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Dessa forma, cada fonema estimula uma pétala definida de um cakra. Esse é o
motivo pelo qual o sânscrito é considerado língua sagrada: o seu potencial
vibratório produz efeitos em todos os níveis.
Cada cakra tem igualmente uma deidade e uma śakti, com diferentes nomes,
atributos, emblemas, etc. Isto não significa que existam no corpo sutil
pequenas imagens de deusas e deuses cheios de braços e cabeças, e
armados até os dentes, assim como não há neles diagramas geométricos ou
animais imaginários.
॥ हरिः ॐ ॥
No fim deste artigo você pode acessar os roteiros das meditações completas
sobre os oito cakras principais. Estas é a introdução para que você possa
aproveitar bem essas práticas.
As imagens dos cakras que você vai encontrar abaixo apontam para os
símbolos das propensões e latências subconscientes associadas a cada
centro. Esses símbolos falam diretamente ao subconsciente. Eles não
precisam ser interpretados. A única coisa a fazer é observar-se frente a eles, e
às emoções que despertam.
Quando você visualiza, por exemplo, uma śakti carregando uma caveira
ensanguentada ou com uma espada na mão, deve prestar atenção à reação
que essa imagem provoca na sua mente. Isso tem por objetivo detectar seus
condicionamentos, para poder trabalhar sobre eles. Preste atenção a essas
reações, por favor.
Observe-se atentamente o tempo todo, porém, com mais cuidado ainda
enquanto acompanha a construção mental dessa parte dos cakras. Compare
essas vivências e seus resultados, e veja como elas mudam
de cakra para cakra.
Se você for iniciante, pule a descrição das deidades e trabalhe apenas sobre
os símbolos geométricos e as cores dos tattvas, que já são por si só muito
poderosos. Boas práticas.
1. Mūlādhāra cakra
Esse lótus aparece circundado por quatro pétalas vermelhas. Inscrito nesse
círculo de pétalas, um quadrado da cor do açafrão, que representa o elemento
terra (pṛthivī). Dentro dele, um triângulo avermelhado invertido, símbolo da yoṇī,
órgão sexual feminino, princípio da fertilidade.
O bīja mantra, som que ativa esse centro, é Lam. Um indivíduo que viva sob a
predominância deste cakra tenderá a ser céptico e pragmático. As latências
mentais associadas ao cakra são: ilusão, cólera, avareza, desejo,
sensualidade, territorialidade, instinto de sobrevivência, possessividade, temor
e preocupação excessiva com o próprio corpo.
2. Svādhiṣṭhāna cakra
3. Maṇipura cakra
Tem dez pétalas azuis, dentro das quais aparece um triângulo vermelho-
alaranjado, representando novamente a yoni. O bīja mantra deste cakra é Ram.
5. Viśuddha cakra
6. Ājña cakra
7. Soma cakra
8. Sahasrāra cakra
Este é o cakra coronário, chamado lótus das mil pétalas. Diz o Ṣaṭcakra
Nirūpāṇa sobre ele: “por cima de todos os outros (…) está o lótus das mil
pétalas. Este lótus, brilhante e mais branco que a Lua Cheia, tem a sua cabeça
apontada para baixo. Ele encanta. Seus filamentos estão coloridos pelas
nuances do Sol jovem. Seu corpo é luminoso”.
॥ हरिः ॐ ॥
Consciência total no seu corpo inteiro. O corpo inteiro, dos pés à cabeça.
Imagine-se como se estivesse crescendo a partir do chão, como se fosse uma
árvore. Suas pernas são as raízes da árvore. O resto do corpo é o tronco.
Vivencie isto com intensidade. Você está crescendo a partir do chão, fixando-
se no chão. Absolutamente estável. Absolutamente imóvel. Como se fosse uma
árvore enorme e forte.
Você está preparado para manter esse estado. Sinta seu corpo ficando mais e
mais rígido. Mais e mais firme. Tão rígido e firme que, depois de algum tempo,
você não consegue mais se mexer. Consciência total no corpo e na rigidez.
Ao manter a consciência centrada, você sente o seu corpo ficar cada vez mais
leve, cada vez mais sutil. Tão leve e sutil, que a consciência do corpo se esvai.
A consciência do corpo se esvai (1/2 minuto em silêncio). Este é o momento
para transferir a atenção para o ritmo natural da sua respiração. Consciência
total no ritmo natural da respiração.
