Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Artigo de Revisão
Hipertermia Malígna*
Fernando Bueno Pereira Leitão, TSA 1; Thais Orrico de Brito Cançado 2
ipertermia malígna (HM) é uma síndrome zação e ao tratamento instituído de forma rápida
caracterizada por taquicardia, febre, rigidez e adequada 7.
muscular, taquipnéia, cianose e outros sinais de A síndrome foi descrita inicialmente na
estado hipermetabólico 1. O conceito acima foi Austrália, por Denborough e Lowell em 1960 8.
formulado a partir de estudos em famílias Era um jovem de vinte e um anos com fratura de
suscetíveis, determinando-se uma causa geneti- membro inferior, que estava mais preocupado
camente induzida para a síndrome 2. com a anestesia do que com a cirurgia pois,
A HM apresenta-se sob formas desde 1922, dez de seus parentes haviam mor-
variadas 3, podendo ter início agudo e fulmi- rido durante ou após a anestesia. Pensou-se em
nante ou se instalar insidiosamente 1. Pode ocor- uma causa geneticamente herdada 9-10 e não
rer no curso da primeira anestesia de um simplesmente uma decorrência de fatores ambi-
paciente suscetível; porém, em um terço dos entais 11-14. Aventou-se mecanismo genético,
casos ocorre nas anestesias subseqüentes 4. mediado por gene autossômico dominante sim-
Geralmente, a síndrome inicia-se pela ples, não ligado ao sexo, com penetrância redu-
exposição a agentes anestésicos variados 4, em zida e expressividade variável 4 . Alguns autores
pacientes cuja suscetibilidade não fora previa- acreditam que a síndrome não se ajusta a um
mente reconhecida 1. Os sinais podem aparecer sistema genético conhecido 10. Posteriormente
precocemente, logo após o início da anestesia, outros casos foram descritos em Winsconsin 15
ou podem aparecer na sala de recuperação pós e Toronto 9,16-18 .
anestésica, numa fase mais tardia 5,6. Em 1970 foram detectados níveis altera-
A taxa de mortalidade vem declinando dos de creatinofosfoquinase em indivíduos
devido ao reconhecimento de formas menos suscetíveis à HM 19 e identificadas respostas
graves, ao diagnóstico precoce pela monitori- contráteis anormais em músculos esqueléticos
su bm et i dos a es tí mu l os c om h al ota no e
* Trabalho realizado na Disciplina de Anestesiologia da Faculdade cafeína 20-23.
de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Em 1953, Ludvigsen descreveu a Sín-
1 Professor Associado de Anestesiologia da FMUSP
2 Ex-ME2 da Divisão de Anestesiologia do Hospital das Clínicas da drome do Estresse Porcino 24-27, onde qualquer
FMUSP situação de estresse a que os porcos suscetíveis
eram submetidos gerava uma síndrome de
Correspondência para Fernando Bueno Pereira Leitão
hipermetabolismo, resultando em morte dos ani-
Rua Horácio Berlinck 71 - Butantã
05505-040 São Paulo SP
mais ou carne inapropriada para o consumo 28
e que depois veio a ser considerada como
Apresentado em 28 de março de 1995 modelo porcino da HM.
Aceito para publicação em 14 de novembro de 1995 Em 1966, Hall descreveu HM induzida
por halotano e succinilcolina, também no
© 1996, Sociedade Brasileira de Anestesiologia porco 29. O modelo animal contribuiu para inves-
tigação da fisiopatologia da doença, apontando nóstico tardio por falta de monitorização mais
o músculo esquelético como o local da lesão e sofisticada (capnografia e teletermometria) e
auxiliou nas primeiras tentativas de tratamento tratamento retardado por não ser pronta e sufi-
com procaína, em 1971 30 e dantrolene, em ciente a disponibilidade do dantrolene 42.
1975 30. A partir de 1974, algumas desordens
musculares começaram a ser relacionadas com
HM 31. No entanto, as evidências de tal asso- Epidemiologia
ciação direta são insuficientes e conflitantes 32.
