoria de Rüssen? E em que medida é ainda plausível falar
em sentido da história? (Wiklund, 2008, p.26)
Segundo o autor, a ambiguidade do conceito de sentido pode favorecer para diferenciar vários
aspectos e tornar mais claras as coisas, mas no momento não atenderiam seus objetivos. Ao citar o
“sentido” nas ciências humanas, ele faz uma associação com a intenção de um autor ou de um agente, ou
seja, compreende-se o sentido “nos termos da intenção que lhe está por detrás (sentido como intenção)”.
Umoutro conceito semelhante é citado por ele ao referir-se a Dilthey, seria “um sentido expresso nas
manifestações da vida ou objetificações da experiência vivida (sentido como expressão)”. (Wiklund,
2008, p.26)
o autor, é importante compreender o conceito de sentido no que diz respeito à relação com um objeto,
um fim, expresso na ideia desenvolvida historicamente como realização da vontade de Deus. Com isso,
o sentido da história pode ser explicado, segundo Wiklund, pela intenção de seu “autor” – Deus – ou
pelo objetivo que o atingirá. As intenções humanas para Wiklund, podem ser descritas em termos
objetivos por meio de ações. (Wiklund, 2008, p.27)
A constituição do sentido sobre a experiência do tempo, não deve ser entendida como uma
dimensão única e limitada nossa, mas sim como uma visão relacionada ao “agora”, ao “antes” e ao
“futuro”. São dimensões diferentes e que só podem ser analisadas separadas; experiência e intenção. É
a maneira de como um intérprete se compreende, e ao mundo e sua relação com ele que se forma a
consciência histórica. Para Wiklund, o representacionismo apresenta uma crítica simples ao afirmar que
a linguagem não é um reflexo da realidade, porque altera nossa visão sobre a mesma. (Wiklund, 2008,
p.27-28).
Nos textos de Rüssen, o autor explica que a narrativa histórica pode ser formada e alterada em
seu conteúdo na consciência histórica, além de, possibilitar associações na interpretação do passado e a
compreensão do presente com antecedência. (Wiklund, 2008, p.31)
Wiklund, exemplifica alguns sentidos da história e entende ser útil fazer uma distinção entre dois
aspectos de sentido. De um lado, a possibilidade da “história” ter sentido ao formar uma interpretação
lógica da nossa história sobre um conteúdo ou tema. De outro lado,seria o sentido na história se referir à
ideia de um objetivo positivo ou uma direção à concretização de valores e metas, ou seja, o sentido
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teleológico, como acontece quando indagamos o sentido do que estamos fazendo ou do que está
acontecendo. A catástrofe e ações que levam à ruínas não seriam portadoras de sentido
nessainterpretação de sentido, mas mesmo assim deve levar em conta o sentido como parte do enredo.
As ideias estabelecem a interpretação de mundo e de uma pessoa facilitando seus desafios no presente e
conduzir atos futuros com antecedência(Wiklund, 2008, p.33).
O autor afirma que o objetivismo do sentido teleológico não depende de intérprete, nem de suas
intenções. Outrosssim, o subjetivismo não considera o sentido teleológico ao afirmar que o passado
pode ser manipulado pelo intérprete conforme seu desejo. Para isso, Rüssen defende o estabelecimento
de alguns critérios que proporcionem sentido na pesquisa histórica. (Wiklund, 2008, p.34)
Conforme apresentado no livro didático, “o primeiro critério, portanto, é mais subjetivo, pois é
proveniente de um interesse muitas vezes pessoal; já o segundo critério é objetivo, pois se refere a uma
experiência que não tem a menor obrigação de responder aos interesses de um pesquisador que nasceu
séculos depois” (Livro didático – pág. 17).
