Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAMINHOS DA CURA
Francisco Di Biase
1
2
APRESENTADOS.
2
3
Kabir
INTRODUÇÃO
3
4
Este livro foi elaborado de tal forma que sua leitura se constitui por si
Francisco Di Biase
Mário Sérgio F. da Rocha
ÍNDICE
PREFÁCIO
4
5
Capitulo I
CIÊNCIA E ORAÇÃO
O método cientifico demonstrando que rezar funciona
Imposição de mãos e cura
Uso do terço
Como encontrar uma oração que funcione
Capitulo II
CIÊNCIA E MEDITAÇÃO
Uma Técnica inigualável de bem-estar e crescimento humano
A desmistificação do mantra
Como meditar e assumir o controle de seu bem-estar físico,mental e
emocional
Capitulo III
EXPECTATIVA E VISUALIZAÇÃO
Fatores de cura e transformação
O poder da expectativa
As técnicas de visualização do Dr. Carl Simonton
Como visualizar: adotando um modelo terapêutico.
Capitulo IV
HISTÓRIAS QUE CURAM
As metáforas terapêuticas
Como usar histórias para melhorar a sua saúde
Capitulo V
SINCRONICIDADE
O papel das coincidências em nossa vida
Formas de manifestação das sincronicidades
Como usar as coincidências da vida em seu benefício
Capitulo VI
SONHOS
As mensagens orientadoras do inconsciente
Como interpretar seus sonhos
5
6
Capitulo VII
EXPERIÊNCIAS PRÓXIMAS DA MORTE
A ciência investigando se existe vida além da vida
Uma aventura do espírito
As experiências próximas da morte na história
O ser de luz
EPM’s e transformações pessoais
O valor terapêutico da EPM’s
CapituloVIII
CONHECENDO A NATUREZA DA REALIDADE
Qual é a natureza ultima da realidade
O retorno ao sagrado
Como usar a mente para modificar a realidade: o portal da consciência
Capitulo IX
UM TOQUE DE MAGIA NO AR
O arquétipo do milagre e a leitura espiritual da realidade
Como acessar o arquétipo do Efeito Mágico para solucionar seus problemas
Desenvolvendo uma leitura espiritual da vida
O desabrochar da sabedoria
A Declaração de Veneza
Epilogo
OS CAMINHOS DA CURA
Cura e auto-organização
Interações sociais, doenças e cura
Amor, compaixão e cura
6
7
T.H. Huxley
PREFÁCIO
7
8
inteiro está enfermo. Enquanto corpo coletivo, encontramo-nos numa sala de
U.T.I., nos estertores ou de uma agonia final ou de um renascimento
evolutivo. Neste contexto, despertar o agente interior torna-se um imperativo
vital e ético diante de nosso empreendimento comum: a perpetuação, com
qualidade e dignidade, da espécie homo sapiens sapiens.
O conceito do que é saúde e a nossa atitude diante do homem
depende de nossos pressupostos antropológicos. Se a nossa antropologia for
meramente materialista, então o corpo físico é o critério absouto da saúde.
Suspeito, nesse caso, que nem veterinária estamos fazendo ... Se partimos do
pressuposto psicossomático, nossos horizontes se ampliam, abrangendo o
aspecto emocional e mental, juntamente com o físico, para a avaliação do
sujeito. A dimensão essencial, nesse caso, estará sendo tragicamente
subtraída. Agora, se a nossa antropologia é holística ( do grego holos que
significa inteiro), o homem é considerado um todo indissociável bio-psico-
espiritual. Nessa visão inclusiva estará sendo honrada a vastidào do que
Teilhard de Chardin denominava de Fenômeno Humano, um espaço de
encontro do Universo consigo mesmo.
É surpreendente e instrutivo pesquisar a origem da palavra
terapeuta que nos conduz aos sacerdotes do deserto. Segundo Philon de
Alexandria, na tradução e releitura de Jean-Yves Leloup, os Terapeutas era
uma tradição hebraica que habitava o Egito e postulava, há dois milênios, uma
abordagem trandisciplinar holística aplicada à saúde. Ao mesmo tempo
filósofos, sacerdotes, psicólogos e médicos, os seus templos eram também
hospitais pois eles não separavam o que a própria vida uniu: o corpo, a psique
e o Espírito. Saúde plena, para os Terapeutas, é um estado em que o espírito
habita a psique e o corpo e a essência se faz transparente na existência. No
início da era cristã, os Terapeutas de Alexandria representam uma
extraordinária referência histórica e fecunda fonte de inspiração, na pós -
modernidade, para o resgate imprescindível da consciência de inteireza.
Neste sentido, Caminhos da Cura é um livro contemporâneo e
sintonizado com a transição paradigmática em pleno curso nesse crítico limiar
de terceiro milênio. Escrito com as virtudes conjugadas da simplicidade,
lucidez e embasamento experimental, resgata milenares vias de transformação
e harmonia à luz do espiríto científico e crítico, uma evidente competência de
seus autores. O seu discurso é tão fluido e interessante que pode ser lido de
um só fôlego. Respaldado em sólida bibliografia e em consistentes práticas
profissionais, consegue a proeza de informar amplamente com estilo leve e
estimulante.
Produto de uma feliz sinergia do amigo Francisco Di Biase,
médico, neurocientista e um dos pioneiros do movimento holístico no Brasil,
com o educador, psicólogo e pesquisador Mário Sérgio F. da Rocha,
8
9
Caminhos da Cura concilia o aspecto instrutivo e elucidativo com o prático e
vivencial. Evidenciando o grande valor terapêutico do despertar do hemisfério
consciencial sintético, aliado ao analítico, através das práticas de oração e
meditação, do imaginal e metafórico, do onírico e sincronístico, das
experiências limites de quase-morte e do fator humano, esse livro aponta para
a nova aliança entre ciência e consciência, entre a terapia moderna e a terapia
perene.
Os processos mutacionais, integrativos e desintegrativos,
encontram-se em intensa e acelerada dinâmica. Confio que estamos prestes a
realizar um salto quântico evolutivo, onde o conhecimento se reconectará à
sabedoria, ao amor e á solidariedade. Os mais inteiros e íntegros estarão, sem
dúvida, mais preparados para as tormentas existenciais que nos aguardam
nessa crise da crisálida, tempo-espaço de parte de uma nova idade da
consciência. Recomendo esse livro a todos e, sobretudo, aos que aceitam o
desafio da inteireza.
ROBERTO CREMA
do Colégio Internacional
dos Terapeutas.
Psicólogo, Antropólogo,
Vice-reitor da UNIPAZ.
quero ver qual de vós tem condições de resolvê-lo”. Ele conduziu os homens
9
10
a uma porta enorme, maior do que qualquer outra por eles já vista. O rei
esclareceu: “Aqui vedes a maior e mais pesada porta de meu reino. Quem
cabeça. Outros, contados entre os sábios, olharam a porta mais de perto, mas
sábios, o restante da corte concordou que o problema era difícil demais para
puxou-a com força. E a porta abriu-se. Ela tinha estado apenas encostada, não
disse: “Tu receberás a posição na corte, pois não confias apenas naquilo que
experimentar ”.
Capitulo I
CIÊNCIA E ORAÇÃO
O método científico demonstrando que rezar funciona .
10
11
Meados da década de 80.
Local : Hospital Geral de São Francisco, Califórnia, USA
11
12
* * * * * * * * X* * * * * * * * * * *
Ano de 1969
Hospital de Meadowbrook, Nova York, USA
O Dr. Platon J. Collipp, chefe do setor de pediatria, resolveu pesquisar
os efeitos da oração na leucemia infantil. Para tanto, solicitou a vários médicos
que lhe fornecessem nomes, idades e diagnósticos de dezoito crianças com
esse tipo de câncer, todas submetidas a quimioterapia.
Detalhe: Nem as crianças, nem os médicos, sabiam que estavam sendo
pesquisados .
Um grupos de dez famílias residentes no estado de Washington, a
milhares quilômetros de distancia de Nova York, receberam os nomes de dez
das dezoito crianças, e rezaram por elas. A duração desta pesquisa foi de
quinze meses, e os resultados foram altamente positivos. Oito das dez
crianças que receberam orações, continuavam vivas após o término da
experiência, mas somente duas crianças do grupo-contrôle ( de oito), que não
receberam orações, sobreviveram. Este trabalho foi publicado no prestigiosa
revista científica Medical Times. O Dr. Collipp ficou tão impressionado com o
resultado de sua pesquisa que afirmou : “parece inacreditável que nossa
literatura científica, com seus medicamentos moderníssimos e a crescente
12
13
genialidade dos cirurgiões, fale tão pouco sobre a mais antiga e eficiente
forma de terapia. Os médicos que prescreveram este tipo de tratamento já
observaram seus surpreendentes resultados.”
Cada vez surgem mais provas de que as orações em prol dos doentes exercem
um efeito positivo sobre eles .
No número 287 do British Medical Journal de dezembro de 1983, o Dr.
Rex Gardner, ,médico do Hospital Geral do Distrito de Sunderland, na
Inglaterra, relata vários casos onde observamos os efeitos impressionantes da
oração . Entre eles, o ocorrido em Darmstadt , Alemanha, com uma freira
luterana que deu entrada no Hospital com uma grave fratura pélvica,
decorrente de uma queda numa capela em construção, e que foi confirmada
pelo raio x. Apesar da indicação médica de tração contínua por várias
semanas, as outras irmãs, após passarem dois dias em vigília de oração,a
retiraram do hospital e levaram-na para o convento, onde continuaram
orando, e associaram à oração a terapia de imposição de mãos. Para surpresa
de todos, imediatamente após a imposição de mãos, a irmã levantou-se da
cama , aparentemente recuperada, sem queixar-se das dores intensas que
antes a incomodavam . Com mais duas semanas deste tratamento, recuperou-
se plenamente, surpreendendo o médico que a atendera.
13
14
elaborado pela equipe internacional de médicos da Comissão Médica do
Vaticano: “Houve uma reconstrução notável do osso ilíaco e da cavidade. Os
Raios X feitos em 1964,1965, 1968 e 1969 confirmam categoricamente, e sem
duvida, que ocorreu uma reconstrução óssea inesperada e até violenta de uma
forma desconhecida nos anais da medicina mundial ”.
Desde a antigüidade mais remota, até o início do século XX, os xamãs,
curandeiros, terapeutas e médicos sempre enfatizaram os efeitos curativos da
fé, da expectativa esperançosa de cura, do otimismo, da alegria de viver, dos
pensamentos positivos, e da paz interior. Com o avanço do conhecimento
médico-psicológico e da tecnologia moderna, os médicos e psicólogos
desvalorizaram a capacidade de cura existente no interior de cada pessoa.
As modernas pesquisas sobre a interação corpo-mente, e o
desenvolvimento da psiconeuroimunologia, da medicina psicossomática,das
neurociências e da psicologia transpessoal demonstram que a visão holística
de se unir a tecnologia ocidental com o potencial de auto- organização e cura
interior que há dentro de cada um de nós, promove resultados espetaculares na
saúde humana .
14
15
no Brasil ) , a energização ( praticada pelos terapeutas da Nova Era) e as
diversas formas de imposição de mãos praticadas nas igrejas católicas e
evangélicas, sempre associadas a orações e cânticos cristãos. Recentes estudos
científicos, tem comprovado o valor desta prática milenar, entre eles citamos o
da Dra. Dolores Krieger, no American Journal of Nursing, 5( 1975) , pp 784-
787, e o da Dra. Janet Quinn, da Faculdade de Enfermagem da Universidade
da Carolina do Sul, em sua dissertação de doutorado pela Universidade de
Nova York em 1981, intitulado “An Investigation of Therapeutic Touch Done
Without Physical Contact on State of Anxiety of Hospitalized Cardiovascular
Patients”
Uso do Terço
15
16
Como encontrar uma oração que funcione
16
17
chegar à saúde”.
Capítulo II
CIÊNCIA E MEDITAÇÃO
Técnica inigualável de bem estar e crescimento humano
Ano : 1971
Local: Universidade de Harvard, USA.
17
18
Meditação Transcendental ( MT), conforme divulgada no ocidente pelo sábio
oriental Maharishi Maheshi Yogi. Basicamente este método consiste em você
sentar em qualquer posição confortável, de olhos fechados, e repetir
mentalmente durante vinte minutos um Mantra, um som secreto, que é
transmitido ao meditador, e que este não pode revelar. Segundo a tradição
hindu a que pertence Maharishi ( tradição Shankaracharya) a origem deste
mantras se perde nos tempos, e vem sendo transmitida oralmente de mestre
para discípulos há mais de cinco mil anos .
O experimento de Wallace e Benson, consistiu em monitorar parâmetros
fisiológicos, tais como o consumo de oxigênio, a freqüência cardíaca, a
resistência elétrica da pele, os ritmos elétricos cerebrais
( eletroencefalograma), e a concentração de ácido lático do sangue (produto
químico relacionado com o stress). Trinta e seis indivíduos, sem deficiências
físicas ou mentais, de ambos os sexos, com idade de dezessete a quarenta e
um anos , foram selecionados aleatoriamente. Estes meditadores não possuíam
praticas religiosas, dietéticas ou ritualísticas que pudessem interferir com a
experiência .