Ainda como causa desencadeante da A HM foi descrita em todos os grupos
HM, diversos agentes anestésicos e drogas étnicos 28,43-45. Antes da puberdade, crianças
foram citados: enflurano, isoflurano, cálcio, do sexo feminino e masculino são afetadas
digoxina, teofilina, anestésicos locais, blo- igualmente; após esta fase, os indivíduos do
q u e a d o r e s n e u r o mu s c u l a re s e óx i do n i- sexo masculino são mais acometidos 4,37. A
troso 1, 3,33-35. Na tentativa do reconhecimento incidência varia com a idade, mas as razões para
dos indivíduos suscetíveis, surgiram testes labo- isso não estão devidamente esclarecidas, talvez
ratoriais complexos, por meio de biópsia muscu- devido ao tipo de anestesia utilizada em diferen-
lar, para avaliação de sua sensibilidade a tes faixas etárias. Em crianças, ela é de 1:7.000
diversas drogas, como a cafeína, halotano, iso- a 1:14.000 anestesias. A grande maioria dos
lados ou em associação, potássio e succinil- casos está compreendida na faixa etária entre 3
colina. Uma tentativa de padronização dos e 30 anos 1, embora tenham sido descritos casos
testes para comparação dos resultados obtidos em idades extremas: 2 meses 4 e 78 anos 4.
em diferentes centros foi apontada pelo Grupo Estudos sobre a incidência da síndrome
Europeu da Hipertermia Malígna, em 1983. foram reportados em diversas partes do mundo.
Recentemente, um receptor específico A s e s t a t í s t i c a s d a Di n a m a r c a m e r e c e m
para a rianodina (alcalóide da Ryania speciosa) destaque 46. Entre os anos de 1978 e 1984, a
foi localizado no músculo esquelético 36, sendo fo rma ful mi nant e ne ste p aís oc orreu e m
considerado de importância no estudo da etiopa- 1:250.000 procedimentos anestésicos. Quando
togenia da HM, uma vez que integraria os pro- anestésicos inalatórios potentes foram usados
cessos iônicos relacionados ao cálcio. em associação com succinilcolina, a incidência
Na literatura nacional foram apresen- se elevou para 1:62.000 procedimentos 46.
tadas cuidadosas revisões sobre HM, em 1978 Espasmos do músculo masseter ocorreu em
e em 1984 37-38 respectivamente, quando até 1:12.000 procedimentos quando a succinilcolina
então apenas quatro trabalhos haviam sido pu- foi usada.
blicados. O primeiro caso descrito no Brasil ocor- A maioria dos indivíduos suscetíveis não
reu em 1975 durante cirurgia de estapedectomia apresentam anormalidade prévia. Contudo,
sob anestesia geral com halotano 39. Dez anos doenças músculo-esqueléticas parecem estar
após foi publicado um caso de HM desen- associadas em alguns casos 3 . A distrofia mus-
cadeada pelo uso de anestésico local tipo amida, cular de Duchenne é a que parece ter maior
durante cirurgia ortopédica 40. Em 1989 foi des- importância, aumentando o risco de HM quando
crito um caso de Síndrome de Larsen(alterações comparado com a população geral 47-50.
articulares múltiplas) associada à HM 41. No As condições listadas abaixo se asso-
mesmo ano, foi descrito outro caso onde salien- ciam à HM de alguma forma 1:
tou-se a importância do uso da capnografia do
gás expirado no diagnóstico precoce da HM 7 .
Em 1990 foi apresentado um caso crônico de evo- Associação evidente:
lução fatal, quando os autores citaram o diag- - distrofia muscular de Duchenne
- estrabismo
purificada constituída por 5.037 aminoácidos, hipercapnia. Podem também surgir taquicardia
conforme análise do retículo sarcoplasmático da ventricular, fibrilação e até assistolia.
musculatura esquelética do coelho 36. Apre- Rigidez muscular pode ou não estar pre-
senta duas partes principais: a região terminal sente, tendo sido classificadas dois tipos de sín-
do canal de cálcio, constituída por quatro sub- dromes, segundo esse parâmetro 20,66,23: a
unidades que o envolvem e uma região citoplas- síndrome rígida, que é a mais freqüente, ocor-
mática, sendo que esta é diretamente envolvida rendo em 75% dos casos 38 e a síndrome não
no processo de excitação e conseqüente acopla- rígida, que se manifesta sem apresentar taquip-
mento do cálcio 64,65. néia, taquicardia, disritmia, cianose e acidose 69.
