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* Chakras

Chakra é uma palavra sânscrita que significa literalmente roda, disco, círculo. Os
chakras maiores e menores, os marmas (pontos estratégicos trabalhados pelo
Ayurveda, medicina aborígene indiana), e os pontos de acupuntura, por
exemplo, constituem o conjunto de rodas de força / centros de energia / usinas
de força espalhados por todo o corpo, e representam as aberturas por onde o
Prana (força vital) é captado, armazenado, distribuído e emanado devidamente
por todas nossas estruturas físicas e sutis. Quando temos consciência deste
processo e nos permitimos elevar o grau de bem-estar e felicidade através da
utilização da poderosa ferramenta que é o próprio corpo, o grande yantra, em
todos seus níveis vibracionais, então podemos sentir, verdadeiramente, a
possibilidade de manipular a grande energia. As técnicas que envolvem essa tal
prática do Yoga que ficou padronizada no mundo, os métodos de cura e
autocura através da imposição das mãos, do agulhamento na acupuntura, das
massagens terapêuticas, radiestesia, aplicação de calor, técnicas respiratórias,
técnicas de concentração e meditação, de movimentos corporais, de reeducação
alimentar e ingestão de fórmulas magistrais elaboradas com ervas medicinais,
enfim, toda a gama de terapias oferecidas por profissionais habilitados, sérios,
que se dispõem como healers, de alguma forma, são infinitamente
potencializados pelo conhecimento e percepção das funções energéticas dos
principais centros de energia, os sete chakras mais conhecidos. Muitas mazelas
podem ser evitadas com a prática destas técnicas que mantêm em harmonia o
fluxo prânico. O simples ato de meditar e atenuar o turbilhão mental, a
constante invasão e acúmulo de pensamentos, já permite mais espaço para que
o Prana circule e mantenha sua inesgotável função nutriente. Vale lembrar que
o ato de meditar está a anos-luz distante da indefectível cena do indivíduo
sentado de olhos fechados e pernas cruzadas, verbalizando algo parecido com
‘om om om’ e com um incenso queimando ao seu lado. Não é só isso.

Pode-se dizer que os chakras se formam nos locais onde ocorre um aglomerado
de Nadis (canais) como se fossem coágulos de energia vital que vibram em
diferentes frequências. Eles absorvem a Energia Primária (prana / força vital) que
é metabolizada e transportada nas devidas frequências vibratórias de cada kosha
(corpo) até atingir o nível físico através do sistema nervoso, glândulas
endócrinas e circulação sanguínea. É um sistema perfeito considerando que tal
superpotência energética, transformada e adaptada pelo trabalho dos chakras,
alcança o corpo físico até o nível celular influenciando toda a estruturação e
funcionamento do organismo. Se não há harmonia, o que permanece ali é
apenas um nó, um emaranhado de canais aguardando para ser desfeito pela
própria compreensão das nossas dualidades.

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De acordo com a herança cultural investigativa e metafísica de sábios e videntes
do passado, de cientistas, pesquisadores e observadores capacitados do
presente, e do empirismo yogi maravilhosamente transgressor de todos os
tempos, afirma-se que os aglomerados de canais energéticos que formam as
rodas de força organizam-se em feixes ou vórtices que vibram e giram a uma
velocidade inimaginável. Sendo assim, conforme o número de vórtices que o
compõe, o Chakra metaboliza diferentes vibrações e emite um som específico.
A estrutura auditiva humana não capta essas frequências sonoras especiais, mas
é possível interagir com elas através de reproduções de sons específicos –
mantras – o que constitui mais uma técnica extremamente poderosa para lidar
com as funções dos chakras. A combinação das sílabas que formam os mantras
pode ser expressa verbal ou mentalmente. A forma mental é mais poderosa por
exigir maior capacidade de interiorização e concentração do praticante. Durante
a vocalização de mantras, a combinação estratégica dos sons emitidos entra em
ressonância com os sons produzidos pelas vibrações dos Chakras, mantendo-os
estimulados e equilibrados.

Desenho de um Chakra proposto pela Dra. Barbara Ann Brennan em seu livro
Hands of Light – A Guide to Healing Through the Human Energy Field (Mãos
de Luz – Um Guia para a Cura Através do Campo Energético Humano).

Os Sete Chakras Mais Conhecidos

A não ser o Ayurveda que trabalha com mais de cem marmas clássicos, e outras
medicinas aborígenes que utilizam uma infinidade de pontos considerados
pequenos chakras, como a acupuntura, quaisquer outros métodos que
pertencem às terapias integrativas, e o Yoga, focam sua atenção e suas técnicas
nos sete chakras maiores e mais conhecidos: Muladhara, Svadhishthana,
Manipura, Anahata, Vishuddha, Ajña e Sahasrara, em ordem ascendente na
imagem:

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Os sete Chakras principais, mais conhecidos, localizam-se na linha da coluna
vertebral, estrategicamente a partir da região do períneo até o topo da cabeça.
São geralmente representados por lindas e misteriosas flores de lótus ( padma)
recheadas de simbolismos. Cada padma, outro nome para Chakra, possui um
número diferente de pétalas representando os vórtices energéticos, ou feixes de
Nadis. Simbolicamente, em cada pétala aparece inscrito um fonema sânscrito
que simboliza sua manifestação sonora (o Sahasrara – o Lótus das Mil Pétalas –
não entra nesta lista). Se somarmos as pétalas das seis flores de lótus: Muladhara,
Svadhishthana, Manipura, Anahata, Vishuddha e Ajña, encontraremos um total
de 50. Sendo assim, são 50 inscrições, que é exatamente o número de fonemas
sânscritos existentes, 49, + 1. Devido ao seu imenso potencial sonoro e
vibratório, o sânscrito é considerado um idioma sagrado. Sua forma escrita –
devanágarí – é traduzida, também, como ‘a escrita dos deuses’.

Cada um dos seis chakras, então, possui um número determinado de vórtices de


energia (simbolicamente, as pétalas da flor de lótus), e tal particularidade
permitirá diferentes combinações sonoras. O resultado dessa combinação é o
bija mantra, ou seja, o som semente associado a cada Chakra que ‘responderá’
ao ser estimulado. O fonema correspondente a cada bija mantra encontra-se
representado no centro de cada símbolo.

