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MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

Professor Flávio Toledo

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A Administração Pública pode ser entendida com um
conjunto de órgãos e de servidores que, mantidos com
recursos públicos, são encarregados de decidir e implementar
as normas necessárias ao bem-estar social e das ações
necessárias à gestão da coisa pública. Dessa forma, a evolução
da administração pública é um processo de aperfeiçoamento
dos serviços prestados pelo Estado à população.
Na evolução da gestão pública no Brasil tivemos
três fases: a administração patrimonialista, a
administração burocrática e a administração
gerencial. Esses modelos de administração evoluíram
ao longo do histórico político-social brasileiro sem que
nenhuma dessas tenha sido totalmente desconsiderada.
Nesses modelos, o objetivo é suprir uma deficiência do modelo
anterior, introduzindo novos conceitos ou mudando conceitos
ineficientes ou nocivos ao aparelhamento do Estado.

Pode-se definir modelo de gestão pública como sendo o


conjunto de métodos administrativos executados pela direção
de uma organização para atingir seus objetivos traçados. Assim,
esses métodos administrativos tendem a se modificar de acordo
com cada organização, amarrado às metas e objetivos traçados.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PATRIMONIALISTA
 A administração patrimonialista era baseada nos Estados
Absolutistas firmados nos séculos XVII e XVIII.

 O modelo patrimonialista foi introduzido no Brasil pela própria


administração portuguesa quando ainda éramos uma colônia.

 Herdamos o modo de administrar português e adaptamos à


nossa realidade durante o império.

Professor Flávio Toledo


 O Estado era patrimônio da família real.

 O aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus


auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real.

 Existe uma confusão natural entre os bens públicos e particulares.


A Racionalidade é subjetiva, ou seja, depende da opinião, da discricionariedade.

Como regra, esse modelo acarreta o clientelismo, a troca de favores, o


prevalecimento de interesses privados em detrimento do interesse
público, a corrupção, o nepotismo, fazendo surgir uma administração
pública vinculada a interesses particulares, onde os cargos são considerados
PREBENDAS OU SINECURAS
Esse modelo era apropriado ao Estado Liberal do Século XVIII, dedicado à
proteção dos direitos de propriedade, com:

 Um Parlamento apenas para definir as leis,

 Um Sistema Judiciário e Policial para fazer cumpri-las,

 Forças armadas para proteger o país do inimigo externo e

um Ministro das Finanças para arrecadar impostos.


• As monarquias absolutistas foram sendo substituídas aos poucos, no final do século
XIX, por Estados modernos, passando a existir a necessidade da separação entre os
bens públicos e privados, bem como a profissionalização da Administração Pública.

• o Estado necessitava de se capacitar e de se profissionalizar. O modelo patrimonialista


passou a ser visto como um problema e um limitador ao desenvolvimento por diversos
países.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
BUROCRÁTICA

Prof. FLÁVIO TOLEDO


O termo “burocracia” é derivado do termo francês “bureau”
(significa escritório) e do termo grego “kratia”, que se relaciona a
poder ou regra. Desta forma, a burocracia seria um modelo em
que o “escritório” ou os servidores públicos de carreira seriam os
detentores do poder.

O modelo de administração pública burocrática surge na época do


modelo estatal conhecido por Estado Liberal, cujos marcos
caracterizadores foram a Revolução Francesa e a Revolução
Industrial.
Surge com o objetivo de combater a corrupção e o
nepotismo patrimonialista, que permeavam as
administrações precedentes, sobretudo as baseadas no
modelo dos Estados Absolutistas.

Portanto, o controle dos abusos contra o patrimônio público


é uma das características almejadas pela administração
pública burocrática, ou seja, uma administração mais
racional e impessoal.
O termo Burocracia é visto como algo negativo em nossa
sociedade, mas o modelo “puro” pensado por Weber foi
um grande avanço em relação ao que existia antes e
possibilitou a construção de um Estado mais atuante e
capacitado do que existia.
As CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA BUROCRACIA
são:

Formalidade
Impessoalidade
Profissionalização
Caráter legal das normas e regulamentos
Caráter racional e divisão de trabalho
Hierarquia da Autoridade
Rotina e procedimentos estandardizados
Competência técnica e meritocracia
Formalidade

a autoridade deriva de um conjunto de normas e leis,


expressamente escritas e detalhadas. O poder do chefe é
restrito aos objetivos propostos pela organização e
somente é exercido no ambiente de trabalho - não na vida
privada. As comunicações internas e externas também são
todas padronizadas e formais.
Impessoalidade

Os direitos e deveres são estabelecidos em normas. As


regras são aplicadas de forma igual a todos, conforme seu
cargo em função na organização. O poder é ligado não às
pessoas, mas aos cargos – só se tem o poder em
decorrência de estar ocupando um cargo.
Profissionalização

As organizações são comandadas por especialistas,


remunerados em dinheiro (e não em honrarias, títulos de
nobreza, sinecuras, prebendas, etc.), contratados pelo seu
mérito e seu conhecimento (e não por alguma relação
afetiva ou emocional).
Caráter legal das normas e regulamentos

É baseada em uma legislação própria com uma


estrutura social razoavelmente organizada. Desta
maneira, economizam esforços e possibilitam a
padronização dentro da organização.
Caráter racional e divisão de trabalho

Essa divisão sistemática ocorre para estabelecer as


atribuições de cada participante, os meios de
obrigatoriedade e as condições necessárias. Cada
participante passa a ter seu cargo específico, as funções
específicas e a sua específica esfera de competência e
responsabilidade.
Hierarquia da Autoridade

Estabelece os cargos segundo os princípios da

hierarquia: cada cargo inferior deve estar sobre controle e

supervisão de um posto superior. Nenhum cargo fica sem

controle ou supervisão.
Rotina e procedimentos estandardizados

É uma organização que fixa as regras e normas

técnicas para o desempenho de cada cargo, cujas

atividades devem ser executadas de acordo coma as

rotinas e procedimentos fixados pelas regras e normas

técnicas.
Competência técnica e meritocracia

É uma organização na qual a escolha das pessoas é

baseada no mérito e na competência técnica e não em

preferências pessoais. Esses critérios universais são

racionais e leva em conta a competência, o mérito e a

capacidade do funcionamento da relação ao cargo ou função

considerada. Daí a necessidade de exames, concursos,

testes e titulações para a admissão para funcionários.


VANTAGENS DA BUROCRACIA
Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da
organização.

Precisão na definição do cargo e na operação, pelo


conhecimento exato dos deveres.

Rapidez nas decisões, pois cada um conhece o que deve


ser feito e por quem e as ordens e papéis tramitam
através de canais preestabelecidos.
Univocidade de interpretação garantida pela
regulamentação específica e escrita. Por outro lado, a
informação é discreta, pois é fornecida apenas a quem
deve recebê-la.

Uniformidade de rotinas e procedimentos que


favorecem a padronização, redução de custos e de
erros, pois os procedimentos são definidos por escrito
Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser
tomados nas mesmas circunstâncias.

Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de acordo com


regras conhecidas, sendo que grande número de casos
similares são metodicamente tratados dentro da mesma
maneira sistemática.

Benefícios para as pessoas na organização, pois a hierarquia é


formalizada, o trabalho é dividido entre as pessoas de maneira
ordenada.
Continuidade da organização através da substituição do
pessoal que é afastado. Além disso, os critérios de seleção e
escolha do pessoal baseiam-se na capacidade e na
competência técnica.

Redução do atrito entre as pessoas, pois cada funcionário


conhece aquilo que é exigido dele e quais são os limites
entre suas responsabilidades e as dos outros.
A administração pública burocrática surgiu conjuntamente
com o Estado liberal, exatamente como uma forma de
defender a coisa pública contra o patrimonialismo.
Na medida, porém, que o Estado assumia a
responsabilidade pela defesa dos direitos sociais e crescia
em dimensão, foi-se percebendo que os custos dessa
defesa podiam ser mais altos que os benefícios do controle.
A gestão burocrática, por meio de seus excessos de
formalismos, ritos e processualismos, possibilitou o
desenvolvimento do que os autores chamam de “disfunções
burocráticas”, resultando no termo “buropatologias”:
à medida que as organizações cresciam e se tornavam mais
complexas, aumentava o grau de burocratização. Portanto, as
disfunções burocráticas passaram a ser tratadas pela ciência
da administração como um desafio a ser superado para
atingir a performance e os objetivos organizacionais
(MOTTA, 2001).
DISFUNÇÕES
BUROCRÁTICAS
Dificuldade de resposta às mudanças no meio externo

Visão voltada excessivamente para as questões internas


(sistema fechado, ou seja, autorreferente, com a
preocupação não nas necessidades dos clientes, mas nas
necessidades internas da própria burocracia).
Rigidez e apreço extremo às regras

o controle é sobre procedimentos e não sobre resultados,


levando à falta de criatividade e ineficiências.