Os resultados obtidos foram tão extraordinários que não só abriram
novos caminhos para a medicina e a psicologia ocidentais, como também
revelaram implicações importantíssimas para a educação, a administração, a
religião, e as ciências humanas em geral. Durante a meditação, os meditadores
alcançaram um nível de relaxamento muito mais profundo do que o do sono,
até então considerado pela ciência o estado de maior repouso fisiológico,
conforme evidenciado pela redução de 16 a 18% no consumo de oxigênio,
contra 8% encontrado no sono .
Todas as outras medidas fisiológicas também apresentaram resultados
extraordinários, confirmando a existência de um estado inigualável de repouso
profundo. Os resultados da pesquisa de Wallace e Benson foram publicados
numa das mais conceituadas revistas científicas americanas, a Scientific
American, com o título de Fisiologia da Meditação ,no volume 226, número 2,
fevereiro 1972, pagina 84-90. A publicação deste trabalho, atraiu a atenção da
comunidade científica internacional , porque o repouso é considerado pela
medicina, a pré- condição básica para a ativação dos processos auto-
organizadores e regenerativos que permitem a otimização de todos os aspectos
da mente, do corpo e das emoções . Logo ,pesquisadores em universidades e
instituições científicas, em todo o mundo, estavam investigando os efeitos
psicofisiológicos benéficos da meditação. Graças a milhares de pesquisas,
realizadas em mais de cento e cinqüenta instituições independentes, em vinte
e sete países, como a Escola de Medicina de Harvard, a Universidade da
Califórnia, a Universidade de Oxford, a Universidade de Lund na Suécia, o
Instituto La Rochefoucauld na França, e publicadas nos mais prestigiados
18
19
periódicos científicos mundiais como Lancet, New England Journal of
Medicine, Journal of the American Medical Association, Circulation, Science,
Nature, Psychosomatic Medicine, etc. comprovou-se que a prática da
meditação é a técnica isolada que mais proporciona benefícios ao ser humano.
Nenhuma técnica pesquisada pela ciência, apresenta tantos resultados
benéficos em diversas áreas, em tão pouco tempo. Entre estes destacamos :
eliminação do stress e da ansiedade, redução da depressão, da insônia e das
doenças psicossomáticas, normalização da pressão arterial e do peso,
desaceleração do processo de envelhecimento e o conseqüente
rejuvenescimento, aumento da eficiência cardiovascular e da saúde física e
psicológica, melhora no desempenho acadêmico e atlético, aumento na média
das notas escolares e na capacidade de aprendizagem , maior inteligência,
memória e criatividade, aumento da cordialidade, compreensão e bom humor,
aumento da satisfação com a vida, e da freqüência de sentimentos prazeirosos
e de felicidade, maior estabilidade emocional, aumento da energia, da
eficiência e da paz interior, aumento da concentração, aumento da
produtividade e do desempenho nas empresas, maior satisfação e motivação
no trabalho, melhor relacionamento profissional com os colegas de trabalho,
aumento da capacidade de comunicação e da capacidade de relacionamentos
interpessoais que se tornam mais afetuosos e gratificantes, melhoria do
desempenho e do desejo sexual, redução das neuroses, fobias e traumas, e
redução do uso de álcool, cigarros, tranqüilizantes e drogas .
Tudo isso era muito bom, mas o detentor dos mantras era Maharishi.
Somente ele, e os seus instrutores autorizados, dominavam o segredo dos
mantras. O Dr. Benson , como cientista, não negava a eficácia dos mantras,
uma vez que ele mesmo tinha sido pioneiro na demonstração experimental dos
benefícios físicos, emocionais e sociológicos da Meditação Transcendental.
Entretanto, ele questionava a exclusividade dos mantras, como
desencadeadores de tais benefícios. Além do mais, este mistério acerca dos
mantras era incompatível com o espírito científico, e a popularização da
técnica. Benson tinha convicção de que não eram os mantras os responsáveis
finais pelos benefícios observados, e sim uma resposta neurofisiológica de
relaxamento , há muito buscada pela ciência, em oposição à resposta de luta e
fuga do stress. Benson resolveu então, testar experimentalmente esta hipótese
19
20
com o apoio do próprio Maharishi. Para isto, selecionou aleatoriamente um
grupo-controle de meditadores da MT que meditavam com mantra, e um outro
grupo de não-meditadores, aos quais ensinou a meditar com um pensamento-
foco, que era a palavra “one” ( um, em inglês), no lugar dos mantras da MT .
Os resultados da experiência foram conclusivos, uma vez que os meditadores
que utilizaram o pensamento -foco “one”, obtiveram os mesmos resultados
fisiológicos, que os praticantes da meditação transcendental. Caía pôr
terra o mistério e o dogma do mantra Não eram os mantras
secretos da MT, os responsáveis pelo profundo relaxamento observado nos
experimentos científicos, uma vez que qualquer palavra escolhida
aleatoriamente, como foi o caso do pensamento-foco “one”, produzia os
mesmos resultados. Era um processo neurofisiologico, auto-induzido através
da repetição mental de qualquer som, que produzia os benefícios observados.
Benson descobrira a Resposta de Relaxamento. Um processo fisiológico auto-
organizador oposto à resposta de stress. Em 1975, Benson descreveu esta
descoberta em seu livro “The Relaxation Response .” e seu trabalho já faz
parte da história da medicina, psicologia e espiritualidade.
O conceito e a prática da resposta de relaxamento, difundiu-se
mundialmente, a ponto de atualmente ser sinônimo científico para a palavra
meditação. Alem disto, tornou-se a pratica meditativa mais indicada para
desenvolver o bem-estar e o potencial humano por grandes expoentes da
medicina , psicologia, educação e administração, tais como Dr. Kenneth
Cooper, Dr Dean Ornish, Dr Carl Simonton , Dr. Bernie Siegel, Karl Albrecht,
Spencer Johnson e Steven Halpern .
No final dos anos 70 e início dos anos 80 instrutores dissidentes da MT,
como Frank Kaleda ,Susan Scott, John Weldon e Zola Levitt, vieram a publico
divulgar os mantras da MT. Soubemos então tratar-se somente de dezesseis
mantras que eram atribuídos ao iniciante de acordo com a faixa etária a que
pertencia (1) Nossa própria experiência clínica, confirmou a exatidão das
informações divulgadas pôr estes dissidentes.
20
21
21
22
Pode ser a repetição mental ou verbal de um som ou palavra, olhar um
objeto ou símbolo, pensar num sentimento especial, ou atentar para
determinada parte ou função corporal ( geralmente a respiração ) .
O quarto elemento é uma atitude despreocupada
Quando ocorrerem pensamentos que distraiam, eles deverão ser
registrados calmamente e sem culpa, e a atenção novamente reconduzida de
maneira despreocupada à repetição mental ou observação do objeto. Não
desejar acabar com as divagações mentais e não se preocupar com uma boa
atuação durante a pratica meditativa é fundamental. Esta atitude
despreocupada e passiva parece ser o fator mais importante na produção da
Resposta de Relaxamento .
Desde que contenha os quatro elementos básicos acima descritos
quaisquer das técnicas meditativas antigas e tradicionais produzem a resposta
de relaxamento e seus benefícios .
O conhecimento dos quatro elementos básicos para a produção da
Resposta de Relaxamento também nos permite elaborar uma técnica moderna,
secular, sem as conotações místicas e esotéricas das práticas tradicionais .
Eis um método atual de trazer à tona a Resposta de Relaxamento e seus
benefícios :
1- Escolha um lugar tranqüilo onde você não possa ser perturbado por
ninguém .
Com o tempo de prática você conseguirá meditar em qualquer lugar,
mesmo onde haja barulho que possa distrair : ônibus , trem, metrô, barca, bar,
banco de parque etc. Entretanto, tanto quanto possível, é melhor arranjar-se de
maneira que não possa ser perturbado por aproximadamente trinta minutos
2- Sente-se em qualquer posição confortável, com as costas retas .
Durante a meditação a cabeça poderá tombar para frente ou inclinar-se
para um lado. Não se deve usar nenhum esforço consciente para evitar isso,
porém quando se percebe que o mesmo ocorreu, deve-se, gentilmente, levantar
a cabeça e voltar à posição ereta. Se começarmos a meditar em uma posição e
descobrimos que ela se tornou desconfortável, não há nada de errado em
mudá-la, sem movimentos bruscos, durante a Meditação. Igualmente, se
sentimos um impulso repentino de coçar o nariz, espirrar, tossir, ou seja lá o
que for, não devemos reprimir ou tentar ignorar essas necessidades. Podemos
também abrir um olho ligeiramente para olhar para o relógio e ver como o
tempo está passando. Como a quietude é fundamental para se produzir a
Resposta de Relaxamento , somente não se deve deixar que tais necessidades
aconteçam facilmente .
3 Feche os olhos .
4-Alongue e relaxe os músculos do corpo, espreguiçando-se
prazeirosamente como faz um gato .
22
23
5-Repita mentalmente, de modo lento, o pensamento- foco Uan
O Dr. Benson habitualmente recomenda a repetição mental contínua do
número 1, one em inglês, cuja expressão fonética é uan. Mantenha a repetição
mental por vinte minutos . Quando terminar permaneça sentado calmamente
or alguns minutos, primeiro de olhos fechados e depois abertos. Abra seus
olhos vagarosamente, olhe para o chão , evitando qualquer fonte de luz. Não
se levante por mais alguns minutos. É o tempo de adaptação à experiência
cotidiana. Após isto, levante-se e reassuma suas atividades .
6- Não se preocupe com o modo como está indo a sua meditação
Esta é a atitude fundamental para provocar a resposta de relaxamento.
Não tente controlar seus pensamentos. Não deseje que as divagações não
venham. Se um pensamento vier, não tente empurrá-lo para fora. Sempre que
você se tornar consciente de que está divagando volte calma e tranqüilamente,
sem culpa, a recitar mentalmente o pensamento-foco UAN. Se outros
pensamentos estiverem juntos com o pensamento-foco não se importe com
eles e não tente removê-los. Despreocupadamente dê mais atenção ao
pensamento-foco do que aos demais pensamentos .
7-Exercite a técnica duas vezes pôr dia .
Mas nunca a pratique menos de duas horas depois das refeições, pois o
processo de digestão interfere com a tentativa de produzir a Resposta de
Relaxamento. Os períodos mais adequados para a prática são de manhã cedo
antes do desjejum, e ao cair da tarde antes do jantar .
Quanto ao pensamento-foco você pode utilizar a frase ou palavra que
lhe for mais conveniente. Algumas pessoas preferem meditar utilizando um
pensamento-foco de conotação religiosa tais como, Jesus, Shalom ( paz),
Abba ( pai), Aum , Hare Krishna, Salaam Aleikum ( a paz esteja convosco),
Om Shanti ( a paz esteja convosco) , Om Mane Padme Hum ( salve o Deus
que há dentro de você). Entretanto, uma vez escolhido o pensamento-foco,não
fique trocando-o a cada meditação. Utilize sempre aquele pensamento-foco
que você escolheu se UAN não o agradou
Mantenha a prática diária e contínua da meditação . Ela irá lhe trazer
gradualmente e sem esforço, os múltiplos benefícios que a caracterizam .
23
24
ao dia : a resposta de relaxamento tende a ser improdutiva quando
freqüentemente praticada além desse período.
* * * * * *
24
25
25
26
Capítulo III
EXPECTATIVA E VISUALIZAÇÃO
Fatores de Cura e Transformação
O Poder da Expectativa
26
27
virilhas, peito e abdomem, e o baço e fígado aumentados. Segundo todas as
avaliações medicas, Wright tinha poucos dias de vida, só conseguindo respirar
com auxílio de máscara de oxigênio. No entanto , apesar de saber da
gravidade de sua situação, Wright tinha esperanças de sobreviver, e quando
soube de um projeto experimental sobre uma nova droga anticancerígena de
nome Krebiozen, que seria realizado no hospital onde estava internado,
suplicou ao Dr. Klopfer que o incluísse no programa. Wright não tinha a
mínima condição de ser aproveitado pelo programa, pois era um paciente
terminal, e o programa previa a aplicação da droga em pacientes com
expectativas de vida entre 3 a 6 meses. Por piedade, o Dr Klopfer aplicou-lhe
uma injeção de krebiozen numa sexta feira, esperando encontrá-lo morto na
segunda feira. Qual não foi sua surpresa, quando na segunda feira encontrou
Wright andando pela enfermaria, batendo papo com as enfermeiras e outros
pacientes, a quem transmitia mensagens de ânimo. Klopfer atônito, detectou
ao exame clínico uma redução significativa das massas tumorais, que em
poucos dias estavam reduzidas à metade, o que não foi evidenciado nos outros
pacientes que também haviam tomado a mesma droga. Segundo Klopfer esta
era uma diminuição de tamanho muito mais rápida do que mesmo as mais
potentes radioterapias podiam conseguir. O tratamento com krebiozen foi
continuado conforme previsto, e dez dias depois da primeira aplicação, Wright
teve alta, sem sinais evidentes do câncer, com ótima disposição, saindo do
hospital direto para seu avião, voando a doze mil pés de altura ( 3.500m
aprox.), sem o menor desconforto. Após 2 meses, ao tomar conhecimento de
notícias veiculadas pela imprensa, de que o Krebiozen mostrara-se ineficaz em
todos os estudos clínicos realizados , Wright que era um homem de
mentalidade lógica e científica, apresentou uma séria recaída, voltando para o
hospital , com as mesmas massas tumorais que apresentara no início da
doença. Klopfer resolveu então, tentar um experimento: injetaria em Wright
água pura, dizendo ser uma nova versão concentrada e super-refinada do
Krebiozen. Mais uma vez os resultados foram surpreendentes, com Wright
apresentando uma recuperação mais espetacular do que na primeira vez, e
tornando-se a própria imagem da saúde. Klopfer, devido ao sucesso obtido,
manteve a “terapia”com água destilada, e Wright permaneceu livre dos sinais
e sintomas durante os 2 meses seguintes. Por esta época, a imprensa divulgou
o relatório da Associação Médica Americana: “Testes em escala nacional
demonstram que o krebiozen é inútil no tratamento do câncer”. Dias após este
noticiário, Wright foi reinternado em estado terminal com reaparecimento dos
tumores, sem esperanças e sem fé, morrendo dois dias depois .
