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03 princípios budistas para se sentir melhor

Muitas vezes, você pode pensar que a vida é muita injusta com você e que
todos os seus esforços para mudar essa situação não apresentam um
resultado positivo.

Hoje, quero compartilhar com você um momento de reflexão, convidá-lo a


respirar fundo, olhar para dentro de você mesmo e descobrir três princípios
budistas que lhe farão sentir-se melhor. Esse conhecimento interior lhe
permitirá mudar qualquer situação ou qualquer coisa que deseje.

“Ninguém nos salva a não ser nós mesmos. Ninguém pode e ninguém deve
nos salvar. Nós mesmos devemos percorrer esse caminho. Buda

Dukkha: a insatisfação, decepção e sofrimento

Devido ao dogma budista “a vida é sofrimento”, muitas pessoas acreditam que


esta doutrina tem um caráter negativo ou pessimista. Mas não é bem assim.

Explicada dentro do contexto adequado, significa que segundo o budismo “a


vida nem sempre é suave e agradável, ela requer cuidados”.

Os budistas acreditam que somos responsáveis pelo nosso sofrimento e pelas


situações difíceis que enfrentamos. A origem desse sofrimento é o fato de que
nós não procuramos entender o nível espiritual de todas as coisas e não
conhecemos o lado emocional da nossa vida.

No mundo ocidental, temos a tendência de compartilhar a vida com um


sentimento contínuo de perda, tristeza, cansaço, tédio e ansiedade.

Para superar cada um desses sentimentos, nos ensinaram a consumir drogas


e trazer maus hábitos para a nossa vida, em vez de tentar solucionar o
problema. Preferimos camuflar a dor; isso aumenta o sofrimento e gera mais
insatisfação.

Como usar essa filosofia no seu dia a dia?


Não seja tão exigente com a vida. Doenças, sofrimentos e morte são uma parte
natural da vida; temos que aprender a aceitar e permanecer no presente, no
aqui e agora.

Não tente alcançar uma vida perfeita. Superar as dificuldades nos traz um
grande aprendizado.

Quando aceitar a imperfeição da vida, sofrerá menos decepções. Dessa forma,


conseguirá liberar sua intuição e deixar de lado o estresse diário e as
experiências desagradáveis.

“A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”-Buda-

Anitya: a vida está em constante movimento

Anitya ou transitoriedade significa que a vida está em constante movimento.

Segundo o Budismo não podemos retornar ao passado, tampouco visitar o


futuro. Tudo isso é uma ilusão.

Toda manhã, quando você acordar, vai perceber que mudou um pouco em
relação ao dia anterior. Biologicamente nós crescemos e continuamos
mudando a cada dia, assim como nossos pensamentos e consciência.

Se você se conscientizar de que tudo muda, o desconforto diário que você


pode estar vivendo começará a diminuir.

Se acreditarmos que não existe nada que dure para sempre, perceberemos
que o mal também acaba.

Mas, o que acontece quando você está feliz? Não quer que esse dia termine.
Temos muito medo do que pode acontecer…

Vamos analisar essa situação de uma outra forma: se a felicidade pode se


acabar, então vamos aproveitá-la ao máximo.

Se você conseguir compreender a impermanência da vida e o seu lado


positivo, se sentirá livre.
Tudo o que temos é o agora.

Como integrar esse pensamento em sua vida?

Desfrute e celebre as mudanças. Não tenha medo de que as coisas


desapareçam um dia.

Dizem que tudo o que é negativo desaparece da nossa vida e tudo que é
grande e bom chegará em seu coração se souber sentir e se alegrar.

Você e sua essência são os melhores presentes que você pode oferecer.
Aproveite e aprenda a ser você mesmo a cada dia da sua vida.

Anatma: mudamos todos os dias

Na nossa cultura ocidental aprendemos a sentir que existe um “eu verdadeiro”,


mas não sabemos onde.