Há uma semelhança aproximada entre o A hipertermia é um sinal de gravidade,
receptor da rianodina e o receptor nicotínico da podendo ocorrer elevação da temperatura de
acetilcolina na placa motora. O receptor ni- modo abrupto (um grau centígrado a cada cinco
cotínico apresenta uma estrutura heteropen- minutos) ou lenta, atingindo 43 oC ou mais 25.
tamérica enquanto o receptor da rianodina tem Seu rápido incremento não deve ser consi-
uma estrutura homotetramérica 64,65. As quatro derado sinal de pior prognóstic o. A i rre-
unidades monoméricas do receptor da rianodina versibilidade do quadro caracteriza a malig-
envolvem um poro central formando um canal nidade 10. Apesar da temperatura estar vincu-
liberador de cálcio. A porção terminal deste ca- lada ao nome da síndrome, a hipertermia pode
nal é considerada um local responsável pala não ocorrer, especialmente se a parada cardíaca
atividade liberadora de cálcio 65. A elevada con- se instalar logo no início da reação 3 .
centração do cálcio mioplasmático explica as Os sinais clínicos freqüentemente obser-
alterações clínicas da síndrome. vados são 3:
biópsia muscular 3. Um terço dos pacientes inicialmente ser confundidas com HM são: dis-
susceptíveis tem CPK normal 73. trofia miotônica, neuralgia do trigêmio, sepsis,
O teste laboratorial mais aceito para con- feocromocitoma, tireotoxicose, rabdomiólise in-
firmar ou descartar um diagnóstico de HM é o da duzida por succinilcolina, administração de a-
contratura muscular com halotano e cafeína nestési co i ntratecal, estímulos durante a
22,74-76 . Fibras musculares de 1 cm são imersas anestesia superficial 1,3.
em solução de Krebs-Ringer a 37 oC, onde bor- Durante a indução da anestesia a sus-
bulha uma mistura de 95% de oxigênio e 5% de peita de HM é levantada quando ocorre rigidez
gás carbônico. As fibras são estimuladas eletri- muscular após administração de succinilcolina.
camente, até que se obtenha resposta su- Isto pode tornar a intubação difícil ou até im-
pramaximal. Quando o equilíbrio é obtido, a fibra possível 1.
é exposta ao halotano a 3,0%, registrando-se a Se a rigidez muscular não ocorre, o sinal
contratura. Em seguida, fibras adicionais são mais precoce que pode ser detectado é uma
expostas a doses crescentes de cafeína (0,5 a elevação da ventilação/minuto (quando o
32 mM) e contratura a 2,0 mM de cafeína e a paciente estiver em respiração espontânea) ou
contratura corresponde a 1 g (em relação à con- uma elevação do dióxido de carbono expirado, o
centração de cafeína que a produziu) são regis- que fez da capnografia uma técnica de funda-
tradas 2. Contraturas de 0,7 a 3,0% de halotano, mental importância 53. Estas alterações geral-
contraturas maiores do que 0,2 a 2 nM de mente são acompanhadas por taquicardia,
cafeína ou contratura de 1,0 g a menos que 4 taquipnéia, cianose e disritmias diversas. A
mM de cafeína indicam suscetibilidade. Em rigidez muscular pode ser um sinal precoce na
1983, o Grupo Europeu da Hipertermia Malígna forma de rigidez do masseter, ou um sinal tardio,
se reuniu na Suécia para padronização do teste na forma de rigidez muscular generalizada 1. A
da contratura e os critérios de interpretação febre pode ocorrer tardiamente indicando que a
foram uniformizados 77. reação está bem avançada 1. Se estas anormali-
Devido às dificuldades de técnica deste dades estiverem presentes, deve-se procurar
teste, foram propostas outras provas, que con- sinais de hipermetabolismo, acidose e hiper-
tudo não superaram a primeira. Entre elas pode- calemia. A gasometria do sangue arterial revela
mos citar o teste da fragilidade das hemácias 2 , acidose metabólica e acidose respiratória. No
depleção do ATP plaquetário 78 e a captação de sangue venoso, os níveis de oxigênio e dióxido
cálcio por linfócitos quando expostos ao halo- de carbono estarão mais alterados do que no
tano 2 e a eletromiografia 2. sangue arterial.
