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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA

Departamento de engenharia mecânica


Henrique Eduardo Apolinário
Marcos Júnio Reis Assis
Matheus Henrique Gonçalves da Silva

Uso da técnica de Análise de Óleo lubrificante em motores do ciclo Diesel.

Belo Horizonte – MG
Novembro/2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA
Departamento de engenharia mecânica
Henrique Eduardo Apolinário
Marcos Júnio Reis Assis
Matheus Henrique Gonçalves da Silva

Uso da técnica de Análise de Óleo lubrificante em motores do ciclo Diesel.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Engenharia Mecânica, do Centro
Universitário Newton Paiva.
Área de concentração: Engenharia Mecânica
Orientador: Prof. Mauro Lucio Martins
Orientadora Metodológica: Prof. Michelle
Cristiane da Silva Duarte

Belo Horizonte – MG
Novembro/2021
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por poder me proporcionar as experiencias vividas, os amigos que fiz, os
momentos de felicidade e os momentos de aprendizado.
Agradeço aos meus pais Paula e Robson que em todo momento da minha vida me incentivaram
a acreditar em mim mesmo e correr atras dos meus sonhos mantendo minha ética e caráter,
agradeço a minha companheira Bruna que em todos os momentos que me questionei sobre a
dificuldade da formação acadêmica e vida profissional nunca me deixou abater.
Agradeço aos meus avos, tios e irmã que sempre me apoiaram com carinho e amor, me ajudando
a ser um indivíduo melhor e valoroso.
Agradeço aos meus mestres que poderão compartilhar comigo todo o aprendizado técnico que
adquiri até o momento, gostaria de agradecer especialmente ao Juliano Alberto Silva que foi
um dos maiores mestres que tive na vida e um grande amigo.
Ao Prof. Mauro Martins que dispôs de seu tempo, conhecimento e recurso próprio para me
ajudar a concluir mais uma árdua etapa.

MUITO OBRIGADO
Henrique Eduardo Apolinario – Set, 2021
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me proporcionar sabedoria e força para enfrentar todas as
dificuldades e obstáculos que ocorreram durante o curso.
A minha família que sempre me apoiou durante todo o curso, que fez com que eu nunca
desistisse desse sonho mesmo nos momentos mais difíceis.
Aos meus amigos que sempre apoiaram e que entenderam que alguns momentos eu não poderia
estar presente com eles, e aos novos amigos que fiz nessa jornada que com certeza vou leva-los
para a vida.
Aos professores que compartilharam experiências e aprendizados que foram muito importantes
para o curso.
E de maneira geral a todos que fizeram parte dessa parte muito importante da minha vida.

MUITO OBRIGADO
Matheus Henrique Gonçalves da Silva – Set, 2021
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido a oportunidade de estudar onde eu


pretendia, por ter me dado força, saúde e sabedoria para superar as dificuldades e desafios
dentro do curso.
À instituição pelo ambiente desafiador, organizado e amigável, onde pude conhecer novas
pessoas, fazer networkings e crescer como pessoa, como estudante e como profissional.
Aos meus pais por sempre me apoiar nas decisões pessoais e estudantis e me ampararem quando
precisei de ajuda, à minha irmã Polyana e ao meu cunhado Ramon por me incentivarem desde
novo a trilhar meu caminho profissional de acordo com aquilo que identifico e por me ajudarem
em tudo o que precisei.
À minha noiva Isabel por me apoiar e estar ao meu lado nos momentos bons e nos momentos
desafiadores.
À minha vó, tios, tias, primos e primas por sempre me impulsionar a alcançar o objetivo
estabelecido.
Ao Prof. Mauro Martins pela direção, confiança, apoio e determinação.

MUITO OBRIGADO
Marcos Junio Reis Assis – Set, 2021
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por nos proporcionar saúde, sabedoria e forças para concretizar mais esta
árdua etapa em nossas vidas, além disso, proporcionou que encontrássemos ao longo desse
percurso grandes amigos, amigos que tornaram essa jornada menos árdua e mais alegre.
Agradecemos aos nossos pais, que nos incentivaram a buscar nossos objetivos sem medir
esforços para dar suporte em todas as etapas de nossas vidas.
Ao Prof. Mauro Martins por dispor de seu tempo para nos orientar e por compartilhar seu
grande conhecimento e sempre confiando em nosso trabalho.

MUITO OBRIGADO
RESUMO

A manutenção atualmente é observada como um fator primordial para uma empresa que busca
destacar-se no mercado cada vez mais competitivo. Para que isso aconteça o uso de ferramentas
estratégicas que proporcionam uma melhoria na vida útil dos ativos, e grande diferencial
estratégico. A análise de óleo lubrificante é uma ferramenta capazes de indicar a condição dos
componentes internos de um equipamento. Para um bom funcionamento de um motor de
ignição por compressão o uso de um lubrificante que segue as especificações do fabricante é
essencial, pois o lubrificante possui muitas funções, sendo a principal delas manter as partes
móveis do motor com o mínimo de atrito entre si. O uso de um lubrificante fora das
especificações ou com contaminantes (água, combustível, poeira, fuligem etc.), acarreta uma
série de danos ao motor como desgaste, superaquecimento e baixo rendimento. Neste trabalho
é utilizada a técnica de análise de óleo, onde se busca demonstrar a influências que a técnicas
tem para um plano de manutenção eficiente, analisando as propriedades físico-químicas do
lubrificante. Para tanto, o ponto de fulgor, plasma e análise de viscosidade são exemplos dos
ensaios realizados no trabalho.

Palavras-chave: Análise de óleo, Motor Diesel, Lubrificantes.


ABSTRACT

Maintenance is currently seen as a key factor for a company that seeks to stand out in the
increasingly competitive market. For this to happen, the use of strategic tools that provide an
improvement in the useful life of assets, and a great strategic differential. Lubricating oil
analysis is a tool capable of indicating the condition of the internal components of an equipment.
For a good operation of a compression ignition engine, the use of a lubricant that follows the
manufacturer's specifications is essential, as the lubricant has many functions, the main one
being to keep the moving parts of the engine with minimal friction between them. The use of a
lubricant out of specifications or with contaminants (water, fuel, dust, soot, etc.), causes a series
of damages to the engine, such as wear, overheating and low efficiency. In this work, the oil
analysis technique is used, which seeks to demonstrate the influence that the technique has for
an efficient maintenance plan, analyzing the physicochemical properties of the lubricant.
Therefore, the flash point, plasma and viscosity analysis are examples of the tests performed in
the work.

Keywords: Oil analysis, Diesel Engine, Lubricants.


IMAGENS
Figura 1 - Caminhão fora de Estrada....................................................................... 15
Figura 2 - Viscosímetro a 100° C............................................................................ 24
Figura 3 – ICP Plasma ............................................................................................ 24
Figura 4 - Cromatógrafo ......................................................................................... 25
Figura 5 - Infravermelho......................................................................................... 26
Figura 6 - Vapor pro ............................................................................................... 27
Figura 7 - Bloco do Motor ...................................................................................... 29
Figura 8 - Cabeçote ................................................................................................ 30
Figura 9 - Carter ..................................................................................................... 30
Figura 10 - Casquilho ............................................................................................. 31
Figura 11 - Pistão ................................................................................................... 31
Figura 12 - Biela..................................................................................................... 32
Figura 13 - Virabrequim ......................................................................................... 32
Figura 14 - Volante ................................................................................................ 33
Figura 15 - Valvulas ............................................................................................... 33
Figura 16 - Anéis de segmento ............................................................................... 34
Figura 17 - Pino do pistão....................................................................................... 34
Figura 18 - Eixo comando de válvulas .................................................................... 35
Figura 19 - Classificação de qualidade API x Ano de fabricação do motor.............. 42
Figura 20 - Classificação de lubrificantes SAE ....................................................... 43
Figura 21 - Bomba de coleta ................................................................................... 47
Figura 22 - Amostra de Lubrificante sendo coletada ............................................... 47
Figura 23 - Ficha de Identificação .......................................................................... 48
Figura 24 - Exemplo de relatório que o cliente recebe ............................................. 48
TABELAS
Tabela 1 - Valores de referência Caminhões fora de Estrada ................................... 16
Tabela 2 - Cotação tonelada do minério .................................................................. 16
Tabela 3 - Cronograma ........................................................................................... 49
LISTA DE SIGLAS

