Você está na página 1de 12

Norma Técnica Sabesp

NTS 031

Revestimento interno com resina epoxídica, para


reabilitação de tubulações de ferro fundido destinados a
condução de água potável.

Especificação

São Paulo
Março: 2014 – Rev. 03
NTS 031: 2014 – Rev. 3 Norma Técnica Sabesp

SUMÁRIO

1 OBJETIVO ......................................................................................... 1
2 REFERÊNCIAS NORMATIVAS ............................................................. 1
3 DEFINIÇÕES ..................................................................................... 2
4 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS ................................................................ 3
4.1 Características dos materiais componentes da resina epoxídica,... 3
4.2 Preparação da resina epoxídica ..................................................... 3
4.3 Características técnicas e aprovação da resina .............................. 3
5 REVESTIMENTO INTERNO ................................................................. 4
5.1 Superfície a ser revestida .............................................................. 4
5.2 Limpeza interna da tubulação ........................................................ 5
5.3 Aplicação da resina epoxídica ........................................................ 6
5.4 Cura ............................................................................................... 6
5.5 Espessura do Revestimento ........................................................... 6
6 ABASTECIMENTO PROVISÓRIO ........................................................ 7
7 ACOMPANHAMENTO TÉCNICO........................................................... 7

28/03/2014
Norma Técnica Sabesp NTS 031: 2014 – Rev. 3

Revestimento interno com resina epoxídica, para reabilitação de


tubulações de ferro fundido destinados a condução de água
potável.

1 OBJETIVO
Esta norma fixa as condições exigíveis para a execução e aceitação dos serviços de
reabilitação interna com resina epoxídica de tubulações de ferro fundido de pequenos
diâmetros, destinadas a condução de água potável.

2 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento.
Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não
datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento (incluindo
emendas).

Portaria 2914/2011: Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da


qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

NBR 7215: Cimento Portland – Determinação da resistência à compressão.

NBR 9277: Adesivos – Determinação da viscosidade – Método do viscosímetro


Brookfield.

NBR 9650: Verificação da estanqueidade no assentamento de adutoras e redes de


água.

NBR 9778: Argamassa e concreto endurecidos – Determinação da absorção de água,


índice de vazios e massa específica.

NBR 10787: Concreto endurecido – Determinação da penetração de água sob pressão.

NBR 12170: Potabilidade da água aplicável em sistema de impermeabilização.

NBR 12171: Aderência aplicável em sistema de impermeabilização composto por


cimento impermeabilizante e polímeros.

NM 277:2002, Revestimento epóxi líquido para revestimento interno de tubulações.

NTS 036: Qualificação de produtos e materiais para revestimento.

NTS 215: Filmagem de sistemas coletores de esgotos.

ABENDI - PR-051:2004-Rev. 2, Estanqueidade – Detecção de vazamentos não visíveis


de líquidos sob pressão em tubulações enterradas – Procedimento.

28/03/2014 1
NTS 031: 2014 – Rev 3 Norma Técnica Sabesp

3 DEFINIÇÕES
Para os efeitos da presente Norma, aplicam-se as seguintes definições:

Água potável
aquela que atende ao padrão de potabilidade estabelecido na Portaria 2914.

Carretel
segmento de tubo retirado da tubulação com comprimento de, aproximadamente, 30
cm destinado a medir as espessuras do revestimento interno.

Diâmetro nominal (DN)


número que serve para classificar em dimensão a peça de utilização e que
corresponde, aproximadamente, a seu diâmetro interno, expresso em milímetros. O
diâmetro nominal não deve ser objeto de medição, nem ser utilizado para fins de
cálculo

Diâmetro pequeno
diâmetro de tubos compreendidos entre o DN 75 e DN 150 .

Incrustação
deposição progressiva de substâncias contidas nas águas com a formação de camadas
aderentes que reduzem o diâmetro útil dos tubos e alteram a sua rugosidade.

Resina epoxidica
resina industrializada bicomponente à base de epóxi de alta viscosidade.

Revestimento interno
camada de substância que deve cobrir a superfície interna das tubulações. O material
de revestimento deve ser inerte à potabilidade da água de abastecimento.

Substrato
material que forma a parte essencial da superfície interna do tubo e que é a base para
a aplicação do revestimento.

Tubulação
conjunto de peças basicamente formado por tubos, conexões e válvulas, destinado a
condução de água.

Tubulação comprometida
tubulação cujas características estruturais foram alteradas ao longo de sua vida útil,
ou as condições de escoamento resultam num coeficiente C da fórmula de Hazen-
Williams inferior a 100.

Reabilitação
serviços de limpeza e revestimento aplicados a uma tubulação comprometida para que
essa recupere suas condições normais de uso.