Sugere-se o diagnóstico de HM quando
BE < -5 e PaCO2 > 60 Torr sem explicação
Diagnóstico razoável 1. O consumo de O2 vai estar aumen-
tado bem como a produção de CO2, que pode
Conforme já referido, a HM é normal- ser facilmente medido com o capnógrafo 1.
mente um evento inesperado que pode aconte-
cer logo após a indução da anestesia, durante o
procedimento anestésico ou após ter terminado Tratamento
a exposição aos agentes anestésicos 1 .
Quando a instalação da síndrome é in- O tratamento da HM deve ser instituido
sidiosa deve-se estar atento para os diagnósti- logo na primeira suspeita. Deve-se iniciar pela
cos diferenciais, pois outras entidades clínicas remoção dos agentes desencadeantes. É funda-
podem apresentar sinais semelhantes, mental interromper a administração de todos os
causando equívocos. As situações que podem agentes inalatórios e a succinilcolina 1,3,38. A
O dantrolene se apresenta na forma portador de HM. Para sua surpresa, houve uma
liofilizada e cada frasco contém 20 mg da droga, interrupção brusca dos sintomas, passando-se a
3 mg de manitol e hidróxido de sódio. Cada pesquisar o uso desta droga.
frasco deve ser diluído em 60 ml de água desti- Clark e col 37 observaram que a dose
lada. Após diluição forma-se uma solução al- necessária de procainamida, para impedir con-
calina (pH = 9,5) que pode causar esclerose de traturas musculares anormais, está muito além
veias periféricas. Sua validade, no estado liofili- das doses preconizadas como seguras. A pro-
zado, é de dois anos 83. cainamida, portanto, é considerada ineficiente
Para profilaxia, alguns autores preconi- no tratamento da síndrome clínica. Ela é útil no
zam administração de dantrolene na dose de 2 tratamento de disritmias durante um episódio
a 3 mg.kg-1 , três vezes ao dia, pelo menos um agudo, sendo mais segura que a lidocaína.
dia antes da cirurgia 42. Outros indicam uma
dose única de 2,5 mg.kg-1 um pouco antes da
indução da anestesia, como sendo suficiente Complicações
para prevenir os efeitos da HM 80. Parece haver
uma correlação entre o nível sangüíneo de dan- Não ocorrendo reversão do quadro, as
trolene e o efeito terapêutico. Após adminis- complicações sucedem-se em cascata:
tração de 2,5 mg.kg-1, por via venosa durante 2
horas, o nível sangüíneo terapêutico é mantido - aumento da liberação de tromboplastina
por 6 horas 83. A meia vida do dantrolene permite tecidual
que sejam administradas doses com intervalos - hemólise
de 6 horas 83. Recomenda-se que seja adminis- - sangramento da incisão
trado profilaticamente em pacientes suscetíveis - insuficiência renal aguda
ou suspeitos, nas seguintes situações: - hipertermia
- hipercalemia
- paciente muito agressivo - edema muscular, cerebral e pulmonar
- cirurgia muito extensa e lesiva da muscula- - parada cardíaca e morte
tura esquelética
- se a cirurgia ou anestesia são associadas O comprometimento de diversos impor-
com queda de pressão arterial, queda de tantes setores do organismo faz-se, assim,
O2, aumento de CO2 e ácido lático secundariamente às condições iniciadas na fibra
- se o paciente vai ser submetido à anestesia muscular esquelética.
para odontologia ou obstetrícia sob anes- Em decorrência da gravidade da HM, é
tesia parcial com anestésico local do tipo indiscutível que todo anestesiologista esteja
amida apto a diagnosticar e tratar esta síndrome que é
sempre de alto risco para o paciente, sendo
Os efeitos colaterais decorrente de seu necessário dispor de dantrolene para uso
uso incluem náuseas, diarréia, desconforto ab- rápido.
dominal, tontura, diplopia, disartria, sensação de
edema na língua e discreta elevação do potás-
sio 1. Pacientes referem fraqueza muscular após
administração de dantrolene. Deve ser adminis- Leitão FBP, Cançado TOB - Hipertermia
Malígna
trado com cautela em pacientes pediátricos, em
idosos e naqueles com doenças neuromuscu-
lares 1.
