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Tylenol na gravidez dobra o risco de autismo


 Fatos verificados

15 Dezembro 2019 • 9,787 Visualizações  

RESUMO DA MATÉRIA -
 Exposições hormonais anormais na gravidez podem influenciar o desenvolvimento cerebral do feto, e
pesquisas publicadas em 2014 alertaram que o acetaminofeno é mesmo um desregulador hormonal

 De acordo com o estudo de 2014, o uso de acetaminofeno durante a gravidez foi associado a um risco 37%
maior de diagnóstico de distúrbio hipercinético na criança, uma forma grave de transtorno do déficit de
atenção e hiperatividade (TDAH)

 Um estudo de 2019 descobriu que, em comparação com filhos de mulheres que ingeriram menos
acetaminofeno, os filhos que sofreram maior exposição ao medicamento apresentaram um risco 286% maior
de TDAH e um risco 362% maior de transtorno do espectro autista (TEA) quando tinham cerca de 9 anos

 Descobertas publicadas em 2016 revelaram que o uso de acetaminofeno entre a 18ª e 32ª semanas de
gravidez estavam associadas a um risco 42% maior de problemas de conduta e um risco 31% maior de
sintomas de hiperatividade na criança

 Outra investigação de 2016 descobriu que crianças de ambos os sexos, cujas mães usaram acetaminofeno
durante a gravidez, tinham 41% mais chances de apresentar sintomas de TDAH aos 5 anos. Os meninos
também tinham maior probabilidade de ter TEA

Por Dr. Mercola

Muitos acreditam que os medicamentos de venda livre são seguros porque não precisam de receita. Nada
poderia estar mais distante da verdade. O acetaminofeno, por exemplo, (também conhecido como
paracetamol e vendido sob a marca Tylenol, entre outros) é na verdade uma das drogas mais perigosas que
você encontra.
Apesar das estatísticas mostrarem que o acetaminofeno é a principal causa de insuficiência hepática
aguda nos EUA, a maioria das pessoas não pensa duas vezes antes de tomar esse remédio. O
acetaminofeno também é encontrado numa ampla variedade de produtos desenvolvidos para tratar dores
de cabeça, febre e sintomas de resfriado, além de medicamentos prescritos para dor, misturados com
codeína ou hidrocodona. E a maioria dos lares tem mais de um medicamento de venda livre, o que pode
facilmente levar a uma overdose.

Embora tenha sido inicialmente aclamado como um medicamento seguro para a dor, em 2013 já havia
vários processos, citando 50.000 casos de emergência todos os anos, tudo devido à insuficiência hepática e
renal causada pelo Tylenol. A triste verdade é que, mesmo em 2005, os cientistas já sabiam que a
"hepatotoxicidade grave por acetaminofeno leva a insuficiência hepática aguda".

Não apenas isso, relatórios também mostraram que overdoses não intencionais foram responsáveis por
centenas de tentativas de suicídio, mortes e transplantes de fígado. Com isso, as estatísticas das análises
nacionais dos bancos de dados em 2006 mostraram que o acetaminofeno foi responsável por cerca de
56.000 atendimentos de emergência e 26.000 hospitalizações todos os anos. O número médio anual de
mortes por overdose de acetaminofeno foi de 458.

Vários estudos também associaram o uso do acetaminofeno na gravidez à repercussões duradouras para a
criança, aumentando o risco de desenvolvimento de distúrbios de conduta, hiperatividade e autismo.

O uso de acetaminofeno está associado à hiperatividade em crianças


Em 2014, um estudo publicado na JAMA Pediatrics revelou que "dados de pesquisa sugerem que o
acetaminofeno é um desregulador hormonal, e a exposição hormonal anormal na gravidez pode influenciar
o desenvolvimento cerebral do feto". Essa é uma preocupação válida, considerando que muitas mulheres
provavelmente tomarão um analgésico de venda livre em algum momento da gravidez.

De acordo com o estudo de 2014, o uso de acetaminofeno durante a gravidez estava associado a um risco
37% maior de diagnóstico de distúrbio hipercinético na criança, uma forma grave de transtorno do déficit de
atenção e hiperatividade (TDAH).

