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William James

“As Variedade da Experiência Religiosa: um estudo sobre a natureza humana”


William James
“As Variedade da Experiência Religiosa: um estudo sobre a natureza humana”

empirismo

FILOSOFIA (John Locke, David Hume, René Descartes, Francis Bacon)


doutrina segundo a qual todo conhecimento provém unicamente da
experiência, limitando-se ao que pode ser captado do mundo
externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela introspecção,
sendo geralmente descartadas as verdades reveladas e
transcendentes do misticismo, ou apriorísticas e inatas do
racionalismo. deixa claro que a experiência é o elemento fundacional
do conhecimento..
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pragmatismo
FILOSOFIA (Charles Sanders Peirce 1839-1914 e William James 1842-1910.)
Corrente de ideias que prega que a validade de uma doutrina
é determinada pelo seu bom êxito prático

Conhecimento das coisas de um ponto de vista pragmático é


o que contém considerações de ordem prática; prático,
realista, objetivo, e que se realiza no mundo concreto.
Dar sentido aos fenômenos à avaliação de seus aspectos
úteis, necessários ao mundo real.
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As Variedades da Experiência Religiosa resultou de uma proposta


para as Conferências Gifford em 1896, formalmente apresentada em
1898. Vinte conferencias
James começou a escrever em 1900. Problemas de saúde causaram
o adiamento das conferências até 1901; ele completou a segunda
série em 9 de junho de 1902.
Antes de partir para Edimburgo, Escócia, para a segunda série,
deixou o manuscrito com o editor. O livro definitivo apareceu em
agosto de 1902.
As reedições se sucederam após a morte de James.
Nessas condições, a 38ª edição apareceu em 1935. A edição de
agosto de 1902 tem sido a fonte da qual se fizeram as edições
subsequentes.
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Para defender o valor da manifestação religiosa como


atividade importante para os estudos científicos e construir
sua tese de que a experiência religiosa é um fenômeno digno
de estudo pela psicologia, William James vai partir do
conceito de que:

“A espiritualidade é uma condição humana resultado de uma


experiência fenomênica vivenciada pelo indivíduo em sua
plenitude registrada pelas suas ações no mundo. ”
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Essa experiência espiritual única pode ser um processo ou


uma revelação imediata mais é real, verídica e por ela ou pelo
movimento continuo, acontece uma ligação
entre o EU e um Poder Superior, que cada um que vivencia a
experiência, se reordena na sua natureza humana, e isto é que
antecede a qualquer ideia de DEUS.
O encontro deste EU com um Poder Superior, na maioria das
vezes é o resultado de uma trajetória individual que vai de
uma situação de Calamidade Extrema se apropriando desta
revelação real atinge um estado de iluminação interior diante
do mundo exterior na busca da plena felicidade.
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De forma muito consistente William James apresenta a


religião como resultado de desdobramentos, invenções,
verdadeiros mundos construídos a partir de uma experiência
espiritual individual.

Concretamente o livro deixa claro que as religiões nascem da


espiritualidade humana e não como muitos estudiosos e
pessoas normais sempre acreditaram que a espiritualidade
decorre da pratica religiosa de seus rituais, cultos, doutrina,
dogmas e principalmente de sua teologia.
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Em suas construções aparecem três elementos que ajudam


a sustentar sua discussão nas conferencias que foram
utilizados como pontos fundamentais dos grupos anônimos;
Primeiro é ter a espiritualidade como condição humana não
religiosa e resultado de uma experiência individual que pode
ser momentânea ou um processo de reeducação de vida.
Segundo que todo despertar espiritual decorre do
reconhecimento e aceitação de que do indivíduo em questão
chegou em uma situação de extrema calamidade na vida fato
que pode ser traduzido em Fundo de poço.
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Terceiro é que de uma experiência de despertar espiritual