Ag Prata
Al Alumínio
API American Petroleum Institute
Cr Cromo
Cu Cobre
Fe Ferro
MIE Motores de ignição espontânea ou diesel
MIF Motores de ignição por faísca ou Otto
Pb Chumbo
SAE Society of Automotive Engineers
Sn Estanho
SSU Segundos Saybolt Universal
TBN Total Base Number
PPM Parte por milhão
FT-IR Análise de Fourier de Transformação Infravermelha
SUMÁRIO
1 TEMA .......................................................................................................................... 14
2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14
3 PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................................. 15
4 HIPOTÉSE .................................................................................................................. 17
5 OBJETIVO .................................................................................................................. 17
5.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 17

5.2 Objetivo Especifico...................................................................................................... 17

6 JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 18
7 ANÁLISE DE SITUAÇÃO ......................................................................................... 19
8 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 20
8.1 Manutenção ............................................................................................................ 20

8.1.1 Definição ................................................................................................................. 20

8.1.2 Manutenção Corretiva ou Curativa ....................................................................... 20

8.1.3 Manutenção Preventiva .......................................................................................... 21

8.1.3.1 Gestão da manutenção preventiva ......................................................................... 21

8.1.4 Manutenção Preditiva ou Cíclica ............................................................................ 22

8.1.4.1 Objetivos ................................................................................................................ 22

8.1.5 Análise de lubrificantes ........................................................................................... 23

8.2 Motor a combustão interna ...................................................................................... 28

8.2.1 Definição ................................................................................................................. 28

8.2.2 Classificação quanto a ignição ............................................................................... 28

8.2.3 Componentes internos fixos ................................................................................... 29

8.3 Óleo lubrificante ....................................................................................................... 36

8.3.1 Minerais .................................................................................................................. 36

8.3.2 Óleos Sintéticos ....................................................................................................... 37

8.3.3 Aditivos ................................................................................................................... 38

8.3.3.1 Aditivos detergentes ............................................................................................... 38

8.3.3.2 Aditivos antioxidantes............................................................................................ 38


8.3.3.3 Aditivos anticorrosivos .......................................................................................... 38

8.3.3.4 Agentes de aumento do índice de viscosidade ........................................................ 39

8.3.3.5 Agentes de extrema pressão ................................................................................... 39

8.3.3.6 Agentes antiespumantes ........................................................................................ 39

8.3.3.7 Agentes de adesividade .......................................................................................... 40

8.3.3.8 Agentes emulsificantes .......................................................................................... 40

8.3.3.9 Modificadores de atrito: ........................................................................................ 40

8.3.3.10 Agentes antidesgaste .............................................................................................. 40

8.3.4 Número de Base Total ............................................................................................ 40

8.3.5 Cinzas ou Cinzas Sulfatadas .................................................................................. 41

8.3.6 Viscosidade ............................................................................................................. 41

8.3.7 Classificação............................................................................................................ 42

8.3.7.1 Classificação API .................................................................................................. 42

8.3.7.2 Classificação SAE ................................................................................................. 43

8.4 Análise de óleo ............................................................................................................. 44

8.5 Análise de óleo em motores a diesel ............................................................................ 44

9 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ............................................................... 45


9.1 Demonstrar o procedimento para a aplicação da tecnica .......................................... 45

9.2 Cronograma ................................................................................................................ 49

REFÊRENCIAS ................................................................................................................. 50
14

1 TEMA

Utilização da técnica preditiva de análise de óleo em motores do ciclo diesel.

2 INTRODUÇÃO

O processo de formação acadêmica dos novos engenheiros exige um contato maior com o
mercado de trabalho e o desenvolvimento das técnicas de prevenção de falha e quebra, os
processos de manutenção são de suma importância na formação acadêmica do engenheiro
mecânico, as manutenções são divididas em três classes, preditiva, preventiva e corretiva.
A. A preditiva é um acompanhamento periódico do equipamento através de dados coletados
por meio de inspeções;
B. A preventiva é uma intervenção prevista, preparada e programada antes do surgimento de
uma falha;
C. A corretiva é quando o equipamento já está com alguma e contém um componente que
necessita da substituição;
A manutenção preditiva denominada como análise de óleo e atualmente um dos métodos de
manutenção preditiva mais empregados nas grandes e pequenas empresas, o momento em que
os recém-formados tem contato com o mercado de trabalho nos setores de manutenção, ocorre
uma grande dificuldade e um atraso em relação a outros já inseridos (ANÁLISE DE ÓLEO,
2018).
O sucesso de uma linha de produção vai muito além da escolha de um bom óleo lubrificante,
aplicação de produtos de qualidade e equipes de manutenção, precisam se certificar de que o
insumo usado garante máxima performance e longevidade das máquinas e dos equipamentos
na indústria.
Com o intuito de comprovar a melhor execução dos insumos e averiguar o desenvolvimento
de um possível desgaste, a análise de óleo vem com uma forma técnica de comprovação, tudo
começou na década de 1950, durante a primeira fase da crise do petróleo, com o abastecimento
interrompido e aumento súbito do preço do petróleo, a análise de óleo tornou-se uma alternativa
das empresas para avaliar as condições dos lubrificantes de suas máquinas e equipamentos. A
importância da análise de óleo ganhou ainda mais destaque nos anos seguintes, quando
governos de todo o mundo começaram a consolidar as suas leis ambientais, obrigando a
indústria a adotar técnicas preditivas, como análise de óleo, em prol do meio ambiente.
15

3 PROBLEMATIZAÇÃO

Como as grandes Empresas buscam se integrar a chamada Indústria 4.0, os tipos de


manutenção também se remoldam a essa indústria onde se é possível obter avanços
consideráveis de tecnologia que visam aumentar a produção e reduzir os custos operacionais.
Mediante a esse avanço é necessário avaliar como os equipamentos dessa indústria trabalham
e a partir disso detalhar o plano de manutenção, em consonância com as novas práticas de
manutenção preditiva, pode se obter ótimos resultado utilizando a técnica de análise de óleo em
motores a diesel.
Com auxílio de uma empresa no setor da mineração foram levantados dados de 3 caminhões
fora de estrada que possuem carga máxima de 93 Toneladas.
Figura 1 - Caminhão fora de Estrada

Fonte: treinamento Sotreq,2021

O 1° veículo possui carga média diária de 88,36 toneladas, com um n° de 922 viagens mensais.
O 2° Veículo obteve paradas programadas para a realização de manutenções preventivas
(aproximadamente 4 dias), o veículo possui carga média de 87,34 toneladas, com um n° de 663
viagens mensais.
O 3° Veículo obteve uma falha catastrófica, por esse motivo teve de realizar manutenções
corretivas (aproximadamente 10 dias, considerando as eventuais variáveis), o veículo possui
carga média de 88,16 toneladas, com um n° de 523 viagens mensais.
16

Tabela 1 - Valores de referência Caminhões fora de Estrada

Carga média Valor médio de


Equipamen N° de viagens ao Valor médio de lucro
diária lucro Mensal por
to mês diário por ativo
(Toneladas) ativo

