Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
• no Brasil há grande número de rios e uma clara pobreza de lagos, fruto da condição
tropical do país;
• predomínio de rios perenes, que nunca secam, com presença, no sertão nordestino, de
rios temporários;
• a maior parte dos rios tem regime pluvial, ou seja, suas águas são originárias das
chuvas (o rio Amazonas tem regime misto);
• amplo domínio da foz com estuário, sendo o rio Parnaíba o exemplo brasileiro de
delta.
Entende-se por bacia hidrográfica toda a área de captação natural da água da chuva
que escoa superficialmente para um corpo de água ou seu contribuinte. Os limites da
bacia hidrográfica são definidos pelo relevo, considerando-se como divisores de águas
as áreas mais elevadas. O corpo de água principal, que dá o nome à bacia, recebe
contribuição dos seus afluentes, sendo que cada um deles pode apresentar vários
contribuintes menores, alimentados direta ou indiretamente por nascentes.
Paraná 59.600
Uruguai 17.100
Atlântico Sul
Nordeste 3.100
TOTAL 255.000
A) BACIA AMAZÔNICA
Formada pelo rio São Francisco e seus afluentes, é a principal bacia totalmente
localizada em terras brasileiras. Estende-se por uma área de 631.133km2, grande parte
no sertão nordestino.
O São Francisco é um rio de planalto, que nasce na serra da Canastra, em Minas
Gerais, e drena áreas dos estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Além de
ser navegável em cerca de 2.060km – quase dois terços de sua extensão total (3.161km)
–, possui também grande potencial hidrelétrico, merecendo destaque as usinas de Três
Marias, Paulo Afonso, Sobradinho e Moxotó.
O rio São Francisco teve importante papel na conquista e povoamento do sertão
nordestino, viabilizando o transporte e abastecimento de couro na região. Ainda hoje,
sua participação é fundamental na economia nordestina, pois, devido ao fato de
atravessar trechos semi-áridos, permite a prática da agricultura em suas margens, além
de oferecer condições para irrigação artificial de áreas mais distantes, além de fornecer a
maior parte da energia da região.
Atualmente discute-se o projeto de transposição das águas, que visa perenizar rios
distantes e envolve grande polêmica entre defensores e opositores, tanto por motivos
econômicos quanto ambientais.
D) BACIA PLATINA
Formada pelas bacias dos Rios Paraná, Paraguai e Uruguai, estende- se pelo Brasil,
Uruguai, Bolívia, Paraguai e Argentina, podendo ser analisada na realidade brasileira
em conjunto ou isoladamente, pois sua unidade ocorre fora de nossas fronteiras.
1) Bacia do Paraná
É a mais extensa das três, abrangendo mais de 10% do território nacional. Possui o
maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil, merecendo destaque grandes usinas,
como a de Itaipu – atualmente, a maior do mundo –; Jupiá e Ilha Solteira, no rio Paraná;
Ibitinga, Barra Bonita, no rio Tietê; Cachoeira Dourada, Itumbiara e São Simão, no rio
Paranaíba; Furnas, Jaguara, Marimbondo e Itutinga, no rio Grande; e ainda Xavantes e
Capivara, no rio Paranapanema.
Seus rios são tipicamente de planalto, o que dificulta muito a navegação, que ocorre no
rio Tietê, na chamada Hidrovia do Mercosul, devido à construção de eclusas.
2) Bacia do Paraguai
Responsável pela drenagem do Pantanal, o rio principal que a batiza, possui mais de
2000km, dos quais 1400km em território brasileiro. O reduzido declive determina as
inundações sazonais do Pantanal e a possibilidade de navegação.
3) Bacia do Uruguai
Com potencial hidrelétrico, devido ao relevo planáltico, possui aproveitamento
relativamente pequeno.
E) BACIAS SECUNDÁRIAS
Ocupam as áreas litorâneas, sendo formadas por rios importantes, como o Paraíba do
Sul, Doce e Jaguaribe, que, no entanto, recebem a denominação secundária por não
haver integração entre os diversos rios formadores, que vão diretamente para o mar.
1 – INTRODUÇÃO
Sendo o Brasil um país cortado pelo Equador e pelo Trópico de Capricórnio, Sua
tropicalidade climática é marcante. Os fatores que mais influenciam o clima brasileiro
são:
• altitude – não apresenta enormes elevações por ser uma área de planaltos dominantes;
• continentalidade – reduzida pela latitude, por que as áreas de maiores extensões
continentais estão próximas do Equador;
• latitude – provoca variações, variando a climatologia do equatorial (megatérmico) ao
subtropical (mesotérmico).
2 – TIPOS DE CLIMAS E VEGETAÇÃO NO BRASIL
CLIMA EQUATORIAL / FLORESTA LATIFOLIADA AMAZÔNICA
O clima tropical ocupa grande parte do território brasileiro e pode ser subdividido em:
A – Tropical Úmido
Típico do litoral oriental com temperaturas elevadas e chuvas concentradas no inverno
(Nordeste) e verão (Sudeste). A vegetação típica é a Mata Atlântica, mas muito
devastada.
B – Tropical Semi-Úmido
No Brasil Central com duas estações bem defini das: verão úmido e inverno seco,
determinando a vegetação do cerrado, com árvores esparsas e vegetais rasteiros.