que o indivíduo pode construir sua própria concepção de
Poder Superior, fato que reestrutura o conceito pronto e
acabado do Deus religioso e que esse Poder Superior
poderá retirar o indivíduo de sua situação de extrema
calamidade e conduzi-lo em direção a felicidade.
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Essa experiência religiosa que sempre se inicia com um


despertar espiritual antecede qualquer religião.
Se o indivíduo vivencia e narra a experiência não temos
como julgá-la ou avalia-la de fora. Reafirma que é uma
situação vivida pelo individuo, um experimento pessoal.
Diferente disso a religião é uma atividade prescrita socialmente.
Uma instituição regida por dogmas, símbolos, rituais, cultos,
doutrinas e práticas de fieis que visam a manutenção da própria
estrutura. Verdades supremas que visam orientar todas as
demais relações sociais dos seus praticantes para defender os
dogmas como essências a vida dos fiéis.
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O estudo construído por conferencias podemos dividir em


três grandes blocos: Vou apresentar um breve resumo com
destaques para alguns pontos que dizem respeito aos
preceitos dos grupos de anônimos.

I - Conferências de um a cinco delimita o problema


apresentado, os principais conceitos que fundamentam as
diferenças que possibilitam interpretar o fenômeno religioso
como experiência individual e a construção institucional bem
como suas funções nas relações humanas que em essência é
apresentada como a busca da plena felicidade.
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Todas explanações estão recheadas de exemplos

concretos tirados de escrituras religiosas, cristianismo,


budismo, islamismo e hinduísmo, estudiosos e relatos de
experiências narradas por santos ou pessoas, homens e
mulheres que tiveram suas vidas reconhecidas como no

mínimo entéricas diante dos padrões normais, por exemplo,


entre eles, Francisco de Assis e Lutero.
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II - Do bloco contendo as conferencias seis sete, oito,


nove e dez, isto colocando de maneira bem geral, vai
discutir, a trajetória dos homens como, ser humano doente,
ser que detém uma moléstia universal,

na maioria das vezes atormentado pelo eterno sofrimento


incansavelmente sai em busca da cura, e na conversão,
vislumbra, enxerga a superação de suas diversas
enfermidades.
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Pela observação destes homens convertidos podemos


certificar um processo de mudança nas suas vidas, e isso
acontece como uma evidente de expansão de consciência, e
este fato é com certeza
“Alteração de Personalidade”,
esta ideia aparece na página 219. Esta construção é feita
com uma grande quantidade de citações de grandes
pensadores desde; Santo Agostinho, Tolstoi, Binet, Freud e
outros não tão conhecido mais também muito importantes
para a academia.
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O terceiro bloco, as conferencias finais, de onze até a


vigésima, tem como centro a discussão da santidade e o
processo de mudanças da pessoa que vive e experimenta a
revelação espiritual. Um ponto Interessante para nos, e que
deve ter chamado muita a atenção de Bill, várias citações de
homens que mudaram de vida apresentam, casos de
alcoólatras que conseguiram superar o vício do álcool pelo
processo de conversão por exemplo na página 251.
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E para reafirmar as mudanças ocorridas nas pessoas que


convertidas assume um caráter de santidade ele traça as
seguintes características:
Primeiro uma sensação de achar-se numa vida mais ampla do
que a dos interessezinhos egoístas deste mundo e encontrar
um Poder Ideal,( que podemos traduzir por Poder Superior).

Segundo um sentido da continuidade amistosa do poder


ideal com a nossa vida, e um abandono solícito ao seu
controle. (que significa a entrega)
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Terceiro Uma alegria e uma liberdade imensas, à medida que


os contornos da individualidade limitadora se derretem.
Quarto Uma transferência do centro emocional para afeições
amantes e harmoniosas, na direção do “SIM SIM” , e para longe
do “Não Não”, no que diz respeito as pretensões do ego.
Pagina 254/255
Essas condições internas fundamentais tem consequências
práticas, nas características da vida das pessoas, como
podemos ver:
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Ascetismo que é a renúncia de si mesmo de forma


apaixonada, Força da Alma que é o alargamento da vida,
Pureza que tem o sentido de transferência do centro emocional
e a Caridade a ternura pelo semelhante.

