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Gerenciamento

clínico do envelhecimento – visão estética para a harmonização facial– Profa. Livia Gomes V. Oliveira 1




GERENCIAMENTO CLÍNICO DO ENVELHECIMENTO
- Visão Estética para a Harmonização -

Professora:
Profa. Livia Gomes Valle Oliveira
CNPJ 23.751.501/0001-05


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Capítulo 1 – A pele
A pele é o maior órgão do corpo humano. Representa cerca de 20% do peso
corporal.

Tem a função de proteger os órgãos internos, nutrição, pigmentação,


termoregulação, transpiração, defesa e absorção.

É constituída por 3 camadas: epiderme, derme e hipoderme.

1. EPIDERME

A epiderme se origina na ectoderme. Nesta camada não existem vasos


sanguíneos, os nutrientes e oxigênio chegam por difusão a partir dos vasos
sanguíneos da derme. As células da epiderme renovam-se constantemente a cada 4
semanas; é a camada protetora, forma barreira de proteção, impedindo a entrada de
microorganismos, radiação UV, corrente elétrica e substâncias tóxicas. Além disso,
retém água, eletrólitos e substâncias solúveis. As células da epiderme encontram-se
dispostas em camadas sobrepostas a constituírem 5 camadas:

Camada basal: é a camada que dá suporte a epiderme e estabelece a união


com a derme. Também é a mais profunda, sendo composta por uma única fila de
células de forma prismática situadas sobre uma membrana basal que separa a
epiderme da derme, e através do qual essas células recebem os elementos
necessários para sua nutrição. Estas células estão em constante divisão, ou seja, à
medida que se multiplicam, as novas vão empurrando as mais antigas em direção a
superfície, de modo a que estas passem a pertencer a outras camadas.


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Camada Espinhosa: é formada por várias células provenientes da camada


basal que, à medida que as novas células profundas vão nascendo, se vão
deslocando para o exterior. As mais profundas são as arredondadas, enquanto que
as que estão mais próximas da superfície são mais planas. Entre as células
espinhosas encontram-se as células de Langerhans, que apresentam em sua
superfície receptores para IgE (imunoglobulina) que captam antígenos exteriores.

Camada Granulosa: é formada por uma ou duas filas de células planas em


que é possível apreciar alguns grânulos, nos quais é elaborada a queratina, a
proteína fibrosa que garante a pele a sua peculiar consistência. Suas células são
ricas em enzimas e não tem capacidade de divisão e tem a função de sintetizar
queratina.

Camada Lúcida: é encontrado onde a pele é mais grossa, como a palma das
mãos e a planta dos pés.

É constituída por uma ou duas filas de células planas e transparentes que,


embora ainda conservem o núcleo, não desempenham qualquer atividade essencial.
É a camada mais profunda da camada córnea. É acidófila e compacta.

Camada Córnea: formada de células epidérmicas anucleadas. As células


mais superficiais, que ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a
constituir um revestimento resistente ao atrito e altamente impermeável à água,
também chamadas de células mortas.

1.1. Manto hidrolipídico

Na superfície da pele, o suor produzido pelas glândulas sudoríparas e a


gordura produzida pelas glândulas sebáceas misturam-se para formar o manto
hidrolipídico. O manto hidrolipídico é um hidratante natural produzido pelo
organismo. Sua função é prevenir o ressecamento da pele e protegê-la de
agressões. É uma película protetora que deve ser preservada.

1.2. Melanócitos


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É uma célula dendrítica que produz melanina, substância pigmentar que


envolve a célula protegendo seu núcleo dos raios solares. Os melanócitos estão na
camada basal, e variam de acordo com a região considerada, com a maior
quantidade em cabeça e antebraços e menor no restante do tegumento. A
quantidade de melanócitos não varia em relação as raças. Daí, as diferenças raciais
não se devem ao número e sim a capacidade funcional dessas células. Elas têm em
seu citoplasma os melanossomas, que são a sede dos fenômenos químicos, que
originam a melanina. Toda a superfície cutânea está provida de terminações
nervosas capazes de captar estímulos térmicos, dolorosos ou mecânicos. Esses
receptores cutâneos são especializados na recepção de estímulos específicos. Nas
regiões da pele providas de pelo, existem terminações nervosas especificas nos
folículos capilares e outras chamadas terminais ou receptores de Ruffini. As
primeiras captam as forças mecânicas aplicadas contra o pêlo. Os terminais de
Ruffini, com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor.

Na pele desprovida de pêlo e também na que está coberta por ele,


encontram-se ainda três tipos de receptores comuns:

1. Corpúsculo de Paccini: captam principalmente estímulos vibráteis e


táteis.
2. Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão
3. Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos,
térmicos e especialmente aos dolorosos. Na pele sem pêlo ainda
encontram-se, ainda outros receptores específicos:
4. Corpúsculo de Meissner: táteis. Estão nas saliências da pele sem pêlo
(como nas partes mais altas das impressões digitais).
5. Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. Situam-se
nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas (por
exemplo: ao redor dos lábios e dos genitais).

Receptores de Superfície Sensação Percebida


Receptores de Krause Frio
Receptores de Ruffini Calor
Discos de Merkel Tato e pressão


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Receptores de Vater-Pacini Pressão


Receptores de Meissner Tato
Terminações nervosas livres Principalmente dor

É também na epiderme que se localizam as células de langerhans,


desempenhando o papel de sentinelas do sistema imunológico.

2. DERME

A derme é a camada mais subcutânea que se encontra por baixo da


epiderme, separadas por uma fina membrana basal, sendo constituída por proteínas
e várias substâncias químicas e por inúmeras pregas cutâneas. A derme.

A derme é formada por tecido conjuntivo, composto por vários tipos de células
e fibras e por uma substância fundamental que preenche as fendas entre os
elementos, entre as células tem uma muito importante que são os fibroblastos que
sintetizam durante toda vida as diferentes macromoléculas que constituem a matriz
extracelular, embora existam outras muito importantes como os histiócitos ou
macrófagos, células dotadas de mobilidade pertencentes ao sistema imunitário com
a missão de eliminarem os microorganismos, que eventualmente possam ter
chegado à derme, e devorarem as restantes células mortas e resíduas. Para, além
disso, existem vários tipos de fibras:

Fibras colágenas: são 95% do tecido conectivo da derme. O colágeno é a


proteína mais importante do corpo. É fabricada no interior dos fibroblastos.

Fibras elásticas: se organizam em rede e são constituída por uma proteína,


a elastina. A pele contém 20 a 40% da água total do corpo, que diminui com o
avançar da idade. Ela é depositada fundamentalmente na derme e a capacidade de
armazenar ou ceder água está essencialmente ligadas às propriedades hidrofílicas
do colágeno e dos mucopolissacarídeos da substância fundamental.

Fibras reticulares; as mais finas, que forma o septo com a aparência de uma
rede. É provavelmente uma subdivisão química do colágeno.


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É a derme que acolhe as glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas e os


folículos pilosos e através dela que circulam os vasos sanguíneos que nutrem as
células superficiais da pele e as fibras nervosas responsáveis pela sensibilidade
cutânea.

3. HIPODERME

É a camada mais profunda da pele. A hipoderme varia de pessoa para


pessoa e também conforme as várias regiões do corpo, já que essa camada é
bastante espessa em várias áreas e praticamente inexistente em noutras, como por
exemplo, nas pálpebras.

Os principais componentes da hipoderme são os adipócitos, células


especializadas na síntese e acumulação de gorduras. Estes adipócitos, que
constituem a principal reserva de energia do organismo, encontram-se agrupados
em pequenos lóbulos separados entre si por finos septos de tecido conjuntivo
através dos quais circulam os vasos sanguíneos e as fibras nervosas.

4. ÓRGÃOS ANEXOS

A pele contém 2 tipos de órgãos anexos: glândula sudorípara e glândula


pilossebácea.

Glândula sudorípara: existem 2 tipos: as apócrinas e as écrinas.

As glândulas apócrinas saem diretamente do folículo pilossebáceos e


secretam um líquido leitoso que é formado por substâncias proteicas, lipídicas e
glicídicas.

O odor das regiões onde são localizadas decorre de composição do material


por elas secretado, através da ação de enzimas bacterianas.


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As glândulas écrinas predominam nas regiões palmo-plantares, mas estão


presentes em toda a pele, exceto no clitóris, nos pequenos lábios, glande e
superfície interna do prepúcio.

Unhas: são lâminas queratinizadas que cobrem a última falange dos dedos.
As unhas possuem 4 partes: a raiz, a lâmina, as dobras ungueais e a borda livre.

Glândula pilossebácea: No centro do aparelho pilossebáceo, o pêlo é


incluso numa depressão cutânea que constitui o folículo piloso, no fundo da qual irá
se inserir. Uma bainha epitelial rodeia o pêlo e esta torna-se muito fina e se reduz a
única camada germinativa na raiz do pêlo. Na bainha vem escoar o sebo secretado
pela glândula.

A parede do canal excretor da glândula é formada por uma camada fina de


células epiteliais. O sebo preenche os espaços livre da bainha em volta do pêlo.

5. PÊLO E FOLÍCULO PILOSO

O pelo é um filamento de queratina morta e flexível que é dividido em duas


partes, a raiz e a haste.

A raiz é a parte inferior do pelo, constituída por uma bolsa derivada da


epiderme denominada folículo piloso.

A parte inferior do folículo piloso produz ininterruptamente células cujo


empilhamento e queratinização dão origem à haste parte, que é a região
aparentemente do pelo.

Essa zona de divisão celular é chamada de matriz do pelo. Entre as células


matrizes encontram-se os melanócitos, que transferem melanina ao pelo.

A papila pilar, que está na cavidade do bulbo juntamente com os capilares


arteriais, venosos e terminações nervosas, é a responsável pela nutrição.


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Junto ao folículo piloso temos uma ou mais glândulas sebáceas e um feixe de


músculo liso chamado eretor do pelo, responsável pela sua ereção.

TIPOS DE PELE

Temos 5 tipos de pele: pele normal; oleosa; mista; seca e pele envelhecida.

Pele Normal: a pele normal é definida como pele sem sinais de lesão ou
sensação de desconforto. É o equilíbrio em todo o processo de formação epidérmica
(queratinização, descamação, secreção sebácea e suor). A pele normal é
aveludada, lisa, relevo fino, elástica e não brilhante.

Pele Oleosa: a pele oleosa elimina constantemente sebo e gordura


epidérmicas que irão formar, com o suor, uma película hidro-lipídica que recobre a
camada córnea, contribuindo para sua coesão, lubrificação e proteção. Quando as
glândulas sebáceas produzem mais sebo que o necessário, a pele torna-se
gordurosa, apresentando pele brilhante, pálida, irritável, de poros dilatados
principalmente nas regiões frontal, nasal, malares bilaterais e mento. A pele oleosa
tem tendência a formar comedões, dermatite seborreica, acne, hiperidose e
hipertricose. A produção sebácea é auto-regulada pela quantidade de sebo presente
na superfície, mas também sofre ação reguladora hormonal, de alterações de
temperatura corporal, ambiental e da idade. Há dois tipos de pele oleosa, as
gordurosas resistentes, que têm tendência a envelhecer mais lentamente, e as
gordurosas avermelhadas (eritematosas), que são mais frágeis. Na pele oleosa
podem ocorrer algumas patologias como: acne, rosácea, dermatite seborreica,
hiperplasia sebácea e hirsutismo.

Pele mista: a pele mista alterna entre seca e oleosa, sendo que pode ocorrer
associação entre placas seborreicas e placas de xerose (atrofia cutânea) e leve
descamação.

Pele seca: a pele seca apresenta-se desidratada, áspera, pouco elástica, de


cor opaca, facilmente irritável e vulnerável às mudanças de temperatura e umidade
ambientais. A sensação é que o indivíduo possui a pele tensa, rugosa e


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descamativa. Também tem tendência a formar rugas, pois tem dificuldade em reter
água na superfície.

