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Um segredo

no calhau de
São Jorge
David Monteiro
Conto Ecológico

Um Segredo no Calhau de São Jorge

David Monteiro
Prefácio

“Agradável surpresa” foi o que pensei


ao ler pela primeira vez Um Segredo no
Calhau de São Jorge. Na verdade, já
conhecia o David Monteiro como artista
plástico, mas estava longe de imaginar que
também fizesse da escrita uma forma de
expressão artística.
Em boa hora o fez, tanto mais que, a
partir de uma das zonas mais bem
conservadas da Madeira, o norte da ilha, nos
leva a refletir num problema que, por mais
que queiramos ignorar ou fazer de conta que
não nos atinge neste “cantinho do céu”, a
todos diz respeito e a todos afeta: a
destruição deste “mundo perfeito que para
edificar e aperfeiçoar levara milhões de
anos”, como diz Isaac, na obra, o mensageiro
dos deuses.
Recorrendo a um processo narrativo
criativo, através do qual coloca frente a
frente a mãe, ainda criança, e o seu futuro
filho, que viverá num tempo em que, se nada
for feito, os impactos da nossa
irresponsabilidade ecológica saltarão a olho
nu, o narrador dá-nos “uma segunda
oportunidade” para “reverter a trágica
situação”. Já não podemos ignorar, está nas
nossas mãos salvar a Natureza e, com ela, as
gerações futuras.
Parabéns ao David, por este conto que
nos desacomoda e nos obriga a pôr em
prática o que, há muito, nos exige a
nossa consciência ecológica.

Francisco Oliveira
O Argumento

Podia ter acontecido ontem.


Poderá acontecer amanhã.
Hoje, estou de pena em punho a
escrever a história que deverias já ter lido!
Poderá ser a minha história, a tua, a
nossa, provavelmente a vossa! E porque não,
a deles?
Este texto é um pequeno resumo do
muito!
É pouco, mas será este pouco, uma
semente para a existência de um Futuro no
mínimo semelhante ao Presente? Ou seja,
tudo o que deixamos ao termo da geração à
qual pertencemos, sendo isso sempre muito
pouco, tendo em conta um planeta que nunca
nos pertenceu. Um aluguer negociado com
a Natureza, pelo qual raramente se paga
renda, corre-se o risco de "despejo" forçado!
Uma geração é pouco tempo
para refletir sobre a inconsciência cultural e
social que vivemos.
Chegou a hora!
Fecha os olhos.
Viaja comigo...

No Passado, fomos aquilo pelo que


lutamos!
No Presente, somos provavelmente
aquilo que consumimos?
No Futuro, seremos aquilo que
deixarmos…

Pois é!
Três pequenos espaços temporais da
humanidade que nos obrigam a intervir
ativamente, assegurando a sua existência.
Existência desta raça daninha… o Homem.
Vamos ao conto?
Vamos à história?
Vamos…
A Flor