Seus filhos também apresentaram 29% mais chances de serem medicados contra TDAH aos 7 anos de
idade. As associações mais fortes foram observadas em mulheres que fizeram uso do acetaminofeno em
mais de um trimestre e, quanto maior a frequência de uso, maior a probabilidade de a criança sofrer
problemas comportamentais. Conforme relatado pela Forbes na época:

“O acetaminofeno pode atravessar a placenta, chegando ao feto e seu delicado sistema nervoso em
desenvolvimento. O medicamento é um desregulador endócrino (hormonal) conhecido e já havia sido
associado a criptorquidia em bebês do sexo masculino.

Como o ambiente hormonal materno desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do feto, os


autores dizem que é "possível que o acetaminofeno possa interromper o desenvolvimento cerebral,
interferindo nos hormônios maternos ou por neurotoxicidade, como a indução do estresse oxidativo que
pode causar morte neuronal"."
Descobertas semelhantes foram publicadas em 2016. O estudo, também publicado na JAMA Pediatrics,
revela que o uso de acetaminofeno entre a 18ª e 32ª semanas de gravidez estavam associadas a um risco
42% maior de problemas de conduta e um risco 31% maior de sintomas de hiperatividade na criança.

Quando a mulher usava acetaminofeno na 32ª semana de gravidez, a criança também apresentava um
risco 29% maior de ter problemas emocionais e um risco 46% maior de "dificuldades totais".

Tylenol na gravidez pode duplicar ou triplicar o risco de autismo


Um estudo publicado on-line, em 30 de outubro de 2019, no JAMA Psychiatry, reforça ainda mais o vínculo
entre o uso de acetaminofeno e o TDAH, além de observar um aumento no risco de transtorno do espectro
autista (TEA). De acordo com os autores:

"Estudos anteriores levantaram preocupações quanto ao uso materno do acetaminofeno durante a gravidez
e ao aumento do risco de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno do
espectro autista (TEA) nos filhos. No entanto, a maioria dos estudos se baseou no próprio relato materno...

Neste estudo da Coorte de Nascimento de Boston envolvendo 996 mães com seus respectivos bebês,
biomarcadores plasmáticos do cordão umbilical relacionados à exposição fetal ao acetaminofeno foram
associados a um risco significativamente maior de distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade na
infância e distúrbio do espectro autista."

Em comparação com filhos de mulheres com menor carga de acetaminofeno (primeiro tercil, com base nos
biomarcadores para acetaminofeno do cordão umbilical), os filhos daquelas no segundo tercil tiveram um
risco 226% maior de serem diagnosticados com TDAH e um risco 214% maior de diagnóstico de TEA por
volta dos 10 anos (idade média de 9,8 anos).

Aqueles com maior carga de acetaminofeno (terceiro tercil) apresentaram um risco 286% maior de TDAH e
um risco 362% maior de TEA. Conforme observado pelos autores, suas descobertas "apoiam estudos
anteriores sobre a associação entre a exposição pré-natal e perinatal ao acetaminofeno e o risco ao
desenvolvimento neurológico na infância".

O acetaminofeno após o nascimento também está associado ao autismo


O uso de acetaminofeno após o nascimento também pode causar problemas. De fato, alguns argumentam
que o risco aumentado de autismo que vemos após a vacinação infantil pode, na verdade, se dever ao uso
inadequado de acetaminofeno após a administração das injeções — não às vacinas.

A meu ver, parece irracional dar um passe livre a injeções tóxicas, mas a administração de acetaminofeno
certamente poderia piorar as coisas. Um pequeno estudo preliminar, publicado em 2008, concluiu que "o
uso de acetaminofeno após a vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola foi associado ao transtorno do
espectro ao autista".

Os contestadores da relação entre a vacina e o autismo apontam para estatísticas que mostram que, no
início dos anos 80, quando a tendência do autismo começou a se acentuar, não houve apenas a adição de
vacinas ao calendário de vacinação, mas também foi solicitado que os pediatras começassem a usar
acetaminofeno em vez de aspirina, pois a aspirina estava associada à síndrome de Reye.

Um estudo de 2017 ainda afirma que "o uso de acetaminofeno em bebês e crianças pequenas pode estar
muito mais fortemente associado ao autismo do que durante a gravidez, talvez por causa de deficiências
conhecidas na quebra metabólica de fármacos durante o desenvolvimento inicial".

Embora os pais administrem Tylenol a bebês e crianças por variados motivos, um exemplo de uso rotineiro
do Tylenol acontece após as vacinações e, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Lancet em
2009, o acetaminofeno pode tornar as vacinas menos eficazes quando administrado concomitantemente,
mais um motivo para não administrar acetaminofeno ao bebê.