Há dois tipos de pele seca, a adquirida que é formada pela exposição solar
acumulada, pela exposição aos extremos (calor, frio, vento, umidade), exposição a
agentes químicos (detergentes, solventes), ou medicação tópica (retinóides).

O segundo tipo é a pele seca constitucional que pode ser dividida em não
patológica e patológica. A não patológica é uma pele frágil, intermediária entre pele
normal e seca; comum em peles finas e é susceptível a agentes externos.

A pele seca constitucional patológica pode provocar ictioses ou dermatites


atópicas. As ictioses, de origem genética, são caracterizadas por descamação
anormal da pele, alterando a barreira cutânea. Formas brandas são semelhantes a
ictiose vulgar. A dermatite atópica é a alteração genética no metabolismo dos ácidos
graxos essenciais. São placas pruriginosas, em geral, nas dobras. Muitas vezes com
eczematização e inflamação local.

Na pele seca podem ocorrer algumas patologias como queratoses,


melanoses, ictioses, dermatite atópica e telangiectasias.

Pele envelhecida: a pele envelhecida apresenta-se ressecada associada à


sensação tátil de ondulação, rugas, flacidez, alteração da pigmentação. Na
aparência desse tipo de pele há dois componentes distintos: envelhecimento
intrínseco, que ao passar dos anos o colágeno III vai sendo substituído por colágeno
I, o que leva a fragilidade cutânea. As primeiras manifestações do envelhecimento
intrínseco ocorre através de alterações na estrutura química das proteínas
proteoglicanas e ácido hialurônico dérmicos. E o fotoenvelhecimento, que ocorre
pelo excesso de exposição aos raios ultravioletas. A pele apresenta sulcos e rugas,
textura espessa, manchas e coloração amarelada. Podem vir acompanhado por
flacidez muscular e cutânea, rosáceas, nevos rubis, lesões pré-neoplásicas ou
mesmo neoplásicas podem estar presentes. Na pele envelhecida podem ocorrer
algumas patologias como: ictioses, fragilidade capilar; carcinoma e queratose ou
melanose.


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PH


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O pH da pele desempenha um papel importante nas condições de pele. O manto


ácido é essencial para a barreira protectora da pele. Neutraliza agressores à base de
alcalinos (tais como os tensioactivos abrasivos), inibe o crescimento de bactérias,
restaura e mantém o ambiente ácido ideal para a flora natural da pele prosperar.

Se o pH da pele sobe para alcalino, o seu equilíbrio natural é perturbado. Os lipídios


epidérmicos essenciais não podem ser sintetizados e a pele perde água e seca. Nesta
condição, a camada exterior da pele (ou epiderme) já não é capaz de funcionar como
uma barreira de proteção.

Quando a função de barreira da pele é comprometida pode tornar-se seca, sensível ou


com hipersensibilidade. É susceptível a infecções, doenças, tais como a dermatite
atópica e condições, tais como rosácea, e a sua capacidade de proteger o corpo fica
comprometido

Quando o pH da pele é comprometido, é propenso a infecções.


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Melhor explicando, nessa escala de 0 a 14, o ideal é que o pH da pele registre uma
média de 5.5 para que o manto hidrolipídico, responsável por manter os lipídios e a
umidade enquanto bloqueia germes, poluição e bactérias, desempenhe bem a sua
função. Se esse número for maior, então mais alcalina, sua pele apresentará maior
ressecamento e sensibilidade, além de das supracitadas inflamações, acne e rugas.
Curinga é a hidratação.
Utilizar produtos com ácidos graxos.
Você encontra a substância em tais ceramidas, niacina e lipossomas. Já a
hidratação com ácido hialurônico consegue absorver mais de 100 vezes o seu peso
na balança em forma de água, com um processo de evaporação reduzido.

Pele seca - pH ácido

Sensível, fina e opaca, esse tipo de cútis tem poros visíveis, rugas finas e que se
descamam facilmente. Nesses casos, o índice de pH normalmente é inferior a sete.

Pele normal - pH neutro

De aspecto liso, macio e com poros pouco visíveis, esse tipo de pele tem pH igual a
sete.

Pele oleosa - pH básico


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Áspera, com brilho intenso, poros dilatados, poucas rugas, mas com cravos e
espinhas, tem pH superior a sete.

Livros

GOMES, R.K.; SANTOS, R.G. Cosmetologia: descomplicando princípios


ativos. 2ªed. São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora. 2006. 365p.

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro,
Elsevier Ed., 2006.

JUNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 8ª Edição. Rio de Janeiro,


Editora Guanabara Koogan. 1995. Pp. 100:108.

FOTOTIPOS

Segundo estudos divulgados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, a cor natural da pele pode
ser classificada de duas formas:


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Constitutiva: herança genética sem interferência da radiação solar.


Facultativa: pele depende da exposição solar, hormônios e processo de envelhecimento. A
cor facultativa da pele é reversível e pode ser induzida por bronzeamento.

A cor da pele define a reação do sol. A pigmentação da pele depende da


quantidade de melanina. Esta quantidade é determinada por herança genética.

São classificados em 6 os fototipos cutâneos que variam da pele mais clara à


pele negra, aumentando de acordo com a quantidade de melanina de cada fototipo.

Quanto menor o fototipo cutâneo, maiores devem ser os cuidados com o sol,
pois a pele é mais sensível ao dano provocado pela radiação ultra-violeta.

Fototipos da pele Consequência da exposição solar


I – Pele clara, olhos azuis, sardentos Sempre se queima nunca se bronzeiam
II – pele clara, olhos azuis, verdes ou
Sempre se queimam, ´às vezes de
castanhos claros, cabelos louros ou
bronzeiam
ruivos
Queima-se pouco, bronzeiam-se
III- A média de pessoa brancas normais
bastante
IV- pele clara ou morena clara, cabelos Queimam-se pouco, bronzeiam-se
castanhos escuros e olhos escuros bastante
Raramente se queimam, bronzeiam-se
V- pessoas morenas
muito
Nunca se queimam, profundamente
VI- Negros
pigmentados

PATOLOGIA DA PELE

A pele é um importante órgão na clínica de várias doenças ou condições


benignas que a afetam principalmente ou primariamente outros órgãos.

Acantose nigricans – forma de hiperplasia do epitélio da pele.

Acne – inflamação dos folículos pilosos devido a infecção pela bactéria


Propionibacterium acnes.

Alopécia- redução parcial ou total de pelos ou cabelos em uma determinada


área da pele.


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Carbúnculo – doença infecciosa causada pelo Bacillus anthracis com


manifestações cutâneas importantes.

Celulite- alteração do tecido subcutâneo e gorduroso da pele causando


irregularidades na superfície.

Dermatite seborreica – doença inflamatória da pele com etiologia auto-


imune.

Efélides ou sarda - é uma hiperpigmentação fotorreactiva em alguns pontos


da pele que até certo ponto pode ser considerada sem importância (normalmente
não necessita de preocupação).

Ictiose- doença genética com formação de pseudo-escamas na pele.

Impetigo- infecção da pele com formação de pústulas por Staphylococcus


aureus ou Streptococcus.

Lentigo- pigmentação da pele semelhante à efélides, mas que não aparece e


desaparece com as estações do ano.

Melanoma maligno- tumor dos melanócitos da pele.

Melasma- escurecimento da pele devido a hormônios femininos que ocorre


sobretudo na gravidez.

Molusco contagioso- pápula devido a infecção pelo vírus do molusco


contagioso.

Pelagra- dermatite devido a deficiência vitamínica.

Psoríase- doença auto-imune da pele, aspecto da intensa descamação.

Pênfigo- doença com formação de bolhas de causa auto-imune. Pode ser


fatal.

Tumores da pele- outras neoplasias comuns da pele, como nevos (pontos


negros-benigno) e carcinomas epidermóides ou basalóides.

Urticária, Eczema e Eritema multiforme- reações alérgicas da pele.

Verruga- lesão neoplásica benigna causada por infecção com papilomavirus.


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Vitiligo- doença auto-imune da pele (um dos fatores é o psicológico) faz as


determinadas regiões do corpo (começando geralmente nas extremidades) sofram
despigmentação, ficando muito mais clara que a pele normal, necessita de
tratamento médico.

DERMATOSES INFLAMATÓRIAS - ACNE

Acne é uma alteração cutânea, inflamatória da unidade pilossebácea, ela é


caracterizada pelo aumento de secreção de sebo pelas glândulas sebáceas, em
conjunto com o acúmulo de células mortas no orifício do folículo pilossebáceo,
obstruindo o poro da pele. Isto impede a saída do sebo pelo orifício. O acúmulo de
sebo libera algumas substâncias que irritam a pele, causando inflamação, e é um
meio propício para as bactérias se desenvolverem – notadamente, a
Propioniobacterium acnes, as lesões da acne surgem, na maioria dos casos na face,
colo, costas, entre outras regiões do corpo. Não possui fator definitivo para seu
surgimento, sendo na maioria dos casos multifatorial.

A acne pode ser classificada como acne não inflamatória (sem sinais de
inflamação), quando apresenta somente comedões, e a acne inflamatória.

Comedão e a lesão mais característica da acne, há dois tipos de comedões

Comedão fechado: é de difícil visualização, sendo uma elevação cutânea de


cor embranquecida ou amarelada.

Comedão aberto: popularmente conhecido como cravo, costuma não ser


elevado. No entanto, pode se apresentar como uma pequena elevação dura de cor
preta, devido à oxidação da superfície do sebo.


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Há também outros tipos de lesões:

Seborreia: é o excesso de secreção sebácea que ocorre no rosto e tronco. A


pele se torna oleosa e brilhante e com aparente dilatação do orifício de saída do
folículo pilossebáceo. Ainda que as pessoas que desenvolveram a doença
produzam maior quantidade de sebo que os não afetados, a intensidade da acne
nem sempre está relacionada com a intensidade da seborréia.

Pápula: é a inflamação do comedão, que se torna avermelhado e aumenta de


tamanho de 1 a 4 milímetro. É dolorosa e se desenvolve principalmente do comedão
fechado. O comedão aberto se inflama quando manipulado sem assepsia.

Pústula: é a evolução da pápula, com elevação da pele em uma bolsa de pus


de profundidade variável, acompanhado de coceira e dor.

Nódulo: é uma lesão profunda, coberta por pele normal que evolui ate a
inflamação e termina com a formação de cicatrizes.

Cicatriz: as cicatrizes podem ser atróficas (ela é assim denominada quando


sua maturação não atinge o trofismo fisiológico esperado, surgindo, geralmente, por
perda de substância tecidual ou sutura cutânea inadequada); hipertróficas (ocorre
quando o colágeno é produzido em quantidade normal, mas a sua organização é
inadequada, oferecendo aspecto não harmônico. A cicatriz respeita o limite
anatômico da pele) e queloide (é decorrente da contínua produção de colágeno
jovem devido à ausência de fatores inibitórios).


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TIPOS DE ACNE

Grau I: presença de comedões abertos e ou fechados

Grau II: presença de comedões abertos e ou fechados e pústula.

Grau III: presença de comedões abertos e/ou fechados e nódulos


inflamatórios.

Grau IV: também chamada de conglobata, além das características acima,


apresenta cicatrizes queloideanas. Forma severa de acne encontrada principalmente
no sexto masculino.

Grau V: também chamada de acne fulminans, é associada subitamente à


febre necrose e hemorragia das lesões.

Rosácea

É caracterizada por uma erupção cutânea no centro do rosto e causa


sensação de ardor ou prurido. A causa da rosácea é desconhecida, mas pode estar
ligada a um fator genético porque em alguns casos, é hereditário. Sua incidência é
maior nas mulheres entre 30 e 55 anos. A erupção cutânea pode ser desencadeada
pela ingestão de comida condimentada, pelo consumo de álcool ou por ambientes
quentes. O primeiro sintoma é o rubor, que aparece de forma espontânea na face e
na fronte após a exposição a um dos fatores que causam a rosácea. Outros
sintomas:

• Pele vermelha e edemaciada


• Espinhas de cabeça branca e ou amarelada
• Minúsculos vasos sanguíneos visíveis
• Sensação de formigamento, ardor ou prurido

Se a rosácea ocorrer no nariz, a pele pode se tornar mais espessa, o nariz


inchar e ficar com uma cor arroxeada. Essa doença denominada Rinofima, em geral
só afeta idosos do sexo masculino. Em 25% dos casos de rosáceas, as pessoas
sofrem conjuntivite.


