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Aventura

das Letras
Língua Portuguesa
3
3.° ano Ensino Básico
Conceição Dinis
Fátima Lima

P
ISBN 972-0-11253-0
Aos educadores

O presente livro, A Aventura das Letras 3, é uma


colectânea de leituras, com a exploração ideológica e
gramatical dos textos, de acordo com os programas.
Este trabalho tem o seu complemento no livro de
apoio — A Aventura das Letras 3 — Fichas.

Apresentamos um conjunto de textos escolhido dos


nossos melhores autores de livros para crianças, assim
como as produções tradicionais — lengalengas,
adivinhas e outros textos do património oral.

Há a preocupação da interdisciplinaridade, utili-


zando a língua materna como elemento em que se
baseia a comunicação e a construção da identidade da
criança.

Através de variadas propostas de trabalho, lúdicas e


criativas, o aluno vai tomando conhecimento do voca-
bulário, estrutura e funcionamento da língua, adequa-
dos ao seu nível, e despertando para o gosto de produ-
zir os seus próprios textos.

Com os melhores votos de bom trabalho

as autoras
Índice
Texto Tema do Programa Ortografia Pág.

A cor das vogais Praticar a oralidade Alfabeto 6


Começam as aulas Identificar o parágrafo e a frase ss 8
Amigos Resumir as ideias do texto s, z 10
O novo professor Conhecer a ordem alfabética ce, ça, ci, ço 12
Em Setembro Relacionar o texto com as vivências b, mb, mp 14
Setembro
Vamos ler! Identificar as personagens do diálogo rr 16

Recomeçar

Outono Separar as palavras em sílabas acentos gráficos 18


As vinte e três letras Ligar os grupos da frase mb 20
Aprender a atravessar Responder a questionário sobre o texto qu 22
Cuidado com o que se come Completar um esquema gráfico fr, gr, cr, pr 24
Tu já sabes nadar? Conhecer a frase e a não-frase an, on, un 26
Outubro
Nasceu um menino Identificar texto em prosa e em verso consoantes 28
O milagre da vida Completar palavras zinho, sinho 30
A nossa saúde
Companheiro Memorizar pequenos textos 32
Era uma vez Descobrir as perguntas dadas as respostas voz, vós 34

A cor do tempo Interpretar um texto com lacunas 36


Devagarinho Conhecer palavras que rimam nh, lh 38
Chamava-se Leopoldo Descrever a gravura do texto ãe, oi, ai, ui 40
Os biscoitos da avó Genoveva Recontar o texto em banda desenhada acentos gráficos 42
A máquina do tempo Ampliar a frase simples ça, ço 44
Novembro
O Infante D. Henrique Escolher outro título para o texto oso, osa 46
A lição Ligar grupos para formar frases tr, br, gr 48
Nós e os
outros A descoberta da Madeira Utilizar o dicionário 50
As duas pedras Separar os grupos da frase sinais de pontuação 52

Noite de Natal Descrever oralmente uma figura 54


O Natal nos Açores Assinalar os três grupos da frase esa, eza 56
Os três Reis Magos Interpretar o texto por resposta múltipla sinais de pontuação 58
Xiquiqui, o esquimó Participar num painel colectivo de textos 60
Dezembro

Quem somos
nós

Os meses do Inverno Relacionar as ideias do texto 62


As árvores falam Explicar expressões do texto por outras palavras ge, ss, rr 64
O nosso quintal Exprimir a opinião pessoal sobre o texto nh, ch 66
Os bichos da maçã Completar as frases com as acções eu, oi, ou, ão 68
A filha do nosso rei Recolher produções do património oral h – vários sons 70
Janeiro
As cegonhas Formar o plural dos nomes nh, ch 72
O Coelho Branco e o
Os seres vivos
Ouriço-Cacheiro Relacionar os nomes com as qualidades ch, x 74
À procura do pequeno-almoço Imaginar um final diferente para a história sinho, zinho 76

4
Texto Tema do Programa Ortografia Pág.

Pirueta e Cambalhota Assinalar frases de acordo ou não com o texto 78


Livro de pedra Completar palavras a que faltam letras h inicial 80
A serra e o mar Conhecer nomes comuns, próprios e colectivos as, es, os 82
A água e a vida Realizar um cartaz com texto e desenho esa, eza 84
Tão longe! Identificar os pronomes na frase ar, er, ir 86
Fevereiro
Quem sou eu? Escrever frases no presente, passado e futuro al, el, il, ol, ul 88

A água e
as rochas

A Primavera a chegar Ordenar os acontecimentos no tempo 90


A fada e a borboleta Produzir textos em prosa ou verso maiúscula 92
Dia da Árvore Imaginar a continuação de uma história rr, r 94
Domingo de feira Assinalar a resposta certa de acordo com o texto mp, mb 96
O primeiro homem na Lua Aplicar os pronomes pessoais na frase ss, rr 98
Março
Samuel Morse Utilizar o dicionário acentos gráficos 100
Comunicar

Na Páscoa Relacionar as personagens com as suas falas 102


Sabem o que é uma ideia? Resumir o texto lido vogais e consoantes 104
O Sol e a sombra Interpretar um texto por esquema gráfico s, ss 106
A panela de ferro e a
panela de barro Identificar o grau dos nomes dr, tr 108
Abril
As sete cores do Arco-Íris Dramatizar o texto 110
A equipa dos Minhaus Identificar frases verdadeiras e falsas qu 112
Materiais e
objectos

A Mãe Reconstruir um texto com lacunas 114


Uma para cada pessoa Aplicar os determinantes artigos az, ez, iz, oz, uz 116
A mesa Identificar o nome e o adjectivo acento gráfico 118
O Grande Hotel Conhecer a frase que não pertence ao texto os sons de x 120
O velho, o rapaz e o burro Escrever frases com a pontuação indicada lh, rr 122
Maio
Chapéus há muitos Completar frases segundo um modelo acento gráfico 124
Balancé Conhecer palavras antónimas sílaba tónica 126 Conhecer
Adivinhas Completar frases a que falta um grupo r, rr 128 o meio
O desejo de Isabel Identificar o grupo móvel nas frases ão, ãos, ães, ões 130

Meninos de todas as cores Participar na produção de um texto colectivo 132


A poluição das águas Conhecer a divisão em sílabas ss 134
É preciso uma flor Escrever notícias para o jornal da escola encontro de consoantes 136
Noite de S. João Substituir o grupo nominal pelo pronome ão, ãos, ães, ões 138
O mar Conhecer a frase correcta e a frase aceitável nós, noz 140 Junho
Na praia Modificar o final de um texto an, en, on 142
A semente duma flor 144 Amar a vida

5
Setembro

A cor das vogais

Com as cores do arco-íris


Fez-se o A amor-perfeito. Barquinha de espuma
Raminho de estrelas Quero navegar!
Vou-te pôr ao peito! Com as cores do arco-íris
Com as cores do arco-íris Fez-se o O ocasião.
Fez-se o E estrela distante. Princesa da ilha,
Luzeirinho de oiro, Dá-me a tua mão!
Guia-me um instante! Com as cores do arco-íris
Com as cores do arco-íris Fez-se o U único amor.
Fez-se o I ilha no mar. Cores do arco-íris,
Qual a vossa cor?
Virgílio Alberto Vieira,
A Cor das Vogais

6
Recomeçar

As Palavras

1 Copia palavras do texto inicia-


das com as vogais:

Ler e Compreender

1 Liga o que se relaciona no texto. U

raminho • • ouro
barquinho • • ilha
princesa • • estrelas
luzeirinho • • espuma
2 Escreve o alfabeto maiúsculo.

a b c d e f g h i j l m

n o p q r s t u v x z

7
Setembro

Começam as aulas

As aulas tinham começado uns dias atrás.


Pelas janelas da escola, entrava uma luz de Outono que pintava
tudo como se fosse um pincel de ouro. Eram as paredes velhas,
as carteiras, a mesa da professora, o quadro preto já tão cinzento,
o mapa grande que mostrava o mundo num tom azul. Mundo
velho, também…
Os alunos, esses eram novos, atentos e cuidadosos. Vinte e
cinco meninos e meninas, uns mais escuros, outros mais claros,
mas todos cheios dessa luz clara que se chama infância.
E a professora? Tinha já uma idade longe da juventude, talvez já
bem longe. Mas sorria para os meninos todos com ternura tanta
que parecia ter infância também.
Todos juntos continuávamos os nossos trabalhos e experiên-
cias. Cada dia que passava, mais nos agradavam as descobertas
que íamos fazendo…
Matilde Rosa Araújo

8
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Sublinha no texto «Há tanta


flor…» a palavra com o grupo ss.
Há quanto tempo tinham começado as aulas?

Há tanta flor…
Qual a estação do ano referida no texto?
Sentadinhos nas carteiras
Fazem contas de somar
E a vida toda cá fora
Como era a escola? A vida toda a chamar.
Há tanta flor a nascer
Tanto pássaro a cantar
Senhora, olhe prà vida
Quantos eram os alunos? Deixe as contas de somar.
Alice Gomes

Como era a professora?

Os meninos gostavam da escola?

E tu, gostas de andar na escola? Porquê?

2 Completa com o grupo ss, que


se escreve sempre entre vogais.
2 Dá outro título ao texto.

pa o

A Frase e o Texto
o o
1 Copia o último parágrafo do texto «Começam as aulas»,
e sublinha a cor a segunda frase.

to e

i o

9
Setembro

Amigos

Nessa tarde a Rita caminhava, risonha, pela beirinha da estrada,


atrás do João e à frente do Tonecas.
Iam assim, em fila, por um carreirinho ao lado da valeta, por-
que a estrada tinha muito movimento de automóveis, animais e
bicicletas.
Voltavam da escola, na vila, à quinta onde viviam.
Os pais da Rita, do João e do Tonecas trabalhavam na Quinta
da Ponte, onde moravam as suas famílias.
E os três pequenos eram amigos inseparáveis. Iam juntos para
a escola, e juntos voltavam. Estudavam as lições reunindo-se ora
em casa de um, ora em casa de outro.
E então para as brincadeiras nem se fala! O que um queria,
queriam os três. Não digo com isto que, uma vez por outra, não
estivessem em desacordo! Até discutiam e quase chegavam a
zangar-se. Mas tudo acabava em bem, porque eram verdadeiros
amigos.
Maria Lúcia Namorado

10
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa com V (verdadeiro) ou F (falso), de acordo com 1 Lê o texto em verso e sublinha


o texto. as palavras em que o s se lê z.

Os meninos iam para a escola.


Nós e os outros
Passavam muitos carros na estrada.
O homem de génio diz: eu sou.
Os pais das crianças trabalhavam na quinta. O poderoso afirma: eu posso.
A Rita, o João e o Tonecas eram amigos. O rico diz: eu tenho.
E o ambicioso: eu quero.
Eu! Eu! Eu!
E afinal
2 Reconta o texto fazendo o resumo em poucas frases. esses que vivem sós
completamente sós
quanto dariam, para, como tu
ou como eu,
dizerem simplesmente:
nós!
Fernanda de Castro

2 Completa as palavras da poesia


A Frase e o Texto
com o grupo ss.

1 Completa.
po o
e es
O texto «Amigos» está escrito em .
Divide-se em parágrafos.
O último parágrafo tem frases.
3 Escreve os nomes do texto
O texto «Nós e os outros» está escrito em . «Amigos» que se iniciam com
Tem versos. letra maiúscula.

2 Copia do texto em prosa a primeira frase.

3 Escreve um texto sobre os teus amigos da escola e ilustra-o.

11
Setembro

O novo professor

Com as malas na mão, e eram muitas, o senhor passou as mãos


pelas barbas e dirigiu-se ao grupo ali reunido:
– Boa tarde. É aqui a aldeia das Flores, não é verdade?
– É sim. – Adiantou-se o senhor Jerónimo.
– Bem, é que eu sou o novo professor da escola desta terra…
Todos, mas todos ao mesmo tempo, deram um salto.
– QUÊ?
– Sou sim. Chamo-me Miranda, professor Miranda.
Os meninos e as meninas correram a avisar os companheiros
que não estavam no largo. Alguns andavam com as cabras e as
ovelhas no pasto.
– Ei, ei! Temos um professor novo!
– Um professor?!… Uma professora!
– Não, um professor, até tem barbas compridas.
UM PRO-FES-SOR!
– É novo?
– Claro que é. E tem uns óculos grandes.Vocês hão-de ver!
António Mota,
A Aldeia das Flores

12
Ler e Compreender As Palavras

1 Numera por ordem os acontecimentos do texto. 1 Lê a poesia e sublinha as pala-


vras com o grupo mar.
O professor dirigiu-se ao grupo.
Na escola
As crianças foram avisar os companheiros.
Estava na escola
O novo professor chegou à aldeia. E comecei a brincar
A formar palavras
Todos ficaram admirados na aldeia das Flores. Começadas por Mar.
Marciano, lá de Marte.
Marmelada no meu pão.
Martelada, no dedinho.
2 Reconta o texto oralmente.
Março, mês da Primavera.
Marta, Márcio e Martinho,
Estes são os meus amiguinhos,
Que no nome têm o Mar.
A Frase e o Texto Moderna Magia do Saber

1 Copia do texto em prosa «O novo professor» frases que


terminam com a pontuação indicada.

2 Escreve as palavras que têm


mar, por ordem alfabética.
?

2 Escreve uma carta a um amigo distante falando-lhe do 3 Completa com as palavras que
teu professor. rimam no texto e inventa
outras rimas.
brincar
dedinho
escola
pão
13
Setembro

Em Setembro

Em Setembro vieram as marés vivas, ventanias, nevoeiros, chu-


vas, temporais. As marés altas varriam a praia e subiam até à
duna. Certa noite, as ondas gritaram tanto, uivaram tanto, bate-
ram e quebraram-se com tanta força na praia, que, no seu quarto
caiado da casa branca, o rapazinho esteve até altas horas sem
dormir. As portadas das janelas batiam. As madeiras do chão esta-
lavam como madeiras de mastros. Parecia que as ondas iam cer-
car a casa e que o mar ia devorar o Mundo.
E o rapazito pensava que, lá fora, na escuridão da noite, se tra-
vava uma imensa batalha em que o mar, o céu e o vento se com-
batiam. Mas por fim, cansado de escutar, adormeceu embalado
pelo temporal.
De manhã quando acordou tudo estava calmo. A batalha tinha
acabado. Já não se ouviam gemidos do vento, nem gritos do mar,
mas só um doce murmúrio de ondas pequeninas. E o rapazito
saltou da cama, foi à janela e viu uma manhã linda de sol bri-
lhante, céu azul e mar azul. Estava maré vaza. Pôs o fato de banho
e foi para a praia a correr.
Sophia de Mello Breyner Andresen,
A Casa da Praia

14
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Lê a poesia e sublinha as pala-


vras iniciadas por b.
Em Setembro vieram
Um dia o boi, o burro, o besouro, o
borrego, o búfalo e a borboleta
Certa noite, o rapazinho repararam que os seus nomes
começavam todos por b.
De manhã,
Disseram ao mesmo tempo:
– Que bonito!
O bacalhau, o berbigão, o besugo e
O rapazinho pôs o fato de banho o búzio, lá no mar, repararam que
os seus nomes também começa-
vam por b.
E disseram todos assim:
– Que bonito!
2 Resume, no teu caderno, o primeiro parágrafo em três
Veio logo uma baleia de longe a
frases.
gritar: – Esperem esperem aí por
mim!
Maria Alberta Menéres

2 Escreve por ordem alfabética os


nomes dos animais da terra.

A Frase e o Texto

1 Ordena as palavras para formar frases com os sinais de


pontuação indicados.

à até as subiam duna ondas


(!)
3 Sublinha nas palavras da frase
adormeceu rapazito fim por o
os grupos mb e mp.
(.)
Os animais falaram ao mesmo
viste maré viva uma já
tempo e a baleia também que-
(?)
ria juntar-se a eles.

2 Escreve um texto com o título: Um dia passado na praia.

15
Setembro

Vamos ler!

– Eu sou o livro – diz o livro que é de poucas falas, porque


gosta mais de dizer as coisas por escrito.
– E eu sou o leitor – dizemos nós.
Folhear um livro é espreitar para dentro duma caixinha ao
alcance das mãos e dos olhos.
– Que tens tu guardado para me dar? – perguntamos nós ao
livro.
Aí o livro conta, não pára de contar, o que dentro dele tem
guardado para nos dar.
– Valho muito mais do que peso – diz ele sem ser por vaidade.
– Tenho tanta coisa, tanta surpresa, meus amigos, que só lendo se
acredita.
Vamos então descobrir por nós o que o livro tem para nos dar.
Vamos ler!
António Torrado

16
Ler e Compreender As Palavras

1 Faz a leitura dramatizada do texto – livro, leitor, narra- 1 Lê a poesia e sublinha as pala-
dor. vras com acento agudo, com
acento circunflexo e com til.
2 Desenha as duas personagens do diálogo.
Um livro
Um livro nasce de uma árvore.
Uma árvore da terra.
E um livro tem folhas também.
Nossos olhos lêem um livro.
Que tem folhas.
Nossos olhos são os pássaros
que pousam nas suas folhas.
Os livros devem ser para toda
a gente como o Sol quando
nasce!
– Eu sou o livro. – Eu sou o leitor.
Matilde Rosa Araújo

3 Completa de modo a formares frases completas.

O livro é de poucas
2 Completa com rr.
porque .
te a se a
Folhear um livro é .
to e ba o
O livro diz que tem .

4 Escreve o nome do autor do texto.


3 Completa dividindo as sílabas.

5 Conheces alguns livros deste autor? árvore ár vo re


Procura na biblioteca da escola e escreve os títulos.
livro
também
A Frase e o Texto pássaros
folhas
1 Do texto «Vamos ler!», copia:

a primeira fala do livro


4 Escreve outras palavras da famí-

a segunda fala do leitor lia de terra:

terreno, ,

2 Escreve um diálogo entre o livro de leitura e o livro de ,


matemática. Não esqueças: cada fala é um parágrafo.
AVL3 - 2 17
Outubro

Outono

O parque ficou sozinho e vazio. As altas copas das árvores for-


mavam uma abóbada verde.
Os troncos dos plátanos e das bétulas desenhavam na verdura
as suas manchas brancas. Não se ouvia voz nem passo humano.
As folhas caíam rodopiando devagar em largos círculos e pousa-
vam quase sem ruído na macieza do chão. Aqui e além estalavam
ramos secos. Aqui e além um pássaro cantava. Ervas trémulas
dançavam à menor brisa. No ar pairava um perfume de maçã de
Outono.
A água clara da fonte cantava ao cair de pedra em pedra. Era a
mesma fonte onde tanta vez tinham bebido caçadores estouva-
dos e crianças sequiosas.
Sophia de Mello Breyner Andresen,
O Rapaz de Bronze

18
A nossa saúde

Ler e Compreender As Palavras

1 Liga o que se relaciona de acordo com o texto. 1 Copia do texto palavras que
apresentam estes sinais:
O parque • • cantava de pedra em pedra.
acento grave
As copas
das árvores • • caíam em círculos.
acento agudo
As folhas • • ficou sozinho e vazio.
til
A água
da fonte • • formavam uma abóbada.

2 Descreve a paisagem da tua região no Outono.

2 Ordena por ordem alfabética as


A Frase e o Texto palavras com acento agudo.

1 Escreve frases com estes grupos.


tinha árvores

O parque estava silencioso

cheirava a maçã

3 Escreve palavras da família de:


2 Separa os grupos da frase como no exemplo.

verde
As folhas caíam a rodopiar.

As folhas caíam a rodopiar.

Os ramos secos estalavam.


perfume

As ervas dançavam à brisa.

3 Escreve um texto sobre o parque ou jardim onde costu-


mas brincar.
19
Outubro

As vinte e três letras

Havia uma Árvore


com folhas vermelhas, verdes e pretas,
onde moravam
vinte e três letras.

