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COMENTÁRIOS SOBRE

MORAL E DOGMA

por
Henry C. Clausen, 33º
Soberano Grande Comendador

SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DO RITO


ESCOCËS ANTIGO E ACEITO DA MAÇONARIA

JURISDIÇÃO SUL - E.U.A. - 1974


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TEMPLO DO SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 E ÚLTIMO DO


RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO DA MAÇONARIA DA JURISDIÇÃO SUL
DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, ERIGIDO A DEUS E DEDICADO AO
SERVIÇO DA HUMANIDADE.

SALVE IRMÃO!
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DEDICATORIA

Com todo meu amor, dedico este livro à minha esposa Virgínia, a
quem devo a mais profunda gratidão por ajudar-me tão devotadamente em
minhas tarefas maçônicas.

Henry C. Clausen

HENRY C. CLAUSEN, 33º

Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho, 33º


(Supremo Conselho Mater do Mundo)

Soberano Grande Inspetor-Geral na Califórnia


Ex-Grão-Mestre dos Maçons na Califórnia
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INTRODUÇÃO
Há necessidade de se realizar uma revisão atualizada dos pensamentos e
ações do Soberano Grande Comendador Albert Pike, conforme aparecem em seu livro
Moral e Dogma, e interpretar mais concisamente o seu conteúdo. Esta obra monumental
foi publicada em 1871, já fazendo mais de cem anos. Representava uma compilação
clássica e inspiradora das investigações de Pike e das obras de outros autores e já é
tempo de serem relatadas em nosso idioma, em nosso estilo e em nossa época. As
modificações ocorridas desde 1871 têm sido prodigiosas. Heráclito jamais foi tão exato
quando escreveu, uns 500 anos antes de Cristo, que nada é permanente exceto as
mudanças.
A Humanidade tem progredido ou retrocedido segundo nossos problemas
críticos e atuais. Estes envolvem as coisas com as quais o Rito Escocês se relaciona - o
comportamento humano. Por exemplo, como podemos controlar nossa explosão
populacional, terminar as ameaças de guerras e holocaustos nucleares, livrar-nos da
carestia mundial, conter o sofrimento das enfermidades físicas e os desajustes mentais,
deter a contaminação de nossos corpos e do meio ambiente e melhorar as habitações e
os recursos da maioria de nossos pobres?
Existe, também, o problema de saber se a civilização, mesmo conhecendo a
situação, tomaria medidas para salvarse a si mesma. Walter Lipmann escreveu, com
grande percepção, que não somente é “a suprema interrogação ante a Humanidade em
saber como pode nossa cultura salvar-se da catástrofe, mas, também, que devemos nos
esforçar muito mais para encontrar as respostas. Nós devemos descobrir, além disso,
como poderão os homens tornarem-se “desejosos de salvarem-se a si próprios.”
Certamente temos que encontrar a maneira de fazer com que os homens não
somente possam, mas que também estejam dispostos a isso. Devemos ativar o
conhecimento. Mesmo tendo à disposição as tecnologias físicas, biológicas e de
comportamento adequadas ao fim desejado, devemos convencer o povo a praticá-las. Em
outras palavras, como poderemos induzir membros de nossa cultura a trabalhar e lutar
pela sobrevivência?
A tecnologia física e biológica não nos têm dado as respostas. Os problemas
por nós agora enfrentados assim o demonstram. As religiões têm mudado desde as
ameaças do fogo do inferno até enfatizar o amor de Deus. Os governos têm substituído
as coações, buscando a persuasão. Onde então procurar?
A resposta para esta questão poderá ser encontrada, creio, na notável
descoberta de William James, pai da moderna ciência psicológica americana. Ele foi, ao
mesmo tempo, professor de anatomia, psicologia e filosofia na Universidade de Harvard -
combinando corpo, mente e alma -, um dos pensadores mais profundos deste país. Suas
palavras representam um guia para nós: “A maior descoberta de minha geração foi
aprendermos que modificando nossas atitudes mentais podemos alterar nossas vidas.”
A resposta não é, portanto, mais milagres científicos e tecnológicos, e sim
aplicar com inspiração os ensinamentos maçônicos, alterando nossas vidas para melhor.
Este é o caminho potencial para o mundo do amanhã. Devemos voltar a ter fé no ser
humano e no conceito de que ele possui, dentro de si, as capacidades corretivas
necessárias.
Russeil Conwell (1843-1925), fundador da Universidade de Temple, deu a
conferência mais popular jamais proclamada nos Estados Unidos (mais de 5.000 vezes):
“Acres de Diamantes”, tendo arrecadado mais de seis milhões de dólares para fins
caritativos. A singela lição irradia muito interesse humano e inspira o povo à prática do
princípio da autoconfiança em suas próprias forças. Nos mostra como, depois de buscar,
com afinco, fama e fortuna pelas estradas e caminhos do mundo, nos encontramos, ao
final, de volta, em surpreendente descoberta, ao nosso próprio eu.
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Como pode, então, a Maçonaria libertar as capacidades recônditas do
homem? Este livro destina-se a demonstrar onde as respostas podem ser encontradas.
Foi idealizado como um instrumento valioso que ensinará a perceber e se conscientizar
dessa forma de vida que se encontra na famosa frase de Sócrates: “A vida conhecida.”
Moral e Dogma, combinado com nossos rituais, dará aos Iniciados, membros e
estudiosos, lições espirituais de tremendo valor, as filosofias de todas as épocas e
verdades básicas que podem enriquecer e ativar o comportamento humano. Para isso, fiz
um resumo de forma curta dos sucessivos capítulos de Moral e Dogma, seguido de meus
próprios comentários sobre os mesmos. Esses resumos e comentários têm o propósito de
aumentar a participação e o interesse de nossos membros - não o de suplantar Moral e
Dogma - e de os estimular no seu estudo como fonte de sabedoria e inspiração.
Se propõem como ajuda suplementar para uma nova e completa aproximação
e, assim como o conceito de ensinar, servem para demonstrar, em seqüência numérica,
os fundamentos de cada grau, estruturados de forma que servem para o estudo
individual, para discussão em grupo e para dar conferências. Os participantes podem
relacionar a informação com suas próprias experiências pessoais. O programa destes
comentários serve para pessoas e grupos de todas as idades e experiências. Não é
nossa intenção apresentá-lo como um substituto dos trabalhos ritualísticos, nem como
uma revelação das alusões e indiretas cabalísticas ou esotéricas, mas sim tornar mais
explícito o fundamental. Somente sérios estudos e participação em cerimônias ritualísticas
podem revelar como podemos refazer o comportamento humano.
Além disso, falando classicamente, a Maçonaria não pode ensinar; somente
nos ajuda a aprender. Isto acontece durante vários períodos de desenvolvimento. Mas se
os Iniciados ficarem restritos ao progresso ou perdidos nele, a Maçonaria pode ajudá-los
a se libertarem e recomeçarem no caminho certo.
Quem procura o Rito Escocês com firmeza e dedicação em busca da verdade
pode aprender, por nossos graus, por exemplo, a futilidade da dependência nas pessoas
ou coisas, ou na aprovação ou desaprovação. A independência gera a autoconfiança. O
verdadeiro autoconfiante não fica sujeito a manipulações adversas ou influência indevida.
Ele é controlado e desfruta da liberdade e dignidade. Isso incita, por sua vez, uma moral
mais decisiva e um comportamento moderno.
Ao mantermos nosso ponto de vista que o homem possui capacidades íntimas
que podem solucionar nossos problemas, utilizamos uma aproximação de ajuda própria
baseada num sentimento intuitivo de que podemos atingir o nosso próprio íntimo. Lá
encontramos um refúgio contra as perversidades exteriores, assim como a paz e a
serenidade são encontradas antes do tufão. Lá o sol brilha e os pássaros cantam. Tenha
confiança nas suas próprias capacidades inerentes.
Emerson, em sua “Composição sobre Autoconfiança,” nos indica o caminho:

“Um homem deve aprender a vigiar aquele facho de luz que atravessa sua
mente no seu íntimo, mais do que contemplar o brilho do firmamento dos poetas e
filósofos.”
Após Buda ter conseguido seu próprio esclarecimento, ele disse a seus
seguidores:
“Seja uma lâmpada para seus pés; não procure nada fora de si mesmo.”
Jesus expressou a mesma opinião e disse:
“Nem deixem que eles digam, Aqui! ou Ali! pois, acreditem, o reino de Deus
está dentro de si.”
O que é necessário primeiramente, portanto, é um maior conhecimento próprio
- o desvendar de seu íntimo e de suas naturezas essenciais próprias. De que melhor meio
pode ser isso aprendido, senão através do Rito Escocês? Você aprende que não há
necessidade de depender de outros. Você é o primeiro, primeira classe - na dianteira, não
em segundo plano. Os Graus do Rito Escocês proporcionam total confiança em suas
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capacidades íntimas e próprias de modo que nunca você é oprimido, nem dominado por
debilidade, nem é a vítima irremediável do desespero. Quando o homem tem fé em si
mesmo ele aprende a rejeitar o irreal. Conforme Alice em Através do Espelho, o espelho
reflete a falta de realidade competitiva na frente; porém atrás se encontra a realidade - o
disparate do sucesso competitivo e fracasso, aprovação e desaprovação. Você pode
aprender a ser confiante, pisar com seus próprios pés - não dependente de pessoas ou
coisas fora de si. Então, na verdade, você será livre, terá iniciativa e confiança e viverá no
presente.
Sir William Osler (1849-1919), o grande filósofo-médico, quando jovem, na
escola de Medicina, em Montreal, tornou-se triste e desanimado sobre sua futura carreira.
Um dia, casualmente leu umas frases escritas por Carlyle que transformaram sua vida. As
palavras penetraram em sua mente como revelação renovadora. Várias vezes ele as
repetia, escrevia em cadernos, e as ensinava a seus amigos. Ele sentia que elas haviam
mudado a sua atitude na vida e que foram responsáveis por uma carreira muito feliz e de
grande sucesso. Ele dedicou-se à ciência e praticava uma fé religiosa intensa. Suas
conquistas palpáveis incluíam magia diagnóstica e pesquisas notáveis, assim como
publicações e professorado. Quando ele morreu, em 1919, o The Journal of the American
Medical Association disse: “Os anos aumentaram sua glória. Ninguém, de modo algum,
conquistou seu lugar como o melhor médico do mundo.”
As palavras de Carlyle, que tiveram tão grande influência na vida de Osler,
foram as seguintes:
“Nosso principal dever nesta vida não é avistar o que está ofuscado, à
distância, mas sim enxergar o que se apresenta claramente em nosso meio.”
Mais tarde, aquelas palavras serviriam de inspiração nas palestras de incentivo
aos estudantes, quando ele ensinava que deveríamos “viver em compartimentos voltados
para a luz do dia presente”, não nos preocupando com os acontecimentos de ontem nem
os de amanhã.
Nossos graus impressionam, com um impacto maravilhoso, os ensinamentos
de grandes verdades. Neles vocês encontrarão suas próprias aproximações diretas e as
satisfações, benefícios e engrandecimentos que aproveitarão como seres humanos
cheios de confiança. Como tais, sua vida também demonstrará ao mundo as soluções de
comportamento que podem curar os males de nossos dias.
Então, é seu dever usar sua mente ao máximo. Pense bem nos significados de
cada grau, conforme sugerimos nestes resumos e comentários. Aplique-os a si mesmo.
Acrescente seus estudos com pesquisas mais extensas. Que suas ações, então,
demonstrem que você é, de fato, assim como em nome, um Maçom do Rito Escocês.
Assim, você descobrirá os verdadeiros segredos.
E agora, “Ao trabalho, meus irmãos, que adiante soa o sino?”

Soberano Grande Comendador


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O que é o Rito Escocês?


Vocês poderão, primeiramente, indagar o que é o Rito Escocês da Maçonaria?
Estou constrangido em responder, assim com sutileza, que é impossível pensar quando
se começa a pensar! Posso lhes dizer, em primeiro lugar, o que não é. Não é a
organização formal. Nem é composto de templos magníficos. Nem é uma sociedade
severamente secreta. Nem é simplesmente ritual. Talvez deveríamos nos contentar com a
definição padrão da Maçonaria, que é a seguinte: “Um singular sistema de moralidade,
velado por alegorias e ilustrado por símbolos.”
Nossa missão geral pode ser sintetizada da seguinte maneira:
Procurar aquilo que tenha o maior valor do mundo;
Enaltecer a dignidade de cada um, a parte humana de nossas atividades
diárias e o máximo de ajuda à Humanidade;
Ajudar a constante pesquisa do homem no Universo de Deus, para que ele se
identifique, para seu desenvolvimento e seu destino;
Assim, conseguindo homens melhores num mundo melhor, homens mais
felizes num mundo mais feliz, e homens mais sábios num mundo mais sábio.
Nossa meta final, constatada simplesmente, é o desenvolvimento moral,
espiritual e intelectual da Humanidade.
Historicamente, o Rito Escocês da Maçonaria, conforme nós o conhecemos,
evoluiu como o Rito de Perfeição há mais de 200 anos no continente da Europa sob as
Constituições de 1762. Mais tarde, as Grandiosas Constituições de 1786 foram
promulgadas e tornaram-se as leis criativas e derivativas para nós e todos os Supremos
Conselhos descendentes do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nosso Supremo Conselho foi
estabe!ecido em Charleston, Carolina do Sul, em 1801, como o Supremo Conselho (Mater
do Mundo), e, portanto, todos os Supremos Conselhos regulares e reconhecidos no
mundo inteiro devem atribuir a nós a sua genealogia.
Mas as verdadeiras raízes do Rito Escocês vão muito além. Procurá-las é uma
pesquisa romântica e sensacional uma aventura no domínio da mente e do espírito. É
uma narração maravilhosa de sucesso - mais fascinante do que a famosa procura do
Cálice Sagrado e mais compensadora do que uma pesquisa bem-sucedida à pedra
filosofal.
Nossos ensinamentos e símbolos precederam nossa organização,
estabelecida há milhares de anos. Penetram profundamente nas eras antigas. Os sinais,
símbolos e inscrições são transmitidos há séculos e são encontrados nos túmulos e
templos da India até os da Núbia, através do Vale do Nilo, no Egito, até seu delta, assim
como o que era então conhecido como Caldéia, Assíria, Pérsia, Grécia, Roma, e até
mesmo no México e lucatã. O Rito Escocês, portanto, é um lugar de preciosidades. onde
estão guardadas a essência imorredoura de leis inalteráveis, a reserva de milhares de
anos de experiência Maçônica.
Aprendemos nossa missão num sistema de graus progressivos de instrução.
Ensinamos a nossos adeptos as éticas mais elevadas, as exposições sábias de filosofia e
religião, as bênçãos da caridade. Nosso código de conduta pessoal é originário dos
preceitos do cavalheirismo, dos Dez Mandamentos e da Regra de Ouro. Nós divulgamos,
verdadeiramente, a sabedoria dos Mistérios Inferiores e Superiores e seus símbolos de
palavras e frases, há muito considerados perdidos. Essas eram as verdades que Platão,
Pitágoras, Sócrates, Homero, e outros intelectuais daquelas épocas, consideravam
profundamente, que têm aparecido em religiões posteriores, e que nunca foram
reveladas, senão após prolongado preparo e aperfeiçoamento de Iniciados, selecionados
e de confiança.
Nossos graus significam o estudo e reflexão de muitos homens durante muitos
anos e com grandes dificuldades, o recolhimento de centenas de volumes para mostras e
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ilustrações, e mais trabalho do que os acumulados esforços de uma vida inteira dedicada
a tentativas para conseguir superioridade ou riquezas. Nossos adeptos, portanto,
recebem uma dádiva do maior valor. Atingem um conhecimento compreensivo de nossa
herança de história, filosofia, religião, moral, liberdade e tolerância, e de sua relação com
seu Criador, seu país, sua família e eles próprios. Esses, bem poderão também
incrementar aquela compreensão de identidade, lucidez da mente, forças de
determinação que contribuem para o sucesso pessoal na vida.
Desempenhamos nossa missão numa série de programas espirituais,
caridosos e morais. Tornamos o viver e a respiração partes primordiais de nossas
atividades, a recuperação e manutenção de padrões morais e valores espirituais, o
orgulho do patriotismo e o amor pela bandeira e à pátria, a demonstração de caridade
sem considerar a raça, a cor ou o credo. Nosso Hospital do Rito Escocês para Crianças
Inválidas, em Atlanta, foi o precursor da vasta cadeia de hospitais Mantidos pelos
“Shriner’s” em toda a Nação.
Nós temos metas positivas, e lutamos com coragem moral e entusiasmo contra
toda força ou poder que possa tentar destruir a liberdade, incluindo o despotismo
espiritual e a tirania política. Nós acreditamos e ensinamos que a soberania do Estado
significa o controle pelo próprio povo e não por um ditador escolhido ou totalitário tirano.
Nós aprovamos, portanto, a separação completa da Igreja do Estado, liberdade completa
e proteção à religião, à imprensa e ao Congresso, e à dignidade de cada indivíduo.
Consideramos isso vital para as liberdades fundamentais e para a independência de
nosso povo.
A nossa voz tem sido, portanto, forte pela dignidade humana, pela justiça
política, pelos valores morais e pela responsabilidade cívica. Através de nossos
ensinamentos, milhoes de homens e mulheres descobriram uma oportunidade de viver
uma vida mais compensadora. O exemplo de nossas ações tem sido tão comovente e
inspirador quanto o de nosso compromisso coletivo ao verdadeiro progresso humano.
Atualmente, nossa Jurisdição Mater, da qual sou Soberano Grande
Comendador, inclui 35 de todos os nossos Estados e mais os Territórios e Possessões
dos Estados Unidos, no estrangeiro.
Dos quatro milhões de Maçons, nos Estados Unidos, existem mais de um
milhão de membros do Rito Escocês. Nossa Jurisdição Mater abrange mais de 635.000
membros que pertencem aos chamados Vales, em 214 cidades. Temos clubes em muito
mais cidades. Eles se reúnem freqüentemente para fins executivos, administrativos e
evangélicos, conforme estabelecido em nossos Estatutos. O controle dos mesmos e sua
administração ficam sob a jurisdição de membros eleitos que, por sua vez, são dirigidos
por nossos Inspetores-Gerais ou Deputados. Os Inspetores-Gerais de nossa Jurisdição
Mater, agora em número de 28, se reúnem, conforme nosso Supremo Conselho, cada
dois anos, numa Sessão dirigida por mim. Quando o Supremo Conselho não está em
sessão, eu desempenho as funções do mesmo, de acordo com nossos Estatutos.
Nossa Casa do Templo em Washington, um edifício monumental, funcional, é
o ponto central de nossa organização. Temos, também, em nossa Sede, os Chefes de
Departamentos, filiais administrativas e de pessoal. Esses incluem nosso mundialmente
famoso Grande Secretário, Diretor de Educação, Redator-Chefe de A Nova Era, nossa
revista mensal.
Devo acrescentar uma palavra também com referência a sócios em nossa
Ordem. Nós damos as boas-vindas e iniciamos pesquisas com os Mestres Maçons de
Lojas Maçônicas regulares e reconhecidas. Assim, crescemos e irradiamos a luz. Nossos
Membros e delegações dedicam longas horas para avaliar e decidir sobre os homens que
acham que devem progredir além do processo de escrutínio e tornarem-se aptos a passar
pela parte mística da Maçonaria do Rito Escocês.
Todos que procuram ingressar são saudados pelo seu interesse e sua visão. A
responsabilidade e níveis de caráter, de moral e de treinamento são exigidos,
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naturalmente, e cada candidato receberá séria consideração. Assim, garantimos a
concordância com nossos níveis já testados e o processo de seleção.
Um novo membro torna-se bem-vindo e é convidado a participar de nossas
atividades.
E então, para terminar conforme iniciamos, quando procuramos uma definição:
Para mim, o Rito Escocês assemelha-se a uma árvore de simbólicas jóias
cintilantes, incrustadas com a Estrela Resplandecente da Verdade que irradia o refulgente
esplendor da Doutrina Mística do Universo, e a repercutida glória da Divindade.
Então, inspirados por nossas conquistas do passado e incentivados por nossos
esforços do presente, nós prosseguimos para desempenhos ainda mais grandiosos do
grande amanhã - em direção ao destino ainda mais sublime do nosso Rito Escocês.