Mais um início de tarde calmo, no


final do Verão. Como quase todos os dias,
Flor brincava com o seu sortido de
brinquedos de plástico. Olhando do cimo da
vereda, via-se ao fundo uma panóplia de
formas e cores salpicando os calhaus
cinzentos. Ao centro, o “bichinho
carpinteiro” corria de um lado para o outro,
refrescando os pés na babujinha sempre que
esta crepitava sobre as pedrinhas
miúdas, cada vez mais perto das suas
construções imaginárias.
Era melodiosa a mistura de sons e
sensações!
Do mar saía um rugido de frescura no
sopro da rebentação, transformando-se em
brisa suave ao repouso da onda. O canto de
gaivotas e garajaus, pairando sobre a praia,
abrilhantavam a melodia, até mesmo as
conversas mais ou menos distantes dos
veraneantes que se misturavam facilmente à
“orquestra”. Os agudos resultantes
das brincadeiras da criançada elevavam ao
seu apogeu, a sinfónica paleta de sensações.
A mãe de Flor sempre vigilante, tinha
um olho posto na menina e no mar, o outro
passeava sobre as páginas de uma revista em
francês, como diria a sabedoria popular, “um
olho no burro e outro no cigano!”
O pai, de movimentos tão calmos
como o temperamento, ocupava o seu tempo
a fazer lançamentos com uma cana de pesca,
colocava isco, mas pouco pescava! De
tempos a tempos, lá vinha um peixito, quase
sempre mais leve que a chumbada.
As ondas sucediam-se sem se
atropelar!
A babujinha, tímida, empurrada pela
subida da maré ia mordiscando as
construções de pedras da Flor, que as tentava
salvar desesperadamente com contrafortes
de mais pedras que se desmoronavam antes
mesmo de ser terminados. A menina
começava a irritar-se, não gostava de brincar
assim, mas não desistia, continuou a sua
metrópole imaginária ligeiramente mais
acima, levando atrás de si as suas
ferramentas plásticas de mil cores que foi
guardando religiosamente de um ano para o
outro.
O Sol marcava o tempo, parecendo
fugir em direção ao Cais de São Jorge, numa
paisagem enevoada e quente, típica do verão
à beira mar.
Subitamente, sopra uma brisa gélida
vinda do mar.
A menina arrepia-se, sente um
zumbido nos ouvidos, levanta-se
rapidamente do chão, esfregando
energicamente os braços, cruzando-os.
Enquanto passa aquele súbito arrepio, ergue
o olhar para o mar alto que parece ranger,
mostrando a sua força e elegante poder. Ao
largo, seguia rota de pesca o São Pedro, um
barco tradicional de pesca, azul e branco, o
mais bonito da Madeira. A bordo, acenava o
Mestre João, encostado à amurada de
estibordo junto à proa. A Flor sorri e retribui o
cumprimento com saltos e movimentos
rápidos, desajeitados de braços e gritando:
- Mestre João… Mestre João!
Peixinho… peixinho… muito peixinho!
O Mestre era um daqueles homens
que não necessitava de muitas descrições,
um verdadeiro homem do mar.
