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Escola de Música de Brasília

Nú l d
Núcleo de T
Tecnologia
l i em Música
Mú i
Disciplina: Teoria de Áudio e Acústica (TAA)
Prof: Celso Bastos

Propriedades Físicas do Som I


Acústica – Breve Histórico

` Acústica – do grego akouein, que significa ouvir.


` Grécia
G é i Antiga
A ti – Pitágoras
Pitá (582 500 a.C.)
(582-500 C ) e seus di
discípulos
í l (E (Euclides,
lid
Erastótenes e Ptolomeo), realizaram as primeiras experiências científicas
sobre os aspectos físicos do som de que se tem notícia.
` Essas experiências tinham como base a relação entre o comprimento das
cordas e os intervalos simples.
` As teorias pitagóricas foram desenvolvidas posteriormente por Aristóteles
(384-322 a.C.) e Aristógenes (350-330 a.C.).
` Século VI – Severino Boecio (480-524/525) sintetizou em seu tratado
“Institutione Musica” toda a teoria musical de sua época.
p Sua obra,,
juntamente com a de Aristóteles, serviu de referência para todos os teóricos
até o final do século XIV.
` Séculos XV e XVI – Ramos de Pareja (1440
(1440-1522)
1522) e Salinas (1513
(1513-1590)
1590)
– dedicaram-se à questões relacionadas ao temperamento dos instrumentos
de teclado. Nesse período começa verdadeiramente o estudo científico da
Acústica Musical.
` Gassendi (1592-1655) – Descobriu a relação entre a altura de um som e a
frequência do movimento vibratório que o origina.
` Mersenne (1588-1648) – Estabeleceu as leis sobre as cordas vibrantes e
realizou estudos sobre o eco
eco.
` Século XVII – Otto Von Guericke (1602-1686) – Descobriu que o som não
se propaga no vácuo.
` Século XVIII – Euler (1707-1783) e d’Alembert (1717-1783) – Formularam
a teoria matemática das cordas vibrantes.
` Bernoulli ((1667-1748)) – Formulou a teoria dos tubos sonoros.
` Século XIX – Helmholtz (1821-1894), Lord Rayleigh (1842-1919) e
Koenig (1842-1914) – Realizaram os estudos que fundamentaram a
Acústica Musical moderna.
moderna
` Young e Thomas Edison (1847-1931) – Experiências sobre a inscrição de
movimentos vibratórios e a invenção do fonógrafo e do gramofone.
Propriedades físicas do som

` Som (conceito da Física) – perturbação gerada por um corpo vibrante, que


se propaga nos meios materiais através de compressões e rarefações
alternadas das moléculas e é capaz de ser detectada pelo ouvido humano.

` C
Corpo vibrante Perturbação Vibrações O
Ouvido

Figura 1 - Representação
Fi R t ã gráfica
áfi dde uma ondad sonora ((onda
d sinusoidal
i id l
ou senoidal: forma de onda periódica simples).
` Amplitude – quantidade de pressão (deslocamento máximo) que uma
forma de onda produz em determinado ponto
ponto.

` Ciclo – uma oscilação completa.

` Freqüência – número de ciclos que ocorrem a cada segundo. É medida em


Hertz (abrevia
(abrevia-se
se Hz). Heinrich Hertz: cientista alemão (séc. XIX).
` Um ciclo por segundo = 1Hz
` Mil ciclos por segundo = 1KHz
` Ouvido humano (média) – 20Hz a 20KHz

` Quanto maior a freqüência,


freqüência mais agudo será o som
som.

` Ruído: não tem freqüência definida.


` O som, na maioria das vezes, é um movimento vibratório complexo,
formado por um somatório de diferentes ondas senoidais,
senoidais que por sua vez
dão origem a uma nova forma de onda: resultante.

Figura 2 - Ondas senoidais e suas resultantes.


` Espectro – amplitude em função da freqüência.

Figura 3 - Forma de onda e espectro.


Figura 4 - Espectro: visualização em 3D.
` Quando tem-se a sobreposição de ondas de freqüência muito parecida,
ocorre um fenômeno chamado de batimento
batimento, que resulta da interferência
construtiva e destrutiva das duas ondas.

Exemplo: 440/441Hz
` A velocidade de deslocamento de uma onda sonora depende das
características do meio: pressão,
pressão umidade,
umidade e,
e principalmente,
principalmente temperatura
temperatura.
Independe da freqüência e da amplitude.
` Velocidade do som (valor aproximado) – 345 m/s (22°C).

