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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de

Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

UNIVERSIDADEFEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Centro de Ciências Humanas e Sociais

Licenciatura em História - EAD


UNIRIO/CEDERJ

AD1 – PRIMEIRA AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA – 2019.2


DISCIPLINA:Historiografia
COORDENADOR: Pedro Spinola Pereira Caldas
TUTOR PRESENCIAL: Ulisses Coli

Curso: História
Aluno:Adriana Garcia Milani
Matrícula:15116090173
Polo: Resende

Título: A constituição histórica do sentido além da racionalidade

2019
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A constituição histórica do sentido além da racionalidade

Fichamento do artigo ALÉM DA RACIONALIDADE INSTRUMENTAL: SENTIDO


HISTÓRICO E RACIONALIDADE NA TEORIA DA HISTÓRIA DE JÖRN RÜSSEN–
WIKLUND, Martin. In: História da Historiografia, Ouro Preto, v.1, n.1, 2008.

Este trabalho tem por finalidade realizar o fichamento do artigo do professor e


pesquisador de pós-doutorado no Departamento de História das Ideias e Teoria da Ciência,
onde ele [QUEM?] analisa o conceito de sentido na teoria de Jörn Rüssen, bem como, a
distinção entre o conceito de sentidocomo constituição e sentido como representação. Logo,
há uma articulação dos diversos aspectos de sentido de Rüssen. Para tal será seguido o roteiro
proposto e que apreciará: o tema, a tese central, a lógica interna, a interlocução e os trechos de
destaque do artigo.

NOTA 6,5

Tema:

O autor [QUEM?] utiliza-se de uma abordagem descritiva e analítica a partir do pensamento de


Jörn Russen para explicar o conceito de sentido na teoria da história. Seu objetivo é demonstrar que
encontramos nos argumentos mais plausíveis e sob uma nova visão em detrimento ao objetivismo e ao
construtivismo relativista. Diferentes aspectos do conceito de sentido são articulados através do conceito
de ‘racionalidade de sentido’ como apoio e que ao discordar do construtivismo tende a instrumentalizar e
objetificar o sentido sem comprovações metódicas históricas.

Assim, concluem, que por ser um discurso contemporâneo o conceito de sentido deve ser bem
compreendido a fim de não trazer consequências equivocadas no uso da história e ocasionar sua
instrumentalização.

1,4

Tese central:
2

A tese central do autor teve como base analisar que o conceito de sentido podem ser utilizados
para auxiliar nas construções sociais e culturais ao serem relativizadas, contextualizadas e historicizadas.
O autor ver como necessário uma breve apresentação de JörnRüssen e sua obra e perspectiva sobre o
pensamento histórico.
Após situar historicamente Rüssen, bem como, suas teorias e experiências, Wiklund inicia sua
análise de conceito de sentido, seu papel na teoria de Rüssen e também em que medida ainda é viável
falar em sentido da história.
Em seguida, Wiklund questiona se haveria realmente um sentido para a história? Na atualidade
JörnRüssen trata a questão do sentido da história propondo uma visão mais abrangente acerca do
assunto. Segundo Wiklund, percebe-se na teoria da história de Rüssen que “o conhecimento histórico
depende de normas e esquemas conceituais, e que os mesmos funcionam de acordo com uma lógica
narrativa...”( Wiklund, 2008, p. 25), que razão e racionalidade não foram historicamente o desafio de
Rüssen, e sim sua referência inicial.
1,4
Lógica interna:

Com a finalidade de comprovar sua tese o autor apresenta os seguintes argumentos: qual é o
sentido de “sentido”? Qual é seu status na teoria de Rüssen? E em que medida é ainda plausível falar
em sentido da história? (Wiklund, 2008, p.26)

Segundo o autor, a ambiguidade do conceito de sentido pode favorecer para diferenciar vários
aspectos e tornar mais claras as coisas, mas no momento não atenderiam seus objetivos. Ao citar o
“sentido” nas ciências humanas, ele faz uma associação com a intenção de um autor ou de um agente, ou
seja, compreende-se o sentido “nos termos da intenção que lhe está por detrás (sentido como intenção)”.
Umoutro conceito semelhante é citado por ele ao referir-se a Dilthey, seria “um sentido expresso nas
manifestações da vida ou objetificações da experiência vivida (sentido como expressão)”. (Wiklund,
2008, p.26)