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A rica simbologia ainda apresenta figuras do panteão hindu e animais. Isso não
significa que existam no corpo sutil imagens de desenhos geométricos, animais
imaginários e divindades cheias de braços e cabeças, carregando suas armas e
ferramentas. Tudo é apenas uma representação das latências mentais, tendências
subconscientes, baseadas em nossas idiossincrasias (samskaras), que direcionam
nosso comportamento em todos os aspectos e dão origem aos vórtices de
atividade consciente (vrittis). Esses vórtices são como aquelas ondas que se
formam quando jogamos uma pedra na superfície de uma lago calmo, por
exemplo.

Os samskaras são formados por vasanas, as intenções que impulsionam nossos


pensamentos, palavras e ações. As vasanas podem ser traduzidas como desejo,
apego, inveja, ciúme, timidez, egoísmo, ódio, culpa, arrependimento, etc. (a
gente sabe que a lista é enorme!).

Conscientemente, quando nos submetemos a certas práticas que estimulam e


pressionam pontos estratégicos – chakras – como massagens, assentamentos
físicos do Yoga (asanas), acupuntura, moxabustão, técnicas de contrações
específicas do Hatha Yoga (bandhas), etc., acionamos as glândulas do nosso
sistema endócrino. As vrittis estão diretamente relacionadas a essa dinâmica, já
que os hormônios são fabricados a partir das funções do sistema límbico,
chamado por alguns autores de ‘cérebro emocional’ que, grosso modo, através
de suas várias estruturas, transforma emoções em neuropeptídeos que são
distribuídos pelas glândulas e transformados nos hormônios que organizam
nosso corpo.

As glândulas endócrinas que segregam hormônios e substâncias químicas, bem


como os cinco grandes elementos: terra, água, fogo, ar e éter, estão associados
aos chakras ditos principais, como veremos abaixo na descrição de cada um.
Sabe-se muito bem que certos desequilíbrios emocionais estão ligados a
disfunções glandulares. Se somos o que sentimos, a maneira como lidamos com
nossas emoções moldam desde a estruturação orgânica através da descarga
hormonal e as constantes renovações celulares, ajustando a proporção dos cinco
elementos de acordo com nossa prakrti (matéria original), até a conquista de
um modo de ser não condicionado – a morte em vida, o renascimento proposto
pelo Yoga.

A manutenção das latências no inconsciente resulta em ignorância, a maior


doença do mundo, que incessantemente provoca os condicionamentos e os
turbilhões mentais (vrittis). O movimento das vrittis nos impede de sentir direito
para que o corpo funcione direito. “A miséria da vida humana não é devida a
uma punição divina, nem a um pecado original, mas à ignorância.” (Mircea
Eliade em Yoga, Imortalidade e Liberdade). A meditação nos chakras, unida à

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força da motivação, desperta insights e permite que detectemos as vrittis para
que sejam trabalhadas e ressignificadas.

Seguindo a ordem natural de evolução, as latências (samskaras) tendem a vir à


tona para que se atualizem e passem a fazer parte da consciência. Mas o medo
subconsciente de que o processo não seja finalizado impede a ação. Em outras
palavras, por exemplo, é como se o indivíduo se propusesse à mudança de um
hábito prejudicial e enraizado em seu ser, ou à eliminação de uma emoção
pesada cultivada por algo ou alguém, como o apego e o ciúme; uma estranha
força permanece impondo resistência ao processo, e ele simplesmente não
consegue atingir seu objetivo. Como ultrapassar as barreiras do medo – o grande
opositor? O medo inconsciente de mudar aquelas velhas e enferrujadas
engrenagens que impedem o frágil ser humano de se libertar e simplesmente ser
feliz?

O Yoga pode ser mais interessante, abrangente e acessível financeiramente do


que o divã do analista. Não que esteja propondo o Yoga única e exclusivamente
como terapia – muito pelo contrário! Mas, em alguns casos, pode promover
verdadeiros ‘milagres’. O exercício do autoconhecimento através da diversidade
de técnicas oferecidas pela prática de Yoga que se conhece como padrão, por
exemplo, pode levar o indivíduo a se dar conta da força poderosa que repousa
em seu corpo, pronta para ser reconhecida e manipulada, a Kundaliní, a própria
Shakti! Ela reside no Muladhara Chakra, na região sacra (sagrada, em latim), que
provavelmente não recebeu esta definição à toa: região sagrada por guardar tão
divina força; sagrada como a vontade de mudar, de transgredir a condição
humana; sagrada como a intenção de criar um novo ser, sabendo-se ser, assim,
a imagem e semelhança do D’Eus que cria, mantém e transforma tudo, o Tempo
todo.

A evolução, em termos macrocósmicos, consiste em ajustes permanentes da


Natureza tendo seu repouso como meta final. É a desfragmentação em direção
à permanência de suas forças inteligentes atuando em equilíbrio, em união
(Yoga). A evolução, em termos microcósmicos, consiste em reconhecer, trazer à
luz e aniquilar as latências psicomentais (vasanas) com o objetivo de estabilizar
a atividade consciente, ou seja, é o mesmo movimento da nossa natureza em
direção ao equilíbrio.

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MULADHARA CHAKRA * EU SOU *

Significado: ‘apoio/suporte da raiz’ (mula = raiz e adhara = apoio, suporte)

Localização: Situa-se no corpo sutil, na altura do períneo, região entre os


orifícios do ânus e da uretra. É o chamado plexo sacro (sagrado) onde repousa
a Kundaliní, a energia ígnea latente.

Elemento: Associa-se ao elemento TERRA (não é o planeta!) representado pelo


quadrado amarelo açafrão dentro do yantra – o desenho geométrico como
instrumento de meditação. Terra simboliza estabilidade, resistência, segurança e
solidez. Traz a sensação de ‘ter os pés no chão’, de estarmos ancorados e firmes,
compreendendo essa nossa manifestação no plano denso. A Terra nos supre
com alimentos (anna, em sânscrito) e contribui na formação de
AnnaMayaKosha, nosso corpo ilusório, denso, feito de alimentos. O sentido do
olfato, o nariz, o ânus e os membros inferiores também estão associados a esse
elemento.