Nossas Raízes Históricas


Ao voar para Porto Rico, para realizar um trabalho oficial e uma visita, em
fevereiro de 1973, acompanhado de nosso Grande Secretário-Geral, senti o estímulo de
minha própria advertência de que a História é a herança e o patrimônio da Humanidade
em suas lições do passado que nos oferecem inspiração inestimável para o futuro.
Procurando tal inspiração, precisa-se de explorações históricas do Rito Escocês e,
conforme novas descobertas são feitas, precisa-se de correções e acréscimos à nossa
literatura. Então, depois de Porto Rico, voamos para a Jamaica e fizemos pesquisas
naquelas fontes férteis de origens do Rito Escocês Americano. As minhas descobertas
sobre as primeiras épocas do Rito são as seguintes:
Maçonaria ‘Ecossais’ (Escocesa) subiu à superfície em alguma forma, em
várias épocas e lugares na Escócia, na Inglaterra e na França. Parece impossível
investigar a fonte original, porém agora sabemos que uma confluência de riachos
tributários fluíram para um reservatório em Bordéus, França. Isso se desenvolveu lá em
unidades regulares conhecidas como o Rito de Perfeição que Stephen (Etienne) Morin foi
encarregado de trazer para o Hemisfério Ocidental, em 1761. O rótulo de “Ecossais” ou
“Scottish” (Escocês) ligado a esses acontecimentos não referia-se à Escócia, porém lhe
deu a condição de marca registrada. Através da primeira nomeação de Henry Andrew
Francken para Grande Inspetor-Geral e Deputado, por Morin, cerca de 1765, em West
Indies, e as sucessivas nomeações descendentes, foi finalmente fundado, em Charleston,
Carolina do Sul, o primeiro Supremo Conselho do Grau Trinta e Três do Rito Escocês
Antigo e Aceito da Maçonaria, em 1801. Atualmente, todos os Supremos Conselhos
regulares e reconhecidos, existentes no mundo, têm como origem essa fonte.
Bordéus foi aparentemente o mais antigo centro provincial Maçônico na
Europa e foi a terra natal de Morin. Ele tornou-se Maçom lá na “Loge Française”, que
havia sido fundada em 13 de dezembro de 1740, e mais tarde foi denominada “La
Française Elue Ecossaise”. Essa foi a mais antiga de mais de cinqüenta Lojas filiadas da
“Loge L’Anglaise”, uma Loja que os Maçons britânicos fundaram em Bordéus em 1732.
Essas Lojas filiadas fizeram brotar uma fertilidade de graus que foram os progenitores do
nosso Rito Escocês.
A razão original para a organização de Lojas separadas, para conferir esses
graus “mais elevados”, talvez tenha sido um desejo de limitar o número de sócios só para
aqueles de fé Cristã. As Constituições de Anderson, de 1723, haviam desenvolvido o
campo da Maçonaria para homens de todos os tipos, que acreditavam na Divindade e na
esperança da imortalidade. Nesse sentido, deve-se observar que as mais recentes
Constituições do Rito Escocês, de 1786, da mesma maneira abriram as portas aos
homens de todas as religiões, e estabeleceram que somente quatro das nove
Constituições existentes devem professar a religião dominante.
Essas Lojas talvez tenham sido erigidas como um refúgio e passagem pelas
operações cruéis sob a famosa Bula Papal “In Eminenti”, de 1738, que decretou uma
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proibição e punição aos Maçons e à Maçonaria, e a qualquer pessoa que os ajudasse.
Morin era católico, assim como a maioria deses primeiros Maçons franceses.
Mais tarde, essas Lojas prosperaram e deram frutos nos férteis campos da
Maçonaria por razões mais importantes. Foram testemunhas de revelações, através de
sucessivos graus, de grandes verdades advindas da antiga sabedoria dos séculos,
incluindo descobertas que a Maçonaria original ocultou na sabedoria secreta, simbologia
e Mistérios Inferiores e Superiores que chegaram a nós durante muitos séculos, até
mesmo muito antes de o enigma da Esfinge Mística ter confundido a mente do homem
pela primeira vez.
Antigos manuscritos franceses daquela época provam que desde cerca de
1740, Bordéus era a mãe e controladora desses Graus Escoceses, e havia garantido
organizações filiadas sob vários regulamentos. Esses descendentes incluíam os
seguintes: Paris 1747; San Domingo, 1748; St. Pierre, San Domingo 1750; Port La Paix,
San Domingo 1752; St. Marc, San Domingo 1753; Les Caye de Fond L’Isle a Vaches, San
Domingo 1757; Perigueux, França 1759; Nova Orleans, U.S.A. 1763 (de acordo com o
requerimento de 1756).
Morin presidiu a Loge Parfaite Harmonie, que era uma ramificação da Loge
Française, e tendo sido a primeira a conferir graus tão elevados quanto à Perfeição,
trabalhando com os graus adicionais somente. Não tinha relação à Grande Loja da
França, pois naquela época nenhuma das Lojas de Bordéus fazia parte daquela Grande
Corporação. Em seqüência natural, Morin tornou-se ativo num Grande Consistório
Soberano de Príncipes do Real Segredo (Vigésimo Quinto Grau).
Como representante, viajante das fábricas de porcelana Sèvres, e distribuidor
de uma publicação religiosa, Morin havia feito diversas viagens às Índias Ocidentais
francesas. Estando designado a partir novamente, em 1761, a Grande Soberana Loja de
São João, de Jerusalém, em conjunto com o Conselho de Imperadores do Oriente e
Ocidente, fundado em Bordéus, presentearam Morin com um Diploma famoso, com
amplos poderes arbitrários. Isso lhe conferiu o grau de Grande Inspetor-Geral, e lhe
agraciou com os poderes de propagação de Corporações e Lojas e a nomeação de
Deputados, com o direito de conferir os graus de Rito de Perfeição.
Morin deixou Bordéus, conforme estava planejado, porém sua viagem foi
interrompida quando os britânicos capturaram seu navio. Levado a Londres, como
cidadão clandestino, deram-lhe a liberdade. Ele participava de Lojas na Inglaterra e na
Escócia, e encontrou-se com o Conde Ferrest (Ferres), o Grão-Mestre da Inglaterra, que
endossou a Patente de Morin. Finalmente, ele desembarcou novamente e dessa vez
chegou bem em Jacmel, San Domingo, em 1763.
Com sua promissora Patente, Morin iniciou seus planos de implantar o Rito
Escocês nas Indias Ocidentais como um verdadeiro “Johnny Appleseed” (Johnny
semeador de maçãs). Isso ele conseguiu com zelo e inspiração e risco. Cerca de 1765, e
com seus poderes, ele nomeou para seu primeiro Deputado, Henry Andrew Francken,
que ocupou vários cargos públicos, em Kingston, Jamaica. O título que Morin conferiu a
ele foi de Deputado e Grande Inspetor- Geral. Como tal, Francken foi à América do Norte,
em 1766 ou 1767, e deu andamento às atividades do Rito Escocês, em Nova lorque e em
Albany. Ele comunicou os graus a Moses M. Hayes. As Atas da Loja de Albany, que
Francken fundou em 1767, mostram que a visitou também em 1768. Com a mesma
importância, como prova de uma aliança feita com Berlim e Frederico o Grande, as Atas
da Loja de Albany, de uma reunião de 3 de setembro de 1770, apresentam, em parte: “Br.
Stringer Depy. (Deputado) Inspr. (Inspetor) cientificou aos presentes que ele havia
recebido uma ordem do Fundador para transmitir as Atas da Loja e de seu Estado, para
serem levadas para Berlim . . .”
Nos dias mais avançados de sua vida, a sorte de Stephen Morin mudou para
pior. Ele passou por situações difíceis antes de morrer. John Gillieron, seu principal
credor, recebeu Garantias Administrativas, em 23 de janeiro de 1772, dois meses após a
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morte de Morin. Morin foi sepultado no dia 17 de novembro de 1771, em Kingston,
Jamaica, na Igreja Paroquial Anglicana, ou pátio de sepultamento.
Por deferência especial de Francken, em 2 de janeiro de 1768, o Tenente
Augustin Prévost, do 60° Regimento Royal Americano, foi Iniciado no Rito de Perfeição,
em Albany. Em fevereiro de 1774, em Kingston, Francken nomeou o mesmo Augustin
Prévost, então Coronel de Regimento, como Deputado e Grande Inspetor-Geral. Foi
Prévost quem nomeou novos Deputados e tornou o Rito organizado, acessível à Escócia
e à Inglaterra.
Mais tarde, em 1781, em Charleston, Carolina do Sul, Francken transmitiu
graus a Barend M. Spitzer, de Geórgia.
Esses Deputados e Grandes Inspetores-Gerais reuniram-se, em 1794, para
um Sublime Conselho, em Filadélfia, e, em 1795, conferiram os graus a Moses Cohen.
Ele, por sua vez, os transmitiu a Hyman L. Long, em 1795. Foi Long quem, como
Deputado e Inspetor-Geral, concedeu Carta Patente ao Conde Auguste de Grasse-Tilly, e
na mesma data, atuando para os Príncipes da Maçonaria, em Kingston, concedeu uma
Patente para o sogro do De Grasse, Jean Delahogue, autorizando o estabelecimento de
uma Corporação, em Charleston. Isso foi organizado em 3 de janeiro de 1797. Conde
Auguste de Grasse-Tilly era o filho de um Almirante francês, Conde François de Grasse,
Marquês de Tilly, Conde de Provence, Príncipe d’Antibes, quem comandou a frota
francesa, derrotada pelo Almirante inglês, Lord Rodney, na “Batalha dos Santos”, mas
quem contribuiu para a final e decisiva vitória americana em Yorktown. O jovem De
Grasse foi a San Domingo para tomar posse e dirigir uma plantação de açúcar que havia
herdado de seu pai.
Fugindo de levantes locais em San Domingo e se refugiando em Charleston,
Carolina do Sul, De Grasse e Delahogue ajudaram a fundar o Conselho de Príncipes do
Real Segredo lá, em 1797. Retornando a San Domingo, em 1798 ou 1799, De Grasse
serviu como soldado sob o comando do General Hedouville. Após ser aprisionado, e
posto em liberdade logo após, porque havia tornado-se cidadão americano, De Grasse
regressou a Charleston.
Enquanto estavam em Charleston, De Grasse e Delahogue, provavelmente,
ajudaram a organizar nosso Supremo Conselho como o Supremo Conselho Mater do
Mundo. Possuímos em nossos arquivos um manuscrito que Delahogue escreveu, em
1798 e 1799, autenticado por De Grasse, dando uma cópia das Constituições de 1762.
Esse documento supunha-se que fosse uma cópia daquele que Morin entregou a
Francken, em 1768. Morin, ou levou um rascunho consigo, quando ele foi à América, em
1761, ou recebeu uma cópia das Constituições após sua chegada em 1763. Os
Comissários que compilaram as Constituições de 1762 também esboçaram e prometeram
enviar a Morin uma cópia das Constituições Secretas, de 27 de agosto de 1761, que foi a
data da Patente de Morin. Essas Constituições Secretas foram ampliadas para as
Constituições de 1762.
Em 2 de abril de 1795, Barend M. Spitzer, como Deputado Grande Inspetor-
Geral, concedeu a John Mitchell uma Patente como Deputado Grande Inspetor-Geral.
Mitchell era Juiz de Foro e Tabelião, na Carolina do Sul, Coronel aposentado e Deputado
Intendente-Geral do Exército dos Estados Unidos. Em 25 de maio de 1801, Mitchell, como
Deputado e Grande Inspetor-Geral, concedeu a Frederick Dalcho uma Patente como
Deputado Grande Inspetor-Geral.
Mitchel e Dalcho, então, organizaram e inauguraram, em Charleston, Carolina
do Sul, a 31 de maio de 1801, o primeiro Supremo Conselho Mater do Rito Escocês
Antigo e Aceito. Em 4 de dezembro de 1802, esse Supremo Conselho emitiu uma circular
que proclamava sua organização completa e dava as Grandes Constituições de 1786
como lei de sua existência e a fonte de seus poderes. Desde esse ponto, estão irradiados
todos os Supremos Conselhos regulares e reconhecidos do mundo.
12
O desenvolvimento e expansão de graus, para aqueles de nosso Rito Escocês
Antigo e Aceito, assim progrediu pelo Rito de Perfeição de Bordéus, através do Capítulo
aristocrático de Paris, de Clermont, que Chevalier de Bonneville fundou no Colégio dos
Jesuítas, em 1754, pelo Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente, e por outros
diversos sistemas tributários. Mais adiante, meu antecessor, o conceituado Soberano
Grande Comendador e clássico escritor, Albert Pike, estabeleceu a ordem sobre o caos,
publicou e repassou os rituais desses graus.
Em 21 de fevereiro de 1802, o Supremo Conselho de Charleston concedeu a
De Grasse um Diploma como Soberano Grande Inspetor-Geral, e declarou que ele era
Grande Comendador vitalício do Supremo Conselho das Ilhas Indianas Ocidentais
Francesas, com o poder de estabelecer outras organizações do Rito Escocês sob as
Grandes Constituições.
Em 1802, De Grasse voltou a San Domingo - servindo como Capitão de
Cavalaria, sob o comando do General Leclerc, o cunhado de Napoleão, e mais tarde sob
o comando do Conde de Rochambeau - e foi dali que, um ano mais tarde, um oficial
inglês o levou como prisioneiro para a Jamaica.
Após passar uns sete meses em Kingston, Jamaica, ele estabeleceu o
Supremo Conselho das Ilhas “Windward” e “Leeward”, em Port-au-Prince, em 1803.
Retornando à França, em 1804, foi a Bordéus e estabeleceu o Supremo Conselho da
França, no mesmo ano, da Itália, em 1805, da Espanha, em 1809 e da Bélgica, em 1817.
Pelo acima exposto, deduz-se que as atividades e energias de Francken,
durante uns quinze anos, como Sênior Deputado e Grande Inspetor-Geral, foram, em
primeiro lugar, responsáveis pela implantação sólida do Rito Escocês no solo norte-
americano. Ele selecionava, cuidadosamente, seus Deputados Grandes Inspetores-
Gerais. Antes, na Jamaica, ele havia sido avaliador profissional, marechal e “Sergeantat-
Mace” (Sargento), na Corte do Almirantado. Após regressar a Kingston, vindo da América
do Norte, em 1769, perdas pessoais, doenças e os subseqüentes furacões de 1784 e
1785 lhe causaram bastantes distúrbios, porém mais tarde ele foi nomeado Inspetor da
Alfândega, Mestre de Banquetes, Juiz-Adjunto da Corte de Petições Comuns de Port
Royal e Comissário da Suprema Corte. Ele faleceu em Kingston, a 20 de maio de 1795.
Considerando-se os trabalhos, liderança e sucesso avançado de Morin e
Francken, achei que eles mereciam tributos imorredouros e reconhecimento, e, portanto,
uma placa foi erigida em suas memórias na Igreja Paroquial Anglicana, em Kingston,
Jamaica. Assim, seus esforços zelosos, durante tantos anos, proporcionaram um meio
eficaz que verdadeiramente lançou o Rito Escocês numa órbita criativa e desenvolvida,
primeiramente nos Estados Unidos, e depois ao redor do mundo. Com uma visão
profética, eles despertaram nos indivíduos importantes um impulso dinâmico de expansão
do Rito Escocês. Eles tiraram das trevas, e passaram para outras mãos, uma chama
ardente que continua a iluminar a Maçonaria do Rito Escocês com um brilho sempre
crescente. Isso contribuiu para as notáveis conquistas que hoje desfrutamos e pelas quais
tanto agradecemos, exatamente como se fôssemos herdeiros de grandes fortunas vindas
de um testamento. Nosso Rito Escocês da Jurisdição Mater é, atualmente, o sistema
Maçônico de maior dinamismo e de mais rápido crescimento a envolver o mundo.
13

LOJA MAÇÔNICA DE PERFEIÇÃO

MESTRE-SECRETO
QUARTO GRAU

Resumo:

Você agora dá o seu primeiro passo para dentro de nosso santuário, em busca
da verdade e dos conhecimentos, o mais genuíno e real dos tesouros humanos. Você fica
lembrado de que seu progresso depende de seu sigilo, de sua obediência e de sua
fidelidade; sigilo pela segurança de obrigações, de deveres, de juramentos, de
comunicações; obediência às leis que refletem a vontade, o julgamento e o benefício do
povo, não a postura do tirano ou daqueles que são contrários a Deus e à natureza;
fidelidade na fé e nas promessas empenhadas à família, a amigos, à pátria e à
Maçonaria. Assim sendo, você evitará as várias seduções do prazer e da indolência, e
permitirá que os preceitos de suas obrigações sejam cumpridos. Você deve pesquisar, ler,
estudar, refletir, meditar e discriminar. A luz do conhecimento desenvolve a alma do
homem e assegura a recompensa de suas aspirações para continuação após a morte.
Com a fiel procura desses ideais, você servirá a si mesmo, seus correligionários, sua
nação e à Humanidade.

Comentário:
A primeira divisão de nossos Graus, desde o Quarto até o Décimo Quarto,
inclui aqueles conhecidos como os Graus Inefáveis.
A equipagem e o mobiliário da Loja, no Quarto Grau, formam um ambiente de
profundo luto, simbolizando a tristeza e lágrimas pela perda de seu Grão-Mestre. A
narração é recontada da interrupção criminosa nos trabalhos de construção do Templo de
Salomão. Aquela mente gigantesca foi assassinada e a palavra ficou perdida. O Rei
Salomão, confrontando com a suspensão do trabalho, inicia de maneira progressiva
Maçônica o enterro de seu irmão, depois o término do Templo, e finalmente fazer justiça
aos assassinos.
Os membros que a presidem constam de um Mestre representando o Rei
Salomão e um Inspetor representando Adoniram, Inspetor dos trabalhadores e o primeiro
Mestre-Secreto. Ao candidato é finalmente mostrado o Santuário através de portões
fechados, e explicado o significado místico de seus elementos sagrados. Ele poderá
deduzir que sendo-lhe agora ainda proibida a entrada, poderá chegar a ocasião, quando
os portões serão abertos para ele.
14
Esse grau representa uma lição valiosa para ensinar a fidelidade ao dever,
até mesmo em risco de morte, e a súbita parada da vida, quando a morte chega sem
avisar. Enquanto podemos fazer isso, devemos rever nossa filosofia pessoal e definir
nossas obrigações diárias a nós mesmos, nossas famílias, nosso país e o nosso Deus.
Nós devemos caminhar com segurança em direção a uma forma de imortalidade e
submissão ao julgamento Divino pelos atos e omissões de nossas vidas.

Alegoria - Mestre-Secreto, Quarto Grau:


A Bíblia descreve a sala denominada “o Mais Sagrado Lugar.” No oráculo “ele
construiu dois querubins, cada um com dez cúbitos (quinze pés) de altura . . .
E ele fixou os querubins (esfinges com asas) dentro da casa interna . . . a asa de
um encostava numa parede e a asa do outro . . . encostava na outra parede; e suas asas
se encontravam umas nas outras, no centro da casa. E ele folheou os querubins a ouro.”
(1 Kings 6: 23, 27, 28.)
“E os sacerdotes trouxeram a arca da promessa divina do Senhor . . . o mais
sagrado lugar . . . debaixo das asas dos querubins.” (1 Kings 8: 6:)
Sir William Osler, a quem já nos referimos, possuía tal filosofia pessoal e
profunda fé religiosa. Seu filho havia sido morto em combate, durante a Primeira Guerra
Mundial. Quando o próprio Osler foi hospitalizado, em 1919, com uma séria e derradeira
doença, ele sabia, melhor do que os médicos assistentes, como terminaria. Mesmo assim,
enfrentou a morte serenamente. Foi encontrado, após sua morte, entre seus pertences,
um pedaço de papel, no qual ele havia escrito as seguintes palavras:
15
“O Porto quase alcançado, após uma esplêndida viagem, e com tão bons
companheiros em todo o caminho, e o meu filho à minha espera.”
Perguntem a si mesmos, vocês concordam que vocês existem? Caso
afirmativo, deve ter havido um Criador chamado Deus. Não é a sua criação a melhor
prova? Ou são vocês meros vestígios de um acidente, ou de uma máquina, ou de um
animal, ou maior do que um Criador? Ou são vocês as pobres vítimas de um processo
cruel, cego, evolutivo, vindo de nenhuma parte, um nada, condenado à eterna extinção?
Não! Vocês são um exemplo dominante da habilidade do homem de surgir
acima de um estado animalístico. Vocês são almas imortais, aprisionadas durante um
certo tempo dentro de um corpo com alma, porém, regozijando-se pela dignidade que
Deus lhes deu, viajando corajosamente para um plano espiritual sempre ascendente e
mais feliz.

QUARTO GRAU

MESTRE-PERFEITO
QUINTO GRAU
16
Resumo:
A operosidade e a honestidade são virtudes domésticas que compõem um
Mestre-Perfeito. A vida é demasiadamente curta e passageira para se perder tempo em
ociosidade, em desatinos ou dissipações. Aprender e fazer combinam e desenvolvem,
com força e poderes, inerentes à poderosa alma humana. Satanás encontra perversidade
para ociosos. A honestidade ainda é o melhor procedimento e um homem honesto ainda
é o mais nobre trabalho de Deus. Portanto, viva, proceda e haja de modo que, quando
você chegar perante Deus, nenhum homem tenha ficado mais pobre por você ter ficado
mais rico; nenhum homem tenha tido menos posição social, influência, reputação ou afeto
por você ter tido mais.
Comentário:
Neste Grau, nós presenciamos solenes preparativos para um funeral mais
digno do Grão-Mestre, O Rei Salomão ordenou que os restos mortais fossem
transportados para o Templo e um túmulo adequado fosse erigido, de conformidade com
as virtudes eminentes do Grão-Mestre. Orações fúnebres do Rei Salomão e do Rei Hiram,
de Tiro, expressaram tributos generosos ao falecido, como um homem de grandes
habilidades em muitos setores e o personagem central da Legenda Hirâmica. Sua vida
também simbolizou as virtudes da operosidade, honestidade, caridade, liberdade e força
espiritual.
Exemplos do Símbolo Perdido constituem contribuições vitais e de
desprendimento à Humanidade, Considere a mãe que se perdeu numa tempestade de
neve, enquanto levava seu bebê sobre as montanhas de South Wales (Sul de Gales).
Uma equipe de pesquisadores a encontrou morta, congelada debaixo da neve. Para a
surpresa da equipe, ela estava sem roupas. Eles logo descobriram a razão. Ela havia
enrolado suas vestes em volta de seu bebê. Quando eles desenrolaram a criança, ela
estava bem e ainda vivia. A criança cresceu para tornar-se o Primeiro-Ministro da Grã-
Bretanha, durante a Primeira Guerra Mundial, um dos grandes estadistas da Inglaterra.
Sua mãe havia dado sua vida para salvar David Lloyd George.
Outra mulher, também, recebeu a chave da Palavra do Mestre. Vestida em
farrapos, ela passava pelas ruas de uma cidade francesa, segurando seu filho pequeno,
de pés no chão. Ela parou, de repente, para apanhar um objeto do chão, enfiando-o
rapidamente dentro das dobras de suas vestes rasgadas. Ao fazer isso, despertou as
suspeitas de um policial que estava perto. Ele, rudemente, forçou-a a mostrar-lhe o que
havia apanhado. A pobre e assustada mulher olhou para baixo e mostrou um fragmento
de uma garrafa quebrada. Ela disse: “Eu estava pensando somente nas crianças de pés
no chão.”
O cenário e a cor simbólica deste Grau nos lembram que, enquanto
morrermos para o pecado, poderemos reviver na virtude. Nós devemos sempre, portanto,
agir com justiça, eqüidade, honestidade e integridade, e reafirmar nossa crença
permanente na imortalidade da alma. Deste modo, nós, simbolicamente, ressuscitamos
os mortos do caixão e os colocamos no altar sagrado, assim como um Mestre-Perfeito.
Um olhar para cima, para as estrelas no céu, poderá reforçar nossa fé.
Conforme Longfellow nos diz em “Evangeline”:

“Silenciosamente, uma a uma, Nos espaços infinitos do firmamento,


Brotaram as maravilhosas estrelas, Os “miosótis” dos anjos.”

O universo é uma criação contínua. Conforme participamos desse processo,


nós nos comunicamos com o Criador - o Divino de Deus. Essa participação, como co-
Criador, é em si uma forma da imortalidade do homem, mesmo que seu espírito,
conforme cremos, supere o corpo. Nós existimos se criamos. Ser maior do que si mesmo
é o verdadeiro destino do homem, sua dignidade e sua grandeza.
17

Alegoria - Mestre-Perfeito, Quinto Grau:


Os dois reis lideram a procissão de trabalhadores, dos arredores do Templo, até o novo
túmulo. “Salomão (possuía) ... 1.400 carruagens.” (2 Chron. 1. 14.)
Os modelos para essa pintura foram uma antiga carruagem e armadura desenterradas
no Egito.
Hiram construiu os pilares Jachin e Boaz (34½ pés de altura) e dez bases de latão com
rodas. (1 Kings 7: 15, 16, 21, 27, 30.) Ele esculpiu e construiu em latão um altar contendo 12 bois
sustentando uma imensa bacia de latão (que cabiam 10.000 galões d’água). (2 Chron. 4: 3,4).

A determinação do homem em acreditar em algo mais grandioso do que ele


próprio é o trampolim de onde podemos alcançar a Divindade. Convense com homens de
fé. Leia os livros que narram as conquistas espirituais. Medite, ao fixar vosso olhar nas
estrelas de primeira grandeza. Então, você também poderá conseguir aquela revelação
espiritual conclusiva, que significa o mais elevado desenvolvimento humano.
Assim, também, devemos nos conduzir ante a suposição da vida após a
morte. O desatino de não nos prepararmos é contado na lenda de um rei que enviou seu
querido bobo da corte, Wamba, numa viagem. “Vá ao estrangeiro,” disse o rei, “e veja
tudo que existe para ser visto. Leve consigo este bastão dourado e se você encontrar um
tolo maior do que você mesmo, entregue-o a ele.” Wamba, ao regressar, encontrou o rei
nos seus últimos momentos de uma séria doença. “Eu, também, vou partir numa longa
viagem,” disse o rei, “uma viagem ainda mais longa que a sua.” “Já fez todos os seus
preparativos?”, perguntou Wamba. “Não, respondeu o rei, “não fiz nenhum preparativo.”
“Então, certamente,” disse Wamba, “é a você que devo entregar o bastão dourado.”
18

QUINTO GRAU

SECRETÁRIO ÍNTIMO
SEXTO GRAU

Resumo:
Neste Grau, nós aprendemos a rejeitar as coisas mundanas, as ambiciosas e
as sensuais, as severas, as censuráveis e as injuriosas em favor dos deveres, da
caridade e da tolerância. Em nossas vidas particulares, nós devemos praticar essas
virtudes e a Regra de Ouro, com paz, carinho e amor para com nossos pais, filhos,
amigos, vizinhos, empregados e patrões, não para obter conceito popular, mas para
nossa satisfação íntima. As organizações devem demonstrar harmonia como a força e
amparo de todas as sociedades, especialmente das nossas. O ideal seria, então, vermos
a eliminação de todas as discórdias, controvérsias e brigas, e um mundo sem guerras. Os
pensamentos nossos devem ser focalizados sobre o que é bom e sadio. Em resumo,
somos ensinados a reestruturar nossos pensamentos em canais benéficos de caridade,
de autocontrole e de sucesso.
19
Comentário:

Este Grau demonstra que pensamentos maléficos geram resultados errados. O


Rei Salomão prometeu a Hiram, Rei de Tiro, determinadas cidades na Galiléia. Hiram, ao
inspecioná-las, e sem saber que era a intenção de Salomão melhorá-las antes, ficou
decepcionado com sua aparência medíocre. Indo a Jerusalém para os funerais do Grão-
Mestre, e vendo, ao passar, o desolador estado das cidades, Hiram, com ódio, julgou que
Salomão lhe havia defraudado. Um Capitão de Guardas, vendo-o tão enfurecido, temeu
pela segurança de Salomão e escondeu-se de maneira que pudesse observar a Câmara
de Audiências. Hiram descobriu isso e, com raiva, comunicou a Salomão, o qual negou a
espionagem. Porém, Hiram encontrou o Capitão espião e, ao tentar matá-lo, foi impedido,
quando Salomão prometeu um julgamento justo para o ofensor, e também explicou seus
planos para melhorar as cidades subdesenvolvidas. Hiram, então, pediu perdão a
Salomão e também que o Capitão fosse perdoado, pois ele, realmente, merecia elogios
por sua lealdade. Nessa ocasião, então, o Capitão foi nomeado Secretário Íntimo dos dois
reis, em substituição ao cargo que o Grão-Mestre assassinado havia exercido.
A quintessência de nossos ensinamentos do Rito Escocês é pensamento
positivo. Essas palavras são usadas num sentido de significar um estado de espírito que
seja harmonioso com uma crença filosófica, da qual surge uma aproximação confiante de
vida. Podemos atingir essa condição de vivermos confiantes, através da aplicação em
nossas atribuições diárias daqueles padrões seguros de comportamentos, que são
apresentados em nossos graus.

Alegoria - Secretário Íntimo, Sexto Grau:


O Rei Hiram, quando ia matar o Capitão, foi impedido por Salomão.
20
Aplicação significa mais do que meramente desejo. Qualquer pessoa
malsucedida pode desejar. No lugar disso, há necessidade de uma resposta decisiva para
o anseio de alguma coisa além de si mesmo. Partindo dessa base existem providências
específicas a serem tomadas. Por exemplo, podemos nos comunicar com aqueles que
podem nos dar sua experiência e sabedoria nos caminhos que melhor nos convier.
Podemos usar os meios poderosos a nós presenteados por nossos rituais do Rito
Escocês, lições que transmitem os mais elevados níveis de pensamentos. Podemos
dissertar em meditação silenciosa e procurar reservas de força física. Através de
conscientes esforços, podemos fortalecer nossas atitudes positivas nos instintivos
temores e dúvidas da vida. Em suma, podemos preparar o caminho para o sucesso.
O oposto também é verdade. Você pode assumir tal papel crítico que resultará
em doença destrutiva. Entre milhares de aromas agradáveis, uma pessoa nota um único
aroma para reclamar. Uma vez, Churchill mandou construir um muro e chamou um crítico
para opinar. Quando foi notificado que o muro estava torto, Churchill deu a seguinte dura
resposta: “Qualquer tolo pode ver o que está errado. Mas pode você ver o que está
certo?”
A falta de dar é outro atributo doentio. Transgride o grande segredo da vida
aquele que crê que para se receber deve-se dar. Deve-se dar sem a menor esperança de
receber. A pessoa que não dá, muitas vezes, nega a articulação da mais fundamental de
todas as necessidades humanas: uma ânsia pelo amor. Bem semelhante é a pessoa que
restringe elogios ou cumprimentos. Ela se esquece que, enquanto ações falam mais alto
que palavras, uma falta de ambas pode ser desoladora. Aprovação e apreciação devem
ser utilizadas.
Então, também aquele que apenas come, respira e dorme, e que procura
sempre satisfazer somente suas próprias necessidades, é atingido por uma doentia
ganância. Ele fica num estado desumano, à procura de sucesso. O homem egoísta,
procurando cargos públicos, ou subindo por cima de vítimas infelizes para ganhar
dinheiro, ou se esforçando desonestamente para alcançar posições elevadas, ou vivendo
somente para os prazeres pessoais, acordará, no final, para uma realidade de futilidade
arrasadora. Sem levar em conta quanto isso possa ser natural e muito humano, como
parte de nossa psicanálise, podemos controlar a situação através da proibição - diga
simplesmente “não” ao impulso doentio.