Meio Temperatura (°C) Metros/segundo


Ar 0 331,4
Hidrogênio 0 1286
Oxigênio 0 317,2
Água 15 1450
Chumbo 20 1230
Alumínio 20 5100
Cobre 20 3560
Ferro 20 5130
Granito 0 6000
Borracha vulcanizada 0 54

Tabela 1 - Velocidade do som em diferentes meios.


` Intensidade do som – quantidade de energia transportada pela onda sonora.
É determinada pela amplitude da onda e tem como unidade de medida o
decibel (dB), homenagem ao cientista escocês Alexander Graham Bell.
` 0 dB – nível no qual os sons são percebidos pela primeira vez (“limiar da audição”).
` 1 dB – menor diferença perceptível entre dois sons.
` 120 dB – máximo do ouvido humano (“limiar da dor”).

Ambiente/fonte sonora dB

Ambiente muito calmo, dormitório 20 – 30 dB

Escritórios, residência barulhenta 40 – 50 dB

Conversação Normal 60 – 70 dB

Tráfego intenso 80 – 90 dB

Britadeira 90 – 100 dB

Indústria pesada 90 – 110 dB

Martelo percutindo aço 100 – 110 dB

Aviões a jato (curta distância) 110 – 120 dB

Tabela 2 - Alguns valores de níveis sonoros.


Cordas Vibrantes

` Cordas vibrantes são cordas postas em vibração a partir de duas


extremidades fixas ((nodos)) e que
q p produzem ondas estacionárias ((ondas
idênticas que se movem em sentidos opostos).
` As cordas dos instrumentos musicais (guitarra, piano, harpa, violino, viola,
violoncelo, contrabaixo, etc) são cordas vibrantes.
` A freqüência do som produzido por uma corda vibrante é inversamente
proporcional ao comprimento, à espessura e à densidade da corda, e
diretamente proporcional à sua tensão.
tensão
` Fundamental ou primeiro harmônico = Som mais grave produzido por
uma corda.
` Harmônicos = Freqüências que são múltiplos inteiros da fundamental,
produzidas a partir da vibração de segmentos menores (metade, um terço,
um quarto etc) da corda.
` O segundo harmônico tem o dobro da freqüência da fundamental. O terceiro
o triplo, e assim por diante.
` Ex: 110Hz ((Fundamental-Lá1)) = 220Hz ((2º harmônico-Lá2)) = 330Hz (3º
(
harmônico-Mi3).
Fundamental

2° harmônico

3° harmônico

resultado
Exemplos de outras fontes sonoras:

` Colunas de ar vibrantes
` Membranas vibrantes
` Placas vibrantes

` COLUNAS DE AR VIBRANTES

` Tubos Sonoros – Tubos que contém uma coluna de ar capaz de produzir


som ao ser excitada.
` Coluna
C l de
d Ar
A – Como
C nas cordas
d vibrantes,
ib t a vibração
ib ã se dá a partir
ti dda
formação de ondas estacionárias.
Colunas de Ar

Tubos abertos Tubos fechados


` A freqüência do som produzido por uma coluna de ar é inversamente
proporcional ao comprimento e ao diâmetro do tubo sonoro.
sonoro
` Os tubos sonoros podem ser dobrados sem que isso afete o comportamento
da coluna de ar que contém. Ex: fagote: tubo dobrado de 5,6m.

Fagote Saxofone barítono


Timbre

` Parâmetro do som determinado pela intensidade dos harmônicos de uma


fonte sonora.
sonora É o principal fator de diferenciação entre os instrumentos
musicais. Varia também de acordo com o modo de excitação da fonte
sonora (“modo de tocar”).
` Os sons naturais e as notas produzidas pelos instrumentos musicais
acústicos, possuem natureza oscilatória bastante complexa.
Timbre

Som fundamental e seus harmônicos.


 
 

Série Harmônica
 
 
 

 
 

Representação dos primeiros 24 sons componentes da “série harmônica” em partitura 
Resultantes de ondas em instrumentos musicais
` Espectro – amplitude em função da freqüência.

Forma de onda e espectro.