Agora coloque a consciência no limite exterior das narinas, no ponto que define
se o ar está dentro ou fora delas. Dentro ou fora do seu organismo.
Consciência total.
A sua respiração fica tão sutil que ao inspirar, não há compressão do ar dentro
dos pulmões, e ao exalar, não há deslocamento do ar de fora. A sua respiração
está absolutamente silenciosa. Aqui você experiencia o ákásh, princípio do
espaço.
O Mūlādhāra
Coloque a atenção no mūlādhāra cakra, na extremidade inferior da espinha
dorsal. Ao mesmo tempo, faça mentalmente o bíja mantra Lam. Repita este
mantra de maneira contínua e rítmica, associando o ritmo com a respiração:
Lam, Lam, Lam, Lam, Lam. Consciência total no mūlādhāra.
[Atenção: nas primeiras práticas, se você for iniciante ou tiver dificuldades para
visualizar claramente, omita esta parte da meditação e passe diretamente à
visualização do redemoinho de luz.]
É uma criança radiante, com quatro cabeças e quatro braços. Sua pele é da
cor do trigo. Ele veste um dhoti amarelo. Um pano verde cobre seus ombros.
Olha em todas as direções ao mesmo tempo. Com a mão superior esquerda
ele sustenta uma flor de lótus.
Com o outro braço esquerdo, os Vedas. No braço inferior direito ele tem
o amṛtakūmbhaka, o pote do licor da imortalidade. Com a outra mão ele
faz abhāya, o gesto de dissipar o medo.
Ao seu lado está Dakiṇī, a śakti do cakra. Ela tem uma cabeça e quatro braços.
Sua pele é cor de rosa. Veste um sāri vermelho. Seus olhos são vermelhos.
Com a mão superior esquerda segura um tridente. Na outra mão esquerda tem
uma caveira. Na mão inferior direita, um escudo. Na outra, uma espada.
॥ हरिः ॐ ॥
Atenção.
Estas práticas de meditação sobre o mūlādhāra e os demais cakras são
apresentadas aqui a título de registro e para fins de estudo e referência. Elas
não têm a intenção (nem a capacidade) de substituir a presença do professor
na sala de aulas.
Não aconselhamos que você pratique isto sozinho em casa se não tiver
experiência prévia nesse tipo de meditação. Recomendamos calorosamente
que as aprenda, assim como todas as demais técnicas de Haṭha Yoga,
pessoalmente, através de um professor qualificado.
॥ हरिः ॐ ॥
O texto acima pode usar-se como modelo de elocução: você estuda a técnica e
grava a sua própria voz, lendo pausadamente (uma frase a cada quatro
segundos, aproximadamente) e respeitando os tempos que aparecem
sugeridos entre parêntesis (ou reduzindo-os proporcionalmente).
Outra opção é fazer pequenos grupos de meditação com seus amigos, onde
cada um pode usar os textos como orientação para dar a prática para os
outros, desde que sejam respeitados os cuidados que colocamos acima.
॥ हरिः ॐ ॥
Agora tome consciência das sensações físicas que o seu corpo experimenta.
Consciência total em todas as sensações físicas. Permita que estas sensações
se transformem num foco para o seu pensamento. Consciência total.
Faça um saṅkalpa: tome a resolução de permanecer absolutamente estável e
imóvel durante toda a prática. Repita mentalmente: “durante toda a prática fico
absolutamente estável, absolutamente imóvel. Absolutamente estável e imóvel,
eo ao mesmo tempo descontraído e relaxado”.
Você está preparado para manter esse estado. Sinta seu corpo ficando mais e
mais rígido. Mais e mais firme. Tão rígido e firme que, depois de algum tempo,
você não consegue mais se mexer. Consciência total no corpo e na rigidez.
Ao manter a consciência centrada, você sente o seu corpo ficar cada vez mais
leve, cada vez mais sutil. Tão leve e sutil, que a consciência do corpo
desaparece. A consciência do corpo desaparece. Este é o momento para
transferir a atenção para o ritmo natural da sua respiração. Consciência total no
ritmo natural da respiração.
O Svādhiṣṭhāna
Coloque agora a sua atenção por favor no svādhiṣṭhāna cakra, na raiz dos
órgãos genitais. Consciência total no svādhiṣṭhāna. Ao mesmo tempo, faça
mentalmente o bīja mantra Vaṁ. Repita este mantra de maneira contínua e
rítmica, associando o ritmo com a respiração: Vaṁ, Vaṁ, Vaṁ, Vaṁ, Vaṁ.