27
28
por acreditarem que estão tomando uma droga eficaz, apesar de que esta não
contém nenhuma substancia ativa indicada para o seu caso . O efeito placebo
demonstra cabalmente o poder que uma simples crença possui para ativar as
forças curativas dentro de nós, estimulando o nosso sistema imunológico ( o
sistema de defesa).
Os estudos científicos demonstram que pessoas otimistas e auto-
confiantes, apresentam menos sinais de doenças e maior bem estar físico. Os
pessimistas por outro lado, evidenciam uma redução das defesas imunológicas
em seu organismo. ‘Existe uma biologia da auto-confiança”; “o que se espera
é o que se consegue”( conforme Ornstein e Sobel) .
O pesquisador norte-americano Michael Talbot relata uma serie de
estudos que demonstram o efeito que nossas atitudes tem sobre diversas
condições clínicas: “As pessoas que têm um índice elevado, destinado a medir
hostilidade e agressividade, são sete vezes mais predispostas a morrer de
problemas cardíacos do que pessoas com índices baixos. Mulheres casadas
tem um sistema imunologico mais forte do que as mulheres separadas ou
divorciadas, e mulheres com casamentos felizes tem sistemas imunológicos
ainda mais fortes. Pessoas com AIDS que mostram espírito de luta, vivem
mais do que os indivíduos infectados que tem uma atitude passiva. Pessoas
com câncer também vivem mais tempo, se conservam um espirito de luta. Os
pessimistas têm mais resfriados do que os otimistas. O estresse diminui a
resposta imunológica; pessoas que acabaram de perder o cônjuge, têm uma
incidência maior de doenças e enfermidades, e assim por diante”.
As expectativas esperançosas, não atuam somente na saúde humana,
mas possuem um espectro de influencias muito mais amplo. A pesquisa
relatada abaixo, realizada pela equipe do professor Robert Rosenthal,
demonstra claramente este fenômeno da expectativa positiva na área da
Educação .
Em maio de 64, o psicólogo Robert Rosenthal iniciou uma pesquisa
sobre como o poder da expectativa positiva dos professores pode influenciar
os alunos. Foi escolhida uma escola publica do Sul da cidade de São
Francisco, na Califórnia, em um bairro pobre, freqüentada por mexicanos e
porto-riquenhos. Neste meio social desfavorecido, o desempenho escolar das
crianças costuma ser abaixo da media, com índices elevados de reprovação e
repetência. Nem os professores, nem os alunos, sabiam os reais objetivos da
pesquisa: verificar o efeito da expectativa no ser humano .
Rosenthal e seus colaboradores se apresentaram na escola, como
participantes de uma grande pesquisa sobre a maturação tardia dos alunos
desenvolvida pela Universidade de Harvard, e financiada pela National
Science Foundation Impressionados com o porte dos pesquisadores que
estavam recebendo em sua escola, os professores deram todo o apoio à
28
29
pesquisa. Mal sabiam os professores que a pesquisa não visava estudar os
alunos, mas sim a eles próprios. A pesquisa iniciou-se com um teste de
inteligência não-verbal realizado em 18 turmas de nível primário, no início do
ano escolar. Os professores foram avisados de que o teste iria indicar quais os
alunos que durante o decorrer do ano teriam um excelente desenvolvimento
intelectual. Entretanto, tudo era uma farsa. O teste aplicado era somente
um teste padrão de avaliação de Q.I. Depois da aplicação deste teste, 20% do
alunos foram escolhidos aleatoriamente por Rosenthal, sem nenhuma relação
com os resultados, e indicados como “futuros gênios intelectuais”. Aos
professores foi dito de maneira casual que estas crianças poderiam demonstrar
enormes progressos escolares durante o ano .A única diferença entre o grupo
de alunos “futuros genios”e os outros, era a expectativa positiva induzida
pelos pesquisadores nos professores. Para manter a expectativa e monitorar a
pesquisa foram aplicados novos testes, quatro meses após o início das aulas ,
ao final do ano escolar, e um ultimo no início do próximo ano letivo. Os
resultados deixaram Rosenthal e seus colaboradores boquiabertos: os alunos
falsamente indicados como “futuros gênios” apresentaram resultados muito
mais significativos do que os outros!Vejam estes casos exemplares:
José , que apresentava antes de seus professores acreditarem que era um
aluno prodígio , um Q.I. de 61 pontos, apresentou um ano mais tarde, um Q.I.
de 106 pontos. Em doze meses, de aluno retardado, transformou-se
milagrosamente em aluno bem dotado, por puro efeito da expectativa positiva
dos professores.
Maria, uma alunazinha que possuía Q.I. de 81 pontos, doze meses mais
tarde alcançou a surpreendente marca de 128 pontos !
O que significa este fenômeno?
Quando a nossa visão de mundo, nossas crenças, são modificadas por
expectativas positivas, otimistas, os resultados em nós e no meio ambiente,
podem ser surpreendentes, podendo até mesmo beirar o sobrenatural .
Utilizamos muito pouco de nossas capacidades pessoais de transformação.
Dentro de nós há um imenso potencial auto-organizador de cura e de
intervenção sobre o universo, ainda inexplorado .
29
30
lhe indicado a hipnoterapia como um recurso extremo. Mason conseguiu
colocar o paciente facilmente em estado de transe profundo,. induzindo-lhe a
crença de que estava se curando. Em cinco dias a pele escamosa do braço
começou a soltar-se surgindo uma pele saudável em todo o braço em dez dias.
Trabalhando sobre as outras áreas, foi possível, eliminar toda a pele escamosa
do corpo. Após cinco anos o menino ainda permanecia livre dos sintomas,
perdendo Mason o contato com ele após este período. Como a doença de
Brocq é de origem genética, o fato de se conseguir uma cura , demonstra a
possibilidade de que uma pessoa em estado alterado de consciência (EAC),
pode ser induzida a modificar suas crenças, sendo então capaz de auto-
organizar seus processos fisiológicos, e atuar sobre a programação genética
do próprio ADN, desencadeando a inibição de uma manifestação externa
fenótipo)-1 e , obtendo desta maneira, a saúde e o bem-estar que necessita
1- cf. o trabalho de um dos autores, Francisco Di Biase, intitulado “Auto-
organização e evolução-fundamentos para uma teoria piagetiana da evolução”,
publicado em Ciência e Cultura, Jan 86,vol 38 nr.1, pag 100-109, Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência .
30
31
recuperando seu peso e seu vigor , e em apenas dois meses estava
completamente livre de qualquer sinal do câncer que o acometera.
Posteriormente Frank utilizou a mesma técnica de visualização, para tratar de
sua artrite e de sua impotência sexual que já durava 20 anos, obtendo o
mesmo sucesso. Em 1974, em uma outra pesquisa mais abrangente, com
pacientes considerados incuráveis clinicamente, Simonton ensinou suas
técnicas de visualização a cento e cinqüenta nove pessoas . O tempo de
sobrevida previsto para estes paciente era de aproximadamente doze meses.
Quatro anos mais tarde , sessenta e três destes pacientes ainda estavam vivos.
Destes, quatorze (22,2%) não apresentava mais nenhum sinal clínico da
doença, em doze (19,1%) a doença regredira, e em dezessete ( 27,1%) a
doença permanecia estável .Mesmo aqueles pacientes que morreram,
chegaram a viver uma vez e meia mais do que os do grupo controle, e com
mais qualidade de vida . A sobrevida média do grupo como um todo foi de
24,4 meses, cerca de três vezes mais do que a média nacional nos Estados
Unidos , e o dobro do registrado nas melhores instituições americanas para
tratamento do câncer.Deve-se lembrar que cem por cento dos pacientes eram
considerados portadores de doença maligna incurável pelos procedimentos
médicos existentes. Posteriormente, outros trabalhos confirmaram a eficácia
da visualização,como tratamento adjunto às terapias convencionais.
Atualmente vários outros grupos utilizam a técnica de visualização de
Simonton com sucesso .
A visualização é uma forma de se desencadear no paciente uma
expectativa positiva e ativa, que possibilita o despertar de nossos potenciais
inatos de auto-organização e cura. Simonton demonstrou em um estudo
realizado com 152 paciente da Travis Air Force Base, o maior hospital da
Aeronáutica da costa oeste, que “uma atitude positiva em relação ao
tratamento, era um indicador mais seguro do reação que o paciente teria, do
que a gravidade da doença. Os pacientes que tinham prognósticos ruins ,
porem atitudes positivas reagiram melhor do que os pacientes que tinham
prognósticos melhores, porem, com atitudes negativas. Além do mais, aqueles
pacientes que começaram a adotar uma atitude positiva em relação ao
tratamento, tinham menos efeitos colaterais do que os outros”.
31
32
2- Quando mesmo em bom estado de saúde, você queira reforçar e
aprimorar o seu contato com as fontes auto-organizadoras internas da
inteligência corporal que nos fornecem bem-estar e energia.
3- Quando você quiser expandir a sua consciência, e contactar a
inteligência primordial que nos orienta e conduz à auto-realização.
Esta pratica deve ser feita duas vezes ao dia durante dez minutos,
sempre após a prática da oração e da meditação. Se você não pratica nenhuma
forma de oração, e nem tem interesse em desenvolvê-la, não se preocupe,
pode iniciar o processo a partir da meditação .
32
33
2- Imagine ( veja , ouça e sinta ) um calor gostoso penetrando em cada
parte do seu corpo( cabeça , braços tronco e pernas ), trazendo-lhe um intenso
bem-estar, e aumento da sua energia vital . Este calor permanecerá em você
até cumprir a sua missão revitalizadora .
3 - Quando este calor acabar finalize sua visualização, agradecendo à
inteligência de seu corpo, e ao universo, por este contato regenerador .
33
34
coração diz a você ... Olhe para cada caminho bem de perto
34
35
Capitulo lV
Anos 60
Local: Consultório do Dr. Milton Erickson, Phoenix, Arizona, USA.
35
36
Erickson acabara de utilizar uma metáfora terapêutica, ao comparar a visita
dos sogros a um soco no estômago . A paciente adotou este procedimento, e
vomitava quando os sogros vinham visitá-la . Então, frágil e lamurienta, se
desculpava enquanto eles limpavam o chão. Assim que ela os ouvia chegar,
corria para a geladeira e bebia um copo de leite , eles sentavam, ela os
comprimentava e começava a conversar, então subitamente, ficava enjoada e
vomitava. Os sogros começaram a telefonar antes de aparecer, para saber se
ela estava bem para recebe-los. Ela dizia: “Hoje não”, e, de novo, “Hoje não”.
Finalmente disse: “Creio que hoje estou bem”. Infelizmente se enganara ,
vomitou , e eles tiveram que fazer toda a limpeza .
Eles deixaram de visitá-la durante alguns meses, e então ela os
convidou “para passar a tarde”.Eles chegaram desconfiados, dizendo
cautelosamente: “Talvez fosse melhor irmos embora”. Quando ela quis que
eles partissem tudo que teve de fazer foi colocar um olhar de mal estar no
rosto e esfregar o estômago. Seus sogros foram rapidamente
embora .
Neste jogo, sem o perceber, acabou por resolver todos os seus
problemas. Para vomitar, precisava guardar toda a sua dor para as visitas ,
assim sua ulcera desapareceu, e ela voltou a trabalhar, e a se relacionar
socialmente.
36
37
mais importantes técnicas empregadas pela PNL, são derivadas do trabalho de
Erickson, especialmente as metáforas terapêuticas, e a hipnose ericksoniana .
37
38
braço e disse: “Aquilo é o inferno.”Eles abandonaram o recinto e em pouco
tempo já não ouviam os gritos infernais atrás deles. Após uma longa viagem
através de passagens escuras, eles entraram num salão diferente. Aqui também
havia pessoas sentadas em toda parte. No meio do salão, mais uma vez, tinha
um caldeirão de sopa quente. Cada uma das pessoas tinha um colherão enorme
nas mãos, igual ao que Elias e o moço haviam visto no inferno. Mas aqui as
pessoas estavam bem- nutridas . Só se escutava um sussurro baixinho de
satisfação, junto com o som dos colherões tirando a sopa. Sempre havia duas
pessoas trabalhando juntas. Uma delas tirava a sopa do panelão com o
colherão e dava para o parceiro comer. Quando o colherão ficava muito
pesado para uma pessoa só duas outras pessoas ajudavam a segurá-lo, paras
que todos pudessem comer em paz. Assim que uma pessoa ficava satisfeita,
era a vez de outra. O profeta Elias disse ao seu acompanhante: “Isto é o céu!”
38
39
39
40
40
41
41
42
42
43
43
44
44
45
45
46
Aconteceu que duas rãs caíram num balde contendo creme de leite. A
superfície do creme estava bem afastada da abertura do balde. As rãs tentaram
saltar para fora, sem resultados, porém. Lutaram, espumaram, agitaram-se,
fizeram tudo para sair . Nada .