A compreensão do conceito de sentido dentro da tradição fenomenológica significa para


Wiklund compreender a essência de algo e o que ele representa, em contrapartida, o sentido-referencial
se explica pela existência desse algo. (Wiklund, 2008, p.26)

Um outro aspecto, é citado por Wiklund,ao referir ao sentido da estória de um texto ou de um


drama como conceito de sentido e que pode ser esclarecido como o argumento, a moral ou o ponto da
estória, ou seja, o que resume tudo mas não corresponde necessariamente à intenção do autor. Segundo
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o autor, é importante compreender o conceito de sentido no que diz respeito à relação com um objeto,
um fim, expresso na ideia desenvolvida historicamente como realização da vontade de Deus. Com isso,
o sentido da história pode ser explicado, segundo Wiklund, pela intenção de seu “autor” – Deus – ou
pelo objetivo que o atingirá. As intenções humanas para Wiklund, podem ser descritas em termos
objetivos por meio de ações. (Wiklund, 2008, p.27)

A constituição do sentido sobre a experiência do tempo, não deve ser entendida como uma
dimensão única e limitada nossa, mas sim como uma visão relacionada ao “agora”, ao “antes” e ao
“futuro”. São dimensões diferentes e que só podem ser analisadas separadas; experiência e intenção. É
a maneira de como um intérprete se compreende, e ao mundo e sua relação com ele que se forma a
consciência histórica. Para Wiklund, o representacionismo apresenta uma crítica simples ao afirmar que
a linguagem não é um reflexo da realidade, porque altera nossa visão sobre a mesma. (Wiklund, 2008,
p.27-28).

Segundo o autor, a defesa de Rüssen sobre a consciência histórica é a base do conhecimento e


da ciência histórica e é essencial levar em consideração a validade do conhecimento histórico do
intérprete. (Wiklund, 2008, p.30)

Nos textos de Rüssen, o autor explica que a narrativa histórica pode ser formada e alterada em
seu conteúdo na consciência histórica, além de, possibilitar associações na interpretação do passado e a
compreensão do presente com antecedência. (Wiklund, 2008, p.31)

A compreensão dos critérios de sentido são determinantes para compreendermos e


interpretarmos a história. (Wiklund, 2008, p.32)

Wiklund, considera a dimensão teleológica um importante aspecto do conceito de sentido em


Rüssen. Ele explica que “segundo Rüssen, todo pensamento histórico tem uma dimensão teleológica,
uma dimensão de objetivos e valores.” Ao compreender o passado, a consciência histórica ele busca
entender o presente e adianta o futuro, ou seja, faz uma ligação do passado e o que se pode esperar do
futuro. As ideias favorecem a direção de um objetivo no qual o sentido da ação humana e o sofrimento
podem ser interpretados pelo passado.(Wiklund, 2008, p. 33)

Wiklund, exemplifica alguns sentidos da história e entende ser útil fazer uma distinção entre dois
aspectos de sentido. De um lado, a possibilidade da “história” ter sentido ao formar uma interpretação
lógica da nossa história sobre um conteúdo ou tema. De outro lado,seria o sentido na história se referir à
ideia de um objetivo positivo ou uma direção à concretização de valores e metas, ou seja, o sentido
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teleológico, como acontece quando indagamos o sentido do que estamos fazendo ou do que está
acontecendo. A catástrofe e ações que levam à ruínas não seriam portadoras de sentido
nessainterpretação de sentido, mas mesmo assim deve levar em conta o sentido como parte do enredo.
As ideias estabelecem a interpretação de mundo e de uma pessoa facilitando seus desafios no presente e
conduzir atos futuros com antecedência(Wiklund, 2008, p.33).