[Atenção: nas primeiras práticas, se você for iniciante ou tiver dificuldades para
visualizar claramente, omita esta parte da meditação e passe diretamente à
visualização do redemoinho de luz.]
Ao seu lado está Rakiṇī Śaktī. Ela tem dois rostos e quatro braços. Sua pele é
rosada; veste um sari vermelho e um xale de seda verde. Com a mão superior
esquerda segura um machado. Na outra mão esquerda tem um dhamaru,
tambor em forma de ampulheta.
Na mão inferior direita, uma caveira. Na outra, uma flecha. Esses são símbolos
da força de vontade e o desejo de superar os obstáculos. Consciência total na
representação do svādhiṣṭhāna cakra.
॥ हरिः ॐ ॥
Atenção.
Não aconselhamos que você pratique isto sozinho em casa, se não tiver
experiência prévia nesse tipo de meditação. Recomendamos calorosamente
que as aprenda, assim como todas as demais técnicas de Haṭha Yoga,
pessoalmente, através de um professor qualificado.
॥ हरिः ॐ ॥
O texto acima pode usar-se como modelo de elocução: você estuda a técnica e
grava a sua própria voz, lendo pausadamente (uma frase a cada quatro
segundos, aproximadamente) e respeitando os tempos que aparecem
sugeridos entre parêntesis (ou reduzindo-os proporcionalmente).
Outra opção é fazer pequenos grupos de meditação com seus amigos, onde
cada um pode usar os textos como orientação para dar a prática para os
outros, desde que sejam respeitados os cuidados que colocamos acima.
Se você for professor de Yoga, poderá igualmente usar essa prática nas suas
aulas, tomando o cuidado de escolher a técnica mais adequada para cada
pessoa ou grupo.
Tempo: 35 a 50 minutos
॥ हरिः ॐ ॥
Suas pernas são as raízes da árvore. O resto do corpo é o tronco. Vivencie isto
com intensidade. Você está crescendo a partir do chão, fixando-se no chão.
Você está absolutamente estável. Absolutamente imóvel.
Seu corpo inteiro, como uma unidade. Tome consciência das sensações físicas
que o seu corpo experimenta. Consciência total em todas as sensações físicas.
Permita que estas sensações se transformem num foco para o seu
pensamento. Consciência total.
Faça um saṅkalpa: tome a resolução de permanecer absolutamente estável e
imóvel durante toda a prática. Repita mentalmente: ‘durante toda a prática fico
absolutamente estável, absolutamente imóvel. Absolutamente estável e
imóvel’. Fique atento aos sinais de desconforto do seu corpo.
Você está preparado para manter esse estado. Sinta seu corpo ficando mais e
mais rígido. Mais e mais firme. Tão rígido e firme que, depois de algum tempo,
você não consegue mais se mexer. Consciência total no corpo e na firmeza.
Ao manter a consciência centrada, você sente o seu corpo ficar cada vez mais
leve, cada vez mais sutil. Tão leve e sutil que agora, a consciência do corpo se
esvai. Este é o momento para transferir a atenção para o ritmo natural da sua
respiração.
A sua respiração fica tão sutil que ao inspirar, não há compressão do ar dentro
dos pulmões, e ao exalar, não há deslocamento do ar de fora. A sua respiração
está absolutamente silenciosa. Aqui você experiencia o ākaśa, princípio do
espaço.
O Maṇipura
[Atenção: nas primeiras práticas, se você for iniciante ou tiver dificuldades para
visualizar claramente, omita esta parte da meditação e passe diretamente à
visualização do redemoinho de luz.]
Visualize o bīja mantra Ram na cor dourada, pulsando sobre o triângulo. Sobre
o bīja aparece o carneiro, símbolo e veículo de Agni, o fogo. Sobre o manipura,
do lado esquerdo, está Braddha Rudra, o Śiva ancião.
Ele tem pele azul, longa barba e cabelos prateados, e senta sobre uma pele de
tigre dourado, que representa a vitória do yogi sobre a sua própria mente. Com
a mão esquerda ele sustenta o dhamaru, tambor em forma de ampulheta, com
que marca o ritmo de dissolução do Universo. Com a mão direita segura um
tridente.