2 28/03/2014
Norma Técnica Sabesp NTS 031: 2014 – Rev. 3

4 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

4.1 Características dos materiais componentes da resina epoxídica,


4.1.1 Resina epoxídica
É vedada a utilização de diluentes, solventes ou qualquer outro produto que venha
afetar a potabilidade da água.

4.1.2 Aditivos
Os aditivos devem atender os seguintes requisitos:
- ser compatível com a resina epoxídica;
- não comprometer a potabilidade da água,
- não ser tóxico ou inflamável;
- possuir tixotropia adequada à aplicação, tanto em superfícies horizontais como
verticais.

Obs.: Todo lote de resina e aditivo adquirido pelo aplicador deve ser colocado a
disposição da Sabesp para realização de testes para comprovação das características
mencionadas no item 5.3, antes da aplicação. Os ensaios serão efetuados conforme a
NTS 036.

4.2 Preparação da resina epoxídica


4.2.1 Dosagem e mistura
A dosagem e mistura dos componentes devem ser realizadas conforme
recomendações do fabricante do produto.

4.2.2 Características da resina preparada


A resina recém preparada deve apresentar-se densa, homogênea e coesa.

4.3 Características técnicas e aprovação da resina


A resina só pode ser aplicada se atender as características técnicas verificadas
conforme segue:

- Resistência a compressão axial: Confeccionar três corpos de prova, conforme


NBR 7215. A resistência média à compressão deve ser de no mínimo de 40,0 MPa.

- Permeabilidade: Confeccionar três corpos de prova com dimensões de


250x250x125 mm, utilizando concreto magro (relação água cimento de 0,90 l/kg).
Revestir uma das faces com a mesma espessura e características da argamassa
acrílica que será aplicada na tubulação.
Após o tempo de cura da argamassa indicado pelo fabricante submeter a face
revestida dos corpos de prova à pressão positiva de 0,4 MPa, conforme Norma NBR
10787. Os corpos de prova não podem apresentar vazamento.

- Aderência: mínima de 0,3 MPa conforme NBR 12171, utilizando três corpos de
prova com idade igual ao tempo de cura indicada pelo fabricante

28/03/2014 3
NTS 031: 2014 – Rev 3 Norma Técnica Sabesp

- Absorção por imersão e fervura: máxima de 0,20%, conforme NBR 9778,


utilizando três corpos de prova com idade igual ao tempo de cura indicada pelo
fabricante.

- Potabilidade: Deve atender ao padrão de potabilidade da portaria 2914, com base


na metodologia de ensaio da NBR 12170, utilizando–se três corpos de prova.
O empreiteiro deve apresentar certificado referente a esse ensaio, atualizado e
fornecido por laboratório que comprove a existência de programa de garantia da
qualidade e requisitos especificados pela ABNT ISO/IEC 17025.

- Características Gerais: Atender ao especificado na norma NM 277.

- Viscosidade: Deve apresentar viscosidade, média de três determinações medidas


a 25ºC conforme NBR 9277, que não defira em +/- 10% em relação a viscosidade
indicada pelo fabricante.

O empreiteiro deve apresentar certificado atualizado, fornecido por laboratório


especializado, de reconhecida competência e idoneidade, atestando a adequação do(s)
material(is) utilizado(s) para uso em contato com a água potável, atendendo à
legislação.

Essas verificações devem ser feitas quando da qualificação da resina, sendo repetidas
sempre que houver mudança na resina ou a critério da Sabesp, quando houver
problemas verificados no revestimento.

5 REVESTIMENTO INTERNO
O revestimento interno deve ter acabamento com características a permitir
escoamento hidráulico adequado ao abastecimento.

O revestimento interno com resina epoxídica deve obedecer ao descrito nos seguintes
itens:

5.1 Superfície a ser revestida


A superfície a ser revestida compreende a área formada pelo perímetro interno do
tubo e o comprimento medido entre as seções de início e fim da tubulação.

O comprimento da tubulação a ser revestida não deve ultrapassar 200m de extensão


por trecho.

Todos os corpos estranhos tais como: carepas, escamas, tubérculos ou qualquer outro
material que possa prejudicar o bom contato entre a parede da tubulação e o
revestimento devem ser removidos da superfície a ser revestida.

A superfície interna do tubo deve estar livre de quaisquer projeções de metal que
possam provocar descontinuidade do revestimento.

4 28/03/2014
Norma Técnica Sabesp NTS 031: 2014 – Rev. 3

Deverá ser injetado ar comprimido nos ramais prediais, através dos cavaletes, para
remoção de águas residuais que poderão afetar a qualidade do revestimento.