Finalmente uma rã assumiu uma atitude negativa . Começou a ter
pensamentos derrotistas . O ácido da futilidade começou a espalhar-se em seu
espírito . Ela tornou-se pessimista e disse para si mesma : “Sei que não posso
sair desse pote ,portanto, por que cansar-me com todas essas tentativas? De
qualquer modo tenho que morrer. Por que então não acabar com isso e morrer
em paz?” Desesperada e resignada mergulhou no creme e morreu . Seu
epitáfio foi : “Morreu de um complexo de inferioridade ”.
A outra rã era feita de uma fibra mais forte. Teve uma educação
diferente e, sem dúvida, descendia de uma grande linhagem de rãs destemidas.
Era uma rã de pensamentos positivos . Disse para si : “Talvez eu venha a
morrer, mas se morrer será uma morte brilhante. Serei perseverante . Lutarei
para sair dessa situação em que me encontro. Alternarei atividade com
repouso, avanço com recuo, e se afinal não puder sair, morrerei altivamente,
de conformidade com a gloriosa tradição das ilustres rãs antigas”.
E, com isso, enfrentou a situação com todo o vigor. Começou a nadar
em volta, cortando aqui e ali, batendo assim o creme, fazendo grande agitação.
Resultou que começou a sentir gradativamente uma base sólida debaixo de si .
Sua atividade estava transformando o creme em manteiga. Finalmente suas
pernas, agitando-se como pequenos pistões, puderam firmar-se e ela saltou
vitoriosamente para fora do balde, cujo conteúdo tinha transformado agora em
sólida manteiga .
46
47
47
48
48
49
49
50
Gregory Bateson
CapituloV
50
51
SINCRONICIDADE
O Papel das Coincidências em nossa vida.
Anos 20
O Dr. Jung realiza uma sessão de análise com uma jovem paciente .
Várias sessões já foram feitas com ela, entretanto a análise não estava dando
bons resultados, devido, a sua extrema racionalidade, que a está impedindo de
obter uma compreensão mais humana e intuitiva de si mesma, e da vida. Jung
já tinha esgotado todos os recursos de seu arsenal terapêutico, e só lhe restava
ter esperanças e aguardar que acontecesse algo inesperado e irracional, capaz
de quebrar a resistência intelectual da paciente .Foi quando o incrível
aconteceu. A paciente lhe relatava um sonho que tivera na noite anterior, onde
recebera de alguém uma jóia valiosa, um escaravelho de ouro. Exatamente no
momento em que ela lhe relatava esse sonho, Jung, que se encontrava de
costas para a janela, percebeu o barulho de algo batendo no vidro . Ao se
virar, notou que um inseto voador de tamanho considerável, estava do lado de
fora, tentando estranhamente penetrar no consultório escuro. Surpreso, Jung
resolveu abrir a janela, e o inseto imediatamente penetrou o aposento, o que o
fez pegá-lo com a mão . Tratava-se de uma coincidência extraordinária. Jung
mal podia acreditar! Ele tinha em mãos, um besouro de cor verde-dourada,
extremamente parecido com o escaravelho de ouro do relato da paciente .
Imediatamente, ao notar tamanha coincidência, Jung entregou-lhe o besouro,
dizendo-lhe : “Aqui está o seu escaravelho”. Esta experiência surpreendente
quebrou o racionalismo da paciente , permitindo que dali em diante o seu
tratamento continuasse com sucesso. Este exemplo, hoje clássico, de
coincidência significativa, demonstra aquilo que Jung denomina
sincronicidade: um termo para descrever as ocorrência de dois eventos que
não possuem relação causal, e que entretanto estão relacionados devido ao seu
significado . Não havia nenhuma relação de causa e efeito entre o sonho com
51
52
o escaravelho de ouro da paciente de Jung, e o aparecimento do besouro
verde-dourado, semelhante ao escaravelho no consultório, no mesmo
momento em que o sonho era relatado. Entretanto, esta coincidência foi
significativa , a ponto de provocar uma experiência emocional
transformadora na paciente.
A psiquiatra Jean Shinoda Bolen conta-nos em seu livro “The Tao of
Psychology ”, uma ocorrência sincronística muito interessante, ocorrida com
sua amiga, a pintora Ann Hogle .Seu filho participaria de uma brincadeira na
escola com alguns amigos no dia seguinte: soltaria fogos de artificio no auge
de uma aula de latim. Para tanto convenceu a mãe a companhá-lo até uma
loja onde compraram os fogos de artificio. Na volta para casa, passaram por
um carro que havia sido completamente destruído pelo fogo. Naquela tarde em
casa, a parte de cima do fogão pegou fogo. Ann utilizou o aspirador para
remover os resíduos . Então, o aspirador também pegou fogo, provavelmente
por que alguns dos resíduos permaneceram acesos dentro dele . Quando foi
assistir televisão, percebeu que o filme que estava passando era sobre um
incêndio.
Ann foi dormir inquieta e intrigada com estes eventos , acordando às
quatro horas da madrugada , convencida de que todas essas ocorrências com
fogos deviam ter algo a ver com a brincadeira com fogos de artifícios de que
seu filho participaria . Apesar de não ter nenhum motivo lógico para ligar a
serie de incêndios a esse evento, intuitivamente parecia-lhe haver uma
interligação. Contou a seu filho as estranhas coincidências ocorridas, e pediu-
lhe para não participar da brincadeira, solicitação a que ele prontamente
obedeceu. No decorrer da aula, houve um acidente com os fogos de artificio,
do lado de fora da sala, envolvendo dois alunos . Um dos meninos teve suas
mãos feridas .
52
53
Geralmente quando ele ocorre utilizamos a expressão “puxa, fulano , você não
morre mais !”
A importância da sincronicidade
Usando a sincronicidade.
53
54
54
55
Capitulo VI
55
56
SONHOS
Mensagens orientadoras do inconsciente
56
57
. Ao caminhar em direção à minha moradia encontrei com uma amiga,
iniciamos uma conversação, e resolvi propor-lhe aulas de filosofia oriental.
Ela disse que adoraria, pois há muito tempo buscava aprofundar-se no tema .
Esta amiga cedeu-me seu apartamento para as aulas, reuniu um grupo de
pessoas interessadas e logo, na semana seguinte, iniciamos um curso . Os
recursos financeiros oriundos do curso permitiram-me dar conta de todos os
meus compromissos. Tal como o sonho e os oráculos tinham indicado, eu
conseguira me safar da problemática em que me encontrava .”
O caso seguinte ocorreu com um militar da Marinha Brasileira:
“Quando eu era mais jovem, freqüentava muito bailes. Num final de
semana , sexta feira, marcara com vários amigos, para irmos juntos de carro
num baile, sábado à noite, numa cidade vizinha . N a noite de sexta feira tive
muitos pesadelos , dos quais não lembro detalhes . Entretanto, o que sei, e que
acordei de madrugada com a firme impressão de que não deveria ir de carro
junto com meus amigos. Não lhes relatei os pesadelos que tive, e alegando
estar passando mal, abri mão da carona, e fiquei em casa no sábado . No
domingo ,quando acordei , descobri a noticia que meus amigos tinham sofrido
um acidente , após o término do baile, na volta para nossa cidade. Felizmente,
ninguém morreu, mas todos ficaram bastante feridos. Graças aos pesadelos eu
tinha escapado de um desastre automobilístico . Deste momento em diante,
passei a respeitar mais meus sonhos e minhas intuições”.
Na antigüidade, a promoção e a interpretação de sonhos orientadores era
prática comum em muitos povos. Hipócrates e Galeno habitualmente
forneciam diagnósticos e terapêutica baseados nos sonhos de seus pacientes.
Inúmeros templos na Grécia e no Egito estimulavam o relato dos sonhos, pois
estes eram considerados mensagens sagradas enviadas à humanidade, a fim de
que ela alcançasse seus propósitos .
O Talmud , livro sagrado judaico, afirma : “ Um sonho não examinado
é como uma carta que não se abriu ”. A arte de interpretar os sonhos, se
perdeu com o passar dos tempos e somente em 1900, com a publicação do
livro “A Interpretação dos Sonhos” por Sigmund Freud, criador da psicanálise,
ela voltou a ocupar espaço na cultura ocidental. Por muito tempo considerada
supertição, a arte de analisar sonhos, começou a ser desenvolvida novamente
no século XX . Segundo Freud, muitos sonhos dizem respeito às preocupações
diárias, e revelam muito pouco sobre os aspectos mais profundos da psique do
sonhador. Entretanto, determinados sonhos “são a estrada real para o
inconsciente”, e apresentan símbolos que são uma representação disfarçada de
desejos reprimidos, ocultando invariavelmente o inaceitável.
O psiquiatra Carl G. Jung aceitava estes aspectos dos sonhos e
acrescentou mais uma dimensão a eles : além de muitos sonhos se originarem
do inconsciente pessoal do paciente, dizendo respeito aos seus problemas
57
58
emocionais cotidianos, às relações interpessoais, ou às experiências do
período infantil, existiam sonhos orientadores que lhe pareciam originar-se do
inconsciente coletivo, a parte da mente humana que deve sua existência
exclusivamente à hereditariedade, e não a experiências pessoais que tenham
sido conscientes em determinado momento, desaparecendo depois da
consciência. Segundo Jung, além de um inconsciente pessoal, fruto de nossas
experiências particulares, possuímos um inconsciente coletivo, que é herdado,
impessoal e comum a todos nós. Uma espécie de depósito das experiências e
conhecimentos de toda a raça humana, sabedoria disponível a qualquer um,
em determinados estados de consciência, sob a forma de sonhos , visões,
coincidências significativas , intuições, pressentimentos, impressões, etc .
Para Jung os sonhos orientadores, dotados de grande sabedoria,
provinham do inconsciente coletivo e podiam ser reconhecidos por sua
numinosidade, ou seja, por marcarem intensa e emocionalmente o sonhador.
Este percebe que o sonho ocorrido não foi um “sonho comum”,que há algo
mais nele, que ele traz uma “mensagem”a ser decifrada .
Conforme Jung, os sonhos orientadores ocorrem em qualquer momento
de nossas vidas, e aumentam de freqüência quando estamos passando por um
período de grande agitação interior e forte tensão emocional , como quando
estamos enfrentando uma séria situação de conflito e dúvidas; atravessando
um período de lutas e dificuldades, vivenciando uma intensa paixão amorosa,
experimentando um momento de felicidade, auto-descoberta e criatividade,
etc.
Aliás o aumento de nosso “clima emocional” também torna mais
freqüente a ocorrência , conosco, de pressentimentos, intuições, “palpites”,
sincronicidades, visões ,telepatia, e outros fenômenos psíquicos e
parapsicologicos promovidos pelo inconsciente coletivo .
A evolução nos fez desenvolver um sentido natural de orientação e
auto-organização que se faz presente automaticamente, quando precisamos de
auxilio e esclarecimento para nossas dificuldades, profissão, saúde,
relacionamentos, desenvolvimento pessoal, realização financeira, etc.
O grande desafio agora, é aprendermos a valorizar este “sexto
sentido”,como faziam nossos ancestrais .
58
59
com mais precisão do que somente um único sonho, a mensagem do
inconsciente coletivo para nós .
Jung considerava errôneo empregar um simbolismo fixo, como aquele
encontrado em livros de sonhos, na interpretação dos sonhos. Para Jung, o
ideal é que cada sonhador interpretasse seus sonhos de acordo com a primeira
impressão que lhe viesse à mente, pois cada pessoa, dado sua experiência de
vida, possui um simbolismo que lhe é particular e que se manifesta espontânea
e imediatamente, ao se analisar os sonhos , conferido-lhes significado.
59
60
Ele os empurrou... e eles voaram .
Guillaume Apollinaire
Capitulo VII
60
61
desagradável, um zumbido alto ou toque de campainhas, e ao mesmo tempo se
sente movendo muito rapidamente através de um túnel longo e escuro. Depois
disso, repentinamente se encontra fora de seu corpo físico, mas ainda na
vizinhança imediata do ambiente físico, e vê seu próprio corpo a distância,
como se fosse um espectador . Assiste às tentativas de ressurreição desse
ponto de vista inusitado em um estado de perturbação emocional .
Depois de algum tempo, acalma-se e vai se acostumando à sua estranha
condição. Observa que ainda tem “corpo”, mas um corpo de natureza muito
diferente e com capacidades muito diferentes das do corpo físico que deixou
para trás. Logo outras coisas começam a acontecer. Outros vêm ao seu
encontro e o ajudam . Vê de relance os espíritos de parentes e amigos que já
morreram e aparece diante dele um caloroso espírito de uma espécie que
nunca encontrou antes- um espirito de luz . Este ser pede-lhe , sem usar
palavras, que reexamine sua vida, e o ajuda mostrando uma recapitulação
panorâmica e instantânea dos principais acontecimentos de sua vida. Em
algum ponto encontra-se chegando perto de uma espécie de barreira ou
fronteira, representando aparentemente o limite entre a vida terrena e a vida
seguinte. No entanto , descobre que precisa voltar a Terra, que o momento da
sua morte ainda não chegou. A essa altura oferece resistência pois está agora
tomado pelas suas experiências no após-vida e não quer voltar . Está agora
inundado de sentimentos de alegria , amor, e paz. Apesar dessa atitude,
porém , de algum modo se reúne ao seu corpo físico e vive .