SEXTO GRAU
21
Principalmente, portanto, neste mundo de questões de autoridade, de moral,
de instituições, de valores e de preocupações de vida, nós devemos seguir a mente sadia.
Isso dá mais sentido à vida do que maior produção, maiores vendas, maior ordenado para
levar para casa. Exemplificará em nosso comportamento diário a filosofia eficiente do Rito
Escocês com relação ao nosso conhecimento atual.
Existe uma aproximação criativa ao auxílio mútuo Maçônico - meios com os
quais podemos multiplicar nosso desenvolvimento pessoal. Podemos trabalhar, nós
mesmos, através de esforço pessoal sistemático. Isso conduz ao lado espiritual do modo
“milagroso” do Rito Escocês. Consiste de uma fonte de energia sem limite, um fenômeno
que pode ser explicado somente como vindo de um Poder Supremo, amplamente
comprovado por registros documentados de transformações de inspirações.
Considere um cientista que, até seus cinqüenta anos, era infeliz e um homem
ineficiente. Uma pessoa sem importância, desconhecida, vivendo num mundo de
escuridão e fracassos, ele era atormentado também por terríveis dores de cabeça. Ele
considerou e reconheceu que alguma coisa estava seriamente errada. Ele releu aquelas
palavras de William James: “Talvez tenhamos que abandonar nossa filosofia de
perversidade; mas o que é isso comparado com o ganho de uma vida de bondade?”
O cientista resolveu provar essa doutrina. Durante um mês, ele faria uma
experiência cuidadosa e honesta. Naquele período de tempo, controlaria seus
pensamentos. Ele pensaria somente naqueles incidentes felizes, agradáveis e alegres,
daqueles dias do seu passado. Ao pensar no presente, ele iria ocupar-se somente com as
coisas necessárias de seu lar, seu trabalho e suas oportunidades. Para o futuro, ele iria
considerar cada ambição de valor, dentro de suas possibilidades.
Ao fim de apenas oito dias de dedicação fiel, ele sentiu uma estranha
transformação - uma expectativa de importantes descobertas. Ele soube, então, que a
experiência de pensamentos positivos estava tendo sucesso. Até mesmo suas dores de
cabeça estavam desaparecendo. Ele sentiu-se feliz e contente, e tornou outras pessoas
felizes com sua personalidade mais atraente. A transformação externa de sua vida,
devido a suas mudanças de pensamento, o surpreenderam ainda mais do que sua
melhora interna. Eminentes cientistas reconheceram seus méritos; seus trabalhos foram
publicados. Ele foi eleito para uma grande sociedade científica. Isso demonstrou que
grandes forças ocultas podem trabalhar para o homem, conforme São Paulo revelou em
suas sábias palavras: “Todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam
a Deus.”
Verdadeiramente, essa foi uma experiência digna de emulação.

PREBOSTE E JUIZ
SETIMO GRAU

Resumo:

Por esse Grau, aprendemos que a justiça imparcial protege as pessoas,


propriedades, felicidade e reputação. Envolve punição e a possibilidade também de
retribuição e arrependimento pelo mal cometido e pelas perversidades. Todo criminoso,
todos que proferem palavras fúteis, e todos que praticam más ações se apresentam
destituídos de tudo, apenas com sua culpa, perante Deus. Existe a justiça divina, assim
como a justiça do homem, O que foi feito ou omitido nunca poderá ser apagado. É uma
22
verdade inegável que a maldade e a injustiça, uma vez cometidas ou omitidas, não
podem ser desfeitas. As conseqüências são eternas. A maldade contém a sua própria
penalidade retroativa. Reparação ou remorso poderá resultar em perdão, porém, o ato ou
omissão jamais é apagado. A Maçonaria tenta refrear os homens da injustiça que contém
piedade e misericórdia. Não devemos olhar com desprezo para quem causa desgraça e
ofende; mas, sim, deve haver preocupação de nossa parte como ele poderá se recuperar.
Lembre-se de que você, também, algum dia, poderá aparecer diante da justiça, se já não
tiver aparecido; ou talvez você tenha escapado à apreensão! Aqueles investidos com o
poder de julgar, quer como juiz ou júri, devem agir com paciência, corretamente, e com
imparcialidade, isentos de preconceitos, prejuízos e considerações pessoais, e analisar
com cuidado os fatos e argumentos antes de tomarem uma decisão. Nossa grande meta
é encontrar os meios mais eficazes de impedir e lidar com o mal e a injustiça, e de
reforçar as leis de Deus e do homem.

Comentário:

O Grão-Mestre tinha estado a fiscalizar um vasto número de artesãos,


encarregados da construção do Templo do Rei Salomão e, assim fazendo, havia resolvido
suas brigas e discussões e administrado a justiça. Após a morte dele, o Rei
Salomão nomeou Prebostes e Juízes para executar essas funções. Na Câmara do Meio
do Templo, realizaram-se reuniões. Eles, de fato, presidiam a corte e aplicavam a mesma
lei aos fenícios e hebreus, e tentavam fazer igual justiça a todos. Guardavam seus
arquivos numa caixa de ébano, e a chave ficava guardada com o Chefe Preboste e Juiz.
Assim como todos nós agimos como juízes, às vezes, devemos tentar fazer
justiça em decisões, julgamentos, e em nosso trato e procedimentos com outras pessoas.
O que é feito ou omitido ao avaliar e determinar a justiça nunca pode ser desfeito;
devemos agir sempre com deliberação e imparcialidade, e decidir espontaneamente com
retidão. As conseqüências do que dizemos e fazemos aqui na terra são reflexos eternos
de nosso caráter. A punição não é a execução de uma sentença, mas sim o término de
uma causa que os próprios transgressores iniciaram.
Nosso caráter moral e mental, conforme é formado em nossa vida, determina
qual será nossa sorte no domínio da eterna justiça. O pensamento de um homem, a
palavra ou o ato retornarão, de acordo com a lei de causa e efeito. Ele fez seu próprio
registro para o bem ou para o mal. Esse fato vai além da recordação. Nós serneamos
nossa semente e essa, implacavelmente, traz a colheita do que semeamos. Portanto,
aquele que prejudica o próximo, só prejudica a si mesmo. A retribuição é uma penalidade
que se repete. Conforme Schopenhauer disse, em sua figuração, o homem é um animal
feroz que prende suas garras em sua própria carne.
Existe, entretanto, o seguro incentivo que nós podemos controlar o remédio
para o mal e o aumento para o bem, através dos poderes curativos da pureza e do amor,
da razão, e a busca da realização espiritual. Nesse sentido, nós do Rito Escocês,
acreditamos que “o homem é o dono de seu próprio destino.”
23

Alegoria - Preboste e Juiz, Sétimo Grau:


Lei e Justiça, conforme administradas pelos trabalhadores, e para eles, que
construíram o Templo do Rei Salomão.

Nós estamos particularmente felizes porque podemos lutar pela justiça, nesta
vida, e conquistar memoráveis vitórias, aproveitando lições do nosso Rito Escocês como
guias importantes. O estudante perceptivo notará que, atrás do choque dos exércitos e de
ideologias, existe um esforço contra a injustiça. Nós, nesta vida, podemos perseguir a
procura incansável e sublime da justiça humana. Seu significado pode envolver muitos
ingredientes, assim como quando contemplamos a tradicional figura simbólica com
escalas de uma balança. Existe um significado mais profundo nisto do que o mero
simbolismo, conforme vocês verão, mais adiante. O conceito é crucial, pois deve haver
harmonia e oscilação, equilíbrio de igualdade e paz.
O que consideramos justiça não pode ser definido com ideais simplesmente
constatados. Está longe de ser estático. Nossos atuais níveis foram atingidos através dos
24
tempos e pela dura experiência. O Pretor romano transformou os rudes costumes num
sistema legal consistente. Comerciantes, mesmo nos tempos antigos, fizeram
contribuições valiosas por seus costumes e contratos seguros. São Paulo, amarrado com
correias, ao ser levado para dentro do castelo para exame, antes de ser açoitado,
perguntou ao centurião, “É lícito açoitar um homem romano, e não-condenado?” Assim,
ele ganhou o benefício de leis que eram iguais para todos os súditos romanos, em toda a
parte. Quando Justiniano chegou ao trono, no ano 527, preparou um trabalho que se
tornou como a Bíblia da lei Ocidental, sendo a intenção dele, assim, restituir a grandeza
de Roma e da Lei romana. Após a queda do Império Romano, e o decorrer dos séculos,
os próprios súditos, como os vigilantes mais tarde, administravam a lei.
Os Lordes da Inglaterra, da mesma maneira, se alertaram em defesa de seus
direitos, e no dia 15 de junho de 1215, foram para os prados de Runnymede para forçar o
Rei John, contra sua vontade, a colocar seu selo na Magna Carta. Quatrocentos anos
mais tarde, as cortes, assim como os Lordes da Inglaterra, falaram com coragem a James
I, o Rei, pela defesa de lei comum inglesa. Chamado à sua presença, ele as acusou de
impertinência e ordenou que, no futuro, deveriam obedecer às suas ordens e não às
decisões das cortes. Todos, exceto um, se ajoelharam e fizeram a promessa. De pé, o
intrépido Sir Edward Coke, numa altura muito acima de seus colegas prostrados, disse:
“Quando o caso acontecer, eu farei aquilo que convier a um juiz fazer.”
Nossas colônias americanas iniciaram reformas legais, durante as quais John
Peter Zenger lutou pela liberdade de imprensa, apesar de os ataques serem destinados
aos desprezados oficiais britânicos. A eloqüência marcante de Andrew Hamilton venceu.
No mesmo local onde Zenger havia sido julgado, 54 anos antes, James Madison, no dia 4
de maio de 1789, propôs a Carta de Direitos (Bill of Rights) para a nossa Constituição.
Essa Carta teve como antecessora a Magna Carta da Inglaterra, porém, a nossa é
singular, pois é escrita como as dez primeiras emendas introduzidas na Constituição dos
Estados Unidos.

SÉTIMO GRAU

Mais importante do que a própria lista de direitos são os direitos inalienáveis do


homem, direitos dados por Deus que as leis fundamentais de uma nação devem proteger.
Assim, nós também podemos pôr em prática, em nossas vidas diárias, nossa
devoção à justiça, que tem como seu centro, um respeito pela irmandade do homem
como indivíduo, um ensinamento Maçônico para as condições de vida humana.
25

INTENDENTE DOS EDIFÍCIOS


OITAVO GRAU

Resumo:

A Maçonaria reduz à prática os elevados princípios inerentes de amor a Deus,


de caridade, de moralidade e de bondade. Porém, muitas vezes os símbolos e as
cerimônias possuem, deliberadamente, significados múltiplos. A verdade é então ocultada
com sugestões e alusões, que são destinadas a serem descobertas só por etapas e
através de ponderação organizada e sistemática, e pelo estudo, É inútil avançar, a não
ser que aprendamos as lições já apresentadas em trabalhos, cerimônias e comunicações,
e a jurisprudência, relacionadas. Assim, prosseguimos em direção à nossa meta final de
Perfeição, o nome de nossos primeiros quatorze Graus. Porém, o Rito Escocês é prático.
O próprio mundo representa a Obra de Deus, e, portanto, é essencialmente bom. Na
verdade, é o começo do Céu e uma parte da imortalidade. Nós deveríamos comparar a
maldade do mundo com a bondade; a misantropia, a melancolia e o desânimo em
oposição ao contentamento, às bençãos e à felicidade. Compare nossas aflições com as
daqueles menos afortunados. Nossas falhas são mais refletidas no espelho dos inimigos
do que no dos amigos. Temos elevados deveres a cumprir e um destino promissor para
realizar nesta terra, como um nobre campo de ação.

Comentário:

Este Grau, assim como o fazem os outros, demonstra os problemas de resumir


os deveres que o Grão-Mestre assassinado vinha executando. Entre esses, estavam
aqueles de superintendente de construções, ou Intendente de Edifícios. Ao procurar um
substituto, o Rei Salomão entrevistou os cinco favoritos artífices, entre os trabalhadores
do Grão-Mestre. A seleção coube a Adoniram, que havia levado vantagem de
oportunidades apresentadas para obter conhecimentos, sabedoria, experiência e justiça
para empregados. Assim, ele estava pronto a assumir maiores e mais elevadas
responsabilidades para o término do importante trabalho do Grão-Mestre falecido.
Devemos aprender que o trabalho deve ser organizado e sistemático, e que a progressão
deve-se proceder por etapas. Isso é apenas um truísmo, que tem sido refletido no
progresso do homem nesta terra. Agora, se diz que o homem tem vivido aqui durante
muitos e muitos milhões de anos. Durante esse tempo, ele progrediu como um nômade,
um colecionador de alimentos, um caçador e depois um construtor. Primeiramente, ele
formou rudes ferramentas e utensílios de pedra, de ossos e de madeira; depois, moldou
barro e marga; e então descobriu a fundição de bronze e cobre e, finalmente, de ferro.
Durante esse tempo, ele aprendeu a cultivar o solo e fazer a colheita, capturar e
domesticar animais ferozes, construir casas, vilas e cidades. O homem sobreviveu quatro
eras glaciais e três períodos interglaciais, menos frios. A última era glacial terminou cerca
de 8.000 anos a.C.
26

Alegoria - Intendente do Edifício, Oitavo Grau:


O Rei Salomão entrevistou cinco artífices e escolheu Adoniram para superintendente
da obra, para terminar o Templo.

Todo o esplendor e todo o mistério dessa história milagrosa do homem estão


profundamente enraizados em você - e brotam com você - assim como num jardim. Todos
nós temos tido a experiência inesperada e inexplicável, com raízes profundas no passado,
uma sensação de relacionamento com lugares e pessoas. Existe dentro de vós -
destinado a perdurar para sempre - a sabedoria do Oráculo Délfico, a verdade de
Atlântida, os milhares e milhares de legados que você herdou de seus ancestrais, durante
a existência deles aqui na terra. Durante o período de sua própria vida, nessa extensão,
você talvez tenha seguido os passos de seus ancestrais primitivos, conforme eles
andavam pelas muralhas de Jericó, tão antigas que até mesmo os patriarcas Abraão,
Isaac e Jacó não sabiam quais as suas origens. Você talvez tenha ficado de pé em cima
de sua torre, quatro mil anos mais antiga que a própria pirâmide. Talvez você tenha
trabalhado com seus ancestrais num intenso calor do deserto, quando eles alimentavam o
fogo nos fornos de fusão do Rei Salomão, ou construíam as torres de Sardis, na era de
bronze, de 800 anos a.C. Atualmente, você pode encontrar, no Sul da França, as
cavernas misteriosas e fascinantes, onde seus antepassados, há mais de 25.000 anos,
pintavam, coloriam e gravavam, nas paredes de suas cavernas, as figuras e desenhos de
búfalos, veados, cavalos e símbolos. Esse impulso artístico e criativo, motivado por uma
ânsia religiosa e mágica, é estimulante para nós, pois, além de representar uma
antiguidade, significa o final do período “Cro-Magnon”, do homem como um mero
fabricante de ferramentas. E uma clara evidência da entrada do homem numa era de
verdadeira humanidade.
27
Então, nós planejamos e progredimos. A mente é o computador mais valioso
que jamais poderia ser construído. Um grupo de peritos, no campo de cálculos de
computadores, foi indagado sobre o que a ciência teria de inventar, como equipamento
equivalente, para competir com apenas uma mente humana. Calculou-se que, numa vida
inteira, se as peças fossem feitas em miniatura, conforme as utilizadas no foguete
espacial para a Lua, a máquina seria tão grande quanto o edifício das Nações Unidas, em
Nova Iorque, com um sistema de refrigeração que tivesse uma potência de saída igual à
de Niagara Falls (Cataratas do Niágara), e uma fonte de força elétrica suficiente para
suprir os lares e indústrias de todo o Estado da Califórnia.
Por meio de uma aplicação inteligente de sua energia, você pode planejar,
progredir e vencer. Isso lhe trará ricas recompensas.

OITAVO GRAU

Você pode organizar e aumentar sua eficiência, por uma fórmula simples, que
lhe ajudará a desenvolver e elevar seu potencial e a qualidade de sua vida. O grande
industrial, Charles Schwab, disse, uma vez, que a simples técnica de planejar uma
programação diária ajudou-o a ganhar 100 milhões de dólares. Ele apresentou a técnica
por um homem chamado Ivy Lee, pioneiro em relações públicas. Schwab disse a ele: “Se
você puder me dar alguma coisa que me possa alertar para as coisas que já sei que
deveria fazer, então lhe ouvirei com satisfação e lhe pagarei o que você me pedir.” Lee
respondeu: “Posso lhe dar uma coisa em 20 minutos, que lhe aumentará a ação em 50
por cento.” Lee deu a Schwab um pedaço de papel em branco e disse: “Escreva nesse
papel as seis mais importantes tarefas que você tem para fazer amanhã. Numere-as na
ordem de sua importância. Ponha, então, esse papel no bolso, e a primeira coisa a fazer
amanhã de manhã é olhar para o item um e fazer o que for preciso fazer, até que o
termine. Depois, faça o mesmo com o item dois, e a seguir com o item três, e assim por
diante. Faça isso até terminar. Não se preocupe se tiver terminado apenas um ou dois.
Trabalhe com os itens mais importantes. Os outros podem esperar. Experimente isso por
quanto tempo quiser, e então me mande um cheque pelo que você achar que vale.”
Schwab, várias semanas depois, enviou um cheque a Lee na importância de 25 mil
dólares. E na carta que o acompanhava, Schwab disse a Lee que essa simples lição de
planejamento era a mais valiosa que havia aprendido.
28

ELEITO DOS NOVE


NONO GRAU

Resumo:
O Rito Escocês atinge o centro da Maçonaria com suas conhecidas virtudes e
princípios de verdade, de franqueza e de generosidade. Aprendemos que devemos seguir
esses regulamentos práticos e ativos, que formam e controlam nossa conduta. Porém,
freqüentemente, os homens são acusados daquelas mesmas faltas que encontram no
próximo, falando, como hipócritas, de virtude, de caridade e de honra, porém, vivendo
uma vida de perversidade, de vício ou de desregramento. Existe, certamente, pouca
oportunidade dentro de uma Loja Maçônica para praticar a Maçonaria. A Maçonaria age
mais enfaticamente no mundo da competição das discussões, das tentações e dos
prazeres ilícitos. A verdadeira Maçonaria é ativa, não-indolente, especialmente quando
nossa nação, nossos Irmãos ou a Humanidade nos pede socorro. E o apóstolo da
Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, porém não se ocupa em planos ou
conspirações contra o governo civil. Permanece com a mesma calma e simples dignidade
perante todos os governos e independente de qualquer seita ou credo. Um Maçom
aprende a pisar sobre a tirania política e despotismo espiritual e a condenar a crueldade e
a insensível desconsideração aos direitos humanos, a desgraça e ruína de sua pátria, a
corrupção e a barbárie humanas. Ele, portanto, resiste à usurpação do poder que
pertence ao povo. Ele se esforça em defesa de seu amor pela liberdade e igual justiça
perante a lei, ao apoiar a educação do povo, fazendo com que a honra de sua pátria se
torne igual ao seu próprio heroísmo. Então, ele toma uma espada e, quando assaltado,
domina-a para frente, com a força de Deus. Em confrontos da mente contra superstições,
temores e prejuízos, o verdadeiro Maçom conquista e surge vitorioso, se unindo com seus
Irmãos nas Obras patrióticas de paz.

Comentário:
Este grau detalha a punição que a justiça se vê constrangida a impor pelos
crimes de traidores vilões, cometidos pouco antes do término do Templo. O Rei Salomão
quis capturar os assassinos vivos e escolheu, entre os artífices, nove para fazer a
tentativa. Um dos criminosos, entretanto, morreu numa caverna, onde estava escondido.
Ao constatar isso, o Rei Salomão presumiu, com grande ódio, que sua ordem havia sido
desobedecida. Mas, quando conheceu as circunstâncias, reconheceu que seu julgamento
havia sido demasiadamente precipitado e baseado em evidências infundadas.
29

Alegoria - Eleito dos Nove, Nono Grau:


O Rei Salomão presumiu, com grande ódio, que sua ordem havia sido
desobedecida. Mas, quando conheceu as circunstâncias, reconheceu que seu julgamento havia
sido demasiadamente precipitado.

Os criminosos, naturalmente, haviam sido motivados por avareza ambiciosa.


Esse tipo de ambição deveria ser denunciado. Existe outra ambição que é louvável. O
falecido Irmão J. C. Penney, um dos nossos membros do Grau Trinta e Três, disse, numa
ocasião, batendo na mesa com entusiasmo: “Qualquer jovem, atualmente, poderá ter
sucesso em seus negócios se tiver ambição; é o mesmo agora o que era em meus dias.”
O Irmão Penney subiu a escada do sucesso pela maneira difícil, criando muitos
magazines através de nossa pátria e uma organização mundial. Ele lutou, durante uns 70
anos, no mundo de grande competição de negócios americanos, insistindo que “um
homem precisa ter três coisas para ter sucesso em negócios: deve ser paciente, deve
gostar das pessoas e deve poder causar uma boa impressão. A Regra de Ouro tem sido
para mim mais do que uma marca registrada; tem sido um ideal a seguir. Você deve dar
muito valor e prestar bons serviços. Não posso conceber que um homem tenha sucesso
não sendo honesto. Tirei proveito de minha experiência, aprendendo a não cometer o
mesmo erro duas vezes.” Essas virtudes conhecidas, naturalmente, são as que nos
ensina a praticar nosso Rito Escocês.
Nós também sabemos que existem ocasiões quando as demandas da justiça
necessitam de ações corretivas. Então, devemos ter igual firmeza. Nossos Maçons
coloniais tiveram. Eles formaram e aperfeiçoaram os conceitos Maçônicos e um padrão
de organização Maçônico para a Proclamação da Independência, para a Constituição dos
Estados Unidos e para a Carta de Direitos. Realmente, portanto, eles criaram o que
chamo de “Americanismo de mente Maçônica.” O próprio termo “americanismo” foi
inventado por um desses patriotas, John Witherspoon, um dos maçons que assinaram a
Proclamação da Independência.
30
Fundamentalmente, o Americanismo de mente Maçônica é simplesmente o
ardente desejo do homem pela liberdade que o poeta apontou:

“Deixe que o homem seja livre!


As eficazes palavras que falaram não foram as deles próprias.
O espírito do Altíssimo moveu seus próprios lábios imortais.”

Você pode compreender, portanto, por que nosso Supremo Conselho do Rito
Escocês tem sido um importante intérprete de patriotismo e liberdade. Sabemos que a
Maçonaria só pode existir nesse tipo de clima. Certamente, onde não há lei, não há
liberdade. É por isso que os Maçons, na maioria - mentes Maçônicas dirigindo mãos
Maçônicas -, escreveram, em documentos básicos, tudo aquilo que corresponde ao nosso
conceito de uma América livre, de uma América moral, de uma América cumpridora das
leis. Os Maçons têm uma responsabilidade inerente sobre a segurança, a sobrevivência e
a continuidade daquilo que chamamos “o Modo Americano de Vida”. Dizemos com nosso
Irmão, Theodore Roosevelt: “Nós, aqui na América, temos nas mãos o futuro do mundo, a
fé dos próximos anos, e vergonha e desgraça será a nossa se, diante de nossos olhos, a
luz de alto conceito seja ofuscada ou se trilharmos na poeira as esperanças douradas do
homem.”

NONO GRAU

ELEITO DOS QUINZE


DÉCIMO GRAU

Resumo:
Tolerância é o tema dominante deste Grau. A história registra um trajeto
sangrento de perseguição, quando os homens se achavam, ilicitamente, no direito de
punir o próximo por suas opiniões contrárias. Essa espécie de intolerância é condenada
pela Maçonaria. Achamos que toda pessoa tem o direito a pontos de vista religiosos e
políticos, dele próprio ou dela própria, e que nenhum ser humano pode sinceramente
dizer que somente ele ou ela conhece a verdade. Seja o que for que uma pessoa
sinceramente acredite, é para ela ou ele a verdade, e ela ou ele sabe que somente a
31
educação e a cultura podem vencer a intolerância e o fanatismo. A Maçonaria, apesar de
ser religiosa, não é uma religião, porém, dentro de seus preceitos e diretrizes existem as
verdades e a moralidade universal de todos os credos e religiões reconhecidos. Esses
incluem aqueles em que nossos membros devem tomar parte - a crença num único Deus,
numa alma imortal, e numa vida moral e virtuosa.

Comentário:
Este Grau desenvolve uma continuação das punições aplicadas aos dois
últimos traidores, pelos seus crimes atrozes. O Rei Salomão acrescentou mais seis
artífices aos nove já eleitos, e esses quinze, então, saíram à procura dos dois, o que
resultou na captura dos dois restantes assassinos, que foram encontrados trabalhando
numa pedreira. Foram levados a julgamento, para Jerusalém, onde foram considerados
culpados e foram então enforcados e cortadas as cabeças. Simbolicamente, eles
representam os inimigos da liberdade, isto é, emoções desenfreadas - de onde surgem a
tirania e o despotismo - e o fanatismo, de onde surge a intolerância e a perseguição. O
terceiro e o mais culpado criminoso significa a ignorância das massas, que permite a
ambição e o fanatismo. “Um povo desenvolvido não pode ser escravizado, e um povo
ignorante não pode ser libertado.”
Nós, do Rito Escocês, somos tolerantes para com todos os credos e religiões.
Não forçamos nenhum dogma aos nossos membros, nem procuramos purificar nenhum
dogma que se confunda com a Ciência ou que impugne a História. Mitos e histórias
poderão ser uma fase da eterna procura do homem por Deus. Portanto, dizemos:
“Deixe que os sacerdotes pretensiosos batalhem com os credos, que minha
igreja é aquela que oferece o maior número de boas ações.”
No entanto, nós não somos tão “ingênuos” ao ponto de confundir tolerância
com licenciosidade, quando se refere à nossa sobrevivência Maçônica e nacional.
Lembre-se do antigo refrão:
“Aqueles que exclamam Apaziguar! Apaziguar! Apaziguar! são enforcados por
aqueles a quem eles tentaram agradar.”