Chegou o Outono.
Um dia o Vento ruim
disse-lhe assim:
– «Senhora Árvore,
vou-a despir e preparar
para dormir um grande sono!»

Começou a bailar, a rodopiar,


às voltas, às voltas.
E as folhas tolinhas, como borboletas
de medo amarelas,
deixaram as letras soltas tombar.

Mas uns meninos que iam para a


escola
foram correndo a sacola encher,
e, brincando com elas,
aprenderam a ler!
Adélia Grande,
O João a Joana e Eu,
Edições ASA

20
Ler e Compreender As Palavras

1 Lê o texto e completa. 1 Sublinha no texto «As folhas»


palavras com o grupo mb.

A tinha

O disse que
As folhas

Irás
As deixaram pela rua,
verás
as folhas
cair.
Os correram e
Se alguma
te pousar
no ombro
hás-de mandá-la embora
A Frase e o Texto
porque chegou a hora
1 Une os grupos para formar frases de acordo com o texto. de dormir.
Escreve as frases. Mário Castrim,
Histórias com Juízo
A Árvore • • começou a bailar.
O Outono • • iam para a escola.
O Vento • • tinha muitas folhas.
2 Completa com os grupos nh, lh
Os meninos • • chegou. ou ch.

fo a fo i a
2 Ordena as palavras de forma a obteres uma frase.

são folhas do as Outono bonitas

3 Escreve uma quadra sobre o Outono e ilustra-a.


Participa com ela num painel de turma sobre o Outono. á eiro
21
Outubro

Aprender a atravessar
Totoca deu-me um puxão. Bem que tive… mas fiz que
– Que é que tu tens, Zezé? não com a cabeça.
– Nada. Estava cantando. – Nós vamos atravessar de
– Cantando? novo juntos. Depois quero ver
– Sim. se aprendeste.
– Então eu devo estar a ficar Voltámos.
surdo. – Agora tu sozinho. Nada de
Será que ele não sabia que medo que tu estás ficando um
se podia cantar para dentro? homenzinho.
Fiquei calado. Se não sabia eu Meu coração acelerou.
não ensinava. – Agora.Vai…
Tínhamos chegado à beira Meti o pé e quase não respi-
da estrada. rava. Esperei um pedaço e ele
Passava tudo nela. Camião, deu o sinal para que eu vol-
automóvel, carroça e bicicleta. tasse.
– Olha, Zezé, isso é impor- – Pela primeira vez tu foste
tante. A gente primeiro olha muito bem. Mas esqueceste
bem. Olha para um lado e para uma coisa. Tens de olhar para
o outro. Agora, atravessamos a os dois lados. Na volta, a gente
estrada. treina mais.
– Tiveste medo? José Mauro de Vasconcelos,
O Meu Pé de Laranja-Lima, dinalivro/Melhoramentos,
São Paulo, 1993

22
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Copia dos trava-línguas as pala-


vras com o grupo qu.
Quem deu um puxão ao Zezé?

Trava-línguas
Copo gericopo
Que transportes passavam na estrada?
Galhigalhopo
Quem não disser
Três vezes
Copo gericopo
O Zezé tinha medo de atravessar a estrada?
Galhigalhopo
Não bebe água
Por este copo.
De que se esqueceu o Zezé? Popular

Trava-línguas
2 Procura na biblioteca da escola o livro O Meu Pé de
Laranja-Lima, de onde foi extraído este texto, para Ó que eco que aqui há.
conheceres a história do Zezé. Que eco é?
É o eco que cá há.
O quê? Há cá eco?
A Frase e o Texto Há eco, há.
Popular
1 Separa os grupos das frases como no exemplo.

Aquele menino cantava.


Grupo do nome Grupo do verbo 2 Explica por outras palavras as
expressões do texto em prosa.
Aquele menino cantava

Estou a ficar surdo.


O Totoca atravessou a estrada.

O Zezé tinha medo do trânsito. Meu coração acelerou.

2 Faz o ditado da última fala do Totoca.

3 Descreve os cuidados que costumas ter para atravessar as


ruas. Faz desenhos para ilustrar.
23
Outubro

Cuidado com o que se come


Era uma vez um elefante muito pequenino e muito enfe-
zado. Principalmente, muito enfezado, o que não é costume.
Os pais do elefante, para que o filho crescesse forte e
bem-parecido, deram-lhe a comer daquelas farinhas especiais
que tornam os elefantes fortes e bem-parecidos.
O elefante pequenino e enfezado comeu dessa farinha que
se fartou. E cresceu. E engordou.
Cresceu e engordou imenso. Quando se sentiu um elefante
como deve ser, disse:
– Chega de farinhas – e deitou fora uma
lata quase cheia.
A lata foi parar a um contentor
de lixo, onde andavam à cata
de comida umas formigui-
nhas muito enfezadas.
As formiguinhas come-
ram a farinha da lata e –
não vos digo nada! – cres-
ceram que era um dispa-
rate. Cresceram e engor-
daram imenso.
Muito gordas, muito
pretas, muito luzidias
pareciam – sem exa-
gero! – pareciam hipo-
pótamos.
Um caçador de ani-
mais esquisitos caçou-as
e foi vendê-las ao Jardim Zoológico, dizendo que eram formi-
gões gigantes da Trapalhândia, o que era uma gigantesca men-
tira.
Nas jaulas, à falta de farinha, as formigas voltaram a min-
guar e regressaram à sua vida e aos carreirinhos do costume.
É preciso ter sempre muito cuidado com o que se come.
António Torrado,
Da Rua do Contador para a Rua do Ouvidor

24
Ler e Compreender As Palavras

1 Lê e completa as frases. 1 Sublinha nestes versos os gru-


pos fr, gr, cr e pr.

… comeram … foram caçadas por

Receita das
. . maçãs assadas

As formigas… Escolha cada fruto


que Eva deu a Adão
que seja grande e cheio.
Tire o caroço do meio
e encha de açúcar
a cratera do vulcão.
Depois, com todo o jeito
leve a assar
… cresceram e … agora vivem nos no forno do fogão.
E agora, bom proveito!

. e já . E saiba que pelos universos,


Melhor que estas maçãs
Só estes meus versos…
2 Dá outro título ao texto. Popular

A Frase e o Texto

1 Descobre e escreve outros grupos para formar frases.

Grupo do nome Grupo do verbo

A criança come cereais.

2 Completa os nomes dos alimen-


tos com os grupos de duas con-
2 Completa.
soantes.
O grupo do nome concorda com o grupo do verbo:
farinha- iga
grupo do nome no singular, grupo do verbo no
. ão-de-bico
feijão- ade
3 Escreve um texto com o título: A alimentação saudável. leite- eme
25
Outubro

Tu já sabes nadar?

Era um mar muito azul, muito O gigante perguntou-lhe:


sossegado, só com ondas peque- – Tu já sabes nadar?
nas junto à praia. – Eu não, respondeu o Miguel,
– Quem me dera ir passear num ainda não aprendi.
barquinho daqueles, disse o – Tens de aprender. Senão não
Miguel, apontando para os barcos podes andar sozinho no mar.
dos pescadores que ali estavam Precisas de ter sempre alguém
ancorados. que tome conta de ti.
Então o gigante colocou-o num Eu vou ensinar-te a nadar. Se
barco pintado de várias cores, com gostas de andar de barco, tem de
muito cuidado, para o barco não ser.
se virar. O Miguel aprendeu depressa, era
E, metendo-o dentro de água, um rapaz esperto, desembaraçado,
começou a empurrá-lo fazendo não tinha medo da água. Para o
muita espuma à sua volta. gigante foi um prazer ensiná-lo.
O Miguel, radiante, batia as pal- Às tantas, no meio do seu treino,
mas de contentamento. o Miguel encontrou um cardume
– Que bom é passear de barco!, de peixes-voadores, que começa-
gritava, até me apetece dar saltos ram a dançar e a saltar à sua volta.
de alegria! Yvette Centeno,
Mas claro, não saltava, não fosse Miguel e o Gigante

o barco virar-se de repente.


26
Ler e Compreender As Palavras

1 Escreve as primeiras falas das personagens do texto. 1 Copia do texto «Tu já sabes
As falas começam sempre com travessão. nadar?» palavras com os grupos
an, on e un.

O Mar
Tenho muitas ilhas
2 Escreve um texto respondendo à pergunta do título. sei de muitos barcos
Explica como aprendeste a nadar ou se gostavas de dão-me tantos nomes
aprender. moro no verbo amar
visto-me de céu
dou a volta ao mundo
com um circo de estrelas
A Frase e o Texto
conchas e marés
quando vocês passam
1 Completa as frases com as acções que faltam. beijo-lhes os pés.
Mário Castrim,
passear empurrar bater Histórias com Juízo

O Miguel no barco do pescador.


O gigante o barquito.
O menino palmas!
2 Copia do texto «O Mar» pala-
vras de uma só sílaba.
2 Completa com frase ou não-frase.
Não esqueças que a frase escrita começa com maiúscula
e termina com um sinal de pontuação.

O Miguel ainda não sabia nadar.

peixes-voadores a dançar

O barco fazia espuma

um cardume é um conjunto de
peixes.

3 Escreve a continuação da história, inventando brincadei-


ras do Miguel com os peixes-voadores.
27
Outubro

Nasceu um menino

– António – Tónio – Tó… assim o Vento falou à Rosa quando


parou no jardim.
– O que dizes?
– Digo que nasceu um menino, além, na casa amarela.Vi-o dei-
tado no berço a dormir. Entrei e abanei as rendas da sua colcha,
devagarinho, para não o acordar. Então logo fecharam a janela,
tiveram medo do frio. Claro que eu passei pelo mar e vinha mais
fresco, mas acho patetice…
– Ora diz-me cá, como era o menino?
– Como queres que seja? Igual a todos os meninos que nas-
cem: lindos. É como as folhas desta árvore, quando abrem na Pri-
mavera: macias e sem protecção. Apetece-me beijá-los a todos.
Por isso me aborreci quando fecharam a janela. Gente pateta!
Um menino não nasce só para os pais, nasce também para mim,
para ti, para todos. Adeus, adeus, vou levar a notícia mais além,
gosto de falar de coisas bonitas. E saiu a cantar: António – Tónio
– Tó… António… Tónio – Tó…
A Rosa ficou a pensar na casa amarela, onde tudo era festa por-
que um menino nascera.
Maria Cecília Correia,
Histórias da Minha Rua
28
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Escreve a solução das adivinhas,


completando com as consoantes.
Quem são as personagens que conversavam no jardim?
Adivinha
O vento já tinha visitado o menino? Como? Voa pelo mato
Corre sem ter pés.
Bate-te na cara
E tu não o vês.
Por que razão fecharam a janela ao vento?

Que canção cantava ele?

Como ficou a Rosa? Éo e o

Adivinha
2 Assinala e completa. É flor muito formosa
bem-cheirosa
O texto está escrito: em prosa. em verso. e cheia de pergaminhos.
Apresenta um diálogo entre personagens. Mas é costume dizer
para não se envaidecer
A autora do texto chama-se que não a há sem espinhos.

A Frase e o Texto
Éa o a
1 Completa de acordo com o exemplo.

O menino dormia no berço… 2 Separa as palavras da mesma


família.
O menino não dormia no berço…
casario casita casar
As pessoas fecharam a janela? rosinha rosado roseira
caseiro rosário róseo
casamento
rosa casa
O vento cantava no jardim.

2 O vento trouxe uma notícia à Rosa do jardim.


Escreve uma notícia sobre um acontecimento alegre
passado com a tua família.
29
Outubro

O milagre da vida

Porque é assim uma flor? É como uma parte dum


Porque no momento em filho que há-de nascer.
que ela é flor é o momento Esse grãozinho amarelo
do amor. é transportado nas patas
Com as cores e os do insecto e cai na outra
perfumes parte da flor.
ela atrai Cai como se fosse um
os insectos. escorrega na barriga da
Os insectos pousam flor.
nela, tocam-lhe com as Entra lá dentro,
patas e e encontra o seu par.
levam aquele pó Os dois juntos formam um
amarelinho novo ser.
que é o Como um ovo pequenino
pólen. esse ser começa a crescer,
Sabes o que é o pólen? a crescer.
É a fonte da vida na flor. É o milagre da vida!

Júlio Roberto

30
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Completa com zinho(a) ou


sinho(a).
A flor com as suas e os seus
flor – florzinha
atrai os . Os insectos pousam e levam
amor –
aquele pó que é o ea
fonte da da flor. Entra lá dentro e coisa –
encontra o seu . Os dois formam um grão –
novo . A vida é um .
2 Completa os nomes do texto
2 Assinala outro título adequado ao texto. com as consoantes.

O pólen e os insectos
Nasce um novo ser
A flor

3 Escreve um texto sobre esta figura.

I O

E O E A
E

O O

A Frase e o Texto

1 Completa com as palavras interrogação, exclamação


e afirmação.
3 Escreve as qualidades dos
Porque é assim uma flor? nomes do texto.


Entra lá dentro e encontra o par.
grãozinho
ser
É o milagre da vida!
ovo

2 Escreve um texto sobre a beleza das flores, como costu-


mas cuidar delas, em casa ou na escola, e se gostas de ir
aos jardins.
31
Outubro

Companheiro
Chamo-te. Não vens?
Se estou alegre
Porque não ris também?

No meu quintal
Já fez o ninho
Um tentilhão.
Queres espreitar?
Mas sem matar,
Sem destruir.
Isso é que não!
Posso mostrar-te
O meu peixinho dourado
E podes ter
Por quanto quiseres
O meu carrito e o atrelado.

Tudo o que tenho


E de que eu gosto
E é tão meu
Será, se for teu gosto,
Também teu.
Maria Alzira P. Machado

32
Ler e Compreender As Palavras

1 Liga o que se relaciona de acordo com o texto. 1 Lê o texto seguinte e ilustra-o.


Memoriza-o para recitares aos
O menino estava teus companheiros.
alegre • • tinha um atrelado.
O Malmequer
O tentilhão • • e chamava o companheiro.
Malmequer
O carrito dele • • um peixinho dourado. bem me quer
muito
Ele mostrava
ao amigo • • fez o ninho no quintal. pouco
nada.
Se não disseres «muito»
2 Descreve oralmente a figura do texto. eu fico zangada.
Eu gosto de ti,
do Sol e do Mar
e de todos os meninos
A Frase e o Texto que vejo a brincar.
Malmequer
1 Completa as frases com outros grupos verbais. bem me quer
muito
brincam no quintal. pouco
nada.
Os Se não disseres «muito»
companheiros eu fico zangada.
Raquel Delgado

2 Copia do texto «O Malmequer»


2 Copia do texto «Companheiro» as frases que são palavras com três sílabas.
perguntas.

3 Escreve as palavras que na poe-


3 Escreve um texto que comece assim: sia «Companheiro» rimam com
O meu melhor amigo… / A minha melhor amiga… os termos seguintes:

tentilhão
espreitar
dourado
meu
AVL3 - 3 33
Outubro

Era uma vez

A coelhinha Arco-Íris visitou uma a uma as jaulas

dos seus amigos do Jardim Zoológico .

Todos lhe contaram lindas histórias dos países distantes de


onde tinham vindo há muito, muito tempo.
As histórias começavam todas da mesma maneira: «Antiga-
mente, quando eu era livre…»

Passados três dias a coelhinha Arco-Íris chegou ao

Bosque Pintado. E como lhe pareceu bonito com tantas cores!

Os malmequeres amarelos conversavam com


o sol.

Os nenúfares rosados diziam segredinhos às águas do

lago. As faias entoavam canções alegres com as vozi-


nhas de prata.
No Bosque Pintado não havia jaulas, nem guardas, os animais
eram livres e as histórias podiam começar duma maneira
muito mais bonita – «Era uma vez…»
Maria Cândida Mendonça,
O Livro do Faz-de-Conta

34
Ler e Compreender As Palavras

1 Descobre as perguntas. Fábula da raposa


e do corvo
P.:
Um corvo cheio de fome
?
roubou um belo queijo.
R.: Visitou as jaulas do Jardim Zoológico.
Com ele no bico voou para
o alto de uma árvore.
P.:
A raposa viu-o e gritou-lhe:
? – Bom dia, belo corvo! Que
R.: Começavam assim: «Antigamente, quando eu…» lindas penas tens! E que ele-
gante que és. Sou capaz de
P.: jurar que também tens uma
? bela voz. Canta, que eu quero
ouvi-la!
R.: Os animais eram livres.
O corvo envaidecido abriu
P.:
o bico para cantar.
E o queijo caiu na boca da
? raposa que largou a fugir com
R.: As histórias agora começavam: «Era uma vez…» ele.
Tradicional

A Frase e o Texto

1 Completa como no exemplo. 1 Completa com voz ou vós.

A coelhinha visitou os amigos. conheceis a fábula


As coelhinhas visitaram os amigos. do corvo e da raposa?

O malmequer amarelo conversava muito. Certas aves têm uma bela


, mas o corvo não
canta bem.
Aquele nenúfar dizia segredos à água.

2 Copia a última frase da fábula e


sublinha as palavras com duas
A faia entoava uma canção. sílabas.

2 Resume o texto «Era uma vez» e dá a tua opinião sobre o


direito dos animais à liberdade.

35
Novembro

A cor do tempo
Ana tinha uma capa azul. Tão linda, a capa da Ana! Não era
alentejana, não era capa de estudante. Era a capa simples da Ana!
Dei-lha quando fez cinco anos.
Tão linda, a minha Ana com a capa! Estreou-a quando come-
çou a escola.
[…]
Mas, um dia, Ana chegou-se ao pé de mim e poisou em mim os
olhos que estavam tristes:
– Mãe, a capa desbotou. Mãe, a capa já não está tão azul.
Eu olhei a capa, poisei as mãos nos ombros de Ana e os olhos
também.
– Tens razão, Ana. A capa já não está tão azul como era.
– E agora, mãe? Eu gostava tanto da minha capa!
E na voz transparente de Ana havia lágrimas pousadas.
– Agora, minha filha, deixa-te andar assim até que eu te possa
comprar outra.
– Tenho tanta pena da minha capa… Não se pode pintar outra
vez?
– Não, Ana. Só de uma cor mais escura, para ficar bem.
– Que cor?

36
Nós e os outros

– Escura. Azul ou preto.


– Isso não!
– Pois não, Ana. E sabes? Esta capa assim está bonita.
– Bonita?
– Andaste com ela ao sol, à chuva, ela viveu contigo, acompa-
nhou-te. Agora é mais tua, tomou a cor do tempo. Contigo.
– Bonita?
– Sim, muito bonita. Mais que isso: linda!
Ana entendeu. Os seus olhos tinham uma capa nova, brilhante,
límpida e contente.
– E quando cresceres mais e esta não te servir, compramos
outra capa…
Sol, chuva, vento da minha janela e todos os amigos que me
lerem, vão contar esta história a todas as mães e a toda a gente.
Ela começa assim: Ana tinha uma capa azul… A minha filha
partia livre para a escola.
E pouco mais diz. Só que ela partia livre para a escola.
Matilde Rosa Araújo,
O Gato Dourado

Ler e Compreender

1 Completa de acordo com o texto.

A capa da Ana…

… era simples e de … um dia desbotou e

. .

… foi estreada quando … mesmo desbotada … andou ao sol

. . .

37
Novembro

Devagarinho

Devagarinho, devagarinho,
escondeu-se a Lua,
o Sol brilhou…
E o menino,
devagarinho,
abriu os olhos
no seu bercinho,
e acordou.

Ouviu uns passos,


devagarinho…
A mãe entrou,
e com carinho
estendeu-lhe os braços.
Mas o menino cresce depressa!
E tudo o que anda a toda pressa
é que lhe interessa.