N°1 88,36 922 R$ 66.099,13 R$ 60.943.397,34

N°2 87,34 663 R$ 65.336,10 R$ 43.317.835,57

N°3 88,16 523 R$ 65.949,52 R$ 34.491.596,97

Fonte: Confeccionado pelos autores,2021

Tabela 2 - Cotação tonelada do minério

Cotação Tonelada do minério de Ferro

Dólar * $ 135,03

Real R$ 748,07

Taxa cambial sujeita a variação, atualizada


conforme cotação para o dia
08-11-2021

Fonte: Confeccionado pelos autores,2021

A análise de óleo garante em sua grande maioria a prolongação da vida útil do componente,
com uma correta utilização do método a produção do componente tende se a manter nos
elevados níveis, um equipamento que utiliza a análise da melhor forma, tem seu tempo de
máquina operando estendido, e redução no tempo de manutenção, quando as manutenções
ocorreram com as tratativas programadas e já orientadas pelos laudos (redução no tempo de
entrega de peças e insumos).
17

4 HIPOTÉSE

Parte-se da hipótese de que a melhor forma de se evitar falhas e quebras de um motor a diesel
é o uso da técnica de análise de óleo lubrificante com as respectivas análises: Metais,
Viscosidade a 100°C, Debris, TBN (Total Base Number), ponto de fulgor e Infravermelho
(Oxidação, Sulfatação e Fuligem). Realizando a análise de óleo lubrificante prevê falhas e as
evita de acontecer fazendo a troca de óleo e a manutenção preditiva do motor corretamente.

5 OBJETIVO
5.1 Objetivo geral

Demonstrar a metodologia de um dos tipos de processo de manutenção preditiva.

5.2 Objetivo Especifico

A. Demonstrar a metodologia do processo de análise de óleo;


B. Apresentar a importância do método para prolongar a vida útil do maquinário e o aumento
dos lucros gerados pelo equipamento;
C. Demonstrar sua importância para a manutenção de uma empresa;
D. Determinar as análises físico-química empregadas no processo;
E. Descrever como se é lido o relatório e paramentos para uma análise correta;
18

6 JUSTIFICATIVA

A análise de óleo e uma técnica que visa identificar a condição dos componentes mecânicos por
meio de análises físico-químicas, visando identificar antecipadamente possíveis desgastes nos
componentes mecânicos.
Levantando os velhos conceitos de manutenção, a análise preditiva vem buscando desenvolver
melhor a vida útil dos componentes e reduzir as probabilidades de uma eventual quebra
catastrófica, motores a diesel são componentes mecânicos que aceitam pouco desgaste e
trabalham com uma precisam mecânica muito rígida, são o componente principal dos
maquinários pesados pois fornece a força mecânica para exercer suas atividades.
Os motores do ciclo diesel estão expostos a condições severas de temperaturas e desgastes
internos, devido a isso a correta utilização do lubrificante e de suma importância para a
prolongação da vida útil do componente, visando essa necessidade temos análise de óleo que
viabiliza a utilização do lubrificante e mantem o desempenho do equipamento.
Motores do ciclo diesel tem uma condição de trabalho extrema devido a carga de trabalho e a
altas temperaturas, motores podem desenvolver um desgaste devido a condições extremas de
trabalho, contaminantes externos, degradação do lubrificante e uso incorreto do fluido
lubrificante, na tentativa de reduzir esse comportamento e atuar no início das causas a análise
de óleo pode identificar fatores que indicam a causa de uma eventual quebra futura.
Ao analisar o lubrificante podemos identificar possíveis elementos que simbolizam um
determinado desgaste através dos testes de metais, geralmente encontramos os elementos Fe,
Cu, Cr, Al, Pb, Sn e Ag, como elementos químicos que simbolizam um eventual desgaste, por
serem componentes de ligas metálicas dos componentes internos.
Outros elementos químicos que podemos encontrar no óleo lubrificante podem indicar tanto
aditivos quanto contaminantes, até mesmo elementos que podem simbolizar desgaste tem a
característica aditiva e ou de contaminantes, com por exemplo:
Os lubrificantes com essa finalidade estão expostos a outros contaminantes, como Fuligem
(Borra), Água, Combustível e outros lubrificantes de outra finalidade, além desses fatores
existem também reações químicas como Oxidação (decorrente do superaquecimento do
lubrificante) e Sulfatação (Decorrente da formação do ácido sulfúrico, que tem origem do
enxofre junto a porcentagem de água).
Contudo a realização desse trabalho visa a redução de custos realizando a técnica de análise de
óleo dentro das empresas.
19

7 ANÁLISE DE SITUAÇÃO

A análise de óleo é um tipo de manutenção preditiva muito importante para saber as condições
dos equipamentos e máquinas, é uma técnica completa que fornece informações necessárias
para a manutenção possa tomar uma providência antes que ocorra uma possível falha.
Entretanto a análise de óleo ainda e uma área pouco explorada em centros de formação
acadêmica, devido isso não é empregada com eficiência nos planos de manutenção das
empresas menos desenvolvidas, as grandes empresas conseguem abordar a análise de óleo
como fator preponderante nos planos de manutenções, conseguindo determinar uma análise
preventiva com maior eficiência ou até uma análise corretiva programada.
A análise de óleo na atual situação do econômica do país tem sua efetividade de grande avalia
pois gera uma economia no preço da manutenção e como os impostos vem aumentando no país
vale muito a pena de ser feita, fazendo uma análise do óleo é possível ver como esse óleo está
operando nos motores e observando, por exemplo qual a situação do óleo lubrificante utilizado
até a próxima troca programada.
A realização da análise de óleo é uma técnica de manutenção preditiva, isto é, uma
manutenção que é feita para prolongar a vida útil dos componentes, com a utilização da técnica
preditiva é possível ver como os equipamentos estão e em caso de haver alguma anormalidade,
este problema é resolvido antecipadamente causando então uma redução no custo da
manutenção destes equipamentos, a análise de óleo tem a finalidade de prolongar a vida útil do
ativo e por isso se demonstra extremamente viável (MANUTENCAO PREDITIVA, 2017).
20

8 REFERENCIAL TEÓRICO

8.1 Manutenção

8.1.1 Definição

Segundo Almeida (2015) a manutenção pode ser definida como um conglomerado de cuidados
e procedimentos técnicos essenciais ao conveniente funcionamento de máquinas,
equipamentos, peças e instalações. A palavra deriva-se do latim manus tenere que refere a
“manter o que se tem”.
A manutenção é indicada de diversas maneiras por vários órgãos e normalizadores, porém,
ambos focam no bom funcionamento de máquinas, peças e equipamentos. A manutenção em si
não atua somente em máquinas e equipamentos que estão em funcionamento, ela trabalha
também no desenvolvimento dos projetos de máquinas, equipamentos e peças.
De acordo com Décio (2004) há 3 tipos de manutenções mais comuns no meio industrial que
são:
A. Corretiva ou curativa;
B. Preventiva;
C. Preditiva ou cíclica;

8.1.2 Manutenção Corretiva ou Curativa

Segundo Kimura (2010) “a manutenção corretiva trabalha consertando falhas ou quebras de um


determinado equipamento, e o seu encargo é restaurar um dano, havendo a quebra e falha
inesperada de um equipamento como principal desvantagem. É uma técnica de manutenção que
exige alto estoque de peças reservas, a tornando como uma técnica muitas vezes inviável”
Almeida (2015) cita que “de acordo com a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) NBR 5462/1994, que são termos indicados de confiabilidade e manutenibilidade, a
manutenção corretiva atua após a ocorrência de uma pane e é indicada a restituir um item em
condições de realizar uma atividade solicitada.”
21

8.1.3 Manutenção Preventiva

Almeida (2015) define que “a manutenção preventiva foi elaborada para desviar-se dos danos
e prejuízos ocasionados por paradas imprevistas e evitar que defeitos com poucos impactos
causem um impacto maior com o tempo nas máquinas.
Para inserção da manutenção preventiva é necessário um estudo aprofundado de registros das
manutenções corretivas e da vida útil das peças para se obter uma previsão fundamentada na
realidade da empresa. O estudo permite detectar falhas e defeitos que ocasionam a limitação da
vida útil das peças, mas fica omitido por defeitos em outros lugares dentro da máquina.”