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Perda da visão global da organização

A divisão de trabalho pode levar a que os


funcionários não tenham mais a compreensão da
importância de seu trabalho nem quais são as
necessidades dos clientes ou dos outros órgãos da
instituição.

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Excessiva formalização

Em um ambiente de mudanças rápidas, não se


consegue padronizar e formalizar todos os
procedimentos e tarefas, gerando uma dificuldade da
organização de se adaptar a novas demandas. A
formalização também dificulta o fluxo de informações
dentro da empresa.

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Lentidão no processo decisório

Hierarquia, formalidade, centralização e falta de


confiança nos funcionários levam a uma demora na tomada
de decisões importantes.

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“Absolutismo burocrático”, ou seja, um abuso de poder por
parte da administração, em prejuízo dos representantes da
população. Portanto, a criação das leis e seu controle devem ser
privativos dos políticos, de forma a limitar o poder e o alcance
desta burocracia.

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“Insulamento burocrático”, uma situação em que os técnicos
dentro da máquina administrativa passam a ser “blindados”
contra a interferência do público em geral e de outros órgãos do
governo. Estes órgãos ou grupo de técnicos teriam então mais
liberdade para buscar objetivos específicos, mas também
poderiam passar a não “ouvir” mais a população, ou seja, buscar
não os objetivos desejados pelos cidadãos, mas os seus próprios
objetivos (ou dos grupos empresariais dominantes).

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TIPOLOGIAS DE
DOMINAÇÃO

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Tipologias de Dominação

Weber (1991)defende que a burocracia é um


referencial teórico ancorado em seu esquema
conceitual de tipos de dominação. Deste modo, a
obediência ao chefe político geralmente está
assegurada por um “sistema de dominação”, assim
representado: dominação tradicional, dominação
carismática e dominação racional-legal.

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DOMINAÇÃO

É definida como a probabilidade de encontrar


obediência a uma norma de determinado conteúdo,
entre determinadas pessoas indicáveis.

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Dominação tradicional (sociedade tradicional)

Ocorre na situação em que a obediência se dá por motivos


de hábito, onde tal comportamento já faz parte dos
costumes e está enraizada na cultura da sociedade. Para
Weber, toda dominação tradicional tende ao
patrimonialismo.

Exemplo: os filhos obedecem aos pais por uma relação


de fidelidade há muito estabelecida e respeitada.
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Dominação carismática (sociedade carismática)

Sustenta-se pela crença dos subordinados nas qualidades


dos superiores. Essas qualidades podem ser naturais ou
sobrenaturais.

Exemplo: liderança destacada de membro de uma


equipe por suas capacidades técnicas e conceituais ou uma
liderança religiosa que arrebata multidões.
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Dominação legal (sociedade legal)

Refere-se à submissão coletiva a um conjunto de regras


formalmente definidas e aceitas por todos os integrantes. Essas
regras determinam a que e a quem se deve obedecer. Essa opção
é a que descreve corretamente a concepção weberiana de
autoridade burocrática.

Exemplo: empregado que recebe ordens de um superior, de acordo


com cláusulas de contrato assinado.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GERENCIAL

Prof. FLÁVIO TOLEDO

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A Gestão Pública Gerencial (ou Nova Gestão Pública -
NGP) tem sua origem relacionada com as mudanças
ocorridas nas administrações públicas de alguns países a
partir da década de 1970 (Estados Unidos, Inglaterra,
Nova Zelândia e Austrália).

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Na América Latina, a recessão acentuada por qual
alguns países atravessavam, na década de 80, fez com
que os formuladores de políticas públicas iniciassem as
críticas ao “Estado de serviços sociais” (BOBBIO, 2000).