Simplesmente genuíno, castiço, bravo…
velho rezingão do mar e madeirense de
gema. Os pescadores costumam andar com
um pé em terra e outro no mar. O Mestre
João tinha os dois no mar e, de vez em
quando, atracava num Porto de Abrigo,
quando assim acontecia, a primeira coisa
que fazia era pôr de parte o peixe mais
fresco e bonito para oferecer à sua
amiga Flor, que tanto o admirava.
O Segredo

Depois de toda aquela euforia, o São


Pedro afastou-se umas duas milhas da costa
e já mal se via junto à linha do horizonte.
A Flor parecia inquieta!
Esfregava os olhitos cor do mar com
os punhos fechados e voltava a olhar para o
horizonte. Algo teimava em não desaparecer.
Uma pequena mancha cinza bailava entre o
mar e o céu. Pasmada, a terna criança
continuava a esfregar os olhos parecendo não
querer acreditar no que parecia estar a ver! A
mancha transforma-se lentamente numa
pequena nuvem parecendo aproximar-se
para dizer alguma coisa. Mais que uma
mancha ou nuvem, era algo vivo, um ser
tristonho e disforme que observava e
admirava a menina. Subia e descia junto aos
seus brinquedos…
Queria brincar?
Estava a comunicar?
Provavelmente!
Inconscientemente, a menina olha à
sua volta e afasta-se um pouco das pessoas
certificando-se da distração das mesmas,
queria esconder a sua surreal descoberta.
Questiona-se se seria aquilo real ou fruto da
sua arrojada criatividade. Talvez fosse as
duas coisas, uma realidade que só ela estaria
a viver no momento. Reparou realmente que
todas as pessoas estavam indiferentes ao que
estava a acontecer, apesar da proximidade, as
pessoas continuavam os seus afazeres, os
turistas caminhavam sobre os calhaus
molhados, a mãe continuava a ler a revista e
o pai balançava a chumbada para o mar…
Tudo parecia absolutamente normal!
Na verdade, só a menina podia ver
aquela estranha forma de inteligência, e
assim, ela o entendeu. Decide então que seria
aquele o seu grande segredo, deixando a sua
mente ao sabor da descoberta.
Sentou-se na base de um monte de
pedras fixando os olhos naquele misterioso
ente.
Ouve então um sussurro ao ouvido: -
Flor! Flor!
A menina, estranhamente alegre e
surpresa, logo entendeu que a figura
misteriosa era alguém.
Baixinho, ela perguntou então
ininterruptamente: - Quem és tu? O que és
tu? Como te chamas?
Aquela menina, na sua tenra idade,
tinha um tão grande desejo de aprender e
conhecer coisas novas, que não aguentou a
força da tentação! Bombardeou aquela
estranha forma com um “sem fim” de
perguntas.
Uma criança que, de uma simples
mancha, fez uma porta para o fantástico
mundo do imaginário, tendo para viajar
as estradas da inocência e da criatividade.
Era uma criança, simplesmente, criança!
- Eu sou o Isaac… tenho doze anos…
Assim foi respondendo a mancha!
Que agora é menino!
Que agora é criança!
Criança…
A Descoberta

