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Shoshana Zuboff :
Ao abordar esta questão, a mesma começa a apresentar o conceito de lar, como um local
que nós naturalmente buscamos; como um local onde nós nos encontramos seguros e livres. Deste
modo, esta é a conjuntura em que nos encontramos na civilização digital?
II. O réquiem para um lar: Neste tópico, somos introduzidos a uma situação característica
desta nova civilização que nos faz discutir quanto à possibilidade chamar a mesma de lar. No ano
2000, no Instituto de Tecnologia da Georgia, um grupo de cientistas desenvolveram um conceito
que, futuramente, levaria ao desenvolvimento de um mercado extremamente lucrativo: O Aware
Home (A Casa Ciente; A Casa Alerta). Consistindo em um sistema que possibilita a interação entre a
casa e os seus residentes, a mesma retira do ambiente dados sobre os seus habitantes,
possibilitando o desenvolvimento de conclusões que, privadas ao dono da casa, podem ser usadas
para promover melhoras na qualidade de vida do mesmo – pode-se pensar, por exemplo, em um
sistema que identifica os horários em que as luzes da casa geralmente se encontram ligadas, e, em
caso de reconhecimento de padrões suspeitos, pode acionar um sistema de segurança.
Embora, o sistema, caso respeitada a privacidade das pessoas sujeitas à coleta de dados,
tenha interessantes possibilidades, o mesmo ainda representa um problema à segurança dos dados
das pessoas, caso os mesmos não estejam passíveis de forte proteção. Como exemplo, Shoshana
Zuboff fala sobre o Google Nest – dispositivo smart-home que tem funções baseadas no Aware
Home -, que, de acordo com um estudo da Universidade de Londres, possui, em seu contrato de uso,
diversas falhas de privacidade, que possibilitam, inclusive, o compartilhamento de informações com
terceiros, que podem utilizar esses dados para fins diversos.