Número de pétalas e bija mantra: O Muladhara é composto por 4 vórtices de


energia / feixes de nadis. No seu movimento constante, vibram em conjunto
emitindo a frequência de onda sonora que entra em ressonância com o bija
mantra (som semente) LAM लँ
Cromoterapia: No inconsciente coletivo e nas práticas terapêuticas integrativas,
o Muladhara ficou associado à cor vermelha, uma das sete cores que compõem
o arco-íris, fazendo uma linda e romântica associação à relação micro
macrocósmica. Nos textos tântricos clássicos, ele é apresentado com suas pétalas
vibrando na cor vermelho-sangue. A combinação dos sons da cor do ouro nos
seus quatro vórtices formam o bija mantra que vibra produzindo também a cor
dourada. A motivação (bhava) e intenção adequadas na busca da percepção da
eterna aproximação à Divindade farão com que suas práticas de mantra com
visualizações sejam muito ricas e eficazes, na cor que mais facilmente surgir na
vastidão e nas infinitas possibilidades do seu campo mental.
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Circulação prânica: Distribui o ar vital APANA, responsável pelo movimento
prânico descendente. Apana reside predominantemente na cavidade pélvica e
no plexo sacroilíaco. Governa a eliminação da urina, fezes, flato, menstruação,
ejaculação e a expulsão do feto.

Glândulas: Associa-se às glândulas SUPRARRENAIS, que segregam em seu


córtex (a parte externa que recebe ordens da hipófise): o cortisol, mais
conhecido como cortisona, que, junto com a insulina e o GH (hormônio do
crescimento), regula o metabolismo de glicose, aumenta a pressão sanguínea e
está ligado ao sistema imunológico por ter um poderoso efeito anti-
inflamatório; a aldosterona, que aumenta a reabsorção de sódio e a
eliminação de potássio pelos rins e regula a pressão arterial; e o estrógeno e a
testosterona, que atuam no sistema reprodutivo. Na sua medula (a parte
interna que recebe ordens do sistema nervoso): a adrenalina e a
noradrenalina, ligadas às respostas do organismo a situações de stress, como a
elevação dos batimentos cardíacos e da pressão, a dilatação das pupilas, a
diminuição dos movimentos intestinais e o aumento de suor.

Latências mentais, aspectos positivos e características comportamentais: Os


samskaras – conjuntos de latências mentais – associados ao Muladhara são:
raiva, ganância, avareza, sensualidade e preocupação demasiada com o corpo,
ilusões e temores em todos os sentidos, possessividade, tudo o que está
relacionado ao instinto de sobrevivência de forma desequilibrada. Um
indivíduo dominado pela inconstância deste chakra tende a ser ‘a fundação, o
suporte da instituição a qual pertence’ devido ao seu pragmatismo exacerbado.
(em Chakras – Energy Centers of Transformation, Harish Johari). Ele é sólido,
forte e produtivo como o elemento Terra, mas necessita ajuda para tomar
decisões e segue ordens sem questionar; adora recompensas e teme punições; é
humilde e respeitável em relação a seus superiores, mas é ríspido e agressivo
com seus subordinados, ou seja, sempre depende dos outros para seu processo
de autoafirmação. Se entra em algum tipo de competição, ganha pela força
física. Seu comportamento pode ser comparado ao de uma criança na faixa
etária entre 1 e 7 anos de idade que, normalmente comporta-se assim: é
centrada em si mesma e extremamente preocupada com sua sobrevivência física.
Dar bons exemplos é a melhor maneira de ensinar esta ‘criança’.

Na dinâmica das dualidades, a energia estagnada no Muladhara produz o


MEDO que bloqueia a FORÇA e a CORAGEM para se lutar pela sobrevivência,
para se reconhecer como imagem e semelhança da Divindade com os mesmos
poderes de criar, manter e transformar a vida o tempo todo. Precisamos nos
reconhecer como a própria Divindade! O que você mais teme? Deixe seus
temores ficarem claros pra você. Permita que se desfaçam, e você abrirá seu

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Chakra do Assentamento, da Estabilidade e, assim, conseguirá afirmar para si,
sem dúvidas... EU SOU!

SVADHISHTHANA CHAKRA * EU SINTO *

Significado: ‘própria base’ ‘fundamento de si próprio’ (sva = próprio e


adhishthana = base)

Localização: Situa-se no corpo sutil, na altura da raiz dos órgãos genitais, cerca
de quatro dedos abaixo do umbigo. Corresponde à região sacra da coluna no
nível dos genitais internos.

Elemento: Associa-se ao elemento ÁGUA representado pela lua crescente nas


cores branca, azul clara e transparente, a cor da própria água, dentro do yantra.
A Água simboliza a essência da vida, a procriação. A lua mantém uma profunda
conexão com esse elemento, já que exerce uma forte influência sobre os três
quartos de toda a água do planeta – ela rege as marés! – e sobre o elemento
que compõe a maior parte do corpo humano, a água em forma de sangue, linfa,
saliva, urina, muco e outros fluidos – ela rege os humores! – que pode ser
explicado como sendo os líquidos orgânicos e os estados de espírito. A
expressão ‘fulano está de lua’ talvez não exista à toa. O Svadhishthana está
intimamente ligado às flutuações emocionais e fantasias que direcionam os
relacionamentos em geral. Nossas emoções contribuem para a formação do
nosso corpo astral, PranaMayaKosha, o corpo ilusório, prânico, feito de
bioenergia. O sentido do paladar e a língua também estão associados ao
elemento Água.

Número de pétalas e bija mantra: O Svadhishthana é composto por 6 vórtices


de energia / feixes de nadis. Em seu movimento constante, vibram em conjunto
emitindo a frequência de onda sonora que entra em ressonância com o bija
mantra (som semente) VAM वँ
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Cromoterapia: No inconsciente coletivo e nas práticas terapêuticas integrativas,
o Svadhishthana ficou associado à cor laranja, uma das sete cores que compõem
o arco-íris, fazendo uma linda e romântica associação à relação micro
macrocósmica. Nos textos tântricos clássicos, ele é apresentado com suas pétalas
vibrando na cor carmesim. A combinação dos sons da cor do relâmpago nos
seus seis vórtices formam o bija mantra que vibra produzindo a cor dourada. A
motivação (bhava) e intenção adequadas na busca da percepção da eterna
aproximação à Divindade farão com que suas práticas de mantra com
visualizações sejam muito ricas e eficazes, na cor que mais facilmente surgir na
vastidão e nas infinitas possibilidades do seu campo mental.

Circulação prânica: Distribui o ar vital APANA, responsável pelo movimento


prânico descendente. Apana reside predominantemente na cavidade pélvica e
no plexo sacroilíaco. Governa a eliminação da urina, fezes, flato, menstruação,
ejaculação e a expulsão do feto.

Glândulas: Associa-se às GÔNADAS, glândulas sexuais femininas (ovários) e


masculinas (testículos). Os ovários fabricam o estrogênio, hormônio responsável
pelo aparecimento das características sexuais femininas e pela proliferação do
endométrio, o revestimento interno no útero; e a progesterona, hormônio
envolvido com o desenvolvimento do endométrio e da placenta, e com a
manutenção da gravidez. Mesmo com a participação das suprarrenais, os
testículos são os produtores principais de testosterona, hormônio responsável
pelas características masculinas, e de espermatozoides.