Espectro: visualização em 3D.
Dó central - Violão Dó central - Clarineta
Sistema HS de classificação dos instrumentos musicais

` No Sistema HS, a classificação se dá, prioritariamente, a partir da forma


como o som é produzido.
p
` 1 – Idiofones: o som é produzido a partir da vibração do próprio
instrumento. Exs: Triângulo, prato, castanhola e xilofone.
` 2 – Membranofones: o som é produzido a partir da vibração de uma
membrana. Exs: Tímpano, bongô e atabaque.
` 3 – Cordofones: o som é produzido a partir de cordas vibrantes. Exs:
Vi l
Violoncelo,
l violão
i lã e piano.
i
` 4 – Aerofones: o som é produzido a partir da vibração de colunas de ar.
Exs: Flauta, saxofone e trompete.
` 5 – Eletrofones: o som é produzido e/ou amplificado eletronicamente. Exs:
Guitarra elétrica, baixo elétrico e teclados.

Fonte sonora Sistema HS
Cordas vibrantes Cordofones
Colunas de ar vibrantes Aerofones
Membranas vibrantes Membranofones
Placas vibrantes Idiofones
Reflexão, Difração, Refração e Absorção do Som

` Reflexão do som - obedece às leis da reflexão ondulatória nos meios


materiais elásticos e suas conseqüências.
q Ocorre bem em superfícies
p cuja
j
extensão seja grande em comparação com o comprimento de onda. Quanto
mais rígido o obstáculo, maior a reflexão sonora.
` A reflexão do som resulta de seu choque com um obstáculo, acarretando
uma mudança no sentido da sua propagação. Podemos observar a reflexão
do som, por exemplo, na produção do eco.

` A onda refletida é sempre mais fraca que a onda direta, pois parte da
energia sonora é absorvida pelo objeto que a reflete.
` A maior parte da energia sonora emerge na forma de uma onda que se
propaga
p p g em direção
ç ao alto ((sentido ascendente).
)
` Numa sala de concerto, por exemplo, essa energia não é dissipada, mas
refletida quando atinge o teto. Por isso, a angulação do teto desempenha
papel muito importante na qualidade acústica de uma sala.
` Para uma boa acústica, essa angulação do teto deve ser concebida em
função da projeção do som em direção ao público após a reflexão.
` Difração do som - é a propriedade que a onda apresenta de contornar
obstáculos ou fendas q que encontra durante sua p propagação.
p g ç Como o
comprimento das ondas sonoras é bastante grande a difração sonora é
intensa: sons graves sofrem maior difração do que sons agudos.
` Ocorre a partir da curvatura que uma onda faz ao passar por um obstáculo.
Esta curvatura pode ocorrer em maior ou em menor grau, dependendo da
forma e das dimensões do obstáculo a ser transpassado.
Exemplo 1
A maior parte da onda é refletida
refletida.. A pequena parte que atravessa a
parede pelo orifício será irradiada em todas as direções, como se
fosse uma nova fonte de som
som..
Exemplo 2
T
Transmissão
i ã sem perda
d dde iintensidade.
t id d
` Refração do som - ocorre quando uma onda sonora produzida em um meio
passa p
p para outro,, mudando de velocidade. Neste caso,, a freqüência
q do som
permanece constante.
` O som, ao passar do ar para a água, aumenta de velocidade.
` Quando uma onda sonora encontra um obstáculo
obstáculo, o choque que se segue
faz com que parte de sua energia volte, em forma de onda refletida e que o
restante produza uma vibração das moléculas do novo meio.
` Absorção
Ab ã d do som – é o processo no quall a onda
d sonora perde
d energia
i ao
atravessar um meio ou chocar-se contra uma superfície.
` A maioria dos materiais manufaturados dependem de sua porosidade para
absorção de som..Se o material for suficientemente poroso e tiver a
espessura apropriada, po
` Os sons agudos são mais absorvidos que os graves.
` Exemplos de materiais acústicos:

` 1) Unidades Pré-Fabricadas: estas incluem a cerâmica acústica; unidades


perfuradas mecanicamente e forradas com material absorvente; e alguns
tipos de pranchas para paredes e cerâmica e também cobertores
absorventes.
` 2) Gesso Acústico e Sprayed-On Materials: incluem plástico e materiais
porosos aplicados
li d com uma espátula;
át l e materiais
t i i fibrosos,
fib combinados
bi d com
materiais de ligação que são aplicados com pistolas de ar ou exaustor.
` 3) Cobertores Acústicos: cobertores feitos com lã mineral ou de madeira,
fibras de vidro, etc.