Incansavelmente, as duas crianças


foram se descobrindo uma à outra, enquanto
o sol rumava sereno e calmamente a poente.
- Flor! Flor! Junta os teus brinquedos.
São horas… - Ordena a mãe que já sacudia
as toalhas e as enfiava num saco de ráfia
roçado pelos verões que passaram!
Atrapalhada, a menina disfarça,
escondendo o seu segredo, a sua descoberta.
- Esconde-te, vou pedir aos meus pais
para voltar amanhã! Amanhã eu volto!
Corre, então, a “andorinha-do-mar”
em direção à mãe e ao pai, rodopiando nas
pedritas para apanhar e ensacar todos aqueles
brinquedos espalhados à volta de um lindo
castelinho de pedras. Um castelo de sonhos!
A família caminha junto à ribeira em
direção ao estacionamento do Calhau de São
Jorge. Os calhaus desajeitados tornavam
aquela curta caminhada num embriagado
equilíbrio e numa boa dor de pernas e pés.
Curiosamente, naquele fim de tarde, a Flor
não pediu ao pai cavalitas como era hábito!
Contrariamente, corria de um lado para o
outro, saltava, guinchava… Não conseguia
esconder uma estranha alegria.
Já ao jantar, sentada à mesa, mal a mãe
lhe coloca à frente o prato de semilha e
gaiado de escabeche, ela simplesmente
devora a comida sem ser necessário chamar
à atenção como sempre. Pediu licença para
abandonar a mesa e correu alegremente para
o seu quarto. Sem saber o que se passava, os
pais olharam-se e encolheram os ombros
estranhando o comportamento da filhota.
Claro que, como a menina não conseguia
esconder, pairava uma surpreendente alegria,
o que despertou a curiosidade do casal.
Continuaram descontraidamente a refeição,
mas, poderia dizer-se, “com a pulga atrás da
orelha”.
A menina fartava-se de cantarolar!
Aos pés da cama, dentro de um antigo
baú de madeira, arrumava os brinquedos
espalhados no chão do quarto e ao mesmo
tempo procurava algo, remexendo o seu
fundo como se de um caldeirão de uma
qualquer poção mágica se tratasse. Passados
mais ou menos dois quartos de hora, com
meio corpo enfiado na confusão e a trautear
uma melodia, levantou-se com uma boneca
de trapos nos braços abraçando-a ternamente
e beijando-lhe a face. A velha boneca estava
suja, esfarrapada e debotada, os olhos eram
dois botões azuis, um dos quais meio
pendurado, quase descosido, tinha um cabelo
de lã amarela toda emaranhada e as costuras
laterais já deixavam ver o enchimento. Não
era difícil perceber que seria aquela, a amiga
a quem Flor contava os seus segredos mais
íntimos, a companheira dos bons e maus
momentos, a que estava sempre ali à
sua espera.
- Laura! Há quanto tempo… Que
saudades!
Exclamou a menina, sem conseguir
conter uma brilhante lágrima de alegria que
escorria pelo seu rosto moreno.
- Parece que foi ontem que te vi nascer
nas mãos enrugadas da avó Maria.
Na verdade, aquela boneca era mesmo
muito especial, tinha sido a avó da Flor, uma
afamada costureira de Chaves em Trás-os-
Montes, que a fizera quando a neta tinha três
anos e passava as tardes de verão em sua
casa. Sentavam-se as duas na eira das
traseiras da velha casa de granito amarelo,
aproveitando alguma sombra que as protegia
do tórrido sol do verão transmontano.
Enquanto a criança brincava com alguns
“bugalhos”, pedrinhas e bonecas de meias
velhas, a mirrada senhora costurava para fora
para adicionar alguns tostões à mísera
reforma que mal dava para os medicamentos.
- Sabes Laura, hoje ganhei um novo
amigo! Chama-se Isaac.
E assim, durante um bom tempo, a
Flor foi contando o seu grande segredo à
fiel amiguita!
- Flor… Posso entrar querida?
Perguntou a mãe batendo na porta do
quarto já entreaberta.
- Prepara-te para ir para a cama, são
horas de dormir! O pai fala da sala: - Eu e a
mãe decidimos que amanhã bem cedo vamos
todos dar um passeio pela praia! Deves
descansar…
Ainda bem desperta, Flor coloca a sua
Laura debaixo do lençol, apoiando-lhe a
cabeça num cantinho da almofada, calçou as
chinelitas de veludo cor-de-rosa e lá foi ela a
cantarolar para a casa de banho.
Algumas escovadelas mais tarde, lá
vem ela, de novo a saltitar!
Despede-se dos pais com os beijinhos
da praxe.
- Até amanhã… Depois, apaga o
candeeiro.
- Dorme bem filhota.
- Sonhos lindos! Disseram os pais…
E de joelhos sobre a cama, coloca a
Laura de costas para si junto às pernas!
Voltando-se para uma Senhora de Fátima
que estava sobre a mesinha de cabeceira,
agradeceram as duas o dia fantástico que ali
findara.
A Grande Viagem

