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INTRODUÇÃO AOS RAMOS DO DIREITO

O direito é uma área responsável por regular as relações entre os seres humanos na
sociedade em um determinado período histórico. Apesar de ele ser tratado de forma separada
durante o seu estudo, as demais áreas do direito não devem ser tratadas fragmentadamente,
pois elas são interdependentes. Assim, cada ramo do direito dependerá das noções básicas
introduzidas pelo curso de Direito. O Direito é dividido em dois grupos: direito público e
direito privado. Uma classificação antiga e originária do Direito Romano, em que as normas
se dividiam de acordo com a natureza de determinado interesse
(https://www.okconcursos.com.br/apostilas/apostila-gratis/137-demais-areas-do-direito/1334-
introducao-aos-ramos-do-direito).

 Direito Público: representado pelas directrizes e actuações criadas para que o Estado


(país, estado ou município) ou os órgãos públicos possam exercer o seu poder. Elas
regulam as relações dentro de um país ou do país com os indivíduos. Sua missão
principal é regular e limitar a acção do poder público para o bem geral da população;
 Direito Privado: representado pelas normas que regulam as relações entre as pessoas
ou desses com o Estado sem o uso de sua condição de poder. É baseado nas normas
contratuais entre os particulares, identificando os interesses entre as partes de acordo
com a lei.

Com isso foram surgindo os demais ramos do direito, cada qual exercendo uma
função específica, mas interligado as outras áreas. Essa divisão é causa de contradição entre
os autores, que parte acreditam que alguns ramos deveriam ser classificados dentro do direito
público e parte dentro do direito privado. Isso faz com que haja uma certa dificuldade em
definir cada ramo teoricamente
(https://www.okconcursos.com.br/apostilas/apostila-gratis/137-demais-areas-do-direito/1334-
introducao-aos-ramos-do-direito ).

ALGUNS RAMOS DO DIREITO PÚBLICO

 Direito Constitucional: Ramo do direito público responsável por estudar os


princípios e normas de organização do Estado. Esse ramo defende os direitos
humanos. Todos os demais ramos do direito estão subordinados ao direito
constitucional.
 Direito Administrativo: é um ramo do direito público direccionado a regular a
actividade do Estado com relação aos serviços públicos que são de direito da
sociedade. Ele também regula a relação entre as entidades públicas e privadas e a
desses indivíduos com a Administração Pública.
 Direito Financeiro: Responsável por coordenar dentro das entidades públicas, as
receitas, despesas e a administração financeira.
 Direito Penal: Ramo do direito público que regula as acções penais ilícitas com o
objetivo de defender a sociedade. Dentro do direito penal há um conjunto de
princípios e normas jurídicas capazes de julgar as acções penais e impor sanções para
ela.
 Direito Processual: Ramo do direito público que estabelece um conjunto de normas
capazes de solucionar os conflitos jurídicos, a fim de organizar o poder público para
estar apto a solucionar conflitos e repreender condutas dos cidadãos através de
processos judiciais. Quando o confronto/conduta acontecer na área penal, serão
aplicadas as regras do Código de Processo Penal  (Direito Processual Penal), caso
contrário, se considerado a área civil, serão utilizadas as regras do Código de Processo
Civil  (Direito Processual Civil).
 Direito Internacional Público: Ramo do direito público destinado a regular a relação
entre o Estado e seus organismos e outros Estados. Um exemplo é a Organização das
Nações Unidas, que apesar de não ser um Estado, age através do direito
internacional público.

ALGUNS RAMOS DO DIREITO PRIVADO

 Direito Civil: O direito civil é um ramo do direito privado que regula as relações
entre pessoas físicas e jurídicas. A principal lei que regulamenta essas relações é
o Código Civil;
 Direito comercial: Ramo do direito privado que determina como devem ser as
relações comerciais, cuja lei fundamental é o Código Comercial.
 Direito do Trabalho: Ramo do direito privado, formado por um conjunto de normas
que regem as relações entre trabalhadores e empregadores.
 Direito Internacional Privado: Ramo do direito responsável por regular as relações
de interesse público internacional de acordo com os procedimentos e órgãos jurídicos
internacionais. Ele trata, por exemplo, das situações de conflito de um estrangeiro fora
de seu país, estabelecendo directrizes e regras para o cidadão de outro país.