` Coeficiente de absorção – porcentagem da energia acústica que não é


refletida pelo material. Ex: 0,7.
Coeficientes de absorção

Material Descrição Coeficiente de absorção

Tapete Sem forro 0,20

Tapete Pesado, com forro 0,37

Cortina Pesada 0 50
0,50

Eucatex Placa perfurada 0,69

Fibra de vidro Massa com ¾ 0,75

Gesso Placa de ½ 0,05

Madeira Envernizada 0,03

Taco de madeira - 0 12
0,12

Tijolo Comum 0,03

Tijolo Pintado 0,17

Mármore - 0,01

Vidro - 0,027

Público Sentado em poltronas 04


0,4
` A proporção em que o som é absorvido é o principal fator para a redução de
ruído e controle da reverberação.

` Todos os materiais usados na construção de prédios absorvem algum som,


mas um bom controle acústico requer o uso de materiais especialmente
designados para funcionar primariamente como absorventes de som. Esses
materiais são conhecidos como "materiais acústicos".

` Não existe um material universal, que seja bom para todo e qualquer
ambiente.
` Eco e Reverberação - fenômenos causados pela reflexão do som.
` Tempo de resolução do ouvido: tempo gasto no processo de
transformação do som original em impulsos eletroquímicos = +- 1/10 seg.
Varia de uma pessoa para outra.
` Reverberação: o som refletido chega ao ouvido antes que o tímpano tenha
tempo para se refazer da excitação anterior. Menos de 1/10 seg. entre o
som original e o som refletido.
` Tempo de
T d reverberação
b ã – é o ttempo d
durante
t o quall a reflexão
fl ã continua
ti
existindo depois de terminado o som original.
` Eco: O som refletido chega ao ouvido após o tímpano se refazer da
excitação anterior. Mais de 1/10 seg. entre o som original e o som refletido.
` Velocidade do som: 340 m/s
` 1/10 seg. = 34m - como é ida e volta = 17m = distância mínima para
haver eco.
Áudio analógico X áudio digital

 Processo analógico de captação e reprodução do som:

 Gravação

 Captação do som
 Microfone = Conversão das vibrações do ar (pressão sonora) em sinais elétricos
(variação de corrente)
 Sinais elétricos = diretamente análogos ao som original
 Altas freqüências = altas voltagens
 Reprodução (processo inverso)

 Alto-falantes = recriação das ondas sonoras originais a partir de respostas


(vibrações) às voltagens flutuantes
 Gravador digital = transforma as voltagens flutuantes numa série de números binários,
através de um conversor analógico-digital (A/D).

 Amostragem (sampling) = processo digital de leitura de um sinal de áudio analógico, a


partir de pequenas amostras, em curtos intervalos de tempo.

 Taxa de amostragem (sampling rate) = número de vezes por segundo (Hz) que as
amostras do som original são registradas pelo conversor A/D. Quanto maior a taxa
de amostragem, maior a fidelidade ao som original

 Resolução = número de bits do conversor A/D (8, 12, 16 ou 24 bits)

 Reprodução = reversão do processo de gravação.

 Conversor digital-analógico (D/A) = transforma os números binários em voltagens


flutuantes.
Gravador multipista de 16 canais. Anos 80.
Tascam PortaStudio: gravação doméstica de baixo custo. Anos 90.

Gravadores modulares Tascam DA88 e Alesis ADAT. Anos 90.


Exemplos de padrão de qualidade de arquivos áudio

TAXA DE TAMANHO DO
ESTÉREO/
RESOLUÇÃO AMOSTRAGEM ARQUIVO QUALIDADE
MONO
(KHz) (1 MINUTO)
16 bits 44,1 Estéreo 10,5 MB Qualidade de CD
Boa para locução e para
16 bits 44,1 Mono 5,25 MB a maioria dos efeitos de
som
Insuficiente nas
16 bits 22,05 Estéreo 5,25 MB
freqüências mais altas
16 bits 22,05 Mono 2,6 MB Útil para locuções
Boa opção para placas
8 bits 44,1 Estéreo 5,25 MB
de som de 8 bits
Boa opção para placas
8 bits 44,1 Mono 2,6 MB
de som de 8 bits
Qualidade moderada,
8 bits 22,05 Estéreo 2,6 MB muito utilizado em
multimídia
Razoável para efeitos de
8 bits 22,05 Mono 1,3 MB
som e locução
Pode funcionar para
8 bits 11 Mono 650 KB
algumas locuções
Inaceitável para quase
8 bits 5,5 Mono 325 KB
tudo
16 bits, 44 KHz, estéreo – 3,55 MB; qualidade de CD.
16 bits, 22,05 KHz, estéreo – 1,77 MB; insuficiente nas freqüências mais altas.
8 bits, 11 KHz, mono – 227 KB; não adequado para música.
8 bits, 5,5 KHz, mono – 113 KB; inaceitável.
16 bits, 44 KHz, estéreo – 3,55 MB; qualidade de CD.
Exemplos de formatos de arquivos de áudio