Mais tarde tenta contar o acontecido a outras pessoas , mas tem
dificuldade em fazê-lo. Em primeiro lugar, não consegue encontrar palavras
humanas adequadas para descrever esses episódios não-terrenos. Descobre
também que os outros caçoam dele, e então pára de dizer essas coisas. Ainda
assim, a experiência afeta profundamente sua vida, especialmente suas
opiniões sobre a morte e as relações dela com a vida .”
Segundo o Dr. Raymond A. Moody Jr, este é um relato-modelo típico
de uma experiência próxima da morte ( EPM), contendo seus principais
elementos. Desde os anos setenta, graças ao desenvolvimento de técnicas
cardiopulmonares de ressuscitamento, consegue-se salvar muito mais
pacientes que estão à beira da morte do que antes era possível. Uma
conseqüência muito interessante desse desenvolvimento tecnológico, é que
vários destes pacientes ressuscitados retornam contando experiências
surpreendentes: Quando estavam sendo declarados clinicamente
“mortos”permaneceram conscientes, deixaram seu corpo físico e num corpo
de outro tipo visitaram o que parecia ser o domínio do pós-vida. Trata-se das
experiências próximas da morte .
Tais relatos tornaram-se tão comuns que por volta da metade da década
de 1970 despertaram a atenção da sociedade e dos meios científicos norte-
61
62
americanos. Logo, inúmeros cientistas estavam investigando o fenômeno.
Entraram em cena pesquisadores como o Dr. Raymond A. Moody Jr. médico
psiquiatra,e filósofo; a Dra.Elizabeth Kluber-Ross, psiquiatra; o Dr. Michael
Sabom, cardiologista; o Dr. Melvim Morse, pediatra , e o Dr. Kenneth Ring,
psicólogo, entre outros .
Destas pesquisas resultaram a publicação de vários livros, a divulgação
de estudos em prestigiosos períodos científicos como o Journal of Psychiatry e
o Journal of Nervous and Mental Disease; a fundação da Associação
Internacional para o Estudo de Experiências Próximas da Morte ( endereço
para contato : Department of Psychiatry, University of Connecticut . Health
Center, Farmington, CT 06032), e o aparecimento do periódico científico
Anabiosis, especifico para a publicação de estudos relativos às E.P.M.s O
Instituto de Pesquisas Gallup divulgou em 1982, que oito milhões de norte-
americanos passaram por uma experiência próxima da morte. Eis alguns dos
impressionantes relatos de EPM obtidos pelo Dr. Raymond A. Moody Jr :
1-“Sofri um ataque cardíaco e me encontrei em um vácuo negro, e aí
soube que tinha deixado para trás o meu corpo físico. Sabia que estava
morrendo e pensei: “Ó Deus, fiz o melhor que eu sabia fazer na ocasião. Por
favor me ajude”. Imediatamente fui sendo movido para fora daquela treva,
através de um cinzento pálido, e fui indo, flutuando e movendo rapidamente, e
bem em frente , ao longe, via uma névoa cinza, e eu estava indo
aceleradamente para lá. Não estava chegando tão rápido quanto queria , e, à
medida que ia me aproximando, dava para ver através dela. Além da névoa,
podia ver bem as pessoas, e as suas formas eram as mesmas que tinham tido
na Terra , e dava para ver também coisas que pareciam construções. Toda a
cena estava permeada da mais encantadora luz - uma luz vívida, de brilho
amarelo-ouro, de cor pálida , e não como o dourado berrante que conhecemos
na Terra. Quando eu me aproximei mais, tive certeza de que ia passar através
da névoa . Era uma sensação tão alegre e maravilhosa que não há palavras que
a possam descrever. No entanto, ainda não tinha chegado a minha vez de
ultrapassar a névoa, e isso porque vindo do outro lado instantaneamente
apareceu na minha frente meu tio Carl, que tinha morrido muitos anos antes.
Ele bloqueou minha passagem dizendo: “Volte. Seu trabalho na Terra ainda
não acabou . Agora volte”. Eu não queria voltar, mas não tinha escolha , e
imediatamente estava de volta ao meu corpo. Senti aquela dor horrível no
peito e ouvi meu filhinho chorando: “Deus, traga a minha mãe de volta”.
62
63
onde poderia fazer um parto prematuro. Foi imediatamente depois do parto
que tive uma forte hemorragia, e o médico teve muita dificuldade em detê-la .
Eu sabia o que estava acontecendo, pois , tendo sido enfermeira, compreendia
o perigo. Nesse momento, perdi a consciência , e ouvi um zumbido
desagradável um som ressoante . Quando dei por mim outra vez, parecia que
eu estava em um navio, ou em um pequeno barco navegando para o outro lado
de uma grande extensão de água. Na margem distante eu via todos os meus
entes queridos que já tinham morrido minha mãe, meu pai, minha irmã e os
outros . Podia vê-los, podia ver os seus rostos, assim como eram quando os
conheci na Terra. Pareciam estar me chamando para ir até lá, e o tempo todo
eu estava dizendo : ‘Não, não, ainda não estou pronta para reunir a vocês. Não
quero morrer. Não estou pronta para ir’.
“Bem, foi a mais estranha das experiências, porque todo esse tempo eu
podia ver também os médicos e as enfermeiras trabalhando no meu corpo, mas
era como se eu fosse espectadora, e não aquela pessoa - aquele corpo- na qual
eles estavam trabalhando. Eu estava tentando com todas as minhas forças
comunicar ao meu médico: ‘Eu não vou morrer’, mas ninguém podia me
ouvir. Tudo- os médicos, as enfermeiras, a sala de parto , o barco, a água ,e a
margem distante - era uma espécie de conglomerado só. Misturava tudo, como
se uma cena estivesse superposta à outra.
“Finalmente quando o barco estava alcançando a margem distante, um
pouco antes de chegar, fez meia-volta e começou a retornar. Eu estava
tentando com todas as minhas forças comunicar ao meu médico: ‘Eu não vou
morrer’, mas ninguém podia me ouvir. Acho que foi nesse momento que eu
voltei a mim, e o doutor explicou o que tinha acontecido, que eu tinha tido
uma hemorragia post partum e que eles quase me tinham dado por perdida,
mas que eu ia ficar boa.”
63
64
dizer-lhe que estava bem, mas ninguém me ouviu. Mas eu ouvi o que elas
diziam .
Uma delas disse: “Ajude-o”. E outra: “Acho que ele está morto, mas
vamos tentar salvá-lo”.
A ambulância foi embora e eu tentei seguí-la . Fiquei flutuando acima
dela . Pensei que estava morto . Depois, olhei em volta e vi que estava dentro
de um túnel com uma luz brilhante. Ele parecia subir e subir. Mas cheguei do
outro lado .
Havia muita gente sob a luz, porém não reconheci ninguém. Contei-lhes
sobre o acidente, e me disseram que eu teria de voltar . Disseram que ainda
não era chegada a minha hora de morrer e que eu tinha de voltar para junto do
meu pai, da minha mãe e da minha irmã .
Fiquei sob aquela luz, por muito tempo. Pareceu-me muito tempo. Senti
que todos ali me amavam . Que todos eram felizes. Senti que a luz era Deus.
O túnel girava na direção da luz , como um redemoinho. Eu não sabia porque
estava naquele túnel, nem para onde estava indo . Desejava alcançar aquela
luz. E, quando cheguei lá , não queria mais voltar. Quase que esqueci do meu
corpo.
Enquanto subia pelo túnel, duas pessoas me ajudaram .Eu não sabia
exatamente onde estava, mas desejava chegar até aquela luz, no fim. Elas me
disseram que eu estaria bem e que me levariam para a luz. Podia sentir o
amor emanando delas . Não vi os seus rostos, apenas os seus traços, no
interior do túnel . Assim que alcançamos a luz, pude ver os seus rostos. Isto é
muito difícil de explicar, porque é muito diferente da vida aqui na terra . Não
tenho palavras. Parecia que elas vestiam mantas muito brancas. E tudo estava
iluminado. Elas estiveram comigo o tempo todo .
Então, disseram-me que eu teria de voltar. Atravessei, novamente, o
túnel e fui parar no hospital, onde dois médicos me socorriam . Eles gritavam:
“Jason, Jason”. Vi o meu corpo sobre a mesa e ele parecia azul. Sabia que ia
voltar, porque foi isso que as pessoas sob a luz me disseram .
Os médicos estavam preocupados , mas eu tentava dizer-lhes que estava
tudo bem . Vi um deles colocar um aparelho sobre o meu peito e o meu corpo
estremecer . Mais tarde, depois que acordei, disse ao médico que o vira fazer
aquilo .
“No ano passado , um garoto da minha turma morreu. Ele teve
leucemia. Ninguém queria falar sobre o assunto, mas eu disse que Don está
bem onde está, que a morte não é uma coisa definitiva”.
64
65
Uma aventura do espírito
2- “Um homem de quarenta e nove anos teve um ataque cardíaco tão severo
que, após vinte minutos de vigorosos esforços de ressucitamento, o médico
desistiu e começou a preencher o atestado de óbito . Então, alguém percebeu
um sinal de vida, o médico prosseguiu no seu trabalho com o aparelho de
ressuscitamento, e conseguiu fazer o coração do homem funcionar novamente.
65
66
No dia seguinte , quando já estava mais lúcido, o paciente foi capaz de
descrever, com grande riqueza de pormenores, o que aconteceu na sala de
emergência. Isto surpreendeu o médico. Mas o que o deixou ainda mais
espantado, foi a vívida descrição que o paciente deu da enfermeira que entrou,
às pressas, na sala para ajudá-lo .
Descreveu-a perfeitamente, inclusive a forma do penteado, e ainda disse
o seu sobrenome, Hawkes. Contou que a viu empurrando um carrinho pela
sala, com uma máquina que parecia ter duas raquetes de pingue-pongue em
cima ( um eletrochoque, o equipamento básico de ressuscitamento).
Quando o médico lhe indagou como sabia o sobrenome da enfermeira e
o que ela fizera durante o seu ataque de coração o homem respondeu que tinha
abandonado o seu corpo, e enquanto caminhava para o salão de espera , para
ver sua espôsa - atravessara o da enfermeira Hawkes. Leu seu nome no crachá,
ao passar por dentro dela, por isso lembrou-se de agradecê-la, mais tarde .
Conversei muito longamente com o médico sobre este caso. Ele parecia
bastante desconcertado . O homem somente poderia ter relatado tudo isso,
com tamanha precisão, disse ele, se realmente tivesse estado lá”.
3- “Outro caso espantoso, que indica que as EPM são algo mais do que
meras ilusões mentais, me foi contado por um médico de Dakota do Sul .
Certa manhã, quando dirigia para o hospital, ele bateu na traseira de um
carro. Isso deixou-o muito aborrecido e preocupado . As pessoas no carro
atingido poderiam alegar algum dano físico e processá-lo por isto, exigindo
uma grande soma de dinheiro .
O acidente fez com que ficasse profundamente perturbado, e foi neste
estado de espírito que ele, mais tarde, entrou na sala de emergência, para
ressuscitar uma pessoa que estava tendo uma parada cardíaca .
No dia seguinte , o homem a quem socorrera contou-lhe uma história
incrível : “Enquanto o senhor trabalhava, deixei o meu corpo e observei o que
fazia”.
O médico principiou a perguntar sobre o que ele tinha visto e ficou
surpreso ao verificar a acuidade da descrição . Com pormenores precisos, o
homem contou-lhe como eram os instrumentos e até mesmo em que ordem
foram usados. Descreveu as cores dos aparelhos , seus formatos, e também os
mostradores das máquinas .
Mas o que, finalmente , convenceu o jovem cardiologista de que a
experiência do homem era genuína foi ele ter dito: “Doutor, sei que o senhor
está preocupado com aquele acidente. Mas não existe razão alguma para se
preocupar com coisas como esta. O senhor dedica o seu tempo em benefício
de outras pessoas. Ninguém irá prejudicá-lo”.
66
67
Este paciente não apenas apreendeu os detalhes físicos à sua volta, mas
também leu a mente do médico” .
67
68
que vivenciam uma EPM tem realmente um vislumbre do além, realizam uma
breve passagem por uma outra realidade.”
Outro famoso pesquisador de EPM, o médico pediatra Dr. Melvim
Morse tem a mesma opinião :
“Nas escolas de medicina, ensinam-nos a tentar encontrar as
explicações mais simples possíveis para os problemas médicos. Após ter
examinado todas as outras explicações para as experiências próximas da
morte, penso que a mais simples de todas é aquela que afirma serem elas, na
verdade, vislumbres do mundo do além. E por que não ? Li praticamente
todas as enroladas explicações psicológicas e fisiológicas para as EPM, e
nenhuma delas me pareceu inteiramente satisfatória”.
Michael Talbot, autor de The Holographic Universe, e estudioso do
fenômeno EPM afirma :
“Em resumo, quando todos estes dados são considerados juntos - a
natureza difundida da EPM, a ausência de características demográficas, a
universalidade da experiência essencial, a capacidade dos que vivem uma
EPM de ver e saber coisas que não têm nenhum meio sensorial normal de ver
e saber, e a ocorrência de EPM em pacientes que têm eletroencefalogramas
horizontais - não se pode escapar da conclusão: as pessoas que têm EPM não
estão sofrendo alucinações ou fantasias da imaginação, mas estão , na
verdade, fazendo visitas a um nível inteiramente diferente da realidade .”