8.1.3.1 Gestão da manutenção preventiva

A gestão da manutenção preventiva exige que os registros das atividades sejam realizados em
formulários que podem ser elaborados de acordo com as normas da empresa. No entanto devem
conter as seguintes informações:

A. Nome da empresa;
Local onde a máquina está operando;
B. Fabricante da máquina;
C. Nome, modelo e ano de fabricações;
D. Verificações de segurança;

Para verificar as atividades essenciais para correta execução da manutenção preventiva e


assegurar que o planejamento seja executado, deve ser criado uma ficha de controle de
manutenção preventiva contendo informações necessárias tais como:

A. Data de execução;
B. Anotações na data realizada;
C. Assinatura do técnico responsável da realização da manutenção;

Para o controle de operação da manutenção das máquinas de um determinado setor é de


fundamental importância que todas as máquinas apresentem um documento com todos os itens
que deverão ser executados. O plano de execução de manutenção preventiva é um documento
22

que mantém a identificação, localização e descrição de itens a serem realizados da máquina de


determinado setor com uma ordem numérica de prazo de execução, de acordo com Almeida
(2015).

8.1.4 Manutenção Preditiva ou Cíclica

De acordo com Gregório (2018) “a manutenção preditiva tem como finalidade a execução da
manutenção das máquinas e equipamento somente quando necessário, utilizando o componente
durante toda a sua vida útil e restringindo a necessidade de outras formas de manutenção, como
a preventiva e a corretiva. A manutenção preditiva coloca em prática sistemáticas técnicas de
análise de monitoramento, análises de vibrações, análises de óleos lubrificantes, trincas em
vasos de pressão e entre outros”
Segundo Almeida (2015) “A manutenção preditiva é um meio de administração da manutenção
elaborado com o objetivo de examinar as reais condições das peças de um equipamento para
então acompanhar as falhas e traçar um plano para corrigi-los. Com a manutenção preditiva é
capaz de indicar como o equipamento está com base em estudos da manutenção corretiva.
A manutenção preditiva decorre de inspeções periódicas em que fenômenos são analisados
através de instrumentos específicos. O acompanhamento das máquinas e a real situação dos
equipamentos são observados através dessas análises, contudo, tornando possível o
planejamento para uma manutenção. É também utilizado para verificação de vida útil e
aproveitamento de peças.

8.1.4.1 Objetivos

De acordo com Almeida (2015) “os objetivos da manutenção preditiva são:


A.Planejar a manutenção de uma peça anteriormente, aproveitando ao máximo a sua vida útil;
B.Realizar análises em equipamentos com instrumentos adequados eliminando a necessidade
de desmontagem das máquinas;
C.Fugir de ocorrências devido a paradas imprevistas em detrimento de falhas e defeitos;
D.Impedir que a falha se agrave e gere prejuízos a outras peças do equipamento;
E.Redução de custos e garantia dos serviços e produtos da empresa.
Entre as técnicas de manutenção preditivas existentes, destacam-se
A. Análise de lubrificantes;
23

B. Gamagrafia;
C. Análise estrutural;
D. Análise de vibrações;
E. Ultrassom;

8.1.5 Análise de lubrificantes

Segundo Almeida (2015) “Os lubrificantes usados em um equipamento são definidos na sua
fabricação de acordo com o projeto. Com o ciclo contínuo de utilização do equipamento, o
desgaste entre peças produz resíduos que contaminam o óleo lubrificante e entram em atrito
com as peças que operam em conjunto. Como essa circunstância é aguardada, é necessário
seguir rigorosamente às recomendações de prazo para a troca do óleo lubrificante, pois, além
da contaminação pela deterioração das peças, a exposição do lubrificante e a alta temperatura
devido as circunstâncias do trabalho contribuirão para a perda das propriedades do óleo
lubrificante.
Quando um equipamento possui falha mecânica o óleo sofre alterações em sua estrutura,
conforme a alteração de seu aspecto, é capaz de dizer o tipo de falha do equipamento.
Portanto, a realização da técnica preditiva de análise de óleo é de fundamental importância, para
isso, são utilizados os seguintes instrumentos:
24

Viscosímetro.
O viscosímetro tem a função de determinar a viscosidade do óleo lubrificante empregado no
compartimento de origem, o teste e realizado a temperatura de 100° C, no equipamento temos
tubos capilares submetidos a um banho de silicone (fluido utilizado para manter a temperatura
desejada), o processo de medição se dá através de dois sensores, situados no inicio e fim dos
tubos, a viscosidade se e calculada no tempo de escoamento de um sensor ao outro.
Figura 2 - Viscosímetro a 100° C

Fonte: Confeccionado pelos autores,2021


ICP Plasma.
O ICP plasma tem função de quantificar e qualificar os elementos metálicos contidos no óleo
lubrificante, através do método e possível identificar e quantificar os elementos, metais de
desgaste e ou contaminantes.
Figura 3 – ICP Plasma

Fonte: Confeccionado pelos autores,2021


25

Cromatógrafo.
O cromatógrafo tem por função separar elementos químicos orgânicos e bioquímicos
familiarizados, no intuito de quantificar porcentagens determinadas, na analise de óleo o
equipamento e utilizado para identificar uma possível contaminação por combustível.
Figura 4 - Cromatógrafo

Fonte: Confeccionado pelos autores,2021


26

Infravermelho.
O instrumento de infravermelho geralmente conhecido como FT-IR (Análise de Fourier de
Transformação Infravermelha), identifica e quantifica os grupos de compostos orgânicos,
medindo sua absorção infravermelha no comprimento de onda específico de cada grupo. Além
de identificar oxidação, fuligem, produtos de enxofre e nitração, o teste também é usado para
analisar a contaminação do óleo por combustível, água ou glicol (líquido arrefecedor do motor).
Figura 5 - Infravermelho

Fonte: Confeccionado pelos autores,2021


27

Vapor pro.
O vapor pro tem a função de quantificar porcentagens de água contidas no óleo lubrificante, o
equipamento pode ler de 0 a 8% (Para a análise óleo lubrificante de motores, aplicar o teto de
8% já e extremamente efetivo), podemos associar 1% a 10’000 PPM de água.
Figura 6 - Vapor pro

Fonte: Confeccionado pelos autores,2021

As superfícies das peças que integram os conjuntos mecânicos, são dimensionadas a facilitar o
movimento uniforme, é necessário que assegurem as condições de garantir a camada de
lubrificação para bom funcionamento do equipamento. Os defeitos na superfície das peças, em
especial deslizantes, podem ocasionar as seguintes falhas no equipamento:
A. Desgaste das peças ocasionado pelo impacto ou risco;
B. Corte ou desgastes nos elementos de vedação;
C. Travamento inadequado de peças deslizantes derivado do aumento de tamanho das peças
danificadas.
A análise de superfície pode ser realizada de forma visual quando as superfícies estão expostas
ou com ajuda com instrumentos como por exemplo a régua de verificação. Quando é superfície
interna é imprescindível a utilização de equipamentos de análise, tais como: ultrassonografia,
radiografia e relógios comparadores.”
28

8.2 Motor a combustão interna

8.2.1 Definição

De acordo com Brunetti (1989) “O conceito de motores a combustão interna deriva-se do


conceito de máquinas térmicas, que podem ser classificadas de acordo com o tipo de combustão
que ocorre. Entre as máquinas destacam-se as máquinas térmicas por combustão endotérmica,
ou seja, a reação de queima do combustível é realizada dentro do sistema. Os motores de
combustão interna são máquinas responsáveis pela transformação de energia calorífica em
energia mecânica diretamente utilizável, energia calorífica essa proveniente de diversas fontes
como: energia elétrica, atômica, química, dentre outras.”