Latências mentais, aspectos positivos e características comportamentais: Os


samskaras – conjuntos de latências mentais – associados ao Svadhishthana são:
ciúme, inveja, sensualidade exacerbada, desconfiança, medo, indiferença,
indulgência excessiva, nulidade, desdém e estupor. Este centro associa-se ao
senso de família, relacionamentos, criatividade e fantasias. Um indivíduo
dominado pelo desequilíbrio deste chakra está sempre em busca de
autoafirmação através de um grande círculo de admiradores. Sua autoestima
precisa se manter elevada, então ele se sacrifica pelos outros em troca de
gratidão, tornando-se egoísta. A expressão ‘lágrimas de crocodilo’ lhe cai muito
bem. Sua atenção é dispersa entre desejos, fantasias sexuais e criatividade mal
administrada. Qualquer vestígio de alegria depende da companhia de alguém.
É um grande apreciador de material erótico e ambientes com pessoas
‘fisicamente bonitas’, música alta e envolvente. Seu comportamento pode ser
comparado ao de uma criança / um adolescente na faixa etária entre 8 e 14 anos
que, normalmente, comporta-se assim: sai da defensiva inerente ao primeiro
chakra e procura contato físico, o que aumenta seu poder de imaginação e
sexualidade. Pode tornar-se preconceituoso, rebelde ou desenvolver uma mente

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negativa cultivando o ‘estado de vazio’, e achar que a vida não tem propósito.
Pode, também, atingir estados de ansiedade profunda com sentimentos
destrutivos. O grande desafio deste indivíduo é aprender a interagir
conscientemente com os outros para que reconheça outros aspectos do ser, além
do físico grosseiro.

Na dinâmica das dualidades, a energia estagnada no Svadhishthana produz a


CULPA que bloqueia a PRAZER. De alguma forma, é necessário se perdoar.
Permita que a culpa se desfaça sempre através da compreensão de que, nesta
manifestação, somos duais e estamos submetidos às forças da Natureza que às
vezes é calmaria e, às vezes, é tempestade. Você abrirá seu Chakra do Prazer e,
assim, conseguirá afirmar para si, sem dúvidas... EU SINTO!

MANIPURA CHAKRA * EU FAÇO *

Significado: ‘cidade da joia’ (mani = joia e pura = cidade, fortaleza)

Localização: Situa-se no corpo sutil, na altura da região do umbigo, no chamado


plexo epigástrico, bem conhecido como plexo solar.

Elemento: Associa-se ao elemento FOGO representado por um triângulo


vermelho brilhante dentro do yantra. Fogo é calor e irradiação positiva.
Relaciona-se ao sol, fonte de vida, e o umbigo representa a fonte da vida no
corpo. Os chineses referem-se ao umbigo como o ‘portal do Shen’, local onde
o feto recebe o qi (prana) e o sangue da mãe, e adquire o yuan qi, a energia
primordial, ancestral. O Fogo é a química responsável pela digestão dos
alimentos, do ar e das emoções que entram em nosso Ser. Responsabiliza-se pelo
metabolismo e absorção dos nutrientes que são transformados em energia vital,
imprescindível para a sobrevivência. O Fogo nutre e purifica, mas destrói se foge
do controle. O Fogo purificado é a Luz do discernimento e traz organização aos
pensamentos, os quais contribuem para a formação do nosso corpo ilusório
mental, ManoMayaKosha.

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Número de pétalas e bija mantra: O Manipura é composto por 10 vórtices de
energia / feixes de nadis. Em seu movimento constante, vibram em conjunto
emitindo a frequência de onda sonora que entra em ressonância com o bija
mantra (som semente) RAM रँ

Cromoterapia: No inconsciente coletivo e nas práticas terapêuticas integrativas,


o Manipura ficou associado à cor amarela, uma das sete cores que compõem o
arco-íris, fazendo uma linda e romântica associação à relação micro
macrocósmica. Nos textos tântricos clássicos, ele possui a cor das nuvens
carregadas de chuva, e é apresentado com suas pétalas vibrando na cor azul. A
combinação dos sons também na cor azul nos seus dez vórtices formam o bija
mantra que vibra produzindo a cor dourada. A motivação (bhava) e intenção
adequadas na busca da percepção da eterna aproximação à Divindade farão
com que suas práticas de mantra com visualizações sejam muito ricas e eficazes,
na cor que mais facilmente surgir na vastidão e nas infinitas possibilidades do
seu campo mental.

Circulação prânica: Distribui o ar vital SAMANA, presente na região do


aparelho digestório e plexo solar. É responsável pelo movimento prânico
interior. Governa a digestão, absorção, transformação dos alimentos e
assimilação de nutrientes.

Glândula: Associa-se ao PÂNCREAS, glândula que coordena um dos processos


mais complexos e importantes para nossa sobrevivência: a regulação de um
combustível mais que fundamental – a glicose – nossa grande fonte energética.
A parte exócrina do pâncreas libera o suco pancreático, um líquido cheio de
enzimas que transformam os alimentos em pequenas moléculas para fácil
utilização pelo resto do corpo. O lado endócrino possui as células beta, que
disparam a síntese da insulina, e as células alfa, que liberam o glucagon. Estes
dois hormônios – insulina e glucagon – trabalhando em harmonia, controlam
os níveis de glicose que circulam na corrente sanguínea.

Latências mentais, aspectos positivos e características comportamentais: Os


samskaras – conjuntos de latências mentais – associados ao Manipura são: raiva,
irritabilidade, arrogância, vaidade, ambição, orgulho, ódio, medo, egoísmo,
timidez, falsa humildade, crueldade, inveja, ciúme, melancolia e letargia.
Alguém dominado pelo desequilíbrio do Svadhishthana Chakra é intoxicado
pelos excessos da juventude, mas quem é dominado pelo Manipura é intoxicado
pelo desejo de poder. Ele é individualista e quer reconhecimento e status a
qualquer custo. Seu comportamento é comparado ao dos jovens entre 14 e 21
anos de idade que, geralmente, preocupam-se em andar na moda ou

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‘antenados’. Podem ser arrogantes e fingir humildade para receber em troca
favores e atenção. Na inconstância do Manipura, o ego vai a mil por hora e
resulta em uma busca cega por poder. É a vontade inferior que pode ser
contornada através da prática do desprendimento e do serviço desinteressado.
As várias maneiras de praticar o altruísmo sempre amenizam o grande jogo dos
karmas. O Fogo do Manipura Chakra deveria ser manifestado apenas pela
alegria e entusiasmo na dose certa!

