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Notas sobre a Abordagem Burocrática

Novas Formas Organizacionais: onde se encontram as evidências


empíricas de ruptura com o modelo burocrático de organizações?
Devido a constantes mudanças e a necessidade de uma forma mais pluralística nas
organizações, tem se estudado, nas últimas décadas, principalmente no pós-modernismo,
novas formas organizacionais.

A Forma Organizacional vigente em grande parte das organizações é a Burocrática:


rigidez, mercado de massa, determinismo tecnológico, diferenciação e desqualificação nos
cargos, por exemplo e, principalmente a racionalização (ação orientada para regras e
estatutos gerais).

Formas Organizacionais Pós-modernas: caracterizam-se por flexibilidade, mercados


segmentados, tecnologias multifuncionais e cargos gerais de-diferenciados.

Porém, essas novas formas sofreram diversas críticas, devido à falta de estudos e
aplicação prática. Para alguns autores elas seriam apenas a burocracia melhorada e
idealizada.

Uma busca constante por formas organizacionais alternativas, entre as estruturas


analisadas, as que apresentaram maior flexibilidade foram as de menor porte.

No contexto organizacional, o trabalho altamente especializado ainda é uma característica


marcante.

Observa-se, nessas citações, que a justificativa apresentada para a adoção de novos


modelos organizacionais vem, de maneira enfática, corresponder aos padrões utilitários
de busca de maior eficácia organizacional, em face de um novo contexto ambiental.

Conclusões: observa-se que a preocupação com os clientes denota uma estratégia útil e
prática para o alcance de melhor desempenho pela organização.

O Sucesso empresarial dessas organizações é visto como evidência importante da


possibilidade de superar a burocracia.

Burocracia como organização, poder e controle.


Para Max Weber o “objeto da sociologia é a captação de sentido da ação humana, à
medida que o conhecimento de um fenômeno social implica a extração do conteúdo
simbólico da ação que o configura.

Uma relação hierárquica se estabelece, definindo postos e níveis de autoridades, além de


um sistema de mando e subordinação com gerência das atividades e tarefas delegadas por
autoridade

A formalização da organização burocrática é dada por meio de documentos.

Por possuir cargos e tarefas altamente especializados, treinamentos e especificações são


necessários nesse tipo de organização.
O cumprimento das tarefas deve se revestir de impessoalidade.

O poder se concentra na mão de poucos, de ricos – enorme hierarquia.

É um instrumento de poder, de dominação.

“A administração, enquanto organização formal burocrática, realiza-se plenamente no


Estado”, razão pela qual, “o segredo da gênese e estrutura da teoria geral da
administração, enquanto modelo explicativo dos quadros da empresa capitalista, deve ser
procurado onde certamente seu desenvolvimento mais pujante se dá: no âmbito de
Estado”. A teoria administrativa fornece ao capitalismo industrial modelos de transição
do liberalismo para o capitalismo monopolista e a “emergência da burocracia como poder
funcional e político”.

Weber adverte que a burocracia é uma máquina de difícil destruição.

Burocracia é o oposto de autonomia, tanto individual como coletiva.

O trabalhador especializado desumaniza-se cada vez mais, pois o conhecimento, a


habilidade ou a competência específica interessam à organização e não ao indivíduo.

Na fase atual de desenvolvimento das forças produtivas, não há como negar a existência
de uma forma de burocracia que estrutura o aparato administrativo das unidades
produtivas, uma vez que ela apenas consolida uma forma específica de produção.
Todavia, quando a “burocracia participa da apropriação da mais-valia, participa do
sistema de dominação. [...] Em suma, ela une a sociedade civil ao Estado”.

O estado é o representante e legitimador da burocracia

A classe trabalhadora – que reage a isso criando suas entidades igualitárias e novas
relações sociais antagônicas à burocratização”

“Burocracia é uma estrutura social na qual a direção das atividades coletivas fica a cargo
de um aparelho impessoal hierarquicamente organizado, que deve agir segundo critérios
impessoais e métodos racionais”.

A burocracia nasce das relações de produção, consolida-se no Estado como forma


organizada de controle social e amplia-se com as organizações de modo geral. Assim, a
sociedade moderna tornou-se uma “sociedade de organizações burocráticas submetidas a
uma grande organização burocrática que é o Estado”

As necessidades das pessoas são manipuladas por meio das relações entre produção e
consumo, orientando a vida das pessoas.