IMPOSTO E FIGURAS AFINS

Segundo Jone (2016),o Imposto, é uma prestação obrigatória estabelecida pela lei a
favor de entidades que exerçam funções públicas e para satisfação de fins públicos que não
constituam sanção de actos ilícitos. Segundo a autora, tradicionalmente, o imposto tem sido
definido como uma prestação pecuniária, exigida aos particulares por via da autoridade, a
título definitivo e sem contrapartida, com vista à cobertura dos encargos públicos.

Segundo Sebastião (2013),o imposto é uma prestação pecuniária, exigida aos


particulares por via de autoridade, a título definitivo e sem contrapartida, com vista à
cobertura dos encargos públicos. Ou seja, o imposto é uma prestação pecuniária, coactiva,
unilateral, a título definitivo, sem carácter de sanção, devida ao Estado ou outros entes
públicos com vista à realização de fins públicos.

De forma completa o imposto pode ainda ser definido como uma prestação coactiva,
patrimonial, positiva, definitiva, não sinalagmática, sem carácter de sanção, estabelecida por
Lei, a favor de uma entidade pública ou com funções públicas, para a satisfação de
necessidades públicas e redistribuição de riqueza, independentemente de qualquer vínculo
anterior. Neste conceito pode se perceber-se que, o sujeito activo não é apenas o Estado,
como também todas as entidades públicas ou com funções públicas (Jone, 2016).

CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

Segundo Jone (2016), a diversidade de impostos e seus mecanismos torna necessária a


sua classificação por categorias, de modo a permitir uma visão geral e a obtenção de um
conjunto estruturado das obrigações fiscais. Temos assim a seguinte classificação técnica dos
impostos:

 Impostos directos e impostos indirectos;


 Impostos reais e impostos pessoais;
 Impostos de quota fixa e imposto variável;
 Impostos periódicos e impostos de obrigação única;
 Impostos principais, impostos acessórios e impostos dependentes;
 Impostos estaduais e impostos não Estaduais;
 Impostos sobre o rendimento, impostos sobre o património e imposto sobre o
consumo.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPOSTO

Segundo Jone (2016),no que concerne a caracterização do imposto, observam-se as


seguintes características:

 O imposto é uma prestação pecuniária: o imposto é pago em dinheiro ou em


equivalente em dinheiro, contrariamente as modalidades de pagamento em espécie
que vigoravam no passado. Assim, o pagamento do imposto em dinheiro contribui
para acelerar o desenvolvimento da economia de mercado, conduzindo as pessoas que
não tinham dinheiro para pagar impostos sentiram-se obrigados a vender ou trocar
seus bens materiais em troca de dinheiro.
 O imposto é uma prestação coactiva: o pagamento do imposto tem carácter
obrigatório, pois, o Estado intervém dotado de seu poder de autoridade. A obrigação
de pagar o imposto resulta da lei, por conseguinte, o contribuinte não tem a
prerrogativa de optar em não pagar a dívida tributária ou de negociar ou determinar
livremente o montante do imposto. Caso o contribuinte não cumpra com as suas
obrigações dentro do prazo estabelecido por lei, o Estado e outros entes públicos,
podem recorrer ao processo de execução de modo a obrigá-lo a cumprir o seu dever
de pagar o imposto.
 O imposto é uma prestação unilateral: ao pagamento do imposto não corresponde
uma contraprestação por parte do Estado. Este aspecto permite distinguir o imposto de
outras figuras afins, (abordaremos mais tarde este tema) como é o caso da taxa e do
empréstimo forçado. Ao pagar o imposto, o contribuinte não recebe nada de
específico em troca, está apenas a contribuir para o financiamento das despesas do
Estado, com vista a realização do interesse público.
 O imposto é uma prestação a título definitivo: é o um recurso definitivo para os
entes públicos beneficiários, ou seja o seu pagamento não dá direito a qualquer
restituição ou reembolso ulterior a cargo do ente a quem é feita a prestação. Ao
contrário do empréstimo, o imposto não é restituído, com a excepção dos casos em
que tenha havido pagamento indevido, ou nos casos de desenvolvimento de políticas
económicas, especialmente indicados por lei.
 O imposto é uma prestação sem carácter de sanção: O imposto não tem caracter
sancionatório, não se trata de punição pela prática de actos ilícitos. Este aspecto
permite distinguir o imposto das sanções patrimoniais que têm como origem um facto
ilícito e visam um fim preventivo e repressivo, diferentemente do imposto.
 O imposto é uma prestação devida ao Estado ou outros entes públicos: Trata-se
aqui do elemento subjectivo do conceito de imposto. O imposto é devido a um ente
público que é o sujeito activo da relação jurídico-fiscal.
 O imposto é uma prestação com vista a realização de fins públicos.