Resumi as formulações para não alongar muito mais


podemos observar que as quatro estão bem inter-
relacionadas com a programação dos grupos anônimos.
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Com certeza Bill deve ter sem impressionado com alguns


argumentos construídos por William James pela analogia no
uso do álcool e seus efeitos nos homens.

A questão do misticismo, por exemplo, James vai discorrer


sobre a relação entre a sobriedade e o efeito do álcool nas
camadas mais populares, e por sinal muito interessante, na
pagina 354 diz
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“O poder do álcool sobre o gênero humano deve-se, por


certo, à sua capacidade de estimular as faculdades místicas
da natureza humana, geralmente pregadas ao solo pelos
fatos frios e críticas secas da hora sóbria.

A sobriedade diminui, discrimina e diz não, a embriaguez


expande, une e diz sim.” Quantos depoimento já ouvimos de
pessoas que dizem ter bebido para superar a timidez, e que
ficavam maravilhosamente expansivos.
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Aqui podemos perceber que a influência de James em Bill


não foi só a questão de conceituar Espiritualidade como
condição humana.
Encerrando as conferências James apresenta as seguinte
características da vida religiosa:

Primeiro que o mundo visível é parte de um universo mais


espiritual do qual ele tira sua própria significação.

Segundo que a união ou relação harmoniosa com esse


universo mais elevado é nossa verdadeira finalidade.
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Terceiro que a oração ou a comunhão interior com o espirito


desse universo mais elevado –

´seja ele Deus ou seja a Lei –

é um processo em que se faz realmente um trabalho, e em que


a energia espiritual flui e produz efeitos, psicológicos ou
materiais, dentro do mundo fenomênico. Pagina 441 ..
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Quais podem ter sido os frutos práticos, para a vida, das conversões
comoventemente felizes?
Falando de modo geral, uma atitude moral e prática, em qualquer
momento dado...

A investigação empírica não só para abrir um capítulo curioso na


história natural da consciência humana, mas para chegar a um juízo
espiritual sobre o valor total e o significado positivo das perturbações
e da felicidade religiosa que vimos.
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Essa rápida abolição de antigos impulsos e propensões nos


lembra tão fortemente o que se observou em consequência
da sugestão hipnótica, ...

que é difícil não acreditar que as influências subliminais


desempenham o papel decisivo nas mudanças abruptas do
coração, como acontece no hipnotismo.
A terapêutica de sugestão abunda em registros de cura,
depois de algumas sessões, de antigos maus hábitos com os
quais o paciente, entregue a influências morais e físicas,
lutara em vão.
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Na vigésima conferencia que se intitula Conclusões, William


James faz uma retomada de todas as demais comentando e
fazendo relações entre os diversos autores e casos citados,
que não são poucos, lembrando alguns; Santa Teresa
(pagina 28).Lutero pagina 134 Tolstoi pagina 144 Apostolo
São Paulo pagina 163 Santo Agostinho pagina 163 Jó pg
408 Kant 409 Niatize , vários trechos da bíblia, do livro
sagrado dos Indus, do budismo e vários outros estudiosos
protestantes.
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E claro que teve contato com outras máximas que depois usou
na construção da irmandade.
Por exemplo
“A fé sem ação é morta”, “Viva e deixe viver”, pg. 336 " O
estender as mãos para ajuda é como fonte de felicidade” pag. 339
“ A embriagues é uma experiência que só pode ser sentida e
descrita pelo homem que bebeu” pag 444.
“A “sugestão” é uma técnica que pode ser usada como
psicologia de cura” (pagina 111 do livro) que vai ser um ponto
central na programação
oração como medida terapêutica, pag 422,

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