Ao seu lado está Lakiṇī Śakti. Ela tem três cabeças e quatro braços. Sua pele é
escura e veste um sari amarelo. Com a mão superior esquerda segura um raio.
Agora visualize que o manipura se transforma num lótus azul com o centro
vermelho. Aos poucos, o lótus começa a girar. Um vórtice de energia girando
vertiginosamente. Mergulhe nesse redemoinho. Observe o sentido do giro.
Sinta a vibração da energia primal pulsando através de você. Consciência
intensa e contínua.
॥ हरिः ॐ ॥
Atenção.
Não aconselhamos que você pratique isto sozinho em casa, se não tiver
experiência prévia nesse tipo de meditação. Recomendamos calorosamente
que as aprenda, assim como todas as demais técnicas de Haṭha Yoga,
pessoalmente, através de um professor qualificado.
॥ हरिः ॐ ॥
O texto acima pode usar-se como modelo de elocução: você estuda a técnica e
grava a sua própria voz, lendo pausadamente (uma frase a cada quatro
segundos, aproximadamente) e respeitando os tempos que aparecem
sugeridos entre parêntesis (ou reduzindo-os proporcionalmente).
Outra opção é fazer pequenos grupos de meditação com seus amigos, onde
cada um pode usar os textos como orientação para dar a prática para os
outros, desde que sejam respeitados os cuidados que colocamos acima.
Se você for professor de Yoga, poderá igualmente usar essa prática nas suas
aulas, tomando o cuidado de escolher a técnica mais adequada para cada
pessoa ou grupo.
Meditação no Anāhata Chakra
Tempo: 35 a 50 minutos
॥ हरिः ॐ ॥
Consciência total no seu corpo inteiro. Seu corpo inteiro, como uma unidade.
Tome consciência das sensações físicas que o seu corpo experimenta.
Consciência total em todas as sensações físicas. Permita que estas sensações
se transformem num foco para o seu pensamento. Consciência total.
Você está preparado para manter esse estado. Sinta seu corpo ficando mais e
mais rígido. Mais e mais firme. Tão rígido e firme que, depois de algum tempo,
você não consegue mais se mexer. Consciência total no corpo e na rigidez.
Consciência total no corpo e na firmeza. Seu corpo está absolutamente firme.
A sua respiração fica tão sutil que ao inspirar, não há compressão do ar dentro
dos pulmões, e ao exalar, não há deslocamento do ar de fora. A sua respiração
está absolutamente silenciosa. Aqui você experiencia ākaśa, o princípio do
espaço.
O Anāhata
Para revelar seu poder, o bīja mantra precisa fazer-se junto com visualizações.
Se não for assim, a repetição será inútil. Consciência contínua e intensa
no anāhata cakra.
Dentro do círculo de doze pétalas há outro chakra menor, com oito pétalas
rosadas. Esse é o Ānanda Kaṇḍa, coração do corpo sutil. O veículo
do anāhata cakra é o antílope negro, que simboliza o coração: pureza,
consciência e sensibilidade são seus atributos. Sobre o anāhata, do lado
direito, está Īśāna Rudra Śiva.
Sua pele é de cor azul e veste uma pele de tigre, símbolo da vitória
do yogi sobre a mente e os sentidos. As serpentes, enroscadas ao redor dos
braços e tronco, representam o domínio sobre as latências subconscientes.
O Ganges sagrado flui dos seus cabelos. Com a mão esquerda ele sustenta
o dhamaru, tambor em forma de ampulheta, com que marca o ritmo de
dissolução do Universo. Com a mão direita segura um tridente.
Do lado de Īśāna Rudra Śiva está Kakiṇī, a shaktí do cakra. Ela tem uma
cabeça e quatro braços. Sua pele é cor de rosa. Veste um sari vermelho. Seus
olhos são vermelhos. Com a mão superior esquerda segura um tridente. Na
outra mão esquerda tem uma caveira. Na mão inferior direita, um escudo. Na
outra, uma espada.
Este cakra contém o bāna liṅgam, o liṅgam da flecha, que brilha com luz
dourada. A força dele age como o guia interno, pois qualquer mudança no ritmo
cardíaco é sinal de que houve uma alteração na prática. Fique atento. Ouça o
pulsar do seu coração.
Agora visualize que o anāhata se transforma num lótus vermelho escuro com o
centro cinza. Aos poucos, esse lótus começa a girar. Um vórtice de energia
girando vertiginosamente.