Sabe o nome das marcas de automóveis


que andam mais de cento e vinte à hora!
Lá vai um Jaguar, um Porche, um MG
muito depressa pela estrada fora.
E quando brinca aos Índios e «Cowboys»
o que ele quer é ser como os heróis
que depressa galopam a cavalo…
Ganhar uma corrida
é um regalo!
Não há coisa melhor na vida!
Maria Isabel Mendonça Soares

38
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Do texto «Devagarinho» escreve


palavras, do primeiro grupo de
Quando nasceu, onde dormia o menino? versos, com os grupos nh e lh.

2 Completa com palavras do se-


Quem lhe estendeu os braços quando começou a andar?
gundo e terceiro grupos de ver-
sos que rimam com os termos
que se seguem:
Quando o menino cresce, o que é que lhe interessa muito?
passos
depressa
Que brincadeiras gosta de fazer?
hora
corrida
2 Sublinha no texto os versos que falam sobre automóveis.

3 Escreve os nomes de onde deri-


varam as palavras.
A Frase e o Texto

1 Lê o texto e indica quantas vezes lês a palavra boneca.


luar olhito
Só sabe cantar lua cheia olhar
A minha boneca Não sabe pedir, enluarado olhadela
que é da tua idade não sabe falar, olheira
vive na aldeia, a minha boneca
não vai à cidade. só sabe cantar,
Eu não sei se ela cantar
também queria ir e sorrir
só porque a boneca e eu não sei se ela
não sabe pedir. também queria ir.
Lá lá lá lá lá
lá lá lá lá lá
Raquel Delgado

2 Completa as frases com a palavra não.

A boneca vai à cidade. Ela fala.


Eu sei se ela quer ir.
39
Novembro

Chamava-se Leopoldo
Era pálido e loiro, e chamava-se Leopoldo…
As pessoas que o viam ao pé da mãe, que tinha pele branca, os
cabelos claros e os olhos castanhos, diziam que se parecia com
ela; os que o encontravam com o pai, que era moreno, com a
barba e os cabelos pretos, mas de olhos azuis, diziam que era o
retrato dele. O menino herdara a cor da pele e dos cabelos da
mãe e os olhos azuis do pai…

– Que lindo menino! Tem nome de rei – diziam as pessoas.


E o menino não percebia porque é que lhe diziam aquilo.
Sabemos que o menino morava no primeiro andar de uma casa
como outra qualquer, numa rua estreita, igual a tantas.
Os pais eram ambos professores, e ensinavam-lhe tudo quanto
há de belo no Mundo: a diferença de países e costumes, os
mares, os continentes e as montanhas; explicavam todas as coisas
sobre os animais, as plantas e as pedras; o que se passa no céu, à
superfície da Terra e no fundo dos oceanos; mostravam livros
com lindas gravuras e fotografias.
Ricardo Alberty,
O Príncipe de Ouro, Verbo

40
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Da frase seguinte sublinha os


grupos de vogais que perten-
cem à mesma sílaba (ditongos)
… era … morava
– ãe, oi, ai, e ui.

. . A mãe do Leopoldo era loira e


o pai tinha os olhos azuis.
O Leopoldo…
… aprendia com os
pais que 2 Copia do primeiro e do segundo
períodos do texto em prosa as
.
palavras que se referem a cores.

… parecia-se com a
… via livros
mãe porque
.
.

2 Descreve oralmente a ilustração do texto.

A Frase e o Texto

Manhã
Como um fruto que mostra
Aberto ao meio
A frescura do centro
Assim é a manhã
Dentro da qual eu entro.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro Sexto

1 Reescreve as frases mudando a ordem dos grupos da frase.


Geralmente o grupo nominal vem antes do grupo verbal.

A manhã é tão bonita! É tão bonita a manhã!


Os frutos são frescos?

O rapaz colhe os frutos.


2 Assinala a frase em que a acção se passa no presente.

A manhã mostra a sua frescura.


O fruto aberto mostrou o centro.
41
Novembro

Os biscoitos da avó Genoveva


Ninguém fazia biscoitos tão Eles ficaram uns instantes a
doces, tão saborosos e tão boni- pensar, lembrando-se de todas as
tos como a avó Genoveva que, fotografias e desenhos que
ainda por cima, sabia contar his- tinham visto nos compêndios de
tórias em que entravam prínci- Zoologia e História Natural e
pes, piratas, duendes e fadas. começaram a pedir:
– Eu quero um crocodilo!
– E eu um dinossauro!
– Eu um elefante!
– E eu um golfinho!
– E eu um leão!
[…]
Quando começou a anoitecer,
a Avó chamou os netos e mos-
trou-lhes a obra acabada. Os
bichos eram tão perfeitos que até
pareciam verdadeiros. A Joana

À chegada do Outono, com as


aulas quase a começarem, os
cinco netos da avó Genoveva
viam cair as folhas amarelecidas
de um velho plátano que havia
no quintal e assistiram à partida
dos bandos de pássaros e de
patos para as terras mais quentes quase jurava que tinha ouvido o
do sul. leão a rugir, o Miguel que ouvira
o elefante a urrar e o André que
– Eu sou capaz – gabou-se a tinha sido salpicado pelo golfi-
avó Genoveva, num dia cinzento nho ao mergulhar. A avó Geno-
de Setembro – de dar aos meus veva sorriu e não chegou a expli-
biscoitos a forma de todos os car-lhes se tudo aquilo fora ou
bichos de que vocês gostam, não imaginação deles. Era essa a
mesmo dos mais fantásticos. sua parte no jogo.
[…] José Jorge Letria,
Histórias do Sono e do Sonho, Desabrochar

42
Ler e Compreender As Palavras

1 Ordena no tempo os acontecimentos desta história. 1 Escreve por baixo do desenho a


solução da adivinha.
Um dia a avó prometeu fazer biscoitos em forma
de bichos.
Adivinha
À noite a avó mostrou-lhes a obra acabada.
Dois pais e dois filhos
A avó Genoveva fazia biscoitos muito bons. estão à mesa a comer.
Os netos pediram para lhes fazer vários animais. Só ocupam três lugares
e comem só três jantares…
Como é que isto pode ser?

2 Reconta o texto em banda desenhada, numa folha grande.

A Frase e o Texto

1 Sublinha nas frases o grupo móvel (pode mudar de lugar


sem alterar o sentido da frase). Solução:

A avó fazia biscoitos na cozinha. Na cozinha a avó


fazia biscoitos.

Os netos pediram alegremente vários bichos. Alegre-


2 Copia palavras da adivinha com
mente os netos pediram vários bichos.
os acentos indicados.

À noite os biscoitos estavam prontos. Os biscoitos ( ` ) grave


estavam prontos à noite.
( ´ ) agudo

2 Faz um texto sobre os teus avós e as histórias que te cos- ( ^ ) circunflexo


tumam ou costumavam contar.

3 Com as letras da palavra ADIVI-


NHA forma novas palavras.

43
Novembro

A máquina do tempo
Agora a máquina do tempo
estava ali, toda à minha disposição.
Sentei-me num dos lugares, asso-
biei para o cão, que veio correndo
sentar-se no outro.
Fui experimentando os botões –
o primeiro acendia as luzes, o
segundo ligava o frio, o terceiro o
calor. Carregando no branco, rece-
bia garrafas de líquidos coloridos,
no amarelo, embalagens de pasti-
lhas. O verde produzia música, o
azul perfume. O castanho reclinava
os assentos, o preto fazia-os regres-
sar à posição inicial.
A meio havia um teclado como
o de uma máquina de escrever e
uma alavanca dourada com um T
gravado.
Puxando devagarinho logo
comecei a ver os pinheiros à
minha volta a crescer, a crescer, a
crescer.
Isto deve ser realmente a máquina do tempo, pensei eu. Vamos
para o futuro, concluí. Estusiasmado, carreguei a fundo.
Senti um turbilhão na cabeça, o sol nascia para logo se pôr, as
estações sucediam-se num relâmpago, tão depressa nevava como
fazia sol.
O Snoopy, que costumava enjoar de carro, não aguentou mais,
pulou borda fora.Travei de repente.
Vi-me então no meio de uma cidade de cristal.
Nas casas transparentes, sem movéis, moviam-se pequenos
robôs.
Mal deram por mim, vieram cumprimentar-me e convidaram-me
a viver com eles.
Luísa Ducla Soares,
Histórias de Encantar, Areal Editores

44
Ler e Compreender As Palavras

1 Assinala V (verdadeiro), F (falso) ou T (talvez) de acordo 1 Lê o texto seguinte e sublinha


com o texto. todos os grupos ça e ço.

A máquina do tempo tinha muitos botões.


Faço
O botão castanho dava garrafas de sumos.
Faço de conta, faço troça
Quando puxou a alavanca partiu para o futuro. faço que faço, faço força
desfaço-me a fazer fosquinhas
O cão era de raça perdigueiro. faço trinta por uma linha.
Mas sou um faz-tudo imperfeito
e afinal o que faço é bem estranho
2 Reconta o texto oralmente.
faço tudo tanto e nunca tenho
nada do que faço feito…
Manuel António Pina

A Frase e o Texto

1 Escreve a frase colocando o grupo móvel noutras posi-


ções.

O rapaz chegou rapidamente a uma cidade de cristal.

2 Amplia as frases com elementos do texto «A máquina do


tempo».

Os robôs moviam-se.
Onde?
2 Liga as palavras que rimam na
poesia.

Os robôs vieram cumprimentar-me. troça • • linha


Quando?
fosquinha • • feito

imperfeito • • força
3 Imagina que vais fazer uma viagem ao futuro na
máquina do tempo. Conta as tuas aventuras.

45
Novembro

O Infante D. Henrique
Os alunos iam ver o monumento ao Infante D. Henrique.
Viram primeiro um grande chão de mármore, onde estava o
mundo espalhado, em duas cores, com todas as terras e todos os
mares. Em grande é que era bonito ver o rumo que as caravelas
seguiram! De cócoras riscavam com os dedos o caminho no
mapa feito no chão. De Lisboa à Índia, que longa viagem! Só ali, a
arrastar os joelhos, é que o Quico e o Pedro viram como era
longe… No mapazito do colégio parecia ser coisa rápida, com as
terras todas encolhidas. Que coisa boa, um mapa grande!
Depois, à sua frente, o monumento: figuras enormes que iam
subindo sempre, navegadores, frades, outra vez Luís de Camões, e
a rainha de mãos postas, como que aflita com o receio de que
nem tudo corresse bem.
A professora mostrava como eram os fatos, as cotas de malha
dos que combatiam, os padrões com que iam marcando a via-
gem. Adiante de todos, o Infante.
Maria Cecília Correia,
Histórias da Minha Rua

46
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Lê o texto seguinte e sublinha a


terminação oso.
Os alunos foram o monumento ao
. Viram um de mármore, Portugal
com o espalhado, com todas as
Terra da Pátria-raminho
e todos os . de frondoso laranjal.
Eles riscavam os no feito Infanção e Cavaleiro
no . Deus te salve, Portugal!
De Lisboa à era uma longa . Adolfo Portela

Um grande é uma coisa boa!


No monumento havia enormes de:
e Luís de , e a
de mãos .

2 Assinala outro título adequado ao texto.

Um mapa grande
2 Completa com oso ou osa as pa-
Os alunos lavras, que indicam qualidades.
Monumento aos Descobrimentos
bondoso
carid
A Frase e o Texto
habilid
1 Completa segundo o modelo.
mim
Nós fomos ver o monumento ao Infante. grandi
chuv
Tu e o Pedro

3 Descobre outras palavras termi-

Ele e o irmão nadas em osa.

vist osa

A professora osa
osa

Tu osa
osa
2 Descreve com um texto e um lindo desenho um monu- osa
mento histórico da tua localidade.
47
Novembro

A lição

Este ano, no colégio, falara-se muito de «Os Lusíadas». Não é


que os pequenos percebessem muito bem o que tudo signifi-
cava, eles faziam até grandes baralhadas. Por isso um dia a profes-
sora levou dois dos seus alunos aos Jerónimos, para lhes dar uma
lição que eles compreendessem melhor. Meteu-os no seu carro e
levou-os, no fim das aulas.
Eles já sabiam que se tinha desenhado e feito nas pedras do
mosteiro tudo o que antes se usava nos barcos: as cordas, os nós,
as esferas. Mas gostaram de ver à sua frente como era, na ver-
dade; de tocar com as suas mãos essas paredes cheias de relevo e
de figuras, tão diferentes das que agora se fazem.
Dentro da igreja estava muito escuro, já pela hora, já porque o
dia não era de sol. Mas, passado algum tempo, distinguiram bem as
coisas.Viram o túmulo de D. Manuel, que prometera mandar fazer
o mosteiro se as naus chegassem à Índia.Viram um outro onde se
«faz de conta» que está D. Sebastião, a quem foram dedicados «Os
Lusíadas». Essas pessoas nunca tinham interessado muito o Quico
e o Pedro. O seu verdadeiro interesse foram os túmulos de Vasco
da Gama e de Luís Vaz de Camões (que o Quico nunca se esquecia
do «Vaz»). Deram a volta, viram mais túmulos, os vitrais tão bonitos,
as colunas altas a lembrarem as palmeiras do Oriente…
Maria Cecília Correia,
Histórias da Minha Rua
48
Ler e Compreender As Palavras

1 Assinala correctamente, de acordo com o texto. 1 Lê, de forma dialogada, o texto


que pertence a um poema de
Tinha-se falado muito em «Os Lusíadas» Fernando Pessoa, que foi um
dos maiores poetas de Portugal.
na escola.
na rua.
no colégio. O Mostrengo
A professora resolveu levar os alunos O Mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar.
à praia.
À roda da nau voou três vezes
aos Jerónimos. Voou três vezes a chiar
E disse: Quem é que ousou entrar
à escola.
nas minhas cavernas que não desvendo
Meus tectos negros do fim do mundo?
E o homem do leme disse, tremendo
2 Resume o texto em poucas frases. – El-Rei D. João Segundo!
Fernando Pessoa,
Mensagem

A Frase e o Texto

1 Liga os grupos para formar frases e escreve-as.


2 Escreve por ordem alfabética as
O mostrengo • • dirigia a nau. palavras que não conheces bem,
como:
mostrengo, ousar, breu, leme.
As naus • • era um grande penedo.
Depois, procura os significados
no teu dicionário.
O homem do leme • • navegavam à descoberta.

2 Escreve frases, baseadas no texto «O Mostrengo», termi-


nadas com a pontuação indicada.

!
?
.

3 Conta-nos com um texto bonito uma visita de estudo da


tua escola.

AVL3 - 4 49
Novembro

A descoberta da Madeira

De súbito, a névoa começou


a descerrar-se. E viu-se um
espectáculo tão belo que dei-
xou pasmados os marinhei-
ros. À sua frente elevavam-se
rochas a prumo sobre as
ondas; selvas de árvores fron-
dosas vinham de escarpa
abaixo até à água.
Era uma das ilhas encanta-
das que se erguia para o céu
como um altar de serras e
arvoredos.
E como a terra era toda de
floresta, chamaram-lhe Ilha da
Madeira.
Jaime Cortesão,
Contos para Crianças

50
Ler e Compreender As Palavras

1 Escreve as palavras do primeiro


1 Responde.
período do texto com os acentos
indicados.
Qual foi a ilha que os mareantes encontraram?
grave

Por que razão ficaram espantados os marinheiros?

agudo

Qual a razão da escolha do nome Madeira?

2 Assinala a frase que tem o


mesmo sentido desta: A névoa
começou a descerrar-se.
A Frase e o Texto

A névoa ficou mais escura.


1 Completa com a pontuação que falta e escreve o texto
A névoa começou a aumen-
correctamente.
tar.
ao verem aquela ilha tão maravilhosa os marinheiros A névoa começou a desa-
disseram que bonita depois desembarcaram nela parecer.
A névoa tapava tudo.

3 Assinala o conjunto das palavras


que são da família de névoa.

nevoeiro nave
navegar navio
nove nevoeirada

nevoeiro
nevoado
enevoar

51
Novembro

As duas pedras
Na sombra do fresco vale «Eu venho daquela ermida.»
junto ao ribeiro cantante Disse a outra, murmurando.
as duas pedras, a par, «Aquela ermida velhinha
tinham parado a escutar tão humilde, tão esquecida…
o murmúrio sussurrante Uma ruína branquinha
dos ramos do pinheiral. que o tempo vai destroçando.
Ouvi preces suplicantes
Tinham caído, rolado, que subiam para os céus…»
o vento as tinha empurrado…
Pedras de Fé e de Glória,
Passado tempo, envolvidas pedras, eterna memória
naquela calma dormente deste velho Portugal…
que descia das ramadas,
Raul Correia
começaram, lentamente,
a falar das suas vidas,
das suas vidas passadas…

«Venho daquela ruína.»


Assim falou a primeira.
«Da ruína do castelo
que vês além, sobranceira,
lá no alto da colina…
Forte ainda, ainda belo,
foi como um ninho de glórias.
E do alto das muralhas
assisti a cem batalhas
que foram sempre vitórias!»

52
Ler e Compreender As Palavras

1 Liga o que se relaciona de acordo com o texto. 1 Lê a quadra e coloca os sinais de


pontuação ( , ! . ) onde te pare-
Aquelas duas cer correcto.
pedras • • dizia a outra pedra.
Venho da ruína Um dia corri o mundo
do castelo • • estavam junto ao ribeiro. Aqui voltei à tardinha
Eu venho daquela – Ó Portugal doce Pátria
ermida • • dizia uma das pedras. Não há terra igual à minha
A. Correia de Oliveira

2 Assinala e completa.

Tipo de texto: prosa poesia


Número de grupos de versos
Autor

2 Explica por outras palavras as


expressões seguintes:
A Frase e o Texto
corri o mundo
1 Completa como no exemplo.

A pedra saiu do castelo?


A pedra não saiu do castelo.
doce Pátria
A sombra do vale era fresca?

3 Sublinha a palavra comum, uti-


O castelo não estava em ruína.
lizada com significados diferen-
tes em cada grupo de frases.

2 Separa os grupos da frase como no exemplo. O poeta chama a Portugal


– doce Pátria!
A ermida / foi construída / há muito tempo.
O menino comeu um doce
O pinheiral, nesse dia, estava em silêncio. na pastelaria.

Tristemente as pedras contavam a sua história. O canto dos pássaros é


bonito.
3 Escreve um texto sobre uma pessoa da tua terra que se A mesa está no canto da
notabilizou na guerra, nas letras, no desporto… sala.
53
Dezembro

Noite de Natal
Docelinda, com a lanterna na mão, des-
ceu à povoação.
A igreja estava cheia, com toda a gente da
aldeia.
– Parece que estou no céu! Nunca vi
coisa mais linda!
– Então faça como eu: cante também,
Docelinda – disse-lhe a Estrela em segredo.
– Eu?! Tenho vergonha. E medo. Porque
estou desafinada.
– Experimente, não custa nada.
E a Docelinda cantou.
Por fim, a missa acabou. Todo o povo no
portal desejava boas-festas:
– Feliz e santo Natal!
– Boas festas, Docelinda. Ainda bem que
está presente. Não quer ir à nossa casa para
consoar com a gente? – convidou a tia
Aurora. – Venha provar as filhós.
A Docelinda hesitava.
– Vá… aceite.
Foi uma ceia feliz, com todos à volta dela:
– Coma agora um bocadinho de arroz-
-doce com canela.
– Oferece-lhe pinhões.
– E um copo de vinho fino?
– Já provou dos coscorões?
– Vossemecês são tão bons – dizia ela,
acanhada. – Têm tanta gentileza… Não
quero mais nada, obrigada.
– A gente tem muito gosto em sentá-la à
nossa mesa.
Maria Isabel Mendonça Soares

54
Quem somos nós

Ler e Compreender

1 Faz a leitura dramatizada do texto – narrador, Docelinda, Estrela, Aurora.

2 Escreve as perguntas.

P.:
R.: A história passa-se na noite de Natal.

