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Apresentação

Vou apresentar Eduardo Chillida

Eduardo Chillida nasceu dia 10 de janeiro de 1924, em San Sebastian, que para quem está curioso
(zero pessoas) fica … ali. Então, Chillida passou a infância em San Sebastian e mudou-se para Madrid,
em 1943, para estudar arquitetura. Acabou por desistir de estudar e mudou-se para Paris em 1948 e
viveu feliz para sempre, fim. Na verdade, em 1950 mudou-se para esta cidade cujo nome não me
atrevo a dizer e, por fim, voltou para San Sebastian, mais concretamente para uma vila lá perto,
onde morou o resto dos seus dias até morrer dia 19 de agosto de 2002.

Chillida era um escultor abstrato, um movimento que ganhou força entre 1947 e 1970, com o fim da
Segunda Guerra Mundial e a necessidade de expressar emoções de forma mais...expressiva.

Vamos então ver as suas obras.

A primeira é um trabalho que ele foi contratado para fazer junto com outros escultores, as portas da
Basílica de não me atrevo a dizer, em 1954.

Temos esta escultura de 1971, chamada de Monumento.

E nesse mesmo ano ele esculpiu, Lugar de encuentros...2.

E em 1972, esculpiu, ah vocês adivinharam, lugar de encuentros...3.

E em 1974, temos o lendário, Lugar de encuentros...1. E mais o 4, e o 5, e o 6, (pausa) e o 7. (pausa)


e pronto.

E temos outras como Peine del Viento, pente do vento, de 1976, Topos V, de 1986, Elogio del Agua,
de 1987, Elogio del Horizonte, de 1990, este nome em alemão que traduzido é Tolerância a partir do
diálogo e o Monumento a la Tolerancia, de 1992 e, por fim, a última que eu vos apresento, Berlin, do
ano 2000.

Não sei o que vocês entenderam pelo que viram, eu vou ser sincero, achei umas belas peças de
decoração, mas não entendi nada, talvez por falta de criatividade ou ignorância mesmo. Sei que
Chillida pretendia passar uma mensagem com a sua arte, paz e tolerância. Dialogarmos,
encontrarmo-nos, falarmos, pacificamente. Vou ler um excerto de um diálogo que Chillida teve com
um filósofo alemão.

“Todo o meu trabalho é uma jornada de descoberta no espaço. O espaço é o mais vivo de tudo, aquele
que nos rodeia. Eu não acredito muito na experiência. Eu acho que é conservativa. Eu acredito na
perceção, que é algo diferente. É mais arriscada e mais progressiva. Há algo que ainda quer progredir e
evoluir. Para além disso, eu acho que é isto que faz entender, e entender diretamente atua sobre o
presente, mas com um pé firmemente plantado no futuro. A experiência, por outro lado, faz o contrário:
estás no presente, mas com um pé no passado. Por outras palavras, eu prefiro tomar a posição da
perceção. Todo o meu trabalho é a descendência da questão. Eu sou um especialista em fazer questões,
algumas sem resposta.”
Agora, a teoria em que eu creio que ele se enquadra. (Institucional)

Eu decidi colocá-lo nesta teoria, porque ele é de facto considerado um artista e as suas obras são
consideradas arte, tanto é que já recebeu inúmeros prémios como o Prémio Wolf de Artes e Prémio
Princesa das Astúrias para as Artes. A teoria enuncia que basta que as obras sejam consideradas arte
por especialistas, instituições e etc... Pessoalmente não sinto nada a ver as suas esculturas. Houve
uma em que vi alguma coisa e foi esta.

Monumento a la Tolerancia.

Não sei se sou só eu, mas se não fosse o fundo ser diferente eu achava que podia ser qualquer uma
das obras do Chillida, são muito similares. Pelo menos foi o que vi no início. Um monumento com
formas curvadas que ficaria bem no meio de uma rotunda.

É feita de betão.

E isso seria todo o significado que eu lhe daria.

Na verdade, o Monumento à Tolerância foi construído em homenagem às vítimas do Édito de


Granada de 1492, que foi um decreto que ordenou a expulsão dos Judeus dos Reinos de Castela e
Aragão. Quando foi inaugurado, Chillida disse “Não é minha intenção dar nenhum exemplo a
ninguém, mas seria perfeito que algum dia em Sevilha os povos judaico, árabe e cristão voltassem a
dar as mãos. Essa é precisamente a ideia que reflete o monumento.”

Num dos muros perto estão escritas as palavras que o prémio nobel de paz não me atrevo a dizer
disse na inauguração.
Parem, homens e mulheres que passam. Parem e oiçam.

Oiçam a voz de Sevilha, uma voz ferida e melodiosa, a da sua memória, que também é vossa, ela é
judia e cristã, muçulmana e secular, jovem e velha. Toda a humanidade nos seus sobressaltos de luz
e sombras, é recolhida nessa voz para extrair do passado fundamentos de esperança.

Aqui, como noutros lugares, amava-se e odiava-se por motivos obscuros e sem razão alguma. Eram
feitas orações pelo sol e pela chuva. A vida era interpretada dando a morte, acreditava-se ser forte
por perseguir os débeis, afirmava-se a honra de Deus, mas também a desonra dos homens.

Aqui, como noutros lugares, impõe-se a tolerância, e vocês bem o sabem, homens e mulheres que
ouvem esta voz de Sevilha. Sabem bem que, diante do destino que vos é comum, nada vos separa.

Já que Deus é Deus, todos vocês são seus filhos aos olhos dele. Todos os seres valem o mesmo, a
verdade que invocam não é válida se não se tornarem todos soberanos.

Certamente toda vida termina à noite, mas iluminá-la é nossa missão. Pela Tolerância.

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