8.2.2 Classificação quanto a ignição

De acordo com Brunetti (1989) “A combustão ocorre como um processo químico exotérmico
pela oxidação de um combustível. A criação da combustão se dá pela reação de oxigênio com
algum agente que provoque essa reação, denomina-se ignição esse processo de reação.
Em relação a ignição, os motores são classificados em 2 maneiras:
MIF – Motores de ignição por faísca ou Otto
Nos motores MIF, a mistura do combustível com ar é admitida, é formada ou repartida no
interior dos cilindros no momento em que se realiza a injeção direta de combustível, e inflamada
por uma centelha que acontece entre os eletrodos de uma vela
MIE – Motores de ignição espontânea ou diesel
Nos motores MIE, há compressão somente no ar até que ele atinja uma temperatura elevada
ideal. É injetado o combustível a partir que o pistão aproxima do ponto morto superior, sem
precisar de uma faísca. A temperatura ideal do ar para se realizar a areação espontânea chama-
se temperatura de autoignição.”
29

8.2.3 Componentes internos fixos

De acordo com Tillman (2013) “É chamado de componentes as partes que trabalha em soma
com o motor”. Segundo Mialhe (1980, apud. Tillman) “Os componentes principais são
fundamentais pelo compartilhamento de condições oportunas para que o processo de
transformação química pra mecânica aconteça de forma eficaz”.
Segundo Tillman (2013) “os componentes se dividem em duas classes: móveis e fixos. Onde
móveis são: pistão, camisas, biela, válvulas, virabrequim, guia das válvulas, bronzinas ou
casquilhos, juntas, volantes e entre outros. E os componentes fixos são: cárter, bloco do motor
e o cabeçote.”

Bloco: Segundo Tillman (2013) “É a maior parte do motor e sustenta todas as outras partes.
Nele estão contidos os cilindros, geralmente em linha nos motores de tratores de rodas. São
normalmente construídos de ferro fundido, mas a este podem ser adicionados outros elementos
para melhorar suas propriedades.”

Figura 7 - Bloco do Motor

Fonte: https://www.jaxmachinery.com.br,2021
30

Cabeçote: “Esta peça tem o objetivo de tampar o cilindro formando a câmera de combustão na
parte superior. A vedação é realizada com junta de amianto revestida com metal. com o mesmo
material do bloco.” Em concordância com Tillman (2013).
Figura 8 - Cabeçote

Fonte: https://www.emestoque.com.br, 2021

Segundo o Tillman (2013) “O cárter do motor acoberta outros componentes do motor e têm o
objetivo de guardar o óleo lubrificante. Mais especificamente, o item em pauta armazena o óleo
e ainda realiza seu resfriamento. Além disso, a maior parte das sujeiras ou detritos (não
processados pelo filtro) fica decantada no cárter e, desse modo, não atrapalha o motor. Isso
garante uma plena operação do sistema mecânico. A anatomia da peça também permite que o
óleo prossiga para o escoamento pelo bujão quando solicitado.”
Figura 9 - Carter

Fonte: https://www.pecahoje.com.br, 2021


31

“Bronzinas ou casquilho são buchas bipartidas, sua composição é aço-cobre-estanho, reduzem


drasticamente o atrito entre seu eixo e apoio, assegurando cargas altas. Formada por ressaltos
que asseguram uma posição adequada de montagem sem haver deslocamentos e há orifícios
afim de permitir a lubrificação.” Conforme Tillman (2013).
Figura 10 - Casquilho

Fonte: https://omecanico.com.br,2021

“Pistão (êmbolo) É a parte do motor que recebe o movimento de expansão dos gases.
Normalmente, é feito de ligas de alumínio e tem um formato aproximadamente cilíndrico. No
pistão encontram-se dois tipos de anéis: d.1) anéis de vedação – estão mais próximos da parte
superior (cabeça) do pistão; d.2) anéis de lubrificação – estão localizados na parte inferior do
pistão e têm a finalidade de lubrificar as paredes do cilindro. O pistão liga-se à biela através de
um pino. O pino é normalmente fabricado de aço cementado.” Segundo Tillman (2013).
Figura 11 - Pistão

Fonte: https://portuguese.alibaba.com,2021
32

Biela de acordo com Tillman (2013) “É a parte do motor que liga o pistão ao virabrequim. É
fabricado de aço forjado e às vezes alumínio e divide-se em três partes: cabeça, corpo e pé. A
cabeça é presa ao pistão pelo pino e o pé está ligado ao virabrequim através de um material
antifricção, chamado casquilho ou bronzina.”
Figura 12 - Biela

Fonte: http://www.barros.com.br/noticia,2021

“Virabrequim é também chamado de girabrequim ou árvore de manivelas. É considerado o eixo


do motor. São compostos por munhões e moentes que são especificamente a linha de eixo e
onde se apoiam as bielas. Na parte interna do componente têm dutos onde passa o óleo
lubrificante dos munhões e moentes.” De acordo com Tillman (2013).
Figura 13 - Virabrequim

Fonte: https://balconistasa.com/,2021
33

Segundo Tillman (2013) “Volante é constituído por uma massa de ferro fundido e é fixado no
virabrequim. Acumula a energia cinética, propiciando uma velocidade angular uniforme no
eixo de transmissão do motor. O volante absorve energia durante o tempo útil de cada pistão
(expansão devido à explosão do combustível), liberando-a nos outros tempos do ciclo (quando
cada pistão não está no tempo de potência), concorrendo com isso para reduzir os efeitos de
variação do tempo do motor.”
Figura 14 - Volante

Fonte: https://www.classicway.com.br, 2021


“Existem dois tipos de válvulas: de admissão e de escape. Elas são acionadas por um sistema
de comando de válvulas. O movimento do virabrequim é transmitido para o eixo de comando
de válvulas por meio de engrenagens. O eixo de comando de válvulas liga-se por uma vareta
ao eixo dos balancins. Este, por sua vez, é que acionará as válvulas. A abertura e o fechamento
das válvulas estão relacionados com o movimento do pistão e com o ponto de injeção, de modo
a possibilitar o perfeito funcionamento do motor. As engrenagens da distribuição podem ter
uma relação de 1:2, o que significa que cada rotação da árvore de manivelas corresponde a meia
rotação da árvore de comando de válvulas.” Conforme Tillman (2013).
Figura 15 - Valvulas

Fonte: desguacesypiezas.com,2021
34

De acordo com Tillman (2103) “Anéis de segmento são componentes feitos de ferro fundido-
cinza colocados em pistões que trabalham junto as camisas, cuja finalidade e impedir a fuga
dos gases produzidos da combustão entre as paredes do pistão e cilindro, impede a entrada de
óleo lubrificante na câmara de combustão, além de evitar o contato direto entre o pistão e o
cilindro, veda a compressão e combustão e controla a transferência de calor direto para o
sistema de arrefecimento.”
Figura 16 - Anéis de segmento

Fonte: Contagemmotorpecas.com.br, 2021

Em concordância com Tillman (2013) o pino do pistão e construído em aço com tratamento
térmico adequado, e fixado através de anéis trava e deve ser bem ajustado ao furo do pistão pois
qualquer folga produzira ruídos e avarias no motor.”
Figura 17 - Pino do pistão

Fonte: egisracing.com.br, 2021


35

Os eixos comando de válvulas controlam o fluxo de ar de admissão e os gases de escape, que


entram e saem dos cilindros durante a operação do motor, pode ter até três ressaltos para cada
cilindro, depende principalmente do sistema de combustível que este motor irá utilizar. O eixo
é iniciado pelo eixo de manivelas, por meio de engrenagens, correia dentada ou corrente.”
Segundo Tillman (2013).
Figura 18 - Eixo comando de válvulas

Fonte: https://autopapo.uol.com.br,2021
36

8.3 Óleo lubrificante

De acordo com (DESIDERATO, 2009) “a função dos óleos lubrificantes nos motores de
combustão interna tem como sua principal função diminuir o atrito metal com metal das peças
e com a presença dos aditivos promovem limpeza e refrigeração ao equipamento. O lubrificante
tem certa durabilidade sendo que seja trocado periodicamente. Os mais utilizados são o óleo
lubrificante mineral e o óleo lubrificante sintético.”