P.:
R.: Convidaram Docelinda para a consoada.

P.:
R.: Havia filhós, arroz-doce, pinhões, vinho fino e outros mimos.
55
Dezembro

O Natal nos Açores


Nas ilhas, logo no dia um de Dezembro, o sino do pequeno
convento de Santa Bárbara põe-se, à tardinha, a repicar festiva-
mente. É o primeiro sinal de Natal.
Nas lojas surgem à venda os bonecos regionais do presépio.
Ao cair da noite, grupos de rapazes e raparigas cantam alegre-
mente, avivando a lembrança do Natal, já próximo.
Segue-se o armar do presépio, a um canto da sala: lá está a
igreja ao alto, com casas, moinhos, pontes, riachos e charcos de
espelho e uma colecção dos mais variados bonecos nas mais
diversas ocupações da vida da aldeia. Ali há de tudo, desde as
mulheres de capote e capelo a caminho da igreja, até aos grupos
de foliões, mulheres que vêm da fonte e as que trazem presentes
de galinhas, queijos e ovos, lavadeiras, animais, homens na labuta
da vida, padres, soldados, camponeses de carapuças antigas…
Na gruta, Nossa Senhora e S. José sorriem para o Menino, deitado
nas palhas entre a mula e a vaca, enquanto os anjos desdobram a
fita de louvor a Deus nas alturas e de paz aos homens na Terra.
Armando Cortes-Rodrigues

56
Ler e Compreender As Palavras

1 Liga o que se relaciona de acordo com o texto. 1 Sublinha, na frase seguinte, as


palavras terminadas em esa ou
O tocar do sino • • a igreja, casas, moinhos, eza, a cores diferentes.
bonecos…
Nesta região portuguesa
Dentro da gruta • • vendem-se bonecos
fazem-se presépios cheios
do presépio.
de beleza.
Nas lojas das ilhas • • estão as figuras do
Menino e seus pais, a
vaca e o burro. 2 Completa com esa ou eza.

Pode ver-se • • e r a o p r i m e i ro s i n a l campon


no presépio do Natal.
trist
espert
A Frase e o Texto
desp
1 Lê o poema.

O Menino adormeceu
3 Substitui as palavras sublinha-
(Fala S. José) das por outras com o mesmo
significado.
O Menino adormeceu
a rir, nas dobras do linho. O sino repica festivamente.
É um cordeirinho manso
cor-de-rosa e redondinho.
Descansa também, Maria,
que eu velo por vós os dois.
Não se ouve já nem um toque
da campainha dos bois.
Os homens labutam nos
Nem um suspiro de feno,
nem rumor de algodão, campos.
porque até a própria noite
se pôs a dormir no chão.
Maria Natália Miranda

2 Assinala os grupos da frase como no exemplo.

O Menino / adormeceu / nas dobras do linho.


Maria descansava ao lado do Menino.
A noite deitou-se no chão.

3 Descreve o presépio da escola ou o que costumas fazer em


casa.
57
Dezembro

Os três Reis Magos


Já os três Reis Magos vão chegando
à lapinha de Belém,
a adorar o Deus Menino
que Nossa Senhora tem.

Com muitas graças


aqui viemos,
as Boas-Festas
lhes cantaremos.

Os três Reis, como eram santos,


uma estrela os guiou.
Em cima de uma cabana
a estrela se pousou.

Com muitas graças


aqui viemos,
as Boas-Festas
lhes cantaremos.

A cabana era pequena,


não cabiam todos três.
Adoravam o Menino
cada um por sua vez.

Com muitas graças


aqui viemos,
as Boas-Festas
lhes cantaremos.
Tradicional

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Ler e Compreender As Palavras

1 Assinala correctamente de acordo com texto. 1 Lê o texto seguinte e memo-


riza-o para recitares no Natal.
à lapinha.
Os três reis chegam Presépio
à serra.
Que poema tão lindo
Para saber de cor!
Um menino sorrindo
pelo sol. Como uma flor.
Os Magos guiavam-se
pela estrela. E a vaquinha mais o
Jumentinho
Doce humildade!
numa casa. A dar alento
A estrela pousou À Imensidade.
numa cabana. Maria Alzira Machado,
Natalinho

larga.
2 Escreve outras palavras com os
A cabana era grupos fl, tl, bl e cl.
pequena.
flor

A Frase e o Texto

1 Coloca os sinais de pontuação adequados ( . , : ! ? ).


3 Completa com palavras do
texto.
– Este pequeno poema é lindo
Monossílabos
que
– Já o tinhas lido Onde

Dissílabos
– A última quadra diz assim A vaquinha mais o saber
jumentinho, muito humildes, dão alento ao Deus
Menino

Polissílabos
jumentinho

59
Dezembro

Xiquiqui, o esquimó
Xiquiqui é um esquimó
Nasceu na terra da neve
No seu pequeno trenó
Corre leve, leve, leve.

Puxado a oito cãezinhos,


O trenó do Xiquiqui
Faz ouvir os seus guizinhos
Cli, cli, cli, cli, cli, cli.

Dizem que é seis meses dia


Na terra do Xiquiqui
E há um sol de magia
Diferente do sol daqui.

Tem fato e gorro de pele


Que lhe fica tão bem
E porque na terra dele
Faz muito frio também.

Há focas e pinguins,
Que são animais amigos,
Mas também ursos ruins
E tidos por inimigos.

À ceia, junto à lareira,


Onde a família se aquece,
A avó canta de maneira
Que o Xiquiqui adormece.

Xiquiqui adormeceu
Embalado pela avó
E sonha que vai prò céu
Montado no seu trenó.
João Dias

60
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Escreve os acentos nas palavras


do texto.
O Xiquiqui é um que nasceu numa
terra onde há muita . Ele viaja esquimo a ceia
treno tambem
num puxado por
ha ceu
que usam guizos ao pescoço.
Nessa terra o é diferente do daqui e há 2 Escreve as outras rimas do texto.
de dia. É bastante frio e por isso
esquimó trenó
ele usa e de pele. Há lá
neve
animais como: ,
cãezinhos
e .
dia
2 Conversa com crianças da escola ou da comunidade que
pertencem a outras culturas.
Participa num cartaz colectivo com textos e desenhos 3 Escreve o plural dos nomes dos
sobre as diferentes culturas. animais.

Singular Plural

A Frase e o Texto cão


pinguim
1 Completa.
urso
Antes o esquimó andava a pescar.
Agora 4 Escreve palavras da família de:

Depois
neve

dia

2 Reconta o texto em prosa.

61
Janeiro

Os meses do Inverno
O Outono já se tinha ido embora com as
suas chuvinhas mansas e tardes de sol dourado.
Um dia levantou-se forte ventania que foi
bater à porta do tempo.

– Quem é que bate e sopra com tal força? –


perguntou lá de dentro o mês de Dezembro.
– Sou eu, o Vento do Inverno – respondeu
uma voz de trovão. Vou arrancar o resto das
folhas das árvores e trazer as nuvens frias que
darão a neve.Vem comigo a minha irmã Chuva
para alagar as ruas e os campos.
As águas dos rios irão cobrir as margens e
encheremos os depósitos das fontes.
– Pois seja bem-vindo, Senhor Inverno. As
suas águas são muito precisas à Terra.
Abriu-se então o grande portão do tempo e
começou o Inverno. De manhã os campos
acordavam branquinhos da geada. E os pingen-
tes de gelo faziam árvores de Natal nos pinhei-
ros do caminho.
As crianças iam para a escola muito agasalha-
das com os seus casacos grossos, carapuços e
luvas de lã, para resistirem ao frio.
Mas pouco a pouco, os meses foram pas-
sando – Dezembro, Janeiro, Fevereiro…
Também vieram dias de sol, com o ar trans-
parente e o céu muito azul depois das chuva-
das. E abriram camélias de cetim na japoneira
do quintal.
Até que o mês de Março chegou, de braço
dado com a Menina Primavera.
Então, o Inverno, que já tinha perdido o seu
ar carrancudo, despediu-se com muito bons
modos:
– Até ao ano! Até ao ano!
Fátima Lima,
Vou-te Contar, Edições ASA

62
Os seres vivos

Ler e Compreender

1 Liga o que se relaciona de acordo com o texto.

O vento do Inverno • • arrancava as folhas das árvores.


• iam para a escola muito agasalhadas.
As chuvas • • alagavam os campos.
• eram precisas à terra.
As crianças • • usavam luvas e gorros de lã.
• trazia as nuvens frias.
63
Janeiro

As árvores falam

João passou as suas últimas férias numa aldeia dos arredores de


Sintra. Nunca vira tantas árvores juntas… Em Lisboa, conhecia as
do Campo Grande, onde morava, e pouco mais. Por isso se admi-
rou quando um seu companheiro de férias, o Manuel, filho de um
guarda-florestal, lhe disse que as árvores também falavam. Descon-
fiado, o João perguntou:
– Como?
– Escuta – disse o Manuel. – Nunca ouviste falar da comunica-
ção social?
– Já, já ouvi. Nas notícias da rádio, na TV e o meu pai.
– Pois o que é importante é entender a comunicação, mesmo
que não seja feita de palavras.
– Não percebo lá muito bem.
– Eu explico. Vês aquela árvore grande, de copa redonda, com
folhas de verde-acinzentado pelo avesso? Sabes como se chama? É
uma Tília. Presta atenção ao que ela nos comunica: «Aproveitem as
minhas flores para o vosso chá. Dormirão melhor logo à noite.
Olhem que só voltarei a dar-lhes flores na Primavera.»
– É o mesmo chá de tília que a minha avó compra na farmácia?
– Exactamente o mesmo, depois de as flores secarem.
– E aquela além tão alta, que diz ela? – perguntou o João, inte-
ressado.
– Aquela diz o seguinte: «Chamo-me Eucalipto. Se levares para o
teu quarto um dos meus ramos, os mosquitos fogem. Se fizeres a
tua estante de livros, com a madeira do meu tronco, o bicho da
madeira não atacará as tuas estantes.»
Etelvina Lopes de Almeida
64
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Lê o texto «As árvores falam» e


sublinha as palavras com os gru-
Onde foi o João passar as últimas férias? pos ge, ss e rr.

2 Explica por outras palavras as


Quem era o seu companheiro? expressões:

troncos nus
A comunicação só é feita com palavras? Então?

ondulantes pinheirais
Que mensagem nos comunica a tília?

E o eucalipto?

3 Completa como no exemplo.

2 Descreve a ilustração do texto. pinheiral – pinheiros


souto
sobreiral
olival
A Frase e o Texto

1 Completa como no exemplo.


4 Liga as palavras que se relacio-
nam.
O pinheiro dá boa madeira.
Os pinheiros dão boa madeira. Sinónimos
nus • • singelos
A árvore é muito útil.
simples • • ondeante
ondulante • • despidos
A floresta deve ser protegida.
Antónimos
subir • • erguer
2 Faz um catálogo com as árvores da tua região.
Debaixo do desenho de cada espécie escreve o seu nome
nascer • • descer
e a sua utilidade. baixar • • morrer
AVL3 - 5 65
Janeiro

O nosso quintal

A lagartixa diz à Engrácia:


– Como vês, continuo aqui neste quintal que tu não sabes mas
é de muita gente.
– De muita gente?! Essa agora! Como é isso?
A lagartixa não se fez rogada e começou a explicar:
– Vês aquela rã ali na água? Ela diz que o quintal é dela.
Vês aquele caracol no buxo, de pauzinhos ao sol? Diz
que o quintal é dele.
Vês aquele pardal que anda ali com mais dois a debi-
car coisinhas no chão? Diz que o quintal é deles.
Vês este gafanhoto, neste ramo? Ele diz que o quintal
é dele.
Vês estas árvores que vivem aqui há um ror de anos, ainda tu
nem sonhavas nascer? Dizem que o quintal é delas.
Vês estas ervinhas, estes arbustos, estes bichinhos voadores a
brilhar ao sol? Andam regalados no seu quintal.
– Que engraçado! – disse a Engrácia. Nunca tinha reparado
nisso. Julgava que o quintal era só meu e de mais ninguém.
– Se fosse só teu, era uma terra muito triste! – exclamou a
lagartixa.
– Muito triste, porquê?
– Porque nós é que lhe damos vida. Se nos fôssemos todos
embora ao mesmo tempo, não imaginas como tudo isto ficava
seco e sem graça!
Maria Alberta Menéres,
As Aventuras da Engrácia,
Edições ASA
66
Ler e Compreender As Palavras

1 Faz a leitura dramatizada do texto – narrador, Engrácia, 1 Lê o texto seguinte e sublinha as


lagartixa e grupos de companheiros que fazem os gestos. palavras com os grupos nh e ch.

2 Copia do texto as últimas falas de cada personagem. Quatro mil soldados


Ra ta plã ta plã
– quatro mil soldados
vão mecanizados
pela estrada fora.

Sereninha a hora
manhã linda, linda
– mas os quatro mil
marcham indiferentes.

Ra ta plã ta plã
que bonito é!
Mas à volta há flores
e ninguém as vê.
3 Dá a tua opinião sobre as ideias deste texto. Compara
com as dos teus companheiros. Sebastião da Gama,
Campo Aberto

A Frase e o Texto

1 Completa as frases com a pontuação adequada ( , : . ? ).

– Ó Engrácia vês estes bichinhos no quintal –

Vejo vários bichos o caracol o pardal a rã e

o gafanhoto
2 Liga os nomes que se relacio-
2 Escreve um texto sobre a paisagem e os seres vivos que nam.
observas a caminho da escola. Nomes Nomes
comuns colectivos

soldados • • rancho
livros • • exército
barcos • • biblioteca
crianças • • frota
67
Janeiro

Os bichos da maçã
Dentro duma linda e brilhante maçã passava-se um drama
como acontece muitas vezes em palácios de belas fachadas…
Um bicho da maçã – o Filipinho – vivia fechado dentro dela,
triste, prisioneiro.
Mas, Filipinho sabia que fora da maçã havia o sol e o céu,
nuvens e flores, pássaros e outros bichos. Então começou a esca-
var um túnel que o levasse ao exterior da maçã.
Acontecia, porém, que do outro lado da maçã outro bicho – a
Rita – vivia nas mesmas condições. A Rita e o Filipinho não
sabiam um do outro. Cada um deles lá foi escavando até que se
juntaram num instante. E juntos recomeçaram o caminho para o
exterior, unindo os seus esforços. Em breve rompiam uma janeli-
nha na casca lisa da maçã e chegaram à luz! O mundo era belo,
azul, verde, amarelo e vermelho!
Rita e Filipinho viram que moravam numa maçã que fazia
parte de um grupo de muitas outras maçãs penduradas numa
macieira que fazia parte do mundo…
E viram também que o mundo é belo, quando a luz a todos
chega e quando todos trabalham para a luz…
José Sacramento

68
Ler e Compreender As Palavras

1 Ordena os acontecimentos no tempo. 1 Lê o texto seguinte e ilustra-o


com um desenho.
Viram que o mundo é belo quando a luz é para Sublinha as palavras com os
grupos eu, oi, ou e ão.
todos…

Dentro duma linda maçã viviam dois bichinhos. A lagarta


Um dia começaram a escavar um túnel e encon- A lagarta comeu
traram-se. comeu
comera
Juntos recomeçaram o caminho até chegarem à
a polpa doce de uma bela pêra.
luz do sol! Já farta de comer, de digerir,
procura uma fresta para dormir.
E dorme
2 Faz uma banda desenhada, numa folha grande, para
dormirá
contar a história que leste.
dormiria
tanto de noite como em pleno
dia.
A Frase e o Texto
Durante o sono mudou forma e
1 Completa com os tempos verbais para formar frases. cor.
Já não é bicho mas flor.

mudará mudou muda Alice Gomes

Ontem a lagarta de forma.


Hoje a lagarta de forma.
Amanhã a lagarta de forma.

2 Completa como no exemplo.

O Filipinho
maçã
céu
bicho
2 Escreve uma história de animais, passada num pomar, Rita
que apresente um diálogo. pássaro
flor
sol
69
Janeiro

A filha do nosso rei


Esta noite fui à caça,
Lindo canário cacei;
Fui levá-lo de presente
À filha do nosso rei.
A filha do nosso rei
É princesa brasileira;
Mandou-lhe fazer uma gaiola
Da mais brilhante madeira.
Depois da gaiola feita,
Meteu o canário dentro;
Quer de dia, quer de noite,
Era seu divertimento.
O canário adoeceu,
Com uma grande constipação;
Mandaram-lhe formar uma junta
De trinta e um cirurgião.

De trinta e um cirurgião
Nenhum lhe deu com a cura.
Morreu o pobre canário,
Lá vai para sepultura!
Foram chamar o sacristão
Para lhe vir dar os sinais;
Formaram-lhe um acompanhamento
De rouxinóis e pardais.
Morreu o pobre canário,
E lá vai para o deserto.
Diziam as moças todas:
– Inda leva o bico aberto!
J. Leite Vasconcelos,
Romanceiro Português

70
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa e resume o texto em poucas frases. 1 No texto seguinte sublinha as


palavras com h.
Esta noite
Hei-de cantar hei-de rir
Que a tristeza não faz bem
Eu nunca vi a tristeza
Dar de comer a ninguém.
A princesa
Sei um saco de cantigas
e mais uma taleigada.
Mas se as canto hoje todas
amanhã não canto nada.
Popular
O canário adoeceu
2 Forma palavras do texto ante-
rior com as sílabas seguintes:

te tris za

ti can gas
A Frase e o Texto

1 Forma frases com os grupos dados e escreve-as.


ma a nhã
Grupo nominal Grupo verbal

foi caçado na mata.

O canário cantava bem. 3 Completa com nomes do texto


«A filha do nosso rei».
adoeceu de constipação.
Nomes no masculino
canário

Nomes no feminino
gaiola

2 Procura conhecer outro romance popular junto dos mais


velhos. Escreve-o para leres na turma.

71
Janeiro

As cegonhas
No fim de Julho aproxima-se a altura da migração.
Reúnem-se todas as cegonhas das redondezas num certo
prado. Outras cegonhas se lhes juntam, vindas de mais longe.
Finalmente partem. Mas, antes que comece o voo para longe, pai-
ram longo tempo ainda sobre a terra que as acolheu, fazendo
com o bico um barulho continuado, como se fosse um adeus.
África é o fim da viagem. Brancas pernaltas juntam-se ao
bando, cada vez maior. As aves novas voam na frente. Nenhuma
das cegonhas mais velhas lhes mostra o caminho e, apesar disso,
nunca se enganam na direcção.
Em África, a vida das cegonhas decorre completamente dife-
rente da que levaram na Europa. Não constroem nenhum ninho,
nem nos telhados, nem nas árvores. À noite, dormem em peque-
nos grupos junto às ribeiras e, durante o dia, caçam pelo meio
das ervas novas.
Contudo, em Fevereiro, quando começa o Outono africano, as
nossas amigas lembram-se de que têm de mudar outra vez em
direcção ao Norte. Então voltam para onde nasceram, e procu-
ram o seu velho ninho. Mas as cegonhas tornam-se cada vez mais
raras, e ninguém sabe exactamente porquê.
Matilde Rosa Araújo

72
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 No poema, sublinha as palavras


com nh e ch.
Quando é que as cegonhas se preparam para a
migração? Cegonha
A cegonha
que sonha
em terra fria
faz ninho
Que fazem as cegonhas antes de partir? nas chaminés.