Como resultado de suas pesquisas de 1981, até Geoge Gallup Jr.,
presidente das Pesquisas de Opinião Gallup, concorda : ‘Um número crescente
de pesquisadores juntou e avaliou os relatos daqueles que tiveram estranhos
encontros próximos da morte. E os resultados preliminares foram altamente
sugestivos de que há algum tipo de encontro com um domínio
extradimensional da realidade . Nossa própria pesquisa extensiva é o mais
recente destes estudos, e também está descobrindo algumas tendências que
apontam na direção de um superuniverso paralelo, seja de que tipo for .”
68
69
interessante caso de EPM ocorrido com um soldado grego chamado Er,que
voltou à vida quando se encontrava na pira fúnebre, após ser considerado
morto .É impressionante, como a história de Er guarda semelhança aos relatos
que estamos obtendo atualmente . Segundo o Dr. Raymond Moody Jr..
“Er partiu para uma batalha na qual muitos gregos foram mortos, e,
quando seus compatriotas foram recolher os corpos dos seus mortos de guerra,
o corpo de Er estava entre eles. Jazia, ao lado de todos os outros, sobre a pira
funerária para ser incinerado. Depois de algum tempo seu corpo reviveu e Er
descreveu o que tinha visto em sua viagem ao reino do além . Primeiro de
tudo, conta Er, sua alma saiu de seu corpo e reuniu-se a um grupo de outros
espíritos, e foram a um lugar onda havia “aberturas”ou “passagens”que
aparentemente conduziam da Terra para os reinos depois da morte . Aqui as
outras almas foram detidas e julgadas por seres divinos, que podiam ver num
relance , em uma espécie de exibição, todas as coisas que a alma tinha feito
enquanto estava na vida terrena . Er, entretanto, não foi julgado, e os seres
disseram que ele deveria voltar e informar aos homens do mundo físico a
respeito de como era o outro mundo .
Pouco antes de regressar ele viu almas que estavam sendo preparadas
para nascerem para a vida :
“Todas elas viajavam pela Planície do Esquecimento, sob um calor
terrível e sufocante, pois não havia árvores ou plantas; e ali acampavam ao
anoitecer, à margem do Rio do Olvido, cujas águas nenhum recipiente é capaz
de conter . Tinham que beber um pouco da água e, aqueles que não eram
salvos pelo bom senso, bebiam além da medida. E, ao beber , cada uma se
esquecia de todas as coisas. Depois que adormeciam e a noite avançava, soava
o estrondo de um trovão e a terra tremia . Então, elas eram levadas pelo ar,
cada uma em direção diferente, como estrelas cadentes, até seu local de
nascimento . Er disse que não lhe permitiram beber daquela água . Não
obstante, declarou-se incapaz de explicar como e de que forma retornara ao
seu corpo, mas , repentinamente, recuperou a visão e viu-se deitado na pira
fúnebre.”
69
70
mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Pois é
necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade , e que
este corpo mortal se revista da imortalidade. Mas quando este corpo mortal se
revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que esta escrita:
“Tragada foi a morte na vitória. Onde esta ó morte, a tua vitória? Onde está, ó
morte, o teu aguilhão ?
O ser de luz
70
71
“Me veio à mente o pensamento : “Vós me amais?” Não era bem na
forma de uma pergunta, mas acho que a conotação do que a luz disse era: ‘Se
você me ama, volte e complete o que começou na vida .’ E durante todo esse
tempo eu me sentia como se estivesse rodeado de uma plenitude de amor e
compaixão .
2-“Eu sabia que estava morrendo e que não havia nada que pudesse
fazer, porque ninguém me ouvia.... Eu estava fora do meu corpo, não há
dúvida sobre isso, porque podia ver o meu corpo lá na mesa de operação.
Minha alma estava fora ! Tudo isso me fez sentir muito mal no início, mas
depois veio aquela luz bem brilhante. Parecia inicialmente um tanto frouxa;
depois, era um feixe enorme. Era só uma quantidade enorme de luz, não tinha
nada de parecido com o facho de luz de uma lanterna, era só luz, luz demais. E
me dava calor; eu sentia uma sensação de quentura .
“Era uma luz brilhante, branco-amarelada, mais para o branco. Tinha
um brilho imenso; mas não dá para descrevê-la. Parecia que ela cobria tudo,
embora não me impedisse de ver ao redor de min - a sala de operação, os
médicos e enfermeiras, tudo. Dava para ver claramente e a luz não ofuscava .
“No começo, quando veio a luz, eu não sabia bem o que estava
acontecendo, mas aí ela perguntou- me perguntou assim- se eu estava pronto
para morrer . Estava falando como se fosse uma pessoa, mas não havia pessoa
alguma. Era a luz que estava falando, mas só uma voz.
“Agora, acho que a voz que estava falando comigo sabia mesmo que eu
não ia morrer. Sabe, ela estava, mais me testando do que qualquer outra coisa.
Mas, no momento em que a luz falou comigo, me senti realmente bem- segura
e amada. O amor que vinha dela é inimaginável, indescritível. Era uma pessoa
agradável para ter junto da gente! E tinha também senso de humor , se tinha !”
No Brasil, o Doutor em psicologia Pierre Weil, conduziu uma pesquisa
sobre o assunto . Comentando o fenômeno da Experiência de Saída do Corpo
(ESC) em seu livro “As Fronteiras da Evolução e da Morte”, afirma que “o
mesmo fenômeno é descrito por inúmeras pessoas que tiveram morte clínica e
foram reanimadas por processos médicos”. Reporta-se então a uma
investigação que conduziu na Universidade Federal de Minas Gerais com a
ajuda de estudantes da cadeira de Psicologia Transpessoal, sobre relatos
obtidos em estado de consciência cósmica, tais como sono, meditação, drogas
e psicose.Neste estudo havia também um grupo de relatos de experiências
próximas da morte, com oito casos colhidos no Brasil e trinta e cinco na
literatura estrangeira. Foram examinados mais de seis mil frases, e
classificadas em mais de cem categorias diferentes. No caso específico das
EPM’s , a característica mais freqüente foi o encontro com seres em outra
dimensão ( parentes falecidos, amigos , seres desconhecidos , mestres) a qual
correspondem a 67,44% dos relatos. Ainda 62,79% dos casos descreveram a
71
72
visão de uma luz indescritível, 53,48% experimentaram a experiência de saída
do corpo físico, 30,23% comunicaram-se com um ser em outra dimensão e
25,58% perderam totalmente o mêdo da morte.
Não somente as EPM’s são incríveis, mas muitas vezes a forma como
os investigadores se interessam por estudá-las também é impressionante.
Vejamos por exemplo o caso do Dr. Michael Sabom, autor do livro
Recollections of Death : a Medical Investigation. A primeira vez que o Dr.
Sabom ouviu falar das EPM’s foi através de sua amiga , a assistente social
Sarah Kreutziger . Como médico cardiologista jamais ouvira qualquer de seus
pacientes mencionar tais experiências. De qualquer maneira, resolveu indagar
de outros colegas médicos se algum deles tinha ouvido falar das EPM’s .
Nenhum deles tinha. Mas quando decidiu conversar com seus paciente a coisa
foi diferente. A respeito disto Sabom nos conta: “Perguntei a vários dos meus
pacientes, e fiquei espantado ao descobrir que um grande número deles as
experimentara. Foi muito desconcertante verificar que aquelas experiências
estavam ocorrendo bem debaixo dos nossos narizes, com pessoas que estavam
sob os nossos cuidados, e que ignorávamos tudo . Ficamos tão intrigados com
o assunto que decidimos realizar um estudo sobre as EPM’s (...) entrevistamos
cerca de cento e vinte pessoas (...)então, formou-se o núcleo do livro que
escrevi”.
72
73
- Busca crescente de espiritualidade
- Sensação de que o universo é amigo , benevolente e seguro .
73
74
representa um elemento natural, essencial e absolutamente vital da existência.
Segundo minha experiência, transformações desse tipo têm ocorrido em
grande número de indivíduos, incluindo ateus inflexíveis, céticos, cínicos,
filósofos marxistas e cientistas de orientação positivista .
À vista desse fatos, um enfoque ateísta, mecanicista e materialista do
mundo e da existência, reflete uma alienação profunda do âmago de um ser,
falta de verdadeira autocompreensão, e repressão psicológica dos campos
perinatais e transpessoais da própria psique. Significa também que o indivíduo
em questão se identifica unilateralmente com apenas um aspecto parcial de
sua natureza; aquele caracterizado pelo ego-corpo e pelo modelo hilotrópico
de consciência (orentado materialmente). Tal atitude , truncada em relação a si
mesmo e à existência é, em última análise, repleta de um sentido de futilidade
da vida, alienada do processo cósmico, repleta de necessidades insaciáveis ,
impulsos competitivos e ambições que nenhuma conquista pode satisfazer.
Numa escala coletiva , tal condição humana leva `a alienação da natureza, a
uma orientação para “crescimento ilimitado”e a uma obsessão por objetivos e
por parâmetros quantitativos da existência. Essa maneira de ser no mundo é
basicamente destrutiva: autodestrutiva tanto para o indivíduo quanto para os
planos coletivos.
O potencial terapêutico de experiências que têm qualidade espiritual
ultrapassa qualquer coisa acessível que esteja em conexão com manipulações
focalizando material biográfico. Qualquer sistema conceitual ou técnica de
psicoterapia que não reconheça e não utilize os domínios perinatais e
transpessoais da psique, apresentam uma imagem incompleta e superficial dos
seres humanos e, além disso, priva a si, e aos clientes, de poderosos
mecanismos de cura e transformação da personalidade .”
. . .
74
75
A espiritualidade é uma força vital na existência humana. Atender às
dimensões e impulsos espirituais da psique, é essencial para a manutenção de
nossa saúde e bem estar .
espécie de coisas ocorrem para ajudar, coisas que de outra forma não teriam
acerca dos quais nenhum homem poderia ter sonhado que viriam dessa
maneira.
Aprendi a ter grande respeito pelos versos de Goethe :
“Seja lá o que você possa fazer, ou sonhar que pode fazer, comece . A
75
76
ousadia tem gênio, força e magia em si mesma”
Capitulo VIII
76
77
O sexto cego tinha lhe puxado o rabo, e disse meio envergonhado ao Impera-
dor :
--- O elefante é como uma corda pendurada no alto, e quando a puxamos,
cai um monte de sujeira em cima da gente....
77
78
Heraclito e sua famosa afirmação : “Nenhuma pessoa se banha duas vezes no
mesmo rio”, indicando com isso que todas as coisas do universo estão em
contínuo processo de mudança . Subitamente, Demócrito teve uma certeza : a
matéria e o espirito deveriam ser constituídos por pequeninos blocos de
construção indestrutíveis a que deu o nome de átomos . Para ele a natureza
última era de origem, espiritual , entretanto todas as coisas materiais eram
constituídas por átomos. O s átomos seriam os blocos básicos de construção
da matéria. Tudo o que existe seria composto por suas inúmeras combinações.
Os átomos, indivisíveis, moviam-se no vácuo, impulsionados por forças
espirituais.
Essa concepção se manteve durante toda a idade média e veio a se
fortalecer com a revolução cientifica dos séculos XVI e XVII . Na Europa foi
a época do aparecimento de grandes sábios como Copérnico, Kepler, Galileu,
Bacon, Descartes, Hobbes, Locke e Newton .
René Descartes ( 1596- 1650), fundador da racionalismo moderno,
reafirmou de maneira sofisticada a separação entre espírito e matéria,
considerando todo o universo material uma grande máquina criada por Deus .
Isaac Newton ( 1642-1727), fundador da mecânica clássica, manteve a
concepção de átomo sólido e indivisível de Democrito, acrescentando que
seus movimentos eram devido à gravidade e não à forças de origem espiritual.
O retorno ao sagrado
78
79
unidades ainda menores, as partículas subatômicas. Evidenciava-se um novo
campo de estudo, a física das partículas, também conhecida como física
quântica . A partir da década de 1920, um grupo internacional de físicos, a
partir da teoria quântica de Max Planck, entre eles Albert Einstein, Max Born
e Werner Heisenberg, da Alemanha; Paul Dirac, da Inglaterra ; Louis de
Broglie, da França; Erwin Schrodinger e Wolfgang Pauli, da Austria, e Niels
Bohr da Dinamarca, desenvolveram um programa de cooperação para
investigar e conhecer melhor o mundo subatômico . As descobertas iniciadas
neste fascinante período da história da ciência transformaram, definitivamente,
nossa visão de mundo . No decorrer dos anos a pesquisa da física quântica
demonstrou que inexistia uma partícula material básica que constituísse todo o
universo, como imaginavam Demócrito e Newton . O paradigma cartesiano-
newtoniano fora mortalmente abalado em seu cerne. Desde então foram
descobertas centenas de partículas subatômicas, entre elas o Fóton, os Quarks
e os Léptons, que por meio de uma rede infinita de interconexões estruturam
toda a matéria conhecida. Até mesmo o termo partículas, é inadequado para
descrever a constituição do mundo subatômico, pois dá a entender que elas
são constituídas por alguma matéria solida, o que não é a realidade . Como
Fritjof Capra, doutor em física nuclear, nos ensina, “os átomos consistem em
partículas e essas partículas não são feitas de qualquer substancia”. As
partículas subatômicas não parecem ser sólidas ou existir com certeza em
lugares definidos, uma vez que a observação humana interfere na maneira
como elas se comportam . Dependendo de como as observamos , elas podem
ser consideradas partículas ou ondas ( freqüência).