Alegoria - Eleito dos Quinze, Décimo Grau:


Os artífices apreendem e capturam os dois últimos assassinos, que estavam
trabalhando numa pedreira, na região montanhosa de Gath.
32
Que não haja nenhum engano. Existem, atualmente, inimigos vingativos e
implacáveis da Maçonaria. São motivados por ignorância, intolerância e escravidão
mental e espiritual. Daí, eles se confrontam com os conceitos Maçônicos de liberdades
constitucionais, vida atualizada e direitos inerentes do povo. O princípio de liberdade
rejeita as regras do sacerdócio sobre aqueles que estão na ignorância. Portanto, alguma
parte no sacerdócio é inimiga cruel daqueles que querem desenvolver e educar o direito
de cidadania de uma nação, através de escolas públicas grátis e com taxas pagas, uma
imprensa livre, liberdade de pensamento e de religião.
A Maçonaria nem teme, nem odeia qualquer seita ou sociedade, porém fica
alerta para guardar e proteger a Humanidade contra a intolerância, a tirania, o fanatismo e
a brutalidade ignorante. Algumas vezes, os mais tímidos dentre nós, numa atitude de
“escoderijo”, reclamam que nossos regulamentos do Supremo Conselho, programas e
práticas poderão ofender as sensibilidades daqueles que não são membros de nossa
organização. É afirmado em certas ocasiões, por exemplo, que nossos avisos de
violações de Igreja-Estado são de uma natureza “contra”. A esperança é expressada até
que nós deveríamos reprimir qualquer atividade que possa impedir as profissões
ecumênicas do sacerdócio.
Porém, se fôssemos sucumbir diante dessas posições de homens mal-
orientados, mas bem-itencionados, ou Irmãos, cairíamos no abismo do esquecimento.
Seria o suicídio Maçônico.
Lembre-se de que nossa reação básica contra ataques sobre o muro de
separação entre a Igreja e o Estado foi estritamente defensiva. Estamos nos defendendo
contra agressões. Os líderes de algumas igrejas iniciaram os pedidos e campanhas pelas
violações e subsídios ilegais por parte do Estado.

DÉCIMO GRAU
33
Isso, para nós, é a espécie de tirania a qual o perceptivo De Tocqueville nos
avisou quando disse: “A tirania da legislatura é realmente o perigo que mais devemos
temer.” Quando os líderes da Igreja aplicam a dureza clerical sobre os legisladores
susceptíveis a violar nossa tradicional separação Igreja-Estado, são culpados desse tipo
de tirania.
Existe a necessidade, portanto, de defesa contra tal tirania legislativa, para
auxiliar nossas cortes, e defender nossas liberdades constitucionais. Assim procedendo,
nós não estamos “contra” ninguém ou contra nada. Nós estamos “a favor” dos princípios
americanos de liberdade e de justiça, “a favor” de nossas escolas públicas. Isso não é
para afirmar que escolas públicas estão acima da crítica. É bem o contrário.
Reconhecemos que existe lugar para melhorar e que devemos participar na estrutura de
nossas escolas e trabalhar para aperfeiçoamentos. Apesar das óbvias falhas, nunca
devemos “jogar fora o bebê, junto com a água de lavagem.”
Se as melhores relações com líderes de mentalidade ecumênica da Igreja vão
resultar na perda de nossas liberdades americanas ou pôr em perigo o bem-estar e
segurança da Maçonaria, então o preço é demasiadamente alto! Nós estamos firmes com
nossos Fundadores Maçônicos! Dizemos, vamos defender nossas liberdades.
Proclamamos com o Profeta Maomé:
Ainda que o Sol à minha direita
E a Lua à minha esquerda
digam: Silêncio,
Mesmo assim, falarei!”

ELEITO DOS DOZE


DÉCIMO PRIMEIRO GRAU

Resumo:

Uma característica que destaca todo o verdadeiro Maçom é a palavra-chave


deste Grau - simpatia. Ele deve manifestar esse sentimento não somente para com seus
Irmãos, como também para toda a Humanidade. Pois, ele encara a raça humana como
uma grande família a qual Deus o ligou e criou com elos invisíveis através de uma
poderosa cadeia de circunstâncias. Especialmente ao entrar para nossa Fraternidade, ele
realmente sente simpatia para servir seus irmãos, para cessar qualquer isolamento
anterior, e escolher as oportunidades de pôr em prática deveres altruísticos de trabalhos
que assumir para com seus Irmãos na Maçonaria. Ele, então, sabe quanto é essencial ser
dedicado, verdadeiro, digno de confiança e sincero; a fim de proteger o povo contra
imposições ilegais e para melhorar seu aproveitamento; e visto a segurança do governo
livre depender da integridade do povo comum. Uma nação que proclama grandeza pela
tirania sobre estados oprimidos, taxas pesadas e injustas, e alianças mais sutis do que
sadias, torna-se realmente empobrecida e à beira da ruína.

Comentário:
Reclamações foram feitas ao Rei Salomão sobre abusos no costume oriental
em “providenciar” a arrecadação de impostos. Procurando a opinião do Rei Hiram, de
Tiro, Salomão mudou o sistema, de modo que seus representantes supervisionassem
34
pessoalmente as arrecadações. Ele desejava recompensar aqueles das Doze Tribos de
Israel que demonstraram zelo e fidelidade na captura e punição dos criminosos; então,
escolheu doze dentre os Eleitos dos Quinze para constituírem uma nova ordem e lhes
deu o comando sobre as Doze Tribos. As tribos que estavam trabalhando no Templo,
depois disso, apresentavam-se, diariamente, através dos doze, ao Rei Salomão e
recebiam seus salários.
As imensas analogias de excessos de impostos existem através da civilização.
Por exemplo, Edward Gibbon, no seu clássico livro, O Declínio e Queda do Império
Romano, apontou que abusos semelhantes e a decadência da religião e da moral entre o
povo de Roma foram as causas fundamentais de seu enfraquecimento e sua conseqüente
ruína.
Gibbon tinha em mente, é claro, o ressurgimento de Roma que teve início
cerca de 500 anos a.C., quando os romanos expulsaram os invasores tiranos de Tarquin,
da Etrúria. Os vitoriosos, então, formaram uma república que se tornou o sólido alicerce
para um império poderoso que se espalharia sobre todo o mundo civilizado e duraria
quase quatro séculos e meio. O seu governo incluía um sistema de cheques e balanços
semelhantes aos que encontramos atualmente em nossa Constituição, e assim evitava
uma concentração de autoridade pessoal. Não é de se admirar que um Bispo de Lião
escreveu, no segundo século de glória de Roma: “O mundo está em paz, e passamos
pelas estradas sem temor, e viajamos para onde queremos.”

Alegoria - Eleito dos Doze, Décimo Primeiro Grau:


Pórtico de Julgamento do Rei Salomão. Por conselho de seu amigo, Rei Hiram, de
Tiro, o Rei Salomão selecionou doze homens para servir como governadores ou vice-regentes,
sobre as Doze Tribos de Israel.

Porém, essa segurança e magnificência começaram a decair e houve um mau


agouro quando os irmãos Gracos se disfarçaram como campeões heróicos dos direitos do
35
povo. Na realidade, eles eram demagogos políticos, mal-intencionados. Manipularam as
massas, afastaram o Senado e subverteram a segurança constitucional. Fizeram isso
através de distribuição de terras, de sementes grátis para a população urbana e
programas de trabalho. Por esse meio, eles ganharam votos e enriqueceram seus
partidários. Como sempre, essa corrupção foi uma circunstância súbita, mas aconteceu
gradativamente. A princípio, um pouco de trigo e óleo para os pobres infelizes; depois,
trigo e óleo para os eleitores não tão pobres, e mais tarde trigo e óleo para todos que
tinham um voto a dar.
Júlio César percebeu nesse abrandamento do caráter romano uma situação
propícia para sua chicanice política - mais suborno para as massas, e a utilização
medíocre do poder militar. Então, ele explorou a corrupção a favor do seu esquema
sinistro de uma ditadura que levou a completar a desintegração da república.
Alguns anos atrás, tínhamos na Califórnia um conceituado Grande Capelão da
Grande Loja, o Rabi Jacob Nieto. Numa noite, ele deveria dividir um programa de rádio
com uma senhora, cada um tendo direito a meia hora. A senhora falou primeiro, e durante
muito tempo, e utilizou todo o período destinado ao Rabi. Quando ele se levantou para
falar, tinha apenas uns dez minutos. Ele iniciou, com invulgar ardor, comentando,
primeiramente, sobre a perigosa tendência de nosso povo a comercializar todas as fases
de nossa vida nacional. Citou, então, as palavras de Goldsmith em “Deserted Village”
(Vila Deserta):
“O mal domina a terra, um despojo de males crescentes,
Onde a riqueza se acumula e o homem entra em decadência.”

DÉCIMO PRIMEIRO GRAU

Finalmente, com o pulso fechado para o alto, com tanta força que as juntas
dos dedos apareciam brancas pela pressão, ele se dirigiu diretamente a nós:
“Sejam fortes, jovens, sejam fortes! Não se enganem pelas aparências
externas, mas procurem as grandes realidades, que são permanentes e eternas.
Sirvam sua Pátria e seus Deus, eu lhes peço, com o seu melhor talento e o melhor de
sua vida. E não fiquem perdidos neste mundo superficial e cintilante, onde tudo é
fictício, e nada é real.
Avante! E Deus lhes abençoe.”
Ele sentou-se, ainda com meio minuto de seu escasso tempo restando.
Ficamos eletrificados por sua inspiradora oratória e rompemos num tremendo aplauso.
36

MESTRE-ARQUITETO
DÉCIMO SEGUNDO GRAU

Resumo:
Existe, como instinto, em todo o coração humano, pelo menos uma parcela
moderada de fé nos princípios morais, na virtude e em Deus. Isso é tão real quanto o
instinto que dirige um animal. Então, essa fé, sendo inerente da natureza humana, possui
uma missão em nossa orientação divina tão genuína e autêntica quanto o instinto de um
animal. A fé produz a sensação de que a alma humana viaja em direção a essa
Divindade. Nós possuímos poderes dos quais nós temos apenas um diminuto
conhecimento. A Maçonaria tenta desenvolver as características instintivas dadas por
Deus, e aceitar como guia suas sugestões semiconscientes. A vida é o que cada homem
a torna; o otimista transforma uma provação em uma bênção, o pessimista só vê ruína e
infortúnio. Fé em nossos compatriotas é a base de nossas transações terrenas e
instituições, porém, o mais importante é que a fé seja a crença nos poderes espirituais de
um justo, sábio e benevolente Ser Supremo.
Comentário:
Este é um grau científico que demonstra os princípios de arquitetura e a
ligação das artes liberais com a Maçonaria. A ação mostra a admissão ao cargo de
Mestre-Arquiteto seguida de um exame de habilidade. Os instrumentos e ferramentas de
trabalho da Maçonaria são utilizados para exemplificar as analogias morais e éticas. Uma
aplicação dessas ao que nós fazemos em nossa vida diária resultará inevitavelmente em
nos tornarmos melhores, mais sábios e mais úteis.
Nós adaptamos o Esquadro às superfícies planas e também para a geometria
e para medir a Terra. Os antigos supunham que a Terra era plana. O Compasso se
relaciona a esferas ou trigonometria esférica. Isso também refere-se aos corpos celestiais.
Em sua Matéria-Prima, publicada em 1613, Valentinianos estabeleceu uma representação
de um triângulo sobre um Esquadro, ambos desenhados dentro de um círculo. Acima
disso, havia um corpo humano com uma cabeça de homem e de mulher, porém, com
apenas dois braços. O braço do homem perto do Sol segurava o Compasso e o braço da
mulher perto da Lua segurava o Esquadro. A Terra era, então, considerada feminina ou a
mãe generosa, enquanto que o Sol era considerado masculino ou o gerador da Terra.
Assim combinados, simbolizavam a natureza dupla da Divindade.
O Compasso representa a parte espiritual, intelectual e moral da Humanidade,
e o Esquadro representa a parte material, sensual e inferior. A Maçonaria utiliza esses
símbolos para fins de ensinamentos. Como Cavaleiro lhe foi ensinado que as espadas
simbolizam honra e dever.
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Alegoria - Eleito dos Doze, Décimo Primeiro Grau:


O Templo e a Cidadela do Rei Salomão foram planejados e construídos pelo Mestre-
Arquiteto do Rei Salomão. “E o Rei Salomão . . . tirou Hiram para fora de Tiro . . Ele era o filho de
uma viúva . . . E ele veio ao Rei Salomão, e terminou todo seu trabalho.” (1 Kings7: 13, 14.
(1) O Portão Sudoeste, (2) o Palácio de estilo egípcio da Rainha, (3) Palácio do Rei
Salomão, (4) o Pórtico de 32 pilastras, (5) o Pórtico de Julgamento de Salomão, (6) a Casa da
Floresta do Líbano, (7) Casa do Sumo Sacerdote, (8) Portão da Cone Frontal do Templo, (9) Cone
Frontal e (10) Templo do Rei Salomão a Jeová.

Poucos homens, em qualquer campo de atividades, jamais chegam ao cume


do sucesso sem um senso íntimo e forte e uma demonstração de moral. Um caráter
desonesto é finalmente descoberto. Em negócios, o homem não pode ser um pouco
desonesto, assim como a mulher não pode estar um pouco grávida! Ou ele é honesto ou
não é. Ou ele tem integridade ou não tem. É óbvio que ele não deve adotar uma pose
hipócrita apenas por aparência.
A fama de honestidade compensa de maneira notável. Donaldo Gouglas
procurou construir e preservar tal fama para sua companhia aérea. Numa ocasião, ele
estava competindo com a Boeing para vender à Eastern Airlines seus primeiros grandes
jatos. A Eastern era, então, chefiada pelo Irmão, Eddie Rickenbacker, Grau 33º. Ele disse
ao Sr. Douglas que suas especificações e ofertas pelo DC-8 chegavam perto das da
Boeing em tudo, exceto na supressão de barulho. Ele, então, deu ao Sr. Douglas uma
última oportunidade de aceitar a Boeing nesse fator. O Sr. Douglas consultou seus
engenheiros e informou que sentia não poder fazer a promessa. O Irmão Rickenbacker
então respondeu: “Eu sabia que você não podia. Queria, apenas, saber se você ainda era
honesto. Assim, você ganhou um pedido de 165 milhões de dólares!”
Atualmente, precisamos de incentivo daqueles valores morais que
representam o alicerce de negociações comerciais e boa cidadania. Assim procedendo,
tornamos a Maçonaria viva e encontramos uma saída para nossas almas.
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Os astrônomos dizem-nos, agora, que viram as massas exteriores de matéria
sendo expulsas, de galáxias distantes, em grande volume e velocidade, sendo que a luz
das mais distantes leva 16 bilhões de anos para chegar à nossa Terra! De fato, o Rito
Escocês é um gigantesco telescópio que revela estudos espirituais conforme
prosseguimos, de etapa em etapa, através de nossos graus. Não estamos preocupados
em construir apenas um esplêndido e grandioso cerimonial; nem construímos um arcano
dentro do qual devem ser escondidos segredos surpreendentes. É preciso um olho
perspicaz para observar e entender nossas lições, assim como nós precisamos de
telescópios gigantescos para penetrar nas distâncias infinitas do Universo.
Os segredos da filosofia e do misticismo, assim como os de química e
matemática, ficam reservados aos poucos que os procuram dentro de sua capacidade e
compreensão.

DÉCIMO SEGUNDO GRAU

As fórmulas de um químico e os axiomas de Euclides são proclamados em


toda parte tão claramente quanto no quarto em que estamos sentados, porém, só com a
vivacidade podemos compreendê-los.
Procuramos incitar nos corações de nossos associados um amor pelo
conhecimento e assim inflamar suas almas com uma ânsia pelo crescimento mental e
espiritual. Podem eles, então, dedicarem-se a uma pesquisa da verdade que deverá
dominar suas vidas. Os símbolos de um verdadeiro Maçom do Rito Escocês não são
frases fluentes, nem respostas rápidas ou jóias cintilantes, mas uma insaciável
curiosidade, um prazer em aprender, e um desejo de saber e encontrar a verdade
radiante.

REAL ARCO DE SALOMÃO


DÉCIMO TERCEIRO GRAU
39
Resumo:
O Real Arco de Salomão faz parte dos Gráus Inefáveis da Maçonaria do Rito
Escocês. Durante séculos, os hebreus eram proibidos de pronunciar o sagrado nome de
Deus, o consideravam mágico e sagrado e, onde o encontravam, liam, em substituição, o
nome “Adonai.” O conhecimento da verdadeira pronúncia foi escondido do povo comum, e
supunha-se que poderes sobrenaturais aos poucos favorecidos eram dados. A concepção
da Divindade variava de acordo com as capacidades intelectuais; entre os incultos Ele era
investido com os atributos inferiores da Humanidade, entre os intelectuais espirituais Ele
era um Ser, Puro e Santo. Nosso Rito Escocês dispersa as nuvens escuras e neblinas
que até então cobriam os mistérios sagrados. A alegoria da Palavra Perdida e outras
verdades ocultas ficam explicadas. O verdadeiro conhecimento da Única Suprema
Divindade é apresentado. Um glorioso amanhecer ilumina o Oriente e a luz penetra nos
lugares escuros e escondidos. E assim o Real Arco do Templo sagrado da Liberdade é
revelado como uma expressão fundamental do povo, personificado num instrumento
escrito que não pode facilmente ser modificado ou violado impunemente. Não basta que o
povo ganhe liberdade. Ele deve preservá-la, e não confiar-la a guarda ou a vontade de um
só homem.

Comentário:
Nós revemos neste Grau a lenda contando que Enoch estava tão
possuído pelo amor a Deus que a Divindade apareceu diante dele num sonho e
revelou Seu verdadeiro nome. Enoch, então, saiu à procura do cenário do sonho.
Sentindo-se cansado, parou na terra de Canaã e contratou trabalhadores para
cavar nove apartamentos na terra, um debaixo do outro, e cada um com um arco
de sustentação. O mais baixo, ou nono, foi talhado numa dura rocha e, nesse,
Enoch colocou, num pedestal de alabastro claro, uma placa triangular de ouro
sobre a qual ele havia gravado o inefável a Divindade. Sobre a abóbada, ele
mandou construir um templo modesto que escondia a entrada das que estavam
abaixo.
O Rei Salomão, propondo a construção de um edifício para a
administração de justiça pública, sem saber, escolheu o local do antigo templo de
Enoch. O Grão-Mestre-Arquiteto e dois Intendentes dos Edifícios inspecionaram a
terra a fim de iniciar as fundações e, casualmente, descobriram a entrada das
abóbadas. Um Intendente dos Edifícios entrou em cada uma delas, e, finalmente,
descobriu o cubo de ágata e a placa de ouro, gravada com caracteres misteriosos.
Ninguém podendo decifrar isso, levaram-na para o Rei Salomão, que estava em
conferência com o Rei Hiram, de Tiro. Ao ver a inscriçao, o Rei Salomao percebeu
que era realmente o nome verdadeiro da Divindade. Regozijando-se com a boa
sorte dos três descobridores, ele conferiu a eles os títulos e a ordem de nobreza de
Maçons do Nono ou Real Arco.
Sendo o Grão-Mestre um símbolo para nós, assim nós nos lembramos que um
povo não deve somente ganhar, mas deve também preservar a liberdade. Isso não
deveria estar à mercê de um só homem. No Grande Templo da Liberdade o lugar-chave
do Real Arco é a lei fundamental, escrita, nunca modificada apressadamente ou violada
com escusas, mas permanecendo sagrada como a Arca da Aliança.
40

Alegoria - Real Arco de Salomão, Décimo Terceiro Grau


Trabalhadores encontram o sinal gravado da Palavra Inefável

Uma vez alguém perguntou: “O que torna uma nação grande?” É um grande
número de pessoas? Não, do contrário a China seria a nação superior. São grandes
riquezas? Não, em nossos primeiros dias na América nós éramos insignificantes e
pobres. É valentia militar? Não, do contrário Roma teria continuado a ser a nação mais
poderosa da Terra. É talento intelectual? Não, do contrário a Grécia teria permanecido a
mais notável nação.”
A América do Norte projetou-se nas alturas porque os homens que formaram e
adaptaram seu governo possuíam a maior coisa que movimenta a Humanidade - o
espírito que liberta os homens. Platão exprimiu em palavras o que é essa liberdade. Ele
disse: “A Liberdade não é meramente uma questão de leis e constituições. Somente é
livre aquele que reconhece a ordem divina dentro de si, o verdadeiro nível pelo qual o
homem pode se governar.”
Finalmente, reconhecemos que uma única palavra não pode conferir poderes
supernaturais. O Rei Canute, antigo governador dinamarquês da Inglaterra, ensinou a
seguinte lição aos seus seguidores que pensavam que ele possuía tais poderes. Ele
visitou uma praia e pediu que fosse colocada uma cadeira na areia, defronte a maré
montante, e perguntou: “Vocês acham que a maré me obedecerá se eu ordenar que ela
pare?” Eles colocaram a cadeira. E ele repetia várias vezes o comando: “Maré, pare!”
Porém, ela chegava cada vez mais perto, até que enormes respingos atingiram toda a
equipe real. Todos retrocederam, molhados e em grande e indiscutível desapontamento.
Atualmente, em Southampton, existe uma placa de bronze como testemunho
da ocorrência, onde se lê: “Neste local, no ano de 1032, Rei Canute censurou seu pessoal
da corte.”
Assim, ele advertiu que os homens não devem adorar a própria humanidade;
pelo contrário, nós devemos procurar o verdadeiro poder além da humanidade.
41

DÉCIMO TERCEIRO GRAU

GRANDE ELEITO OU PERFEITO E SUBLIME MAÇOM


DÉCIMO QUARTO GRAU

Resumo:

Chegamos agora ao ponto de reflexão, de consideração e de análise. Cada


pessoa deve descobrir por si mesma os Segredos contidos em nossos símbolos e no que
já foi dito e executado nesse trabalho. Nós caminhamos rumo ao inatingível, porém, mais
perto de aproximarmo-nos da perfeita verdade. Deus deu a cada um de nós tarefas para
executar, e deveres para cumprir no progresso do grande plano de esclarecimentos e de
crescimento. Nesse plano, existem tristezas e provações que são destinadas a purificar e
fortalecer nossas almas. Não pode ser verdade que essas coisas nos sejam impostas por
meios sadísticos ou cruéis. Finalidades boas, de acordo com o guia de misericórdia divina
e sábia, devem ser o resultado. Nosso futuro bem-estar depende de como nós
procedermos nesta vida. Então, devemos viver de tal modo que a morte não representará
nenhum terror para nós. Pelo contrário, haverá um alívio de nossas provações terrestres
para as regiões espirituais, lá em cima.
42

Comentário:
Este é o último dos chamados Graus Inefáveis. Se relaciona à Inefável palavra
que nos referimos em alguns dos graus anteriores. De acordo com a lenda, os três Grãos-
Mestres se encontravam numa abóbada debaixo do Santuário do Templo. Quando um
deles foi assassinado, os outros dois concordaram em não se encontrarem mais ali, até
que eles tivessem escolhido um substituto e, até essa ocasião, eles não revelariam a
Palavra Secreta. Quando o Mestre-Arquiteto e os dois Intendentes dos Edifícios
descobriram e entregaram o Cubo de Ágata a Salomão, os dois Reis o depositaram na
abóbada secreta e permitiram que os três artesãos estivessem presentes e os cientificou
da pronúncia da Inefável Palavra. Então, eles criaram uma nova Ordem, denominada
Grande Eleito, Perfeito e Sublime Maçom ou, conforme nós o chamamos, “Perfect Elu”
(Perfeito Eleito). Os dois Reis e os três artesãos foram os primeiros membros.
O significado oculto de nossos Graus do Rito Escocês não está definitivamente
interpretado. Você pode fazer isso por si mesmo. Os segredos ficam escondidos de todos,
menos às poucas pessoas perceptíveis, e são revelados somente através de estudos
mais completos e profundos. Por exemplo, na antiga mitologia, um Esquadro era o
símbolo do material e dos princípios; um cubo, o símbolo do homem materialista. Um
Triângulo é o símbolo de Divindade e, por associação, de todas as coisas divinas e
espirituais. Então, um Triângulo dentro de um Esquadro, ou sobre a face de um cubo, que
parecem similares, simbolizam o divino dentro do material.

Alegoria - Grande Eleito ou Perfeito e Sublime Maçom, Décimo Quarto Grau:


Os Guardiões da Inefável Palavra.