O autor afirma que o objetivismo do sentido teleológico não depende de intérprete, nem de suas
intenções. Outrosssim, o subjetivismo não considera o sentido teleológico ao afirmar que o passado
pode ser manipulado pelo intérprete conforme seu desejo. Para isso, Rüssen defende o estabelecimento
de alguns critérios que proporcionem sentido na pesquisa histórica. (Wiklund, 2008, p.34)

Conforme apresentado no livro didático, “o primeiro critério, portanto, é mais subjetivo, pois é
proveniente de um interesse muitas vezes pessoal; já o segundo critério é objetivo, pois se refere a uma
experiência que não tem a menor obrigação de responder aos interesses de um pesquisador que nasceu
séculos depois” (Livro didático – pág. 17).

O autor explica que para Rüssen sentido não é somente objetivo nem tampouco totalmente
subjetivo, já que as duas experiências são importantes para determinar e conceituar o passado, bem
como, orientar e direcionar a ação. O autor considera o sentido vai além das experiências e normas para
determinar o passado. Com isso, ele aponta três aspectos diferentes e relacionados em si, como a
experiência, o significado e o sentido. O objetivo principal do sentido é determinar o início, o término e
como eles se relacionam. O sentido de uma narrativa dependerá de vários critérios, como a situação do
público, das propostas, das metas ou expectativas a serem adotadas. ((Wiklund, 2008, p. 35)

Segundo o autor, o pensamento histórico pode geralmente ser resumido pela experiência e pela
intenção quando se refere ao tempo. A narrativa histórica transforma o tempo natural em humano,
então, pode ser comparada ao pensamento de Kant no que se refere às categorias e conceitos que
colocam ordem às aparências. Wiklund afirma que a visão de mundo da Crítica da razão pura de Kant,
exclui a teleologia e um significativo entendimento para o sentido, além de não facilitar uma percepção
histórica do mundo. Entretanto, o autor concorda que a teoria de Rüssen facilitaria muito essa percepção
histórica do mundo com sentido humano para suas ações e sofrimentos existenciais. (Wiklund, 2008,
p.36)

Wiklund propõe que na teoria da história de Rüssen a formulação de uma proposta de


pensamento histórico, visto que, pode vir a surgir dúvidas quanto à instrumentalização da história e do
passado. Ao analisar o pensamento histórico por meio de interesses, funções e necessidades de
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conhecimento, é arriscado de ser funcionalizado surgindo daí um questionamento se o pensamento


histórico racionalizado não o tornaria apenas um ferramenta para outros fins?( Wiklund, 2008, p.37)

No que se refere ao contexto de sentido na concepção de Rüssen, o autor coloca que não se trata
de ser alheio à “história” e o resultado de instrumentalização não são precisamente lições morais, já que
de uma forma ou de outra sempre teremos algo a aprender com o passado, o que para Rüssen pode nos
direcionar a uma escolha a partir do conceito de racionalidade de sentido à racionalidade instrumental.
(Wiklund, 2008, p.38)

Em racionalidade de sentido, primeiramente ele apresenta uma pergunta sobre como a


racionalidade de sentido deve ser compreendida. Sendo assim, a racionalidade de sentido deve ser
conforme a orientação histórica, ao invés de somente estabelecer objetivos, direções e pretensões futuras.
(Wiklund, 2008, p.39)

Wiklund, esclarece também a intenção de nomear o sentido como racionalidade de sentido, ao


relacionar e associar as diversas formas de razão e racionalidade. Para o autor, o que dá ênfase ao
conceito de sentido e de conceito de racionalidade para Rüssen é a opção que ele favorece ao
objetivismo no entendimento subjetivista e construtivista de sentido, e sua predisposição para a
instrumentalização. Wiklund, 2008, p.40)

A teoria “construtivista”de Rüssenpoderia segundo o autor, ser em certos sentidos ser assim
denominada devido à amplitude do conceito de construtivismo. Wiklund esclarece que se refere ao
subjetivista e relativista. Uma versão do pós-modernismo apresentada como crítica da racionalidade
instrumental tende ao perigo de se opor a instrumentalização do passado. (Wiklund, 2008, p.40-41)

O autor conclui que o ponto de vista apresentado por Rüssen sobre o conceito de racionalidade
de sentido serve como apoio para refletir sobre o sentido na história em contraposição a
instrumentalização, ao ceticismo e o dogmatismo a ao relativismo podem traçar o projeto histórico.
(Wiklund, 2008, p.42-43)

BUSQUE SER MAIS SUCINTA! 1,2

Interlocução:

Ao longo do trabalho oautor buscou analisar, além de Rüssen os trabalhos de outros


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autores, com a finalidade de poder comprovar sua tese.