79
80
imprevisível, a fazer parte de nossa visão científica do mundo . O paradigma
cartesiano-newtoniano, fundamentado na realidade ultima do átomo material
solido e indivisível, demonstrou-se inconsistente, equivocado e ultrapassado .
Por meio de experimentos de grande precisão matemática e sofisticação
física ultrapassamos a visão materialista e mecanicista do universo,
readquirindo uma perspectiva holística e sistêmica . É o retorno do sagrado.
Nesta nova ( e antiga ) perspectiva, habitamos universo participativo, que é
concebido como uma teia infinita de eventos dinâmicos interrelacionados,
conectados de forma instantânea por meio das chamadas conexões não-locais.
Isto significa que cada coisa no universo é afetada instantaneamente pelas
demais e, ao mesmo tempo, as influencia . Tal fato também vale para nossa
consciência: nossa mente influencia e modifica os níveis fundamentais do
universo, o mundo das partículas subatômicas. Este fenômeno, teorizado no
célebre Princípio da Incerteza de Heinsenberg, foi comprovado
experimentalmente , dando-lhe um Prêmio Nobel .
Neste ponto surge uma indagação interessante: até onde podemos com a
nossa consciência influenciar e modificar a matéria ? O físico inglês David
Bohm, com sua teoria holográfica da ordem implícita e explicita, fornece-nos
um quadro muito rico a respeito dessa questão. Ao vazio pleno, criador da
matéria , da consciência e das leis físicas, Bohm chama ordem implícita .
Criou o termo holomovimento, para designar o incessante vai- e vem que
permite o aparecimento e o desaparecimento da matéria em nosso nível de
existência .
A tudo o que se origina da ordem implícita, e que se manifesta como o nosso
universo e consciência, denominou ordem explícita. Para Bohm, a mente
“pode operar diretamente nas profundezas da ordem implícita.”Isto tem sérias
implicações para a espécie humana, pois conforme assinala o psiquiatra
Stanislav Grof, um dos criadores da psicologia transpessoal, “se as suposições
básicas da teoria holonômica, sobre a ordem explícita e implícita, refletem a
realidade, com um grau suficiente de exatidão, também é concebível que
certos estados incomuns da consciência, possam mediar experiências diretas
da ordem implícita ou nela intervir . Isto tornaria possível modificar os
fenômenos no mundo objetivo ao influenciar a matriz geradora”.Como afirma
o Dr. Deepak Chopra em seu livro Vida Incondicional: ‘para usar a linguagem
da física, uma intenção local começa a ter resultados não locais...o campo está
agindo sobre si mesmo...meu papel é apenas dar ordens, deixando o campo
computar, instantânea e automaticamente, o resultado que espero.O segredo...é
que se entra no computador cósmico usando o cérebro como teclado’. Uma
vez que somos capazes de “operar diretamente nas profundezas da ordem
implícita”e “modificar os fenômenos no mundo objetivo ao influenciar a
matriz geradora” que cria qualquer realidade material e as leis da física, existe
80
81
a possibilidade de realizar qualquer mudança que desejemos . Encontramo-nos
no campo de todas as possibilidades. Isto pode explicar muitos dos
impressionantes efeitos benéficos produzidos pela oração, meditação,
visualização, hipnose e outras técnicas tradicionais redescobertas e
investigadas pela ciência moderna. E por isto que acima afirmamos que o
campo auto-organizador criador de tudo, coordena o universo, pois coordenar
é ordenar junto, e nós seres humanos participamos ativamente, mesmo que
inconscientemente, deste processo, através de nossa consciência. No entanto,
se o processo é simples, não significa que seja fácil fazê-lo conscientemente,
pois temos que nos encontrar em “estados incomuns de consciência”. Vários
estudos científicos demonstraram que quanto mais intensas, esperançosas e
emocionalmente carregadas são as nossas expectativas, crenças e desejos,
maiores são as mudanças que podemos fazer gradualmente, tanto em nosso
corpo como em nossa própria realidade . Se aliarmos à nossa tecnologia
cientifica, práticas tradicionais milenares de alteração da consciência, como a
oração, a meditação e a visualização, poderemos realizar feitos considerados
até pouco tempo como milagrosos.
Estamos acordando para as enormes potencialidades que existem em
nosso interior. Em nosso íntimo possuímos uma passagem que nos permite
acessar a ordem implícita e alterar a realidade das coisas : o portal da
consciência .
81
82
direis a este monte : passa daqui para acolá,
e ele há de passar; e nada vos será impossível.
Jesus Cristo, Mateus 17,20 .
82
83
“Tudo o que podemos dizer é que essa visão é compatível com a idéia
de que há uma verdade, uma realidade, um ser além daquilo que pode ser
apreendido pelo pensamento, e que é inteligência, o sagrado , o santo”
David Bohm
83
84
‘Pensar é uma atividade quântica e é por isso, que ela nos permite controlar as
leis da natureza...o que os Rishis(sábios védicos da Índia Antiga) viram tão
claramente é que o campo quântico é uma fonte criativa onde cada pessoa
pode brincar, como um monte de barro esperando que uma criança venha fazer
bolos,bonecas ou casas de barro. Você não consegue ver objetos na lama
informe, mas num certo sentido, todos os objetos estão potencialmente dentro
dela...Apesar do infinito poder e vastidão do campo, não é preciso uma imensa
capacidade para comandá-lo.Fazemos isso cada vez que temos um
pensamento,mas para conquistarmos o verdadeiro domínio sobre ele, para
fazermos nossos mais profundos desejos se tornarem reais, devemos nos
empenhar para alcançar um nível mais elevado de consciência...Quando as
pessoas descobrem que seus desejos estão começando a se realizar, desafiando
o modo como a realidade supostamente deveria se comportar, o súbito influxo
de poder traz com ele emoções intensas, elas se sentem jubilosas e triunfantes,
sentem-se fundidas ao coração da natureza...o medo torna-se sem significado,
sendo substituído por um imenso alívio diante da verdadeira simplicidade da
vida”.
Dr. Deepak Chopra.
84
85
William James
Psicólogo norte-americano
85
86
CAPÍTULO IX
UM TOQUE DE MAGIA NO AR
O arquétipo do milagre e a leitura espiritual da realidade
Anos 50
Local : Universidade de Harvard, EUA .
86
87
acertos consistentemente mais elevados do que o grupo dos incrédulos
( bodes), cujos resultados ficaram abaixo da média. A expectativa
esperançosa, fez diferença para as pessoas diante de uma situação- problema
insolúvel pelos meios normais . As que acreditavam que iriam conseguir
resolver o problema, foram melhor sucedidas do que aquelas que não
acreditavam .
O Dr. J.B. Rhine, famoso parapsicólogo americano,da Universidade
Duke também realizou os mesmos experimentos, obtendo resultados
semelhantes.
A ciência confirma : vale a pena ser otimista, e esperar que tudo dê
certo. A sua expectativa positiva, pode realmente transformar situações
desfavoráveis para melhor.
Para Jung, quando uma pessoa ingressa num estado emocional de expectativa
esperançosa, alcança um estado de consciência no qual sua mente se une ao
inconsciente coletivo e ao universo, auxiliando-a a solucionar situações
impossíveis , que se encontravam além de sua capacidade normal de
resolução. Segundo o eminente psicanalista, esta capacidade interna que todos
possuímos, pode ser utilizada para nos auxiliar a resolver qualquer
problemática em que nos encontremos, desde que tenhamos esgotados todos
os esforços pessoais para resolver a situação- problema sem êxito.
Para ingressar conscientemente, neste estado emocional de expectativa
esperançosa, que tanto nos beneficia, sugerimos várias maneiras que você
utilizará de acordo com sua preferencia pessoal: visitar uma igreja, perambular
pela natureza, pintar, ler algum livro sagrado, escrever, tocar algum
instrumento musical, praticar esporte , escutar musica, meditar ou rezar.
Após realizar uma ou várias destas praticas, permaneça receptivo, pois
algum auxílio inesperado surgirá.
De que jeito este auxilio chega até nós?
De muitas maneiras, mas é necessário estarmos alertas para a solução
que nosso inconsciente e o universo estão providenciando para nós :
Um sonho poderá ocorrer fornecendo orientação .
Uma resposta pode surgir durante a meditação, oração ou leitura .
87
88
Uma solução criativa pode aparecer numa súbita inspiração, ao escutar
musica, ao passear , ou ao tomar banho.
Uma sincronicidade pode acontecer solucionando o problema .
Jung, nos anos 50, quando falava sobre estas coisas era considerado um
místico. Entretanto, não se tratava disso. Ele apenas era bem informado. Era
um grande sábio que se relacionava com muitos cientistas, inclusive Einstein,
chegando mesmo a escrever um livro, juntamente com o físico Wolfgang
Pauli, tratando das relações entre a física e a consciência .
88
89
universo ( ou qualquer outro nome, que se queira dar a ele : Deus, Mente
Cósmica, Tao, Alah, Iavé, Ordem Implícita, etc.)
A arte de compreender as mensagens orientadoras não- verbais que o
cosmos nos envia, era chamada de leitura espiritual pelos antigos .
Encontramos, tanto em textos cristãos, como nos textos hindus, pistas sobre
esta antiga arte:
O desabrochar da sabedoria
89
90
Durante os últimos quatro séculos nossa cultura ocidental tem
valorizado o desenvolvimento de todas as atividades características do nosso
hemisfério cerebral esquerdo: a lógica , a racionalidade, o pensamento linear,
a análise. Temos enfatizado o que é tangível e mensurável, desconsiderando
importantes atividades, características do hemisfério cerebral direito: a
intuição, a sensibilidade, o pensamento simbólico, a síntese, a percepção de
totalidade. Esta desvalorização cultural empobrece nossa experiência
individual e coletiva, impedindo-nos de utilizar plenamente nossos recursos
pessoais. Durante muito tempo, aprendemos apenas a confiar em nosso
raciocínio lógico e linear, através dos cinco sentidos. Isto resultou numa
experiência pessoal unilateral, árida, restrita, carente de sentido e de
significado emocional. No início do terceiro milênio, estamos percebendo que
uma apreciação plena da vida requer também as dimensões intuitivas,
simbólicas e emocionais. É perigoso e doentio sermos unilaterais, baseando
nossa percepção, existência, e atitudes, somente sobre o pensamento lógico ou
somente sobre o simbólico ( sonhos, intenções, etc). Chegou o momento de
bebermos de ambas as fontes, a lógica e a simbólica, para enriquecermos
nossas vidas e alcançarmos a sabedoria. Estaremos muito mais preparados
para compreendermos a nós mesmos, e ao mundo, bem como para desfrutar o
melhor da existência, se formos capazes de receber e processar informações,
tanto de fontes simbólicas como de fontes lógicas .
O desenvolvimento da ciência, paradoxalmente, está nos reaproximando
do sagrado. O período de aridez espiritual, dos últimos séculos, foi apenas um
breve intervalo, um obscurecimento de nossa visão cósmica. Por espiritual,
entendemos o sentimento de estarmos unidos ao cosmos, e com ele
interagirmos. Não estamos sós nesta jornada. Em março de 1986, percebendo
a saturação, o esgotamento, e a tendência violentadora da harmonia homem-
natureza provocada pela visão de mundo atual ( paradigma cartesiano-
newtoniano) um notável grupo de pensadores, cientistas, filósofos , sábios,
líderes religiosos e artistas, se reuniram em Veneza sob os auspícios da
UNESCO, no Colóquio “A Ciência face aos confins do conhecimento : o
prólogo do nosso passado cultural”,e chegaram a um acordo sobre os
seguintes pontos :
DECLARAÇÃO DE VENEZA
90
91
também na vida cotidiana através das aplicações tecnológicas. No entanto,
verificamos, ao mesmo tempo, a existência de defasagem importante entre a
nova visão de mundo que emerge do estudo dos sistemas naturais, e os valores
que ainda predominam na filosofia, nas ciências humanas, e na vida da
sociedade moderna . Pois esses valores estão fundamentados, em grande parte,
no determinismo mecanicista, no positivismo e no niilismo. Sentimos que essa
defasagem é extremamente prejudicial e portadora de pesadas ameaças de
destruição da nossa espécie .
91
92
devem também assistir passivamente à aplicação cega, levada a cabo por
outros, destas mesmas descobertas. É nossa convicção que a amplitude dos
desafios contemporâneos exige, de um lado, informação rigorosa e
permanente da opinião pública e, de outro lado, a criação de organismos de
orientação e mesmo de decisão de natureza pluri- e transdisciplinar .
PARTICIPANTES
92
93
-Professor Abdus Salam (Paquistão) , Prêmio Nobel de Física( 1979),
diretor do Centro Internacional de Física Teórica, Trieste, Itália, representado
pelo Dr. L.K. Shayo (Nigéria), professor de matemática .
-Dr. Rupert Sheldrake(Reino Unido)., Ph.D. em bioquímica,
Universidade de Cambridge .
-Professor Henry Stapp ( EUA), físico, Laboratório Lawrence Berkeley,
Universidade da Califórnia, em Berkeley .
-Dr. David Suzuki ( Canada), geneticista, Universidade da British
Columbia .
93
94
EPÍLOGO
OS CAMINHOS DA CURA
T.S. Eliot
Antes da iluminação
os rios são rios e as montanhas são montanhas .