O budismo se baseia no fato de que não existe um “eu constante”. Se você


entender que tudo muda, aceite que também mudamos todos os dias.

Não seremos mais os mesmos a menos que a intenção seja essa, e nossa vida
nunca mudará para melhor se nos esforçarmos excessivamente.

Como usar esse conhecimento?

Concentre sua energia em se reinventar a cada dia, em vez de se esforçar para


encontrar o seu “verdadeiro eu”.

Não existe um “eu constante”, mas existe um “eu” aqui e agora, um “eu” que
pode mudar a qualquer momento, porque nossos estados emocionais mudam.

Aproveite a sua vida hoje; amanhã tudo será diferente. Em cada momento você
é uma pessoa diferente com o poder de conseguir tudo o que deseja,
realização e paz interior.

“Seu mundo é a expressão viva de como você está usando e tem usado a sua
mente”. -Earl Nightingale-
OS DOZE PRINCÍPIOS BÁSICOS DO BUDISMO

01. A auto-salvação é uma tarefa urgente para qualquer homem. Se um


homem jaz ferido por uma flecha envenenada, ele não atrasará a sua extração
para pedir detalhes a respeito de quem a atirou ou do comprimento e
fabricação da flecha. Haverá tempo para um entendimento crescente do
ensinamento. Por enquanto, comecemos encarando a vida como ela é,
aprendendo sempre pela experiência direta e pessoal.

02. O primeiro fato da existência é a lei da mudança ou impermanência.


Tudo o que existe, de uma mancha a uma montanha, de um pensamento a um
império, passa pelo mesmo ciclo de existência; a saber: nascimento,
crescimento, decadência e morte. só a vida é continua, ainda que buscando
auto-expressão em novas formas. “A vida é uma ponte, não construas pois
casas sobre ela”. A vida é um processo de fluxo e aquele que se apega a
qualquer forma, por mais esplendida que seja, irá sofrer por estar resistindo ao
fluxo.

03. A lei da mudança aplica-se igualmente a “alma”. Não existe nenhum


principio nos indivíduos que seja imortal e imutável. somente “Aquilo que não
tem nome”, a Realidade Ultima, está alem da mudança e todas as formas de
vida, o homem inclusive, são manifestações dessa Realidade. Ninguém é
nunca o dono da vida que flui em si, assim como a lâmpada elétrica não é dona
da corrente que a faz brilhar.

04. O Universo é a expressão da lei. todos os efeitos tem causas e a alma ou


o caráter do homem é a soma total de seus pensamentos e ações anteriores. O
Karma, que significa ação e reação, governa toda a existência e o homem é o
único criador de suas circunstancias. sua reação a elas, cria sua condição
futura e seu destino final. Através do pensamento e da ação corretos, ele pode
gradualmente purificar a sua natureza interior e assim, através da auto-
realização, atingir em tempo a libertação.

05. A vida é una e indivisível, ainda que suas formas que sempre mudam
sejam inumeráveis e perecíveis. Na realidade não há morte, embora todas as
formas devam morrer. Do entendimento da unidade da vida brota a compaixão,
um sentimento de identidade com a vida em outras formas, a compaixão é
descrita como a “lei das Leis – eterna harmonia”, e aquele que quebra essa
harmonia sofrerá proporcionalmente a sua ação e retardará sua iluminação.

06. Sendo a vida Una, os interesses da parte serão os interesses do todo. em


sua ignorância, o homem pensa poder batalhar com sucesso por seus próprios
interesses e essa energia de egoísmo, voltada para a direção errada, produz o
sofrimento. a parte de seu sofrimento, ele aprende a reduzir e finalmente a
eliminar sua causa. Buda ensinou as quatro Nobres Verdade: a) A Onipresença
do sofrimento; b) sua causa, o desejo voltando para a direção errada; c) sua
cura, a remoção da causa; d) o Nobre Óctuplo Caminho de auto-
desenvolvimento, que conduz ao fim do sofrimento.