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Para não agravar o quadro deve-se evitar todos os fatores que desencadeiam
rubor, como alimentos condimentados, álcool ou café. Além disso, deve-se evitar a
exposição ao sol e o uso de corticoesteroides tópicos, que tendem a agravar a
rosácea.

Para o tratamento o médico pode receitar antibiótico tópico, ou via oral.

Se a rosácea evoluir para rinofima, a parte da pele endurecida pode ser


abrasada, sob anestesia geral. Depois forma-se uma nova camada. Em geral, a
rosácea aparece e desaparece em um período de 5 a 10 anos, até desaparecer em
definitivo. Nos homens pode aparecer durante toda vida.

Livros: Coleção Atlas Prometheus de Anatomia, Livro de Histologia Básica de Junqueira e


Carneiro e Tratado de Fisiologia Médica de Guyton & Hall.

CAPÍTULO 2

PREPARO ADEQUADO DA PELE

1- Higienização

2- decapagem de células mortas

3- assepsia

4- hidratação

Peelings
O peeling não se aplica somente à áreas faciais, sendo chamado de peeling corporal está
indicado no tratamento de diversas dermatoses como efélides, melanoses, queratoses
actínicas, fotoenvelhecimento, rugas finas, hiperpigmentação pós-inflamatória, acnes em
atividade e suas sequelas, cicatrizes, queratose pilar e estrias. As áreas mais comumente
tratadas são pescoço, colo, dorso das mãos e antebraço (ROTTA et al., 2008).


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PEELING QUÍMICO

Fotoenvelhecimento, envelhecimento cutâneo devido a exposição ao sol, conduz à


degeneração das fibras elásticas e colágenas, ao aparecimento de manchas e à ocorrência de
lesões pré-malignas ou malignas. A radiação UV propicia a formação dos radicais livres
produzidos e eleva o número de lesões oxidativas não reparadas, que alteram o metabolismo e
são responsáveis pelo envelhecimento precoce, e elevam o risco de aparecimento de câncer
cutâneo (VELASCO, 2004).

A pele não agredida pelo sol caracteriza-se por seu aspecto sem manchas, pigmentação
homogenêa e textura macia. Com o passar dos anos, a velocidade de renovação celular
diminui, e o peeling é um procedimento que visa acelerar o processo de esfoliação cutânea
(VELASCO, 2004).

O peeling químico também chamado de resurfacing químico, quimioesfoliação ou


quimiocirurgia, consiste na aplicação de um ou mais agentes cáusticos resultando na
destruição controlada de partes da epiderme e/ou derme, seguida da regeneração dos tecidos
epidérmicos e dérmicos. Essas técnicas de aplicação produzem uma lesão programada e
controlada com coagulação vascular instantânea, resultando no rejuvenescimento da pele com
redução ou desaparecimento das ceratoses e alterações actínicas, discromias, rugas e algumas
cicatrizes superficiais (SILVA E CASTRO, 2009).

Peeling químico ideal é aquele capaz de provocar menor necrose e induzir a maior formação
de tecidos novos possível (RAMOS, 2005).
Os tipos I a III são ideais para todos tipos de peeling, mas a linha clara de demarcação entre as
peles com e sem exposição ao agente esfoliante fica muito evidente nos pacientes com pele do
tipo I exposta excessivamente ao sol e com poiquilodermia no pescoço. Os tipos IV a VI
apresentam maior risco de desenvolver discromias (SILVA E CASTRO, 2009).

O preparo da pele varia de acordo com a indicação a ser tratada do tipo de pele e corresponde
ao próprio tratamento clínico prévio. O preparo deve ser regular e contínuo por, no mínimo, 4
semanas, para um bom resultado (ROTTA, 2008).

1. Níveis de profundidade do peeling


O peeling pode variar conforme a profundidade com a qual interfere na pele.
O peeling chamado de nível 1 é o mais superficial de todos e é indicado para mulheres
com peles sem brilho, ressecadas e maltratadas.
Já o nível 2 é indicado para mulheres que apresentam manchas superficiais na pele,
rugas e acne.
O nível 3 é médio e voltado para mulheres com manchas mais evidentes, rugas,
cicatrizes de acne, marcas e sulcos no rosto.
O nível 4 é o último nível e considerado profundo para aquelas mulheres com a pele já
muito envelhecida e mal cuidada e com cicatrizes de espinhas muito profundas


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CLASSIFICAÇÃO E LOCAIS DE AÇÃO DOS PEELINGS

A determinação do agente ou a técnica específica a ser usada depende do conhecimento da


profundidade da lesão, a fim de escolher um agente que não produza esfoliação
desnecessariamente mais profunda do que a própria alteração a ser tratada. Entretanto esta
medida não é absoluta e se enfatiza que cada agente químico, dependendo de diversos fatores,
pode mudar sua postura e característica, tornando-se um agente de peeling mais ou menos
profundo (SILVA E CASTRO, 2009).

Os peelings químicos são classificados em quatro grupos de acordo com o nível de


profundidade da necrose tecidual provocada pelo agente esfoliante. É classificada em: Muito
superficial (esfoliação), esses peelings afinam ou removem o estrato córneo e não criam lesão
abaixo do estrato granuloso; Superficial (epidérmico) produz necrose de parte ou de toda a
epiderme, em qualquer parte do estrato granuloso até a camada de células basais; Médio
(dérmico papilar) produz necrose da da epiderme e de parte ou de toda a derme papilar;
Profundo (dérmico reticular) produz necrose da epiderme e da derme papilar, que se estende
até a derme reticular (ROTTA, 2008).

Qual nível vamos estudar: Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (Anvisa) o máximo para uso seguro em cabine no caso dos
AHA’s industrializados é de 10% e pH mínimo de 3,5, garantindo assim
um respaldo legal, além de enaltecer o profissionalismo de quem atua
na área. Para a Anvisa, o pH correto pode evitar sequelas como
cicatrizes, discromias, hipercromias e até mesmo infecções

Superficiais nível 1 e 2
-
Peeling é o termo que define qualquer procedimento que promova a descamação da
pele com o intuito estético ou como um tratamento para algumas enfermidades.
O Peeling Superficial, como o próprio nome já diz, é responsável por promover a
descamação da camada superficial da pele, sendo uma ótima opção para o
tratamento de pele sem viço, pele ressecada e com manchas epidérmicas
superficiais.
O procedimento é uma forma menos agressiva do peeling químico. De um modo
geral, esse tipo de peeling é realizado com substâncias como ácido retinóico, ácido
kójico, ácido mandélico e ácido glicólico.
Esse é um tratamento leve e a sua grande vantagem é a recuperação rápida da
pele, que diferente de outros peelings não fica tão vermelha e não sofre com forte
descamação.


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Ácido Glicólico : é um ácido orgânico da mesma família ácidos láticos, conhecido por
facilitar a penetração de substâncias na pele, além de possuir ação de radicais livres
e auxiliar na formação de colágeno. É considerado um esfoliante mais agressivo,
sendo preferencialmente indicado em peles mais resistentes e mais claras.

Indicações do ácido glicólico

O ácido glicólico diminui a espessura da pele, tem efeito esfoliativo na pele,


propiciando clareamento e estimulando síntese de colágeno na derme, com
isso age na reversão e prevenção do envelhecimento cutâneo, na melhora
de manchas, de cicatrizes de acne, estrias, além de fechar os poros e
melhorar a acne. Pode ser aplicado tanto no rosto quanto no corpo, de
acordo com a orientação médica. É uma alternativa menos irritante do que
o ácido retinoico, conhecido por agredir um pouco mais a pele.

Outra vantagem dessa substância é aumentar a absorção de outros ativos


associados na composição, no caso dos cosméticos. Na rosácea, devido a
ação estimuladora do colágeno e espessamento dérmico secundário,
promove vasocompressão, melhorando a vermelhidão.

Ele pode ser usado em qualquer parte do corpo, apenas é preciso atenção
para com as concentrações a serem usadas, ou seja, em áreas mais
sensíveis, deve-se optar por uma concentração de ácido glicólico menor.
Por exemplo, no pescoço e colo, usar uma concentração de 2 a 3%, para
não agredir a pele destas regiões

OBS: em pele mais sensíveis ou áreas especificas utilizando concentração


10% passar aguardar 3 a 5 minutos e remover com água.

Contraindicações


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Qualquer produto com ácido glicólico não deve ser aplicado sobre a pele
inflamada, eczematosa ou com queimaduras de sol.

Cuidados depois de usar o ácido glicólico

O ácido glicólico torna a pele mais sensível, portanto após seu uso, o ideal
é não expor a pele ao sol sem a proteção adequada, ou isso pode causar
forte irritação na pele com descamação, vermelhidão e até mesmo o
surgimento de manchas.

Ácido fítico: é um antinutriente encontrado facilmente em


sementes de plantas e em grão de cereais como aveia e arroz.
Esse ácido tem ação despigmentante e propriedades
antiinflamatória, hidratante e antioxidante.

Propriedades :O Ácido Fítico tem ação inibidora sobre a tirosinase,


apresentando ação despigmentante. Tem também ação antiinflamatória,
antioxidante, hidratante e agente quelante. É efetivo na prevenção da
caspa. O Ácido Fítico é um bom quelante para o cálcio e acelera o
transporte de oxigênio, facilitando o metabolismo celular.
Na odontologia, forma uma camada uniforme que age como inibidor da
formação da placa oral, cariogênese e da dissolução do esmalte.

Indicação:
É indicado no clareamento de manchas hipercrômicas, no pós-peeling
como antiinflamatório, cremes antienvelhecimento, despigmentantes e em
produtos de higiene bucal. Pode ser usado de dia ou de noite, mas de dia
indica-se aplicar na pele, aguardar a absorção e aplicar filtro solar com
FPS acima de 30.

O ácido kójico : é um despigmentante natural proveniente do koji, cogumelo japonês usado


em diversas coisas.

O ácido inibe a melanina, causando o clareamento de manchas e impedindo o desenvolvimento delas.


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Não é um ácido fotossensível, por isso é o mais indicado para usar durante o verão.

Benefícios do ácido kójico

• Não é fotossensível;
• Causa menos irritação;
• Clareador de manchas;
• Pode ser encontrado em cosméticos;
• É antisséptico;
• É antioxidante;
• Previne o envelhecimento precoce;
• Pode ser usado em peeling químico.

Contraindicações e Efeitos colaterais do ácido kójico

Contra indicação: Mulheres na gravidez e na amamentação; crianças menores de 12 anos.

Efeitos colaterais: Irritação e dermatite de contato alérgica.

ÁCIDO PIRÚVICO: fornece um procedimento para


descascar a camada superficial da pele. Oprocedimento pode ser
comparada com a eficácia da casca em ácido tricloroacético (TCA), a
profundidade do seu impacto excede cascas glicólico.Ácido. Casca pirúvico com
diferentes concentrações da substância activa pode resolver muitos problemas de pele e
deficiências - poros estreitos, normalizar o sebo, iluminar áreas de pigmentação, apertar a pele e
para enfatizar o rosto oval.

O Peeling de Ácido Pirúvico tem a capacidade de estimular a produção de colágeno


novo e a formação de fibras elásticas.Ele penetra rapidamente e profundamente a
pele, de modo a ser considerado um agente químico potente para a realização de
peelings. Apresenta eficácia comprovada para o tratamento de muitos distúrbios
dermatológicos como a acne, a formação de cicatrizes superficiais, o fotodano e
alterações pigmentares.Permitindo que os pacientes mantenham suas rotinas
regularmente.

ÁCIDO MANDÉLICO :AHA – alfahidroxiacido – retirado das


amêndoas amargas e é menos irritativo que os outros ácidos da família, como o
glicólico ou o retinóico. Além disso, é menos fotossensível e indicado para pessoas
que necessitam tratar a pele o ano todo, inclusive no verão.