Beldavs e col 37 usaram procainamida UNITERMOS: COMPLICAÇÕES: hipertermia
malígna
para corrigir uma taquicardia ventricular num
35. Groonert G, Ahern C, Milde J et al - Effect of CO2, 52. Chalstrey LJ, Edwards GB - The use of pan-
calcium, digoxine, and potassium on cardiac and curonium bromide in the pig. Br J Anaesth, 1972;
skeletal muscle metabolism in malignant hyper- 44:91-92.
thermia susceptible swine. A nesthesiology, 53. Denboourgh MA - Etiology and pathophysiology of
1986,64:24-28. malignant hyperthermia. Br Int Anesth Clin, 1978;
36. Takeshima H, Nishimura S, Matsumoto T et al - 17:11-13.
Primary structure and expression from comple- 54. Moore D - Ester or amide local anesthetics in
mentary DNA of skeletal muscle ryanodine recep- malignant hyperthermia: who knows? Anesthesio-
tor. Nature, 1989;339:439-445. logy, 1986;64:294-296.
37. Silva Jr, Conceição MJ - Hipertermia malígna - 55. Popta TA, Hanesch ECJ, Nasser JG - Masseter
Revisão. Rev Bras Anestesiol, 1978; 28:426-435. spasm after pancuronium. Anesth Analg, 1980;
38. Xavier L - Síndrome de hipertermia malígna - 59:509-511.
Revisão. Rev Bras Anestesiol, 1984; 3461-3469. 56. Reco SB, Strobel GEJ - An in vitro model of
39. Pereira JB, Castro DL, Lucchesi NO - Hipertermia malignant hyperthermia: differential effects on in-
malígna durante cirurgia de estapedectomia. Rev halation anaesthetics on caffeine induced muscle
Bras Anestesiol, 1975;25:3-12. contratures. Anesthesiology, 1978;48:254-259.
40. Almeida NM - Hipertermia malígna - relato de dois 57. Roervik S, Storner J - Ketamine induced acidosis,
casos. Rev Bras Anestesiol, 1985; 35:3:191-193. fever and creatinekinase rise. Lancet, 1974;
41. Mendes F, Vier E, Moretti M - Hipertermia malígna 3:1384.
durante cirurgia ortopédica - relato de um caso. 58. Waterman PM, Alben MS, Smith RP - Malignant
Rev Bras Anestesiol, 1989;39:3:203-206. hyperthermia: case report. Anesth Analg, 1980;
42. Harrison G, Sounders SJ, Biebuyck JF - Anaes- 59:220-221.
thetic induced malignant hyperthermia and a 59. Lister D, Hall GM, Lucke JN - Malignant hyperther-
method for its prediction. Br J Anaesth, 1969; mia: a human and porcine stress syndrome? Lan-
41:844-955 . cet, 1975;1:519.
43. Barlow MB, Isaacs H - Malignant hyperpyrexial 60. Wingars DW - Malignant hyperthermia: a human
deaths in a family - report of three cases. Br J stress syndrome. Lancet, 1974; 2:1451.
Anaesth, 1970;42:1072-1076. 61. Wingard DW, Gatz EE - Some Observations on
44. Kawave M, Morio M, Ohtani M - Statistical review Stress Susceptible Patient. In: Aldrete, JA, Britt,
of malignant hyperthermia in Japan. Hiroshima J BA - International Symposium on Malignant Hyper-
Anaesth, 1979;15 Suppl.:49-54. thermia. New York, Grune and Stratton, 1978; 363-
45. Risk SF- Malignant hyperthermia in a nego. Br J 372.
Anaesth, 1973;45:233. 62. Gronert G, Thompson R, Onofrio B - Human malig-
46. Ording H - Incidence of malignant hyperthermia in nant hyperthermia awake episodes and corretion
Demark. Anesth Analg, 1985;64: 700-704. by dantrolene. Anesth Analg, 1980;59:377-378.
47. Brownell A, Paasuke R - Malignant hyperthermia in 63. Casson H, Downes H. - Ryanodine Toxicity as a
Duchenne Muscular Dystrophy. Anesthesiology, Model of Malignant Hyperthermia. In: Aldrette, BA,
1983; 58: 180-182. Britt, BA - Second International Symposium on
48. Kelfer HM, Singer WD, Reynolds RN - Malignant Malignant Hyperthermia. New York, Grune and
hyperthermia in a child with Duchenne Muscular Stratton, 1978;3-10.