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O foco da administração gerencial é o aumento da
qualidade dos serviços e a redução dos custos. Propondo
também o desenvolvimento de uma cultura gerencial
nas organizações, orientada para resultados e o aumento
da governança do Estado, ou seja, da sua capacidade de
gerenciar com efetividade e eficiência. O cidadão passa
de plateia/executores para atora/parte do Estado.

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O gerencialismo (public management), segundo Abrucio
(1997), estruturou-se sob três tendências básicas:

• O Gerencial Puro (Managerialism)

• O Consumerism

• Public Service Orientation (PSO).

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Para ele, na prática, existe intercâmbio entre as
teorias, principalmente no caso das duas últimas
(consumerism e Public Service Orientation). Ou seja,
embora haja diferenças entre as teorias, elas não são
mutuamente excludentes; há uma incorporação dos
aspectos positivos de cada teoria.

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O MODELO GERENCIAL
PURO
(MANAGERIALISM)
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O MODELO GERENCIAL PURO (MANAGERIALISM)

Foi a primeira tendência que apresentou alternativas


para a modernização do setor público, sendo a
Inglaterra (Margareth Thatcher) e EUA (Ronald Reagan)
os países com maiores observações e estudos de
implementação. O caso inglês obteve maior êxito que o
americano, já que o sistema político daquele foi mais
favorável à aplicação.

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Sua ideia central baseava-se no conceito de
produtividade, diminuindo-se os gastos públicos para
aumentar a eficiência estatal (como a redução do
quadro de servidores, por exemplo).

A perspectiva do modelo gerencial puro era


proposta como neutra, a fim de modificar o
funcionamento e a cultura da gestão pública,
separando a política da administração
propriamente dita.
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Na sua visão, a reforma deveria ser implantada
independentemente do que ocorresse na política.

No entanto, várias experiências contradizem essa


proposta, já que reformas administrativas bem sucedidas
dependeram fortemente de apoio político.

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As reformas administrativas devem melhorar a
performance do setor público de acordo com objetivos
públicos, ou seja, politicamente definidos (CAIDEN, 1991).

Nesta visão, o cidadão é visto como contribuinte


(financiador do Estado), que deve ter seus recursos gastos
de maneira mais consciente.

Professor Flávio Toledo


Dentre as iniciativas de Thatcher estavam
a privatização, a desregulamentação, redução de
cargos públicos, a definição clara dos objetivos de
cada setor e outras com o intuito de reduzir os gastos.
O movimento ficou conhecido como rolling back the
state, algo como retração da máquina estatal

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O governo Thatcher propunha:
a)definição clara das responsabilidades de cada funcionário
dentro das agências governamentais (BUTLER, 1993: 399);

b) clara definição dos objetivos organizacionais, analisados


em sua substância e não enquanto processo administrativo;

c) aumento da consciência a respeito do “valor dos recursos”


(value money) públicos, procurando maximizar a relação
financeira entre os recursos iniciais e os gastos realizados
para a produção de políticas, ou seja, incorporando o valor
da eficiência na lógica de funcionamento da burocracia.

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Essa proposta de separação entre política e
administração, aliada ao conceito de produtividade foi
chamada por Pollitt (1990) de“neotaylorismo”, uma teoria
calcada na busca da produtividade e na implantação do
modelo de gestão da empresa privada no setor público.

Um dos êxitos do modelo gerencial puro na experiência


inglesa foi a ênfase na questão financeira que, de fato, elevou
a consciência da burocracia sobre os custos das políticas
públicas (POLLITT, 1990).
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Esses e outros legados positivos do gerencialismo puro
proporcionaram outras discussões e novos rumos do
modelo a partir da década de 80, priorizando conceitos
de flexibilidade, planejamento estratégico e qualidade.
Nesse sentido, uma transformação importante
ocorreu no remodelamento do gerencialismo:

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 A adoção de serviços públicos voltados para os
anseios dos clientes consumidores - consumerism.