07. O Caminho Óctuplo consiste em: Visão Correta ou compreensão


preliminar, Objetivos ou Motivos Corretos, Palavras Corretas, Ações Corretas,
Vida Correta, Esforço Correto, Concentração ou Desenvolvimento Mental
Correto e, finalmente, “Samandhi” (Meditação) Correto, que conduz a
Iluminação completa. Assim como o Budismo é um Caminho de vida e não
meramente uma teoria da vida, o trilhamento desse Caminho é essencial para
a auto-libertação “Cessar de fazer o mal, aprender a fazer o bem, purificar sua
própria mente: esse é o ensinamento dos Budas”.

08. A Realidade é indescritível e um deus com atributos não é a Realidade


final. Mas o Buda, um ser humano, tornou-se o Totalmente Iluminado, e o
propósito da vida é o atingido da Iluminação. Esse estado de Consciência, o
Nirvana, a extinção das limitações do ego, é atingível na terra. Todos os
homens e todas as outras formas de vida contem a potencialidade da
Iluminação e o processo consiste, portanto, em tornar-se naquilo que você é:
“Olha para dentro: tu és Buda”.

09. Entre a Iluminação potencial e a verdadeira fica o “Caminho do Meio, o


Caminho Óctuplo” do desejo à paz, um processo de auto-desenvolvimento
entre os “opostos”, evitando os extremos. Buda palmilhou esse caminho até o
fim e a única fé requerida no Budismo é a crença razoável de que houve um
Guia que trilhou esse Caminho e que vale a pena que nós o trilhemos. O
Caminho deve ser trilhado pelo homem inteiro e não apenas pelo que há de
melhor nele. Coração e mente devem ser igualmente desenvolvidos. Buda foi o
Todo Compassivo, ao mesmo tempo que foi o Iluminado.

10. O Budismo insiste grandemente na necessidade da concentração e da


meditação interiores, que conduzem em tempo ao desenvolvimento das
faculdades espirituais interiores. A vida interior é tão importante quanto o corre-
corre cotidiano e períodos de quietude para a atividade interior são essenciais
para uma vida equilibrada. O Budista deve estar atento e consciente de si em
todas as horas, guardando-se do apego mental e emocional ao “espetáculo
que passa”. Esta vigilante e crescente atitude em relação às circunstancias,
que ele sabe serem sua própria criação, ajuda-o a manter sua reação a elas
sempre sob controle.

11. Buda disse: “Trabalha para tua própria salvação, com diligência”. O
Budismo não conhece qualquer autoridade, salvo a intuição do indivíduo e essa
autoridade é apenas para esse indivíduo sozinho. Cada homem sofre as
conseqüências de seus próprios atos e com isso aprende, enquanto ajuda seu
semelhante, a alcançar a mesma libertação. Não se reza ao Buda ou a
qualquer deus para impedir que efeito se produza a partir de determinadas
causas. Os monges Budistas são mestres e exemplos, e de nenhuma maneira
intermediários entre a Realidade e o indivíduo. A máxima tolerância é praticada
em relação à todas as religiões e filosofias, pois nenhum homem tem o direito
de interferir na jornada de seu vizinho para a Meta.

12. O budismo não é nem pessimista nem “escapista”, nem nega a existência
de Deus e da alma, embora ele empreste um significado especial a esses
termos. Ele é, pelo contrário, um sistema de pensamento, uma religião, uma
ciência espiritual e um caminho de vida, que é razoável, prático e abrange
todas as coisas. Por mais de dois milênios satisfez ele as necessidades
espirituais de cerca de um terço da humanidade. ele atrai o Ocidente porque
não tem dogmas, satisfaz igualmente a razão e o coração, insiste na auto-
confiança aliada à tolerância para com outros pontos de vista, abrange ciência,
religião, filosofia, psicologia, ética e arte, e insiste no homem sozinho como
único criador de sua vida presente e determinador de seu destino.

Fonte: Comunidade Budista Soto Zenshu da América do Sul

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