O autor explica que para Rüssen sentido não é somente objetivo nem tampouco totalmente
subjetivo, já que as duas experiências são importantes para determinar e conceituar o passado, bem
como, orientar e direcionar a ação. O autor considera o sentido vai além das experiências e normas para
determinar o passado. Com isso, ele aponta três aspectos diferentes e relacionados em si, como a
experiência, o significado e o sentido. O objetivo principal do sentido é determinar o início, o término e
como eles se relacionam. O sentido de uma narrativa dependerá de vários critérios, como a situação do
público, das propostas, das metas ou expectativas a serem adotadas. ((Wiklund, 2008, p. 35)
Segundo o autor, o pensamento histórico pode geralmente ser resumido pela experiência e pela
intenção quando se refere ao tempo. A narrativa histórica transforma o tempo natural em humano,
então, pode ser comparada ao pensamento de Kant no que se refere às categorias e conceitos que
colocam ordem às aparências. Wiklund afirma que a visão de mundo da Crítica da razão pura de Kant,
exclui a teleologia e um significativo entendimento para o sentido, além de não facilitar uma percepção
histórica do mundo. Entretanto, o autor concorda que a teoria de Rüssen facilitaria muito essa percepção
histórica do mundo com sentido humano para suas ações e sofrimentos existenciais. (Wiklund, 2008,
p.36)
No que se refere ao contexto de sentido na concepção de Rüssen, o autor coloca que não se trata
de ser alheio à “história” e o resultado de instrumentalização não são precisamente lições morais, já que
de uma forma ou de outra sempre teremos algo a aprender com o passado, o que para Rüssen pode nos
direcionar a uma escolha a partir do conceito de racionalidade de sentido à racionalidade instrumental.
(Wiklund, 2008, p.38)
A teoria “construtivista”de Rüssenpoderia segundo o autor, ser em certos sentidos ser assim
denominada devido à amplitude do conceito de construtivismo. Wiklund esclarece que se refere ao
subjetivista e relativista. Uma versão do pós-modernismo apresentada como crítica da racionalidade
instrumental tende ao perigo de se opor a instrumentalização do passado. (Wiklund, 2008, p.40-41)
O autor conclui que o ponto de vista apresentado por Rüssen sobre o conceito de racionalidade
de sentido serve como apoio para refletir sobre o sentido na história em contraposição a
instrumentalização, ao ceticismo e o dogmatismo a ao relativismo podem traçar o projeto histórico.
(Wiklund, 2008, p.42-43)
Interlocução:
O autor concorda que Rüssen possui vários aspectos em comum com Habermas,
porém, alguns são ocultados na teoria da história e de sua identidade filosófica.
O autor busca apoio também em Kant, que defende o conhecimento histórico como
dependente da imaginação e não sendo, portanto, totalmente independente da realidade
bem como absoluta em suas verdades e representações históricas. Ele esclarece, porém,
que as estratégias imaginativas de Kant não são ficção nem contradizem a necessidade da
racionalidade e da disciplina de pensamento. (Wiklund, 2008, p.29)
Por fim, Wiklund afirma que Rüssen foi inspirado pela ideia de Habermas no que se
refere a racionalidade comunicativa de modo que não instrumentalize a identidade dos
outros, mas que exista equivalência nas argumentações e troca ao reconhecer as diferenças
em toda humanidade. (Wiklund, 2008, p. 42)
1,4
O primeiro trecho que selecionei, em função do meu modo de entender, que ilustra o
argumento do autor foi:“A forma como o sentido é compreendido tem consequências
cruciais para o uso da história, para as possibilidades de orientação histórica e para os
7
O segundo trecho foi:“Ao longo das últimas décadas, o sentido tornou-se um dos
conceitos mais centrais na ciência histórica e na história intelectual. De um lado, este
fenômeno serve de testemunho à reação contra a percepção da perda de significado, sendo,
pois, resultado de uma “racionalização” das visões de mundo e da crise de legitimidade das
antigas meta-narrativas.”
Referência bibliográfica:
TEIXEIRA, Felipe Charbel; CALDAS, Pedro. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2011