A unidade de poder da burocracia é a organização, representada principalmente pela


empresa capitalista.

Alienação enquanto um processo no qual o homem se torna cada vez mais estranho no
mundo criado pelo seu trabalho.

A burocracia, para ambos, tem como finalidade política a instituição de um aparelho de


dominação com base em uma racionalidade que separa os que pensam dos que executam,
consequência elementar da divisão técnica e social do trabalho.

As principais características da burocracia são a impessoalidade, o formalismo e o


profissionalismo, apesar de as conceberem como efeitos de um processo de racionalização
ocorrido na sociedade, especialmente originado da divisão técnica do trabalho.
Notas – teoria da Burocracia
Sobre controlar tanto as pessoas quanto os processos da organização
Weber concentra-se nos conceitos de produtividade, eficiência e estrutura organizacional,
com ênfase no comportamento, contribuindo para a teoria geral de organização social e
econômica. Weber não só estudou a estrutura foram como também o que ocorria dentro
dela

Embora a burocracia hoje esteja fora de moda, já que ela não pode responder rapidamente
à mudança e atrapalha a iniciativa do empregado, a maioria das grandes organizações
ainda possuem características básicas burocráticas, sobretudo especialização e alta
formalização.

Entretanto, as esferas de controle foram geralmente ampliadas, a autoridade tornou-se


mais descentralizada e os departamentos funcionais foram suplementados com um uso
crescente de equipes.

Ela apresenta excesso de formalismo e papelório

É uma forma organizacional resistente a mudanças, o que faz com que seus funcionários
apresentem as mesmas características.

Os funcionários começam a exibir sinais de autoridade, as pessoas sentem prazer em


controlar as outras.

Merton apresentou um modelo de burocracia que representa um conjunto bastante


complexo de relações que se estabelecem entre um conjunto de variáveis. O sistema
começa com a exigência de controle [1] por parte da organização imposta pela autoridade
superior. Esta exigência toma a forma de uma acentuada ênfase na confiança do
comportamento [2] na organização visando sua previsibilidade. A hierarquização, a
despersonalização do relacionamento e a obediência às normas provocam a rigidez no
comportamento e à tendência dos membros se defenderem de pressões externas [3]
provocando uma justificativa da ação individual [4] e, ao mesmo tempo, elevando o grau
de dificuldade no atendimento aos clientes [5]. A insatisfação dos clientes pode ocasionar
a rigidez no comportamento fazendo com que surja o sentimento de necessidade de
defesa da ação individual [6] reforçando a ênfase na confiança no comportamento.

A Burocracia Está Morta. Viva a Burocracia!


Uma ação comum a que temos assistido nos últimos anos é a redução dos níveis
hierárquicos. Advoga-se que a existência de muitos níveis dificulta a comunicação e torna
os processos decisórios lentos, além de representar custos intoleráveis. Resposta óbvia:
cortar elos e enxugar a estrutura, reduzindo os níveis médios e os cargos de staff.
Problema diagnosticado, solução definida. Porém, depois de promover enxugamentos
descuidados, o que muitas empresas estão descobrindo é que os demitidos levaram
consigo competências importantes para os negócios. E essas empresas vão pagar caro por
isso. Outra ação comum dos "destruidores de burocracias" é acabar com a papelada (na
linguagem popular, costumamos identificar burocracia com papelada). Muitos executivos
orgulham-se de ter substituído pilhas de documentos por políticas simples e objetivas. É
claro que, em muitos casos, o argumento é válido: excesso de normas e procedimentos
realmente tolhem a criatividade e ajudam a promover uma cultura voltada para a
passividade e para o status quo. Porém, registros e procedimentos também representam
valiosos depositários de memória técnica e de práticas organizacionais. Sua eliminação,
em conjunto com a redução do quadro de pessoal, pode obrigar os remanescentes a
reinventar a roda, a improvisar sem ter sequer uma linha melódica básica.

A questão é que forma de burocracia adotar, uma questão muito mais sutil e cheia de
meios-tons que o preto e o branco dos discursos reducionistas dos gerentes-heróis e dos
gurus de plantão. Construir burocracias melhores, como propõe o professor Adler,
significa desenvolver sistemas, procedimentos e a própria estrutura organizacional. Cada
empresa, com suas peculiaridades, vai exigir diferentes modelos e formas de controle.

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