Corte de pessoal - Devolução de atividades à iniciativa


privada

Descentralização - Desconcentração - Delegação de


poder

Racionalização e controle orçamentário

Adoção da Administração por Objetivos (Governo Inglês)

Descentralização administrativa
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O CONSUMERISM

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O consumerism, que pode ser traduzido como “satisfação do
consumidor”, introduziu a perspectiva da qualidade como uma
estratégia voltada para a satisfação do consumidor, através de
medidas que visavam tornar o poder público mais leve, ágil e
competitivo: descentralização administrativa, criação de opções
de atendimento, como incentivo à competição entre
organizações públicas e adoção de um novo modelo contratual.

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Introduz o conceito de qualidade no serviço público.

Com o conceito de efetividade, recupera-se a noção de


que o governo deve, acima de tudo, prestar bons serviços.

Com o conceito de efetividade também traz à tona o


caráter político da prestação de serviços.

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A perspectiva da qualidade no setor público possui
estreita relação com o surgimento de atenções às
preferências do cliente/consumidor (paradigma do
consumidor) - princípio de que os serviços públicos
devem estar mais direcionados às necessidades da
sociedade diretamente afetada (considerado a ênfase do
programa inglês denominado Citizen’s Charter).

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O programa do governo inglês mais importante no sentido
de priorizar o consumidor é, sem dúvida, o Citizen’s
Charter. Baseado no princípio de que os serviços públicos
devem estar mais direcionados às necessidades definidas
pelo público diretamente afetado.

O Citizen’s Charter consiste na implantação de programas


de avaliação de desempenho organizacional de acordo
com dados recolhidos juntos aos consumidores.

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A importância do programa aumenta na medida em
que ele tem sido uma das referências da atual gestão do
primeiro-ministro John Major, que, na defesa do Citizen’s
Charter, disse que os “serviços públicos têm o dever
especial de responder às necessidades dos seus
consumidores e clientes”

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Em termos gerais, listam-se sequências necessárias
para se garantir a qualidade do serviço público, na qual
o conhecimento das necessidades dos consumidores
figura como principal requisito. Apesar do avanço,
quando comparado ao modelo gerencial puro, o
consumerism possui diversas críticas, principalmente na
relação entre o governo como prestador de serviços
públicos e a sociedade.

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Essa relação é complexa, já que ela não obedece ao puro
modelo de decisão de compra vigente no mercado. Isso
porque, há determinados serviços públicos cujo caráter é
compulsório, isto é, não existe a possibilidade de escolha,
como provam a utilização em determinados momentos dos
hospitais e dos serviços policiais (POLLITT, 1990).

Assim, postulam vários autores que o conceito de


“consumidor” deve ser substituído pelo de “cidadão”.

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OBJETIVOS: “FAZER MELHOR ”

• Introdução do conceito de qualidade dos serviços


• Flexibilidade de gestão
• Foco no cliente/consumidor
• Descentralização, como forma de conferir direito de escolha
aos consumidores
• Aumento da competição entre agências
• Adoção de novas formas de contratação
• VISÃO DA SOCIEDADE: CLIENTES

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PUBLIC SERVICE
ORIENTATION (PSO)

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Segundo discorre Abrucio (1997), o Public Service
Orientation (PSO), embora retome temas pouco discutidos
ao longo da década de 80, não propõe a volta a um
modelo pré-gerencial, burocrático weberiano.

A PSO procura encontrar novos caminhos abertos pela


discussão gerencial, explorando suas potencialidades e
preenchendo boa parte de suas lacunas.

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Toda a reflexão realizada pelos teóricos do PSO leva aos
temas do republicanismo e da democracia, utilizando-se
de conceitos como accountability, transparência,
participação política, equidade e justiça e, principalmente,
a descentralização, a partir da qual são formulados quase
todos os conceitos do PSO.

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O conceito de cidadania importa relacionar os termos
“accountability” - que requer uma participação ativa dos
cidadãos, no momento da elaboração das políticas e na
avaliação dos serviços públicos - e “equidade”, esse
desvirtuado quando grupos de interesses mais fortes se
organizam para atuar onde os serviços são prestados.
Assim, para introduzir esses conceitos na prestação de
serviços públicos, surge a tendência do Public Service
Orientation (PSO).
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Para Hambleton (1992), a “justificativa central para
defender o governo local não é que ele é um bom meio
para prover os serviços (públicos) necessários, o que de
fato ele é, mas que ele (o governo local) torna os
cidadãos capazes de participar das decisões que afetam
suas vidas e de suas comunidades” .