॥ हरिः ॐ ॥
Atenção.
Não aconselhamos que você pratique isto sozinho em casa, se não tiver
experiência prévia nesse tipo de meditação.
॥ हरिः ॐ ॥
Construa uma imagem mental do seu corpo. Ou sinta seu corpo. Ou as duas.
Como você quiser. Permaneça consciente do seu corpo inteiro. Tome
consciência da sua espinha dorsal, que está perfeitamente ereta, sustentando
o pescoço e a cabeça.
Você está preparado para manter esse estado. Sinta seu corpo ficando mais e
mais rígido. Mais e mais firme. Tão rígido e firme que, depois de algum tempo,
você não consegue mais se mexer.
Ao manter a consciência centrada, você sente o seu corpo ficar cada vez mais
leve, cada vez mais sutil. Tão leve e sutil, que a consciência do corpo se esvai.
A consciência do corpo se esvai. Este é o momento para transferir a atenção
para o ritmo natural da sua respiração.
O Viśuddha
Coloque agora a atenção no viśuddha cakra, na extremidade da espinha
dorsal. Consciência total no viśuddha. Ao mesmo tempo, faça mentalmente o
bīja mantra Haṁ. Repita este mantra de maneira contínua e rítmica,
associando o ritmo com a respiração: Haṁ, Haṁ, Haṁ, Haṁ, Haṁ.
[Atenção: nas primeiras práticas, se você for iniciante ou tiver dificuldades para
visualizar claramente, omita esta parte da meditação e passe diretamente à
visualização do redemoinho de luz.]
Sobre o bīja mantra aparece o elefante Gaja, veículo do cakra. Ele tem a cor
das nuvens carregadas de chuva. Suas orelhas e tromba representam
o nāda, o som cósmico. Acima do elefante, do lado direito, senta a deidade
do cakra, Pañcavaktra Śiva, o Śiva de cinco rostos.
Ao seu lado está Śakiní, a Śaktī (deidade) do cakra. Ela tem cinco rostos e
quatro braços; é a encarnação da pureza. Sua pele é cor de rosa e veste um
sari azul claro. Está sentada sobre uma flor de lótus cor de rosa. Na mão
superior esquerda tem uma caveira.
Agora visualize que o viśuddha se torna num lótus púrpura brilhante, com o
centro branco. Aos poucos, o lótus começa a girar. Um vórtice de energia
girando vertiginosamente. Mergulhe nesse redemoinho. Observe o sentido do
giro. Sinta a vibração da energia primal pulsando através de você.
॥ हरिः ॐ ॥
Atenção.
Não aconselhamos que você pratique isto sozinho em casa, se não tiver
experiência prévia nesse tipo de meditação.
Tempo: 35 a 50 minutos.
॥ हरिः ॐ ॥
Suas pernas são as raízes da árvore. O resto do corpo é o tronco. Vivencie isto
com intensidade. Você está crescendo a partir do chão, fixando-se no chão.
Absolutamente estável. Absolutamente imóvel. Como se fosse uma árvore
enorme e forte. Perceba-se, vivencie-se crescendo a partir do chão. Fixando-se
no chão. Não há diferença entre o corpo e o chão. Você está absolutamente
estável. Absolutamente imóvel.
Seu corpo inteiro, como uma unidade. Tome consciência das sensações físicas
que o seu corpo experimenta. Consciência total em todas as sensações físicas.
Permita que estas sensações se transformem num foco para o seu
pensamento. Consciência total.
Você está preparado para manter esse estado. Sinta seu corpo ficando mais e
mais estável. Mais e mais firme. Tão estável e firme que, depois de algum
tempo, você não consegue mais se mexer. Consciência total no corpo e na
estabilidade. Consciência total no corpo e na firmeza. Seu corpo está
absolutamente estável e firme.
Agora coloque a consciência no limite exterior das narinas, no ponto que define
se o ar está dentro ou fora delas. Dentro ou fora do seu organismo.
Consciência total.
O Ājña
[Atenção: nas primeiras práticas, se você for iniciante ou tiver dificuldades para
visualizar claramente, omita esta parte da meditação e passe diretamente à
respiração pelo cakra.]
Do lado direito de Ardhanarīśvara está Hakiṇī Śaktī. Ela tem seis rostos e
quatro braços. Sua pele é rosada; veste um sari vermelho e um xale de seda
verde. Com a mão superior esquerda segura uma caveira. Na outra mão
esquerda tem um japa mālā (rosário para contar mantras).