C – Tropical de Altitude
Características das terras altas do Sudeste, apresentando temperaturas amenas e chuvas
concentradas no verão. A floresta tropical e os campos de altitude são as vegetações
mais comuns neste tipo de clima.
D-SEMI-ÁRIDO / CAATINGA
Típico do polígono das secas (sertão nordestino e norte de MG). Possui temperaturas
elevadas com chuvas escassas e irregulares. A vegetação típica, caatinga, possui folhas
atrofiadas, raízes longas e cactáceas, algumas usadas para alimento do gado.
OUTRAS VEGETAÇÕES
PANTANAL
1 – A ESTRUTURA GEOLÓGICA
O Brasil tem seu território apoiado sobre um antigo escudo cristalino, não tendo
ocorrido dobramentos cenozóicos.
Nossa estrutura geológica é constituída, portanto, por bacias sedimentares, que
recobrem o escudo, e por áreas em que há afloramento do próprio escudo cristalino.
(www.guianet.com.br)
B – AS BACIAS SEDIMENTARES
Predominam no território brasileiro, constituindo, como vimos no módulo anterior,
depressões preenchidas por material erodido dos escudos.
Na Bacia Paranaica há uma expressiva quantidade de carvão mineral (Santa Catarina é o
maior produtor do Brasil) em estágios inferiores de transformação, o que determina
menor valor energético.
Nas últimas décadas aumentou intensamente a exploração de petróleo nas nossas bacias
devido ao desenvolvimento de tecnologia para exploração sob águas profundas, com
destaque para a Bacia de Campos.
Há também exploração no Recôncavo Baiano (durante muito tempo a Bahia foi o
grande produtor de petróleo do país).
Na Amazônia há exploração de gás natural no vale do rio Urucu, afluente do Amazonas.
2 – RELEVO BRASILEIRO
c) Jurandyr Ross
Em 1995 foi publicada uma nova classificação do relevo brasileiro fruto do trabalho de
uma equipe coordenada por Jurandyr Ross, que trabalhou sobre os relatórios e mapas do
Projeto Radambrasil, na série Levantamento dos Recursos Naturais, um meticuloso
levantamento do país, através de fotos aéreas por radar, realizado entre 1970 e 1985.
Por essa classificação o nosso território apresenta três unidades geomorfológicas: os
planaltos, as depressões e as planícies (veja o mapa abaixo):
c.1) Os Planaltos
Como vimos anteriormente, os planaltos são as unidades de relevo onde os processos de
desgaste predominam sobre os processos de sedimentação. Ao contrário do que sugere o
nome, os planaltos não são planos, apresentando superfícies irregulares, formadas por
serras e morros.
As áreas representadas por compartimentos de planalto foram subdivididas em quatro
grandes categorias:
– planaltos em bacias sedimentares;
– planaltos em intrusões e coberturas residuais e plataforma;
– planaltos em núcleos cristalinos arqueados; e
– planaltos em cinturões orogênicos.
c.2) As Depressões
As depressões são as unidades de relevo marcadas por constituírem extensas áreas
rebaixadas em relação aos planaltos que as circulam.
Como exemplo de depressão podemos citar a Depressão periférica no Sul e Sudeste, que
se prolonga na forma de um imenso S, de São Paulo ao Rio Grande do Sul, localizada
entre as Serras do Atlântico leste sudeste e o Planalto da bacia do Paraná (observe o
perfil do relevo a seguir).
Outro bom exemplo é a depressão sertaneja e do São Francisco que foi importante
caminho de interiorização da pecuária nordestina. Localizada entre o planalto da bacia
do Parnaíba e as Serras do Atlântico leste sudeste, possui uma série de relevos residuais,
constituindo os inselbergs, associados a terrenos cristalinos.
As Depressões na Amazônia
Grande parte da área dominada pelas depressões no Brasil ocorre na Amazônia,
ocorrendo uma subdivisão em:
– depressão da Amazônia Ocidental – constituída por vasta área no oeste da Amazônia
com terrenos em torno de 200 metros de altitude.
– depressão marginal norte-amazônica – com altimetria entre 200 e 300 metros,
extende-se do litoral do Amapá aos territórios da Colômbia e Venezuela.
– depressão marginal sul-amazônica – mais extensão que a anterior, possui marcante
presença de intrusões graníticas, configurando os planaltos residuais sul-amazônicos.
c.3) As Planícies
Essas unidades correspondem às áreas de predomínio de deposição de sedimentos sobre
os processos erosivos, tendo como característica marcante suas superfícies
extremamente planas. Apesar da existência de várias pequenas planícies espalhadas pelo
território, podemos identificar seis principais:
– Planície do rio Amazonas;
– Planície do rio Araguaia;
– Planície e pantanal do rio Guaporé;
– Planície e pantanal matogrossense;
– Planície da lagoa dos Patos e Mirim; e
– Planícies e tabuleiros litorâneos.
Uma importante modificação dessa classificação de relevo brasileiro é a expressiva
redução da Planície Amazônica, com sua área mais ampla na ilha de Marajó, apesar de
sua presença ao longo de todo rio o Amazonas em território brasileiro, assim como a
vazante de seus afluentes.