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O ácido mandélico é indicado para clareamento de manchas na pele dos mais


diferentes tipos, como melasmas, hiperpigmentação, manchas decorrentes de acnes,
exposição solar, depilação e até alterações hormonais.

Também tem efeitos positivos na diminuição de sinais da idade, como rugas e marcas
de expressão, já que seu uso melhora a textura da pele, tornando-a mais viçosa e
rejuvenescida. No entanto, o tratamento deve ser constante e mantido durante meses
ou anos, já que as marcas desaparecem gradualmente.
Na forma de peeling, é capaz de tratar o fotoenvelhecimento, já que ajuda a reverter a
degeneração do colágeno causada pela radiação solar.

Também é eficaz no tratamento de hiperpigmentação, inibindo a síntese de melanina


nas áreas tratadas. Estudos comprovam uma redução de 50% das manchas em 30 dias
de tratamento.

Benefícios e diferenciais do ácido mandélico


O ácido mandélico possui alguns diferenciais e benefícios quando comparado a outros
ácidos AHA, como o glicólico ou o retinóico.

Por ser formado por moléculas maiores, o ácido mandélico possui ação mais lenta e
suave e seu uso é mais seguro e versátil que os demais ácidos.

Além da sua função clareadora e despigmentante, ele possui propriedades antissépticas


e anti-inflamatórias, auxiliando no combate de diversas infecções cutâneas.

É menos fotossensível que o ácido glicólico, kójico ou a hidroquinona, portanto é uma


excelente alternativa para quem não consegue evitar a exposição solar, como pessoas
que trabalham em ambientes externos ou moram em regiões muito quentes.
Possui um potencial irritativo e descamativo menor, ou seja, causa menos eritemas,
irritação e alergias na pele decorrentes do uso do produto. Além disso, oferece maior
segurança de uso em fotótipos mais altos, como peles morenas e negras.

Após uma sessão de ácido mandélico é necessário evitar o uso de maquiagens,


hidratantes e outros produtos com compostos químicos, a fim de evitar alergias e
irritações devido à sensibilidade e vermelhidão da pele.


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TEMOS OUTRAS SUBESTANIAS QUIMICAS UTIZADAS NA ESTÉTICA


DESCREVEMOS AQUI AS MAIS COMUNS CHAMADAS DE ÁCIDOS
MAGISTRAIS. No esclarecimento de Gomes (2009), os ácidos atuam reduzindo a
coesão entre as células, pois reagem com a enzima “cimentante” que existe entre a
queratina, promovendo a esfoliação da superfície acelerando dessa maneira a
renovação celular; a alteração do pH leva a ruptura das ligações de queratina, a
desobstrução dos folículos pilo-sebáceos; facilita a permeabilidade da pele, tornando
a permeação transepidérmica mais eficiente. Deste modo resulta que, através da
renovação celular intensificada melhora a textura da pele, revitalizando, tornando a
superfície cutânea mais lisa, clara, luminosa e reduzindo rugas superficiais, estímulo
do fibroblasto, aumento do colágeno, dando à pele mais resistência e flexibilidade,
redução de cloasmas solares superficiais e aumenta a síntese do metabolismo
basal.

PEELING MECÂNICO OU FÍSICO

Desde a antiguidade, as estrias são motivos de preocupação para mulheres. Estas são
qualificadas como linhas de espessuras sobressalientes à pele. No princípio são avermelhadas
e, conforme o tempo que está instalado evolui para uma coloração mais nacarada. O
tratamento das estrias suprime o tecido fibroso, substituindo-o por células mais novas,
restabelecendo assim a elasticidade e a aparência da pele. Em geral, o tratamento das estrias
abrange desde a utilização de peeling a esfoliantes químicos, que tem como objetivo hidratar e
estimular a produção de matriz extracelular através de um processo inflamatório local.
(VANZIN e CAMARGO, 2011).

A microdermoabrasão é um tipo de peeling mecânico e foi criado na Europa. O aparelho de


microdermoabrasão possui um vácuo eletrônico potente e a abrasão é obtida através da
pulverização de microcristais de dióxido de alumínio, na parte mais superficial da pele
(fig.3.1.2.1.). Os equipamentos que fazem a microdermoabrasão consistem em motores,
mangueira, filtros e caneta aplicadora. As mangueiras e caneta aplicadora precisam estar secas
para que os cristais possam fluir através destas sem causar seu entupimento. Para que isto não
ocorra é utilizado apenas os cristais indicados pelo fabricante. (STANDARD, 2011).

Tipos de peelings físicos:

Dermoabrasão; tratamento que não induz a formação de fibras elásticas. Indicado para
tratamento de rugas faciais grossas, principalmente as que se localizam em volta da boca e
para as cicatrizes da acne. É realizada utilizando-se um esfoliador, que pode ser uma lixa
grossa. Para efetuar este procedimento é necessário anestesia local ou geral. Em geral suas
alterações são menos graves. Geeralmente, a reepitelialização se conclui em 7 dias.

Tratamento a Laser usual em tratamento para a pele lesada pelo sol e rugas finas. Apresenta
melhor resultado nos tipos cutâneos I e II de Fitzpatrick com menos efeitos colaterais.


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Indivíduos com pele tipo III correm maior risco complicações quanto à pigmentação. Não
indicado para tratamento de pacientes com peles de tipos IV, V e VI. Age melhorando a cor
da pele, removendo a pele lesada e melhorando também sua textura, à medida que reorganiza
o colágeno.

É necessário o pré-tratamento com Retin-A a 0,1%, aplicado diariamente por 1 mês antes da
terapia com laser.

PEELING BIOLÓGICO OU ENZIMÁTICO


O que são enzimas

Enzimas são proteínas formadas por longas cadeias de aminoácidos unidos por ligações
peptídicas. São catalisadores biológicos extremamente eficientes que aceleram em média 10 9
a 10 12 vezes a velocidade da reação sem serem consumidos.

As mais utilizadas

Dentre as principais enzimas e classes enzimáticas que encontram aplicação em produtos


cosméticos podemos citar: as proteases (papaína, bromelina, subtilisina e catepsina D), que
hidrolisam proteínas a peptídeos e aminoácidos e promovem a renovação celular; as óxido-
redutases (superóxido dismutase, catalase, lacase, peroxidase e glucose oxidase,) que
protegem a pele do envelhecimento, através da conversão de radicais livres do oxigênio em
espécies menos reativas; as amilases, que rompem as ligações dos polissacarídios
provenientes de metabólitos ativos de microorganismos patogênicos em estruturas menores,
tornando essas sujidades solúveis e mais fáceis de removê-las; as lipases, que hidrolisam os
lipídios em estruturas menores, ácidos graxos e glicerol, reduzindo os nódulos de gordura e
facilitando sua eliminação do organismo; a fosfatase alcalina, que aumenta o metabolismo
celular e estimula a proliferação fibroblástica, reduzindo micro-rugas; a hialuronidase, que
despolimeriza o ácido hialurônico presente no meio intersticial e promove a reabsorção do
excesso de líquidos, diminuindo a celulite; a lisozima, que possui ação bactericida; as enzimas
de reparo do DNA, que previnem e reparam o DNA lesado pela radiação UV; e as
extremozimas.

Tipos de liberação de sistema enzimática

Os Lipossomas são cápsulas microscópicas que penetram na pele atingindo a profundidade


desejada e liberando o seu conteúdo (os princípios ativos) de maneira contínua e programada
por um longo período de tempo.

Substâncias ativas podem ser incorporadas seja no compartimento aquoso interno (substâncias
hidrossolúveis), seja nas membranas dos lipossomas (substâncias lipofílicas ou anfifílicas). Os
lipossomas aumentam as concentrações do ativo na epiderme e derme, agem como
intensificadores de penetração e como membranas para liberação controlada de princípios
ativos.

As Glicoesferas são configurações supramoleculares organizadas em torno de um núcleo


sólido interior, composto de amido modificado, que é altamente hidrofílico e capaz de


Gerenciamento clínico do envelhecimento – visão estética para a harmonização facial– Profa. Livia Gomes V. Oliveira 28

estabilizar a partícula fisico-quimicamente, aumentar sua biocompatibilidade, encapsular


ativos hidrofílicos e, em virtude de seu tamanho reduzido (200 nanômetros), é capaz de
penetrar nas camadas internas do estrato córneo. Sobre este núcleo está disposta uma camada
única de ésteres de ácidos graxos, dotando essa estrutura de uma natureza lipofílica periférica,
não modificando, entretanto, a natureza hidrofílica interna. Por fim, sobre esta camada de
ácidos graxos, estão dispostos lipídios polares (lecitina hidrogenada), formando uma camada
externa com capacidade de reter e transportar agentes ativos lipofílicos (Figura 3b). As
glicoesferas, portanto, são capazes de incorporar tanto princípios ativos hidrofílicos, quanto
lipofílicos, e imitam a estrutura dos corneócitos da pele.

As ligações iônicas e as interações hidrofóbicas são os dois tipos de interação química


responsáveis pela capacidade das glicoesferas em reter moléculas em seu interior.

As Ciclodextrinas (CD’s) são oligossacarídeos cíclicos formados por moléculas de D-glicose


unidas através de ligações glicosídicas á (1-4), obtidas a partir da degradação enzimática do
amido. Quando o amido é tratado com a enzima ciclodextrinaglucosiltransferase(CGT), a
reação intramolecular produz o composto cíclico?-1,4, conhecido como ciclodextrina.

Existem muitas vantagens na encapsulação molecular das ciclodextrinas: liberação controlada


de ativos, o que significa maior biodisponibilidade; proteção contra oxidação e degradação,
mantendo o efeito do ativo ao longo do tempo; redução da toxicidade e agressividade;
formação de complexos hidrossolúveis mesmo se a molécula incorporada for lipossolúvel;
melhora da estabilidade de emulsões e géis.

Maltodextrinas são oligossacarídeos lineares obtidos da hidrólise do malte catalisada pela


enzima -glucosidase, de forma que podem ser consideradas produtos biotecnológicos obtidos
de matérias-primas vegetais . A peculiaridade das maltodextrinas é que elas protegem o
princípio ativo, aumentando a estabilidade. Em particular, as enzimas complexadas com
maltodextrina têm sua atividade mantida por mais tempo ao serem incluídas no cosmético
final.

Os princípios ativos complexados com maltodextrina penetram na pele, onde são liberados
gradualmente, atingindo o seu alvo de ação. Além disso, elas intensificam bastante a atividade
da substância funcional ligada a elas, reduzindo ao mesmo tempo efeitos de irritação
possivelmente associados à forma livre dos princípios ativos.

COMPLICAÇÕES
Segundo Silva e Castro, 2009, em geral, complicações estão relacionadas à indicação
incorreta do procedimento, orientações deficientes ou não obedecidas pelo doente e/ou má
técnica. O risco aumenta proporcionalmente à profundidade do peeling.
Nos peelings superficiais geralmente são de natureza pigmentar, nos de média profundidade
podem ocorrer cicatrizes, e nos profundos, até reações sistêmicas.

Pode ocorrer:

- Pigmentares: hipopigmentação, hiperpigmentação, linha de demarcação, acentuação de


nevus, Eritema, Flushing persisente e equimose.


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- Cicatriciais: quelóides, cicatriz hipertrófica, cicatriz atrófica e necrose.

- Estruturais: ectrópio e eclábio.

- Infecciosas (as infecções associadas aos peelings são pouco frequentes e aumentam com a
profundidade).

Bacterianas
Staphylococcus
Streptococcus
Pseudômonas
Síndrome do choque tóxico
Virais
Herpes simples
Verrugas
Fúngicas
Candida albicans

- Outras: mílio, prurido, aumento do tamanho dos poros, aumento de telangiestasia

- erupções acneiformes e reações alérgicas.

REFERÊNCIAS

VANZIN, S. B.; CAMARGO, C. P. Entendendo Cosmecêuticos - Diagnósticos e


Tratamentos. 2. ed. São Paulo: Santos, 2011.