O padrão dos antigos mistérios exigia recepção em três etapas: purificação,


iniciação e iluminação; isto é, perfeição.
O batismo não pertence exclusivamente ao Cristianismo. Pelo contrário, como
símbolo de purificação, era um rito de iniciação religiosa há milhares de anos antes de
Cristo. Os votos de um Grande Eleito são assumidos após o batismo e purificação
simbólica. Tem então a participação do pão, a antiga promessa hebraica de irmandade, a
participação do vinho, símbolo da sabedoria e do conhecimento. Isso é também para
lembrar que a hospitalidade é uma verdadeira virtude Maçônica e que cada um de nós
deve a seu Irmão a bondade, a cortesia e a pronta e alegre ajuda e alívio. Depois, então,
tem a Investidura com o anel do Décimo Quarto Grau, e com o Avental, Colar e Jóia.
Então, a Palavra Sagrada é explicada, comunicada e demonstrada.
43
A história desse Grau conclui a referência ao Primeiro Templo. Quando ficou
pronto, os construtores adquiriram honra imortal e sua Ordem tornou-se estabelecida e
regulamentada. Novos associados eram admitidos apenas por mérito. Mas, infelizmente,
o Rei Salomão, em sua idade avançada, ficou surdo à voz do Senhor, e tornou-se
irregular na sua conduta, ao ponto de profanar as três finalidades do Templo, oferecendo
a Moloch o incenso que deveria ser oferecido somente ao Deus vivo. O povo, seguindo os
vícios e futilidades de seu Rei, tornou-se orgulhoso e idólatra.
Muito penalizados com esse resultado, os Grandes Eleitos ficaram com medo
que essa apostasia terminasse em terríveis conseqüências. Como castigo por essa
deserção, Deus permitiu que Nabucodonosor, Rei da Babilônia, se vingasse do Rei de
Israel. Um exército da Babilônia entrou em Judá com fogo e espada, saqueou a Cidade
de Jerusalém, destruiu o Templo e levou o povo cativo para a Babilônia. Anos mais tarde,
a tentativa de libertar a Terra Santa da opressão resultou na ajuda de virtuosos Maçons
que demonstraram bravura e vigor num empreendimento tão piedoso.

DÉCIMO QUARTO GRAU

Isso inspirou outros homens, os importantes e bons, os virtuosos e religiosos, a


procurar a iniciação nos mistérios.
O simbolismo e os ensinamentos do nosso Rito Escocês nos são trazidos há
muitos séculos. Eles penetraram profundamente nas eras antigas, milhares de anos antes
dos construtores medievais de catedrais. Alguns caluniadores duvidam disso e marcam
as nossas origens apenas a partir do século 18. Mas nós aprendemos por Eclesiastes
“não há nada de novo sob o Sol.” Muito antes do nascimento de Arquimedes, os antigos
do Egito aplicavam a alavanca, o parafuso e o calço para construírem seus túmulos
monumentais, templos e grandes pirâmides Séculos antes de Galileu, os intelectuais da
América Central compreenderam a focalização de lentes em tubos para telescópios. E, de
acordo com Aristófanes, havia lojas em Atenas, em sua época, 440 anos antes de Cristo,
que vendiam microscópios conhecidos como “esferas de chamas.” Quatro mil anos antes
de Cristo nascer em Belém, os sacerdotes de templos compreendiam a arte de vitrificar e
moldar magníficas espécies de vidros, incluindo maravilhosas imitações de pedras
preciosas comparáveis com as melhores que podemos produzir atualmente. Tão longe
quanto podemos penetrar, esses antigos eram eficientes no campo do ferro e bronze,
ferramentas, tecelagem, música e drama, arquitetura e escultura, relógios e painéis,
medicina e cirurgia.
44
Doze séculos antes de Cristo, Amenemhat III mandou construir o poderoso
Labirinto do Egito, com mais de 3.000 câmaras, muitas das quais possuíam símbolos
místicos. Heródoto, o historiador, considerava isso mais maravilhoso do que as pirâmides,
as quais ele havia visto. As imensas ruínas de Karnak, uma cidade dentro de uma cidade,
parte da sede da antiga Tebas, mostram que a Catedral de Notre-Dame poderia ficar
localizada dentro de um dos salões sem encostar no teto. No Sião e Camboja existem
surpreendentes exemplos de arquitetura antiga e escultura, incluindo as do Nagon-Wat.
Assim, a era de Osíris, Krishna, Buda, Zoroastro, Orfeu, Moisés, Pitágoras e Jesus cobre
um campo histórico de grandes construtores que utilizaram a simbologia como a
linguagem dos eleitos.
Atualmente, no Central Park, Cidade de Nova Iorque, existe um obelisco
levado de Alexandria, Egito. Em suas fundações, datadas há 22 anos antes de Cristo,
encontrou- se o seguinte: trolha, sonda, pedra bruta áspera, pedra cúbica branca pura,
esquadro de pedra, pedra com uma serpente na beira, pedra mostrando uma bitola cúbica
antiga do Egito, e alguns hieróglifos parecidos com os triângulos desenhados em nossos
rituais.

CAPÍTULO ROSA-CRUZ

CAVALEIRO DO ORIENTE, DA ESPADA OU DA ÁGUIA


DÉCIMO QUINTO GRAU

Resumo:
Aprendemos a fidelidade à obrigação e à perseverança de propósitos nas
dificuldades e no desânimo. Aquele que procura servir, beneficiar e melhorar o mundo,
assemelha-se a um nadador lutando contra a correnteza de um rio, sobre o qual os
ventos provocam ondas turbulentas. Às vezes, elas passam por cima de sua cabeça;
muitas vezes o dominam completamente. A maioria dos homens se rende diante da
opressão do rio furioso e são arrastados para fora ou por cima da correnteza. Somente
aqui e ali encontramos o coração forte e os braços fortes que lutarão para alcançar o
sucesso final. A Maçonaria mantém uma campanha contra a ignorância, intolerância e o
erro. Às vezes, no caminho ao sucesso, nos confrontamos com a indiferença de nossos
associados e do mundo. Mas acreditamos que Deus tem um interesse pessoal por cada
um de nós; que Ele nos deu uma alma imortal aprisionada, durante algum tempo, dentro
de nosso corpo mortal, e que a ânsia natural e instintiva pelo bem será recompensada.
Conquanto que nós agora ainda não possamos compreender totalmente o plano divino,
nós devemos ter e demonstrar a fé, de modo que, depois, a luz brilhará e desvendará
todos os detalhes.
45
Comentário:
A seguinte divisão de nossos Graus, do Décimo Quinto até o Décimo Oitavo, é
histórica e religiosa.
Quando os exércitos de Nabucodonosor atacaram e destruíram Jerusalém,
alguns judeus fugiram para o Egito. Mais tarde, voltaram a Jerusalém e fizeram uma
Reunião de Conselho, entre as ruínas de seu amado Templo. Uma sentinela interrompeu
a reunião e avisou a aproximação de um estranho. Ele disse que era um Adepto, e quis
provar isso dando e recebendo a Palavra Sagrada. Satisfazendo ao Conselho, ele se
identificou como Zorobabel. O chefe do Conselho contou a ele sobre as provações do
povo e sua vontade de reconstruir o Templo, e pediu sua opinião. Ele prontificou-se a
fazer uma viagem à Babilônia e pedir ao Rei Ciro a liberdade dos judeus e a permissão
para reconstruir o Templo.

Alegoria - Cavaleiro do Oriente, da Espada, ou da Águia, Décimo Quinto Grau:


Zorobabel acorrentado diante do Rei da Pérsia, Ciro, o Grande.

Com esse compromisso, Zorobabel chegou à Corte de Ciro e informou a ele


seus desejos. Ciro concordou em atender o pedido se Zorobabel contasse os
conhecimentos secretos da Ordem do Rei Salomão. Zorobabel recusou. Ciro, então, lhe
tentou com muitas ofertas - ouro, liberdade para os judeus, permissão para reconstruir o
Templo e honras pessoais. Zorobabel recusou novamente, e então Ciro o levou à Câmara
dos Tesouros, e lá lhe mostrou os Sagrados Vasos do Templo. Zorobabel, ainda assim,
recusou. Ciro perguntou o que o salvaria de passar pelo fogo como castigo. Zorobabel
respondeu que seria o juramento e a honra de Ciro como rei. Impressionado com essa
resposta e fidelidade, Ciro decretou a liberdade para os judeus, permissão para que eles
voltassem a Jerusalém e reconstruíssem o Templo, e que os Vasos Sagrados deveriam
ser entregues a Zorobabel, o qual foi nomeado Príncipe da Pérsia e Governador de Judá.
Como maior evidência de sua estima, Ciro presenteou Zorobabel com o colar dourado da
Ordem Mediana e deu também seu próprio anel de sinete como sinal da autoridade com a
qual ele foi investido.
46
Nós temos, então, um exemplo de fidelidade ao dever na firme recusa de
Zorobabel de revelar os segredos. Havia razão, naquele tempo e agora, para tais
segredos. Mistérios filosóficos devem ser revelados somente àqueles que tenham,
primeiramente, purificado suas mentes a fim de tornarem-se receptivos aos
ensinamentos. Do contrário, é como despejar água limpa numa fonte suja. O próprio
professor pode ficar salpicado com a sujeira.
As páginas rasgadas da história, através dos séculos, contam muita miséria de
conciliação e compromissos. A triste verdade é que você não pode fazer tratados em
termos conciliatórios com bandidos, jactanciosos ou tiranos. Aqueles que apaziguaram
Genghis Khan foram pisados sob seus exércitos, quando se retiravam do Oriente.
Alexandre Magno e Atila, Rei dos Hunos, quebravam as promessas, assim como as
nações. Vimos Mussolini e Hitler aplicarem os padrões de opressão diabólica e de poder,
e de veneno mortífero a nações pacíficas.

DÉCIMO QUINTO GRAU

A história também recorda que a Humanidade produziu centenas de heróis,


cujas façanhas empolgaram as nações: por exemplo, nosso próprio Jacques DeMolay e a
figura central de nossa Lenda Hirâmica. Sócrates, ao colocar seus lábios na cicuta. Jesus,
quando sofreu na Cruz. Lutero, quando pregava, na parede, suas 95 teses com a
exclamação: “Aqui estou, não posso fazer outra coisa. Deus me ajude. Amém.” Thomas
Hawkes, da Inglaterra, o lutador da liberdade religiosa, condenado a uma morte de fogo
no pelourinho por ter recusado a se retratar, ao segurar suas mãos num sinal
predeterminado para mostrar a seus amigos que a morte de um mártir é suportável e para
incentivar outros a atitudes semelhantes. Edmund Burke, quando demonstrava, ante um
Parlamento britânico hostil, a causa das Colônias americanas. Homens valentes, com
mãos firmes, quando assinaram nossa Proclamação da Independência. Lincoln, ao
declarar: “Com malícia para com ninguém e caridade para com todos.” Robert F. Lee,
quando incita o povo do Sul a permanecer na terra e ajudar a reconstruir e reunir o país.
Theodore Roosevelt, ao afirmar ao mundo o conceito americano de justiça, de liberdade e
de separação de Igreja e Estado.
47
Existe uma antiga lenda do povo árabe sobre uma caravana que uma vez
encontrou a Peste, quando ela caminhava pelo deserto em direção a Bagdá. O chefe
árabe da caravana perguntou à Peste: “Por que você tem que ir a Bagdá?” A Peste
respondeu: “Para tirar cinco mil vidas.” No caminho de volta, eles se encontraram
novamente. O chefe árabe estava então zangado e disse à Peste: “Você me enganou. Em
vez de cinco mil vidas, você tirou cinqüenta mil.” “Não,” disse a Peste, “cinco mil eu tirei, e
não mais. Foi o medo que matou o resto.”
Havia um hino da Escola Dominical, que costumávamos cantar:
“A treva-se a ser um Daniel,
A treva-se a ficar só,
A treva-se a ter um propósito firme,
E atreva-se a proclamá-lo.”
O mundo, atualmente, precisa muito de homens como Daniel. Jogado numa
jaula de leões, o Todo-Poderoso salvou ele e seus companheiros cativos e eles tornaram-
se um poder de retidão no país. É bom lembrar como um modelo os grandes homens que
serviram tão abnegadamente e de quem podemos dizer, conforme Owen Meredith
escreveu: “Aquele homem é grande, é aquele que serve a uma grandiosidade não a si
próprio.”

PRÍNCIPE DE JERUSALÉM
DÉCIMO SEXTO GRAU

Resumo:
Os esforços de Jerusalém para reconstruir o Templo são uma saga de
fortaleza, especialmente interessante para nós Maçons. Mesmo não estando nós
percebendo, a história inspiradora nos ensina que o mundo e todos que nele habitam,
conforme giram pelo espaço, formam parte do Templo de Deus, e que podemos construir
e reconstruir, dentro de nós, um templo espiritual com amor perene e paz, e completá-lo
com inestimáveis tesouros. Assim procedendo, utilizamos o emblema deste Grau - a
trolha - para nos lembrar dos efeitos enobrecedores do trabalho honesto. Conforme
trabalhamos para ganhar o nosso pão diário, do mesmo modo podemos trabalhar para
nosso templo espiritual e desenvolvermos as virtudes da paciência e afabilidade, a beleza
do amor, o heroísmo da verdade, a nobreza da abnegação, a prática do julgamento
complacente e o oferecimento de caridade e de ajuda, tudo como parte da grandeza, do
poder e da glória da Humanidade.
Comentário:
A ação deste Grau é a continuação dos esforços mencionados nos graus
anteriores, quando Zorobabel e outros judeus tentaram completar o Segundo Templo. A
história é o resultado da oposição dos Samaritanos guerrilheiros e outras nações vizinhas.
48
Eles, repetidamente, lançavam ataques que interferiam seriamente com o progresso de
reconstrução e, portanto, cada trabalhador precisava se armar com uma espada para se
proteger, e uma trolha para a construção. A oposição também realizou um fluxo contínuo
de cartas de propaganda para serem enviadas a Dano, Rei da Pérsia, na Babilônia, para
alarmá-lo e enfurecê-lo e fazer com que ele parasse a restauração do Templo.
Uma embaixada desconhecida, composta de três pessoas, com quatro
Cavaleiros do Oriente, entrou, portanto, em contato com Dano para enfrentar a campanha
da oposição e para terminar os ataques. Eles imploraram seu favor e sua proteção. O Rei,
sentado no esplendor de sua corte, fez com que os emissários hebreus fossem recebidos
acorrentados. Ouvindo a apresentação de Zorobabel como Governador de Judá, foram
soltos de suas correntes. Dano, então, emitiu um novo Decreto para que se houvesse
mais alguma interferência com a reconstrução fosse punida com a crucificação. Isso fez
terminar definitivamente os ataques. Zorobabel, então, estabeleceu cinco Juízes para
administrar justiça e concedeu-lhes os títulos de Príncipes de Jerusalém, e o trabalho de
restauração, então, prosseguiu rapidamente. No término, houve uma grande assembléia
em Israel, e a lei de Moisés foi detalhadamente esclarecida.

Alegoria - Príncipe de Jerusalém, Décimo Sexto Grau:


Zorobabel dirige seu povo para reconstruir o Templo.

Como lições desses eventos, aprendemos que qualquer grande


empreendimento precisa de trabalho constante e uma boa vontade para usar a espada
numa defesa pessoal ativa contra a oposição difamadora. Podemos enfrentar os desafios
da vida com coragem. Atualmente, a preocupação principal do homem é o conflito entre o
material e o espiritual, precisando, assim, de uma nova descoberta daquelas forças
espirituais que animavam nossos antigos Irmãos.
O progresso do homem, mais duradouro que o latão ou o bronze, tem sido seu
heroísmo, suas aspirações e suas idéias, todas elas espirituais por natureza. Elas têm
sido desenvolvidas durante milhões de anos, se formando gradativamente. Nossos
ancestrais primitivos enfrentaram uma vida excessivamente penosa. Viviam em cavernas,
em florestas, em esconderijos agrestes entre montanhas. Tinham que lutar, dia a dia, pela
sua própria sobrevivência. Seus inimigos eram os animais ferozes, os compatriotas hostis,
49
e as forças furiosas da natureza. Nessas lutas, os indivíduos que não possuíam
determinação para vencer, ou uma capacidade de conquistar, eram aniquilados. Só
aqueles homens e mulheres com características espirituais sobreviviam. Desse grupo
escolhido, surgiu a geração seguinte. Então, através de um processo de sucessiva
sobrevivência seletiva, os seres humanos ganharam as qualidades de conquista e as
recompensas da realização espiritual.
Existe uma tradição ilustrativa de Miguelângelo. Vendo ele um pedaço de
mármore sem feitio, que outros escultores haviam jogado fora, por não ter nenhum valor
artístico, exclamou: “Mas tem dentro dele um anjo prisioneiro, e eu preciso libertá-lo!” E,
prosseguiu com sucesso em seu trabalho, produzindo uma obra-prima.
O filósofo dinamarquês, Sören Kierkegaard, comentou certa vez: “Lendo a
Bíblia, sentimos que Deus pensa no homem em termos de expectativa gigantesca!” Nem
Deus, nem Kierkegaard menosprezaram nosso grande potencial, as expectativas
gigantescas das quais nós somos capazes.

DÉCIMO SEXTO GRAU

CAVALEIRO DO ORIENTE E DO OCIDENTE


DÉCIMO SÉTIMO GRAU
50
Resumo:
Neste Grau, passamos do individual ao geral, e tiramos do pensamento
combinado o nome do Oriente e do Ocidente. A Seita dos Essênios, que se iguala à
Cristandade, acreditava que a verdade estava espalhada entre diferentes seitas, através
do mundo. Eles ensinaram que o dever do homem era apanhar e moldar, numa
integridade harmoniosa, esses fragmentos de revelação divina. Na época de João Batista,
todas as doutrinas antigas filosóficas e religiosas ficaram entremeadas, através das
conquistas invasoras de nação em nação. Desde registros da história, o homem frustrado
tem tentado penetrar na realidade da criação, nas doutrinas e nos credos relacionados
que surgiram durante seu progresso. Assim, temos os ensinamentos de Fílon, um judeu
grego, o Zend-Avesta, originário das províncias da Pérsia e da India, e a Kabalah Santa,
com seu sistema misterioso de crenças judaicas. Cada um procurou explicar o surgimento
da criação; como surgiu o homem e de que maneira adquiriu ele uma divindade chamada
alma. Sabemos que o processo de raciocínio é acrescido de uma inteligência instintiva
superior, e que saindo de fontes inferiores existem inclinações e paixões que ocasionam
desordem, porém das quais o homem prisioneiro é possibilitado, finalmente, de se libertar.

Comentário:
Este Grau descreve a história que, ao regressarem da Terra Santa, os
Cavaleiros das Cruzadas organizaram a Ordem dos Cavaleiros Templários. No ano 1118,
os primeiros onze Cavaleiros fizeram seus juramentos perante Garinus, o Patriarca. Os
Cavaleiros do Oriente eram aqueles que permaneceram no Oriente, após a construção do
Primeiro Templo.
O caráter apocalíptico do Grau está descrito no primeiro capítulo da Revelação
de São João. Uns 4.000 hebreus, conhecidos como Essênios, viviam em divisões
territoriais monásticas perto do Mar Morto, na Palestina, de São João Batista, antes da
Era de Cristo. Foram eles que escreveram e esconderam os Pergaminhos do Mar Morto,
e eram estudiosos e bons trabalhadores, se recusavam a fabricar ou usar armas, e eram
peritos nas artes de curar. Profundamente conscientes da Divindade, praticando a
benevolência, organizavam suas comunidades em quatro graus, cada um com rituais
secretos.
As cerimônias de batismo, iniciação e orações eram celebradas quase ao
amanhecer. Então, conforme descrito no livro da Revelação, os sete segredos eram
revelados, desvendando, assim, ao mundo, todas as forças do mal. Mas, mesmo assim,
nós estamos confiantes que algum dia essas forças serão derrotadas numa gloriosa
vitória que proporcionará a paz imorredoura àqueles que acreditam em Deus.

Alegoria - Cavaleiro do Oriente e do Ocidente, Décimo Sétimo Grau.


51

“Eu ouvi ... O ruído de trovoada, . . . e . . eis um cavalo branco: e quem o montava tinha nas
mãos um arco, e uma coroa lhe foi dada: e ele foi adiante conquistando e a fim de conquistar. (Ele
representa futuros conquistadores falsos) . . . E então saiu outro cavalo que era vermelho: e poder lhe
foi dado para tirar a paz da terra . . . a fim de que se matassem. (Pois ele representa
a guerra) . . . e lhe foi dada uma grande espada . . . E eu vi um cavalo preto: e quem o montava tinha
duas balanças em suas mãos. (Pois ele representa a escassez de alimentos, a fome e as pestes
resultantes.) . . . e eis um cavalo pálido: e o nome de quem o montava era a morte.” (Revelação 6: 1-8.)

As condições, assim descritas um pouco antes da vinda de Jesus, incluíram


uma confluência desses notáveis acontecimentos: Alexandre havia conquistado o mundo.
O idioma grego tornara-se universal, pelo qual podia-se trocar idéias, em todo o mundo.
As barreiras entre nações foram retiradas e as viagens eram livres e abertas. Idéias
podiam ser rápida e facilmente transmitidas. A dispersão hebraica havia estabelecido
grupos organizados por todo o Império Romano, e esses funcionavam como centros de
desenvolvimento para novas doutrinas. Um novo espírito de tolerância religiosa havia
surgido, destruindo as rígidas paredes do passado.
Quanto é verdade que a liberdade em uma nação resulta na libertação do
potencial humano conforme se movimenta para diante, livre de temores. O homem, então,
mostra o que pode fazer. Lembre-se de que foi Job, de fama bíblica, quem disse: “Pois a
coisa que tanto temia me aconteceu.” Pensamentos de temor agem como ímãs que
poderão atrair justamente as aflições que estamos ansiosos em evitar.

DÉCIMO SÉTIMO GRAU

Dr. Walter Dill Scott, eminente psicólogo e presidente, por muito tempo, da
Northwestern University, acentuou essa verdade quando escreveu: “Sucesso ou fracasso
na vida é causado mais por atitudes mentais do que por capacidades mentais.” Se você
tem confiança em si e nas suas habilidades de potencial, você estará armado por uma
capa dourada de coragem. Por exemplo, um dono de uma loja de vendas a varejo não
julgou que F. W. Woolworth, que mais tarde fundou a cadeia de lojas de cinco e de dez
centavos, possuísse tirocínio suficiente para negócios e para atender fregueses. Ele uma
vez contratou Woolworth como porteiro por cinqüenta centavos por dia. Zane Grey, que
52
nos proporcionou histórias maravilhosas, tentou vender seu livro de manuscritos quando
era ainda desconhecido. Um editor lhe disse que não tinha nenhuma capacidade para
escrever ficção. Louisa May Aicott, autora de Little Women (Pequenas Mulheres), era uma
menina endiabrada. O pessoal de sua cidade dizia que ela nunca serviria para nada. Uma
vez, um editor disse a ela para desistir da idéia de escrever. A primeira vez que George
Gershwin tocou piano no palco, foi vaiado e posto para fora do teatro, tanto pelos
espectadores quanto pelos músicos. Os professores de Albert Einstein e seus pais o
consideravam retardado. Quando Isaac Newton estava no colégio, ele era quase o último
em tudo. Walter Scott foi devolvido à sua mãe com o comentário que “ele era bobo e bobo
ia permanecer.” Quando Robert Burns e seu irmão mais moço, Gilbert, foram para o
colégio, o diretor informou que Gilbert era talentoso e imaginativo, mas que o ouvido de
Robert era excessivamente obtuso e sua voz desafinada. Louis Pasteur era um estudante
esforçado, e quando graduou-se, com a idade de 20 anos, no Royal College of Becancon,
o seu grau em química era apenas medíocre. Eisenhower, demonstrou pouca
probabilidade de grandeza em West Point, que foi sua segunda escolha, depois de
Annapolis o ter considerado inelegível. Escolasticamente, ele era o 61º em sua classe e o
95° em comportamento.
E assim é que povos livres podem se estabelecer e vencer na vida e
conquistar os desafios de obstáculos aparentes.

CAVALEIRO ROSA-CRUZ
DÉCIMO OITAVO GRAU

Resumo:
Este Grau, interpretado como desejamos, de acordo com nossas convicções
de crença, reflete a descida sobre nós de profunda tristeza e trevas. O mundo está
envolvido numa onda de tirania e maldade. Mas, em tempos de tanto desespero, nós
podemos nos dirigir a duas grandes forças motivadoras para nos salvar - a razão e a fé. A
razão trata daquilo que pode ser demonstrado, o que é tangível. A fé vem de dentro de
nós, o intangível. Nós combinamos e expressamos isso pela cruz e a rosa. A cruz tem
sido um símbolo sagrado desde a primeira Antigüidade e entre muitas nações. A rosa
significa o início da ressurreição da vida. Assim, nós dissipamos as trevas do mal, com
seus terríveis demônios e anjos maus tentadores, e somos reintegrados na grandeza e na
bondade da Divindade, na divina luz da revelação. Sabemos que, assim como a vida
procedeu de Deus, assim também nós devemos reconhecer sua continuidade para a
eternidade.

Comentário:
Este Grau mandatário revela a luz da realização prometida em orações. A dor,
a tristeza e a maldade, espalhadas pelo mundo, são superadas. Através da bondade e
supremacia da Divindade, nós recebemos uma gloriosa resposta de fé, de esperança e de
poder. Isso é demonstrado através da história de Jesus de Nazaré, apesar de não haver
nenhuma restrição sobre sua aplicação àqueles que não pertencem à fé Cristã. Pelo
53
contrário, é um grande Grau de tolerância, convidando os homens de todas as crenças
para encontrarem enriquecimento espiritual dentro de seu esboço. Aponta a nova Lei -
amor a Deus e ao próximo. Os ideais e o espírito de Jesus, com suas maravilhosas obras,
inspiram um amor pela Divindade, um amor ao “próximo como a si mesmo.” Certamente,
através de Suas demonstrações, podemos conhecer Deus e sentir a liberdade.
A história de Jesus, com a qual estamos familiarizados desde a nossa infância,
é simples. Nascido na pequena cidade de Belém, Ele viveu seus primeiros anos em
Nazaré e, na idade de 12 anos, discutia com os doutores no Templo, em Jerusalém,
demonstrando uma inteligência precoce. Regressando a Nazaré, Ele “aumentava em
sabedoria e em tamanho.” Ele saiu de Nazaré da Galiléia, e João Batista o batizou. Então,
após jejuar no deserto, Ele começou Sua própria missão, pregando nas sinagogas e pela
Galiléia. Ele curava pessoas das doenças, escolheu Seus discípulos e proferiu, do alto de
uma montanha, a mais sublime alocução do mundo, o Sermão da Montanha, que é
célebre por seu conteúdo de elevada moral e ética. Isso ensinou a simples lição da
redenção pessoal através de virtudes individuais, não através de aventuras coletivas de
enganosas teorias econômicas. Sua prisão, Seu julgamento ridículo e Sua crucificação
devido a temores dos chefes dos sacerdotes, escribas e os mais velhos, aconteceu
conforme Ele havia profetizado.
Existe no Evangelho de Cristo uma mensagem para muitas religoões: Cristã,
Budista, Maometana, Confucionista, Judaica, Brahmanista e outras. Tiveram origem
devido aos primeiros temores do homem pelas forças da natureza. Houve um progresso
gradativo para os mais elevados e mais avançados conceitos de liberdade, e um alívio do
temor.

