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Dadaísmo

Logo que eclode a primeira Guerra Mundial, diversos artistas e intelectuais de diferentes nacionalidades
que não concordam com a participação de seus países no conflito se exilaram na Suíça. Lá esses
artistas fundaram um movimento literário que "[...] deveria expressar suas decepções com o fracasso da
ciências, da religião e da filosofia existentes até então, pois se revelaram incapazes de evitar a grande
destruição que assolava toda Europa. Esse movimento foi denominado Dadá (PROENÇA, 1999, p.
165).

Escritores, poetas e artistas plásticos se uniram ao movimento entre eles: Marcel Duchamp, Francis
Picabia, Tristan Tzara, Hugo Ball, Hans Arp. Muitos dos seus expoentes posteriormente deram o início
ao surrealismo.

A escolha do nome do movimento foi aleatória, já que a arte deixava de ter sentido no momento em que
a guerra havia instaurado o caos no continente europeu. Dizem que o húngaro Tristan Tzara, abriu ao
acaso dicionário e ao acaso encontrou a palavra "dada", que na linguagem infantil da França significava
"cavalo de brinquedo". (PROENÇA, 1999).

Em 1913, o artista francês Marcel Duchamp (1887-1968) deixou de lado os materiais e métodos
convencionais de fazer arte para produzir uma das obras mais surpreendentes e inovadoras do período
moderno. Ao colocar uma forquilha e uma roda de bicicleta sobre o assento de um banco de madeira,
ele inventou o primeiro "ready-made"

Roda de Bicicleta - Marcel Duchamp (1913)

Duchamp não foi o primeiro a usar objetos do cotidiano na arte: os cubistas já haviam feito suas
colagens, mas escolheram os itens por seu valor estético ou figurativo. Ao selecionar dois objetos
produzidos em massa, sem nenhum valor intrínseco ou beleza, Duchamp desafiou a noção de como a
arte é definida, declarando que destreza e apelo visual eram irrelevantes. O que importava era que um
artista havia escolhido algo comum, despojando-o completamente de sua utilidade prática e, ao lhe dar
um título, criar uma nova ideia para o objeto.

Ao rigor, roda de bicicleta foi um "ready-made assistido", pois envolveu selecionar e juntar dois objetos,
mas outros ready-mades de objetos únicos se seguiram, incluindo Porta-garrafas (1914) e um urinol de
porcelana, Fonte (1917), que foi rejeitado pela associação de artistas independentes de Nova York por
"não ser, por definição, uma obra de arte".
Fonte - Marcel Duchamp (1917)

A versão atual de “Roda de bicicleta” é uma réplica que Duchamp fez quatro décadas depois de perder
a primeira versão, mas sentia que a "autenticidade" de seus componentes anônimos não era
importante. Seus ready-mades tiveram profunda repercussão no decorrer do século, particularmente
nas artes pop e conceitual, que muitas vezes apresentavam itens comerciais produzidos em massa.

Referências:
PROENÇA, Maria da Graça Vieira. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1999.
Bugler, Caroline et al. O livro da Arte. 1 ed. Rio de Janeiro: Globo livros, 2019.

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