STANDARD, M. Fundamentos de Estética. 4. São Paulo: CENGAGE, 2011.

FITZPATRICK, T. B.; FREEDBERG, I. M.; EISEN, A. Z. Fitzpatrick's dermatology in


general medicine VII, 5th ed. New York: McGraw-Hill, 1999: 1698-703,2702-03, 2937-46.

DRAELOS, Z.K. Cosméticos em dermatologia, 2ª ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1999: 245.

DELGADO,P.G.; VECCHI, A.P.A.; MICHELUZZI, L.F.R. Tecnologias recentes para


aplicação de enzimas em produtos cosméticos e um levantamento mercadológico. Revista
Cientifica FAMEC/FAAC/FMI/FABRASP 2007, numero 06, p.82-90, INSS:16774612.
Disponível em: http://www.wannydigiorgi.com.br/paginas/publi/revista2007.pdf#page=82

JUEZ, J. L; GIMIER, L. P. Ciencia cosmética: bases fisiológicas y critérios prácticos, Madrid:


Consejo General de Colegios Oficiales de Farmaceuticos, 1995: 212.

DRAELOS, Z. K. Cosméticos em dermatologia, Porto Alegre: Artes Médicas, 1991:158-59.

MATARRASSO, S. L.; HANKE, C. W.; ALSTERS, T. S. Cutaneous resurfacing.Dermatol.


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COLEMAN, III W. P.; BRODY, H. J. Advances in chemical peeling. Dermatol. Clin. 1997;
15 (1):19-25.

RAMOS, T. R. et al Validação de um método analítico para a determinação de substâncias


ativas em formulações farmacêuticas empregadas em “peelings” químicos. Rev. Bras.
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TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. 8ª ed. São Paulo: editora
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ROTTA, O.; et al Guia de dermatologia: clínica, cirúrgica e cosmiátrica. 1ª ed. Barueri, SP:
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SILVA, M. R. ; CASTRO, M. C. et al Fundamentos de dermatologia. Rio de Janeiro: ed.


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VELASCO, M. V. ; et al Rejuvenecimento da pele por peeling químico: enfoque no peeling


de fenol. An. Bras. Dermatol., jan/fen 2004, vol. 79, nº 1, p. 91-99.

Autores : DIEGO MARQUES MOREIRA , ALINIE VILELA ,JULIANE MIYAJIMA


,LORENA AMARAL PARAGUAI ,VALERIA BEZERRA GARCIA

Capítulo 3

COSMETOLOGIA

Cosmetologia é a ciência que estuda os cosméticos desde o seu preparo até


seu uso. Cuida da pele sadia.

Os cosméticos são formulados com matérias primas, de origem vegetal,


animal, mineral, sintética ou semi-sintética, resultante de várias transformações.
Podemos dizer que a formulação básica de um cosmético é o resultado da soma dos
seguintes componentes: princípios ativos, conservantes, antioxidantes,
emulsificantes, corantes e perfumes. Cada um destes componentes desempenham
uma função importante.


Gerenciamento clínico do envelhecimento – visão estética para a harmonização facial– Profa. Livia Gomes V. Oliveira 31

O cosmético pode ser penetrado ou no máximo permeado (alcançar a função


dermoepidérmica), sem atingir vasos-correntes circulatório. Um cosmético não deve
ter absorção sistêmica.

AÇÃO DOS COSMÉTICOS

Física e físico-química: ação superficial, tipo de cosmético clássico ex: talco,


protetores.

Química: ação superficial há reação química entre os componentes do


cosméticos com componentes da pele (queratolíticos, adstringentes).

Biológica: ocorre de forma direta ou indireta sob as células vivas causando


modificações orgânicas de funcionais (despigmentante, antiperspirante).

A penetração dos ativos depende de sua solubilidade e do veículo a que esta


incorporando, dependendo ainda de outros fatores como:

• Método de aplicação
• Idade do usuário
• PH da pele
• Tempo de ação
• Temperatura da pele (pode aumentar com massagens e vapor)
• Período: noturno ou diurno

HIDRATANTES

Conceito: corrigir distúrbios menores de uma pele sadia e manutenção de uma pele
jovem. São utilizados para prevenção, secura da pele.

Desidratação da camada córnea: A pele é seca principalmente pela falta de água.


Esta camada possui pouca quantidade de água. Apesar de pequena é suficiente
para hidratação.


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Fontes de Hidratação

Transpiração écrina (suor)

Difusão dérmica da água do processo de queratinização

Próprio ambiente

O que “aprisiona” a água na pele são os Fun (fator de umidificação natural da pele),
que são higroscópios e retém água e não deixa a mesma sair pela presença da
camada de óleo.

O processo de desidratação ocorre através da remoção dos FUN: se os óleos são


retirados (detergente, alteração hormonal, alimentação).

O ressecamento é um dos maiores inimigos da pele.

A “camada córnea”, da pele pode ser protegida somente pela manutenção do


equilíbrio dos três fatores a seguir:

1- Umidade
2- fator de hidratação natural
3- lipídeos

HIDRATAÇÃO ADEQUADA

• Genética de umidade do ambiente


• Grau de umidade do ambiente;
• Integridade da pele e do organismo
• Cuidados locais
• Grau de transpiração
• Presença de “gorduras” na superfície da pele

Pele hidratada


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Características sensoriais e táteis: maciez, suavidade, elasticidade

Características visíveis: brilho mate, aspecto aveludado

Pele seca

Características sensoriais: sensação de ressecamento, desconforto, dor, prurido


(coceira ou comichão), e ardor.

Características táteis: áspera, relevo desigual e que se assemelha à areia.

Características visíveis: Superficie sem brilho, placas brancas da pele.

No inverno temos os agravantes: diminuição da transpiração, diminuição de suor e


sebo, os banhos quentes, o que contribui para a menor lubrificação natural da pele.

Tonificação

Auxilia no tratamento proposto veículos e ativos, complementa a limpeza

Função

• compensador hidropolítico (repõe água e gordura natural);

• secante, cicatrizante e anti-séptico = Pele acnéica;

• remove resíduos - produto de limpeza, impurezas, poluição e maquiagem.

Classificação dos Cosméticos

forma

• Sólido: (pó compacto, máscara);

• Líquido: (loção, solução, emulsão);

• Gasoso: (aerossol);


Gerenciamento clínico do envelhecimento – visão estética para a harmonização facial– Profa. Livia Gomes V. Oliveira 34

• Gel

finalidade

• Higienização: (emulsão de limpeza, óleo demaquilante, creme abrasivo,


granulado para limpeza);

• Correção: (hidratante, nutritivo, adstringente, creme para acne, flacidez,


estrias,etc);

• Proteção: (hidratante com fotoprotetor);

• Decorativo: (maquiagem, esmalte, tintura para cabelos).

• Matérias primas

• Tensoativas: São substâncias que possuem em sua estrutrura molecular


grupos com afinidade pela água (hidrofílicos) e por lipídeos (lipofílicos), São os
higienizantes, emulsificantes, substâncias que exercem ação de emoliência.

• Umectantes: são matérias-primas com propriedades higoscópicas, isto é,


capazes de absorver água do ambiente, hidratando a superfície da pele,
melhorando, assim sua aparência.

• Espessantes: são matérias-primas higroscópica as intracelulares, ou seja,


são substâncias que intervêm no processo de reposição do teor de água da pele de
maneira ativa.

• Conservantes: são matérias-primas utilizadas em formulação com o objetivo


de preservá-Ia de oxidações e ataques microbianos (substâncias preservantes).

• Quelantes ou Sequestrantes: são compostos que têm a propriedade de


complexar íons metálicos polivalentes (cálcio, ferro, etc). Esses íons são removidos
da solução em que se encontram e, então, ligados a uma estrutura cíclica cuja
estabilidade é notável. Por exemplo: esse tipo de substância é importante em
formulações de xampus, para evitar que o íon cálcio interfira na produção de
espuma.

• Corantes-pigmentos-pérolas: corante é qualquer substância que produz cor


ao cosmético.


Gerenciamento clínico do envelhecimento – visão estética para a harmonização facial– Profa. Livia Gomes V. Oliveira 35

Princípios Ativos

Uma fórmula é constituída basicamente de: base, conservantes, princípio


ativo e água deionizada. Pode ter origem: vegetal, mineral e animal

SUBSTÂNCIAS ATIVAS VEGETAIS E SUAS PROPRIEDADES

Gengibre: propriedades tonificantes, antisséptico e anti-oxidante.

Shitake: regenera as células contra os radicais livres.

Bamboo: muito rico em silíca, remineralizante, possui polissacarídeos,


proteínas, vitaminas A. 81,82 e C.

Arroz: simboliza fertilidade,abundância e vida. Contém propriedades


hidratantes.

Soja: reestruturante, hidratante com propriedades tônicas e anti-idade.

Leites Vegetais (Pytoleites) e suas Propriedades:

Os leites vegetais mantêm todos os aspectos e benefícios que o leite pode


apresentar, mas de forma moderna e eficaz.

Os leites vegetais combinam princípios ativos hidrossolúveis e lipossolúveis


das plantas, garantido eficácia e efetividade do produto final. Eles possuem em sua
combinação elementos básicos como: proteínas, Iipídicos e açúcares. Atuam como
emolientes e hidratantes, ideal para peles sensíveis e delicadas.

Alfa Hidroxiácidos: os AHA constituem um grupo de substâncias naturais,


não tóxicas extraídas de frutas e alimentos e por isso são conhecidos como ácido de
frutas. O ácido glicólico é o mais popular destes ácidos e é encontrado naturalmente
na cana de açúcar.


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Ainda deste grupo são: ácido cítrico, presentes nas frutas; o tartárico nas
uvas; o málico e o mandélico na maça.

Óleo essencial de limão: antisséptico, adstringente, refrescante e


purificante.

Manteiga de Karité: extraída do fruto do karitê: suavizante, umectante e


emoliente.

Phytoqueratina: composição de aminoácidos livres de plantas na mesma


proporção em que são encontrados no cabelo humano. Auxilia na aparência
saudável e a umidade do cabelo por facilidade de penetração devido seu baixo peso
molecular. Maior penetração no cabelo, não deixa resíduos, melhora a hidratação,
promove brilho, aumenta os níveis de aminoácidos livres presentes naturalmente.

Extrato de Calêndula: adstringente; antinflamátoria; antisséptica, hidratante


e regeneradora.

Óleo de Algodão: emoliente, proporciona integridade do manto hidrolipídico,


preenche os espaços entre os corneócitos. Funciona na suavização da pele áspera.

Aloe Vera: antif/amatória; queratolítica; regenenadora e nutritiva.

Isoflavona Tópica: melhora hidratação, aumenta produção as fibras de


colágenas, suaviza rugas e melhora a flacidez.

GPS- Trealose Vetorizada: é ligada a uma mólecula de silício orgânico para


se obter uma ação "biovetorizada". Melhora a resistência celular (anti-stress
ambiental); restaura o equilíbrio hídrico da pele desidratada; ação "termo protetora",
atua diretamente sobre as proteínas do stress.

Extrato de Asafetida: um inibidor da Tirosinase (produção de meia nina),


clareador.

Algas Marinhas: existem vários tipos que associadas potencializam o efeito


de emoliência, umectação e hidratação. Além disso protege o tecido e ativa o
metabolismo.

Substâncias Ativas Animais e suas Propriedades:

Lanolina: derivada da lã do carneiro, confere toque emoliente sedoso.


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Queratina x Aminoácidos: promove brilho, retenção de umidade e melhora a


maleabilidade.

Substância Ativas Minerais e suas Propriedades:

Silício: elemento estrutural do tecido conjuntivo, sintetiza as macromoléculas:


de elastina, colágeno, proteoglicanas e glicoproteínas estruturais, favorece a
regeneração das fibras elastogênicas e colágenas (são estruturas de sustentação do
tecido cutâneo), e esta capacidade do organismo de assimilação de silício diminui
com a idade.