8.3.1 Minerais

De acordo com VALLE (2007) “Os óleos lubrificantes minerais são produzidos por uma
combinação de aditivos e óleos base que são obtidos logo após o refino do petróleo. Esse
processo de refinamento inicia-se pela destilação a vácuo. A destilação a vácuo separa o óleo
em produtos que tenham uma faixa de ebulição similar e viscosidades similares. Após a
destilação a vácuo, o óleo precisa ser purificado para remover ou modificar compostos
indesejáveis. A purificação do óleo básico geralmente é feita pela extração de solvente e
hidroacabamento ou por hidrocraqueamento ou hidroacabamento. Esses dois processos são
usados para limitar ou eliminar cera, enxofre e aromáticos. As variações nesse processo de
refinamento produzem óleos básicos com características diferentes. Este óleo é menos
desenvolvido que os sintéticos e semissintéticos por não ter um alto desenvolvimento no seu
processo tem mais impurezas em sua composição do que os demais. Os óleos minerais são
classificados em parafínicos e naftênicos.
As matérias minerais são definidas como sendo óleos brutos refinados de petróleo. A fonte de
óleo bruto e o processo de refinamento determinarão as características da matéria básica. Os
óleos brutos para lubrificantes de motor diesel são feitos principalmente de parafina, nafteno e
compostos aromáticos. Os óleos brutos com maior teor de parafina são usados mais
frequentemente em óleos de motor combinados.
As principais características dos óleos minerais são;
A. Menor preço;
B. Atender a motores mais antigos;
C. Menor durabilidade, gerando então mais trocas do óleo.
37

8.3.2 Óleos Sintéticos

O lubrificante sintético é produzido a partir da mistura de óleos básicos sintéticos e aditivos,


tornando-se mais aprimorado que os minerais e semissintéticos. Segundo Viegas, (2003) “na
atualidade há uma grande procura por lubrificantes com um maior índice de desempenho. Com
isso ocasionou o desenvolvimento dos lubrificantes sintéticos, que conseguem ser mantidos a
elevadas temperaturas sem que eles se decomponham e também eles têm a característica de
terem baixo risco de combustão. Os óleos sintéticos não são derivados do petróleo, e sua
utilização aumentou onde os óleos minerais não correspondem bem as necessidades.
As matérias básicas sintéticas são formadas por processos que provocam uma reação química
dos materiais de uma composição química específica de forma a produzir um composto com as
propriedades previstas ou planejadas. Essas matérias básicas possuem índices de viscosidade
muito mais altos do que as matérias básicas minerais HVI, enquanto seus pontos de fluidez são
consideravelmente mais baixos. Essas características fazem com que esses componentes sejam
uma mistura valiosa na composição de óleos para serviço extremo, tanto para temperaturas altas
quanto baixas. A principal desvantagem das matérias sintéticas é o preço significativamente
mais alto e o fornecimento um tanto limitado. O grupo de óleos sintéticos conhecidos como
ésteres causa maior dilatação do retentor em comparação aos óleos minerais. O possível uso de
óleos sintéticos à base de éster exige o projeto cuidadoso do componente considerado para
compatibilidade do retentor e o óleo à base de éster. Para condições de ambiente muito frio, o
uso de óleos de matéria básica sintética é necessário. Como resultado, o lubrificante sintético é
mais robusto, apresentando maior durabilidade e mais eficiência. Livre de contaminantes, esse
tipo de óleo, normalmente, apresenta um melhor desempenho na lubrificação do motor.
Os óleos de base sintética geralmente têm um melhor desempenho do que os óleos
convencionais nas áreas seguintes:
A. Os óleos de base sintética fluem melhor em baixas temperaturas, especialmente em
condições árticas;
B. Os óleos de base sintética têm estabilidade aperfeiçoada à oxidação, especialmente em altas
temperaturas de operação;
C. Alguns óleos de base sintética têm características de desempenho que aumentam a vida útil
do óleo;
D. Responde melhor aos motores mais modernos do mercado;
E.Gera mais economia de combustível tendo uma boa relação custo/benefício;
38

8.3.3 Aditivos

Em conformidade com Automotive (2007) “Os aditivos são usados em lubrificantes sendo
adicionado em certas quantidades no óleo básico prometendo melhorar o funcionamento do
motor, sua função é aumentar as funções que são realizadas pelo óleo, eles aumentam os
parâmetros do óleo trazendo novas melhorias que criam novas características como uma função
anticorrosiva pelo fato desse óleo estar em contato direto com partes metálicas. Estes livros
explicam como é feita a utilização desses aditivos nos óleos lubrificantes.”

8.3.3.1 Aditivos detergentes

“Os aditivos detergentes tem a função de manter a superfície metálica limpa. Seu objetivo é
deixar todo tipo de sujeira na parte mais alta do óleo, sendo assim mais fácil de ser limpa pelos
filtros ou quando haver uma troca de óleo, não deixando com que a sujeira desça e fique no
fundo dos depósitos, mas mesmo com essa característica, algumas borras podem ficar
depositadas em algumas partes do motor podendo então causar alterações no funcionamento do
motor.” de acordo com Automotive (2007).

8.3.3.2 Aditivos antioxidantes

Em concordância com Automotive (2007) “Os aditivos antioxidantes fazem parte de uma das
categorias principais dos aditivos utilizados em lubrificantes para motores e máquinas. Ele é
um modo que deixa o combustível mais instável evitam as reações de oxidação, pois possuem
maior afinidade química com o oxigênio, não permitindo a oxidação com o metal enquanto
existir o aditivo desencadeando reações complexas em cadeia em nível molecular, deixando
então a vida útil do equipamento maior. Os antioxidantes mais usados são de geralmente
fenilenediamina que são usados na faixa de concentração de 10 a 80 ppm.”

8.3.3.3 Aditivos anticorrosivos

“Os aditivos anticorrosivos tem como principal função de impedir que o metal sofra um ataque
químico da corrosão provocados por ácidos que se originaram da oxidação do óleo, então este
39

aditivo neutraliza e protege as partes metálicas com uma película que impede com que os
ácidos, água e umidade agem com as partes metálicas” de acordo Automotive (2007).

8.3.3.4 Agentes de aumento do índice de viscosidade

Conforme Automotive (2007) “Esses agentes são algumas substancias que são adicionadas aos
óleos lubrificantes, essas substancias tem o papel de diminuir a variação de viscosidade com a
temperatura. O índice de viscosidade é observado por um número que demonstra a variação da
viscosidade do óleo em relação a temperatura. O índice pode tanto engrossar quando estiver
mais resfriado ou também de afinar quando ele está em uma temperatura mais elevada. Estes
óleos que tem essas características são chamadas de óleos multiviscosos que deixa o resultado
final do óleo com menor variação de viscosidade em relação a temperatura.”

8.3.3.5 Agentes de extrema pressão

“Estes agentes atuam quando a pressão exercida sobre o óleo ultrapassa os níveis normais,
cargas acima do normal podem ocasionar o rompimento da película lubrificante que é feita pelo
aditivo anticorrosivo fazendo então com que os componentes metálicos fiquem vulneráveis a
um contato direto com água ou umidade. Os aditivos utilizados podem ser químicos ou físicos.
Os químicos tem função de reagirem com superfícies metálicas que devem lubrificar,
originando películas menos duras que a dos metais a serem lubrificados. Estes aditivos são
geralmente usados em lubrificantes automotivos, engrenagens e em graxas.” Em concordância
com Automotive (2007).

