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E O CONCEITO DE
ARTE
No sec XIX Jules Lévy (1857-1935), Em 1882 - acorda com uma ideia
que não lhe sai da cabeça: “Uma exposição com desenhos feitos por quem
não sabe desenhar”. Mas, ao contrário da brilhante ideia de Duchamp, toda
esta história caiu no esquecimento . Com a ajuda de amigos e colegas, esta
exposição transforma-se numa grande atracção. O sucesso é seguido por
mais exposições "gratuitas", agora chamadas de Les Arts Incohérents.
Milhares de pessoas enchem as suas exposições. A cobertura da imprensa
é enorme
Em ParisLes Arts Incohérents exibem uma vaca pintada com as cores da
bandeira francesa, uma escultura de queijo suíço e uma pintura de um
homem cuja boca é penetrada por uma coleira amarrada no pescoço de um
coelho numa gaiola à sua frente. Em outras palavras: happenings, arte de
instalação, arte conceitual e crítica institucional…
Já tinham sido exibidos nestas Arts Incohérents muitos readymades em
1882. Coisas como uma moldura sem conteúdo, uma meia - ou “bas” em
francês – pregada em uma placa e intitulada “Bas-relief ”, um barbante
esticado em um pedaço de madeira com o nome da atriz Sarah Bernhardt e
umas calça chamadas “A torre Eiffel”.
Tudo isso foi algo Duchamp achou piada e se inspirou.
Depois de alguns anos estas exposições deixam de ser novidade e Lévy é
forçado a admitir que Les Arts Incohérents não são arte, mas apenas
diversão e jogos.
Pode afirma-se sem qualquer margem de erro que Marcel Duchamp
mudou a forma do mundo ver a arte, a sua filosofia e portanto o seu rumo.
Ao desafiar a própria noção do que era considerado arte, os seus
primeiros readymades provocaram ondas de choque no mundo que ainda
hoje podem ser sentidas. A preocupação contínua de Duchamp com os
mecanismos do desejo e da sexualidade humana, bem como o seu gosto
pelo jogo de palavras, alinha seu o trabalho com o dos surrealistas, embora
ele se recusasse firmemente a rever-se e rotular-se em qualquer
movimento artístico. Pela sua idealização de que a arte deveria ser
dirigida por ideias. Foi um dos precursores da arte conceptual, do
dadaísmo, do surrealismo, do expressionismo abstrato .
Os artistas dadaístas estavam mais interessados em como a obra de arte
poderia expressar uma ideia do que nos valores tradicionais de beleza.
Tinham fascínio com a formas como a tecnologia e a indústria moldaram a
modernidade
O estudo do olhar sobre a arte interessou muito a Duchamp, que se opunha
àquilo que ele próprio dizia ser a "arte retiniana", ou seja, uma arte que
agrada à vista. Pode-se, de certo modo, compreender toda a arte de
Duchamp como um esforço para se afastar da "arte retiniana" e passar para
uma arte mais "cerebral", em que se ressaltam os aspectos mais intelectuais
do labor artístico. Dessa forma, os ready made são uma tentativa de escapar
da "arte retiniana", confrontam o público, oferecendo-lhe algo que ele
próprio já viu algures, forçando-o a pensar e refletir sobre a questão da arte
enquanto linguagem.
Recusou sempre seguir um caminho artístico convencional, acompanhado
por um horror à repetição, o que explica o número relativamente pequeno
de obras que produziu na sua curta carreira. Desprezava profundamente a
Arte como algo comercial
Em 1915 muda -se para Nova York, onde os habitantes locais – nas
palavras do próprio Duchamp – “levam a arte moderna muito a sério
quando se trata da América, porque acreditam que nós nos a levamos
muito a sério”.
Duchamp lançou na cena artística nova-iorquina a figura de Madame Rrose
Sélavy (cujo nome se assemelha à palavra francesa heuireusee, "feliz", e o
sobrenome à expressão francesa c'est la vie, "é a vida", resultando na frase
"feliz é a vida"), uma artista dotada de uma ironia profunda, bem como de
uma paixão por trocadilhos (evidentemente, aspectos oriundos da
personalidade do próprio Duchamp). Ela também assinou uma parte
dos ready made, podendo ela mesma ser considerada um ready
made duchampiano, na medida em que era uma espécie de transfiguração
artística de uma personalidade real do artista.
- Fountain / 1917 –
Quando Duchamp decidiu submeter um mictório ao qual chamou Fountain,
à primeira exposição da American Society of Independent Artists, fez
anonimamente. Assinou o mictório
“R. Mutt 1917” para que ninguém soubesse que a peça era dele. Ele estava
preocupado que sua fama como artista pudesse
Influenciar as opiniões dos membros do conselho sobre a peça
- Étant donnés
- Duchamp trabalhou secretamente na peça de 1946 a 1966 em seu
estúdio em Greenwich Village. É composto por uma velha porta de
madeira, pregos, tijolos, latão, chapa de alumínio, clipes de aço
para encadernação, veludo, folhas, galhos, uma forma feminina
feita de pergaminho, cabelo, vidro, prendedores de roupa de
plástico, tinta a óleo, linóleo, uma variedade de luzes, uma
paisagem composta por elementos pintados à mão e fotografados e
um motor elétrico alojado numa lata de biscoitos que gira um disco
perfurado. A escultora brasileira Maria Martins, namorada de
Duchamp de 1946 a 1951, serviu de modelo para a figura feminina da
peça, e sua segunda esposa, Alexina (Teeny), serviu de modelo para o
braço da figura. Duchamp preparou um "Manual de Instruções" num
ficheiro de 4 argolas onde explica e ilustra como montar e desmontar a
peça.
Conclusão