Silanois: silício orgânico biologicamente ativo - grande afinidade com


numerosas estruturas da pele, combinados com diversos bioativos disponíveis.

Argila: com ação esfoliante, absorção, efeito clareador e remineralizante.

Nanosfera: polírneros porosos que possuem uma estrutura particular que


Ihes confere alto poder de absorção.

Lipossomas: promovem hidratação profunda da pele.

Alguns componentes orgânicos dos cosméticos:

Manteiga de cacau: contém ácido fórmico e têm ação bacteriostática; é


utilizada em pele prejudicada por vento e frio, em forma de batom.

Cera de carnaúba: é usada na fabricação de sabonete e batom, têm ação


solvente e protetora.

Óleo de jojoba: têm consistência liquida. Não ransílica, tem boa


penetrabilidade e afinidade com a pele. Têm ação emoliente. Umectante nutritiva,
protetora e calmante, é ótimo solvente para o óleo essencial pois não tem odor. É
rico em aminoácidos, proteínas e carboidratos.

Óleo de apricot: é um óleo mais consistente, nutritivo e hidratante. Indicado


para pele alípidica.


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Óleo de abacate: é extraído do abacate, rico em ácidos graxos insaturados,


principalmente oléioco, cuja função é emoliência e umectação.

Óleo de calêndula: possui ação cicatrizante, antiinflamatório e calmante.

Óleo de uva: possui ação rico em vitamina E, é um óleo fino, inodoro e


hidratante.

Óleo essenciais: são relativamente fluídos, coloridos e mais leves do que a


água. Não se dissolvem na água, devem ser misturados com óleo vegetal.
Encontram-se na forma de pequenas gotas entre as células da planta, onde agem
como reguladores e catalisadores, seu papel é de ajudar a planta a se adaptar ao
meio ambiente, protegendo a planta de doenças e parasitas, atraíndo insetos que
fazem a polinização.

Ácido cítrico: é um ácido orgânico que pertence aos ácidos carboxílicos. É


empregado em cosméticos como regulador do pH em batons, shampoo, sombras,
banhos de espuma, emulsão de limpeza, creme rinse e base de maquiagem.

Mel de abelhas: é uma secreção doce das abelhas. Utilizado em cosméticos


como condicionador cutâneo e hidratante. Empregado em shampoo, creme facial e
corporal, loção hidratante, máscaras, etc.

Geléia real: é a substância nutrientes da abelha rainha, produzida pela


trabalhadoras. É utilizada em creme nutritivos, loções hidratantes, bases de
maquiagem e cremes corporais e faciais.

Aminoácidos: são compostos orqarucos obtidos por hidrólise de proteínas.


Os aminoácidos formam as proteínas do corpo humano, que têm importantes
funções no metabolismo e na constituição de tecidos. Existem os chamados
aminoácidos essenciais (Iisina, metiolina, valina, arginina, fenilamina, etc.) são
utilizados em complexos revitalizantes e hidratantes.

NMF Uréia: é composto de substâncias naturais da pele, têm capacidade de


deixá-Ia umedecida.

Vitamina A: é uma vitamina lipossolúvel. Tem ação protetora contra


infecções. É muito sensível ao oxigênio e principalmente na presença de metais. Em
cosméticos é adicionada à produtos para pele flácida e envelhecida.


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Vitamina D: é a vitamina antiraquítica. A vitamina D é sensível ao oxigênio e


se deteriora na presença de oxidantes, ácidos e íons metálicos, e se decompõe
qudo exposta ao UV ou à luz do dia. Nas formulações cosméticas anti-
envelhecimento são associados as vitaminas A, E,C.

Vitamina E (Tocoferol): é solúvel em álcool e óleo e é encontrada no óleos


de germe de trigo, óleo de semente de algodão. Têm ação antioxidante e protege
desta maneira outros óleos.

Biotine (Vitamina H): é uma citamina anti-seborréia. A biotina é empregada


em cosméticos capilares e em creme para pele com seborréia. Utilizada também um
produtos adstringentes para pele Iípidica.

Vitamina C (ácido ascórbico): têm ação anti-inflamatória, cicatrizante e


fortalece os capilares. Originalmente hidrossolúvel, a vitamina C é um exemplo do
desenvolvimento das matérias-primas em uso cosmético, através da modificação de
sua estrutura para torná-Ia lipossolúvel (palmitato ou oleato de ascorbita).

Colágeno: é uma proteína estrutural e o principal cosntituinte do tecido


conjuntivo. Essa heteroproteína é formada por 19 aminoácidos, em proporções
variáveis. Entre esses aminoácidos três se encontram em quantidades mais
elevadas. Essa riqueza permite diferenciar o colágeno das outras proteínas animais.
Esses três aminoácidos são: hidroxiprolina, arginina e glicina. A aplicação do
colágeno em cosmetologia tem como função aumentar a capacidade de nutrição e
hidratação da pele.

Elástina: depois de várias experiências e investigações, provocou-se que a


elastina é uma substância de grande valor para a revitalização da pele. A elastina
devolve à pele os aminoácidos que vão desaparecendo nas alterações que sofrem
as fibras elásticas pelos seguintes fatores: calor, vento, exposição solar, fumo,
bebida, má alimentação. Assim como o colágeno se mantém muito tempo no tecido
conjuntivo, a elastina tende a desaparecer rapidamente. A idade é outro fator muito
importante para a degradação dessa fibra. O colágeno é o suporte da nutrição e
hidratação e a elastina éo suporte da elasticidade da pele.

Algas: há alguns anos as algas marinhas e seus alginatos são usados em


cosmetologia.


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Esse interesse se justifica por possuírem elevada concentração de elementos


marinhos, grandes riqueza de oligoelementos. Os alginatos de gelificante para a
preparação de bases de cremes ligeiros e muito penetrantes. O esteticista consegue
resultados incríveis em trabalhos com algas, graças aos seus princípios ativos. Em
cremes possuem uma revitalização profunda à nível de epiderme. A alga é uma
substância para combater a fragilidade das funções cutânea. É também preparada
para ser usada com o aparelho de ionização.

Própolis: é uma substância resinosa, de colocação marrom-escura, recolhida


pelas abelhas, dos brotos e ramos de árvores, e transformada pela ação enzimática
numa substância de odor balsâmico característico para proteger a colméia de
contaminações bacterianas. O própolis é um poderoso bactericida natural, de ação
antibiótica. Possui valiosas propriedades cicatrizes e regeneradoras do tecido
epítelial. O própolis contém bálsamos, resinas, ceras, cálcio, ferro, pólen, vitaminas
do complexo B e vitamina C. Em cosmetologia tem sido utilizada em loção
antisséptica máscara, gel, principalmente creme para pele acneica.

Algumas substâncias inorgânicas utilizadas em cosméticos:

Trietanolamina: é uma base orgânica que reage com ácidos graxos. Em


cosméticos é utilizada principalmente para o ajuste do pH.

Bórax (Borato de Sódio Decahidratado): é uma base fraca que reage com
ácidos graxos. É utilizado em cosméticos que contêm cera de abelha para estabilizar
os ácidos graxos. Em pequena quantidade, o bórax é adicionado a cosméticos
destinados à limpeza de pele para facilitar a solvência das impurezas da pele.

Sílica (SI02): é um óxido inorgânico de silício. É empregado em cosméticos


clareadores e abrasivos.

Enxofre: é utilizado no tratamento de acne.

Fitocosmética


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Atualmente a fitocosmética está sendo muito utilizada. Extratos vegetais,


contendo vitaminas e fitohormônios, além de sais minerais e oligoelementos entram
como substâncias ativas na composição de muitos cosméticos.

Arnica: (arnica montana I): é uma planta cujo extrato é extraído das flores
secas.

Empregado em loções e cremes faciais e corporais e produtos de limpeza de


pele.

Castanha da índia: a castanha é rica em tanino, saponósidos, flavonóides e


heterósidos cumarínocos. Tem ação adstringente, antihemorrágica, anti-inflamatória
e vasoconstritora. Acelera o retorno venoso. É empregada no tratamento da
rosácea.

Camomila: tem ação anti-inflamatória, sedativa e tônica. É empregada em


cosméticos capilares e para peles sensíveis.

Hamamelis: têm ação adstringente e calmante, é usada em cremes e loções,


máscaras e refrescantes cutâneos.

Cânfora: origina-se de uma árvore, do canforeiro, ela é extraída da madeira


por destilação. Têm ação revulsiva e adstringente, utilizada em bálsamos, máscaras
e loções adstringentes.

Alantoína: é extraída da raiz da Inula, planta medicinal. Têm ação sedativa e


tônica. Utilizada em produtos de proteção da pele, produtos de limpeza cutânea,
cremes nutritivos, leites e cremes hidratantes, cremes corporais e faciais.

Aloe Vera: denominado no Brasil de babosa. Extrai-se do suco as folhas que


formam um gel. Tem ação cicatrizante. É utilizada em hidratantes, produtos de
limpeza de pele, refrescantes cutâneos e pós sol.


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HIDRATAÇÃO DA PELE

A água que hidrata a pele provém das camadas inferiores da pele (epiderme
e derme), hidrata toda a pele e evapora na superfície para a atmosfera. Está é a
chamada perda de água transepidérmica. A pele mantém sua hidratação através do
manto hidrolipídico (emulsão hidratante natural da pele), em condições ideais,
importante para manter a lubrificação da pele, protegendo-a contra a evaporação
excessiva de água e contra microorganismo, desempenhando a "função barreira" e
permitindo à pele lutar contra a humidificação e o ressecamento.

É formada pelas secreções da pele que são eliminadas para a superfície onde
se misturam, variando com o tipo de pele, local do corpo, sexo, idade, com as
condições climáticas e com o uso de produtos tópicos como sabão e detergentes.

A pele comporta-se como uma eficiente barreira, impedindo o ressecamento


do organismo e protegendo-o das agressões externas, tanto mecânicas quanto
físicas, químicas e microbianas.

Uma pele hidratada é caracterizada maciez, elasticidade e suavidade, sendo


que estas características estão diretamente relacionadas ao teor de umidade do
extrato córneo. Outros fatores que determinam a diminuição do teor da umidade:
alteração do metabolismo; envelhecimento das fibras protéicas de colágeno e
elastina irrigação sanguínea periférica alterada.

COMPOSIÇÃO QUIMICA DA PELE

• Água: encontrada em 70% da composição química da pele

• Sais minerais: metais como sódio, potássio, magnésio, cálcio, ferro, cobre,
zinco, manganês, enxofre, fósforo e iodo.

• Protídeo: encontrado em 27,5% da composição da pele.

• Aminoácidos: tirosina, cistina, hidroxipolina da pele.


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• Proteínas: colágeno, elastina, queratina, ácido hialurônico, ácidos nucléicos,


uréia e outros.

• Enzima e hormônios.

• Lipídeos: fosfolipídeos, esqualeno, colesterol, ácidos graxos, etc.

• Glicídeos: glicose, glicogênio, etc.

• Flora cutânea

• Existem dois tipos de flora cutânea:

• Flora cutânea permanente (germes saprófitos): normalmente não causam

problema para o homem.

• Flora cutânea ocasional patogênica: por contaminação ou mutiplicação


exagerada de germes saprófitos.

• Flora saprófita: defendem a pele contra a infecção.

MECANISMO DE HIDRATAÇÃO DA PELE EXTERNA

Hidratação da pele para produtos tópicos ocorre por:

• Oclusão: ingredientes lipídicos (emolientes)


• Umectação: substância que retém água na superfície da pele.
• Hidratação ativa: emulsões - produtos destinados a promover a
hidratação da pele, tais como cremes ou loções cuja fase lipídica
promove a oclusão e a fase aquosa possui ingredientes higroscópico
que propiciam a umectação (hidratação) da pele.

Principios ativos nos hidratantes

• Ceramidas

• Esqualeno

• Olesterol

• PCA


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• ADN

• NMF

• Lactado de Amônia

• Uréia

• Alfa-Hidroxiácido (ácido glicólico e ácido láctico)

• Oligoelementos

• Fosfolipídeos

• Ácido Hialurônico

REVITALlZAÇÃO E NUTRIÇÃO DA PELE

A revitalização depende da hidratação e nutrição do tecido. A nutrição ocorre


na derme, podendo ocorrer na camada basal.

