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PÚBLICA.
I. Modelo clássico
O modelo clássico da função pública tem matriz europeia, remontando à revolução francesa.
Esta estabeleceu a separação dos poderes públicos e a separação entre estes, no seu conjunto,
e a Administração Pública. A esta competia a aplicação das leis aos casos concretos, sob a
forma de actos administrativos. Ao mesmo tempo que se impôs esta separação de funções,
desenvolveu-se a teoria dos actos administrativos, consistindo a parte central no novo ramo
de direito, o direito administrativo. Paralelamente nasceu o estatuto dos funcionários
públicos, o qual estabeleceu o conjunto de direitos e deveres dos trabalhadores da
Administração Pública. Em alguns casos o estatuto tomou a forma de documento unificado,
ou código; noutros casos é constituído por um conjunto de leis avulsas. Em qualquer das
situações estabeleceram-se as regras de funcionamento da Administração Pública e, em
especial, a separação entre a Administração e a Política (Rocha, S. d.).
O modelo clássico da função pública, também chamado burocrático, apesar das matrizes que
assume, conforme a sua origem seja americana ou europeia continental, caracteriza-se
(Rocha, S. d.):
Pela divisão especializada do trabalho em funções, resultantes da agregação de
tarefas, estruturadas segundo o grau de complexidade fazendo-a apelo «scientific
management»;
Hierarquia rígida, com uma unidade de comando;
Regulamentação exaustiva de todos os aspectos das funções da organização, para que
os funcionários tenham de actuar segundo rotinas;
Neutralidade assegurada pelo recrutamento com base no mérito, através do concurso,
e pela estrutura de carreiras;
Separação entre a política e administração.
II. O «new public management»
Assim, a admissão com base no mérito tende a ser substituída pelos contractos a prazo, sem
conexão com uma carreira, mas para o desempenho de tarefas cuja duração pode variar. Este
processo garante a flexibilidade das relações de trabalho, permitindo ao gestor reduzir ao
mínimo os trabalhadores e a ajustando os salários ao desempenho, através da criação de
incentivos. Deste modo, o recrutamento deixa de ser efectuado por uma agência central,
fazendo-se localmente, por cada organização, familiarizando-se, deste modo a gestão
estratégica dos recursos humanos. Finalmente, os sindicatos tendem a perder a sua
importância, já que as negociações colectivas passam a ser substituídas pelo contrato
individual de trabalho e pelos acordos entre os trabalhadores e a organização (Rocha, S. d.).
Segundo Magibire; Cuminguena; Zunguza e Chavane (S. d.) na área de gestão de recursos
humanos, pelo menos no que respeita as práticas no sector público e privado, permanecem
diferenças em muitos importantes aspectos, já que os valores e objectivos da gestão pública
são diferentes dos do sector empresarial. Além disso, as organizações do sector público são
públicas (dos cidadãos) enquanto as do sector privado são individuais ou propriedade de
alguns accionistas, os quais visam lucros.
A Ciência da Administração nos têm mostrado que determinados serviços são de exclusiva
competência administrativa e outros, de natureza privada, pese embora ambos prosseguirem o
interesse geral. Quer isto dizer que o estudo da actividade administrativa de gestão pública ou
privada, consiste numa acção humana tendo em vista prosseguir certos objectivos definidos
para o alcance de determinados resultados, implicando por via disso adoptar certos princípios
à busca da eficiência. Não obstante esse facto, a administração pública visa prosseguir
funções públicas (assuntos da colectividade e dos seus membros). São casos elucidativos
desse interesse, a segurança, ordem pública, saúde, transporte público, etc. A administração
pública funciona mediante o interesse público, fundamentando-se na base legal. Em
contraparte, a Administração privada prossegue fins particulares ou pessoais, voltados para o
lucro e sem vinculação ao interesse geral da colectividade (Magibire, et al., S.d).
Segundo Magibire, et al. (S.d), a razão fundamental para o seu avanço foi a sua superioridade
técnica sobre as demais formas de gestão. Nesse sentido, precisão, agilidade, univocidade
(unidade de comando), continuidade, uniformidade, optimização de recursos e
previsibilidade são algumas das vantagens proporcionadas pela organização burocrática. O
último ponto que a viabilizou foi o nivelamento relativo das diferenças sociais nas
democracias de massa, uma vez que a igualdade política e jurídica dos cidadãos promoveu a
submissão de todos às regras impessoais. A solidez da burocracia também foi destacada por
Weber. Em sua concepção, a sedimentação da administração burocrática cria uma forma
praticamente indestrutível de dominação pois ela confere aos seus membros meios materiais
e ideais de existência (ela confere identidade aos seus operadores). Os dominados, por sua
vez, não são articulados o suficiente para combatê-la, tendendo a depender cada vez mais de
suas funções.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Rocha, O.A.J (S. d.). Quadro Geral da Evolução da Gestão de Recursos Humanos na
Administração Pública. Recuperado em:
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/2902/4/Quadro%20Geral%20da
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