O autor concorda que Rüssen possui vários aspectos em comum com Habermas,
porém, alguns são ocultados na teoria da história e de sua identidade filosófica.

Quanto à Dilthey, o autor considera a importância do seu conceito similar de sentido


ao formular o conceito de ideia de ciências humanas como meio de entender um sentido
manifestado na vida e no trato com a experiência vivida.

O autor busca apoio também em Kant, que defende o conhecimento histórico como
dependente da imaginação e não sendo, portanto, totalmente independente da realidade
bem como absoluta em suas verdades e representações históricas. Ele esclarece, porém,
que as estratégias imaginativas de Kant não são ficção nem contradizem a necessidade da
racionalidade e da disciplina de pensamento. (Wiklund, 2008, p.29)

Em relação a ideia de Husserl da consciência como constituidora de sentido, Wiklund


a percebe como uma teoria que substitui lentamente a teoria kantiana de consciência
transcendental. Sendo que, na teoria de Rüssen, a consciência constitutiva é a consciência
histórica, se aproximando segundo Wiklund, do conceito fenomenológico de sentido e que
para Husserl se torna o sentido do mundo da vida. (Wiklund, 2008, p. 30)

Por fim, Wiklund afirma que Rüssen foi inspirado pela ideia de Habermas no que se
refere a racionalidade comunicativa de modo que não instrumentalize a identidade dos
outros, mas que exista equivalência nas argumentações e troca ao reconhecer as diferenças
em toda humanidade. (Wiklund, 2008, p. 42)

O PRINCIPAL INTERLOCUTOR É RUSEN. DEVERIA COMENTAR ELE MAIS.

1,4

Trechos de destaque: 1,1

VOCÊ DEVE INDICAR AS PÁGINAS DOS TRECHOS CITADOS

O primeiro trecho que selecionei, em função do meu modo de entender, que ilustra o
argumento do autor foi:“A forma como o sentido é compreendido tem consequências
cruciais para o uso da história, para as possibilidades de orientação histórica e para os
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riscos de sua instrumentalização.”

O segundo trecho foi:“Ao longo das últimas décadas, o sentido tornou-se um dos
conceitos mais centrais na ciência histórica e na história intelectual. De um lado, este
fenômeno serve de testemunho à reação contra a percepção da perda de significado, sendo,
pois, resultado de uma “racionalização” das visões de mundo e da crise de legitimidade das
antigas meta-narrativas.”

O terceiro trecho foi:“Perceber que o conhecimento é situado, e que isto também se


aplica ao tipo de conhecimento desenvolvido no seio da ciência histórica era parte da teoria da
história de Rüsen muito antes do desafio pós-moderno”.

O quarto trecho:“Como paralelo à constituição de um objeto feita pelo sujeito, a


consciência histórica constitui “história”: uma história coerente que relaciona uma
interpretação do passado com a compreensão do presente e expectativas de futuro,
independentemente de como ela será ou não posteriormente representada em um texto.”

O quinto trecho:“Sentido também envolve orientação e direção da ação. Com o


propósito de expressar e formar a identidade do público, narrativas sintetizam experiências e
normas para formar uma concepção coerente do curso do tempo que conecta o passado ao
presente e ao futuro..”

Referência bibliográfica:

WIKLUND, Martin. Além da racionalidade instrumental: sentido histórico e racionalidade


na teoria da história de JörnRüssen. In: História da Historiografia, Ouro Preto, v.1, n.1, 2008.

TEIXEIRA, Felipe Charbel; CALDAS, Pedro. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2011

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