Com a mão inferior direita faz abhaya mudrā, o gesto de eliminar o medo. Na
outra sustenta um dhamaru, tambor em forma de ampulheta. Esses são
símbolos do desapego e do desejo de superar os obstáculos. O veículo deste
chakra é nāda, o som puro. Consciência total na representação do ājña chakra.
Inspire pelo ājña. Expire pelo ājña. Inale, distribua e expanda. Expire, recolha e
contraia. Concentre-se unicamente no fluxo do prāṇa. Seja apenas expansão e
recolhimento. Detenha o prāṇa no ājña cakra: “quando o prāṇa flutua, citta, a
consciência, também flutua. Quando o prāṇa se estabiliza, citta também se
torna estável.” Expanda até alcançar a forma universal.
Recolha a energia até focalizá-la num ponto ínfimo. Focalize toda a atenção
no ājña. Consciência intensa no ājña. Inspire pelo ājña cakra. Expire pelo ājña
cakra. Dissolva todo o seu ser no ājña. Repita mentalmente o bīja mantra Oṁ.
Consciência intensa no ājña e na repetição mental do mantra Oṁ. Consciência
intensa e contínua.
Na expiração, ela desce junto com o prāṇa até o cakra básico. Nesse
momento, a imagem do ājña se esvai. Conclua a meditação. Mantenha os
olhos fechados. Fique atento ao momento presente, aos seus sentimentos, ao
efeito da prática, ao lugar onde você está. Então, movimente-se devagar. Abra
os olhos. A prática de meditação está completa. Oṁ śāntiḥ śāntḥ śāntiḥ.
॥ हरिः ॐ ॥
Atenção.
Estas práticas de meditação sobre os cakras são apresentadas aqui a título de
registro e para fins de estudo e referência. Elas não têm a intenção (nem a
capacidade) de substituir a presença do professor na sala de aulas.
Não aconselhamos que você pratique isto sozinho em casa, se não tiver
experiência prévia nesse tipo de meditação.
Este chakra está no centro da testa, acima do ājña. Soma é o néctar lunar,
também é chamado amṛta, que significa imortal. Aconselhamos esta meditação
para o dia da lua cheia, fazendo antes trātaka sobre o disco lunar, quando está
nascendo no horizonte. Não recomendamos esta meditação quando a lua
cheia estiver descendo no horizonte, de manhã cedo.
॥ हरिः ॐ ॥
Sente numa posição de meditação com as costas eretas e as mãos em jñāna
mudrā. Mantenha os olhos fechados. Inspire agora e verbalize o mantra Oṁ
três vezes: Oṁ, Oṁ, Oṁ. Permaneça consciente do seu corpo. Construa uma
imagem mental do seu corpo. Ou sinta seu corpo. Ou as duas. Como você
quiser.
Consciência total no seu corpo inteiro. O corpo inteiro, dos pés à cabeça.
Imagine-se como se estivesse crescendo a partir do chão, como se fosse uma
árvore. Suas pernas são as raízes da árvore.
Agora tome consciência das sensações físicas que o seu corpo experimenta.
Consciência total em todas as sensações físicas. Permita que estas sensações
se transformem num foco para o seu pensamento. Consciência total.
Esta é a forma da sua consciência agora. Você está preparado para manter
esse estado. Sinta seu corpo ficando mais e mais estável. Mais e mais firme.
Tão estável e firme que, depois de algum tempo, você não consegue mais se
mexer. O corpo está estável e firme, porém, perfeitamente descontraído.
Absolutamente imóvel.
Ao manter a consciência centrada, você sente o seu corpo ficar cada vez mais
leve, cada vez mais sutil. Tão leve e sutil, que a consciência do corpo se esvai.
A consciência do corpo se esvai.
Este é o momento para trazer a sua atenção para o ritmo natural da sua
respiração. Consciência total no ritmo natural da sua respiração. Consciência
total no ritmo natural da respiração, mantendo-a tão silenciosa quanto for
possível.
Agora coloque a consciência no limite exterior das narinas, no ponto que define
se o ar está dentro ou fora delas. Dentro ou fora do seu organismo.
Consciência total.
Leve a consciência para além do limite das narinas. Observe o movimento de
entrada e saída do ar. Ao expirar, o ar de fora é deslocado pelo ar que sai das
narinas. Ao inalar, o ar nos pulmões é comprimido pelo ar novo que entra.