Dois ou três minutos depois, Flor


deita-se e aconchega a seu lado a amiga.
Puxa os lençóis e estica o bracito para apagar
a luz.
A noite estava calma. O luar passava
através das fendas do tapassol. Ouvia-se lá
fora o som dos grilos à mistura com o tilintar
de um guizo do gato Farol, saltitando pelos
telhados. E como uma espécie de compasso,
zoava à distância, a periodicidade das ondas
rebentando sobre as pedras, deixadas
a descoberto pela baixa-mar.
- Flor! Flor! Acorda.
Flor já estava de olhos cerrados a
dormitar abraçada a Laura, quando ouve o
já conhecido sussurro, arrepia-se de alto
abaixo, arregalando os olhos para o escuro.
Corajosamente, vai levando o
indicador esquerdo até ao interruptor do
candeeiro.
A luz acende! E…
E, lá estava a mancha…
Ali estava outra vez, o misterioso
Isaac!
- Tu? Aqui? Como vieste aqui parar?
Como descobriste onde morava?
Um pouco assustada, mas
corajosamente determinada, a menina atirou
a Isaac quantas perguntas era possível num
só fôlego.
- Calma! Vou responder-te a tudo.
Mas silêncio, que ninguém nos ouça! O meu
tempo aqui está a esgotar-se…
E, pela noite dentro, Isaac explicou a
Flor que vinha de um Futuro já próximo.
Vinha cumprir um importante propósito.
- Algo terrível está a acontecer no meu
tempo. Aproxima-se mais um novo ciclo do
nosso maravilhoso planeta, que ainda é
habitado por nós!
De olhos e boca bem abertos, a menina
só ouvia. A história de Isaac estava tão
embaraçada que ela necessitava de
concentração extra para “apanhar o fio da
meada e enrolar a seu modo”!
Isaac palrava sem parar…
- Não tenho muito tempo! Exclama o
menino algo aflito.
- O planeta está a passar por uma
enorme crise! O nível das águas subiu
abruptamente e a corrente oceânica do
Atlântico parou o seu ciclo normal por
excesso de água doce proveniente do
derretimento glaciar. Há gente a morrer de
fome e frio por todo o mundo, especialmente
na velha Europa que usufruía de um clima
relativamente temperado graças à corrente
atlântica. A Madeira já não é o que tu
conheces! A linda praia de calhaus já não
existe, a água do mar já submerge meia ilha
e as tempestades que virão a seguir arrasarão,
provavelmente, o resto da ilha
transformando-a em mais um ilhéu
submerso…
E, assim, quanto mais o menino
falava, mais a Flor pasmava e rápido
entendeu que era grave o que ouvia.
No entanto, algo não batia certo…
- Isaac, nós estivemos na praia hoje à
tarde e nada parecia estar a acontecer!
O menino calou-se um pouco. E,
iniciou subitamente uma explicação surreal:
- Eu sou simplesmente um teu familiar
da geração vindoura, conhecer-me-ás num
futuro não muito longínquo, a 13 de janeiro
de 2039, no meu nascimento.
A menina achou engraçado. Entendeu
na sua inocência estar a ser convidada para
uma festa que iria ocorrer dentro de alguns
anos. Incrédula, agradeceu.
- Muito obrigada, se realmente a gente
se conhecer eu lá estarei, no teu nascimento.
Apressadamente, o menino continuou
a explicar o motivo da sua presença.
- Tal como te disse anteriormente, não
tenho muito tempo. O assunto é de tal monta
que a Mãe Natureza reuniu em conselho com
todos os Deuses do Universo fazendo
amainar, temporariamente, as suas forças
mais poderosas.
- E depois? O que acontece? Questiona
Flor, entusiasmada!
- Depois? Depois, a poderosa Natureza
segurou as suas forças durante alguns meses
até o conselho decidir o que fazer com a
humanidade. Questionaram-se se não seria
melhor criar uma nova espécie,
mais inteligente e menos egoísta. A raça
humana estava a destruir, num ápice, um
mundo perfeito que para edificar e
aperfeiçoar levara milhões de anos.
Finalmente! Foi deliberado que ainda era
possível uma segunda oportunidade. A mãe
Natureza ordenou a Neptuno, deus dos
mares, a seleção de um humano do meu
tempo para viajar até ao teu, a fim de
reverter a trágica situação.
- E escolheram-te a ti?
- Sim! Deram-me o tempo
correspondente a uma circunferência
completa dada pelo ponteiro das horas na
máquina temporal da nossa espécie. Para eles
nada, para nós umas escassas doze horas.
- Só?
- Não sei o que fazer. Neptuno trouxe-me
até aqui e exatamente às onze horas
e quarenta e três minutos, tenho de voltar
ao meu tempo!
Flor tinha além de um espírito
corajoso e criativo, uma mente consciente e
prudentemente ecológica. Sem hesitar,
declarou:
- Vai em paz! Ainda tenho uns anos
pela frente, poderei eu certamente levar a
“bom porto” o teu propósito. Mudarei o
Mundo e as consciências se assim me
permitirem.
Um clarão esverdeado surge do lado
de fora da janela!
- Tenho de ir. Neptuno abriu a porta
que me trouxe para me levar de volta. Tenho
a certeza de que tudo será diferente desde
agora! Obrigado…
- Adeus! Voltarei a ver-te?
Pergunta a menina entristecida.
- A 13 de Janeiro de 2039 assistirás ao
meu nascimento. Sou teu filho!
O clarão desapareceu e tudo voltou ao
normal.
Incrédula, bocejando e esfregando os
olhos, Flor abraçou Laura e adormeceu
profundamente.
O Despertar