Na dinâmica das dualidades, a energia estagnada no Manipura produz a


VERGONHA, o DESAPONTAMENTO, a FRUSTRAÇÃO que bloqueiam o
EXERCÍCIO DOS TALENTOS e o RECONHECIMENTO DA MISSÃO DE VIDA.
Uma pessoa jamais encontrará equilíbrio se negar seus talentos. Do que você se
envergonha? Permita que as frustrações se desfaçam e você abrirá seu Chakra
do Talento. Assim conseguirá afirmar para si, sem dúvidas... EU FAÇO!

ANAHATA CHAKRA * EU AMO *

Significado: ‘não tocado’ ‘não tangido’ ‘não produzido’


Seu nome refere-se ao som do coração que não é provocado pelo choque de
duas coisas, não é produzido por meios mecânicos. É espontâneo. É como a
música das esferas!

Localização: Situa-se no corpo sutil, na altura do centro do tórax, na região


chamada de plexo cardíaco.

Elemento: Associa-se ao elemento AR representado no yantra por dois


triângulos superpostos formando uma estrela de seis pontas na cor verde
esfumaçado. O triângulo apontado para cima simboliza Shiva, o princípio
masculino, e o triângulo apontado para baixo simboliza a Shakti, o princípio
feminino. É a união dos contrários, das dualidades, sempre em direção à
Unidade, ao estado de equilíbrio. A estrela também representa o Ar, que não
pode ser visto, não tem forma nem cor, não tem cheiro nem gosto, mas é
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responsável pelo movimento multidirecional do prana. O triângulo voltado
para baixo também representa os ares vitais descendentes, e o triângulo voltado
para cima, os ares vitais ascendentes. A plenitude é atingida quando todos os
ares vitais estão em harmonia. O Anahata Chakra é o ponto de equilíbrio em
nosso corpo, e nele vibra a mente superior, o corpo intelectual, ilusório,
formado de conhecimento, VijñanaMayaKosha. O sentido do tato, a pele, o
coração e os pulmões também estão associados ao elemento Ar.

Número de pétalas e bija mantra: O Anahata é composto por 12 vórtices /


feixes de nadis. Em seu movimento constante, vibram em conjunto emitindo a
frequência de onda sonora que entra em ressonância com o bija mantra (som
semente) YAM यँ
O Lotus de 8 pétalas: Dentro do yantra que compõe o Anahata, encontramos
o Jardim do Coração, um chakra de 8 pétalas vermelhas, luminosas como o
ouro sendo fundido. É o que chamamos de coração espiritual ou etérico, onde
habita a felicidade inefável, a bem-aventurança. É o assento do Self, a morada
do Ishvara; local imaculado e inalcançável pelas impurezas físicas. No Jardim do
Coração, em toda sua radiância, aos pés da árvore dos desejos brahmicos,
permanece o trono brilhante de Sri Bhagavan Narayana.

Cromoterapia: No inconsciente coletivo e nas práticas terapêuticas integrativas,


o Anahata ficou associado à cor verde, uma das sete cores que compõem o arco-
íris, fazendo uma linda e romântica associação à relação micro macrocósmica.
A cor rosa também é bastante utilizada nos trabalhos com este centro
energético. Nos textos tântricos clássicos, ele possui a cor da flor bandhuka
(Pentapetes phoenicea - Bot.), e é apresentado com suas pétalas vibrando na
cor azul. A combinação dos sons, também na cor azul, nos seus doze vórtices
formam o bija mantra que vibra produzindo a cor dourada. A motivação
(bhava) e intenção adequadas na busca da percepção da eterna aproximação à
Divindade farão com que suas práticas de mantra com visualizações sejam muito
ricas e eficazes, na cor que mais facilmente surgir na vastidão e nas infinitas
possibilidades do seu campo mental.

Circulação prânica: Distribui o ar vital PRANA, que se localiza na metade


superior do tronco, especialmente na região do coração, e na cabeça. É
responsável pelo movimento prânico geral. Governa as atividades cerebrais
superiores, a ação de olhar, ouvir, respirar, pensar e sentir. Traz a força vital
para dentro do corpo (principalmente pelo ato da inalação). Prana estimula a
transformação da percepção ótica e auditiva em sensação, sensação em
sentimentos, sentimentos em emoção, e emoção em pensamento. O vayu
(vento, ar vital) Prana leva o mesmo nome do Prana Cósmico, o Grande Prana.

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Glândula: “No meio do peito, bem atrás do osso onde a gente toca quando
diz ‘eu’, fica uma pequena glândula chamada TIMO. Seu nome em grego,
thýmos, significa energia vital. Precisa dizer mais? Precisa, porque o timo
continua sendo um ilustre desconhecido. Ele cresce quando estamos contentes,
encolhe pela metade quando estressamos e mais ainda quando adoecemos. Essa
característica iludiu durante muito tempo a medicina, que só conhecia através
de necropsias e sempre o encontrava encolhidinho. Supunha-se que atrofiava e
parava de trabalhar na adolescência, tanto que durante décadas os médicos
americanos bombardeavam timos adultos perfeitamente saudáveis com
megadoses de raios X achando que seu ‘tamanho anormal’ poderia causar
problemas. Mais tarde a ciência demonstrou que, mesmo encolhendo após a
infância, continua totalmente ativo.” (fragmento de um texto de Sonia Hirsch,
jornalista, pesquisadora e autora de vários livros sobre medicina natural e
oriental).

O TIMO é um dos pilares do sistema imunológico e participa ativamente do


sistema linfático semeando o corpo todo com linfócitos T, protagonistas da
imunidade celular. (continuando com o texto de Sonia Hirsch): “Como uma
central telefônica por onde passam todas as ligações, faz conexões para fora e
para dentro. Se somos invadidos por micróbios ou toxinas, reage produzindo
células de defesa na mesma hora. Mas também é muito sensível a imagens, cores,
luzes, cheiros, sabores, gestos, toques, sons, palavras, pensamentos. Amor e ódio
o afetam profundamente. Ideias negativas têm mais poder sobre ele do que
vírus ou bactérias. Já que não existem em forma concreta, o timo fica tentando
reagir e enfraquece, abrindo brechas para sintomas de baixa imunidade, como
herpes. Em compensação, ideias positivas conseguem dele uma ativação geral
em todos os poderes, lembrando a fé que remove montanhas. O detalhe curioso
é que o timo fica encostadinho no coração, que acaba ganhando todos os
créditos em relação a sentimentos, emoções, decisões, jeito de falar, jeito de
escutar, estado de espírito... ‘Fiquei de coração apertadinho’, por exemplo,
revela uma situação real do timo, que só por reflexo envolve o coração. O
próprio chakra cardíaco, fonte energética de união e compaixão, tem mais a ver
com o timo do que com o coração – e é nesse chakra que, segundo os
ensinamentos budistas, se dá a passagem do estágio animal para o estágio
humano.”