8.3.3.6 Agentes antiespumantes

Segundo Automotive (2007) “Estes agentes fazem com que os óleos quando contaminados
tendem a formar espuma pelo fato do aditivo detergente. Este aditivo é responsável por não
deixar com que forme uma espuma estável, diminuindo a tensão interfacial do óleo, fazendo
que bolhas de ar aumentam de tamanho até que se rompem.”
40

8.3.3.7 Agentes de adesividade

“Estes agentes são utilizados nos lubrificantes onde se tenta evitar respingos originários pela
máquina através de choques e vibrações. Estes agentes são usados geralmente em indústrias
alimentícias.” De acordo com Automotive (2007)

8.3.3.8 Agentes emulsificantes

Conforme Automotive (2007) “Estes agentes são usados no preparo de óleos emulsivos em
usinagem de metais e para proteção de radiadores contra a ferrugem. Sendo assim utilizados
mais no campo industrial por terem capacidade maior de proteção nas peças usinadas contra a
ferrugem.”

8.3.3.9 Modificadores de atrito:

“Estes agentes diminuem a energia necessária para que as partes moveis deslizem entrem si,
fazendo um rompimento da película na passagem, mas reconstruindo ela automaticamente. Este
aditivo é utilizado em transmissões automáticas.” De acordo com Automotive (2007)

8.3.3.10 Agentes antidesgaste

Segundo Automotive (2007) “Estes agentes são parecidos com os aditivos de extrema pressão,
mas com uma ação mais fraca.”

8.3.4 Número de Base Total

De acordo com a IP 400 (2001) “TBN vem do inglês Total Base Number que significa no
português número de base total, o TBN tem o papel de determinar a eficácia no controle dos
ácidos que surgem no processo de combustão do diesel. O TBN quando tem o valor mais alto,
maior a eficácia em acabar com os contaminantes que geram desgastes e corrosão, sendo assim
um lubrificante novo e ainda não utilizado tem um alto valor no TBN, por causa de seus
aditivos. Sendo assim quanto mais o lubrificante é utilizado mais esses aditivos são gastos
41

causando então uma redução gradativa desses aditivos, ocasionando em aumento da viscosidade
e na oxidação do lubrificante.
Para entender os requisitos de TBN é necessário ter algum conhecimento do conteúdo de
enxofre no combustível. A maioria dos combustíveis diesel contém alguma quantidade de
enxofre. A quantia depende da quantidade de enxofre no óleo bruto do qual é produzido e/ou
da capacidade do refinador para removê-lo. Uma das funções do lubrificante é neutralizar os
subprodutos de enxofre, ou seja, ácidos sulfurosos e sulfúricos, retardando assim o dano
corrosivo ao motor. Os aditivos (principalmente detergentes) no óleo contêm compostos
alcalinos formulados para neutralizar esses ácidos. A medida dessa alcalinidade de reserva em
um óleo é conhecida como TBN. De maneira geral, quanto mais alto o valor do TBN, maior
será a alcalinidade de reserva ou a capacidade de neutralização de ácido contida no óleo.”

8.3.5 Cinzas ou Cinzas Sulfatadas

A quantidade de cinzas encontradas no óleo é resultado de compostos metálicos solúveis na


água ou no óleo, mas também pode ser ocasionada por outros materiais como poeira e ferrugem.
As cinzas definem os resíduos inorgânicos, não combustíveis, gerados depois a queima da
queima do diesel. Essas cinzas são formadas por sais inorgânicos que são abrasivos após a
queima do produto.

8.3.6 Viscosidade

Segundo Santos (2018) “A viscosidade é uma das propriedades mais importantes do óleo, ela é
medida através da resistência ao escoamento que o óleo apresenta, ela também tem o papel de
evitar um atrito direto de metal com metal. Quanto maior a viscosidade maior é sua resistência
ao escoamento. Com a perda no fluxo ocorre uma diminuição de pressão nas válvulas, tubos e
mangueiras e também perdas por fugas e um bom poder de lubrificação. Da mesma maneira
que a alta viscosidade pode causar danos, a viscosidade baixa ocorre perdas pequenas no fluxo,
estado favorável ao escoamento, altas perdas por fuga e diminuição do poder de lubrificação.
Existem várias maneiras de se medir a viscosidade do óleo, por meio de diferentes
viscosímetros. A mais utilizada é a Segundos Saybolt Universal (SSU). Essa medição é feita
pelo tempo em segundos que 60 ml de óleo leva para escoar através de um orifício especifico
com certa temperatura porque ela é um fator importante pois a viscosidade varia com a variação
42

dela. Por isso o controle da temperatura é fundamental para evitar que a viscosidade não
ultrapasse os limites mínimos e máximos determinados pelos fabricantes dos componentes
hidráulicos. Geralmente os fabricantes estipulam uma temperatura máxima de operação, mas
em operações onde trabalha em altas temperaturas é necessário a utilização de trocadores de
calor para a refrigeração do lubrificante.
O índice de viscosidade é a medida que estabelece a variação da viscosidade do óleo, de acordo
com a variação de temperatura. Esse dado é importante quando o sistema hidráulico não possui
um controle adequado de temperatura, ou quando está sujeito a grande variação na escala
termométrica.”

8.3.7 Classificação

8.3.7.1 Classificação API

O sistema de classificação de óleos da API (American Petroleum Institute) permite que os óleos
sejam definidos com base nas suas características de desempenho e no tipo de serviço ao qual
se destinam, este sistema permite o acréscimo de novas categorias à medida que os projetos dos
motores mudam e se exige mais do óleo do motor.
As classificações API de óleo para motores diesel são designadas por duas letras começando
pela letra C. As designações de classificação do óleo para motores diesel com ciclo de quatro
tempos atualmente em vigência são: API CJ-4, API CI-4 CI-4PLUS, API CH-4 e API CF.
Figura 19 - Classificação de qualidade API x Ano de fabricação do motor

Fonte: https://slideplayer.com.br/, 2021.


43

8.3.7.2 Classificação SAE

Segundo o sistema de classificação de óleo padrão (SAE J300) da Associação de Engenheiros


Automotivos (SAE - Society of Automotive Engineers) classifica os óleos de acordo com a
viscosidade. Cada um dos graus ou números de viscosidade tem limites sobre a viscosidade do
óleo em determinadas temperaturas. Para os graus de viscosidade especificados pela letra W, a
viscosidade é definida pela viscosidade a 100°C e na máxima temperatura baixa para acionar e
bombear. Em outras palavras, a viscosidade do óleo foi testada para verificar o fluxo do óleo
sob temperaturas baixas especificadas. Assim, o W no grau de viscosidade é geralmente
entendido como um indicador de que o óleo é adequado para serviço no inverno. Para os graus
sem a letra W, a viscosidade do óleo é definida somente a 100°C.
Figura 20 - Classificação de lubrificantes SAE

Fonte: https://automotivetechnologyrepair.blogspot.com,2018
44

8.4 Análise de óleo

Segundo John Wiley & Sons (2012) “A análise de óleo abrange a verificação de óleo de uma
amostra, verificando propriedades e materiais que possam estar a contaminar o interior de uma
máquina e que possam causar danos a ela. Realizar testes de óleo periodicamente é possível
observar quando o desgaste está normal ou quando tem alguma anormalidade observando de
onde essa contaminação possa estar vinda. A análise de óleo é um recurso que se encaixa na
manutenção preventiva, isso é identificando problemas onde possa ter um grande potencial de
danos maiores futuros a máquina. Ela é importante para manter e garantir a viscosidade
necessária para sua aplicação. A análise é a maneira mais eficaz para aumentar a vida útil dos
lubrificantes, deixando os equipamentos sempre protegidos.”