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Os autores defensores do PSO formulam os ideais de
participação política dentro da esfera pública, utilizando-
se de mecanismos de transparência como proteção
contra novas formas particularistas de intervenção na
arena estatal, como o são o clientelismo e o
corporativismo.

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O ponto que aqui distingue o PSO das outras correntes é o
conceito de cidadão. Pois, enquanto o cidadão é um conceito
com conotação coletiva — pensar na cidadania como um
conjunto de cidadãos com direitos e deveres —, o termo
consumidor (ou cliente) tem um referencial individual, vinculado
à tradição liberal, a mesma que dá, na maioria das vezes, maior
importância à proteção dos direitos do indivíduo do que à
participação política, ou então maior valor ao mercado do que à
esfera pública (POLLITT, 1990: 129).

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Outro conceito caro ao modelo gerencial, o de
competição entre agências públicas, é repensado
pelo Public Service Orientation (PSO). Não que a
competição seja negada como princípio utilizável no
setor público; mas o que é mais ressaltado pela PSO é a
possibilidade de cooperação entre as agências de modo
a obter um melhor resultado global na oferta de serviços
públicos.

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OBJETIVOS:

• Fusão de ideias de gestão dos setores públicos e privados

• Redução do déficit institucional (O QUE e não COMO)

• Foco no cidadãos (conotação coletiva)

• Descentralização como forma de participação dos cidadãos

• Ênfase no desenvolvimento da aprendizagem social

• VISÃO DA SOCIEDADE: CIDADÃOS

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GOVERNABILIDADE GOVERNANÇA
 É o conjunto de  É a capacidade do
condições necessárias governo de implementar
ao exercício do poder. as decisões tomadas.
 Compreende a forma  Envolve os arranjos
de governo, relações institucionais pelos quais a
entre os poderes, autoridade é exercida de
sistema partidário e modo a viabilizar as
equilíbrio entre as condições financeiras e
forças políticas de administrativas
oposição e situação. indispensáveis à execução
 Diz respeito à das decisões do governo.
capacidade de decidir.

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QUESTÕES - CESPE
Administração Pública
Patrimonialista
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1. A propósito da administração pública, julgue o
item que se segue.

O gestor público que se pauta pelo modelo patrimonialista


age de acordo com o princípio que preconiza ser o Estado
aparelho que funciona em prol da sociedade.

( ) Certo ( ) Errado

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2. Com relação à administração pública, julgue o
item que se segue.

No modelo de administração pública patrimonial, os


bens do Estado são administrados de forma pessoal,
como se pertencessem ao próprio governante

( ) Certo ( ) Errado

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3. Acerca do modelo patrimonialista de Estado,
julgue o item a seguir.

Entre os traços inerentes à administração


patrimonialista estão o nepotismo e a corrupção.

( ) Certo ( ) Errado

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4. Acerca do modelo patrimonialista de Estado, julgue o
item a seguir.

A compreensão do modelo patrimonial de administração


pública requer a retomada de um fundamento da dominação
tradicional: a piedade pessoal.

( ) Certo ( ) Errado

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5. Acerca do modelo patrimonialista de Estado, julgue o
item a seguir.

Na Administração Pública patrimonialista, verifica-se que o


aparelho do Estado é utilizado em benefício do próprio
governante e de terceiros por ele favorecidos. Este modelo é
caracterizado pela não distinção entre o que é patrimônio
público e o que é patrimônio privado. Em outros termos, a res
publica (coisa do povo) se confundia com a res principis (coisa
do príncipe).

( ) Certo ( ) Errado

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6. Acerca do modelo patrimonialista de Estado,
julgue o item a seguir.

o patrimonialismo é caracterizado pela


interpermeabilidade entre os patrimônios público e
privados de líderes carismáticos.

( ) Certo ( ) Errado

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7. Acerca do modelo patrimonialista de Estado,
julgue o item a seguir.

O patrimonialismo pode ser exercido por meio do


nepotismo e da corrupção.

( ) Certo ( ) Errado

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8. Acerca de gestão pública, julgue o item seguinte.