Alegoria - Cavaleiro Rosa-Cruz, Décimo Oitavo Grau.

De acordo com a Enciclopédia da Maçonaria, por Albert G. Mackey, isso foi uma ordem das
Cruzadas, instituída entre os Cavaleiros Templários, na Palestina, no ano de 1188.
54

DÉCIMO OITAVO GRAU

DÉCIMO OITAVO GRAU

Portanto, existe uma unanimidade final de crença que a grande causa é o


Deus Único; que o homem toma parte na Divindade porque Deus habita nele; que isso é a
causa do seu conhecimento íntimo do que é certo ou errado, e que essa centelha do que
é Divino pode tornar-se numa viva e eterna chama.
Quem sente medo, indecisão e dúvida dirá: “É muito fácil dizer que o medo e
as preocupações são prejudiciais e que impedem o sucesso. Sabemos disso. Mas, diga-
nos como poderemos superar o medo?” Alexandre Magno encontrou uma decisão na
resposta daqueles que ele pensava serem suas vítimas, os Vikings. No auge de seu
poderio, ele mandou chamar os Chefes e lhes perguntou o que eles mais temiam. Ele
esperava a resposta de costume, de um escravo, que o maior medo era o medo do seu
poderio. Mas não deram tal resposta. Pelo contrário, olhando o grande conquistador
diretamente nos olhos, eles responderam: “De nenhum homem temos medo.” E Lutero,
encaminhado a seu perigoso julgamento em Worms, declarou: “Se eu soubesse que
tantos demônios iam me molestar em Worms, quanto existem telhas nos telhados, eu
teria, não obstante, cavalgado para lá.” E lembre-se da história de La Mire que, de
repente, se encontrando face a face com um gigantesco urso, mais alto do que ele, sem
55
nenhuma arma senão uma pequena faca, rezou em voz alta: “Senhor, não Lhe peço para
ajudar La Hire, peço-Lhe somente que não ajude esse urso.” E ele derrotou o urso.
Portanto, podemos dizer com o poeta:

“Senhor, se eu tivesse a escolha de vestir uma


Virtude assim como urna capa de ouro,
Seria a capa de coragem que vestiria.

“Coragem de falar quando a fala pode ajudar,


A determinação de deixar não ditas as palavras
Que a raiva passageira tenta os lábios a dizer;
Cora gemn para lutar quando somente a morte pode Ser o fim,
E lutar tão bem que os homens verão na morte apenas a vitória.”

CONSELHO DE KADOSH

GRANDE PONTÍFICE OU SUBLIME ESCOCÊS


DÉCIMO NONO GRAU

Resumo:

Nós aqui nos preocupamos com a influência do passado sobre o presente e o


futuro. Considere como vivem em nossos dias, as ações de heroísmo, os pensamentos e
as leis, os monumentos de arte, arquitetura e literatura de eras passadas. Eles nos
estimulam, nos governam e nos beneficiam. Aqueles com responsabilidades não se
contentavam com uma parte e ambição medíocres como personagens que se apagam no
decorrer de uma vida. Pelo contrário, eles deixaram uma lembrança que iria sobreviver na
memória dos homens. Isso é instintivo, um impulso dado por Deus, encontrado lá bem
fundo nos corações humanos mais endurecidos, um sinal da imortalidade da alma, e
indica o abismo existente entre o homem mais elementar e o mais sábio animal. Um
verdadeiro maçom procura meios onde possa trabalhar agora, de modo que possa instruir
aqueles dos anos futuros. A posteridade está em primeiro lugar em sua mente, conforme
ele executa ações diárias que produzirão e permanecerão, avançarão e aperfeiçoarão
aqueles que ainda não nasceram.

Comentário:

A terceira divisão de nossos Graus, desde o Décimo Nono até o Trigésimo, é


filosófica e própria do cavaleiro andante.
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O Décimo Nono Grau é o primeiro do Conselho de Kadosh e se refere a um
exame dos mistérios apocalípticos da nova Jerusalém. A colocação no palco representa
doze colunas para as doze tribos de Judá, símbolo de toda a espécie humana. No centro,
Jerusalém está em ruína, debaixo da qual vê-se uma serpente de três cabeças. Isso
significa a destruição final do mal na terra, e as forças da verdade, da honestidade e da
caridade esmagando as forças do erro. Ao fundo, descendo do céu, está uma linda cidade
com um muro dourado, e no meio, um rio cintilante e a Arvore da Vida. Este é o novo
império que não necessita de adornos ou templo, pois dentro dele existe Deus.
Um verdadeiro maçom trabalha para o progresso e melhoria da Humanidade
do futuro. Ele contempla, com instintivo impulso além de sua vida, aqueles que lhe
sucederão, e anseia por sobreviver seus próprios dias e sua geração. Ele procura
sobrevivência no bem, que é feito à Humanidade, e não à reputação esmorecida na
memória do homem.
Assim, os atos heróicos, os monumentos de arte e literatura, o trabalho de uma
vida inteira na missão, animarão e influenciarão as eras futuras. Exemplos disso estão
contidos nos altos monumentos de Moisés, Maomé, Confúcio, os Barões de Runnymede,
os fundadores patrióticos de nossa Nação. O homem, portanto, se separa dos meros
animais, demonstrando a certeza de sua crença na imortalidade.

Alegoria - Cavaleiro Pontífice ou Sublime Escoces, Décimo Nono Grau.


“E ele me levou, em espírito, a uma grande e alta montanha e mostrou-me aquela grande
cidade ... descendo de Deus para fora do céu ... E a cidade não precisava nem do Sol nem da Lua ...
porque a glória de Deus a iluminava.”
(Revolução 21: 10, 23.)

O grande historiador, Arnold Toynbee, enfatizou a importância do indivíduo


para a civilização, de suas características espirituais, e dos perigos quando estas estão
ausentes. Ele nos assegurou que existe dentro de cada um de nós a centelha divina do
poder criativo que pode ser acesa para as mais elevadas metas dos esforços humanos.
Ele termina com um pequeno trecho de “Fausto”.
“No zunido da presença
Do tempo, sem temer
Eu trabalho no Manto
Vivo de Deus”
E assim como podemos presenciar as folhas mortas do inverno se
transformarem num êxtase contínuo de renovação da natureza, e o renascimento das
folhagens da primavera, assim vivemos novamente na beleza e no festival de novas
vidas, ornadas com os valores e as metas para as quais temos aspirado à melhoria da
Humanidade. Por esse meio, podemos conseguir a real imortalidade.
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Como é infeliz aquele que vagueia à procura de finalidades fúteis, que fracassa
em nutrir sua vida íntima, e que se entrega à tristeza, ao desespero e ao temor, quando
ele se recusa a sair das trevas e andar em direção da luz mística do Supremo Ser. Ele
torna-se traidor de sua fé, enganando-se, e traidor da felicidade e serenidade posteriores.
Todo maçom que tenha recebido o Grau de Pontífice sabe que estamos
plantando em nossas vidas hoje, para a colheita de amanhã. Uma herança de melhoria e
de fraternidade vai aparecer e amadurecer, assim como se constrói uma grande catedral
para aqueles que nos seguem. Nós transmitimos a outros a chama da sabedoria
maçônica, sua integridade moral e sua missão. Nós distribuímos isso para os homens que
acreditam e tem fé no futuro e na fraternidade do homem sob a paternidade de Deus.
Quanto é maravilhoso o homem poder se aventurar além do seu crepúsculo e assim
formar o destino de milhões ainda não nascidos.

DÉCIMO NONO GRAU

Nossa preocupação pelo futuro nos leva a aspirar à continuação de nossa


força no presente. Conquanto o futuro seja conhecido somente por Deus, nós temos
construído um alicerce duradouro e uma estrutura que podem ter profunda influência em
ajudar os homens a tornarem-se melhores indivíduos e conscientes da lei moral, com
aspirações encontradas em nossa filosofia, nossas conquistas e nossos objetivos
humanitários, para a boa vontade e compreensão. Esta é uma base sólida sobre a qual o
futuro pode ser construído, e assim inspirar os homens a terem maior nobreza, metas
mais sublimes e uma vida mais enriquecida.

SOBERANO PRÍNCIPE DA MAÇONARIA


OU MESTRE AD VITAM
VIGÉSIMO GRAU
58
Resumo:
Para ensinar, o homem deve primeiro aprender. Esse truísmo é especialmente
importante na Maçonaria para aqueles Mestres Ad Vitam, guiando um Iniciado pelas
sublimes vias que terminam numa confluência da verdade final. As lições primordiais
nesse Grau - Liberdade, Fraternidade e Igualdade - são exemplos daquelas que precisam
de bastante pesquisa, estudo e reflexão a fim de divulgá-las devidamente. Da mesma
maneira, o sistema completo de nossos graus morais, religiosos e filosóficos, exige, para
nosso auditório especial, a mais profunda compreensão em nossas próprias mentes,
antes que possamos pretender inculcá-las em outras mentes. Para esse fim, nós citamos
parábolas e alegorias, nem sempre por veracidade, porém como veículos de instrução e
como ilustrações úteis. Essas incluem as que indicam as lutas da mente humana em
procurar respostas para problemas insolúveis, uma variedade sem fim de esforços para
compreender a Divindade, as forças da natureza, a existência do bem e do mal num
Universo em expansão.
Comentário:
Neste Grau, pede-se que a Maçonaria seja reintegrada na sua primitiva
pureza. Isso deve ser feito conforme um instrutor ensina a beleza de uma simples
máquina, e não como uma mistura complicada. O conceito maçônico original era o de
uma organização com emblemas, alegorias e cerimônias facilmente compreendidas, e
com um propósito e um objetivo claros. Restrita a poucos graus, era religiosa e filosófica,
merecedora de um bom cidadão e de um filantropo esclarecido. Mas inovadores
transformaram essa simplicidade em vulgaridades cansativas, títulos eminentes, mistérios
pretensiosos e um absurdo aumento e mutilação de graus. Mais de 1.000 foram
inventados!
Nós conservamos alguns desses títulos, porém, para nós, eles têm
significados totalmente compatíveis com nossos ensinamentos maçônicos de igualdade.
O Cavaleiro dedica sua mão e coração à Maçonaria e é o soldado juramentado da
verdade. O príncipe é primeiro entre os iguais em virtude e boas ações. O Soberano é um
daqueles como são todos os soberanos e ele é supremo e primeiro entre os iguais
somente devido à lei e à constituição que dirige e pela qual ele proprio é governado.
Títulos, tais como Sábio e Venerável indicam os poderes que aqueles que estão em
postos elevados procuram atingir. Outros títulos têm significados esotericos que os que
recebem compreendem.

Alegoria - Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre Ad Vitam - Vigésimo Grau:


59
A ilustração mostra a cidade sumeriana de Ur, a pátria de Abraâo, fundador da religião
“Judaico-Cristã.” Vêem-se os pedreiros construindo a cidade. Em segundo plano, em cima de
uma enorme pirâmide, com degraus, fica o templo reconstruído por ordem do Rei Nabonidus e
desenterrado durante o período de 1922 a 1934 por uma expedição conjunta do Museu Britânico
e da Universidade de Pensilvânia, que estimaram a população de Ur como tendo sido de
360.000, e também descobriram as escadarias, o que prova estar cena essa reconstrução. A
base da pirâmide com degraus mede 200 por 150 pés. A primeira etapa ainda está de pé e
atualmente se pode subir pelos 100 degraus. Os costumes que se vê são de esculturas e jóias de
ouro desenterradas em Ur e que estão agora no Museu da Universidade de Pensilvânia.

O seu dever é instruir seus Irmãos com as diversas lições importantes,


ensinando-lhes quais são os requisitos para destacarem-se como os melhores entre seus
iguais, sempre compatível com a modéstia.
A nossa Jurisdição Mater comprometeu-se ao trabalho de revisão e reforma do
trabalho e ritual de seus graus. A idéia predominante de cada um dos graus foi mantida e
os absurdos foram rejeitados, fazendo assim um sistema interligado de instrução moral,
religiosa e filosófica. Procurando nos livros hebreus e cristãos e tirando dos antigos
mistérios do Egito, Pérsia, Grécia, India, os Druidas e os Essenios, a lenda das Cruzadas
e as cerimônias de cavalaria, todos foram utilizados como motivos para impressionar
nossos candidatos sobre as grandes verdades maçônicas. Essas abrangem a essência
milenar dos séculos, as leis imutáveis de um Universo em expansão.
Isso é o que a Maçonaria se comprometeu a ser. Não era uma organização
para incitar vingança criminal ou maldosa como punição pelas mortes de Hiram, Charles I
ou Jacques DeMolay, mas sim para ensinar grandes verdades. Nós fomentamos a
Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade e inculcamos honra pela Divindade,
consideração para com todos os homens como Irmãos, e trabalho para nós mesmos e a
sociedade. Assim, nossos graus podem ser conferidos de maneira verdadeiramente
universal e através do mundo.
Nós evitamos tramas e conspirações contra governos inimigos, porém,
reconhecemos que a adaptação à liberdade deve preceder a própria liberdade, conforme
um axioma precede um corolário. Portanto, preparamos homens para a liberdade.
Assim procedendo, o Rito Escocês inspira os homens a terem mentalidade
esclarecida, sabedoria constante e filantropia liberal. Isso é o que o sistema do Rito
Escocês pretende produzir.
Zoroastro, o filósofo da Pérsia, há mais de 3.000 anos, afirmou:
“Seja bom, seja gentil, seja humano, e caridoso; ame seu próximo; console os
aflitos, perdoe aqueles que lhe fizeram mal.”

VIGÉSIMO GRAU
60
Confúcio, o filósofo chinês, repetia há mais de 2.000 anos:
“Ame seu próximo como a si mesmo; não faça a outros o que não
queira que façam a si; perdoe as injúrias, perdoe seu inimigo, se reconcilie a
ele, dê-lhe assistência, suplique a Deus por ele.”
Assim é, então, o simples, porém, sublime Rito Escocês e sua maquinaria,
com engrenagens se misturando suavemente e ronronando alegremente, que produzem o
resultado do Rito Escocês. Deve-se guardar o propósito dessa produção em primeiro
lugar na mente, de modo que vocês não sejam meros controladores de máquinas, mas,
sim, tornem-se produtores de máquinas. Saber não é o suficiente. Devemos também agir.
Algumas organizações são tão superestruturadas com comissões, reuniões,
papeladas, relatórios e estudos que deixam de conseguir aquilo que todo o conjunto está
destinado a produzir. Parkinson alertou que o trabalho se expande a fim de preencher o
tempo disponível para sua conclusão, sem considerar a necessidade. Há algum mérito no
que uma companhia com um registro espetacular de sucesso adotou como guia, apesar
de ser gíria o lema, isto é, as letras KISS (beijo) significando: “Keep It Simple, Stupid”
(mantenha-o simples, estúpido). Essa advertência torna-se tanto mais importante e
relacionada a nós, o que temos crescido de dimensões modestas até a estatura de um
poderos sistema fraternal. Devemos ficar atentos para que o crescimento não resulte em
proliferação inútil de atividades ou de papelada. Devemos encaminhar as atividades para
nossas finalidades originais. Devemos fazer um uso eficiente e eficaz da mão-de-obra
disponível e evitar os menores problemas potenciais possíveis.
Exemplos dignos de emulação são os estudos de consultores de
administração que nos desafiam a realizar mais coisas, e, no entanto, conservam nossas
energias, nosso tempo e nossas despesas.

NOACHITA OU CAVALEIRO PRUSSIANO


VIGÉSIMO PRIMEIRO GRAU

Resumo:
A arrogância é um crime e a humildade é uma virtude. Modéstia para com
nossos superiores é um dever; para com nossos semelhantes, uma cortesia; e com
nossos subordinados, nobreza. Se você procurar os elevados e poderosos, você os
encontrará, na maioria dos casos, em homens comuns. São exemplos de arrogância
proclamar publicamente os erros e faltas de outros homens e sujar e denegrir aqueles que
merecem fama duradoura e consideração. A censura pública, assim como matar um
veado no meio do rebanho, não somente resulta no cheiro de sangue, como também
incita seu inimigo, o chacal, a atacar os feridos. Da mesma maneira, nós temos exemplos
de assaltos covardes sobre os direitos do homem, espalhando mentiras viciosas. “Uma
mentira viaja mais rápido que o vôo da águia; enquanto que a contradição anda atrás dela
ao passo de caracol.” Assim, também existem aqueles teóricos que semeiam as
pseudofilosofias que procuram rebaixar em acontecimentos acidentais os exemplos de
onipotência da Divindade. O verdadeiro Maçom rejeita a arrogância do homem, a
difamação e a covardia, como indignas de um Cavaleiro leal.
61
Comentário:
Este grau tem como origem os Cavaleiros Prussianos na França e apresenta
uma história e caráter notáveis. Nós saímos do Templo de Salomão e traçamos a nossa
história até a Torre de Babel. Os Cavaleiros Prussianos se chamavam Noachitas, ou
Discípulos de Noé, e nomeavam outros Cavaleiros como Hiramitas, ou Discípulos de
Hiram. A destruição da Torre de Babel é a história, e um regulamento exigia que o Grau
fosse exibido, cada mês, na noite da lua cheia, sem nenhuma luz artificial na sala da Loja.
Nós abandonamos o ritual original e agora representamos os Juízes Francos de
Vehmgericht ou Westphalia, que lidavam com problemas de crime e reforçavam as
averiguações de antigas práticas de julgamento. Eles presumiam que, se alguma prova
fosse imposta sobre o acusado, Deus haveria de intervir e proteger o inocente,
resolvendo, assim, a questão. Por exemplo, a culpa seria estabelecida encostando-se no
corpo da vítima assassinada e fazendo o corpo sangrar; ou comendo uma fatia do pão
sagrado e queijo, e se engasgando; por não carregar pesos de ferro vermelhos pela
quentura; comprometendo-se, sem sucesso, em combates mortais. Este último não foi
repelido na Inglaterra senão no ano 1818.
A ação do Grau envolve um cavaleiro, recentemente chegado das Cruzadas,
que encontrou suas terras e herança roubadas por uma transação forjada. Ele apelou
para os Frank Judges (Juízes Francos) por justiça, e um julgamento secreto foi realizado
à meia-noite. Sucessivas provas foram aplicadas ao cavaleiro reclamante e o acusado,
todas favoráveis à acusação. Portanto, o veredicto mortal de Vehm foi proclamado contra
o malfeitor, e as devidas terras e possessões foram devolvidas ao cavaleiro.

Alegoria - Noachjta ou Cavaleiro Prussiano, Vigésimo Primeiro Grau:


Julgamento diante do Vehmgericht pelo juramento e a prova tríplice; um passo na
civilização da Humanidade, através da melhoria gradativa da Lei e da ordem.

A História então apóia a crença do homem num Supremo Ser e na Sua boa
vontade em preservar a verdade e fazer justiça contra o erro.
Sabemos que existe ordem evidente no Universo. Podemos compreender isso
porque nossa mente pode expressar abstrações matemáticas do modo pelo qual o mundo
ao nosso redor procederá. Conseqüentemente, deve haver alguma semelhança entre
nossos poderes de raciocínio e os Poderes da Criação, isto é, Deus. Distante quanto
possa estar Deus de nós, Ele atingiu os grandes gênios.
Arthur H. Compton escreveu que a hipótese de Deus dá uma interpretação
mais racional do Universo do que qualquer outra teoria. É tão legítimo fazer uma hipótese
sobre Deus quanto é estudar muita física. Newton, um dos maiores gênios do mundo,
assim como Millikan, Eddington e Jeans, acreditavam que o Cosmos fosse o produto de
urna inteligência criativa.
62
A ciência poderá parecer, às vezes, menosprezar as religiões ortodoxas. Mas,
se ela omite os erros e superstições do passado, nos leva também adiante, para o futuro.
Por exemplo, a astronomia poderá menosprezar nosso mundo como se fosse um
pequeno grão girando em volta de uma estrela de terceira categoria, em uma das galáxias
mais diminutas, das quais existem milhões. Mas a matemática e a lei de probabilidades
restauram a escala perspectiva. Pois, é muito provável que existam muitos planetas que
estejam vibrando com pessoas, culturas e tecnologias parecidas ou superiores às nossas.
Essa perspectiva expande o horizonte para a religião. Nós fazemos parte de uma vasta
coordenação de vida por todo o cosmos universal que é um plano integrado para as
criaturas “formadas à semelhança de Deus.”
Nós admitimos que precisamos de um Deus que nos ame, nos ouça e nos
ajude. Assim era o Deus de Jesus. Podemos falar com Ele e Ele nos responderá. Essa
necessidade está expressa na oração, que nos dá forças para agüentar nossas
provações, e ansiar pela esperança. Os resultados ficam mais esclarecidos para aqueles
que fecharem suas mentes à veneração dos lucros e da ciência, e o tumulto e a confusão
da vida moderna. Então, é um fato que a oração pode agir, não somente sobre atividades
lógicas, como também sobre as não-lógicas e sobre nossos processos fisiológicos. Pode
curar doenças orgânicas num instante. Não sabemos como isso se processa, porém
somos forçados a admitir a realidade. Testemunhos médicos dão várias provas de curas
sobrenaturais.

VIGÉSIMO PRIMEIRO GRAU

A procura, portanto, deve ser por um Deus de amor, não de raciocínio. O


misticismo de nossos graus reúne guias para a procura e fornece a essência da diferença
entre o conhecimento filosófico e o conhecimento que os grandes místicos possuem.
Nossa insistência sobre a pureza, a purificação de nossos sentidos e a prática de
virtudes, é o início da viagem - uma viagem em direção ao indescritível e desconhecido.
Contudo, a descoberta eventual é uma sensação tão forte e certa que parece ser real. A
experiência confirma os supremos pensamentos da teologia que vai além dos
ensinamentos de Aristóteles, de que Deus não pode ser visto, ouvido, percebido por
aroma, provado ou tocado. Pois, atualmente, devemos admitir a ciência da percepção
extra-sensorial. Pode-se dizer que Deus está fora do alcance do homem se o homem
pode comunicar-se com um ser humano no remoto espaço ou tempo? Deve suceder,
então, que o homem é capaz de experiências religiosas de profunda significação.
O valor de nossos Graus do Rito Escocês está na descoberta de elementos
espirituais que são de muito mais importância do que o ambiente materialista, dentro do
qual o homem se aprisionou. Sabemos que existe um mundo espiritual, assim como um
mundo de matéria. Até mesmo Napoleão admitiu como um axioma: “No decorrer do
tempo, o espírito sempre conquistará a espada.”
63

CAVALEIRO DO REAL MACHADO OU PRÍNCIPE DO LÍBANO


VIGÉSIMO SEGUNDO GRAU

Resumo:

Na Maçonaria, o homem trabalhador e seus sócios são heróis em suas lendas


e são companheiros de reis. Do princípio ao fim, a Maçonaria é uma grandiosa oficina
industrial que procura fazer bons produtos para nossos dias e para as gerações futuras, e
onde nós veneramos o Grande Arquiteto do Universo. Comemoramos a construção de um
Templo. Utilizamos as ferramentas de trabalho bem conhecidas de maçons e artesãos;
preservamos o nome de um trabalhador cm bronze e ferro. Quando nos reunimos em
sessões oficiais, estamos trabalhando. O Mestre é o nosso vigilante que põe a Arte a
funcionar e dá as devidas instruções. Tudo isso é tão sublime quanto é simples.
Verdadeiramente, estamos construindo dentro de nós mesmos, com processos mentais
criativos, uma estrutura espiritual mais grandiosa e mais monumental do que qualquer
obra de mármore, de bronze ou de um gênio, derramando nossos pensamentos nas
formas de um caráter melhorado de bons cidadãos e de almas cheias de anseios.

Comentário:

Este Grau tem como local o Líbano, ou “Lebanon”. Recorda os serviços


memoráveis à Maçonaria, dos ‘Poderosos Cedros do Líbano.” A lenda nos conta que os
Sidônios foram empregados para cortar essas árvores para a construção da Arca de Noé.
Seus descendentes, da mesma maneira, cortavam cedros ali para a Arca da Aliança e os
descendentes destes, para o Templo do Rei Salomão. Mais tarde, Zorobabel empregou-
os na construção do Segundo Templo. Eles organizaram colégios no Monte Líbano, e nos
seus trabalhos adoravam o Grande Arquiteto do Universo. Uma seita secreta de Drusos,
ou Teístas, ainda reside lá e realiza cerimônias místicas.
A ação é preparada numa oficina de carpinteiro, nas encostas do Monte
Líbano. Um nobre Cavaleiro Prussiano entrou e aspirou ao título de “Prince Libanus”
(Príncipe do Líbano). Ele baseou sua petição numa história de nascimento nobre e alta
posição. Mas o pedido, nessas condições, foi rejeitado. Ele foi informado que,
primeiramente, deveria renunciar a seu título e posição, e, pessoalmente, lutar para
merecer a recompensa que procurava, através de trabalho simbolizado pelo serrote, a
plaina e o machado.
O conceito de trabalho é imprescindível em toda a instrução e emblemas
maçônicos. Nós somos uma Arte de trabalho, usamos aventais de trabalhadores e somos
supervisionados por um Mestre, que desenha na mesa de cavalete os desenhos para o
trabalho. Nossa lenda básica envolve trabalhadores de mão-de-obra e também aqueles
peritos nas artes e ciências e em campos similares de aprendizagem. É uma verdade
muito profunda do Rito Escocês que esse manto de “trabalho” cobre todas as atividades
maçônicas, mentais e físicas, espirituais e materiais.
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Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano, Vigésimo Segundo Grau:


“E Salomão enviou a Hiram dizendo . . . e eis que eu proponho construir uma casa
em nome do SENHOR meu Deus . . . Agora, portanto, dê ordens para que eles derrubem
para mim árvores de cedro para fora do Líbano . . . e Salomão tinha. . . oitenta mil que
talhavam pedras nas montanhas.” (1 Reis 5: 2, 5, 6, 15.)