FIGURAS AFINS AO IMPOSTO

Segundo Jone (2016), a caracterização e delimitação do imposto permitem-nos


verificar certas figuras afins ao imposto, que embora tenham certas semelhanças, não devem
ser confundidas com o imposto que constitui objecto da disciplina de direito fiscal, das quais
importa destacar: taxa; contribuição especial; empréstimo forçado e contribuições para a
segurança social.

 Taxa: o conceito de taxa remete-nos a figura de tributo, a qual apresenta uma


classificação binária, nomeadamente os tributos unilaterais ou impostos e tributos
bilaterais ou taxas. As taxas são diferentes do imposto na medida em que aquelas
designam prestações avaliáveis em dinheiro, exigidas por uma entidade pública como
contrapartida individualizada pela utilização de um bem do domínio público;
 Tarifas: são um tipo de taxas que exprimem não apenas uma equivalência jurídica,
como sucede com as taxas, mas também uma equivalência económica, como é
característico dos preços. Assim, consideram-se tarifas, as contraprestações de
serviços, geralmente prestados pelas autarquias locais, ou concessionários;
 Contribuição especial: a contribuição especial assenta num benefício individualizado
reflexamente derivado da actuação de um sujeito público, como exemplo podemos
citar o caso das mais-valias prediais resultantes de uma obra pública, que dariam lugar
a contribuições de melhoria. A contribuição especial, assenta ainda na necessidade de
compensar um ente público por maiores despesas ocasionadas pelos particulares, por
exemplo o maior desgaste nas vias de comunicação provocado por veículos de certo
peso e determinadas características, o que acarretaria mais despesas.
 Empréstimo forçado: Para a realização das suas despesas o Estado pode recorrer ao
crédito ou empréstimo público.
 Contribuição para a segurança social: são os descontos obrigatórios realizados
pelos entes públicos para a realização do interesse social. Trata-se de contribuições
parafiscais, ou seja têm a ver com a assunção por parte do Estado moderno de novas
funções económicas e sociais. São receitas que fogem, de algum modo, às regras que
disciplinam os impostos e são consignadas às entidades públicas que prosseguem a
actividade ligada à segurança social em substituição da acção directa do Estado.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Jone, E.C (2016). Manual do curso de licenciatura em direito 2º ano. Disciplina: Direito
fiscal e aduaneiro. Recuperado em:
https://plataforma.isced.ac.mz/pluginfile.php/167020/mod_resource/content/1/Manual
%20de%20DIreito%20Fiscal%20e%20Aduaneiro.pdf

Sebastiao, R. M (2013).Universidade Agostinho Neto: Faculdade de Letras (Aulas de Pós


Graduação). Recuperado em: http://www.marse.co.ao/marse/LinkClick.aspx?
fileticket=4sMldUqvws0%3D&tabid=122&mid=559

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