Se eu fosse cegonha
também assim faria
e no Inverno poderia
Qual é o destino destas aves? aquecer os pés.
Sidónio Muralha

2 Completa o quadro das esta-


ções do ano.
Como passam a sua vida em África? 1. As aves migradoras regressam
a Portugal.
2. Fazem os ninhos e criam os
filhos.
3. As aves voltam para as terras
quentes.
Quando Fevereiro chega, que fazem as cegonhas?
4. Nesta estação estas aves não
podem viver aqui.
2
V
1 P R I
A Frase e o Texto 4 I

1 Completa com hoje, ontem e amanhã.


3 O T O
as cegonhas partirão para outras
3 Completa como no exemplo.
terras.

as cegonhas partem para outras Singular Plural


terras. cegonha cegonhas

as cegonhas partiram para outras chaminé


terras. terra
pés
2 Escreve um texto sobre as viagens de algumas aves da
sonhos
tua região: cegonhas, andorinhas… Podes imaginar uma
viagem dessas aves e contá-la. ninho
73
Janeiro

O Coelho Branco e o Ouriço-Cacheiro


O Coelho Branco ali deitado ouvia a água
das chuvas correr na montanha, por cima do
tecto da sua casa, e pensava: «Felizmente que
todos os bichos do bosque fizeram tocas
abrigadas, onde a enxurrada não entra…»

Estava ele assim muito satisfeito quando


viu entrar pela lura adentro o Ouriço-
-Cacheiro, encharcado e cheio de frio. Tão
miserável ele vinha, com o nariz a tremer e a
pingar, que o coelho se levantou de um pulo
para o agarrar pelo cachaço (com picos e
tudo…). Levou-o para a sua cama de palhas,
tapou-o com um pano de lã, friccionou-lhe
as patas e as orelhas, e por fim fê-lo engolir
sumo de limão.

Com um tratamento destes, o Ouriço-


-Cacheiro arrebitou o suficiente para contar
o que lhe tinha acontecido. Fora a água das
chuvas que lhe inundara a casa, estragando a
cama de folhas onde ele deveria dormir
todo o Inverno.
– Ai, ajuda-me, Coelho Branco, arranja-me
depressa uma toca nova!
O coelho ia lançar-se à chuva para ajudar
o seu amigo ouriço quando o viu fechar os
olhos e ficar muito quieto, a ressonar.

– Já deve estar a hibernar… – calculou o


Coelho Branco. Com cuidado, levou-o acon-
chegado no pano de lã para o canto mais
escuro da lura, um sítio morno e sossegado,
muito próprio para sonhos felizes.
– Adeus, ouricinho! – disse-lhe ao ouvido.
– Dorme bem, até à próxima Primavera!
Violeta Crespo Figueiredo

74
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Copia o primeiro período do


texto da página 74 e sublinha
Quais são as personagens desta história? as palavras com ch e x.

2 Completa as palavras com x


Que pensas do procedimento do Coelho Branco para (depois de en).
com o seu amigo?

A Frase e o Texto

1 Sublinha no texto, com a mesma cor, cada par de palavras en oval en ada
que rimam.

Está a chover
Está a chover? Não me importo.
Mesmo em casa, sem sair
há tanta coisa engraçada
para a gente se divertir!
Com uma tesoura recorto
papéis brancos ou de cor: en uto en erto
faço um cavalo e um vapor.
Colo tiras de papel
armo uma tenda estupenda.
Pinto quadrados nunca vistos 3 Completa com as qualidades
com tintas e um pincel que os nomes têm no texto.
que a minha tia me deu.
Está a chover? Não te importes tocas – abrigadas
e faz assim como eu.
Maria Isabel Mendonça Soares canto –

2 Destaca as acções das frases dos versos como no exemplo. ouriço –


sítio –
Recorto papéis brancos. recortar
Faço um cavalo e um vapor.
Colo tiras de papel.
Armo uma tenda.
Pinto quadrados.

3 Escreve um texto contando como costumas passar os dias


de chuva em que não tens aulas.
75
Janeiro

À procura do pequeno-almoço

Um gafanhoto muito novinho foi à procura de coisas boas para


o seu pequeno-almoço.
Mas, atrás dele, pulava uma rã verde que também estava com
muita fome.
– Aquele gafanhoto é que me convinha – murmurou a rã.
Não sabia que atrás de si um pato branco esfomeado se prepa-
rava para a engolir.
O pato já abria o seu grande bico quando apareceu uma
raposa que trazia um saco às costas:
– Ah, ah! Não há coisa mais deliciosa ao pequeno-almoço que
pato corado.
Nisto uma explosão se fez ouvir no bosque – Tau! tau! tau!
Era um caçador que disparou três tiros.
Felizmente para a raposa, o caçador errou a pontaria. Então a
raposa desapareceu por entre as árvores. O pato atirou-se ao
charco. A velha rã escondeu-se debaixo de um tronco. E o gafa-
nhoto lá seguiu o seu caminho. Voltou para casa com a barrigui-
nha cheia sem saber que aquele medonho tau! lhe tinha salvo a
vida.
Maria Isabel Mendonça Soares,
Cento e Uma Histórias de Animais

76
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa com os nomes e os desenhos. 1 Lê o texto seguinte e sublinha


as palavras com o grupo inho.

Os sete marujinhos
Sete marujinhos
do país dos Ratos
buscam uma ilha
que não tenha gatos.
ervas rã
– Terra! Terra à vista!
gritou o arrais
e o navio navega
direitinho ao cais.
Mas que vêem eles?
Um gato maltês
que engolia os sete
todos de uma vez.
pato caçador
Fogem os ratinhos
para o alto mar.
2 Lê o texto com atenção e escreve:
Onde é que afinal
vão desembarcar?
a fala da rã
Maria Isabel Mendonça Soares

a fala da raposa
2 Completa como no exemplo.

rato ratão

3 Reconta o texto, a partir de «três tiros», dando-lhe outro gato gatinho


final.
3 Completa com sinho ou zinho.

A Frase e o Texto

1 Copia frases da poesia «Os sete marujinhos» com a pon-


tuação indicada.
Uma pergunta vaso – vasinho mesa –
(?)
Uma exclamação
(!)
2 Escreve uma pequena história que apresente uma cadeia
alimentar. rio – riozinho ilha –
77
Fevereiro

Pirueta e Cambalhota
Pirueta e Cambalhota são dois palhaços de
circo.
Pirueta é finório, Cambalhota é simplório.
Pirueta é sonso, Cambalhota é palonço.
Pirueta tem o fato cheio de brilho, Camba-
lhota é maltrapilho.
Pirueta tem a cara enfarinhada, Camba-
lhota tem a cara pintalgada e a narigueta
encarnada. Pirueta tem a mania das explica-
ções, Cambalhota só faz confusões. Pirueta é
desembaraçado, cambalhota é um tropeço.
Como tudo o que há na vida, são o direito
e o avesso.
Mas sem Pirueta e Cambalhota não há festa
nem risota.
Gosto do Pirueta e da sua sobrancelha
preta porque é um palhaço fino e toca muito
bem violino.
Gosto do Cambalhota mesmo com fatiota
rota e com aquela gaforina porque sabe tocar
saxofone e concertina.
Uma noite no circo, Pirueta ao tocar vio-
lino, fazendo o pino nas costas da cadeira,
zás! Deu um trambolhão. Foi de nariz ao
chão!
E o nariz encarnado, amachucado, inchado!
O bom do Cambalhota correu para lhe
acudir. Escorrega-lhe uma bota… E onde é
que vai cair? Na lata de tinta branca que ser-
viu para pintar o alvo do tiro à seta.
Resultado final da historieta (tomem nota):
ficou o Pirueta com nariz de Cambalhota!
Ficou o Cambalhota com cara de Pirueta!
Maria Isabel Mendonça Soares,
Primeira Aventura no Mundo do Raciocínio

78
A água e as rochas

Ler e Compreender

1 Assinala V (verdadeiro) ou F (falso) de acordo com o texto.

Pirueta e Cambalhota são dois palhaços.


Sem estes palhaços não há festa no circo.
O Pirueta toca muito bem concertina.
Uma noite o Pirueta caiu e o Cambalhota foi acudir.

2 Dá outro título ao texto.

79
Fevereiro

Livro de pedra

Há muitos, muitos anos, ainda os nossos avós não eram nasci-


dos, vivia numa tosca cabana um menino que estudava num livro
de pedra.
(Já vos vejo a franzir a testa em sinal de dúvida, ou então a sor-
rirem, porque sabem que não há livro de pedra.)
Ora nesses tempos ainda não havia papel. Agora podem vocês
perguntar: «Então como estudavam as crianças?» pois era, estuda-
vam num livro de pedra. E como naquele tempo ainda não
sabiam o que era um lápis e muito menos tinham inventado as
canetas e menos ainda as esferográficas e aquelas maravilhosas
pontas de feltro que todos nós hoje usamos, eles escreviam com
uma pedra aguçada noutra pedra lisa.
Agora é que aparece nesta história o menino que estudava
num livro de pedra.
Todos os dias ele carregava com o seu livro que só tinha uma
folha (mas que grande e pesada folha para as suas forças!) e com
o seu bico de pedra, também, com o qual fazia extraordinários
riscos. Às vezes a folha era tão pesada que tinha de ser o pai do
menino a ajudá-lo no transporte do livro até à escola. Esta ficava
na Caverna dos Velhos Sábios. Eram estes que ensinavam os mais
novos.
Garcia Barreto

80
Ler e Compreender As Palavras

1 Liga o que se relaciona de acordo com o texto. 1 Copia a terceira frase do texto
«O livro de pedra» e sublinha
Há muitos anos • • escreviam com uma a palavra iniciada com h.
pedra aguçada.
Nesses tempos • • ficava na caverna
antigos dos Velhos Sábios.
Todos os dias • • um menino estudava
o menino num livro de pedra.
A escola desse • • carregava o seu livro
tempo ajudado pelo pai.

2 Responde.
2 Completa com h e desenha.
Onde vivia o menino?

Como estudava e escrevia?

E tu, que materiais tens para ler e escrever? era ora

A Frase e o Texto

O pássaro da imaginação
Sou o pássaro que canta Sou o pássaro que voa umidade omem
dentro da tua cabeça dentro do teu coração
que canta na tua garganta e do de qualquer pessoa
canta onde lhe apeteça. mesmo as que julgas que não.
3 Escreve um texto sobre os teus
Manuel António Pina
livros de histórias. Se preferires,
resume aquele de que mais gos-
1 Completa como no exemplo. tas.

Sou o pássaro que canta.

Somos os pássaros que cantam.

Eu canto onde me apeteça.

O pássaro voa dentro do coração.

AVL3 - 6 81
Fevereiro

A serra e o mar

O pastor abriu a porta da corte e o rebanho começou a sair.


O som das campainhas e chocalhos voltou a ouvir-se. O gado
andava apressado. Bem sabia que o monte estava à espera com as
giestas e o tojo.
Era a primeira vez que o senhor Fortes acompanhava o reba-
nho. Sentou-se no cimo de um penedo e respirou fundo.
Olhou a toda a volta e exclamou para o pastor:
– Amigo Arnaldo, isto faz-me lembrar o mar!
– O mar?! O mar é como o monte?!
O pastor ficou admirado.
– Não é bem assim… se calhar nunca viste o mar, amigo
Arnaldo?!
– Pois não!…
– Quando ficamos frente ao mar e olhamos só vemos água,
sempre água. No monte a toda a volta encontramos montes,
montes…
– Engraçado!
– À beira-mar corre uma brisa, quase sempre agradável. E no
monte, repara, a brisa cá está a bater no nariz!
– Lá isso é verdade. Quem me dera ver o mar – suspirou o pastor.
António Mota,
As Andanças do Senhor Fortes

82
Ler e Compreender As Palavras

1 Faz a leitura dramatizada do texto – narrador, pastor, 1 Copia do segundo parágrafo do


senhor Fortes. texto «A serra e o mar» as pal-
vras com grupos as, es e os.
2 Descobre as perguntas sobre o texto.

P.:
R.: O gado andava apressado porque sabia que ia
comer giestas e tojo.

P.:
R.: Sentou-se no cimo de um penedo.

P.:
R.: É parecido com o mar porque tem montes a toda
a volta e sente-se uma brisa. 2 Procura no dicionário o signifi-
cado que convém no texto às
3 Assinala outro título adequado ao texto. palavras seguintes:

O pastor e o senhor Fortes corte


O pastor queria ver o mar
Os montes lembram o mar
brisa

A Frase e o Texto
3 Completa com palavras do
1 Lê a quadra e completa as frases com eu, tu, eles e nós. texto.

Violas e cantadores Nomes comuns


Sempre Portugal os teve. porta
Desde o Alentejo de fogo
Até à Estrela de neve.
A. Correia de Oliveira

sempre tivemos muitos contadores.


tocam viola com muita alegria.
Nomes próprios
conheces as serras de Portugal?
já passeei pelos campos do Alentejo.

2 Assinala as frases na forma negativa.


Nome colectivo
Ao pé do mar corre uma brisa.
A paisagem é bela!
O pastor não conhecia o mar.
O mar não é como o monte.
83
Fevereiro

A água e a vida
– Aqui estou, aqui estou!… – canta a
água, na sua vozita meiga, mal sai da fonte
ou da nascente.
– Eu sou a água, a maior riqueza que
esconde o flanco da terra. Sou a vida! Sou
a que rega os teus campos, a seiva das sea-
ras, o sangue que sobe das árvores do teu
pomar, o sumo doce dos frutos que tu
comes. Sou o melhor licor que podes
desejar para matar a tua sede e a dos ani-
mais que te ajudam no trabalho.
Sou a força que move a nora da tua
horta e o moinho de água que te mói o
pão.
– Sou casa onde habitam os peixes que
outros pescam para ti. Sou o caminho dos
grandes e pequenos barcos, que vão de
porto em porto às terras longínquas, bus-
car os produtos necessários à tua vida: os
alimentos, os utensílios, os combustíveis,
os tecidos, os remédios.
A minha força é aproveitada para mover
os motores das fábricas. Sou o banho
fresco do teu corpo e o brinquedo nos
regatos e nas praias, em tempo de calor.
– Sou a beleza dos lagos que enfeitam
os teus jardins e os teus parques. Sou a
fada que sobe nos repuxos, para regalo
dos teus olhos e dos teus ouvidos.
– Sou ainda o calor do teu caldo no
Inverno, sou a limpeza da tua casa e sou,
depois de santificada, a água do teu bap-
tismo.
Ricardo Alberty,
Bonecos de Papel de Cor

84
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Procura no texto palavras ter-


minadas em eza (derivadas de
A água canta mal sai da . E diz: qualidades).

– Eu sou a , sou a vida. Rego os


rico
sou a que sobe nas belo
árvores, o sumo dos . limpo
Sou a força que move a eo .
2 Liga as palavras que se relacio-
Sou a onde habitam os . nam.
Sou o dos barcos. Sou o banho do teu defender • • presa
a beleza dos . despender • • empresa

prender • • defesa

empreender • • despesa
A Frase e o Texto

1 Completa substituindo os nomes do grupo nominal pelos 3 Completa as quadras com pala-
pronomes ela e eles, como no exemplo. vras que rimem.

Grupo Nominal Água

Eu e a minha família / poupamos a água. A água desce da serra


corre do rio para o mar.
Nós / poupamos a água. É um bem tão precioso
que todos devem .
A Maria / poupa a água.
/ poupa a água. Menino, respeita a água
que existe na Natureza.
O Luís e a Zé / poupam a água. Se a água nos faltar
Não há vida nem .
/ poupam a água.

2 Escreve e desenha um cartaz chamando a atenção para


os cuidados a ter com a ÁGUA.

85
Fevereiro

Tão longe!

Depois do jantar e como de costume, a mãe ia mesmo, mesmo a dizer:


– Bem, meninos, são horas…
Mas o Miguel interrompeu:
– Antes de me deitar, gostava de ver as luzinhas no céu…
A mãe foi com ele à janela… Miguel, apontando para o céu:
– Já viu, mãe? Tantas luzinhas!
A mãe pôs-se, também, a olhar o céu.
– São as estrelas!
– Que são estrelas?
A mãe sorriu e fez-lhe uma festa:
– São os candeeiros da noite.
O tempo passou… Já tinha nove anos e gostava muito de ir para o jardim, depois
de jantar, para contar as estrelas. Começava a contar mas nunca chegava ao fim…
Um dia, o pai e a mãe vieram sentar-se à sua beira. O Miguel disse-lhes:
– Já sei que as estrelas não são candeeiros da noite…
Era um sinal de que o Miguel estava a crescer.
O pai perguntou-lhe:
– O que são então?
– Não são candeeiros. Dizem que são sóis, mas… mas eles são tão pequeninos! E
não fazem calor nenhum.
Disse então o pai, aproximando-se dele:
– O Sol parece maior e mais quente, porque está perto de nós.As estrelas pare-
cem mais pequenas, porque estão muito longe. Mas algumas são até maiores do
que o Sol!
António Quadros
86
Ler e Compreender As Palavras

1 Desenha e escreve o nome das personagens que 1 Lê o texto e memoriza a quadra


falam no texto. de que mais gostas.

O Sol a nascer
Olha o Sol a nascer. E tudo em volta
começa lentamente a despertar:
espreguiçam-se as ervinhas pelo chão
ensaia um passarinho o seu trinar.

Olha o Sol a subir: mais do que olhar


é bom sabermos ver e descobrir
como o sorriso da água numa fonte
se pode transformar no nosso rir.
Maria Alberta Menéres

2 Dá outro título ao texto.

A Frase e o Texto

1 Sublinha as palavras da frase que são pronomes.

O Sol é uma estrela. Ele ilumina a Terra.

À noite nós vemos muitas estrelas no céu. Elas bri-


2 Copia do texto «O Sol a nas-
lham muito.
cer» as palavras terminadas
em ar, er e ir.
2 Separa os grupos da frase como no exemplo.

As estrelas do céu / brilham de noite.


O Sol é uma estrela muito brilhante.
A Terra chama-se Planeta Azul.
Ela recebe a luz e o calor do Sol.

3 Faz uma composição sobre o Sol e a sua importância na


vida do nosso planeta Terra.
87
Fevereiro

Quem sou eu?


Nascente, Poente, Norte ou Sul

Se te queres orientar Estou do outro lado


terás de me encontrar. na rosa dos ventos.
Onde o Sol nasce Em frente ao Norte
eu estou presente. é a minha direcção.
Sou o ponto cardeal Adivinha o meu nome:
chamado ou Meridião.
Fátima Lima
E ali mesmo em frente O João, a Joana e Eu,
Edições ASA
para os lados do Mar,
onde o Sol se esconde
para se deitar,
moro eu, o

Encontras-me à esquerda
do Nascente ou Levante,
e indico o caminho
a todo o navegante.
Eu cá sou o
um ponto importante!

88
Ler e Compreender As Palavras

1 Lê e completa o texto com os pontos cardeais que faltam. 1 Lê a quadra e sublinha as pala-
vras terminadas em ul.

Vira
2 Responde.
Vira a Norte, vira a Norte
Qual é o ponto cardeal que o nascer do Sol nos Vira a Norte, vira a Sul
indica? Quando vira o vento a Norte
Logo fica o céu azul!
Popular
E quando o Sol se põe? 2 Completa as palavras com al, el,
il ou ol e ilustra-as.

Qual é o ponto cardeal à tua esquerda, quando te


viras para nascente?

E qual é a direcção do sul?


pap guarda-s

A Frase e o Texto

1 Escreve a frase nos tempos indicados. fun ded

Futuro
3 Separa as sílabas como no
Irei ao Norte visitar a minha família.
exemplo.

