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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO

CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS


PPGMS - Programa de Pós-graduação em Memoria Social

TÓPICOS ESPECIAIS III (DISCIPLINA OPTATIVA):


“REPENSAR A MEMORIA POLITICA: TEORIAS, DEBATES e PRATICAS”

CURSO: PPGMS/UNIRIO
DISCIPLINA: Tópicos Especiais III
CÓDIGO:
CARGA HORÁRIA: 60
NÚMERO DE CRÉDITOS:4
PROFESSOR: Dr. Javier Lifschitz
PERÍODO: Semestre: 2022.1 /sextas feiras / das 14:00 às 16:00
EMENTA
O termo memória política remete à ideia de que enquanto alguns povos escolhem esquecer,
outros recusam esse esquecimento. Porém, tais antinomias parecem ilusórias, porque lembrar e
esquecer não constituem oposições e se inserem em processos históricos que
permanentemente ressignificam a própria ideia de lembrar e esquecer. Propomos neste curso
discutir as especificidades da memória política, considerando teorias, paradigmas, e práticas
que mudaram a maneira de entender a memória. A memória política retorna, e não somente no
plano da mídia e da tecnologia, como sugeria Andreas Huyssen. Retorna atrelada a movimentos
sociais e novos sujeitos políticos, como no caso das Mães da Praça de maio, que instauraram
demandas por justiça e verdade e em irrupções na esfera pública, que desafiam cronologias e
temporalidades, como vimos recentemente no Chile com relação ao passado ditatorial. O
campo da memória política também envolve as políticas da memória, que os Estados
implementam, as políticas de esquecimento e a própria construção de memorias nacionais,
memorias coloniais e memorias políticas de gênero e raça.

Dentre as principais questões a serem desenvolvidas ao longo da disciplina, destacamos: Qual é


a singularidade da Memória Política? Quais são as formas em que a memória política foi
pensada e como atualizar essa esses debates? Quais são as formas de inscrição da memória
política na américa latina na atualidade?
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

* Apresentação da disciplina - 18 de março/14h.

* Encontros no mês de março e abril _em torno a alguns marcos teóricos sobre a memória
RICOUER, P. (2007) Cap 1, tópico 3. Memoria pessoal, memória coletiva. In: A memória, a
história, o esquecimento. Ed Unicamp, 2007, São Paulo.
FREUD, S (1899) Lembranças encobridoras. Tradução inglesa: “Screen Memories” 1950
C.P., 5, 47-69 (Trad. de James Strachey).
DELEUZE, G. (2012) Cap 3. A memória como coexistência virtual. In: Bergsonismo, Ed 34,
São Paulo.
BENJAMIN, W. (2020) Sobre o conceito de história. Ed. Alameda.
BERGSON

* Encontro 6 de maio _ diferentes visões sobre a memória política.

TRAVERSO, E. (2018) cap. 2 Marxismo e memória. In: Melancolia de esquerda. Marxismo,


história e memoria, Ed Ayiné, Belo Horizonte.

* Encontro 13 de maio - Palestra de Vera Vital Brasil (psicóloga, Cofundadora do


Coletivo Verdade, Memoria, Justiça e Reparação). A memoria politica das
Comissões da Verdade no Brasil – modalidade virtual.

* Encontro 20 de maio - diferentes visões sobre a memória política.


LIFSCHITZ, J. La memoria política y sus espectros, Ed académica española
NEGRI, A. (2002) La sonrisa del espectro, In Demarcaciones espectrales, AKAL, España.

* Encontro 27 de maio _ a memória política como campo de pesquisa.


JELIN, E. (2003) Cap 3. Las luchas por la memoria. In: Los trabajos de la memoria.
España: Siglo XXI.
CATELA, L (2014) “Lo que merece ser recordado…”. Conflictos y tensiones en torno a los
proyectos públicos sobre los usos del pasado en los sitios de memoria. In Clepsidra.
Revista Interdisciplinaria de Estudios sobre Memoria, Nº 2, octubre 2014, pp. 28-47

* Encontro 3 de Junho _ A construção da memoria politica na favela. Convidadas:


As mães de Manguinhos (RJ). Palestra presencial no PPGMS.

* Encontro 10 de Junho- memoria política e a questão da intencionalidade


ASSMANN, A. (2012) Memory and Political Change: Introduction. In Memory and Political
Change, Palgrave Macmillan, Londres.
LIFSCHITZ , J (2016) Em torno à memoria politica. In : Por que Memoria Social? Revista
Morpheus, Vol 9, 2016.

* Encontro 17 de junho _ memoria política Colômbia e Chile

LIFSCHITZ, J. e ARENAS, S. (2011) Memoria Política y Artefactos culturales, Revista


Estudios Politicos, Universidad de Antioquia.
LOZANO, C. (2016) Memoria intergeneracional y dictaduras en Alemania y en Argentina
en la escuela y la familia,Revista Morpheus/PPGMS, RIO DE JANEIRO, V. 9, N. 16,
AGO./DEZ. 2016.
LECHNER, E. (1988) Construcción social de las memorias en la transición chilena. En:
“Memorias colectivas de la represión en el Cono Sur”, Montevideo.

* Encontro 24 de junho – Palestra Juan Besse (Prof. da Univ. de Buenos Aires) O


movimento de direitos humanos na Argentina. Palestra virtual.

METODOLOGIA:

Encontros virtuais e presencias /sextas feiras das 14:00 às 16:00


Os encontros serão virtuais e alguns presenciais, com aulas expositivas, seminários e
convidados especiais. Em cada encontro será apresentado o tema em pauta, com base na
literatura indicada que será o ponto de partida para o debate e para a construção coletiva de
indagações e formulações.

AVALIAÇÃO:
Elaboração de um trabalho final, de caráter livre, sobre algum aspecto da Memória Política,
considerando questões teóricas, abordagens empíricas (sobre territórios, movimentos sociais,
sujeitos políticos) ou outros tópicos que contemplem a memória política como tema. O trabalho
final deverá ter, como máximo, cinco páginas. O trabalho final não será exigido aos alunos que
participam como ouvintes.

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