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dadaísmo
https://www.culturagenial.com/marcel-duchamp/
Marcel Duchamp foi um importante artista francês do começo do século XX. Ele foi um dos
responsáveis pela criação do movimento dadaísta, que junto com outras vanguardas europeias
revolucionou a maneira de criar e apreciar a arte no mundo ocidental.
O dadaísmo tinha como base questionar o papel artístico e trazer à tona a atmosfera absurda que
pairava no mundo, no contexto da Primeira Guerra Mundial.
Selecionamos 6 obras de Duchamp que são fundamentais para compreender a obra do artista e o
movimento dadá.
1. Nu descendo a escada (1912)
Nu descendo a escadavfoi produzida em 1912. É a primeira obra de destaque de Duchamp e,
apesar das características abstratas, representa uma figura descendo escadas. A tela foi inscrita em uma
exposição para ser exibida junto com obras cubistas, mas foi rejeitada, porque, aparentemente, era
demasiado futurista.
Em 1913, Marcel Duchamp decidiu colocar em seu ateliê, em Paris, uma roda de bicicleta
fixada sobre um banco de madeira. Nascia assim um dos primeiros ready-made, intitulado Roda de
bicicleta, que só ganhou esse status em 1916. O artista gostava de olhar a roda enquanto produzia
outras obras, às vezes ele a girava simplesmente pra ver o movimento do objeto e comparava esse
ato com a observação das chamas do fogo a trepidar em uma lareira.
A primeira versão do trabalho foi perdida, assim como a de 1916. Então, o artista a recriou
em 1951. Considera-se que Roda de bicicleta é um trabalho precursor da arte cinética. Vale
lembrar que o termo ready-made significa "objeto pronto", ou seja, um objeto que não foi o
artista quem produziu, mas sim quem elegeu como arte.
Esse tipo de arte se tornou um marco no movimento dadaísta, pois questiona a produção
da mesma, bem como o papel do artista, trazendo ainda o caráter irracional que o dadá propunha.
3. Porta-garrafas (1914)
A obra Porta-garrafa foi concebida em 1914, quando Duchamp adquiriu o objeto em uma
loja de departamentos e decidiu levá-lo para seu ateliê. Provavelmente o que chamou a atenção
do artista foi o caráter "agressivo" da peça, uma estrutura de metal feita para posicionar garrafas.
Sua pontas espetadas fizeram com que ficasse conhecida também como Hedgehog, que significa
"ouriço".
A versão original do objeto foi jogada no lixo pelas irmãs do artista, depois que ele mudou-
se de Paris e deixou a peça lá. Atualmente existem 7 réplicas espalhadas em museus pelo mundo.
Embora Duchamp afirme que seus ready-mades não signifiquem nada, alguns estudiosos dizem
que as hastes de metal nesse trabalho seriam uma alusão ao órgão peniano e que o fato deles não
terem garrafas apoiadas teriam relação com a condição de solteiro do artista.
A obra é outra peça importante do dadaísmo, na medida em que, assim como outros
"objetos-prontos", foi elevada à condição de arte mesmo sendo um produto manufaturado, feito a
princípio com outra intenção.
4. Fonte (1917)
A obra Fonte, criada em 1917, causou alvoroço no meio artístico e até hoje é motivo de
reflexões. Esse é considerado o ready-made de maior destaque na arte.
A história da Fonte é curiosa. Em 1917, havia uma exposição em que os artistas podiam
inscrever seus trabalhos e pagar uma quantia para que fossem exibidos. Assim fez Duchamp, ao
inscrever um mictório assinado com um nome fictício, R. Mutt.
O trabalho foi rejeitado naquele ano, entretanto, ganhou notoriedade no ano seguinte.
Sobre o ready-made, Duchamp disse:
Se o Sr. Mutt, fez A fonte com sua próprias mãos ou não, não tem importância. Ele a
escolheu. Ele pegou um objeto cotidiano e o posicionou de forma que sua utilidade
desapareceu sob um novo título e ponto de vista - ele criou um novo pensamento para
aquele objeto.
Nessa obra, Duchamp utilizou como suporte um cartão com a representação da famosa tela
Monalisa, feita em 1503 por Leonardo Da Vinci.
O artista interferiu na obra, acrescentando bigodes e cavanhaque, feitos a lápis. Ele ainda
escreveu a sigla L.H.O.O.Q na parte inferior. As letras, lidas em francês, produzem uma
sonoridade parecida com "Ela tem fogo no rabo".
O trabalho foi interpretado como uma provocação sobre os valores da história da arte até
aquele momento, escandalizando a sociedade com uma boa dose de humor e ironia. Tal atitude é
coerente com o dadaísmo, que valorizava a crítica, o deboche e o sarcasmo em certa medida.
6. A noiva despida pelos seus celibatários, mesmo ou O grande
vidro (1913-1923)
Essa é, talvez, a obra mais importante da carreira de Marcel Duchamp. Em 1913, o artista
começou a pensar sobre ela e fazer alguns esboços, sendo que em 1915 ele compra as duas placas
de vidro que servem como suporte do trabalho.
Então ele acrescenta as formas e figuras. A primeira delas foi uma figura abstrata na parte
superior, simbolizando a noiva. Na parte de baixo, o artista incluiu outras formas, feitas com
tecidos, cabides e engrenagens.
Em 1945, a conceituada revista de moda Vogue estampou em sua capa uma modelo atrás
de O grande vidro, como se ela fosse a própria noiva da obra. Duchamp não deu muitas pistas
sobre o significado desse trabalho e, até hoje, discute-se sobre ele, pois são muitas as linhas de
interpretação.
Quem foi Marcel Duchamp?