 PCM – Formato utilizado nos CDs de Áudio e em fitas DAT.


 WAV – Formato padrão do Windows/PC.
 Sound Designer II (SD2) – Formato desenvolvido pela empresa de equipamentos de
áudio digital Digidesign.
 AIFF – Formato padrão da plataforma Macintosh.
 MP3 (MPEG Audio Layer III) – Formato de arquivo comprimido com qualidade
 próxima ao CD
 WMA (Windows Media Audio) – Formato utilizado pelo programa Windows Media
Player.
 Real Audio (RA) – Formato bastante utilizado na Internet. Requer a utilização do
programa Real Player.
Programas de Edição de Áudio e Afins
Programas de Edição de Áudio e Afins

PC (Windows)

 Sound Forge*
 Vegas*
 Wave Lab
 Pro Tools
 Sonar (Cakewalk)*
 Cubase
 Nuendo

* Programa exclusivo da plataforma


Macintosh (MacOS)

 Sound Designer*
 Wave Lab
 Sound Edit*
 Peak*
 Deck II*
 Pro Tools
 Cubase
 Nuendo
 Logic Audio*
 Digital Performer*
 Vision Pro*

* Programa exclusivo da plataforma


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Disciplina: Teoria de Áudio e Acústica (TAA)
Prof: Celso Bastos

Aspectos Psico-fisiológicos do som


 O ouvido
id humano
h é um órgão
ó ã altamente
lt t sensível
í l que nos capacita
it a perceber
b e
interpretar ondas sonoras em uma gama muito ampla de frequências (20 a 20.000
Hz).

 Variações de pressão = ouvido = variações de tensão elétrica (impulsos


eletroquímicos) = cérebro

 A captação do som até sua percepção e interpretação é uma seqüência de


transformações de energia.
energia

 Energia sonora = energia mecânica = energia hidráulica = energia elétrica dos


impulsos nervosos que chegam ao cérebro.
Ouvido

 É composto por três partes:

 Ouvido externo (do pavilhão á membrana do tímpano)

 Ouvido médio (martelo,


(martelo bigorna e estribo)

 Ouvido interno (caracol = canal quase cilíndrico, em espirral, no qual realiza-se a


complexa tranformação da energia mecânica, vibração, em impulsos eletroquímicos).
Esquema do ouvido
1. A energia sonora é captada pelo pavilhão auditivo (orelha) e penetra pelo conduto
auditivo, qque termina em uma delicada membrana, o tímpano.
p

2. O tímpano transforma as vibrações sonoras em vibrações mecânicas que são


comunicadas aos ossículos (martelo,
(martelo bigorna e estribo).
estribo)

3. Os ossículos amplificam em 15 vezes a energia mecânica da vibração do tímpano.

4. O último ossículo, o estribo, pressiona a janela oval do caracol. Nesse processo, as


vibrações mecânicas se transformam em ondas de pressão hidráulica,
hidráulica que são
detectadas pelas células ciliadas, no fluido que preenche o caracol.

5. A vibração das células origina impulsos eletroquímicos, que serão transmitidos ao


cérebro através do nervo auditivo.
 Localização – A percepção espacial do som é possível devido à existência de nossos
dois ouvidos: um som chega a um dos ouvidos instantes antes e com maior
intensidade. Embora essas diferenças sejam ínfimas, a informação é suficiente para que
o cérebro possa definir a direção da procedência do som.

 ACÚSTICA PSICOLOGIA
 (Estímulo acústico) (Percepção)

 PSICOACÚSTICA
 (Fletcher)

 O ouvido não percebe da mesma forma sons com a mesma intensidade e com
freqüências diferentes.
Curvas de Fletcher

Ex: 200Hz (40dB) = 1000Hz (20dB)


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Núcleo de Tecnologia em Música 
Disciplina: Teoria de Áudio e Acústica (TAA) 
Prof: Celso Bastos 
 
Microfones 
 
Os microfones podem ser classificados quanto à sua forma de captação e/ou diretividade (área 
de captação). 
 