Presente norte nor te


ponto
poente
Passado
cardeal
nascente
orientar

2 Escreve um texto sobre um tema à tua escolha.

89
Março

A Primavera a chegar

Um dia a formiga abriu a janela e disse à vizinha:


– Amiga cigarra, canta uma cantiguinha?
A cigarra, que estava a puxar o lustro às asas, estendeu as pati-
nhas e disse: – Bom dia, vizinha, como vai a arrumação da sua
despensa? O Inverno acabou! Agora que já limpou a casa toda
não quer cantar comigo?
Aí, a formiga, que conhecia a história, aquela outra história da
cigarra e da formiga, mas que gostava muito daquela vizinha can-
tadeira, ficou sem saber o que dizer, mas muito tentada. Que
diriam as outras vizinhas, o que pensaria a abelha rainha e o
bicho-de-conta?
Onde é que se viu uma formiga a cantar?
– Cigarra vizinha, acha que podemos mesmo cantar as duas
sem deixar ficar mal o formigueiro?
Mas o Inverno tinha acabado, todo o formigueiro, em fila, se
preparava para um passeio ao sol, e a cigarra, que além de canta-
deira era esperta e muito simpática, respondeu:
– Vizinha formiga, comadrinha, vamos passear, que a seara já
está a pôr flores no cabelo. Não pense mais nessa história da sua
avó, quem sabe se não foi só invenção ou má-língua… foi há
tanto tempo! Vá, vamos ver as roulottes dos caracóis, ali ao sol.
Repare, lá adiante os casulos andam a lançar borboletas. Não
pense mais nessa história, afinal todos sabem que cantar é ofício!

90
Comunicar

Depois a cigarra ensaiou uns passos de dança e com muito


jeito começou a ensinar a formiga a cantar. Como um murmúrio,
a voz da formiga elevou-se no ar ainda fresco da manhã, os
besouros dançaram as suas rodas mais fechadas à volta dos mal-
mequeres amarelos, as abelhas fizeram mel mais doce, porque no
ar havia uma nova canção, a canção da formiga e da cigarra.
De todos os lados, os melros, os verdelhões e os cucos esprei-
taram dos ninhos, deitaram a cabeça de fora e perguntaram alvo-
roçados:
– Que foi? Que foi?
Então o vento, que vinha lá de muito longe, todo despenteado
pelas andorinhas, disse:
– É a Primavera, é a Primavera a chegar!
Leonor Santa-Rita

Ler e Compreender

1 Ordena no tempo os acontecimentos da história.

A formiga tinha receio das críticas dos outros bichos.


Então todos os animais se sentiram mais felizes com a nova canção.
Um dia a cigarra convidou a formiga e ela começou a cantar.

2 Dá outro título ao texto.

91
Março

A fada e a borboleta
Um dia, ao despontar da Primavera, num
maciço de malmequeres campestres, à beira
de um regato, abriu-se uma crisálida escon-
dida, e da crisálida saiu uma linda borbo-
leta, a desdobrar devagarinho as suas asas
brilhantes.
É uma coisa que acontece muitas vezes:
milhões de borboletas acordam, todas as Pri-
maveras, do seu sono de Inverno. Mas o que
nem sempre acontece é aparecerem borboletas
lindas como aquela: as grandes asas finas pareciam
tule bordado a fio de prata e a gotas de orvalho!
E a borboleta, radiante com o sol e a liberdade, pôs-se a
voar sobre o regato. Ora no regato havia uma fadazinha e a
fadazinha do regato estava precisamente a pentear os seus
cabelos, sentada num nenúfar muito branco, quando viu a
borboleta. Primeiro nem percebeu o que era: qualquer coisa
leve, brilhante, fina, que voava!… Ficou de cabecinha no ar,
sentada no meio do nenúfar, a seguir as voltas que cada bor-
boleta dava, radiante com o sol e a liberdade.
– Que maravilha! – exclamou a fadazinha. – Eis ali o
tecido de que eu precisava para o meu vestido de
baile… Nem as pétalas dos lírios amarelos,
nem o musgo macio e verde, nem as flori-
nhas delicadas do miosótis, podiam agra-
dar-me tanto para um vestido de baile
como as asas daquela borboleta! – E a fada-
zinha pôs-se a cismar na maneira de arran-
car à borboleta as suas lindas asas transpa-
rentes. A fadazinha era tonta e estouvada,
tinha uma cabeça leve e pequenina como
uma avelã vazia. Nem sequer pensava que
arrancar as asas à borboleta era destruir-lhe
a liberdade.
Esther de Lemos,
101 Histórias de Animais

92
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Lê o texto e sublinha os nomes


próprios (iniciam-se sempre
Em que época do ano se passa esta história? com maiúscula).

De onde saiu a nova borboleta? A andorinha


Voltei a toda a pressa
Vim cumprir a promessa
Como era esta borboleta? Que no outro ano fiz
De em Março regressar,
Atravessando o mar,
Onde vivia a fadazinha? Ao teu belo país.
Já lá do céu, da altura
Vendo ao longe a brancura
Por que razão ficou a fadazinha tão admirada? Do sol a dar na cal,
E ouvindo a voz dos sinos,
Eu dizia: Meninos,
Depressa, é Portugal!
2 Numa folha grande, faz uma banda desenhada sobre a
história do texto. Cada parágrafo é um quadro. Esther de Lemos

A Frase e o Texto

1 Completa como no exemplo.

Infinitivo do verbo

A andorinha volta a Portugal. voltar


2 Copia da poesia as palavras com
Ela regressa no mês de Março.
ss e sublinha o grupo.
Vem para o nosso belo país.
Vê lá do céu a brancura da cal.
Também ouve os sinos a tocar.

2 Compõe uns lindos versos à Primavera e às andorinhas.


Entra num concurso com os teus companheiros para apu-
rar, por votos, os três primeiros lugares.
93
Março

Dia da Árvore

Os seus ramos, carregados de folhas verdes e apoiados no


tronco forte, erguem-se para o céu num apelo a ninhos. É ali,
apoiadas naqueles ramos, escondidas nas folhas verdes e novas,
que nascem umas vidas a que chamamos pássaros.
As suas raízes estão na terra.
No Inverno, parecem mortas e prontas a ser lareira de pobres.
Na Primavera, porém, enchem-se de uma renda viva de folhas ou
tornam-se enxame de flores e, maternas, dão sombra, perfume e
depois os frutos.
As crianças acolhem-se à sua frescura, sobem-lhes ao cocuruto
à procura da pinha mais rubra das cerejas, fazem aí a malha dos
seus jogos, dançam à sua volta e, como às mais belas e encanta-
das princesas, metem-nas no meio das suas rodinhas.
Luísa Dacosta

94
Ler e Compreender As Palavras

1 Liga o que se relaciona de acordo com o texto. 1 Sublinha na frase, a cores dife-
rentes, as palavras onde se ouve
Os ramos das acolhem-se à frescura r com som forte ou fraco.
• •
árvores das árvores.
Os ramos, carregados de
As suas raízes • metem-nas no meio
• folhas, chamam os pássaros
das rodas.
a fazer ninhos.
As crianças • • erguem-se para o céu.
• estão na terra.
2 Escreve na copa da árvore
2 Completa. palavras derivadas de folha.

O texto está escrito em . Tem


parágrafos.

O primeiro parágrafo tem frases.

A sua autora chama-se .

A Frase e o Texto

1 Copia o primeiro parágrafo do texto e sublinha as pala-


vras como se indica.

nomes – azul
verbos – vermelho
adjectivos – castanho
folhinha
folhagem
folhada
folhear
desfolhar

2 Imagina a continuação da história, escrevendo um diá-


logo entre as crianças e as árvores.

95
Março

Domingo de feira
Nesse caminho de Alcobaça,
nos arredores do Mosteiro,
eu sei que o mercado da praça
dura quase o domingo inteiro.

Na bojuda loiça vidrada,


cada vulto é um desenho novo.
E há alforges nos degraus de escada,
onde palra, mercando, o povo.

Homens vindos de longe, graves


mais que D. Nuno Álvares Pereira,
e mulheres com modos de aves,
andam e gritam pela feira.

Meias roxas, verdes, vermelhas


vão e vêm para cada lado.
O burro sacode as orelhas.
Parece um desenho animado.
Cecília Meireles,
Ou Isto ou Aquilo

96
Ler e Compreender As Palavras

1 Assinala de acordo com a poesia. 1 Lê o texto e sublinha os grupos


mp e mb.
na terça-feira.

O mercado da praça é no domingo. Na loja do Mestre André


no sábado. À loja do Mestre André
O Paulinho Zeferino
Foi comprar um violino
perto de Alcobaça.
Veio depois o Valentim
O mercado realiza-se junto do Mosteiro. Que comprou um cornetim

na praia. E o Policarpo Pombo


Foi à loja e trouxe um bombo.
Maria Isabel M. Soares

os homens.

Andam na feira a comprar os burros.

as muralhas.

A Frase e o Texto

1 Completa como no exemplo.

O Zeferino comprou um violino.

Quem comprou? O Zeferino.


Que comprou? Um violino.

2 Escreve palavras da mesma


O Valentim comprou um cornetim. família de:
Quem comprou? pombo
Que comprou?

O Policarpo Pombo comprou um bombo.


praça
Quem comprou?
Que comprou?

AVL3 - 7 97
Março

O primeiro homem na Lua

«É um passo pequeno para um homem mas um salto gigantesco


para a Humanidade» – disse Neil Armstrong, ao pôr o pé esquerdo
no solo da Lua, no dia 20 de Julho de 1969.
Vinte minutos depois, o seu companheiro, Aldrin, descia do
Águia, o módulo que os tinha conduzido da nave-mãe para a Lua.
Juntos, hastearam no Mar da Tranquilidade a bandeira dos Estados
Unidos. Nesse mesmo lugar, foi colocada uma placa onde se lê esta
bela mensagem de paz:
«Aqui, homens da Terra pisaram a Lua pela primeira vez – Julho,
1969 d. C. Nós viemos em paz por toda a Humanidade.»
Esta viagem, até alguns anos atrás julgada impossível, durou ape-
nas 8 dias.
A nave foi lançada no dia 16 de Julho de 1969 e pousou, triunfante,
de volta à Terra, a 24 do mesmo mês, em pleno Oceano Pacífico.
Regina Moutinho Coelho
98
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Lê o texto «O comboio» e subli-


nha as palavras com os grupos
No dia de de 1969, dois ss e rr.
partiram para a ,
onde chegaram no dia de Julho de .
O comboio
O módulo chamado conduziu-os Pouca terra… pouca terra…
passa campo, passa serra,
desde a até ao solo lunar.
passam casais
Os astronautas deixaram no Mar da e pinhais,
olivedos
esta mensagem:
e penedos,
vinhas, matas, tudo o mais,
eiras,
beiras
e beirais,
trigais,
juncais,
2 Faz com os teus companheiros um debate sobre as via- arvoredos!
gens do Homem no Espaço, depois de consultares livros e Pouca terra,
documentação. pouca terra,
vem de repente uma ponte,
zt - zt,
zt - zt,
A Frase e o Texto
doida,
1 Completa com os pronomes pessoais adequados.
doida
sem parar…
Eu já fiz uma viagem de comboio. – Ziguezague,
já fizeste uma viagem de comboio. ziguezague,
tão depressa,
já fizeram uma viagem de comboio.
que a cabeça
já fizemos uma viagem de comboio.
fica a ziguezaguear…
Graciete Branco,
Comboio na Ponte

2 Liga os nomes comuns e colecti-


vos que se relacionam.

casas • • pinhal
pinheiros • • vinha
oliveiras • • casario
2 Descreve a viagem de que mais gostaste.
videiras • • olivedo
99
Março

Samuel Morse
Samuel Morse era um indivíduo com muito jeito para pintura e
por isso os pais mandaram-no para Londres, a fim de conhecer
todos os segredos da arte.
Anos volvidos, quando regressava ao seu país,América do Norte,
tomou contacto com os últimos desenvolvimentos da Física.
Aquela história da transmissão dos sons a grandes distâncias ficou a
bailar-lhe dentro da cabeça e mais ainda quando o mar se pôs subi-
tamente tempestuoso e o barco em que seguia esteve quase a afun-
dar-se.Ah, se houvesse maneira de chamar socorro, talvez nenhuma
vida ali se perdesse!
Consta que quando chegou a terra já levava o projecto todo
pronto. Não nos esqueçamos de que, naqueles tempos, em meados
do século XIX, eram precisos uns bons pares de dias para atraves-
sar o Atlântico.
Na impossibilidade de transmitir palavras, Morse pensou: «Se eu
transformasse as letras em sinais?» E se bem o pensou, melhor o
fez. Para isso utilizou os pontos e os traços, que se reconheciam
pela velocidade com que se manejava o manípulo.
[…]
Morse escolheu as letras SOS para pedido de socorro por serem
de execução mais fácil, de mais fácil entendimento e percepção
mesmo nas piores condições
de tempo.
Agora, em vez do código
de sons, mandam-se logo as
palavras com todas as indica-
ções indispensáveis: natureza
do perigo, coordenadas,
nome do navio, etc., etc. Lim-
pinho! Enquanto por telé-
grafo se gastavam 20 minutos
a enviar a mensagem, agora
tudo se processa em menos
de um minuto! E sem neces-
sidade de operador especiali-
zado. Até uma criança pode
entrar em acção.
Mário Castrim,
Revista Audácia

100
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Copia as palavras do último


parágrafo com acento gráfico.
Quem inventou o telégrafo?

De onde era este inventor e para onde foi estudar


pintura?

Enquanto atravessava o Atlântico, em que pensava?


2 Procura o significado das

Conseguiu transformar as letras em sinais? seguintes palavras do texto:


transmissão

Como se chama esse código?


subitamente

O que é um SOS?
coordenadas

A Frase e o Texto

1 Sublinha os pronomes que aparecem nas frases.

Samuel Morse era pintor.


Um dia ele inventou o telégrafo.
Nós admiramos muito esta invenção.
Ela salvou muitas vidas em perigo.

CÓDIGO MORSE
a •- j •--- s ••• 1 •---- 3 Com as letras das palavras abaixo
b -••• k -•- t - 2 ••--- indicadas, forma palavras novas
c -•-• l •--•• u ••- 3 •••-- e compara-as com as dos teus
d -•• m -- v •••- 4 ••••- companheiros.
e • n -• w •-- 5 ••••• TELÉGRAFO
f ••-• o --- x -••- 6 -••••
g --• p •--• y -•-- 7 --•••
h •••• q --•- z --•• 8 ---••
i •• r •-• 9 ----•
0 ----- MORSE

2 Utiliza o Código Morse para enviares uma mensagem a


um amigo. Não te esqueças de assinar.
101
Abril

Na Páscoa
– Ovos frescos! Ovos fresquinhos! Quem compra ovos?
Senhor pasteleiro freguês, quantas dúzias quer hoje? Duas?
Três?…
– Nem uma sequer, minha boa mulher.
– Oh! Que admiração! Não os acha bons para fazer folar?
– Não tenho um tostão para os poder comprar…
Coitado, coitado, que pena lhe fez! E a mulher dos ovos lá foi à
procura de novo freguês.
Passou dali a bocado um moleiro com o burro carregado.
– Quer comprar um saco de farinha para os bolos que há-de
amassar?
– Quem me dera a mim! Não me resta nem um pozinho,
assim! Mas a gaveta e a algibeira estão vazias da mesma maneira.
Não há nelas nem um tostão que é moeda bem pequena.
– Pois é pena, senhor. Pois é pena.
Foi-se o moleiro com o
burrinho a trotar, e o paste-
leiro pôs-se a chorar.
– Está a Páscoa a chegar
e nada posso vender a
quem vier comprar! Virão
as meninas para comprar
amêndoas torradas, e vão-se
embora todas desconsola-
das. Virão os meninos per-
guntar se há amêndoas de
licor e eu tenho de dizer-
-lhes: – Não há, não senhor.
Virão mais meninas para
comprar pastilhas e eu a
responder-lhes: – Não há
nada, minhas filhas.

102
Materiais e objectos

As galinhas Pascoinha e Pascoela, que estavam cheias de pena


do pasteleiro, tiveram uma ideia excelente para ele ficar con-
tente!
– Vamos trabalhar para si, senhor pasteleiro! Se não tem
dinheiro para comprar ovos frescos, nem açúcar nem farinha,
terá ovos de açúcar e chocolate da Pascoela e da Pascoinha.
– Não percebo nada! O que é que se passa?
– Passa-lhe a tristeza. Passa-lhe a desgraça. Deixe-nos entrar que
logo verá. Cacaracá! Cacaracá!
– Trabalharam ambas durante todo o dia, o que foi a salvação
da pastelaria.
Maria Isabel Mendonça Soares

Ler e Compreender

1 Escreve o nome de cada personagem que fala no texto.

– Não percebo – Vamos traba- – Ovos frescos! – Quer com-


nada! O que é lhar para si, se- Ovos fresqui- prar um saco
que se passa? nhor pasteleiro! nhos! de farinha?

103
Abril

Sabem o que é uma ideia?

O Serapião Imaginário era tão curioso, que era capaz de perse-


guir uma joaninha só para lhe medir o comprimento das asas e
ficar uma noite inteira a olhar o céu para contar quantas estrelas
mudavam de sítio.
Alguns vizinhos do sábio diziam baixinho uns para os outros:
– É um coca-bichinhos e um cabeça-no-ar!
É claro que estes vizinhos desconheciam que um sábio quer
conhecer cada vez mais o mundo que o rodeia e reconhecer que
o que sabe é do tamanho de uma gota de água e que o que lhe
falta saber é do tamanho do oceano. Depois, tem de ter tantas
ideias na cabeça como se esta fosse do tamanho de um balão de
S. João.
– Sabem o que é uma ideia?
Uma ideia é uma luz que se acende dentro da cabeça. E, quem
a tiver, ficará inundado de entusiasmo e brilhará de alegria por
ter descoberto uma coisa de que ainda ninguém se tinha lem-
brado.
José Vaz,
A Máquina de Fazer Palavras, Porto Editora

104
Ler e Compreender As Palavras

1 Escreve as perguntas para as respostas. 1 Lê e descobre as respostas às


adivinhas
P.:
Quais as vogais que não
entram no alfabeto?
R.: O Serapião Imaginário era muito curioso.
R.:
P.:
Quem eu sou vais adivinhar.
Estou no princípio do mar
R.: Para contar as estrelas que mudavam de sítio. mas não quero nada
P.: com água doce ou salgada.

R.:
R.: Diziam que ele era cabeça-no-ar.
P.:
2 Completa com as consoantes que
faltam nas palavras do texto.
R.: Uma ideia é como uma luz que se acende na cabeça.

A Frase e o Texto
oa i a
1 Completa com os verbos que faltam nas frases.

O saber do tamanho de uma


gota de água. Infinitivo
ser
e e a
O que saber é do faltar
tamanho do oceano. admirar

As pessoas as
novas ideias.
á io

2 Escreve um texto apresentando uma ideia interessante


que já tiveste.

o ea o
105
Abril

O Sol e a sombra
O Zezito tem seis anos; é pequenito, ainda – pois pudera! –
mas já queria ser grande, forte como o pai.
Quando vem da serralharia e aparece à porta, o pai do Zezito,
de tão alto, quase bate com a cabeça em cima…
Há dias, depois do jantar, o Zezito andava sozinho na rua a
brincar, era à tardinha, o Sol ia baixo. E de repente, reparou na
sombra que fazia!
Mas tão grande, tão comprida a sua sombra! Ele nem queria
acreditar no que via – certamente cresci muito! Até olhou à sua
volta a ver se estava mais alguém por ali, não viu ninguém.
Aquela sombra tão alta era a dele, de verdade!
O Zezito não disse nada a ninguém. Dali foi direitinho para a
cama e até lhe custou a adormecer, sempre a lembrar-se daquela
coisa extraordinária – como eu cresci!
No dia seguinte, o menino voltou a brincar na rua, antes da
mãe o chamar para o almoço. Ia o sol alto, era quase meio-dia. O
garoto procurou a sombra – estava ansioso por ver-se alto outra
vez. Mas… a sombra, agora era pequenina, mais pequena do que
o Joãozito da Tia Ana, que ainda mal sabia caminhar.
O Zezito desiludiu-se. Afinal a sombra não falava verdade! Mas
era tão engraçado jogar com a sombra.
Esther de Lemos

106
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Lê o texto «Brincar com a som-


bra» e sublinha as palavras indi-
cadas com s e com o grupo ss.
… tem seis … achou que tinha
eé crescido muito porque Brincar com a sombra
mas queria
Segue-me passo a passo,
. .
Faz tudo quanto eu faço.
Se me estico, ela é alta;
O Zezito… Se me encolho, é baixinha.
… no outro dia voltou Se eu salto, a sombra salta;

mas agora a sombra Se eu ando, ela caminha.