Após a limpeza, a tubulação deve ser seca com a introdução de ar quente para evitar
o contato dos materiais de revestimento com a umidade, quando estes forem
incompatíveis.

5.2 Limpeza interna da tubulação


A limpeza interna da tubulação pode ser executada por processo de arraste mecânico
ou turbilhonamento.
Obs. 1: A critério da unidade contratante, a verificação da eficiência da limpeza pode
ocorrer por meio do televisionamento, conforme NTS 215, de alguns trechos
(amostragem) da tubulação objeto da reabilitação. Esse critério deve ser previsto na
elaboração do termo de referência.

Obs. 2: Quando não for realizado o televisionamento deve-se retirar duas amostras
da tubulação por trecho, em pontos indicados pela Sabesp, para verificação da
eficiência da limpeza.

5.2.1 Processo de limpeza por arraste mecânico:


Deve utilizar guincho ao qual se encontram atreladas coroas de lâminas cortantes,
seguidas de rodos de borracha.

Nesse caso todos os implementos de limpeza ou revestimento devem ser arrastados e


centralizados na tubulação com auxílio de roldanas posicionadas nas extremidades dos
trechos de modo a não permitir roçamento do cabo de aço de arraste com as paredes
dos tubos em suas extremidades.

O equipamento constituído por coroas de lâminas e rodos de borracha deve ser


arrastado, dentro da tubulação, de uma extremidade a outra, tantas vezes quantas
forem necessárias, para que toda a incrustação seja removida.

A eliminação de carepas e tubérculos é feita pelo arraste mecânico de um conjunto de


lâminas de aço especiais, que são puxadas por guincho hidráulico na extremidade
oposta do tubo, devendo a velocidade de arraste ser rigorosamente constante,
evitando-se imperfeições na raspagem.

5.2.2 Processo de limpeza por turbilhonamento:


Deve ser realizado por turbilhonamento de alta pressão com ar e agregado (brita zero
ou granalha de ferro).

A limpeza é feita com agregado e ar comprimido para remover a incrustação presente


no interior da tubulação. Procede-se o jateamento com abrasivos, os quais se
movimentam helicoidalmente provocando a remoção de qualquer tipo de incrustação.

O resíduo proveniente do material de jateamento é coletado na extremidade posterior


do trecho com equipamento coletor de pó dotado de filtros.

28/03/2014 5
NTS 031: 2014 – Rev 3 Norma Técnica Sabesp

O processo deve ser repetido tantas vezes quantas forem necessárias, para que toda a
incrustação seja removida.

5.3 Aplicação da resina epoxídica


Os tubos assentados revestidos no local com resina epoxídica devem apresentar todas
as características do revestimento executado por processo industrial.

Para aplicação dessa resina, devem ser tomados cuidados especiais no tocante a sua
dosagem, por meio de equipamentos adequados.

O revestimento interno com a resina epoxídica pode ser realizado por processo de
pulverização centrifugada ou qualquer outro processo que garanta a uniformidade,
homogeneidade e espessura do revestimento.

As resinas quando de sua aplicação necessitam de cuidados especiais quanto ao seu


manuseio, pois podem provocar acidentes do trabalho

Durante a aplicação da resina, os operadores deverão se proteger usando luvas,


roupas apropriadas e óculos protetores.

Imediatamente após a aplicação do revestimento deve ser introduzido ar comprimido


no contrafluxo, para desobstrução dos ramais ou qualquer peça hidráulica no trecho.

Nota: É proibida a utilização de solvente para diluição da resina. Caso seja constatada
essa utilização, o revestimento deve ser removido, ou a rede remanejada; e a
contratada será descredenciada e penalizada de acordo com as cláusulas contratuais.

5.4 Cura
O tempo de cura do material deve ser de 72 horas no mínimo.

Após a cura devem ser realizados testes hidráulicos e a desinfecção da tubulação.

O revestimento deve resistir às condições de exposição no processo de desinfecção da


tubulação (concentração de Cloro de 200 ppm por um período de 30 min).

5.5 Espessura do Revestimento


A espessura do revestimento deverá ser uniforme ao longo do comprimento e
perímetro interno do tubo, sendo obtida pela coordenação do controle de velocidade
de avanço do cabeçote e da vazão que alimenta a máquina revestidora. Para melhores
resultados os guinchos de arraste deverão ser hidráulicos.

Para a verificação da uniformidade e espessura do revestimento do trecho da


tubulação, devem ser retiradas amostras (carretéis) de aproximadamente 30 cm de
comprimento, após a cura.