Os bebês que receberam acetaminofeno logo após a vacinação apresentaram uma redução da resposta
imunológica, desenvolvendo significativamente menos anticorpos contra a doença contra a qual foram
vacinados.

As vacinas utilizadas no estudo foram para doença pneumocócica, Haemophilus influenzae tipo B (Hib),
difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, poliomielite e rotavírus. Os autores do estudo concluíram que:

"Embora as reações febris tenham diminuído consideravelmente, a administração profilática de


medicamentos antipiréticos no momento da vacinação não deve ser recomendada rotineiramente, pois a
resposta dos anticorpos a vários antígenos da vacina é reduzida".

Dicas para uma gravidez mais livre de toxinas


Eu acredito que é imperativo estar ciente e abster-se do maior número possível de neurotoxinas durante a
gravidez para proteger a saúde do seu filho. Nosso ambiente está saturado de uma variedade tão grande de
toxinas que você pode não ser capaz de se proteger de cada uma delas, mas tem um grande controle dentro
do seu próprio lar.

Os alimentos e bebidas que você ingere e os produtos domésticos, de cuidados pessoais e remédios que
você decide usar na gravidez podem ter um impacto distinto no desenvolvimento e na saúde da criança.

Compre e coma produtos orgânicos e de animais terminados a pasto sempre que puder, para reduzir sua
exposição a substâncias químicas agrícolas, como o glifosato. Evite alimentos processados e
industrializados de todos os tipos. Dessa forma, você evita automaticamente pesticidas, aditivos
alimentares artificiais, adoçantes artificiais perigosos, corantes alimentícios, glutamato monossódico e
ingredientes geneticamente modificados que não são identificados no rótulo.

Além disso, evite peixes de criação convencional ou em tanques, que costumam estar contaminados
com bifenilos policlorados e mercúrio. A salmão selvagem do Alasca é um dos poucos peixes que ainda
recomendo comer, além de pequenos peixes gordurosos como anchovas, sardinhas, cavala e arenque.
Se você não os comer regularmente, considere um suplemento de óleo de krill para otimize seu nível de
ômega-3.
Armazene seus alimentos e bebidas recipientes de vidro, em vez de plástico, e evite usar filme plástico
e alimentos enlatados para evitar a exposição a substâncias plásticas que perturbam a função
endócrina.

Instale um filtro de água apropriado em todas as torneiras (mesmo no chuveiro ou banheira).

Use apenas produtos de limpeza naturais em sua casa.

Use produtos naturais de higiene pessoal, como xampu, creme dental, antitranspirantes e cosméticos.
Nos EUA, por exemplo, o Environmental Working Group possui um ótimo banco de dados para ajudar a
encontrar produtos de cuidados pessoais mais seguros. Eu também ofereço uma das linhas de cuidados
orgânicos com a pele da mais alta qualidade, incluindo xampu, condicionador e manteiga corporal
completamente naturais e seguros.

Evite o uso de purificadores de ar artificiais, amaciantes ou outras fragrâncias sintéticas. Abandone a


ideia de que fragrância é sinônimo de "limpeza". Não é. A roupa limpa não precisa ter cheiro de nada.

Substitua os tachos e panelas antiaderentes por panelas de cerâmica ou vidro para evitar substâncias
químicas tóxicas como PFOA.

Ao repor os produtos para casa e/ou do bebê, procure alternativas "verdes" e livres de toxinas. Evite
brinquedos de plástico, especialmente mordedores, e confira se itens como colchões, cadeira de
segurança para carro e travesseiros não contêm retardadores de chama, que são substâncias químicas
tóxicas.

Substitua a cortina de vinil do banheiro por uma feita de tecido ou instale um box de vidro. Quase todos
os plásticos flexíveis, como cortinas de banheiro, contêm plastificantes perigosos, como os ftalatos.

Evite borrifar pesticidas na sua casa ou repelentes de insetos que contenham DEET. Existem
alternativas naturais seguras e eficazes.

Os casos de TDAH e autismo dispararam nas últimas décadas, sinalizando que algo está muito errado.
Nosso ambiente está se tornando excessivamente tóxico, e as crianças estão pagando o preço pelo estilo
de vida repleto de produtos químicos. Os medicamentos de venda livre como o acetaminofeno fazem parte
desse fardo toxicológico que os bebês precisam enfrentar.

Evitar todo e qualquer medicamento desnecessário é um aspecto sobre o qual você tem grande controle.

+ Recursos e Referências

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