. Se recuo, é um gigante;
Se avanço, é um pigmeu…
Ora atrás, ora adiante…
A minha sombra, e eu…
… um dia à tardinha … descobriu que a
sombra Esther de Lemos

e reparou
. .
2 Escreve outra frase em que a
palavra sublinhada tenha outro
2 Reconta o texto numa banda desenhada com seis qua-
significado.
drados.
A sombra caminha à minha
frente.
A Frase e o Texto

1 Escreve a frase nos tempos indicados.

Presente
O Zezito brinca na rua com a sombra. Se eu salto a minha sombra
salta.
Passado

Futuro

2 Escreve um texto que começe assim:


«Num dia de sol eu brincava na minha rua…»
107
Abril

A panela de ferro e a panela de barro

A panela de ferro, um certo dia,


Ao sair do esfregão da cozinheira,
Mui fresca e luzidia,
Disse à de barro, sua companheira:
– Vamos dar um passeio,
Fazer uma viagem de recreio.
– Iria com prazer, disse a de barro,
Mas sou tão delicada,
Que, se acaso em seixo ou tronco esbarro,
Lá fico esmigalhada.
Acho mais acertado aqui ficar,
Ao cantinho do lar.
Tu, sim, que vais segura
A tua pele tens mais dura.
– Se é só por isso, podes ir comigo;
É medo exagerado o teu: – contudo,
Se houver qualquer perigo,
Serei o teu escudo.
A tal dedicação, a tal carinho,
Não pôde a companheira replicar,
E as duas vão a caminho,
Lá vão nos seus três pés a manquejar.
Mas, ai! não tinham dado quatro passos,
Numa vereda estreita,
Eis que se tocam – e a de barro é feita,
Coitada, em mil pedaços!
Para sócio não busques o mais forte,
Que te arriscas decerto à mesma sorte.
Acácio Antunes

108
Ler e Compreender As Palavras

1 Faz a leitura dramatizada desta história. 1 Lê o texto em verso e copia as


palavras com os grupos dr e tr.
2 Completa de acordo com o texto.

Catrapum!
A panela de ferro…
… saiu do
Um cubo tem seis quadrados:
e convidou quer dizer que tem seis lados,
como os dados.
Com três cubos construí
. um torreão e uma ponte.
Com dez, sabem o que fiz?
Uma torre. Mas, quando pus
mais um…
A panela de barro…
… disse Catrapum!
Maria Isabel Mendonça Soares
mas

e achava mais acertado


2 Escreve os graus dos nomes que
.
faltam.

Grau normal
3 Reconta a história oralmente.
panela

pedaço
A Frase e o Texto

1 Escreve frases com as palavras dadas.


Grau diminutivo

Pergunta panelas história panelinha

Afirmação barro ferro


Grau aumentativo
panelão

Exclamação feita pedaços

2 Conta uma história, inventada por ti, entre um banco da


cozinha e uma cadeira da sala.
109
Abril

As sete cores do Arco-Íris

Dizem que as fadas não existem, mas quando se sonha


nada é impossível…
Assim aconteceu com Ana naquela noite. Adormecera
com uma pergunta nos lábios e, do fundo do seu sono, che-
gou o eco persistente de uma voz (Ana, Ana…) que dizia:

«Eu que tenho uma varinha


e que sei o seu condão,
vou levar-te ao Arco-Íris
dentro do meu coração…»

Ana começou a andar em direcção ao Arco-Íris. E já quase


desanimava, quando foi surpreendida por um aviso:
«Escolher uma só cor e abrir a porta correspondente.»
Deparou então com sete portas – as sete moradas das
cores do Arco-Íris, nas quais pôde ler diferentes inscrições:
Vermelho, País das Flores e dos Frutos Vermelhos.
Laranja, País do Verão e dos Pássaros de Fogo.
Verde,Viagem por rio à Fonte do Verde.
Azul, Cor do Céu ou Mar, viagens-de-ir-e-não-voltar.
Anil, País dos Sonhos Mil.
Violeta, País das Letras e das Violetas.
Maria João Reynaud

110
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Lê o texto.

Com o que sonhou a Ana naquela noite?


O arco-íris
O arco-íris
é uma borboleta gigante
Quem era a personagem que lhe disse ter uma que dá a volta ao mundo
varinha de condão? num instante.
Um pé está por exemplo no
Estoril
e o outro já está no Brasil.
António José Forte
Qual foi o aviso que surpreendeu a menina?

2 Corta a letra que está a mais


em cada palavra do texto.

Qual a cor que tu escolherias? Porquê? barco-íris


borborleta
instiante
Estloril
2 Faz cartazes com as cores do arco-íris e dramatiza o texto Brassil
com os teus companheiros.

3 Assinala o significado que têm


A Frase e o Texto no texto em prosa as palavras:

1 Liga correctamente e sublinha os verbos.


esperto
persistente
A Ana • • eram as moradas das cores. constante
A fada • • recebeu um aviso.
dom
As portas • • levou a Ana ao Arco-Íris. condão
beleza

2 Risca a palavra que não pertence a cada uma das frases.

A cor vermelha é do País das abrir Flores.


O amarelo é são o País dos Girassóis.
O verde viaja pelo rio até à estas fonte.

3 Descreve um arco-íris que já tenhas admirado e as tuas


impressões sobre este fenómeno da luz do Sol.
111
Abril

A equipa dos Minhaus


A equipa dos Minhaus
é a melhor
e ninguém a bate.
Mas como são distraídos
às vezes fazem disparate.

O gato Bitolas é o lançador


do peso, do disco ou de seja o que for.
Mas como é distraído,
há que ter cuidado
não vá ele atirar
quem estiver mesmo ao lado.

O Quincas Minhau é o das corridas,


sejam elas curtas ou então compridas.
Mas como é distraído,
às vezes não chega a ver
que a corrida acabou
e continua a correr.
José Barata Moura,
O Capitão Tão Balão

112
Ler e Compreender As Palavras

1 Assinala V (verdadeiro) ou F (falso) de acordo com o 1 Sublinha as palavras com o


texto. grupo qu.

A equipa dos Minhaus é a melhor. A equipa dos Minhaus é muito


O gato Bitolas é lançador de disco e peso. distraída.
Quem estiver ao seu lado tem
O Quincas é corredor mas muito distraído.
de estar com atenção.
Os gatos Minhaus são muito atentos.

2 Copia do texto as palavras que


2 Completa. rimam com:

Este texto é uma . bate

Está escrita em . lançador


cuidado
É composta por grupos de versos.
corridas
O seu autor é .

3 Desenha de acordo com as


legendas.
A Frase e o Texto

1 Completa como no exemplo.

O gato atirava o peso ou disco.


Tu
gato gatinho
Nós
Eles

gatão

4 Completa com nomes comuns


do texto.
o
as

2 Escreve um texto sobre as habilidades do teu gato ou de os


outro animal de estimação. a
AVL3 - 8 113
Maio

A Mãe

– Mãe, quero ir passear, quero saltar


Apanhar rosas, ver correr os rios
Aborreço-me aqui, tenho os pés frios
Quero sair, quero comprar balões.
– Hoje não sai, cale-se já, menino
Que maçador, teimoso, mau, rabino.
– Mãe, leva-me a passear
Vou-me vestir! Vou buscar à gaveta os meus cal-
ções
Quero ver os peixinhos encarnados nos lagos a
brilhar
Muito calados com a água a dormir…
Quero sair!
– A mãe tem que fazer. Estude a tabuada.
Não diga nada! Faça por aprender.
– Oh, mãe! Eu quero sair.
……

114
Conhecer o meio

– Filhinho, meu amor, sentes-te mal?


Vem dar uma voltinha no quintal.
Quero ver-te cantar, ver-te sorrir
Os botões da roseira estão a florir…
Não podes, meu amor, estás tão quente!
O meu rico menino está doente!
Deixa! Não olhes mais a tabuada!
Descansa a cabecinha na almofada
Quero ver-te brincar, dançar às rodas…
Melhora, meu amor, com os meus afagos
Depois levo-te a ver
Peixinhos encarnados, borboletas…
……
E o coração das mães
É todo assim!!!
Graciete Branco,
Bazar dos Brinquedos

Ler e Compreender

1 Completa.

Esta poesia é dedicada à , ao seu bondoso cheio de


amor pelos .
Primeiro o menino não queria . Queria antes para
, mas a mãe mandava-o .
Depois o parecia doente e então a mãe
.
115
Maio

Uma para cada pessoa


Era uma ár vore
diferente de todas as
árvores. Não dava maçãs.
Não dava laranjas. Não dava
cerejas. Dava estrelas.
Estrelas azuis, douradas, ver-
des, vermelhas, prateadas. Para as
apanhar não era preciso trepar à
ár vore, nem encostar-lhe uma
escada ao tronco.
Todas as manhãs a árvore sacudia os
ramos, e as estrelas caíam no chão para
quem as quisesse.
Havia pessoas, que, vendo-as tão lindas,
apanhavam-nas e iam para casa muito ale-
gres com as algibeiras cheias de estrelas. Mas
havia também gente apressada que passava ao
volante do seu automóvel e nem as via.
Como havia gente que andava a pé mas nem
olhava para o alto nem olhava para o chão, só
olhava para dentro, e por isso também não reparava
nelas. E havia outras que se divertiam a fazer pontaria
às estrelas; quando lhes acertavam, as estrelas apagavam-
-se como um gritinho de cristal partido. Que pena!
Mas o vento pegava nas que ficavam esquecidas, e
levava-as consigo pelos ares fora. E atirava-as para dentro
das casas através das janelas abertas. Deitava-as pela cha-
miné das casas que tinham as janelas fechadas. Ou dei-
xava-as dependuradas numa beirinha do telhado onde
ficavam a baloiçar como sinos pequeninos.
E as pessoas que tinham enchido as algibeiras de estre-
las, repartiam-nas com os vizinhos distraídos e apressados.
Isto, todos os dias. Sempre. Porque a árvore das estre-
las dava tantas que chegavam para todos.
Até ao dia em que cada pessoa do mundo tivesse
a sua estrela.
Então o mundo seria feliz.
Maria Isabel Mendonça Soares

116
Ler e Compreender As Palavras

1 Ordena os acontecimentos no tempo. 1 Sublinha nas frases as palavras


terminadas em az, ez e iz.
Todas as manhãs caíam estrelas no chão.
Era uma vez uma árvore que
Havia uma árvore que dava estrelas. dava estrelas.

Havia pessoas que as apanhavam e outras que As estrelas davam a todos


não. muita paz e alegria.

O vento atirava as estrelas para os telhados das E por fim todo o mundo ficou
casas. feliz.

Até que um dia cada pessoa tinha a sua estrela.

Quem tinha muitas dava também aos vizinhos. 2 Completa as palavras com az,
ez, iz, oz ou uz.

A Frase e o Texto

1 Lê o texto, sublinha os verbos de cada verso e completa. rap fer g

Eu não sei que tem o Sol! saber / ter


Desde Maio, manhãzinha
Não mais sai do meu beiral
Como se fora andorinha. cap F

A. Correia de Oliveira
3 Completa com nomes do texto.

2 Completa.
a árvore
Eu não sei que tem o Sol! o
Tu as

Nós os
a
3 Faz um resumo do texto em prosa. o
as estrelas
os
117
Maio

A mesa

As mesas sempre tiveram qua- Foi a irmã mais nova que, um


tro pernas e davam-se muito bem dia, sem mais nem menos, ao vol-
com o sistema. tar da escola, apareceu sem
Mas os tempos são outros. nenhuma perna.
Tudo quer ser melhor, tudo A questão é que se mantinha de
quer ser diferente. pé e fazia o ser viço como as
Certa mesa pôs a quarta perna outras.
fora e ficou só com três. – Olha lá – perguntei-lhe eu. –
As velhas mesas riram-se mas Como é que estás de pé sem teres
não disseram nada. Vai outra mesa pés?
e disse com os seus botões: Ela piscou-me o olho:
– Quem pode viver sem uma – É segredo. As velhotas estão
perna pode viver sem duas. E até, danadas…
bem vistas as coisas, uma perna – Diz lá…
pode ser o bastante. As velhas – Juras que não dizes a nin-
agora foram aos arames. guém?
– Parece impossível, tantos – Juro.
modernismos! E disse-me.
– Isto é uma mesa do Coliseu! Claro que vocês também gosta-
– Já não há respeito, não há vam de saber. Mas paciência.
nada! segredo é segredo.
Pois sim. O pior ainda estava Mário Castrim
para acontecer.
118
Ler e Compreender As Palavras

1 Faz a leitura dramatizada do texto com os teus compa- 1 Copia o último período do
nheiros. texto e sublinha as palavras
com acento gráfico.
2 Responde.

No princípio quantas pernas tinha uma mesa?

O que é que certa mesa fez um dia?

Que fizeram as velhas mesas perante esta mudança?

2 Completa com nome ou adjec-


E quando uma mesa ficou só com uma perna, quais
tivo.
foram as críticas?
As velhas mesas foram aos
arames.
Que segredo teria dito ao autor a mesa sem pernas?

As velhas estavam zangadas.

Os meninos curiosos queriam


A Frase e o Texto saber o segredo.

1 Completa as frases, mudando o grupo móvel de posição.


Os curiosos procuram conhe-
cer novidades.
Ao voltar da escola a mesa apareceu sem pernas.

A mesa apareceu
3 Explica por outras palavras as
sem pernas.
seguintes expressões do texto:

ao voltar da foram aos arames


escola.

2 Escreve um texto sobre uma história engraçada que


davam-se bem com o sistema
conheças ou então inventa uma.

119
Maio

O Grande Hotel
Eu não sei ao certo, mas suspeito que, em tempo de férias, os
bichos do Jardim Zoológico também não ficam em casa. Se não é
tal e qual assim, podia bem ser, o que vai quase dar ao mesmo…
O hipopótamo, por exemplo, decidiu-se por um hotel simpático
e com piscina. Indispensável a piscina, já se vê!
– Não quero o meu quarto num dos últimos andares – recomen-
dou ele ao recepcionista do hotel. – É que eu costumo ter algumas
dificuldades com os elevadores.
– Mas Vossa Excelência pode, sem desprimor, utilizar o monta-
-cargas, muito mais amplo e resistente – observou-lhe o recepcio-
nista, sempre atencioso.
– A propósito de resistência – lembrou o hipopótamo. – Quero
uma cama de casal para pessoa só.
– Perfeitamente – registou o recepcionista, sempre atencioso. –
E Vossa Excelência toma o pequeno-almoço no quarto?
– Nunca tomo pequenos-almoços – respondeu-lhe o hipopó-
tamo. – Só grandes-almoços. Exclusivamente saladas…
O recepcionista, sempre atencioso, anotou mais esta recomenda-
ção.
António Torrado,
Da Rua do Ouvidor para a Rua do Contador, Desabrochar

120
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa. 1 Sublinha, na frase, as palavras


com x.
em prosa.
Sua Excelência o Hipopó-
Este texto está escrito em teatro.
tamo comia exclusivamente
em verso.
saladas, por exemplo: de
hortaliça, de alface, etc.
uma carta.
Este texto é uma notícia.
uma história.
2 Completa com as palavras que
2 Assinala V (verdadeiro), F (falso) ou T (talvez). apresentam outros sons de x.

Os bichos do Jardim Zoológico também vão de


férias.
O hipopótamo foi para um hotel com piscina.
Ele gostava do quarto no último andar.
Este hóspede gostava muito de saladas.
x-x x-z

A Frase e o Texto

1 Risca a frase que não pertence ao texto.

Domingo
Naquele domingo de Primavera, Cristina foi com os tóxico explicação
pais ao Jardim Zoológico. x-cs x-is
Eu gosto muito de pudim de laranja.
Durante três horas nunca parou, mas não se sentia
cansada.
Não sabia que mais admirar, se os grandes animais, se
as lindas aves, se a alegria dos macacos nas suas traves-
suras.
Estava maravilhada e queria saber tudo acerca daque-
les animais tão diferentes e interessantes. máxima
x-ss
Jorge Terra

2 Escreve um texto sobre os animais, a sua variedade,


modos de vida, serviços que prestam…
121
Maio

O velho, o rapaz e o burro


Um velho, um rapaz e um burro na estrada
Em fila indiana os três caminhavam.

Passou uma velha e pôs-se a troçar:


– O burro vai leve e sem se cansar!

O velho então pra não ser mais troçado,


Resolve no burro ir ele montado.

Chegou uma moça e pôs-se a dizer:


– Ai, coisa feia! Que triste que é ver!

O velho no burro, enquanto o rapaz,


Pequeno e cansado, a pé vai atrás!

O velho desceu e o filho montou.


Mas logo na estrada alguém lhes gritou:

– Bem se vê que o mundo está transtornado!


O pai vai a pé e o filho montado!

O velho parou, pensou e depois


Em cima do burro montaram os dois.

Assim pela estrada seguiram os três.


Mas ouvem ralhar pela quarta vez:

– Um rapaz já grande e um velho casmurro


São cargas de mais no lombo de um burro!

Então o velhote seu filho fitou


E com tais palavras, sério, falou:

– Aprende, rapaz, a não te importar,


Se a boca do mundo de ti murmurar.
Sophia de Mello Breyner Andresen

122
Ler e Compreender As Palavras

1 Risca as frases que não estão de acordo com o texto. 1 Copia dos seis primeiros versos
palavras com os grupos:
Um velho, um rapaz e um burro iam de viagem.
O velho resolveu montar no burro. lh

A moça disse que o rapaz ia cansado. az

Na estrada alguém dançou de alegria. ês

O velho disse ao filho que não se importasse com as rr


críticas. ça

A Frase e o Texto 2 Completa como no exemplo.

1 Escreve o texto seguinte em forma de quadra e ilustra-o.


o velho pai
O mar também é casado, o mar também tem filhi-
boca velha
nhos. É casado com a areia e os filhos são os peixi-
nhos. rapaz lombo

moça filho

burro estrada

2 Conta esta história popular num texto em prosa e dá a


tua opinião sobre ela.
123
Maio

Chapéus há muitos
O menino precisava de um chapéu novo. O que tinha, de
palha fina, já lhe estava apertado. A mãe do menino queria
comprar-lhe outro igual no feitio, mas maior.
– Compra-lhe antes um boné – lembrou o pai. – Um boné à
rapaz, de pala larga, como eu usei na idade dele.
– Nada disso – contrapôs o avô. – Compra-lhe antes uma
boina basca. São muito práticas e, quando não a queremos
usar, metemos na algibeira. Eu tive uma assim…
– E se lhe comprassem um chapelinho à tirolês… – propôs
o padrinho. – Quando estive na Alemanha vi lá uns muito
engraçados, que os miúdos usavam, com uma peninha muito
jeitosa… Ia ficar-lhe muito bem.
– Que disparate – zangou-se o tio. – A criança é portuguesa
e não tirolesa. Ou tu, que és tão viajado, também recomen-
das aos miúdos alemães barretes de campinos?
– O meu neto com barrete de campino? – assustou-se
a avó, que ouvia mal. – Nem por sonhos admito uma
coisa dessas.
Ainda se fosse um chapelinho à marinheiro…
– O melhor é darem-lhe um capacete de astronauta
– lembrou, a rir, o irmão mais velho.
– Ou um capacete de corredor de automó-
veis – prosseguiu, também a rir, o amigo do
irmão mais velho. – Quando andasse de
triciclo e caísse, já não se magoava…
António Torrado,
Da Rua do Contador para a Rua do Ouvidor,
Desabrochar

124
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Lê as quadras populares e subli-


nha as palavras com acento grá-
fico.
… de um chapéu de … de um boné de
palha fina – dizia a pala dizia
mãe. O meu chapéu
.
O meu chapéu tem três bicos
… de uma boina Tem três bicos o meu chapéu.
basca Se não tivesse três bicos
O menino
precisava… O chapéu não era meu.
.
Eu comprei um chapéu novo
… de um chapéu à Para ir a passear.
tirolês O chapéu vai-se rompendo
Vai-se o passeio acabar.
.