6 28/03/2014
Norma Técnica Sabesp NTS 031: 2014 – Rev. 3

A espessura deve ser medida em no mínimo 4 pontos nas seções inicial e final da
amostra, devendo ainda, se realizar medições em cortes longitudinais e transversais
da mesma e deve atender aos limites:
- Valor médio mínimo: 1,5 mm;
- valor mínimo em um ponto: 1,0 mm.

6 ABASTECIMENTO PROVISÓRIO
O abastecimento provisório consiste na instalação de rede de PE superficial e/ou aérea
(by pass), execução das ligações com ramais provisórios em PE (superficial e/ou
aérea), fixação e proteção (metálica ou em madeira) desses ramais nos locais de
entrada e saída de veículos e sua manutenção.

Devem ser aplicados somente quando a interrupção do abastecimento exceder a 24


horas. Estas ligações não devem exceder o prazo de 15 dias corridos.

A rede e ramais provisórios, antes de sua utilização, devem receber limpeza e


desinfecção.

7 ACOMPANHAMENTO TÉCNICO
Por tratar-se de atividade interna à tubulação subterrânea, devem ser tomados
cuidados específicos durante e após a execução, conforme descrito a seguir:

Conforme estabelecido na observação 1 do item 5.2, o processo de raspagem pode ser


acompanhado de forma simultânea com televisionamento, conforme NTS 215, por
circuito fechado, permitindo a inspeção visual.

Antes de iniciar o procedimento de aplicação do revestimento deve ser verificado se


foram realizadas as desconexões dos ramais nos cavaletes.

A mistura dos componentes da resina deve ser realizada mecanicamente em um


recipiente sem arestas, permitindo perfeita homogeneidade.

Após a secagem, a critério da unidade contratante, a verificação da eficiência do


revestimento deve ocorrer por meio do televisionamento, conforme NTS 215, de
alguns trechos (amostragem) da tubulação.

Caso a inspeção televisiva apresente alguma irregularidade no revestimento conforme


especificado em 4.2.2 e 5.5, identificar o trecho revestido e rejeitá–lo, devendo ser
executado a seguir um novo revestimento.

Esse critério deve ser previsto na elaboração do termo de referência.

A contratada deve retirar duas amostras de aproximadamente 300 mm cada, por


trecho da tubulação revestida em cada extremidade do emboque e desemboque do
dispositivo de limpeza e revestimento após o tempo de cura. Os pontos de retirada
serão definidos pela Fiscalização da Sabesp. As amostras serão submetidas à
verificação de espessura conforme item 5.5, devendo atender ao especificado nesse

28/03/2014 7
NTS 031: 2014 – Rev 3 Norma Técnica Sabesp

item. A critério da Fiscalização da Sabesp outras verificações podem ser realizadas na


amostra.

Devem ser retiradas duas amostras a cada 300 metros de tubulação revestida.

Caso alguma das amostras retiradas não atendam ao especificado em 5.5, identificar o
trecho revestido e rejeitá–lo, devendo ser executado a seguir um novo revestimento.

Recomenda-se a realização de teste hidrostático de acordo com a NBR 9650 ou


pesquisa para detecção de vazamentos utilizando o correlacionador de ruídos
conforme o procedimento PR-051 da ABENDI (Associação Brasileira de Ensaios Não
Destrutivos e Inspeção).

A Sabesp realizará a coleta de amostras de água de distribuição com o objetivo de


atender aos requisitos da Portaria 2914, após um, trinta e sessenta dias da cura do
revestimento em pontos e parâmetros a serem definidos pela fiscalização da Sabesp.
Os ensaios devem ser realizados por laboratório que comprove a existência de
programa de garantia da qualidade e requisitos especificados pela ABNT ISO/IEC
17025.

8 28/03/2014
Norma Técnica Sabesp NTS 031: 2014 – Rev. 3

Revestimento interno com resina epoxídica, para reabilitação


de tubulações de ferro fundido destinados a condução de água
potável

Considerações finais:

Esta norma técnica, como qualquer outra, é um documento dinâmico, podendo


ser alterada ou ampliada sempre que for necessário. Assim sugerimos
consulta periódica ao sítio: www.sabesp.com.br para verificação da edição da
NTS que está vigente.

28/03/2014 9
NTS 031: 2014 – Rev 3 Norma Técnica Sabesp

Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo


Diretoria de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente - T
Superintendência de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação - TX
Departamento de Acervo e Normalização Técnica - TXA

rua Nicolau Gagliardi, 313 - CEP 05429-010


São Paulo - SP - Brasil

Palavras Chave: Resina Epoxídica, Revestimento Interno, tubulação, diâmetro


pequeno

08 páginas

28/03/2014

Você também pode gostar