A energia pode ser física ou mental. O plano esclarecido da Divindade exige


que o homem utilize suas faculdades e habilidades em todos os esforços e que ganhe
recompensas e verdadeira felicidade através de atividades vitalícias e auto
aperfeiçoamento. Tal atividade surge atrayés de energia, inteligência e caráter. Energia
significa atividade. Conforme tem sido dito: “Quem faz sempre aparec na frente.” John
Burroughs descreveu nosso Theodore Rooevelt como “sem dúvida o homem mais
essencial no Contirente, senão no planeta, atualmente.”

VIGÉSIMO SEGUNDO GRAU

O trabalho é o essencial ponto de partida para o sucesso: Andrew Carnegie


decidiu ganhar a vida com a idade de 13 anos, e “se apressava para o trabalho.” John
Wanamaker, quando Chefe-Geral dos Correios, surpreendeu Washington, D.C., ao ir
trabalhar às 7:30 da manhã, e, com a idade de 82 anos, era encontrado no seu escritório,
em Filadélfia, desde 8 horas da manhã até as 6 da tarde. Madame Curie conta de
experiências “que eram cansativas, dia após dia.” Horace Mann, quando foi interrogado
como teve sucesso, respondeu que isso exigia trabalho constante, árduo e consciencioso,
e que isso, em sua opinião, associado a metas louváveis, era imprescindível para o
sucesso permanente. Beethoven se levantava ao romper do dia, sentava-se à sua mesa
de trabalho e continuava suas obras ininterruptamente, com paradas só para o jantar ou
65
para curtas caminhadas ao ar livre. Houdini é um exemplo de pessoa que conseguia, da
mesma maneira, fáceis milagres, mas que eram realmente precedidos por práticas
contínuas e árdua dedicação. O Irmão Charles H. Mayo, 33°, cirurgião em Rochester,
Minnesota, junto com seu irmão, William, fundaram a famosa clínica, num edifício
maçônico, e consumiam cada gota de suas energias e esforços para obterem um
resultado perfeito. Mustafá Kemal Ataturk, protetor da Maçonaria na Turquia, quando
desenvolvia as bases para organizar uma nova Turquia, certa vez trabalhou 48 horas
seguidas, extenuando uma secretária após outra. John Wesley, o Metodista cavaleiro que
viajou a cavalo mais de 250.000 milhas - o equivalente a dez vezes ao redor do mundo -
fez pregações 15 vezes por semana, durante 50 anos. Quando tinha mais de 80 anos de
idade, reclamou porque não podia ler nem trabalhar mais de 15 horas por dia!
Nós temos muita sorte que dentro do círculo de nosso Rito Escocês existam,
disponíveis para cada membro, caminhos à vontade para a ação participante e a ajuda
em nossos campos humanitários de caridade; elevando os homens a um sentido mais
alto, instruindo-os para uma cidadania moral e esclarecida de obediência às Leis;
apoiando os grandes fundamentos de liberdade ampla, liberdade civil e religiosa, de livre
empreendimento e de um governo acessível ao povo.
Esse tipo de trabalho transforma as preocupações íntimas, a piedade de si
mesmo e a ociosidade, em campos de ação dinâmica com recompensas nobres e
abençoadas por Deus.

CHEFE DO TABERNÁCULO
VIGÉSIMO TERCEIRO GRAU

Resumo:
As antigas cerimônias religiosas constavam, principalmente, de adoração e
ritos privados, chamados Mistérios. Só os Iniciados podiam participar destes últimos. Eles,
por sua vez, eram divididos pelos Mistérios Menores, referentes a virtudes básicas
adequadas às massas, e os Mistérios Maiores, que eram reservados aos mais
esclarecidos ou para a realeza, e que revelavam as verdades do Universo e a
Onipotência da Divindade. Eram necessários anos de prática da mais rígida virtude e
prova de desenvolvimento do discernimento espiritual como condições para a entrada nos
Mistérios Maiores. As cerimônias eram muitas vezes realizadas à noite, em algum lugar
secreto e mostravam uma lenda, com dramas sagrados, como instrução. Os candidatos
eram geralmente instruídos para interpretar as verdades para si mesmos. Incluíam as
grandes inteligências da época, tais como Moisés, Platão e Pitágoras que, por sua vez,
ensinaram a outros, as doutrinas essenciais. A mesma prática é obedecida na Maçonaria.
Nós ensinamos com alegorias e símbolos, permitindo a um Iniciado captar tanto quanto
sua capacidade mental possa adquirir; cada Maçom tornando-se adepto de maneira que
possa estudar por si e compreender.

Comentário:
Este Grau comemora o início da Ordem Sacerdotal em Aarão e em seu filho.
Ao lidar com os Mistérios antigos, este Grau introduz os Mistérios Menores. O cenário é o
66
deserto do Sinai, num acampamento das Doze Tribos de Israel. Num grande círculo,
ficam as tendas; o centro é a tenda do Tabernáculo. Moisés e Aarão lideram a ação, na
qual um dos Levitas é Iniciado nas fileiras dos guardiões do Templo. Isso simboliza o
primeiro passo do homem no conhecimento de coisas sagradas e sua entrada nos
Mistérios Menores.
Os Mistérios nunca foram revelados a ninguém não considerado digno e bem-
qualificado. Exige-se que ele tenha sido justo, correto e verdadeiro, possuído de bom
caráter moral e com fama de bons antecedentes. Para adquirir esses direitos e
cerimônias, o candidato tinha que submeter-se a um teste preliminar de merecimento e
qualificação. Relatórios históricos nos contam que quando nosso antigo e culto Irmão
Pitágoras se apresentou para Iniciação, passou pela mais minuciosa investigação,
durante a qual demonstrou grande ânimo e paciência. Ele reconhecia a sublimidade e a
grandeza das profundas filosofias.
Uma vez dentro dos portais místicos, o candidato tinha que passar pelas mais
finas e majestosas cerimônias, antes de ser confiado com a chave da simbologia. Então,
o véu era retirado e eram reveladas a ele as glórias encantadoras. Mas, primeiro a luz
resplandecente do santuário o cegava e ele reconhecia que não havia nenhuma
revelação instantânea; ao contrário, uma compreensão da sublimidade e grandeza é
atingida somente por meditação ardente e estudo. Tal aproximação finalmente apoderou-
se dele com uma admiração maravilhosa pela beleza majestosa e os ensinamentos
ocultos de nossa ilustre Fraternidade, por meio de símbolos.

Alegoria - Chefe do Tabernáculo, Vigésimo Terceiro Grau:


“Todo o homem ... de Israel ... instalará (sua tenda) com seu próprio (tribo) estandarte.”
(Números 2:2.) Este homem da tribo segura o estandarte “Leão de Judá”. Outros mostrados são, olhando-
se da esquerda, tribo de Levi, Simeão, Naftali, Issachar, Zebulum, Benjamin, Gad, Reuben, Asher, Dan e
José, que foram divididas em duas tribos, Efraim e Manasseh.

Esses incluíram o Nível, significando a igualdade e a universal Fraternidade do


Homem; o Esquadro, para a justiça, honestidade nos propósitos e transações corretas
com todos; o Prumo, para a conquista de nossa natureza animal inferior e infalível retidão;
o Pavimento de Mosaico, representando a vida humana, salpicada com o bem e o mal - o
quadrado claro da esperança e o quadrado preto da adversidade - de júbilo e felicidade,
tristeza e tribulações.
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Os ensinamentos ocultos dos Mistérios antigos tiveram origem nas eras pré-
históricas. Indianos, Ahura-Mazdeanos e Hierofantes egípcios ensinaram um
conhecimento de ciência, artes e filosofia procedentes dessa sabedoria. Ligados a uma
origem comum, eles também tinham uma finalidade idêntica de reconstruir a Humanidade
por meio das profundas verdades. Essas verdades ainda constam de todas as religiões e
filosofias. O princípio está arraigado na doutrina secreta dos Adeptos e Sábios da índia
em que existe um princípio onipresente, eterno, ilimitado e imutável do Criador por detrás
de todas as manifestações. Chamamos esse criador de Divindade, o Grande Arquiteto do
Universo. E mais ainda, a Irmandade universal do Homem, como parte da integridade
divina, é básica para todas as éticas, e o grande estudo do homem, é o homem, pois
então ele consegue compreender a si mesmo e suas grandes potencialidades. Então,
torna-se esclarecido com uma compreensão clara de Deus e da natureza.
Nosso Rito Escocês é um descendente hereditário desses ensinamentos e tem
conservado e mantido o conhecimento e a sabedoria dessas antigas fraternidades. Elas
deram à Grécia sua cultura e distinção, e a Roma sua civilização.
Nosso progresso nos ensinamentos do Rito Escocês dependerá da realidade
de nossa visão. Goethe, o grande poeta alemão, e Maçom entusiasta, percebeu isso com
um vivo discernimento quando escreveu: “O homem procura sua unidade íntima, mas seu
verdadeiro progresso no caminho depende de sua capacidade de impedir a distorção da
realidade de acordo com seus desejos.” Ele poderia ter acrescentado, “e seus temores.”

VIGÉSIMO TERCEIRO GRAU

Isso nos faz lembrar a famosa alegoria de Sócrates, “prisioneiros na caverna.”


Platão disse que isso explica a condição do homem. Alguns homens ficam acorrentados
numa caverna escura. Um fogo abrasador lança terríveis sombras sobre as paredes.
Pensando que elas são reais, eles se encolhem aterrorizados. Mas, um homem cria
coragem e decide escapar. Ele luta através da escuridão, entra na luz do sol do mundo
real, e torna-se um homem livre. Volta, então, para compartilhar da descoberta, com seus
companheiros de prisão. Mas eles se agarram a suas falsas suposições, o chamam de
tolo, iludido, e permanecem trancados no seu pequeno mundo de tremenda irrealidade.
O homem, atualmente, muitas vezes deixa de se libertar de sua prisão de
desespero e hostilidade, imposta por ele mesmo. Nosso Rito Escocês nos ensina um
caminho de saída em direção à esclarecida luz do sol, da verdadeira identidade, e para
uma compreensão de que o Reino do Céu está dentro de nós.

PRÍNCIPE DO TABERNÁCULO
VIGÉSIMO QUARTO GRAU
68
Resumo:
Um candidato, para ser considerado digno de receber a tocha dos Mistérios,
deve ter evidência comprovada de compaixão, piedade e justiça. Após a Iniciação, exigia-
se dele a manifestação fiel das virtudes, a fim de receber as recompensas, tais como a
participação nas cerimônias. O uso de símbolos, a língua da antiga teologia, eram um
meio essencial de Comunicação Misteriosa. Uma série progressiva procurou lembrar ao
homem, a sua origem divina e como finalmente ele poderia voltar. Mostrava-se a ele sua
identidade, a nobreza de sua criação, a grandeza de seu destino e sua superioridade,
comparada aos animais. Realmente, hoje, quando nós especulamos sobre os enigmas da
natureza, achamos que os antigos anteciparam nossas idéias. O mais profundo de seus
pensamentos estava implantado, secreta e profundamente, nos símbolos, que eles
usavam mais eficazmente do que palavras, para expressarem as sublimes idéias que
lutavam para se libertar, enquanto contemplavam o grande círculo de fenômenos -
Nascimento, Vida, Morte, Ressurreição, Eternidade, Deus.

Comentário:
O local e o cenário do Grau anterior são continuados neste. Moisés dirige uma
L.oja Maçônica, chamada Corte, no acampamento do deserto. Os Mistérios Maiores estão
prestes a serem conferidos a um candidato que se tornará sacerdote entre as Tribos de
Judá. Primeiro, há a purificação, conforme ensinada em nossos graus. As forças básicas
da natureza - fogo, água, terra e ar - são usados com essa finalidade. Seguem-se, então,
a morte simbólica e ressurreição entre recitações de muitas lendas de Osíris, Brahma,
Dionísio e outros. Finalmente, a substância dos Mistérios Maiores é demonstrada.
Originalmente, essas cerimônias, diferentes daquelas dos Mistérios Menores,
eram envolvidas no maior segredo e eram administradas em lugares tais como salões
subterrâneos ou cavernas, dentro das pirâmides, ou em bosques profundos, e eram
geralmente realizadas à meia-noite. Terrores e perigos de caráter muito real confrontavam
os candidatos em todas as esquinas. Morte simbólica era seguida de luzes estonteantes
em magníficos contornos. Os candidatos ficavam familiarizados com o que era, então,
conhecido sobre ciência, astronomia, e as artes; chaves lhes eram entregues para o
sistema secreto de hieróglifos; era ensinado o significado duplo, e às vezes triplo, de
símbolos; ensinava-se a eles a existência de uma Suprema Divindade e lhes era dada
uma crença básica da imortalidade da alma.
Assim como a posse desses conhecimentos dava a líderes, reis e sacerdotes,
uma posição de comando sobre as massas mal-orientadas, assim também, num grau
menor, mas não menos real, atualmente, o conhecimento dessas verdades espirituais que
nós transmitimos a um Maçom do Rito Escocês, confere a ele as possibilidades de
liderança sobre seus compatriotas. Ele possui, também, por essa razão, uma
responsabilidade pessoal pelo incremento moral e espiritual de seu país e pela liderança
para com a verdadeira liberdade, dignidade e fraternidade entre toda a Humanidade.
É evidente que a Loja Simbólica ou Graus Simbólicos não podem explicar tudo
sobre a Maçonaria. Eles representam o alicerce, assim como as três primeiras regras de
aritmética precedem a ciência de números ou matemática, e como as poucas notas
básicas em nossa escala musical são a fonte para combinações que produzem as
composições dos mestres. Um Iniciado pode imaginar que compreende a ética, os
símbolos e os enigmas, ao passo que uma verdadeira explicação desses fica reservada
para os mais adeptos. É por isso que os primeiros Três Graus da Maçonaria têm sido
descritos como “colunas partidas de um Templo Druida, em sua grandeza rude e
mutilada.”
69

Alegoria - Príncipe do Tabeniáculo, Vigésimo Quarto Grau:


“E Moisés ergueu o tabernáculo . . . E estendeu . . . a tenda sobre o tabernáculo.
E ele levou a arca para dentro do tabernáculo, e fixou o véu . . . E ele colocou a mesa dentro da tenda da
congregação sobre o lado do tabernáculo ao norte, sem o véu. E colocou o pão . . . sobre ela . . . E ele
colocou o castiçal na tenda da congregação . . . ao lado do tabernáculo ao sul. E ele acendeu as luzes . . . E
colocou o altar dourado . . . diante do véu: E a incensou com incenso suave . . . E colocou o
altar de ofertas acesas na porta do tabernáculo.” (Exodus 40: 18-33.)

Todo dedicado Maçom e estudante sabe que no Rito Escocês ele pode
vislumbrar o simbolismo, as parábolas e as alegorias, as grandes realizações, o
conhecimento das sublimes e profundas verdades e filosofias, que descenderam dos mais
sábios do passado, através dos Mistérios Maiores. Essas tradições nos transportam às
remotas eras da antigüidade, muito antes do nascer da civilização pré-histórica, muito
antes do tempo em que as inscrições hieroglíficas foram escritas e resguardadas dos
profanos nos túmulos e templos, no Vale do Nilo. Essa sabedoria antiga, conforme é
ensinada pelo Rito Escocês, foi a fonte da Maçonaria que fluiu para nós numa grande
torrente vinda de muitas áreas do mundo.
O místico dinamarquês, Sören Kierkegaard, na sua época, também incitava a
todos que procurassem descobertas próprias similares. Ele disse: “O final assombroso é
quando o homem pode realmente dizer: Eu me conheço!”
Sócrates falou desse fundamento formidável nessa simples sugestão: “Para se
encontrar, pense por si mesmo.”

VIGÉSIMO QUARTO GRAU

Essa prática de confiança em si rejeita a tolice de ordenar o que outra pessoa


deve fazer. Plena confiança em si, possui uma segurança íntima que fica livre de desejos
compulsivos e uma vida de ilusões. Não se prende demasiadamente em aprovação
pessoal, nem se atola em arrependimentos das memórias do passado ou as antecipações
do futuro. Procura, mas procura, sim, um estado de observação própria, livre de esforços
egoístas e de luta pela felicidade que ele julga que outros possam oferecer, tais como,
estimulações artificiais, grandes atividades, riquezas, ascensão social ou comercial.
70
Então, surpreendentemente, ao contrário de um cruel desespero, buscas decepcionantes,
arrependimentos do passado, ou futuros temores, a atmosfera de verdadeira
independência e liberdade de espírito resulta em verdadeira felicidade e realizações
próprias, sem esforço.

CAVALEIRO DA SERPENTE DE BRONZE


VIGÉSIMO QUINTO GRAU

Resumo:
Enfrentamos aqui o conceito da alma pura, celestial e eterna do homem. É
uma crença da Antigüidade que a alma existia antes da união com nossos corpos; do
contrário, argumentou a maioria dos filósofos, como a alma poderia existir depois do
corpo senão tivesse existido antes, e independente do corpo. Esse era o ensinamento nos
Mistérios. A serpente era observada com reverência, antigamente, como a autora da sorte
das almas. Enrolada, com a cabeça erguida, era utilizada na insígnia real dos Faraós e era
consagrada nas cerimônias e nos Mistérios, e pelos hebreus e os gnósticos. Nos rituais dos
Bacchus Zaba-Zeus, a serpente era atirada no peito do Iniciado. Nós, do Rito Escocês,
ensinamos com entusiasmo as lições de muitas filosofias e religiões, reconhecendo a
unanimidade dos objetivos, dos ideais e das lições morais, especialmente uma morte mística
similar que simbolizava a descida da alma até as regiões do inferno e depois sua ressurreição
para a grandeza da luz, da verdade e da perfeição.
Comentário:
A história deste Grau é fundada sobre a história nos Números XXI:6-19. O Senhor
enviou serpentes incendiárias para o meio dos israelitas rebeldes e fez com que eles se
arrependessem de seus pecados e pedissem a Moisés para interceder. Ele rezou e foi
informado para colocar uma serpente incendiária num mastro, e que aqueles que olhassem
para ela, quando mordidos, viveriam. Então, ele fez uma serpente de bronze, colocou-a num
mastro e todo aquele que olhasse para ela, tendo sido mordido, estava salvo da morte.

Alegoria - Cavaleiro da Serpente de Bronze, Vigésimo Quinto Grau:


71
“E o SENHOR enviou serpentes incendiárias para o meio do povo, e elas morderam o
povo; e muita gente de Israel morreu . . E o SENHOR disse a Moisés: Faça para ti uma serpente
incendiária, e coloque-a num mastro, e irá acontecer que todos que forem mordidos, quando
olharem para ela, viverão. E Moisés fez uma serpente de bronze e colocou-a num mastro, e
aconteceu que se a serpente tivesse mordido alguma pessoa, quando ela visse a serpente de
bronze, ela viveria.” (Números 21:6, 8, 9.)

A ação se passa num deserto campo dos israelitas, entre os vizinhos


ismaelitas, que eram árabes e descendentes de Abraão, através de seu filho, Ismael, e
sua criada, Hagar. O candidato passava através das casas da terra, dos planetas, do sol,
da lua e da luz. No decorrer dessa passagem, ele conseguia atingir uma melhoria
pessoal. Então, era revelado o símbolo do Antigo Testamento, uma “serpente de bronze”
sobre uma alta coluna.

VIGÉSIMO QUINTO GRAU

VIGÉSIMO QUINTO GRAU


72
Nos é lembrado novamente que os Mistérios ensinaram a doutrina de nossa
natureza divina, a nobreza da alma imortal e a grandeza de seu destino. A serpente foi
utilizada nos símbolos. Em algumas partes, o réptil era considerado o autor do destino
das almas. Nos Mistérios de Bacchus e Eleusis, era consagrada. É encontrada nos
monumentos Mithraicos e foi utilizada na insígnia real dos Faraós. Era também, muitas
vezes, um símbolo de malevolência e perversidade, de acordo com escritores hebreus e
nas mitologias indianas e persas. Todo seguidor devoto de Zoroastro era obrigado a
exterminar serpentes.
Sabemos que o arrependimento pelos pecados cometidos, possivelmente,
poderá evitar uma repetição, porém, nunca resgatará o que foi feito. A mão inexorável que
nos golpeia é a nossa própria mão. A ofensa e o castigo são os mesmos no domínio da
justiça eterna. Aquele que faz mal ao próximo, de fato, só prejudica a si mesmo. Ele
enterra o punhal no seu próprio coração. Mas, nós ainda temos sob nosso controle o
remédio para o mal, e a propagação do bem. Podemos executar os poderes do amor, da
pureza e da espiritualidade. Este Grau é, portanto, filosófico e moral, ensinando não
somente o arrependimento, como também a explicação de símbolos da Maçonaria,
especialmente aqueles relacionados com a legenda antiga e universal da morte e da
restauração da vida. Um significado mais profundo é que o preceito da escuridão e do mal
é apenas passageiro e que a luz e o bem serão eternos.
Devemos semear com cuidado, portanto, se quisermos obter uma colheita de
felicidade. Nossos Graus filosóficos divulgam - e cada um de nossos graus, desde o
Primeiro até o Trigésimo Terceiro ensinam por cerimônias e instrução - que os mais
nobres propósitos e deveres de um homem nesta vida são de lutar, superar e vencer,
dominando a vida material e sensual, para alcançar o espiritual e o divino em seu interior.
Existe nele, assim como no universo, a harmonia, a beleza e o equilíbrio de Deus. Essa
meta louvável requer um conhecimento de que o homem é possuído de uma natureza
espiritual - uma alma eterna avançando cada vez mais para perto da perfeição e da luz da
Presença Divina - Onipotente e Onisciente - que é infinito em poder, sabedoria e piedade,
com amor e compaixão infinitos para as criaturas frágeis e imperfeitas de Sua criação.
Enquanto nós temos ligado com os Mistérios Menores e Maiores que nos
foram legados, através dos séculos, desde os tempos antigos, as verdades que eles
divulgam são tão originais e puras e tão oportunas para nós quanto a nossa civilização
moderna. Podemos discernir a finalidade criativa, através do universo, de muitas
maneiras, rejeitando a idolatria, superstições e fantasias ingênuas. Podemos recusar em
acreditar numa Divindade caprichosa que distribui favores e punições de acordo com
regras e regulamentos. O Rito Escocês não insiste que se siga dogmas criados pelo
homem como um passo necessário para a salvação eterna. Nossos ensinamentos são
importantes para problemas contemporâneos e para nossas obrigações sociais e morais.
Frisamos que é Deus quem nos dá o bem, a liberdade, o amor, a razão, a
escolha moral e a identidade. Essas são coisas que podemos pedir a Deus e pelas quais
podemos rezar. Elas são sinônimas de Deus se nós condenamos o mal e despojamos
todas as religiões de suas doutrinas ortodoxas, lendas, alegorias e dogmas. E, como as
religiões proclamam a Onipotência de Deus, assim também são onipotentes as
características básicas que são sinônimas de Deus. A definição de onipotência poderá ser
“a infinita, ilimitada fonte de todo poder.”
Deduz-se, então, que se tivermos fé naquelas características básicas de Deus, se
nós as ponderarmos durante nossas vidas, se pensarmos nessas reflexões e se excluírmos
de nossas consciências o oposto, teremos dentro de nós uma infinita e ilimitada fonte de
poder. Isso requer rejeição conscienciosa dos opostos, uma obliteração para fora da mente,
do desânimo, de pressentimentos, de piedade de si mesmo, de temor e de ansiedade,
preenchendo o vácuo com pensamentos de harmonia, saúde, perfeição, fé e coragem.
Que mundo seria este, se todas as nações praticassem essa filosofia!
Teríamos conseguido uma verdadeira Nova Era. Sem guerras, sem crimes; o Amor
73
Fraterno e a vida seriam vividos, em toda a glória de Deus. Essa era foi prevista quando
Henry James nos disse, em sua autobiografia:
“Se fossem, metade do poder que ocupa a terra com terror,
“Se fossem, a metade das riquezas concedidas aos campos e cortes,
Dadas para redimir do erro, a mente humana,
Não haveria necessidade de arsenais ou fortalezas.”
Talvez as estrelas em transição tenham uma mensagem para nós, quando o
mundo mergulha através do espaço, penetrando na Era de Aquário. Os astrônomos nos
alertam que o movimento celestial de nossa galáxia completa uma órbita cada 26.000
anos. Isso pode ser dividido em doze partes, ou um período de 2.100 anos. Essas
ocorrências estão relacionadas à Maçonaria. Nós celebramos as festas do equinócio e as
do solstício. Nosso altar é no Oriente. Luzes, mobília e símbolos referem-se aos céus.
Tendo em mente, conforme Einstein demonstrou, que a matéria e a energia
são permutáveis, de modo que realmente tudo é material ou vice-versa, sabemos que a
nova divisão que estamos iniciando trará novas energias. Essas podem ter um tremendo
impacto sobre nós, nossa civilização e nossa terra, assim como ciclos de manchas no Sol
estão relacionadas a mudanças atmosféricas e ciclos econômicos.
H. G. Wells, em sua obra literária de ficção, “Nos Dias do Cometa”, descreveu
um mundo atormentado por guerras, traições e intriga, sobre o qual um misterioso cometa
lançava uma gigantesca nuvem verde. Causava um estranho sono em todos da Terra.
Depois, acordaram para uma mudança animadora. A raiva e a desconfiança haviam
desaparecido. Na calma da genuína compreensão humana, os soldados abandonaram
suas armas e, na plenitude da paz, saudavam como amigos, os antigos objetos de ódio.
Assim, também, uma Humanidade, finalmente despertada, rejeitará a ambição material
por uma conquista de si, na nova era de felicidade.
Diógenes e Thoreau, cada um em sua época, eram intérpretes da vida
satisfeita. Diógenes declarou: “Você perde o objeto evasivo de sua procura quando luta
pela vida luxuosa.” Um dia, Alexandre Magno foi para onde enormes multidões estavam
esperando a hora de ouvi-lo falar. Mas Diógenes ficou em casa. Notando a ausência dele,
Alexandre indagou: “O que posso fazer por você?” Diógenes respondeu: “Apenas uma
coisa. Chegue para o lado; voce está tapando de mim a luz do sol.”