… de

dizia a avó.

… de … de um capacete
dizia de
o amigo do irmão. dizia o irmão.

A Frase e o Texto

1 Completa como no exemplo. 2 Liga correctamente.

Nós comprámos um chapéu novo. chapéu • • palavra


compraste com acento
circunflexo
comprastes
compraram três • • palavra com
acento grave
2 Escreve o primeiro parágrafo do texto com os verbos no
tempo presente. não • • palavra com
O menino precisa de acento agudo

à• • palavra
com til

125
Maio

Balancé
Sim, não, sim, não
Esquerda, direita, no cimo, no chão

Sim, não, sim, não


Grande, pequeno, gigante e anão

Sim, não, sim, não


O Sol e a noite, a luz e carvão

Sim, não, sim, não


Aqui, acolá, no cimo, no chão

Sim, não, sim, não


Menino risonho, menino chorão

Sim, não, sim, não


Aqueles que tiram, aqueles que dão

Sim, não, sim, não


Uns comem tudo, outros sem pão

Sim, não, sim, não


Burrinho a trotar e um foguetão

Sim, não, sim, não


Castelo no ar e o vento Suão

Sim, não, sim, não


Duzentos à hora, carrinhos de mão

Sim, não, sim, não


O rio Nabão, a Serra Marão

Sim, não, sim, não


Pára o balancé, dá-me a tua mão
Vamos acabar com esta confusão.
Patrícia Joyce

126
Ler e Compreender As Palavras

1 Liga o que se relaciona de acordo com o texto. 1 Sublinha a sílaba tónica nas
palavras.
sim • • acolá
aqui • • no chão balancé
no cimo • • não esquerda
direita
rio Nabão • • a noite
aqueles
castelo no ar • • Serra Marão
foguetão
o Sol • • vento Suão

2 Classifica as palavras, quanto à


A Frase e o Texto sílaba tónica, como esdrúxulas,
graves ou agudas.
1 Lê o texto e conta os perío-
dos que o compõem. carvão palavra aguda
menino
Os dois gatos acolá

O gato Pimpão é um gato de caça. Mas tem um remédio


parente, o gato Angorá, que é um gato de raça. foguetão
O gato Pimpão come o que calha, o que tira ou
lhe dão, quase sempre no chão. noite
O gato Angorá comida não tira, tem sempre bom
leite, guisado ou caldinho num lindo pratinho.
3 Procura no texto as palavras
Marina Algarvia
antónimas e escreve-as no lugar
certo.
2 Escreve frases com os grupos dados.
grande
GN GV
gigante
O gato de caça
come no chão. risonho
O gato Pimpão

GN GV
não tira comida.
O gato de raça
bebe bom leite.

127
Maio

Adivinhas
Minha roupa tem cor garrida.
Meu corpo é delgado e duro.
Minha alma é preta,
ou azul, ou verde, ou amarela…
e dentro está escondida.
Toda a gente me pode ter,
mas só bem afiado
estou pronto a escrever.

Solução

Qual é a coisa
qual é ela
que mesmo dentro da casa
está sempre fora dela?

Solução

Sou longa e fininha


E sirvo para costurar.
Sei coser e bordar
Basta enfiar-me uma linha.
Quem é que adivinha?

Solução

128
Ler e Compreender As Palavras

1 Escreve a solução de cada adivinha depois de observares 1 Copia da primeira adivinha


os desenhos. palavras com os grupos:

2 Inventa tu uma adivinha e escreve-a. r (no início da palavra)


Podes participar num concurso de adivinhas com os teus
companheiros.
rr

r (entre vogais)

2 Completa os quadros com pala-


vras do texto.

Palavras graves

A Frase e o Texto

1 Inventa os grupos para formar frases e escreve-as.

Palavras agudas
Grupo do nome Grupo do verbo
tem alma preta ou de cor.

O corpo dele

precisa de ser afiado.

serve para costurar.

2 Procura conhecer outras adivinhas. Escreve-as e ilustra-as


para o Livro de Adivinhas da tua turma.
AVL3 - 9 129
Maio

O desejo de Isabel
Aos sete anos, logo que tinha aprendido a ler, Isabel tinha lido a his-
tória da Branca de Neve e dos Sete Anões. Pensava muitas vezes nessa
história. Parecia-lhe que viver entre anões devia ser uma coisa maravi-
lhosa. Imaginava as casas dos anões, os seus palácios enterrados na
terra como luras dos coelhos ou escondidos em lugares solitários,
dentro do tronco das árvores.
Queria ver um anão – pediu ela à sua empregada, Mariana.
– Não há anões: isso são histórias que vêm nos livros – respondeu
Mariana.
Mas Isabel não acreditou. Durante meses procurou os anões entre
as pedras e as plantas e as ervas do parque. Mas nunca encontrou
nenhum. Por isso acabou por se convencer que Mariana tinha razão.
Mas agora, em frente das raízes de um velho tronco, pensava:
– É pena não haver anões. Podia-se fazer aqui uma casa óptima para
anões.
E tendo meditado alguns momentos resolveu fazer ali uma casa
pequenina e imaginar que os anões viriam morar ali nela.
Sophia de Mello Breyner Andresen,
A Floresta

130
Ler e Compreender As Palavras

1 Ordena os acontecimentos do texto. 1 Completa os quadros como no


exemplo.
A menina resolveu fazer uma casinha para os ão ãos
anões. cidadão cidadãos

Isabel pensava que era pena não haver anões. grão

Isabel aos sete anos leu a história da Branca de ão ães


Neve e os Sete Anões. pão
cão
A empregada, Mariana, disse-lhe que não havia
anões. ão ões
anões
razão
2 Responde.

2 Completa com palavras esdrú-


Como é que Isabel imaginava a casa dos anões?
xulas do primeiro parágrafo.

Onde pensou fazer a casinha para os anões?

P
A

H
A Frase e o Texto

1 Sublinha nas frases os grupos móveis.

A Branca de Neve vivia na floresta.

Todos os dias, os anões iam trabalhar.

A Menina, com cuidado, arrumava a casinha. 3 Completa com nomes próprios


e comuns do texto.

A gostava
2 Faz o resumo da história da Branca de Neve ou de outro
muito de ler
conto que conheças.
.

A não acredi-
tava em .
131
Junho

Dia da Criança
Meninos de todas as cores
Era uma vez um menino branco chamado
Miguel, que vivia numa terra de meninos bran-
cos e dizia:

É bom ser branco


porque é branco o açúcar, tão doce,
porque é branco o leite, tão saboroso,
porque é branca a neve, tão linda.

Mas certo dia o menino partiu numa grande


viagem e chegou a uma terra onde todos os
meninos eram amarelos. Arranjou uma amiga
chamada Flor de Lótus, que, como todos os
meninos amarelos, dizia:

É bom ser amarelo


porque é amarelo o Sol
e amarelo o girassol
mais a areia da praia.

O menino branco meteu-se num barco para


continuar a sua viagem e parou numa terra
onde todos os meninos são pretos. Fez-se amigo
de um pequeno caçador chamado Lumumba
que, como os outros meninos pretos, dizia:

É bom ser preto


como a noite
preto como as azeitonas
preto como as estradas que nos levam para
toda a parte.

O menino branco entrou depois num avião,


que só parou numa terra onde todos os meni-
nos são vermelhos.

132
Amar a vida

Escolheu para brincar aos índios um menino


chamado Pena de Águia. E o menino vermelho
dizia:

É bom ser vermelho


da cor das fogueiras
da cor das cerejas
e da cor do sangue bem encarnado.

O menino branco foi correndo mundo até


uma terra onde todos os meninos são casta-
nhos. Aí fazia corridas de camelo com um
menino chamado Ali-Babá, que dizia:

É bom ser castanho


como a terra do chão
os troncos das árvores
é tão bom ser castanho como um chocolate.

Quando o menino voltou à sua terra de


meninos brancos, dizia:

É bom ser branco como o açúcar


amarelo como o Sol
preto como as estradas
vermelho como as fogueiras
castanho da cor do chocolate.

Enquanto, na escola, os meninos brancos pin-


tavam em folhas brancas desenhos de meninos
brancos, ele fazia grandes rodas com meninos
sorridentes de todas as cores.
Luísa Ducla Soares

Ler e Compreender

1 Debate as ideias do texto com os teus companheiros.

2 Faz um texto colectivo sobre os Direitos das Crianças.

133
Junho

Dia do Ambiente
A poluição das águas
Na primeira semana de Maio, a Vila acordou com mais uma sereia a
apitar. Era um som rouco e prolongado. Mais rolos de fumo subiram
nos céus da Vila.
Fez-se uma grande festa.
Passado algum tempo, os pescadores começaram a ficar aborreci-
dos. E porquê?
O rio das Flores tinha, como de resto já sabemos, umas águas claras
e apressadas. E agora?
Agora, as águas mudavam de cor cada dia que passava, primeiro
amareladas, depois cada vez mais sujas.
Dizia o senhor Jerónimo, que também é pescador:
– Ai que os esgotos puseram as águas doentes!… Esta cor?!… Só de
quem não está bem!
Todos os pescadores começaram a queixar-se que nessas águas
doentes, que nessas águas turvas, as trutas desapareciam e, se alguém
as via, era à tona da água de barriga para o ar, mortas.
Quando os pescadores se cruzavam nas margens do rio das Flores,
diziam desanimados:
– Acabaram-se as trutas no rio das flores!
– É triste, não é?
– Se é!
Na escola da aldeia das Flores os meninos falavam do caso.
António Mota, A Aldeia das Flores

134
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Sublinha o grupo ss nas pala-


vras do texto.
Que aconteceu na primeira semana de Maio naquela
vila? passado
apressadas
passava
nessas
Por que razão ficaram aborrecidos os pescadores do
rio?
2 Copia, do primeiro período do
texto, palavras com as sílabas
indicadas.
Que aconteceu às trutas do rio? uma sílaba

2 Resume o texto oralmente.


duas sílabas

três sílabas

A Frase e o Texto

1 Completa com o pronome que convém na frase.


mais sílabas
nós teu vós eles suas

falavam na escola sobre a poluição do rio.

3 Assinala o conjunto de palavras


com nomes no singular.

truta, pescador, água,


sereia

flores, sujar, morta,


fábricas

2 Escreve um texto sobre a poluição na tua terra e as tuas


sugestões para a defesa do ambiente.
135
Junho

É preciso uma flor

Azul
amarela Garante-se!
vermelha. É tão urgente
De todas ou de qualquer como o amor!
cor do arco-íris, com Como a paz!
todos os reflexos Como a amizade
da esperança e certa
da alegria. entre as pessoas.

Ao nosso lado
há dezenas de mãos
Que cresça
onde a flor poderá
no rosto das crianças
florir!
nos sorrisos
Que a flor invada a cidade,
dos velhos
as casas, a rua, a oficina,
mas é preciso!
o hospital, a escola,
o atelier!

É preciso uma flor para todos.

Maria Rosa Colaço,


Crónicas

136
Ler e Compreender As Palavras

1 Assinala de modo a completares as frases de acordo com 1 Lê com atenção.


o texto.
Quero ir ver
A flor poderá florir:
as flores!
no mar azul.
É Junho
naquela serra. e a chuva cai
cai devagarinho
em dezenas de mãos. e diz o Joãozinho:
– Sai, sai
no parque. eu não gosto de ti
porque não me deixas ir
É preciso que a flor: lá para fora!
Eu quero é jogar à bola
cheire bem.
com os colegas
cresça no rosto das crianças. e ver as flores do jardim.
E não ficar a olhar
cresça no sorriso dos velhos. para ti, assim…
Luana, 8 anos
seja branca.

2 Separa, como no exemplo, as


palavras com encontros de
consoantes.
A Frase e o Texto
gosto gos – to
1 Escreve as frases como no exemplo. porque
jardim
Eu gosto da chuva.
assim
Eu não gosto da chuva.

3 Completa com outras qualida-


Queres jogar à bola?
des que estes nomes podem ter.

mês de Junho
quente
Não há flores no jardim.

A chuva de Junho faz bem.


jardim

2 Organiza com os teus companheiros um jornal de parede


com as notícias dos principais acontecimentos deste mês
na tua escola.
florido

137
Junho

Noite de S. João

Era uma noite de S. João , quente, ruidosa e colorida.

As ruas estavam cheias de fogueiras e o céu cheio de

balões que pareciam fogueirinhas a voar. Foguetes

rebentavam no ar.

Havia muita gente na rua vendendo ou comprando

manjericos, erva cidreira e alhos porros .

Nas varandas com flores e plantas havia meninos de

estrelas nos olhos que acendiam fósforos

de todas as cores.

Famílias sentadas às portas das casas, às vezes à roda

de pequenas mesas, comiam sardinhas assadas e bebiam vinho.

Na praça havia arraial com baile e muita alegria.


Leonel Neves

138
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Lê as quadras premiadas no


Concurso do Jornal de Notícias,
As ruas de 24 de Junho de 2000.

1.º prémio
Muita gente vende e
Nesta vida, S. João
nada se pode agarrar.
Pra ver subir o balão
Os meninos nas varandas Nós o temos que largar…
Madalena

As famílias
Menção honrosa
Meu Porto, meu S. João
No sentido mais profundo
2 Resume o texto oralmente. Tens na tua tradição
Toda a cultura do mundo.
Tripeiro

A Frase e o Texto

1 Substitui o grupo nominal pelo pronome que lhe corres- 2 Sublinha nas quadras os nomes
ponde. terminados em ão.

Os foguetes enchem o céu de luz e cor.

3 Completa com o plural dos


O balão é uma tradição do S. João.
nomes.

balão – balões
A cidade está toda enfeitada de bandeiras e flores. capitão –
corrimão –
tradição –
alemão –
2 Faz na tua escola um concurso de quadras aos Santos cidadão –
Populares.

139
Junho

O mar
– Onde vais, Regato?
– Vou à procura do Mar. Dizem que é imenso,
forte e temido.
Parece que é o Presidente do País das Águas…
– E é – concordou a Ribeira. – E anda sempre
acompanhado pelas Ondas, que são as suas filhas.
– Deve ser lindo, o Mar!… – sonhou um pouco o
Regato.
– Deve ser, deve. Mas temos de encontrar pri-
meiro o Rio. Sem o Rio não se chega ao Mar – disse
a linda Ribeira.
– Então, anda daí – propôs o Regato.
E lá foram os dois, muito felizes por se terem
encontrado e pela maravilhosa aventura que esta-
vam a viver.
Pelo caminho, os Choupos que moravam nas mar-
gens acenavam-lhes com os seus longos ramos. E as
folhas tremeluziam ao sol, como se fossem espelhos
pequeninos ou estrelas risonhas. De vez em
quando, uma cachoeira ou um açude eram pretexto
para o Regato e a Ribeira entoarem uma líquida can-
ção.
Por fim avistaram o Rio. Era imponente. Via-se
logo que era amigo íntimo do Mar. Realmente só ele
poderia conduzir o Regato e a Ribeira junto do Pre-
sidente do País das Águas.
Garcia Barreto

140
Ler e Compreender As Palavras

1 Completa de acordo com o texto. 1 Lê o texto.

Ratinho
… encontraram-se … iam à procura marinheiro
Um ratinho espertinho
. . pequeno e bravio
vivia sozinho
num buraco frio.
O Regato
e a Ribeira… Até que encontrou
… querem juntar-se perdida uma noz,
ao rio para chegar ao partindo-a fazia
. um barco veloz.

Saltavam os peixes
dizendo-lhe: – Olá,
então o senhor rato
… iam muito felizes e … por fim avistaram navega por cá?!
pelo caminho
– Navego, navego
. .
que sou marinheiro,
hei-de conhecer
o mar todo inteiro!
Luísa Ducla Soares

2 Continua o texto imaginando o Regato e a Ribeira no Rio


2 Sublinha na frase as palavras
e a chegada ao Mar.
que soam do mesmo modo mas
que se escrevem de forma dife-
rente.

Nós sabemos fazer barqui-


A Frase e o Texto nhos de brincar com cascas
de noz.
1 Escreve as frases de forma correcta.

O barco navega no ratinho. 3 Completa de acordo com os


desenhos.

O buraco vivia no rato.

O rato fez uma noz de um barquinho.


ratinho
141
Junho

Na praia
Eram o Tino e a Tininha (não sei se conhecem) e andavam a juntar
conchinhas, eles que as semeavam na areia, por cada passo que
davam.
Às vezes não eram conchas o que eles achavam, mas caranguejos
que fugiam assustados e tropeços, e estrelas-do-mar, cabeleiras de
limos ou escuros bocados de madeira, que talvez tivessem pertencido
à proa de algum navio-pirata…
E, às vezes, de raro em raro, também encontravam búzios, com toda
a música do mar dentro.
O búzio que daquela vez encontraram era grande como uma
grande surpresa. Nunca tinham visto um búzio assim.
– Toca mais que os outros – dizia a Tininha, encostando o búzio ao
ouvido.
– Tem o dobro do tamanho, toca o dobro da música – explicou o
Tino. – É um búzio altifalante…
– Não, toca mais que todos os búzios juntos.
– Lá estás tu com os teus exageros – replicou o Tino.
– É verdade, é. Ouve-se melhor o mar do que se estivéssemos no
meio do mar.
– Que disparate!
Meteram o búzio na rede e trouxeram-no para casa, com outras
conchinhas perdidas, conchinhas insignificantes ao lado do lindo
búzio, grande como uma grande surpresa.
António Torrado

142
Ler e Compreender As Palavras

1 Responde. 1 Lê o texto.

Quem andava a juntar conchas na areia da praia?


Canção do búzio
Eu sei uma história
Que outras coisas achavam os meninos? de vento e de mar
com areias brancas
ondas a cantar.
Eu sei uma história
Que encontravam mais raramente? sem tempo nem margens
com ondas abertas
de muitas viagens.
Por que razão era especial aquele búzio? Eu sei uma história
de vento e de mar
se queres ser feliz
aprende a sonhar.
Maria Rosa Colaço,
A Frase e o Texto O Pássaro Branco

1 Completa como no exemplo.

A onda anda a cantar pela praia.


As ondas andam a cantar pela praia.
2 Copia do texto palavras com os
A viagem é feita por mar. grupos an, en e on.

an
O sonho ajuda à vossa felicidade.
en

on
2 Completa com as formas do verbo brincar.

No ano passado muito na praia.


Este ano muito na praia.
4 Escreve palavras da segunda
Agora muito na praia. quadra com o número de síla-
bas indicadas.

2 – tempo
3 –
4 –
3 Modifica o texto a partir do segundo parágrafo, con- 2 –
tando outro caso passado nesse dia, na praia. 1 –
143
Junho

A semente duma flor


O teu sorriso
quando me vês escrever,
é como uma onda de mar
onde eu subo,
navego
e me sinto a pairar…

Dás-me sem querer,


a tua fé,
o teu talento,
o teu amor…

E então, mesmo sem querer,


mesmo sem esperar,
de cada palavra minha,
com a ajuda do teu olhar,
nasce a semente duma flor…
Júlio Roberto

144

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