8.5 Análise de óleo em motores a diesel

Segundo fontes de treinamento da CAT e ALS gerando um conhecimento sobre o assunto, “o


óleo do motor realiza várias funções básicas para proporcionar a lubrificação adequada. A
função do óleo é manter o motor limpo e livre de ferrugem e corrosão. O óleo age como um
líquido arrefecedor e vedante e fornece uma película de óleo amortecedora, que minimiza ao
máximo o contato do metal com metal, reduzindo assim a fricção e o desgaste. Porém, essas
são apenas as funções básicas do óleo. As inúmeras funções adicionais que o óleo deve realizar
são, em grande parte, determinadas pelas demandas específicas de uma dada aplicação e pelas
condições especiais de uso do óleo. Essas funções adicionais tornam vital a escolha do óleo
correto para um trabalho.
A seleção de um óleo lubrificante adequado deverá basear-se nos requisitos de desempenho do
motor identificados pelo fabricante, assim como na aplicação e na qualidade do combustível
disponível. Os motores diesel, por exemplo, geralmente operam em rotações mais baixas,
porém em temperaturas mais altas que os motores a gasolina, tornando as condições
excepcionalmente condutivas para a oxidação do óleo, formação de depósitos e corrosão dos
metais dos rolamentos. Nessas condições, o óleo deverá funcionar com uma capacidade
expandida. É neste ponto que os aditivos são observados. As características de desempenho
final do óleo dependem do óleo básico e dos aditivos usados. A quantidade ou os tipos de
aditivos usados variam de acordo com as propriedades do óleo básico e do ambiente no qual o
óleo funcionará.
45

Os motores do ciclo diesel estão expostos a condições severas de temperaturas e desgastes


internos, devido a isso a correta utilização do lubrificante e de suma importância para a
prolongação da vida útil do componente, visando essa necessidade temos análise de óleo que
viabiliza a utilização do lubrificante e mantem o desempenho do equipamento.
Motores do ciclo diesel tem uma condição de trabalho extrema devido a carga de trabalho e a
altas temperaturas, motores podem desenvolver um desgaste devido a condições extremas de
trabalho, contaminantes externos, degradação do lubrificante e uso incorreto do fluido
lubrificante, na tentativa de reduzir esse comportamento e atuar no início das causas a análise
de óleo pode identificar fatores que indicam a causa de uma eventual quebra futura.
Ao analisar o lubrificante podemos identificar possíveis elementos que simbolizam um
determinado desgaste através dos testes de metais, geralmente encontramos os elementos Fe,
Cu, Cr, Al, Pb, Sn a Ag, como elementos químicos que simbolizam um eventual desgaste, por
serem componentes de ligas metálicas dos componentes internos.”

9 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

9.1 Demonstrar o procedimento para a aplicação da tecnica

Todas as empresas especializadas em análise de óleo, fornecem quites para seus clientes
realizem a coleta do óleo [Figura 16], nesse quite podemos encontrar uma bomba de sucção a
vácuo para que seja feita a extração do lubrificante de dentro do reservatório para um frasco de
coleta [Figura 17], e de suma importância verificar o correto procedimento de coleta, pois nesse
processo existe grande possibilidade de uma contaminação externa, tanto no reservatório quanto
na amostra já dentro do frasco.
Após realizar a coleta do lubrificante, tem se a necessidade de identificar a amostra como num
prontuário médico, algumas das empresas como a Sotreq enviam para seus clientes junto do kit
uma ficha de identificação [Figura 18], o responsável pela coleta deve identificar:
A. Máquina: fabricante, número de série, horas do equipamento, componente de onde está
sendo feito a coleta, modelo e marca.
B. Lubrificante: fabricante, horas de utilização do lubrificante, grau de viscosidade e
tipo/modelo.
A amostra coletada deve ser direcionada a empresa especializada para que seja realizada a
análise química e elaboração de relatórios.
46

Para a realização da análise as amostras devem ser identificadas segundo o componente de


coleta, máquina e cliente, para que em seguida sejam realizados um determinado escopo de
análise químicas especificas, os técnicos em química do laboratório iram submeter as demais
amostras a estes testes químicos (se assimilando a um exame de sangue).
Os resultados físico-químicos são enviados para uma equipe técnica de interpretação, que deve
relacionar os resultados físico químicos com as informações fornecida pelos clientes e
características técnicas dos equipamentos, para poderem desenvolver um relatório técnico
[Figura 19] detalhando as condições de seus componentes, como um possível desgaste ou uma
possível contaminação, a partir desse relatório o cliente pode orientar seu processo de
manutenção interno para andar a frente de uma eventual falha do maquinário/equipamento.
A equipe de interpretação também tem a função de auxiliar no registro das amostras, realizar
treinamentos para os demais membros do Laboratório, realizar treinamento mútuo para
desenvolver a capacidade técnica da equipe e ter contato direto com o cliente para que possa
instruir ou eventualmente solucionar dúvidas quanto ao relatório e demais resultados da análise
realizada.
O relatório técnico fornecido pelo Laboratório transmite a condição do componente e do
lubrificante empregado, dessa forma a empresa pode se organizar melhor em relação as pausas
para manutenções preventivas evitando ao máximo ser surpreendido com uma falha, que
elevara o tempo de maquinário inoperante.
No relatório abaixo [Figura 19] abordamos a junção das informações fornecidas pelo cliente
(nome apagado por motivo de confidencialidade) com os resultados físico químicos gerados
pelo laboratório, para o processo de interpretação os técnicos responsáveis levam em conta o
modelo (equipamento/lubrificante), fabricante (equipamento/lubrificante), compartimento e
demais informações fornecias na fixa de cadastro [Figura 18], ao confirmar as informações os
técnicos tem a que avaliar a tendencia (Recomendasse 3 amostras para criar um histórico e ser
seguido a análise de tendencia com equipamento) e o desenvolvimento do desgaste e/ou a
existência da contaminação externa.
E por final relatar ao cliente se existe desgaste e ou contaminação externa, e informar os
possíveis focos e causas dos mesmos, no exemplo abaixo [Figura 19] não foi identificado nem
uma anormalidade e o relatório informa como um estado normal para o compartimento.
47

Figura 21 - Bomba de coleta

Fonte: https://www.petrolider.com.br/coleta-e-armazenagem-de-oleos, 2021

Figura 22 - Amostra de Lubrificante sendo coletada

Fonte: https://elo.gruposotreq.com.br/, 2021


48

Figura 23 - Ficha de Identificação

Fonte: Laboratório S.O.S, 2021

Figura 24 - Exemplo de relatório que o cliente recebe

Fonte: Laboratório S.O.S, 2021


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9.2 Cronograma
Tabela 3 - Cronograma
Fase de execução Programação

Aquisição dos kits de análise de óleo Concluído

Coleta do óleo novo (Frasco novo) Concluído

Coleta do óleo lubrificante no


Concluído
equipamento (Hilux)

Envio dos resultados para o laboratório


Concluído
parceiro

Emissão dos relatórios por parte do


Concluído
laboratório

Elaboração das conclusões finais (Teórico) Concluído

Elaboração das conclusões finais (Pratico) 01/2022 a 02/2022

Confecção do texto final do TCC-B 03/2022 a 04/2022

Fonte: Confeccionado pelos autores,2021


50

REFÊRENCIAS

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/ Paulo Samuel de Almeida. -– São Paulo: Erica, 2015. 152 p.: il. (Serie Eixos).
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http://www.clarilub.com.br/noticia/analise-de-oleo.html. Acesso em: 4 out. 2021.
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51

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