- Flor! Acorda, amor. Sussurra ao


ouvido a mãe, passando-lhe os dedos pelos
cabelos castanhos e sedosos. Lentamente, a
menina abriu os olhos que não escondiam o
tremendo cansaço. Não foi certamente uma
noite mal passada, mas sim, uma noite mal
dormida…
- Dormiste mal esta noite? Deixaste a
luz acesa!
A pobre criança estava terrivelmente
cansada e, fechando os olhos, voltou a
dormir profundamente. A mãe apagou a luz,
correu as cortinas e deu por adiado o passeio
na praia. Voltou a deitar-se, aproveitando o
embalo fresco da manhã e o canto de
algumas gaivotas.
Passados alguns dias, Flor escreveu a
história que estás a ler terminando-a com a
seguinte frase:

"A sociedade não terá problemas em


aprender, se cada um de nós se preocupar
em ensinar, através do exemplo!"...
Agora é a tua vez!

Olá! Sou David Monteiro, o autor e


ilustrador deste conto, e tenho para ti um
desafio. Aceitas?
Até ao final do livro haverá desenhos
para colorir e páginas em branco para
continuar esta história!
Mãos à obra aventureiros ecologistas!
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David Daniel Martins Monteiro nasceu em
Chaves, Trás-os-Montes, a 19 de abril de
1976.
Licenciou-se em Educação Visual e
Tecnológica, na Escola Superior de Educação
Jean Piaget / Nordeste.
Atualmente está a fazer pós-graduação em
Gestão e Administração Escolar no ISAL,
pertence ao Quadro da Escola Básica e
Secundária Prof. Dr. Francisco Freitas Branco em Porto Santo e
exerce funções de docência na EB1/PE/C de Santana.
Desde o início da sua atividade, como artista plástico, já realizou
mais de uma centena de exposições individuais e coletivas, e está
representado em várias coleções públicas e privadas.

Trabalhos relevantes:
2003 – III Bienal de Artes Plásticas – Prémio Thomaz de Mello,
Nazaré;
2004 – Centro da Juventude do Porto – 4 Autores;
2004 – Prémio António madeira – Beira Alta;
2005 – “Quem Mexeu nos Meus Sapatos” - Centro Cultural de Santa
Cruz – Madeira
2005 – 4 Bienal Internacional de Arte Jovem de Vila Verde;
2007 – II Bienal de Arte Contemporânea de Porto Santo;
2008 – Ilustração do conto O Sonho da Maria, de Francisco
Fernandes;
2008 – “Natureza Morta” - Câmara Municipal de Porto Santo;
2010 – “Cerâmica e Azulejaria” – Centro Cívico de Porto Santo;
2013 – “Rosa Azul” – Casa da Cultura de Santana;
2015 – “Aguarelas do Concelho de Santana” – Casa da Cultura de
Santana;
2016 – Exposição permanente de azulejo tradicional português de
Arco de são Jorge.
2017 – “Identidade” – Casa da Cultura de Santana;
2018 – “ Gerações” - Casa da Cultura de Santana.
2018 – Ilustração do livro “Historias e Lendas de Calvão”, da ACDC.
2019 – Ilustração do livro “Melodias em São Roque do Faial
TUNACEIROS” de Manuel Heliodoro de Freitas Dória.
2019 – Ilustração do livro “Ser Padre não é só orar”, Pe. António
Diogo Martins, testemunhos.
2019 – Ilustração do livro “Da Boca pr’a Fora” de Pedro Nunes.
2020 – Exposição de pintura a óleo – Parque Temático da Madeira.
2021 – Exposição de azulejaria – Parque Temático da Madeira.

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