Dystrophy. Pediatrics, 1983;71;118-119. 64. Smith JS, Imagawa T - Purified ryanodyna receptor
49. Miller ED, Sanders DB - Anesthesia-induced from rabitt skeletal muscle is the calcium release
rhabdomyolysis in a patient with Duchenne Mus- channel of sarcoplasmatic reticulum. J Gen
cular Dystrophy. Anesthesiology, 1978;48:146- Physiol, 1988;92:1-26.
148. 65. Imagawa T, Smith JS, Coronado R et al - Purified
50. Rosemberg H, Patterson TH - Duchenne Muscular ryanodine receptor from skeletal muscle sarco-
Dystrophy and malignant hyperthermia: another plasmatic reticulum is the calcium permeable pore
warning. Anesthesiology, 1983;59:362. of the calcium release channel. Biological Chem-
51. Andragna M - Medical protocol by habit - the istry J, 1987;262:16636-16643 .
avoidance of amide anesthetics in malignant hy- 66. Hoech Jr GP, Jones GO - State of contracture in
perthermia susceptible patients. Anesthesiology, malignant hyperthermia. Anesthesiology, 1971;
1985;62:99. 35:231-233.
67. Rosemberg H, Fletcher J - More about masseter hyperthermia in Sweden. Acta Anaesthesiol
spasm and malignant hyperthermia. Anesthesio- Scand, 1986;30:693-696.
logy, 1985;62:212. 76. Rosemberg H, Reed S - In vitro contracture
68. Rosemberg H, Reed BS, Heimann T - Masseter tests for susceptibility for malignant hyperther-
spasm, rhabdomyolsis and malignant hyper- mia. Anesth Analg, 1983;62:415-420.
py r e x i a. A n es t hes io l og y ( A S A ab s t r ac t s ) , 77. Ellis F, Halsall P, Ording H et al - A protocol for the
1980;53:3-248. investigation of malignant hyperpyrexia suscepti-
69. Kallow W, Britt BA, Chan FY - Epidemiology and bility. Br J Anaesth, 1984;56:1267-1269.
inheritance of Malignant Hyperthermia. Br Int 78 Giger U, Kaplan R - Halothane induced ATP deple-
Anesthesiol Clin, 1979; 17:119-139. tion in platelet from patients susceptible to malig-
70. Vinod Malhotra - Malignant hyperthermia - Fun Sun nant hyperthermia and from controls. Anes-
F Yao, Artusio JF 358-367. thesiology, 1985;63:311-315.
71. Kiskida T, Kito S, Itoba E - Morphological studies 79. Digby Leigh M, Lewis Jr GB, Herbert W - Success-
of biopsed muscle of malignant hyperthermia. Hi- ful treatment of malignant hyperthermia. Br Med J,
roshima J Anaesth, 1979;15 (suppl):131-137. 1974;3:493.
72. Aldrete JA, Padfield A, Solomon CC - Possible 80. Flewellen E, Nelson T - Prophylatic and therapeutic
predictive tests for malignant hyperthermia during doses of dantrolene for malignant hyperthermia.
anesthesia. JAMA, 1971;215:1465-1469. Anesthesiology, 1984;61:477.
73. Isaacs H, Barlow MB - The genetic background to 81 Hall GM - Dantrolene and the treatment of malignant
malignant hyperpyrexia revealed by creatine phos- hyperthermia. Br J Anaesth, 1980;52:847-848.
phokinase estimations in assymptomatic relatives. 82. Chastrey L J, Edwards GB - The use of pan-
Br J Anaesth, 1970; 42:1077-1083. curonium bromide in the pig. Br J Anaesth, 1972;
74. Fletcher JE, Rosemberg H - In vitro interaction 44:91-92 .
between halothane and succinylcholine in human 83. Britt BA - Dantrolene. Can Anaesth Soc J,
skeletal muscle: implications for malignant hyper- 1984;31:61-75.
thermia and masseter muscle rigidy. Anesthesio-
logy, 1985;63:190-194.
75. Rankev E, Fletcher R - Investigation of malignant