Latências mentais, aspectos positivos e características comportamentais: Os


samskaras – conjuntos de latências mentais – associados ao Anahata são:
ansiedade exacerbada, egoísmo, avareza, vaidade, mágoa excessiva, arrogância,
depressão e tristeza profundas, angústia, desespero, hipocrisia, insensibilidade e
tendência à discussão. Mas, ao ‘abrir o coração’, pode-se vivenciar a harmonia
das forças em equilíbrio e as virtudes presentes neste chakra: fé e confiança,
compaixão, capacidade de arrepender-se e de perdoar verdadeiramente,

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tolerância e paciência, amor incondicional, ternura e generosidade, altruísmo,
positividade e esperança. O comportamento de uma pessoa com o Anahata em
equilíbrio pode ser comparado ao de um adulto entre 21 e 28 anos de idade
que se torna consciente de suas ações e objetivos na vida. Os aspectos positivos
de um ‘coração aberto’ permitirão que suas metas sejam alcançadas com êxito
em todos os níveis. Ela terá sua espiritualidade aflorada e permanecerá vibrando
no estado de felicidade e amor incondicionais, sensação comparada ao
verdadeiro amor maternal.

Na dinâmica das dualidades, a energia estagnada no Anahata produz a


TRISTEZA que bloqueia o AMOR. O Amor é o Prana e está em toda parte.
Traga à luz de sua mente a amargura, as grandes perdas, as mágoas, e permita
que a dor flua, transformando-a também em Amor! Desta forma você abrirá seu
Chakra do Amor, e conseguirá afirmar para si, sem dúvidas... EU AMO!

VISHUDDHA CHAKRA * EU FALO *

Significado: ‘puro’ ‘o grande purificador’


A palavra deriva de shuddhi = purificar / vishuddhi = pureza

Localização: Situa-se no corpo sutil, na altura da base do pescoço, na região da


garganta, o chamado plexo laríngeo.

Elemento: Associa-se ao elemento ÉTER (AKASHA), o vazio, o espaço por onde


as vibrações e os sons do Universo se propagam. É representado no yantra por
um círculo branco resplandecente como a lua cheia e vibra na cor roxa
esfumaçada. Lua cheia e lua crescente são representadas por um círculo dentro
do outro. O crescente prateado, ou seja, o círculo maior, é o símbolo da pura
essência do som cósmico. O Akasha permanece dentro dele simbolizando o mais
puro dos elementos. O Vishuddha Chakra é o centro da purificação pelo
conhecimento. Nele, os elementos dos quatro chakras anteriores são refinados

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e transformados na mais pura essência, e se dissolvem no Akasha, no vazio. Sem
a influência dos elementos conquista-se mais um passo no caminho da
libertação. Em Vishuddha, AnandaMayaKosha, o corpo intuicional, ilusório,
feito de pura felicidade e bem-aventurança vibra e é experimentado. O sentido
da audição, os ouvidos e a boca também estão associados a esse elemento.

Número de pétalas e bija mantra: O Vishuddha é composto por 16 vórtices /


feixes de nadis. Em seu movimento constante, vibram em conjunto emitindo a
frequência de onda sonora que entra em ressonância com o bija mantra (som
semente) HAM हँ
Cromoterapia: No inconsciente coletivo e nas práticas terapêuticas integrativas,
o Vishuddha ficou associado à cor azul, uma das sete cores que compõem o
arco-íris, fazendo uma linda e romântica associação à relação micro
macrocósmica. Nos textos tântricos clássicos, ele possui a cor roxa esfumaçada
resultante da vibração de suas pétalas. A combinação dos sons apresentados na
cor vermelha nos seus dezesseis vórtices formam o bija mantra que vibra
produzindo a cor dourada. A motivação (bhava) e intenção adequadas na busca
da percepção da eterna aproximação à Divindade farão com que suas práticas
de mantra com visualizações sejam muito ricas e eficazes, na cor que mais
facilmente surgir na vastidão e nas infinitas possibilidades do seu campo mental.

Circulação prânica: Distribui o ar vital UDANA, responsável pelo movimento


prânico ascendente. Udana reside predominantemente no diafragma. Governa
a fala, a função respiratória, os atos de tossir, espirrar, cuspir, vomitar e arrotar.

Glândulas: Associa-se à glândula TIREOIDE e às quatro PARATIREOIDES. A


tireoide produz a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3) que, em equilíbrio no
organismo, regulam o metabolismo através do controle do gasto de calorias,
batimentos cardíacos, eliminação de suor, a intensidade dos movimentos
intestinais e uma série de outros processos relacionados com a capacidade das
células de gerar calor e realizar suas reações químicas, queimando calorias. As
paratireoides secretam o paratormônio (PTH) e, aliadas à tireoide, controlam
os níveis do cálcio que circula no sangue.

Latências mentais, aspectos positivos e características comportamentais: Quase


todos os samskaras (o ‘lixo’ do inconsciente) foram dissolvidos no Akasha, o
vazio. Assim, o Vishuddha Chakra, considerado o centro da comunicação,
autoexpressão e criatividade superior, permite que as palavras fluam repletas de
emoção. Quem fala, fala com o coração. Quem canta, canta com o coração. Os
sons adquirem um tom leve, forte e expressivo ao mesmo tempo. A meditação
em Vishuddha traz calma, serenidade, pureza e mantém a voz melodiosa. O

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medo de falar se dissolve e a coragem aflora. A pessoa torna-se capaz de
transmitir claramente sua mensagem e compreender melhor as entrelinhas da
vida. Ela descobre o prazer da quietude e da interiorização. Este centro
proporciona o renascimento espiritual influenciado pelo refinamento dos
elementos no corpo. Um indivíduo com Vishuddha em equilíbrio comporta-se,
geralmente, como um adulto na faixa entre 28 e 35 anos de idade, que busca a
intelectualidade positiva, o conhecimento verdadeiro, além dos limites do
tempo, de sua cultura e genética. Mas, se ele permanece em desarmonia pode
restar a dúvida e o intelecto negativo. O conhecimento adquirido é utilizado
erroneamente, pois ele ainda não está à vontade com a sua verdade. Ele ainda
não acredita. A partir do momento em que adquire confiança no que sente e
vivencia através das experiências de vida e da meditação, as dúvidas são
removidas e a negatividade também é dissolvida no Akasha.