Consciência total no processo respiratório, mantendo a respiração tão
silenciosa quanto for possível.
Volte o olhar para o intercílio, fazendo bhrūmadhya dṛṣṭi, a fixação ocular. Abra
os olhos e dirija-os ao centro e acima, porém. sem forçar absolutamente nada.
Depois, feche-os, mantendo-os fixos naquele ponto o tempo todo. Acrescente
agora à khecharī mudrā e ao dṛṣṭi, a imagem de uma lua crescente branca e
brilhante no meio da sua testa, dentro de um lótus de doze pétalas luminosas.
[Atenção: nas primeiras práticas, se você for iniciante ou tiver dificuldades para
visualizar claramente, omita esta parte da meditação e passe diretamente à
respiração pelo cakra.]
Śaktī não está mais na forma de serpente, como no mūlādhāra chakra, mas,
havendo ascendido através de śuṣumnā nāḍī, aparece como yogiṇī. A união de
ambos produz o samādhi. Consciência total no soma chakra.
Inspire pelo soma. Expire pelo soma. Inale, distribua e expanda. Expire, recolha
e contraia. Concentre-se unicamente no fluxo do prāṇa. Seja apenas expansão
e recolhimento. Expanda até alcançar a forma universal. Recolha a energia até
focalizá-la num ponto ínfimo.
Focalize toda a sua atenção no soma. Consciência intensa no soma. Inale pelo
soma. Expire pelo soma. Dissolva todo o seu ser no soma. Repita mentalmente
o bīja mantra Oṁ. Consciência intensa no soma e na repetição mental do
mantra Oṁ. Consciência intensa e contínua.
Atenção.
Estas práticas de meditação sobre os cakras são apresentadas aqui a título de
registro e para fins de estudo e referência. Elas não têm a intenção (nem a
capacidade) de substituir a presença do professor na sala de aulas.
Não aconselhamos que você pratique isto sozinho em casa, se não tiver
experiência prévia nesse tipo de meditação.
॥ हरिः ॐ ॥
Construa uma imagem mental do seu corpo. Sinta seu corpo. Permaneça
consciente do seu corpo inteiro. Tome consciência da sua espinha dorsal, que
está perfeitamente ereta, sustentando o pescoço e a cabeça.
Tome consciência da posição equilibrada dos braços e pernas. Consciência
total no seu corpo inteiro. O corpo inteiro, dos pés à cabeça.
Você está preparado para manter esse estado. Sinta seu corpo ficando mais e
mais estável. Mais e mais firme. Tão estável e firme que, depois de algum
tempo, você não consegue mais se mexer. Consciência total no corpo e na
estabilidade. Consciência total no corpo e na firmeza.
Este é o momento para trazer a atenção para o ritmo natural da sua respiração.
Consciência total no ritmo natural da sua respiração. Consciência total no ritmo
natural da respiração, mantendo-a tão silenciosa quanto for possível.
Agora coloque a consciência no limite exterior das narinas, no ponto que define
se o ar está dentro ou fora delas. Dentro ou fora do seu organismo.
Consciência total.
A sua respiração fica tão sutil que ao inspirar, não há compressão do ar dentro
dos pulmões, e ao expirar, não há deslocamento do ar de fora. A sua
respiração está absolutamente silenciosa. Aqui você experiencia
o ākāśa, princípio do espaço.
O Sahasrāra
Neste momento, coloque por favor a sua atenção no sahāsrara cakra, no ponto
mais alto da caixa craniana.
Consciência total no sahāsrara. Ao mesmo tempo, faça mentalmente o mantra
Oṁ. Repita este mantra de maneira contínua e rítmica, associando o ritmo com
a respiração: Oṁ, Oṁ, Oṁ, Oṁ, Oṁ. Faça japa mentalmente, criando uma
textura sonora constante e uniforme. Sinta a vibração do mantra ressoando
no cakra.
Associe o bīja mantra com bhrūmadhya dṛṣṭi, a fixação ocular no intercílio. Abra
os olhos e dirija-os ao centro e acima, porém, sem forçar absolutamente nada.
Depois, feche-os, mantendo-os fixos naquele ponto o tempo todo. Consciência
contínua e intensa no sahāsrara cakra.
Atenção.
Não aconselhamos que você pratique isto sozinho em casa, se não tiver
experiência prévia nesse tipo de meditação.