De acordo com o modelo patrimonialista, o gestor público


deve ter autonomia para gerir os recursos humanos,
materiais e financeiros colocados à sua disposição, a fim
de que os objetivos contratados e a finalidade pública
sejam atingidos.

( ) Certo ( ) Errado

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9. Acerca do modelo patrimonialista de Estado,
julgue o item a seguir.

No Estado patrimonialista, caracterizado pela interseção


entre os patrimônios público e privado, os bens e serviços
públicos também constituem patrimônio do governante.

( ) Certo ( ) Errado

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10. Acerca do modelo patrimonialista de Estado,
julgue o item a seguir.

Caracteriza nepotismo a nomeação de familiar de servidor


efetivo do IBAMA que, em razão de sua qualificação, seja
convidado a ocupar uma das diretorias dessa autarquia.

( ) Certo ( ) Errado

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GABARITO
1) E
2) C
3) C
4) C
5) C
6) E
7) C
8) E
9) C
10) E

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QUESTÕES - CESPE
Administração
Pública Burocrática
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1. Considerando a evolução da administração gerencial
e da administração pública no século XX, julgue o
item a seguir. No século XX, a evolução da
administração foi marcada pela transição do enfoque
relacional — que prioriza aspectos da organização informal
e elementos comportamentais — para o enfoque
estrutural, com ênfase na organização formal, nas regras e
nas estruturas organizacionais.

( ) Certo ( ) Errado

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2. Com relação às teorias das organizações, à
administração pública e à gestão de pessoas, julgue o
item subsecutivo.

Uma organização que se baseia nos pressupostos da


administração pública burocrática orienta-se para a
prestação de serviços ao cidadão, sendo, contudo, tolerante
aos abusos contra o patrimônio público.

( ) Certo ( ) Errado

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3. No que concerne à administração pública, julgue o
próximo item.

Uma organização pública que, para evitar a hierarquização,


busque maior flexibilidade deverá adotar o modelo da
administração pública burocrática que, apesar de lento, é
simples e não privilegia maiores formalismos.

( ) Certo ( ) Errado

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4. Com referência aos principais modelos de administração
pública e à gestão de pessoas, julgue o item seguinte.

Um dos principais modelos da administração pública é o


modelo burocrático, segundo o qual o Estado é uma extensão do
poder soberano, e o interesse público e o privado são confusos,
sem diferenciação entre os bens do governante e os bens públicos.

( ) Certo ( ) Errado

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5. No que concerne à administração pública, julgue
o próximo item.

O controle dos abusos contra o patrimônio público é


uma das características almejadas pela administração
pública burocrática.

( ) Certo ( ) Errado

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6. No que se refere a aspectos históricos da
administração pública brasileira, julgue o item a
seguir.

O poder racional-legal, representado por princípios


como impessoalidade e formalismo, é característico de
um Estado que segue um modelo burocrático.

( ) Certo ( ) Errado

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7. A respeito da evolução da administração pública no
Brasil, julgue o item subsequente.

A criação das primeiras carreiras administrativas na


administração pública e a busca pela adoção do concurso
como forma de acesso ao serviço público são características
do modelo de administração burocrática, implantado na
década de 30 do século passado.

( ) Certo ( ) Errado

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8. Com relação à evolução da administração e a seu
papel no contexto público, julgue o item que se
segue.

O modelo burocrático, que conseguiu diminuir em grande


parte a presença do patrimonialismo na administração
pública, está orientado para resultados e focado no cidadão.

( ) Certo ( ) Errado

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9. Julgue o item seguinte referente à evolução dos
modelos de administração pública.

Comparativamente a outros modelos, as


desvantagens do modelo burocrático incluem a sua
rigidez, que pode levar à ineficiência do aparelho
administrativo.

( ) Certo ( ) Errado

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10. A administração pública brasileira evoluiu muito no
último século.Abandonou o patrimonialismo,embora
ainda persistam alguns traços desse modelo, e cada vez
mais o país se aproxima do gerencialismo.
No que se refere à administração pública, julgue os itens
subsecutivos.