Tem como finalidade repor vitaminas e nutrientes perdidos, essenciais à


saúde da pele. São eles: vitaminas, proteínas e oligoelementos.

TEORIAS :


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Teorias do Envelhecimento

Fatores que levam ao


envelhecimento


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Teoria envelhecimento Telômeros


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A importância do Estímulo ATP


Mitocondrial

Capítulo 4

q Diagnóstico e evidências clínicas


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Composição da Pele

Epiderme

Origem ectodérmica;
É um epitélio de revestimento estratificado e pavimentoso;
As células da epiderme se renovam indefinidamente graças a uma atividade mitótica
contínua;

A renovação da epiderme leva cerca


de 21 a 28 dias;
A principal função da epiderme é
proteger o corpo contra os agentes
agressores externos e
principalmente da perda dos fluidos
orgânicos.
A epiderme é dividida em:


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Camada Basal

Camada mais profunda da epiderme;


Também chamada de germinativa;
Consiste numa única camada colunar ou cuboide de células que
repousam na membrana basal ou lamina basal;
Seu maior eixo é sempre perpendicular a junção dermoepidérmica.
Intensa atividade mitótica;
As células basais são as células reprodutivas da epiderme;
Sua atividade mitótica provê as camadas celulares mais
superficiais da epiderme;

As células da camada basal se dividem rapidamente produzindo


novos queratinócitos;
Os queratinócitos se movem para a superfície, formando as camadas mais superficiais da
epiderme;
10 a 25% das células da camada basal são melanócitos que estendem suas prolongações
(dendríticas) até a camada espinhosa.

Melanócitos
Camada Córnea

É a camada mais externa da pele;


Células completamente preenchidas por filamentos de queratina (células córneas)
embebidas numa densa matriz proteica.
Impossivel a identificação de células individuais pois o núcleo já não pode ser encontrado.
Composição lipídica da camada córnea

Células achatadas;
Os espaços intercelulares são preenchidos com lipídeos que mantém as células juntas
numa membrana contínua;
A proteção do corpo pela epiderme se deve em especial a funcionalidade do estrato córneo.

A penetração de cosméticos na pele está associada a proteínas e lipídeos presentes


nesta camada.
Possui normalmente 30% de água Envelope Corneificado Epidérmico (ECE)
ligada;
Constituição lipídica:
Lipídeos hidrofóbicos neutros; Camada lipoprotéica que substitui a membrana plasmática dos corneócitos;
Glicoesfingolipídeos. Consiste de uma complexa mistura de proteínas interligadas covalentemente associada à
uma camada lipídica anexada à superfície extracelular da camada protéica;
Muitos constituintes do ECE têm sido identificados, dentre eles, as proteínas do envelope:
Pro-filagrina; - Filagrina; - Involucrina; - Loririna.
São responsáveis pela associação aos filamentos intermediários de queratina e
consequente aumento da coesão entre os corneócitos;

A pro-filagrina e a
filagrina são
biotransformadas na
pele durante o
processo de
diferenciação
epidérmica,
apresentando-se
como NMFs que são
retidos no interior dos
corneócitos maduros
no EC.


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Melanócitos
Desmossomas da Camada Espinhosa

Células dendríticas produtoras de melanina;


Pigmento responsável pela coloração da pele;
13% das células da epiderme;
Proporção: 1 melanócito para 10 queratinócito;
Localizam-se principalmente na camada basal;
Estendem filamentos para outras camadas a fim de transportar a
melanina fornada;
1 melanócito transfere melanina para 36 queratinócitos vizinhos.

Aquaporinas (AQP)

Estruturas encontradas em diversos tecidos;


Presentes em mamíferos, bactérias e vegetais;
13 tipos isolados em mamíferos (0 até 12):
AQP 0, AQP 1, AQP 2, AQP 3, ... AQP 12.
Canais proteicos da membrana plasmática;
Regulam a passagem de água, glicerol e solutos de
baixo peso molecular;
Determinantes para a hidratação tecidual.


Quando entram em contato com Ag migram para os linfonodos regionais, onde iniciam a
reposta imune;

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Funcionam como células de
alerta;
Transportam antígenos para
os linfócitos;
Diminuem devido à
Células de Langerhans exposição solar.

Originam-se da medula óssea;


Células de Merkel
São células de defesa da pele;
4% das células da epiderme.
Estão relacionadas aos macrófagos e envolvidas
com os mecanismos de defesa imunológica da pele.

Origem é controversa;
Morfologicamente são parecidos com os
melanócitos (dendríticas); São mais numerosas nas palmas das mãos e plantas dos
Formam uma rede entre as células da epiderme e os antígenos de fagocitose que penetram pés;
a epiderme; A derme
Quando entram em contato com Ag migram para os linfonodos regionais, onde iniciam a Acreditam que estejam relacionadas à função sensorial,
reposta imune;
possivelmente como mecanorreceptores.
É subdividida em:
Funcionam como células de
alerta;
Transportam antígenos para
os linfócitos;
Diminuem devido à
exposição solar.

Células de Merkel

Derme Papilar O colágeno e a elastina


Origem é controversa;
As fibras colágenas proveem a pele de força e extensibilidade (habilidade de esticar);
São mais numerosas nas palmas das mãos e plantas dos
Camada mais externa e mais próxima da epiderme;
pés;
Formada
Acreditamde
quetecido conjuntivo
estejam frouxo
relacionadas e contém
à função sensorial,projeções digitais (papilas dérmicas);
possivelmente como mecanorreceptores.
Rica em células – fibroblastos;
Poucas fibras colágenas e raras de fibras elásticas.

Composição da derme

Fibroblastos;
Derme Reticular Colágeno;
Fibras elástivas;
Substância Fundamental Amorfa (SFA) ou Matriz Extracelular.
Camada mais profunda e mais espessa da derme;
Ocupa cerca de 4/5 da derme;
Formada de tecido conjuntivo irregular denso;
Contem espessos filamentos de fibras colágenas entrelaçadas;
Fibras de elastina que se depositam em diversas direções;
Reticulina.


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Composição da superfície cutânea

Emulsão epicutânea;
Flora bacteriana;
Capa grossa.

Outras células da epiderme


Melanócitos;
Células de langerhans;
Células de merkel.

• A escolha do Fibroblastos

Princípio Ativo: São células de natureza conjuntiva;

uma tomada de Produzem substância fundamental amorfa e


fibras;

decisão Assertiva 2 tipos:


A: Fibroblastos: células jovens = intensa
e Personalizada atividade.
B: Fibrócito: células maduras = atividade
diminuída (menores, fusiformes);
Se estimulados podem voltar a sintetizar.

Prática
Clínica
aplicada a
cosmetologia


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Fase 01 Preparo da pele:


Para receber as ações terapêuticas e princípios ativos se faz necessário uma prévia e impecável ação de
higienização e assepsia da pele.

• Gel de limpeza * com vita E Diagnóstico e precisão, a tomada de


• Antisséptico decisões assertiva
• Gel Glicólico e Gluconolactona AHAs

Nomenclatura para Dermografismo


ü MICROPUNTURAÇÃO

ü INDUÇÃO PERCUTÂNEA DE COLÁGENO

ü TERAPIA DE INDUÇÃO DE COLÁGENO (TIC)

ü DERMAROLLER

ü MICROAGULHAMENTO


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Fibras Elásticas

Estão presentes em quase todos os órgãos em proporções variáveis;


Correspondem a 1 a 2% do peso seco da derme;
Colágeno
Fibras elásticas maduras são constituídas de microfribrilas com 10-12 nm de diâmetro.
O sistema elástico é composto por 3 tipos de fibras:
Proteína distribuída amplamente pelos tecidos conjuntivos;
Finas fibras oxitalânicas: encontradas na derme papilar;
Corresponde a aproximadamente 75% do peso seco da derme;
Finas fibras eulanínicas: encontradas na interface entre a derme papilar e reticular;
Fibras elásticas maduras: encontradas na derme reticular. Provê resistência e elasticidade ao tecido;
Suas fibras variam em diâmetro entre 2 e 15 μm.
Apresenta-se:
Derme papilar: rede ondulada fina;
Derme reticular: rede ondulada espessa.

Os diversos tipos de colágeno têm em comum o fato de serem compostos por 3 cadeias
polipeptídicas (cadeias alfa);

Substância Fundamental Amorfa (SFA): Glicosaminoglicanas

Apresentam papel fundamental na organização e viabilidade dos tecidos;


Corresponde a 0,2% de peso seco da derme, porém são capazes de se ligar até 1000 vezes
o seu volume em água;
Ácido hialurônico: GAG responsável pela hidratação da SFA (auto-hidratação) e
envoltórios de células;
Presente também na epiderme.


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Existem quatro fatores dominantes que determinam o Tipo de Pele:

1. oleoso x seco,
2. sensível x resistente,
3. pigmentado x não-pigmentado,
4. enrugado x firme.

No entanto, antes, neste capítulo, fornecerei algum conhecimento básico


sobre cada um desses fatores, assim como sobre a ciência por trás deles. Os fatores
principais interagem para determinar a aparência da pele, os problemas, as
necessidades e suas vulnerabilidades; ditam, desse modo, os tipos de produtos,
ingredientes e tratamentos úteis para ela.


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A BIOLOGIA DA PELE


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A camada superior da pele, chamada de epiderme, é composta por quatro camadas


diferentes. Quando você olha a pele de alguém, vê a camada que está bem na
superfície, feita por células que refletem a luz. Quando essa camada superior é lisa,
reflete a luz uniformemente, então essa pele aparenta ser mais uniforme e radiante
do que se ela tivesse a superfície rugosa. Nas partes inferiores da epiderme estão
as "células mães", chamadas de células basais, que produzem todas as outras
células da epiderme. As "células mães" dividem-se em "células filhas", que se
modificam à medida que vão para as camadas superiores. Durante essa migração,
elas envelhecem e eventualmente morrem, por isso, as camadas superiores são
formadas por células mortas que naturalmente descamam, num processo chamado
de "ciclo celular", que pode durar entre 26 a 42 dias. Entre a terceira e a oitava
década de vida, o ciclo celular diminui de 30% a 50% com relação ao que ocorria na
adolescência. Isso significa que a pele envelheci- da renova-se muito mais
lentamente, formando uma superfície rugosa, e não uma superfície lisa e macia. As
células mais superiores contêm um Fator de Hidratação Natural (NMF - Natural
Moisturizing Factor), que mantém a umidade. O corpo responde ao meio ambiente
seco produzindo mais NMF, porém leva alguns dias para que essa produção se
acelere; então, sua pele ficará um pouco desidratada até o socorro chegar. Por isso
é importante hidratar a pele em qualquer situação de clima seco.

Substâncias liberadas pelas células no meio da epiderme formam um filme protetor


feito por lipídios (gorduras) que envolvem as células da pele e ajudam a mantê-Ia
hidratada. Os dedos dos pés e os das mãos contêm uma quantidade menor de
lipídios e não são tão "impermeáveis" como as pernas, por isso eles ficam
enrugados após imersão na água, enquanto com as pernas isso não ocorre. Sua
pele fica craquelada nos climas frios porque os lipídios da pele resfriados enrijecem,
diminuindo a capacidade de se ajustarem aos movimentos. O objetivo de um bom
hidratante é aumentar a quantidade desses importantes lipídios, ajudando sua pele a
manter a hidratação.

1. HIDRATAÇÃO DA PELE: OLEOSA x SECA


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Com a pele oleosa, o rosto com freqüência aparenta estar brilhante, e naturalmente
evitamos produtos que têm aspecto oleoso. É mais vulnerável a acne e cravos do
que as pessoas com Tipo de Pele Seca. Pessoas com a pele seca sentirão a pele
ressecada, com aparência opaca e textura áspera.

Secura e oleosidade dependem primariamente da condição da barreira da pele; a


camada externa da pele ajuda na retenção da umidade e da própria produção da
oleosidade (sebo).