Durante a iluminação
os rios deixam de ser rios e as montanhas
não são mais montanhas .
Depois da iluminação
os rios tornam a ser rios
e as montanhas a ser montanhas .
Sabedoria Zen
94
95
Cura e auto-organização
95
96
Terapeutas, em sua obra-prima,Saúde e Plenitude, nos diz a respeito deste
assunto:”Quando nos convocamos a existir, numa coordenada tempo-espaço,
nós nos fazemos um propósito. Há uma promessa inerente ao nosso ser. Não
estamos aqui apenas para um pic-nic ou aposentadoria.Estamos aqui para
realizar uma tarefa pessoal intransferível. Estamos aqui para concretizar uma
obra-prima; para trazer uma diferença ao universo.É o que denomino de
vocação: a voz interna de nosso desejo mais fundamental e o imperioso
impulso para realizarmos o que somos.A saúde plena não se reduz a um
estado de ausência de doenças. É uma decorrência natural de um fluxo livre de
individuação, de realização do nosso potencial inato, de alinhamento e
transparência com aquilo que somos. Os sintomas das enfermidades são
denúncias de alguma interdição no processo natural de florescimento e
plenificação do ser. Nascemos para evoluir e adoecemos quando nos deixamos
estrangular neste curso singular de aperfeiçoamento rumo ao que realmente
somos. Como afirmava o mestre tibetano Thartang Tulku, saúde plena e
despertar não se diferenciam”.
A cura, mesmo aquelas mais impressionantes, é essencialmente o retorno da
saúde, dentro desta perspectiva mais ampla, onde nos religamos com nossa
capacidade natural de auto-organização e seu fluxo de inteligência. A fim de
facilitar este processo de religação, desenvolvemos um modelo terapêutico
auto-organizador ( modelo T.A.O.), cuja expressão prática é a Terapia Auto-
organizadora ( TAO) que utilizamos em nossa prática clínica e que será objeto
de nossos próximos trabalhos .
Nesta obra nosso enfoque básico, foi o papel ativo da pessoa em seu
processo de cura. Entretanto, sabemos que todos estamos inseridos em uma
sociedade composta por vários sub-sistemas, cujas interações afetam o bem-
estar de todos nos. Não é nosso propósito, desenvolver tal tema neste
momento, todavia adiantaremos aqui algumas palavras sobre o assunto, a fim
de que o leitor perceba a importância da ação do social sobre a sua doença ou
saúde. Ignorar o papel das interações sociais no bem-estar pessoal significaria
esquecermo-nos de poderosas fontes de doenças e desajustes físicos, mentais e
emocionais, o que é em ultima instancia alienante e anti-terapeutico.
A globalização da economia, a automação de empresas e serviços e a
introdução de novos modelos administrativo-gerenciais(qualidade total,
reengenharia, etc.) estão gerando cada vez mais desemprego.Nos últimos anos
96
97
, milhões de pessoas perderam seus empregos, devido a estas mudanças
fundamentais na economia .Esta se aproximando uma grande depressão
econômica, cuja base é o desemprego estrutural ,ou seja , o desemprego em
massa a longo prazo,impedindo que as pessoas possam desenvolver o estado
de consciência e paz interior adequados à sintonia com os processos auto-
organizadores da vida e do universo. O atual sistema social é produtor de
“ruídos”em excesso, tais como salários baixos, contas a pagar, insatisfação
pessoal e profissional e falta de oportunidades que desencadeiam stress,
frustraçao, desordens físico-emocionais e a impossibilidade de crescimento
pessoal e espiritual. Numa época como a nossa, em que todos estamos
despertando para novas possibilidades de ser e viver, uma situação como essa
torna-se intolerável e opressora. Surge uma contradição entre nossos anseios
interiores e as exigências exteriores. Muitas pessoas como você, tem
consciência das necessidades de mudança, da emergência de um novo
paradigma, mas são travados pelo sistema . Necessário se faz, que criemos
juntos, medidas capazes de reverterem este processo , implementando as
condições necessárias ao surgimento de uma sociedade e de um modo de vida
mais identificados com nossas aspirações pessoais, sociais e ambientais.
Nossos espíritos clamam por transformações, nossos corpos padecem e nosso
meio ambiente agoniza. Estamos imersos na ansiedade, na depressão, no
desespero,nas drogas, no desemprego, no sub-emprego e na deterioração
ambiental. As alternativas, capazes de produzirem uma melhor distribuição de
renda e uma maior satisfação e dignidade pessoal e espiritual , permitindo a
milhões de pessoas serem donas de seu próprio nariz, sem dependerem de
nenhum patrão,obtendo mais tempo livre para si e seus familiares, já
floresceram no interior do próprio sistema capitalista. São as REDES DE
INTERESSES MÚTUOS, tais como as Associações, Cooperativas,
Comunidades de Trabalhadores,Clubes de Serviços, Círculos Holisticos e
Empresas de Network Marketing.GRUPOS DE PESSOAS CONTATANDO
OUTRAS PESSOAS, A FIM DE SE UNIREM E OTIMIZAREM
RECURSOS E IDÉIAS, COM FINALIDADES E OBJETIVOS COMUNS,
promovendo a auto-realização pessoal, emocional, cultural e financeira,
eliminando o excesso de ruído que impede o sistema homem-sociedade-
ambiente de se auto-organizar naturalmente.
Os graves desafios emocionais, sociais e ambientais com que nos
deparamos no inicio deste novo milênio, são simultaneamente
desencadeadores de fascinantes oportunidades emergentes , se compreendidos
sob a ótica do novo paradigma holístico.
97
98
98
99
“Eis um segredo maravilhoso e entretanto tão simples de sabedoria do amor
em todos os tempos: toda entrega desinteressada, ainda que mínima, toda
participação, todo amor, nos faz ricos, enquanto todo empenho pela posse e
poder nos rouba forcas e nos torna mais pobres. Souberam-no e ensinaram-no
os hindus e depois os sábios e depois Jesus...E desde então vêm repetindo isso
milhares de sábios e poetas, cujas obras ultrapassaram os tempos, enquanto
fortunas e reinos contemporâneos seus se esfacelavam e desapareciam. Podeis
ficar com Jesus ou Platão, com Schiller ou Spinoza, será sempre esta a última
e derradeira sabedoria: nem o poder, nem a posse, nem o saber, fazem o
homem feliz , só o consegue o amor. Toda entrega de si, toda renúncia feita
por amor, toda dedicação operosa, todo devotamento aos outros, parece ser
perda ou atitude inútil. E é, todavia, enriquecimento e engrandecimento de nós
próprios. Este é o único caminho que leva para a frente e para o alto. O amor é
uma canção antiga.Mas verdades não envelhecem e são sempre por toda a
parte verdadeiras, quer pregadas no deserto, quer cantadas num poema, quer
impressas nas páginas de um livro” .
99
100
Francisco Di Biase
Clínica Di Biase
Rua Paulo de Frontin, 280
Centro, Barra do Piraí-RJ
CEP 27123-120
Tel: ( 024 ) 442.3802
Internet e-mail: biase@ibm.net
100
101
BIBLIOGRAFIA.
101
102
21- Greyson, Bruce e Flynn, C.P.;1984, The Near Death Experience, Chicago
Charles C. Tomas.
22- Grof,S.,1985, Beyond The Brain, Albany, N.Y., New York State
University Press.
23 - Grof, S. e Grof, C.(org.). 1992, Emergência Espiritual, São Paulo ,
Cultrix.
24- Haley,J.;1967, Advanced Techniques of Hypnosis and Therapy, selected
papers of Milton H. Erickson.M.D. , New York, Grune and Straton.
25-Haley,J.; 1968, Uncommon Therapy, New York, Grune and Stratton.
26-Hall, J.A.; 1977, Clinical Uses of Dreams: Jungian interpretation and ena
ctments, New York, Grune & Stratton.
27 - Heisenberg, W. , 1971, Physique et philosophie, Science d’aujourd’ hui,
Albin Michel.
28 - Hesse, Hermann; 1977, Para Ler e Pensar, Rio de Janeiro, Ed. Record
29-Hiley, B.J., and Peat,F.D.; 1987, Quantum Implications , London,
Routledge and Kegan Paul.
30-Jacob, J.; 1973, The Psychology of C.G.Jung, New Haven, Yale University
Press.
31 - Johnson, W., 1990, Do Xamanismo à Ciência. Uma história da
meditação. Editora Cultrix, São Paulo.
32-Josephson,Brian,1980,L’experience de la conscience et sa place en
physique, in Science et Conscience,les deux lectures de l’univers,Stock et
France-Culture.
33-Jung,C.C.; On Synchronicity: an acausal connective principle, Collected
Works, Vol 8, New Jersey, Princeton University Press. 1952
34-Klopfer, B.; 1957, Psychological Variables in Human Câncer, Journal of
Projective Techniques, 21, 331-340.
35-Koestler, A.,1972,As Razões da Coincidência,Editora Nova Fronteira ,Rio
de Janeiro.
36-Kluber-Ross, E.; 1983, On Children and Death, New York, Macmillan.
37-Mason,A.A.; 1952, A Case of Congenital Ichthyosiform, British Medical
Journal, p.p. 422-23.
38 - Maturana, H. 1981, Autopoiesis, In Autopoiesis: a Theory of living
organization, M. Zeleny, org. Elsevier. Amsterdan.
39-Mind and Brain, 1992, Scientific American, Special Issue,September 1992.
40 - Morin, Edgard, 1980, La Méthode - 2, La Vie de la Vie.Seuil, Paris.
41 - Morin, Edgard, 1986, La Méthode -3, La Connaissance de la
Connaissance. Seuil, Paris.
42-Moody Jr.,R.A., 1976; Life After Life, New York, Bantam Books.
43-Moody Jr.,R.A.; 1978, Reflections on Life After Life, New York, Bantam
Books.
102
103
44-Moody Jr.,R.A.; 1988, The Light Beyond , New York, Bantam Books.
45-Ornstein, R.e Sobel, D., 1988, De Prazer Também Se Vive ,Edit. Best-
Seller S.P.
46-Ornish,D.; 1990, Dr Dean Ornish’s Program for Reversing Heart Disease,
New York, Random House, inc.
47 - Piaget, Jean, 1976, A Equilibração das Estruturas Cognitivas, problema
central do desenvolvimento. Zahar Editores.
48 - Prigogine, I. e Stengers, I., 1979, La nouvelle alliance, Editions
Gallimard, France.
49-Progroff, I.; 1973, Jung’s Synchronicity and Human Destiny, New York,
The Julian Press.
50-Ring, K.; 1980, Life at Death, New York, Quill .
510-Rocha, Mário Sérgio F. ; 1996, Manual de Meditação, Rio de Janeiro,
Editora Vozes.
52-Rosenthal, R. and Rosnow, R.L; 1969, The Volunteer Subject Artifact in
Behavioral Research, New York, Academic Press.
53-Sabom, M.B.; Recollections of Death, New York, Harper and Row.
54-Schemeidler, G.; 1969, Extrasensory Perception, New York, Atherton .
55 - Science et Conscience. Les deux lectures de l’universe. Stock et France
Culture.
56- Scientific Research on the Transcendental Meditation Program, Vol. 1,
1976.MERU Press.
57- Scientific Research on Maharishi’s Transcendental Meditation and TM-
Sidhi Program, vol . 2, 1990.MERU Press.
58-Siegel, B.S.; 1986, Love, Medicine and Miracles, New York, Harper &
Row.
59-Simonton, O.C. , Simonton, S. M. and Creighton, J. L., 1980, Getting
Well Again , New York, Bantam Books .
60- Talbot, M.; 1991, The Holographic Universe, New York, HarperCollins
Publisher inc .
61 - Varela, J.F., 1988, Abordagens à ciência e tecnologia da cognição,
Ciência e Cultura 40(5) 460-470, maio, Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência.
62 - Von Foerster, Heinz, 1960, On self-organizing systems and their
environments, in Self-organizing systems. Pergamon, New York.
63 - Von Foerster, Heinz, 1977, “Les Objects: Gages de Comportements
propres.”In Epistemologie génétique et equilibration. Inhelder, A.et alli,
redacteurs. Delachaux et Niestlé, Neuchatêl, Paris.
64-Wallace, R.K. and Benson, H.; 1972 The Physiology of Meditation,
Scientific American, February .
103
104
65 - Watts, Alan W.; 1972, Psicoterapia Oriental e Ocidental. Record, Rio de
Janeiro.
66-Weber, R. , 1989. Diálogos com Cientistas e Sábios . A Busca da Unidade,
São Paulo,Circulo do Livro.
67 - Weil, P., 1982, A Consciência Cósmica, Vozes, Petrópolis, 3a. edição.
68 - Weil, P., Sutich, A., Tart, C.A., Coleman, D., Le Shan, L., 1991, Mística
e Ciência-pequeno tratado de Psicologia Transpessoal vol. 2, Vozes ,
Petrópolis.
69 - Weil, P., D’Ambrósio, U., Crema, R., 1993, Rumo à nova
transdisciplinaridade. Sistemas abertos de conhecimento, Summus Editorial,
São Paulo.
70 -Wilber,K.; 1977 The Spectrum of Consciousness, Wheaton, The
Theosophical Publishing House .
71 - Wilber, K.; 1984, Le Paradigme Holographique, Le Jour Editeur, France.
104
105
CAMINHOS DA CURA.
***************************************************************
*
105
106
Os autores
106
107
CAMINHOS DA CURA.
107