Apesar de ainda estar vigente no Estado brasileiro, a


administração pública burocrática é um modelo já ultrapassado
e, portanto, deve ser suplantado por completo pelo modelo de
administração pública gerencial, que tem por objetivo principal
a efetividade das ações governamentais e das políticas públicas

( ) Certo ( ) Errado

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GABARITO
1) E
2) E
3) E
4) E
5) C
6) C
7) C
8) E
9) C
10) E
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QUESTÕES - CESPE
Administração
Pública Gerencial
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1. Considerando a evolução da administração
gerencial e da administração pública no século XX,
julgue o item a seguir.

A nova administração pública, que é estruturada com


orientação para resultados, contrapõe-se às práticas
anteriores, que mantinham seu foco na busca por
eficiência nos processos administrativos.

( ) Certo ( ) Errado
Professor Flávio Toledo
2. No que diz respeito aos estudos da gestão
contemporânea, julgue o item a seguir.

Uma das principais inovações preconizadas pelos


movimentos de reforma do Estado empreendidos nos anos
80 e 90 — o New Public Management — foi a instituição de
critérios meritocráticos para o provimento de cargos e
funções públicas, bem como para fins de ascensão funcional.

( ) Certo ( ) Errado

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3. Considerando o desenvolvimento da administração
pública do modelo racionallegal ao paradigma pós-
burocrático, julgue o item subsequente.

Contrapondo-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico


da burocracia tradicional, o paradigma gerencial
fundamentado nos princípios da confiança e da
descentralização da decisão exige formas flexíveis de gestão.
( ) Certo ( ) Errado

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4. Julgue o item seguinte referente à evolução dos
modelos de administração pública.

Nas gestões que adotaram os modelos gerenciais de


administração pública, os quais surgiram como uma
fase de modernização do modelo burocrático, o Estado
permaneceu responsável pela formulação e execução
de serviços prestados à sociedade de forma direta.

( ) Certo ( ) Errado
Professor Flávio Toledo
5. Julgue os itens seguintes, com relação ao modelo
racional-legal e ao paradigma pós-burocrático na
administração pública.

Uma das metas do Estado gerencial consiste em adequar as


organizações públicas aos seus objetivos prioritários — os
resultados —, eliminando-se, por conseguinte, os princípios
burocráticos.

( ) Certo ( ) Errado
Professor Flávio Toledo
6. Com relação à administração pública, julgue os
itens subsecutivos.

De acordo com a administração pública gerencial,


conforme proposto originalmente por Bresser Pereira, a
estabilidade generalizada concedida aos servidores
públicos é vista como forma de garantir continuidade das
atividades e, consequentemente, eficiência organizacional.

( ) Certo ( ) Errado
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7. Acerca de teorias e modelos da administração
pública, cultura
organizacional e tecnologias gerenciais, julgue os itens
a seguir.

De acordo com a administração pública gerencial, o servidor


público trabalha para atender aos cidadãos, considerados
consumidores e clientes, mediante a descentralização da
decisão e das funções.

( ) Certo ( ) Errado

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8. Com referência à administração pública do modelo
racional-legal
ao paradigma pós-burocrático, julgue os itens que se
seguem.

Preservando a ideologia do formalismo e do rigor técnico da


burocracia tradicional, a administração pública gerencial
proporcionou um sistema de gestão e controle centrado em
resultados.

( ) Certo ( ) Errado

Professor Flávio Toledo


9. A nova gestão pública ou a administração pública gerencial
refere-se a um tipo de gestão que emprega o modelo de
mercado, a
ideia de gestão voltada ao consumidor e a adoção de tecnologias
para o aumento da produtividade. Acerca desse assunto, julgue
os
itens a seguir.
O gerencialismo caracteriza-se por manobras administrativas, como
competição, incentivos de mercado, mensuração de desempenho, foco
na produtividade e desregulamentação..

( ) Certo ( ) Errado

Professor Flávio Toledo


10. Tendo em vista que a administração pública é uma
matéria
essencial para a efetivação das políticas públicas e
para a gestão
governamental, julgue os itens a seguir.

A perspectiva da nova gestão pública ressalta que o interesse


público é uma representação da agregação de interesses
individuais.

( ) Certo ( ) Errado Professor Flávio Toledo


GABARITO
1) C
2) E
3) C
4) E
5) E
6) E
7) C
8) E
9) C
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