Quanto à forma de captação: 
 
1 – Microfones Dinâmicos: 
 
Mais comuns e usuais. Não necessitam de alimentação própria de energia. 
Vantagens: robustez e baixo custo. 
Possuem uma abertura diafragmática menor, o que limita seu alcance de freqüências.  
Sons de baixa intensidade, emitidos a longas distâncias, podem ser ignorados. 
Possuem maior risco de saturação (distorção). 
 
 
2 – Microfones Condensadores ou Capacitores: 
 
Mais sensíveis à energia sonora. Capazes de captar freqüências além do limite auditivo 
humano e sons de baixa intensidade. 
Proporcionam uma definição muito superior que a obtida por microfones dinâmicos. 
Necessitam de alimentação própria de energia através de phantom power, para emitir carga 
elétrica ao diafragma. Isso limita o número de usuários, pois nem todos os mixers (‘mesas de 
som’) possuem esse tipo de dispositivo. 
Possuem maior fragilidade física e custo bem mais elevado. 
Raramente saturam, podendo ser usados para microfonar instrumentos que produzem muita 
pressão sonora. 
Microfones de Eletrodo – tipo mais simples, alimentados geralmente por pilhas de 1,5v. 
 
 
 
Quanto à diretividade (área de captação): 
 
 
1 – Omnidirecionais 
 
Ângulo de cobertura: 360°.  
Mantêm a intensidade da captação em qualquer direção. 
Ex: Microfones de lapela. 
Vantagens: muito práticos para gravações em estúdios de TV,  musicais, peças teatrais e 
aplicações diversas. 
Limitações: por captarem em todos os sentidos podem causar realimentação em relação a 
alto‐falantes (microfonia). 
 

 
 
 
2 – Cardióides (Unidirecionais) 
 
É padrão de microfone mais utilizado. 
Ângulo de cobertura: 180°.  
Captam com toda a intensidade na parte da frente do microfone (eixo central) e na parte 
traseira possui um cancelamento natural. 
Vantagem: não costumam causar realimentação em relação a alto‐falantes (microfonia). 
 

 
 
 
 
3 – Supercardióides 
 
 
Ângulo de cobertura: 152°.  
Captam com toda a intensidade na parte da frente do microfone (eixo central) e menos que os 
cardióides nas laterais. 
No entanto, são dotados de um vazamento na parte traseira, ou seja, a 180°. 
Vantagem: captam com menor intensidade sons que venham pelos lados. Indicado para fontes 
de sinal que estejam próximas. Ex: Metais. 
 

 
 
 
 
4 – Hipercardióides 
 
 
Ainda mais diretivos: 140° de ângulo de cobertura. 
Captam com grande intensidade na parte frontal e com menor intensidade nas laterais. 
Possuem uma vazamento na parte traseira (180°) ainda maior que os supercardióides. 
Também é muito usado para fontes sonoras muito próximas, deixando que interfiram o 
mínimo possível umas nas outras. Ex: Ton‐tons de bateria e percussão. 
 

 
 
 
 
5 – Bidirecionais 
 
Microfones com captação em dois lados, podendo também ser frente e fundo. 
Usado em gravações de entrevistas, ambiência e simulações estereofônicas. 
 

 
 
6 – Shotgun 
 
São os microfones mais diretivos de todos, principalmente nas altas freqüências, com um 
ângulo de cobertura de 60° a 30°. 
Usados para captações à distância, sem que outros sinais interfiram muito no sinal captado. 
São compridos e possuem ranhuras na extensão do seu corpo. 
Shotgun significa espingarda. 
Muito usado em gravações para TV. 
 

 
 
 
7 – Microfones de superfície (PZM) 
 
Construídos em uma placa ou colocados em uma superfície, com o objetivo de direcionar o 
ângulo de cobertura (180°). 
Ficam imunes aos sons que são emitidos do outro lado da placa. 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALTEN, Stanley R.. Audio in Media. Boston, MA: Wadsworth, 2010. 9a Edição.

MACHADO, Renato Muchon. Som ao vivo: conceitos e aplicações básicas em sonorização. Rio de
Janeiro: H. Sheldon, 2001.

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