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REGIMES TOTALITÁRIOS, FASCITAS

- Caracterização e princípios do fascismo. O Estado totalitário fascista define-se, antes de mais, pela
oposição ao liberalismo, à democracia parlamentar e ao socialismo. O fascismo considerava o interesse da
colectividade, a grandeza da nação e a supremacia do Estado, acima do indivíduo. Esta apologia leva o
fascismo a desvalorizar a democracia partidária e o parlamentarismo, uma vez que estes acentuam no
respeito pelas vontades individuais que se fazem ouvir directamente nas eleições e nos parlamentos. O
fascismo rejeita a teoria liberal da divisão dos poderes e faz depender a força do Estado, do reforço do
poder Executivo. Para além disso, reprova ainda, os ideais socialistas, uma vez que abomina a luta de
classes, considerando que esta divide a nação e enfraquece o Estado. Assim sendo, o fascismo concebeu o
modelo peculiar de organização sócio económico, o corporativismo, destinado a promover a colaboração
entre as classes. Este regime caracterizava-se ainda pelo seu nacionalismo fervoroso, incompatível com os
apelos socialistas ao internacionalismo proletário.

– Culto do chefe, a defesa das elites e o enquadramento de massas. O fascismo defende que os homens
não são iguais, que esta desigualdade é útil e que esta governação devia apenas competir às elites. Nestes
regimes, os chefes eram promovidos a heróis que simbolizavam o Estado. As elites para além de incluírem
os chefes, incluíam também uma raça dominante, os soldados, as forças militarizadas e os filiados nos
partidos. Nesta sociedade profundamente hierarquizada e rígida, as elites deviam merecer o respeito das
massas, havendo assim uma obediência cega das massas que obcecou a prática fascista. Os ideais fascistas
eram incutidos desde muito cedo nos jovens, através das juventudes fascistas na Itália, das Juventude
Hitleriana na Alemanha e da Mocidade Portuguesa, em Portugal.

A arregimentação prosseguia na fase adulta e era esperada uma total identificação e adesão ao regime.
Assim, contava-se com diversas organizações do enquadramento de massas, tais como: o Partido único
(cuja filiação era indispensável à ocupação de cargos públicos), à Frente Nacional de trabalho nacional
socialista e à corporações italianas (que substituíam os sindicatos) e a Depolavoro e a Kraft durch Freud
(que eram associações destinadas à ocupação dos tempos livres dos trabalhadores). O Estado contava
ainda com uma gigantesca máquina de propaganda que utilizava meios como a imprensa, panfletos, rádio,
TV, cinema e canções que promoviam o culto do chefe. As manifestações eram outro meio de elogiar e
fazer propaganda ao regime.

– Exercício da violência nos fascismos, perseguições anti-semitas e racismo nazi. Apesar da eficácia
do enquadramento e do aparato da propaganda, os regimes fascistas não se ficaram por aí, recorrendo ao
culto da força e à negação dos dtos humanos, através da repressão policial, milícias armadas e criação da
polícia política. Existiu também uma violência racista desprezando os dtos humanos através do
apuramento físico e mental da raça ariana, o domínio à custa da eliminação dos povos inferiores, a criação
do espaço vital e as vagas de perseguição anti-judaicas, conhecidas por anti-semitismo.

– Modelo económico dos fascismos. Quer na Itália, quer na Alemanha, adoptou-se uma política
económica intervencionista e nacionalista que ficou conhecida pelo nome de autarcia. Propôs-se a auto-
suficiência, apelou-se ao heroísmo e ao empenho do povo trabalhador. Prometeu-se o fim do desemprego
e a glória da nação. Na Itália, verificou-se o controlo na aquisição de matérias-primas, volume de
produção e tabelamento de preços e salários; a nível do comércio verificou-se uma subida dos dtos
alfandegários e financiou-se as empresas em dificuldade; existiu também uma política de racionamento,
ou seja, criar um homem novo que suportava as privações e a recessão.

Na Alemanha, Hitler executa uma política de grandes trabalhos, levada a cabo em arroteamentos, auto-
estradas, pontes, etc, reabsorvendo assim o desemprego; a autarcia era verificada através da fixação de
preços e da auto-suficiência do país em cereais, açúcar e manteiga; houve um programa de rearmamento
contra os princípios de Versalhes e a quase eliminação do desemprego e o forte poderio militar posto ao
serviço do “Espaço Vital”.

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