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DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS

ÁREA DISCIPLINAR DE PORTUGUÊS, FRANCÊS E ESPANHOL


Ano letivo 2021/2022
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA DE PORTUGUÊS - CURSOS PROFISSIONAIS – MÓDULO1

10º I Dezembro de 2021


Grupo I - EDUCAÇÃO LITERÁRIA (100 pontos)
Lê com muita atenção a cantiga a seguir apresentada e organiza as tuas respostas de forma bem estruturada.

Vi eu, mia madr´1, andar


as barcas eno mar,
      e moiro-me2 d'amor.
Foi eu, madre, veer
5 as barcas eno ler3,
      e moiro-me d'amor.
As barcas [e]no mar
e foi-las [a]guardar4,
      e moiro-me d'amor.
10 As barcas eno lez
e foi-las atender5,
      e moiro-me d'amor.
E foi-las aguardar
e non'o pud'achar,
15       e moiro-me d'amor.
E foi-las atender
e non'o pud'i veer,
      e moiro-me d'amor.
E non'o achei i6,
20 [o] que por meu mal vi,
      e moiro-me d'amor.

Nuno Fernandez Torneol, B 645/V 246


1.minha mãe; 2. morro-me; 3.praia; 4.esperar; 5.esperar; 6.aÍ

1. Classifica esta cantiga, quanto ao subgénero, justificando a tua resposta com dois elementos
caracterizadores.

2. Explicita o papel desempenhado pela mãe nesta cantiga.

3. Caracteriza, fundamentando, o estado de espírito do sujeito poético.

4. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes versos, comentando a sua expressividade.

Teste de avaliação sumativa de Português_1_10ºano_ Módulo 1_Prof. Ana Cristina Carvalho 1


a) “Vi eu, mia madr’, andar” b) “e moiro-me d’amor”

Leia com muita atenção as afirmações apresentadas sobre Fernão Lopes e a Crónica de D. João I.

5. Assinala com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações. Copia para a folha de teste a
alínea e a resposta correta. Justifica as afirmações falsas.

A) Fernão Lopes é o autor da “Crónica de D. João I”.


B) A "Crónica de D. João I", escrita por Fernão Lopes, relata os momentos conturbados que se
seguiram à morte de D. Fernando.
C) Em caso de morte de D. Fernando, não havendo um príncipe herdeiro, ficaria como regente
a sua mãe (D. Beatriz).
D) D. João Mestre de Avis era filho de D. Pedro I com D. Teresa Lourenço.
E) O povo de Lisboa é a personagem coletiva da Crónica.
F) O povo odiava D. Leonor por ser má conselheira.

6. Preenche os espaços em branco com as palavras apresentadas de modo a que o texto faça
sentido. Copia para a folha de teste a letra e a palavra correspondente.
 revolta
 rei
 cercada
 D. Beatriz
 D. Leonor Teles

D. Fernando, 9º _____A)____ de Portugal, morreu e, como não tinha um herdeiro masculino e a sua
filha ____B)_____ estava casada com D. João I, rei de Castela, foi ______C)_____, sua esposa, que ficou
com a regência do reino. No entanto, D. João I invadiu Portugal e a cidade de Lisboa ficou ____D)_____. O
Mestre de Avis, liderou a ____E)____, matou o Conde Andeiro e foi aclamado rei de Portugal.

II – LEITURA E GRAMÁTICA (60 pontos)


Lê o texto e, nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.
Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

D. Fernando terá conhecido D. Leonor numa das visitas que esta terá feito a sua irmã Maria
Teles, dama da infanta Beatriz, meia-irmã de D. Fernando. Segundo Fernão Lopes, a beleza de