A barreira é como uma parede de tijolos, com cada tijolo (ou célula) mantido no lugar
por um cimento (gorduras chamadas lipídios). Ingredientes agressivos, como o frio e
o tempo seco, podem "gastar" essas gorduras, erodindo o cimento, assim a parede
de "tijolos" não ficará firme. Vários agentes externos, incluindo detergentes, acetona,
cloro e outros produtos químicos, e até a imersão prolongada na água, podem
danificar a barreira; ou a barreira pode ser deficiente em razão de fatores genéticos.
Os principais componentes da barreira da pele são ceramidas, ácidos graxos e
colesterol, todos diferentes tipos de lipídios. Eles têm de estar presentes na
proporção certa para manter a pele impermeável. Uma barreira enfraquecida tenderá
tanto ao ressecamento quanto à sensibilidade. O ressecamento resulta da
evaporação da umidade da pele. A sensibilidade acontece quando uma barreira
deficiente permite a entrada de substâncias irritantes do meio externo. Reparar a
barreira da pele com os produtos para cuidados com a pele adequados ajudará no
tratamento de várias situações. Ao incorporarmos nutrientes-chave na dieta, como
ácidos graxos essenciais e colesterol, proveremos os pedaços necessários à
construção da barreira. Deficiências nutricionais podem enfraquecer a capacidade
de sua pele reparar e reconstruir, por isso as pessoas que tomam medicamentos
para reduzir o colesterol freqüentemente têm a pele seca.

Produção de óleo

A pele tem muitas glândulas oleosas (sebáceas), as quais secretam óleo que
contém ceras esterificadas, triglicérides e esqualeno. Essas gorduras (ou lipídios)
formam uma película protetora (filme) que ajuda a umidificar a pele." Quando a
produção de sebo na pele aumenta, resulta em pele oleosa; o oposto, contudo, não


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é necessariamente verdadeiro, pois a pele seca pode ocorrer porque a barreira da


pele é defeituosa. A produção de óleo pode ser afetada por dieta, estresse e
hormônios - assim como pela genética. Em um estudo com gêmeos idênticos e não-
idênticos do mesmo sexo" verificou-se que os primeiros têm, na prática, a mesma
quantidade de produção de óleo, e os últimos têm quantidades significativamente
diferentes.

2. SENSIBILIDADE DA PELE: SENSÍVEL x RESISTENTE

A pele resistente tem uma barreira que protege as células da pele, deixando os
alergênicos e as substâncias irritantes fora de suas camadas profundas. Exceto nos
casos de queimadura solar, sua pele raramente pinica, fica vermelha ou desenvolve
acne, permitindo que peles de tipo resistente possam utilizar praticamente todos os
produtos sem ter reações. No entanto, a ironia é que muitos produtos podem não ser
potentes o suficiente para penetrar na "compacta" barreira e não conseguem
produzir resultados.

Peles sensíveis, que são relatadas por mais de 40% das pessoas têm uma barreira
frágil, deixando-as vulneráveis aos muitos tipos de reações na pele. Enquanto
muitos produtos se destinam a peles sensíveis, existem quatro subtipos diferentes
de pele sensível, então o tratamento e os produtos devem ser adequados a seu
subtipo único:

Subtipo Acne: Desenvolve acne, cravos brancos ou cravos escuros.

Subtipo Rosácea: Freqüentemente desenvolve rubor, vermelhidão facial e sensação


de calor.

Subtipo "Irritável": Desenvolve sensação de pinicar, ferroar ou de queimação na


pele.

Subtipo Alérgico: Desenvolve vermelhidão, coceira e descamação na pele.

Todos esses subtipos de pele sensível têm um ponto em comum: inflamação.

Por isso todos os tratamentos para peles tipo S são feitos para reduzir a inflamação
e remover a causa.


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Subtipo Acne

Entre 40 e 50 milhões de americanos são afetados pela acne," dos 11 aos 25 anos
estão cerca de 70% a 8~% dos que sofrem de acne, enquanto muitas mulheres
adultas têm acne resultante de um desequilíbrio hormonal. Os adultos geralmente
ficam mais perturbados com a acne que os adolescentes.

Três principais fatores contribuem para a acne: aumento da produção de óleo, poros
obstruídos e uma bactéria chamada P. acnes. Veja como eles interagem: a
oleosidade faz com que as células mortas da pele. continuem juntas, levando à
obstrução dos poros, o que é chamado de cravos abertos (comedões abertos,
pontos escuros) e cravos fechados (comedões fechados, pontos brancos). As
bactérias que habitam nossa pele dentro desses poros produzem inflamação, que se
manifesta como

vermelhidão e pus. O tratamento para acne requer medicação que diminua a


secreção de óleo, desobstrua os poros e elimine as bactérias. Farei recomendações
para tratamento específico na seção de prescrição no capítulo de cada tipo.

Subtipo Rosácea

A rosácea afeta cerca de dez milhões de americanos; ela começa tipicamente em


adultos após os 25 anos. Os sintomas são vermelhidão facial, rubor, pápulas,
espinhas e o aparecimento de "vasinhos" no rosto. Antes dos 25 anos, as pessoas
com tendência à rosácea podem apresentar episódios frequentes de vermelhidão e
ficar com o rosto ruborizado nos episódios em que tiverem fortes emoções. Alguns
estudos demonstram que a mesma bactéria que causa úlcera (H. pilori) pode
contribuir para o aparecimento da rosácea. Aqueles que sofrem de rosácea com
episódios de inflamação e vermelhidão facial deveriam ser pesquisados para a
presença do H Pilo ri, que pode ser tratado com antibióticos orais." Se você sofre de


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rosácea, por favor, consulte seu dermatologista para que ele possa prescrever
tratamentos mais eficazes.

Subtipo "Irritável"

A "irritação" em resposta a produtos e ingredientes não é causada por alergia, mas


devido à presença de terminações nervosas mais sensíveis. Em dermatologia, testes
(como o de irritabilidade com o ácido láctico) podem determinar se você é ou não um
"irritável". Se for, poderá apresentar terrível pinicação/irritação em resposta ao ácido
benzóico presente em inúmeros produtos como o gel K-Ye cremes para tratar
infecções fúngicas vaginais. A pele "irritável" não é necessariamente acompanhada
por vermelhidão ou irritação, embora seja mais comum em pessoas que também
sentem rubor facial. "Irritáveis" devem evitar produtos que contenham os seguintes
ingredientes:

Ácido benzóico

Ácido láctico

Ácido sórbico

Alfa-hidroxiácidos (ácido glicólico)

Bronopol

Componentes contendo o ácido cinâmico

Compostos de amônia quaternária

Dowicil200

Formaldeído

Lauril sulfato de sódio

Propilenoglicol

Uréia

Vitamina C


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Subtipo Alérgico

Quando a camada de proteção mais externa da pele está danificada ou frágil, pode
ocorrer a penetração de substâncias para as camadas mais profundas. Por essa
lacuna, alergênios, substâncias químicas ou outros irritantes penetram do meio
externo e invadem os níveis internos do tecido da pele e a circulação sangüínea,
desencadeando uma resposta inflamatória. Embora esse seja o mecanismo das
doenças inflamatórias tópicas, também pode haver alergias internas aos alimentos
ou a outras substâncias que desencadeiam uma resposta inflamatória expressa na
pele.

3. PIGMENTAÇÃO DA PELE: PIGMENTADO x NÃO-PIGMENTADO

A escala de pigmentação versus não-pigmentação mede a probabilidade de


desenvolver manchas escuras indesejadas no rosto ou tronco. Embora o teste
também leve em consideração a cor da pele e a etnia, isso não é tão importante em
meu sistema quanto a determinação da tendência a desenvolver manchas
indesejadas. Por esse motivo, pessoas de todas as etnias podem pontuar caindo em
qualquer um dos 16 Tipos de Pele. Tendo exposto isso, em alguns casos,


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Anexo: informativo

Drenagem Linfática pós-operatória

Fisiologia do Sistema Linfático


As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. A
macro e a micro circulação de retomo dos órgãos e/ou regiões é feita pelos sistemas
venoso e linfático. As moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o
sangue, sendo conduzidas pelos capilares sanguíneos, e as grandes partículas
alcançam a circulação através do sistema linfático. Entretanto, mesmo
macromoléculas passam para o sangue via capilares venosos, sendo que o maior
volume do fluxo venoso faz com que, no total, o sistema venoso capte muito mais
proteínas que o sistema linfático. Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para
o organismo ao baixar a concentração protéica média dos tecidos e propiciar a
pressão tecidual negativa fisiológica que previne a formação do edema e recupera a
proteína extravasada (Duque, 2000).
A captação das macromoléculas proteicas dos interstícios pode também ser
feita por estruturas interligadas ao sistema linfático canalicular e aos pré-linfáticos,
chamadas de sistema para-linfático, uma vez que fazem o transporte paralelo e de
suplência, ao sistema linfático (Duque, 2000).
A formação e o transporte da linfa podem ser explicados através da hipótese


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de Starling sobre o equilíbrio existente entre os fenômenos de filtração e de


reabsorção que ocorrem nas terminações capilares. A água, rica em elementos
nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial, desembocam
no interstício, onde as células retiram os elementos necessários ao seu metabolismo
e eliminam os produtos de degradação celular. Em seguida, o liquido intersticial,
através das pressões exerci das, retoma a rede de capilares venosos (Leduc, 2000).
Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sanguíneo
(Vogelfand, 1996).

Efeitos positivos a nível estético

- Acne;
- Couperouse;
- Dermatite;
- Revitalização;
- Pré e pós-cirurgia plástica;
- Peniculose.
- Coadjuvante para a celulite
Indicações

De acordo com Guirro e Guirro (2002) e Lopes (2000), as manobras de DLM


possuem várias indicações. São inúmeros os beneficios da Drenagem Linfática
vejamos alguns:

- Má circulação sangüínea;

- Má circulação linfática (retenção de líquidos);

- Pré e pós-operatório de cirurgia plástica;

- Pós-operatório de mastectomia;

- Auxílio no tratamento para perda de medidas;

- Auxílio no tratamento para gestantes;

- Tratamento de celulite.


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- Manter o organismo saudável e protegido, já que o sistema linfático é um sistema


imunológico.

- Tratamento pré e pós-operatório de intervenção cirúrgica;

-Pós-traumatismos;

- Edemas;

- Linfedemas;

- Fibro edema gelóide;

- Queimaduras;

- Enxertos;

- Rosácea;

- Hematomas e equimoses;

- Rigidez muscular;

- Período de TPM;

- Insônia;

- Pós-mastectomia;

- Pós-mesoterapia;

- Tratamento coadjuvante da cicatriz hipertrófica ou queloideana.

Contra-indicações

Existem contra-indicações absolutas e relativa para o uso da drenagem linfática


tanto manual quando por aparelhos.

- Câncer: não devemos fazer drenagem linfática em clientes com câncer, pois o
mesmo poderá ser disseminado por todo o corpo.

- Infecções: não devemos fazer drenagem linfática em clientes que estejam


passando por um processo infeccioso, pois o mesmo pode se espalhar para outras
regiões do corpo.

- Febre: A febre é um sinal de alerta, portanto onde há febre pode haver inflamação.


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- Hipertensão Arterial: Nesse caso, não devemos fazer a drenagem linfática, porém
se o (a) cliente faz uso de um tratamento regular, esta poderá ser feita caso haja
uma autorização médica.

- Diabetes: somente com autorização médica.

- Problemas Cardiovasculares: somente com autorização médica.

- Insuficiência Renal: se o (a) cliente já tem problemas renais, nós não podemos
fazer uso da drenagem linfática, pois podemos sobrecarregar ainda mais os rins.

- Trombose: jamais deveremos fazer drenagem linfática em casos de trombose, pois


poderemos deslocar um trombo e agravar a situação do (a) cliente.

- Varizes bem avançadas: como na trombose, nós não podemos fazer uso da
drenagem linfática, pois pode haver trombos nas veias.


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