Na dinâmica das dualidades, a energia estagnada no Vishuddha produz a


MENTIRA que bloqueia a VERDADE. Quais são as mentiras que você diz a si
mesmo? É impossível se esconder da própria natureza. Torne-se capaz de se
expressar verdadeiramente. Permita que suas mentiras se desfaçam, e você abrirá
seu Chakra da Verdade. Assim conseguirá afirmar para si, sem dúvidas... EU
FALO!

AJÑA CHAKRA * EU VEJO *

Significado: ‘comando’

Localização: Situa-se no corpo sutil, na altura do espaço intermediário entre as


sobrancelhas, o intercílio. É uma região que faz parte do sistema conhecido
como ‘terceiro olho’.

Elemento: Associa-se ao tattva Mahat, elemento supremo – ou nível de


realidade – onde todos os outros elementos estão presentes em sua mais pura
essência.

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Número de pétalas e bija mantra: O Ajña é composto por 2 vórtices / feixes de
nadis. Em seu movimento constante, vibram em conjunto emitindo a frequência
de onda sonora que entra em ressonância com o bija mantra (som semente)
OM औँ
Cromoterapia: No inconsciente coletivo e nas práticas terapêuticas integrativas,
o Ajña ficou associado à cor azul índigo, uma das sete cores que compõem o
arco-íris, fazendo uma linda e romântica associação à relação micro
macrocósmica. Nos textos tântricos clássicos, ele é maravilhosamente branco
como a Lua, suavemente azulado, luminescente. A combinação dos sons
apresentados igualmente na cor branca nos seus dois grandes vórtices formam
o bija mantra que vibra produzindo a cor dourada. A motivação (bhava) e
intenção adequadas na busca da percepção da eterna aproximação à Divindade
farão com que suas práticas de mantra com visualizações sejam muito ricas e
eficazes, na cor que mais facilmente surgir na vastidão e nas infinitas
possibilidades do seu campo mental.

Glândula: Associa-se à glândula HIPÓFISE, localizada na parte inferior do


cérebro, centralizada entre os hemisférios direito e esquerdo. Apesar de ser
pouco maior que um grão de ervilha e com apenas um grama de peso, a hipófise
comanda várias outras glândulas, além de produzir hormônios fundamentais
para o nosso desenvolvimento e equilíbrio. Ela se divide em duas partes
completamente separadas e independentes: anterior e posterior. A parte
anterior produz o hormônio do crescimento (GH) que está envolvido com o
aumento da massa muscular e com a diminuição da gordura corporal, além de
promover o crescimento, como o nome indica; a prolactina, que aciona a
produção de leite pelas glândulas mamárias, participa do controle dos níveis de
sódio no organismo e também da produção de anticorpos pelo sistema
imunológico; o TSH (tireotrofina), que estimula a tireoide a produzir seus
hormônios; o ACTH (adrenocorticotrófico), que estimula as suprarrenais a
produzirem seus hormônios; o FSH (folículo-estimulante) e o LH (luteinizante),
dupla que estimula as glândulas sexuais (ovários e testículos); e, ainda, produz
um peptídeo chamado β-lipotrofina que origina as endorfinas, substâncias que
inibem os receptores da dor e podem ser duzentas vezes mais forte que qualquer
tranquilizante. A prática da meditação também estimula a produção de
endorfina. A parte posterior da hipófise, por sua vez, produz a ocitocina, que
proporciona o início do trabalho de parto e, juntamente com a prolactina,
favorece a amamentação; e a vasopressina, ou ADH (hormônio antidiurético),
que regula a quantidade de líquidos do organismo, aumentando ou diminuindo
a eliminação de urina.

Latências mentais, aspectos positivos e características comportamentais: Grande


poder de raciocínio, compreensão, concentração, discernimento e memória;
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intuição, inteligência, paranormalidades como clarividência e telepatia
afloradas; controle do pensamento, força de vontade e bem-aventurança
representam os aspectos positivos que permanecem quando o Ajña Chakra está
estimulado e equilibrado. Com este centro em total harmonia, o praticante
confia em seu conhecimento e está à vontade com a sua verdade. Mas há, ainda,
um obstáculo no caminho da Kundaliní em direção a grande expansão de
consciência: a soberba, o orgulho intelectual. O praticante mais experiente que
já não cultiva dúvidas em relação a todo seu conhecimento, às vezes, pode vir
a achar-se intocável, indestrutível ou até super-humano, desfazendo a conquista
da beatitude (ananda) desenvolvida no Anahata Chakra, a consciência cósmica
(chit) aflorada no Vishuddha, e a verdade do Ser ( sat) aprimorada no Ajña. Na
harmonia deste centro todos os elementos – Terra, Água, Fogo, Ar e Akasha –
absorvem-se uns nos outros permanecendo em sua forma mais pura, e o yogi se
torna manifestação divina vibrando na frequência refinada da essência dos
elementos. Para ele, agora observador imparcial, o jogo das dualidades pode
ser cessado. Não há aversão ou apego. Permanece o senso de individualidade,
de unidade com os princípios cósmicos que governam o Universo. O yogi se
percebe como energia imortal em um corpo temporário, e passa a desfrutar sua
liberdade com graça e verdade.

Mas, enquanto seres viventes desta manifestação densa, escorregamos na


dinâmica das dualidades. A energia estagnada no Ajña produz a ILUSÃO que
bloqueia a VISÃO INTERIOR. A maior ilusão é a da separação. Tudo está
conectado! “Todos os seres de qualquer reino, em qualquer escala evolutiva,
participam da mesma vida formando no espaço infinito um só Corpo Cósmico”.
A partir dessa ideia, permita que suas ilusões se desfaçam. Você abrirá seu Chakra
da Visão Interior e conseguirá afirmar para si, sem dúvidas... EU VEJO!

SAHASRARA CHAKRA * EU ENTENDO *

Significado: ‘de mil pétalas’ (sahasra = mil e ara = pétala ou raio de roda)

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Localização: Situa-se no corpo sutil, na altura do topo da cabeça.