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Leonor terá levado ao enamoramento e enfeitiçamento do rei. Em segredo, terá confidenciado a
Maria ser sua vontade havê-la por mulher mais do que quantas filhas de rei no mundo havia. Esta
5 avisou-o de que, dado a sua irmã ser já casada, a única forma de a ter seria mesmo anular o seu
casamento e casar com ela, pois Leonor nunca aceitaria ser sua barregã 1. A separação foi
declarada e o marido pressionado a aceitá-la, tendo depois fugido para Castela.
D. Fernando recebeu, assim, D. Leonor por sua mulher, na presença de poucas pessoas, entre
as quais a irmã Maria.
10 Esta ligação, embora feita de forma privada, em segredo, “a furto”, rapidamente se tornou
conhecida no reino provocando grande descontentamento não só por parte dos nobres, mas
também do povo, tendo-se erguido protestos em Lisboa e em muito outros lugares do reino.
D. Fernando acaba por “fugir” com a amada para o Norte e com ela casar publicamente no
Mosteiro de Leça do Balio. Corria o ano de 1372 quando o casamento da bênção se realizou. As
15 cerimónias decorreram longe do bulício e das manifestações dos habitantes das principais
localidades do reino, como Lisboa, Coimbra ou Santarém e num ambiente protegido.
Durante os primeiros anos de casamento, reinava a imagem de harmonia e de amor.
Entretanto, em 1373, nascia Beatriz, o primeiro fruto destes régios amores, e tudo parecia indicar
a prosperidade do governo fernandino. D. Leonor Teles tornava-se cada vez mais influente junto
20 do rei, manobrando a sua intervenção política e ao mesmo tempo cada vez mais impopular.
Nos primeiros meses de 1378, terá ocorrido uma possível tentativa de envenenamento do rei
que o deixou muito debilitado e incapacitado. E foi por esta altura que entrou em cena outro
protagonista; D. João, o único filho da bela Inês que ainda vivia em Portugal. Ao envolver-se numa
ligação amorosa, que parece ter terminado em casamento, com D. Maria Teles, irmã da rainha,
esta encarou a ligação como uma possível ameaça à sucessão, já que o infante, para além de ter
25 uma posição de relevo na corte, era bastante acarinhado pelo rei.
Para afastar tal concorrente, D. Leonor não só terá feito chegar aos ouvidos do infante a sua
vontade em casá-lo com a sua filha, a pequena Beatriz, a sucessora do reino, como também
questionou a fidelidade de D. Maria Teles, lançando sobre ela a suspeição de adultério. Os dados
estavam lançados. Atraído pela ideia de vir a casar com a sobrinha tornando-se, assim, no futuro
30 rei, e acreditando na traição de D. Maria, D. João acabou por assassiná-la nos Paços de Coimbra,
em 1379.
Ana Rodrigues Oliveira, O Amor em Portugal na Idade Média, Manuscrito, 2020, pp. 127-130
(adaptado e com supressões)
1
concubina

1. A relação de D. Fernando com Leonor Teles


A. foi instigada e sugerida pela irmã de D. Leonor, Maria Teles.
B. surgiu de um acaso, no decorrer de uma ocasião de caráter privado.
C. resultou de uma estratégia política do rei.
D. decorreu de uma tentativa de vingança do rei em relação ao marido de D. Leonor.

2. O envolvimento de D. Fernando e Dona Leonor Teles


A. foi celebrado por todo o reino.

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B. causou grande alarido no Norte de Portugal.
C. foi aclamado nas principais localidades do reino.
D. não foi aprovado por grande parte da sociedade.

3. Ao longo do tempo, D. Leonor


A. foi desempenhando um papel cada vez mais ativo na política do reino.
B. foi conquistando a confiança do povo.
C. deixou-se seduzir por D. João, acabando por se envolver com ele.
D. foi desenvolvendo, juntamente com a irmã, um plano para se apoderar do reino.

4. No contexto em que surge, a expressão “os dados estavam lançados” (ll. 28-29) significa que
A. apesar de tomadas determinadas medidas, o resultado final não era expectável.
B. o resultado final está totalmente dependente da sorte, não podendo, por isso, ser determinado.
C. previamente foram tomadas iniciativas com o objetivo de alcançar um determinado resultado.
D. perante o destino, a ação humana não tem qualquer influência na obtenção de um determinado resultado.

5. Na frase “D. Fernando terá conhecido D. Leonor numa das visitas…” (l.1)o constituinte sublinhado tem a função
sintática de
A. sujeito.
B. predicativo do sujeito.
C. complemento direto.
D. complemento indireto.

6. Na frase “Leonor nunca aceitaria ser sua barregã.” (l.6) o constituinte sublinhado tem a função sintática de
A. sujeito.
B. predicativo do sujeito.
C. complemento direto.
D. complemento indireto.

7. Na evolução de malu >mau ocorreu


A. uma prótese.
B. uma síncope.
C. uma apócope.
D. uma aférese.

8. O vocábulo “prosperidade” (l.19) pertence à classe dos


A. adjetivos.
B. pronomes.
C. verbos.
D. nomes.

9. O vocábulo “debilitado” (l.22) pertence à classe dos


A. adjetivos.
B. pronomes.
C. verbos.
D. nomes.

10. Os vocábulos do constituinte “aceitá-la” (l.7) pertencem, respetivamente, à classe dos

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A. adjetivos + pronomes.
B. verbos +pronomes.
C. verbos + determinantes.
D. nomes + pronomes.

Grupo III –PRODUÇÃO ESCRITA (40 pontos)

«Há palavras que nos beijam


Como se tivessem boca.»
Alexandre O’Neill, Poesias Completas, 4.ª ed.,
Lisboa, Assírio & Alvim, 2005, p. 64.
«São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.»
Eugénio de Andrade, Antologia Breve, 6.ª ed., Porto,
Fundação Eugénio de Andrade, 1994, p. 35.

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de cem e um máximo de duzentas palavras,
defenda uma perspetiva pessoal sobre o poder das palavras nas relações humanas.

Item / Cotação em pontos Total


Grupo 1 2 3 4 5 6 100
I 20 12 20 14 24 10
Grupo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 60
II 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
Grupo 40
III Item único
200 pontos

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