Número de pétalas e bija mantra: O Sahasrara é, simbolicamente, a flor-de-


lótus composta por mil pétalas. Cada uma representando um feixe de canais
energéticos, como mil portais para novas dimensões de percepção e
entendimento. A voz humana ou qualquer tipo de instrumento musical não
possuem a capacidade de reproduzir um som que alcance a vibração do

conjunto de nadis que formam este chakra. O bija mantra OM é


utilizado nas práticas meditativas do Ajña visando alcançar as vibrações do
Sahasrara ao mesmo tempo.

Em seu livro Chakras – Energy Centers of Transformation, Harish Johari


apresenta o Visarga, um dos sons modificadores da língua sânscrita, como o bija
mantra correspondente ao Sahasrara. O Visarga é representado por dois pontos
colocados à direita de uma vogal e seu ponto de articulação é na laringe, na
garganta. O som deste modificador é uma aspiração forte duplicando a vogal,
como um eco. No Sânscrito, os modificadores – que pertencem ao conjunto das
vogais – são associados ao Fogo. As vogais são consideradas o espírito das
sílabas. As consoantes são a matéria.

Cromoterapia: No inconsciente coletivo e nas práticas terapêuticas integrativas,


o Sahasrara ficou associado à cor violeta, uma das sete cores que compõem o
arco-íris, fazendo uma linda e romântica associação à relação micro
macrocósmica. A cor branca também é bastante utilizada nos trabalhos com este
centro energético. Nos textos tântricos clássicos, ele também é branco como a
Lua, com filamentos vermelhos e pétalas igualmente brancas. As cinquenta letras
do silabário sânscrito também são brancas e dão voltas por suas mil pétalas vinte
vezes.
Novamente, em seu livro Chakras – Energy Centers of Transformation, Harish
Johari afirma que a combinação dos sons apresentados em tons variados das
cores do arco-íris em seus mil vórtices formam o bija mantra que vibra
produzindo a cor dourada. A motivação (bhava) e intenção adequadas na busca
da percepção da eterna aproximação à Divindade farão com que suas práticas
de mantra com visualizações sejam muito ricas e eficazes, na cor que mais
facilmente surgir na vastidão e nas infinitas possibilidades do seu campo mental.

Glândula: Associa-se à glândula PINEAL, que tem aproximadamente o tamanho


de uma ervilha e o formato de uma pinha. Está localizada no centro do cérebro
entre os dois hemisférios, e ainda é pouco conhecida pela ciência ortodoxa. A
pineal produz a melatonina e sua síntese interfere no ritmo circadiano (ciclo
dia/noite) equilibrando o sono e os ritmos biológicos. Estudiosos e defensores

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das capacidades transcendentais da pineal consideram-na como uma antena
constituída de cristais de apatita, que vibram conforme as ondas
eletromagnéticas captadas. De acordo com Dr. Sérgio Felipe de Oliveira,
médico, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de
São Paulo, a pineal é um sensor capaz de ‘ver o mundo espiritual’ e coligá-lo
com a estrutura biológica. René Descartes afirmava que ela é a conexão entre o
corpo e a alma, um órgão com funções transcendentais. A Doutrina Espírita,
elaborada por Allan Kardec no século XIX, também se empenha em encontrar
justificativas para a atuação da glândula pineal. Segundo a teoria espírita, a
epífise (pineal) é considerada a glândula responsável pela existência da vida no
plano espiritual e mental, além de deter um intenso significado no corpo astral.
Ela comanda as emoções, pois tem acesso irrestrito a todo o sistema endócrino,
atuando principalmente na esfera sexual. A pineal também seria capaz de dirigir
as forças do inconsciente apenas com o poder da vontade. Está relacionada ao
Olho de Hórus dos antigos egípcios, elemento que concede aos iniciados a visão
direta do invisível.

Latências mentais, aspectos positivos e características comportamentais: O


Sahasrara Chakra é ponto de entrada para o Prana Cósmico que flui
incessantemente nutrindo e conectando todos nossos corpos, o físico e os sutis.
É o canal que possibilita ao yogi a ligação consciente com sua divindade interior,
sua Grande Mestra! No Sahasrara em equilíbrio experimenta-se a união, a
grande expansão da consciência após a Kundaliní ter ultrapassado os outros seis
centros e ter ‘queimado’ todas as latências com sua energia ígnea. O yogi se
realiza e, neste estado de plenitude, todas as atividades da mente, sentimentos,
emoções e desejos são dissolvidos, ao menos temporariamente, no primeiro
princípio da realidade, o Purusha – o Ser Absoluto e Imutável, a Consciência
Suprema. Ao vivenciar tal estado indescritível, o yogi permanece em samadhi,
a pura felicidade da transcendência. Esse estado revela a nossa verdadeira
natureza – Ser-Consciência-Beatitude (Sat-Chit-Ananda), mas exclui a consciência
corpórea. Por isso, pode ser considerada uma realização incompleta, pois o
inconsciente ainda guarda sementes kármicas que esperam para dar seu fruto. A
consciência vulgar, cedo ou tarde, substitui esse estado elevado. Através da
repetição de todo o processo, ou seja, sempre trabalhar para a ascensão da
Kundaliní administrando cada vez melhor as próprias experiências da vida,
observando e observando-se e, ainda, com o auxílio eficiente das técnicas do
Yoga, é que o ‘lixo’ do inconsciente (as sementes do karma) vai, aos poucos,
sendo eliminado. E, então, é possível dar sentido à vida fazendo da própria
Realidade um eterno samadhi.

Mas, novamente, enquanto seres viventes desta manifestação densa,


escorregamos na dinâmica das dualidades. A energia estagnada no Sahasrara
produz as identificações com as LIGAÇÕES TERRENAS que bloqueiam a TOTAL
RENDIÇÃO. Medite sobre o que prende você a este mundo. Desligue-se de suas

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conexões. Desapegue-se. O apego é sempre uma escolha nossa. Difícil... não é
mesmo? Experimente... só por um instante, desapegar-se de suas ligações
terrenas. Entregue-se... Sinta como é... Apenas você, uma gota de Prana,
mergulhando no Oceano de Prana... A partir dessa ideia, permita que seus
apegos e suas identificações se desfaçam. Você abrirá seu Chakra do
Entendimento, experimentará a eterna aproximação à Pura Energia Cósmica, e
conseguirá afirmar para si, sem dúvidas... EU ENTENDO!

por: Acharya Shailendratanaya Amarnathi Dasika


(Andréa Filomena)

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