PRÍNCIPE DA MERCÊ OU ESCOCÊS TRINITÁRIO


VIGÉSIMO SEXTO GRAU

Resumo:
Algumas coisas estão além de nossa jurisdição. Por exemplo, não dizemos a
um muçulmano que a crença dele, ou não, na divindade de Maomé esteja condicionada à
sua crença em um Único Deus. Não consideramos um hebreu como herege por se
recusar a acreditar que o Messias nasceu em Belém, há 2.000 anos. Não dizemos aos
Cristãos que Cristo era apenas um homem, cuja história de sua vida é apenas uma
renovação de histórias antigas, semelhantes. Dizer uma coisa dessas, seria uma
irreverência. Nós não proferimos tais palavras. Respeitamos todas as crenças que não
74
profanam a Divinade. A Maçonaria não pertence a uma seita, a uma só religião, uma só
era, um só homem. Ela abrange e reverencia a verdade de todos. É por isso que ela
floresce em beleza e grandiosidade, quando é cuidada com um toque de compreensão e
tolerância. A Maçonaria é um emocionante cofre, com tesouros, que pode ser aberto por
aqueles que procuram a sabedoria perceptiva, a arte do divino fogo, o prazer da
companhia complacente. A estrutura humana é trazida para dentro do Templo do Espírito
Infinito, enquanto admite que o homem limitado não pode se integrar totalmente na
estrutura infinita. Mas o entusiasmo pela procura é igual às recompensas da trindade dos
atributos de Deus - sabedoria ou inteligência, força ou resistência, harmonia ou beleza.
Comentário:
Este Grau trata da Tríplice Promessa do Deus de piedade - com Abraão pela
circuncisão; com os israeltas, no deserto, pela intervenção de Moisés, e com toda a
Humanidade pela morte e pelos sofrimentos de Cristo. Nos é ensinado, em primeiro lugar,
a importância da verdade e nós focalizamos a nossa atenção novamente nos Mistérios
Maiores, conforme eram praticados no início da Cristandade.
O local da ação era fixado tarde da noite, numa reunião de Cristãos lá no fundo
das catacumbas, debaixo de Roma, pois os Imperadores eram cruéis e os perseguiam.
Está em andamento um exame sobre o último grau dos Fiéis.
A Igreja primitiva era dividida em três graus. Os Noviços, conhecidos como
auditores, eram preparados para receber instrução. Depois, eram aqueles chamados
catecúmenos, que haviam recebido parte do ensinamento, ou haviam recebido instrução
e treinamento e estavam aguardando batismo. Depois, havia os Fiéis, que, tendo recebido
o conhecimento total, eram batizados e participavam da cerimônia com o pão e o vinho. É
óbvio que essa progressão é paralela às fases da Revelação, nos Mistérios Antigos.
A lição refere-se à busca do homem pela compreensão de si mesmo e do
universo no qual ele vive e pelo qual está cercado, e de sua relação com a Divindade. O
verdadeiro conhecimento do homem é diminuto, porém, ele sabe que existem outras
forças que não materiais. Então, ele anseja por um entendimento do espiritual e de seu
verdadeiro destino.
Na sua procura da verdade, o homem muitas vezes torna-se envolvido em
discussões sobre dogmas em vez de centralizar sua procura sobre a substância do Único
Supremo Ser, permanentemente superior, e os aspectos imortais da alma do homem e
seu impulso inerente em direção à revelação das grandes verdades.
Ao contrário, reverencia todos os professores de moralidade. Está além de
nossa finalidade decidir sobre as reivindicações contraditórias que preocupam os
seguidores de Moisés, Confúcio, Zoroastro, Jesus, Buda, Maomé e outros. Nós realmente
rejeitamos qualquer tentativa de rebaixar ou degradar a Divindade, ou negar o glorioso
destino do homem, ou apoiar a imoralidade, ou evitar os deveres que nossa Fraternidade
impõe aos seus membros.

Alegoria - Príncipe da Merce ou Escoces Trinitário - Vigésimo Sexto Grau


75
Este grau demonstra que o Único Supremo Deus tem sido conhecido por muitos nomes e em
muitas raças de homens. Os Sumerianos, os Egípcios, os Medas e Persas, os Hebreus Cabalistas, os Druidas,
e Norsemen, os Brahmans, os Muçulmanos, os Budistas e os índios norte-americanos, todos acreditavam em
Deus como o Único Supremo Rei e Criador do Universo. Essa crença, mantida pelas primeiras sociedades de
maçons ativos, há quase seis mil anos, é a mesma crença mantida em vigor pelos modernos maçons.

A oficina maçônica é uma oficina onde todos os homens poderão explorar o


mistério da primeira causa, Deus; poderão expressar, através de nossa frágil
compreensão humana, admiração nas forças do universo, tais como amor, bondade,
sabedoria, piedade, justiça e benevolência; poderão penetrar no firmamento com nossos
mais poderosos telescópios e ver mundos em movimento, girando através do espaço
infinito, numa velocidade inconcebível - milhões de sóis, cada um com seu próprio séquito
de mundos e tão distantes que sua luz viaja durante séculos e séculos antes de chegar a
nós. Nós simplesmente dizemos que Deus fala através da alma de todo homem que vive,
em toda a criação, nas estrelas, nas árvores, no vento, na terra, no murmúrio dos
pinheiros e no sussurro do riacho, na luz do amor, no cantar dos pássaros e no sorriso do
homem. Talvez, milhares ou milhões de anos passarão antes de encontrarmos realmente
o segredo entre nosso espírito e nosso corpo. A sobrevivência do espírito, após a morte,
tem sempre intrigado o homem. Se considerarmos nosso espírito como uma emanação
de nosso cérebro, análoga à luz produzida numa lâmpada elétrica, então é separada e
separável. Quando a lâmpada se apaga, a luz continua adiante numa viagem sem fim
através do espaço. Astrônomos podem fotografar, por exemplo, a chegada da luz que foi
emitida por estrelas, há muito mortas, talvez há quatrocentos milhões de anos-luz. Nós
podemos, portanto, presumir que a energia espiritual de nosso cérebro se irradia para
regiões muito além do espaço e do tempo, e continua também existindo após a morte.

VIGÉSIMO SEXTO GRAU

Quando Einstein tinha 70 anos e morava em Princeton, teve uma rude troca de
correspondência com um rabi ordenado. O rabi tinha uma filha jovem a quem procurava
confortar depois da morte da irmã dela. Não se encontrou nenhum consolo com as
tradicionais bases religiosas, portanto, recorreu-se ao cientista. Einstein escreveu em uma
resposta: “Um ser humano faz parte de um todo, chamado por nós de “universo”, uma
parte limitada em tempo e espaço. Ele sente seu ser, seus pensamentos e sentimentos
como uma coisa separada do resto - uma espécie de ilusão de ótica de seu sentido. Essa
ilusão é como uma prisão para nós, nos restringindo a nossos desejos pessoais e para a
afeição por pessoas mais próximas de nós. Nossa tarefa deve ser nos libertar dessa
prisão, ampliando nosso círculo de compaixão, a fim de abranger todas as criaturas vivas
e toda a natureza em sua beleza. Ninguém tem capacidade para conseguir isso
completamente. Mas o esforço para tal realização é, em si, uma parte da libertação e uma
base para segurança interior.”
76

GRANDE COMENDADOR DO TEMPLO


VIGÉSIMO SÉTIMO GRAU

Resumo:
Este Grau desperta o antigo espírito cavaleiresco do dever e veneração à
verdade. Houve um tempo em que um cavaleiro preferia morrer do que proferir uma mentira
ou dar uma opinião para favorecer a uma mera conveniência, lucro ou medo de perder
prestígio. Ele não enfeitaria ou perverteria as palavras ou atos de outros homens; não falaria
nem discutiria insinceramente, nem mancharia seu belo brasão sob qualquer pretexto. Tudo
isso ele observava, quer dentro ou fora de seu Capítulo. Apesar de todas as nossas tentativas
idealísticas, filosofias de sabedoria e repressão, meditações sublimes e elevadas, há
ocasiões e acontecimentos que exigem ação agressiva, demonstrações de força e uma
determinação indomável para a vitória em batalhas que devem ser travadas para manter as
virtudes que nós proclamamos. Nossas vidas devem desprezar o que é vil e egoísta, devem
ostentar as atribuições cavaleirescas de caráter e caridade, verdade e honra, e não devem
ser exemplos de acúmulos de riquezas e poderio mundanos. Isso é a Maçonaria prática em
ação, assim como quando desempenhamos nossos deveres para com os pobres e
desamparados, os fracos e infelizes, os loucos e os enfermos.
Comentário:
Este Grau revive o antigo espírito galanteador do cavaleirismo, respeito às
virtudes em que nós acreditamos, e a firme defesa do dever.
A ação refere-se a um candidato à dignidade de cavaleiro na Ordem de Cavaleiros
Teutônicos da Casa de Santa Maria de Jerusalém, fundada cerca de 1191. O pretendente
passava por testes e cerimônias e, de acordo com exigências antigas, era posto como guarda
diante do altar. Um aviso severo lhe era dado de que a deserção iria desclassificá-lo. Houve,
então, sucessivas tentações para que ele abandonasse seu posto. Ele rejeitou o amor, a
defesa de seu castelo, e horríveis perigos para sua igreja. Inesperadamente, um assalto real
inimigo e furioso foi lançado contra a cidade. As conseqüências estavam perto e eram muito
perigosas, e aparentemente só a liderança de luta do cavaleiro poderia recuperar a defesa. O
pretendente a cavaleiro reconheceu o terrível perigo para os habitantes; então,
desinteressadamente, abandonou suas ambições, apanhou suas armas, e levou os
defensores à vitória. Isso foi reconhecido, entretanto, como um sacrifício dele para com os
outros e, como recompensa, ele foi agraciado como cavaleiro e recebeu o merecido título de
“Comendador do Templo.”

Alegoria - Grande comendador do Templo. Vigésimo Sétimo Grau:


Uma vigília sobre suas armas, algumas vezes durando vários dias e noites, era um teste
para os recém-nomeados cavaleiros, contra a solidão, a fadiga e a tentação da natureza mundana.
77
Nosso Rito Escocês - o forte braço direito da Maçonaria que vibra para a frente
a espada flamejante da verdade - tem trabalhado para dar à Humanidade seu direito de
nascimento, a liberdade de pensamento, liberdade da palavra e um governo livre, para
superar a tirania, a injustiça e a usurpação, e para golpear o despotismo de um déspota.
O melhoramento e reconstrução da raça humana são os deveres de todo Maçom, no
espírito de um desprendimento de cavaleiro. Isso não significa que nós devemos perder
nossas vidas quando a perda não traria nenhum bom resultado. Preferivelmente, nós
devemos ajudar nosso próximo, sacrificar nosso conforto pessoal e desejos, e ajudá-lo a
subir a um plano mais elevado de envolvimento espiritual de modo que ele possa se
conhecer. Conforme Epicteto sabiamente disse: “Não se desvie de seu dever por
qualquer reflexão fútil que o mundo possa lhe oferecer, pois suas censuras não estão em
seu poder e, portanto, não devem fazer parte de suas preocupações.”
Faça bem a todos os homens. Tente lembrar-se de que a raça humana é uma
grande família da qual você faz parte. Todo verdadeiro Cavaleiro de nosso Rito Escocês
trabalha pelo bem de seu Irmão a fim de beneficiá-lo mental e moralmente, ensinando-o
que deve praticar a humildade, a paciência, a caridade e o desprendimento, mas nunca
se submeter à opressão, à injustiça ou à usurpação, à tirania espiritual ou ao despotismo
político.
Através de sua história inspiradora, o Rito Escocês da Maçonaria tem sido um
campeão dos direitos do povo, ensinando, praticando e inculcando em todos os homens o
conhecimento da verdade, se esforçando para libertá-los das praixões animalescas e da
ignorância, da hipocrisia, da intolerância e da escravidão espiritual. Aí o verdadeiro
cavaleiro toca a corneta e desembainha sua espada.
Nós devemos lembrar também que a vida não é um prado para meditação.
Pelo contrário, conforme disse Horácio: “Toda virtude é uma luta; a vida não é um cenário
para repouso, mas para uma ação enérgica.”
A vida requer ação enérgica. Da mesma maneira, as responsabilidades
maçônicas requerem ação maçônica, da espécie que eu chamo de “Maçonaria de
Mangas de Camisa.”

VIGÉSIMO SÉTIMO GRAU

Querendo dizer que é a aplicação prática, em nossa vida diária, daqueles


princípios que nos foram ensinados em nossas Lojas.
Charles Dickens disse: “Possivelmente, nós poderíamos até melhorar um
pouco o mundo, se nos levantássemos cedo e tirássemos nossos paletós para o
trabalho.”
Isso é “Maçonaria de Mangas de Camisa.” Tirarmos nossos paletós para o
trabalho, em vez de nos ocuparmos somente com contemplações vagas ou místicas.
Tiremos nossos paletós para o trabalho. Façamos a Maçonaria prática, real e ativa, dia a
dia, e muito autêntica, “De Mangas de Camisa.”
78
Ao considerarmos que nós, do Rito Escocês, somos executantes assim como
pensadores, tenham sempre em mente o que o Professor William James, da Universidade
de Harvard, disse:
“A ação parece seguir o sentimento, mas, no entanto, a ação e o sentimento se
misturam, e, controlando a ação, que está sob o controle mais direto da vontade,
podemos indiretamente regular o sentido, que não está.”

CAVALEIRO DO SOL OU PRÍNCIPE ADEPTO


VIGÉSIMO OITAVO GRAU

Resumo:
Nosso amor por Deus pode se manifestar em nosso amor pela Verdade,
Justiça e Nobreza da alma. Essas formas podem abranger uma poderosa afluência do ato
universal de piedade total. Nós estamos, continuamente, e para sempre, entrando e
saindo das grandes forças do vasto universo de Deus. Nós também chegamos face a face
com a Infinita Divindade, quando comparamos o pensamento de Deus, quando atingimos
uma verdade; quando descobrimos o preceito de comportamento de Deus, quando
aprendemos o que é direito; ou quando compartilhamos com o sentimento de Deus,
conforme sintamos o amor desinteressado. Isso era ensinado em religiões antigas, mas
nós não poderíamos esperar completar um estudo dessas forças, mesmo que
dedicássemos uma vida inteira a esse trabalho. Muito antes das pirâmides do Egito ou da
Torre Sagrada da Babilônia, o homem antigo venerava o Sol e seus planetas, assim como
o fogo, a luz e o calor, como símbolos e sinais exteriores do Supremo Ser ou da
Inteligência.

Comentário:
Este é um Grau Cabalístico e Hermético da maior antigüidade, envolvendo a
matéria-prima de todas as coisas. A alegoria é o homem em busca da verdade. Ensina
um desígnio filosófico para uma doutrina de religião natural como parte do mistério.
De acordo com a aproximação filosófica, existem sete estações, representando
planetas, que antigamente explicavam a passagem de almas entre o céu e a terra.
Aprendemos que a criação traz forças de oposição, de equilíbrio e harmonia. Assim, as
pancadas violentas da adversidade são úteis para o desenvolvimento do caráter. Outra
apresentação é a crença dos antigos sábios que aquilo que vemos nesta vida são reflexos
de coisas que existem no mundo invisível espiritual. E daí, a vida semelhante após a
morte estava assegurada. A natureza era também recomendada para estudo e para
encontrar lá as características da Divindade. Então, conforme aprendemos anteriormente,
a fé é ensinada como a chave miraculosa que pode movimentar a Humanidade. Uma vez
que você tenha compreendido e acredita nesse conceito de fé em um Criador Todo-
Poderoso, você terá um escudo que desviará o medo para sempre.
Nós combinamos, na crença, o Grande Arquiteto do Universo, o Infinito, o
Incógnito, o Deus Único Eterno. Nossos ensinamentos, entretanto, não são sacramentais.
Nós dizemos que a criação é a manifestação de Deus. Todos nós somos completamente
livres para indagar para si sobre os métodos. O espaço simboliza essa idéia de divindade.
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É ilimitado, infinito, insondável, desconhecido. Mas existe. Assim, também, existe o
homem. Deus não é tirado da natureza, mas, sim, a natureza descende de Deus. A
estabilidade da natureza é perfeitamente igual à Sua imutável presença nela.

Alegoria - Cavaleiro do Sol, ou Príncipe Adepto - Vigésimo Oitavo Grau

Um escriba registra, num tablado de barro, os conhecimentos sumério-babilônicos, que foram


a fonte das histórias do Gênesís, das leis de Moisés e dos conceitos da Cabala. À esquerda, vê-se o Portão
de Ishtar, a entrada fortificada do caminho processional para a cidade interna da Babilônia.

O homem pode conceber um conceito imperfeito da Divindade, de acordo com


sua própria consciência, perspicácia, cálculos mentais e poderes. A inteligência do
homem pode alcançar uma imagem mais elevada do que a de um outro homem. O índio
das planícies americanas fazia suas devoções ao Grande Espírito. Os chineses
conheciam a lei do amor, que Lo Lao-tze ensinava há séculos antes de Cristo nascer, e
acreditavam em nossa semelhança de verdades. Alguns homens civilizados formulam
deuses especiais para falar, a fim de se adaptar a suas necessidades espirituais e para
enriquecê-los com predicados pessoais. Mas, conforme a mente se eleva acima do
desenvolvimento social, assim também se nota alguma coisa grandiosa, sublime e
enobrecedora que sente uma divindade subjacente em todas as coisas. Conquanto
crenças contraditórias assegurem pretensões à posse exclusiva da verdade, a Maçonaria
infunde sua crença que existe Um Só Deus, Criador e Protetor do Universo, sob leis
eternas; que Ele soprou no homem o sopro da vida, e da imortalidade; que o homem pode
praticar o mal ou escolher o bem, e que é responsável por seus atos e sujeito à punição
por seus pecados; que todo mal e sofrimento representam discórdias temporárias da
grande harmonia que surgirá num grande acorde harmônico da verdade, do amor, da paz
e da felicidade.
É simplesmente impossível ao finito compreender totalmente o infinito
espiritual. O homem procura e luta pela realização espiritual, assim como Sísifo, o cruel
rei da mitologia, que foi condenado a rolar a rocha para sempre, até quase o topo da
montanha, em Hades, só para vê-la rolar de volta. Se a verdade positiva do espiritual é
conseguida pela razão, ela colide com a mente humana somente até o ponto em que a
inteligência humana finita for capaz de recebê-la. Nós acreditamos realmente e
conhecemos as verdades maiores, a infinidade do espaço, e a natureza espiritual da alma
vinda do Deus Uno. Mas, a idéia completa e os detalhes dessa infinidade e espiritualidade
nos devem iludir nesta vida, a não ser que nossas condições finitas ou poderes de
revelação melhorem.
80

VIGÉSIMO OITAVO GRAU

Tenha certeza também que assim como nós contribuímos, proporcionalmente,


com o pensamento, a energia e a ação, de acordo com o preceito de direito que a
Suprema Inteligência prescreveu, assim, também, nós promoveremos nossa felicidade e
cumpriremos a finalidade de nossa existência. Aquele que assim procede fica possuído
de uma nova vida, participa das harmonias eternas, e fica mais enfaticamente sob a
influência de uma sabedoria mais elevada.
Na sua busca pela verdade final, o homem bem poderia meditar sobre as
palavras de Políbio, o antigo escriba:
“A verdade, por seus próprios encantos, despida de ornamentos, penetra no
coração do homem: finalnzente, ela brota numa aurora de esplendor e conquista por sua
força íntima.”

CAVALEIRO ESCOCÊS DE SANTO ANDRÉ


OU PATRIARCA DAS CRUZADAS
VIGÉSIMO NONO GRAU

Resumo:
Antigamente, os cavaleiros consideravam a virtude, a verdade e a honra, as
mais elevadas qualidades do caráter pessoal. O amor a Deus, lealdade a seus superiores,
apego fiel à promessa, resistência decisiva contra julgamentos injustos eram observados
com critério. Tradições e canções folclóricas e histórias do desempenho de cavaleiros em
épocas passadas são os alicerces do caráter nacional. Podemos formar em faróis as
conquistas gloriosas de nossos ancestrais para uma cintilante inspiração em direção a
nossos esforços de hoje. A Cruz de Santo André tem sido sempre o emblema da
humildade, da paciência e da abnegação e, mais ainda, é o emblema da caridade e da
indulgência para com os fracos, os pobres e os desamparados. O dever inclui o dos
superiores. Com a conquista do poder, surgem obrigações e deveres. Para manter-se
supremo poder deve-se apresentar as responsabilidades de grande poder. Um homem
bom pode governar um navio, porém um homem melhor pode adquirir respeito.
Comentário:
Neste Grau, examinamos o que era originalmente um Grau Escocês, o qual o
Rei Robert Bruce criou para os Cavaleiros Templários, em 1314, logo após a Batalha de
Bannockburn. A Ordem deles havia sido destruída em 1307, suas propriedades e
81
possessões confiscadas e seus líderes assassinados. Alguns haviam fugido para a
Escócia, e juntando-se ao exército do Rei Bruce, lutaram e ajudaram a derrotar uma
invasão da Escócia, pelo Rei Edward II, da Tnglaterra. Como resultado dessa valentia, o
Rei Bruce criou a Ordem de Santo André da Escócia, na qual eles foram recebidos. O
Grau Escocês foi mais tarde incorporado ao Rito Escocês, após sua organização.
A Ação do Grau demonstra que o segredo absoluto é necessário quando
impiedosos adversários, através do mundo, procuram destruir a Maçonaria. O candidato
se apresentou para admissão como Cavaleiro de Santo André, porém, foi detido por
oficiais que se declararam representantes da Sagrada Inquisição. Eles o acusaram de ser
Maçom. Isso ele admitiu. Então, ordenaram que ele renunciasse à Maçonaria e nomeasse
seus aliados e superiores. Isso, ele recusou-se a fazer, mesmo quando foi levado para o
cavalete para ser torturado. Finalmente, foi libertado e seus desafiantes revelaram ser, de
fato, Cavaleiros em disfarce, testando a lealdade do candidato. Deixado para tomar conta
de um estandarte, durante a noite, armado somente com uma espada e proibido de
procurar ajuda, a não ser que três ou mais homens o atacassem, ele foi molestado por
três, lutou com eles e defendeu o estandarte. Seus Irmãos Cavaleiros o socorreram e o
aceitaram como membro. As qualidades de dignidade de cavaleiro lhe foram esclarecidas,
incluindo as virtudes de magnanimidade nas adversidades, coração aberto em suas
relações, generosidade na honra, superioridade na cortesia e firmeza na honestidade de
homem.

Alegoria - Cavaleiro Escocês de Santo André ou Patriarca das Cruzadas - Vigésimo


Oitavo Grau. Cerimônia de Consagração a um Cavaleiro Escocês de Santo André.

Compreende-se por que este Grau é, às vezes, chamado de Patriarca das


Cruzadas. Chevalier Ramsay, primeiramente, anunciou sua lenda fabulosa na famosa
oração, onde descreveu as experiências de maçons numa sociedade de cavaleiros que
construíam igrejas Cristãs, na Palestina. Os Sarracenos procuraram impedir a
concretização dessa finaldade, resultando que os cavaleiros instituíssem sigilo e
segurança. Quando os Sarracenos, finalmente, tornaram-se fortes demais para serem
derrotados, os cavaleiros mudaram-se para a Inglaterra, onde desenvolveram a
arquitetura e as beIas-artes.
Tolerância de religião é a principal lição deste Grau. A Maçonaria aceita todas
as religiões que observem seus princípios básicos e afirma que nenhum homem deve
ditar o que o outro deve acreditar. Liberdade de pensamento é essencial para o
desempenho do livre-arbítrio do homem. Dizemos que todo homem tem o direito de julgar
as reivindicações e a evidência das chamadas verdades que os credos religiosos
apresentam. Então, se as investigações satisfazem os testes de veracidade e de prova,
significa a verdade para eles. A fé de um homem pertence somente a ele mesmo,
conforme parte do mundo que ele constrói para si. Ele é livre para pensar e raciocinar por
si, sem oposição de nenhuma fonte. Isso inclui se levantar para um plano mais elevado de
revelação espiritual e dominar, assim, quaisquer propensões animalescas. Ele é o
vencedor de si mesmo quando domina o animal interior e aprende a controlar suas
paixões e a melhorar seu estado dentro da Maçonaria.
82
Conforme traçamos nossa viagem histórica dos remotos períodos, devemos ter
em mente que existem quatro modos pelos quais podemos olhar: para trás, para dentro,
para cima e para diante. Olhar para trás é retrospectivo. É extremamente valioso para as
virtudes que nos foram ensinadas e a inspiração que alcançamos para o futuro; porém, se
for uma posição demasiadamente dominante, tenderemos a nos imobilizar para a ação
adequada no presente. Conforme um indivíduo espirituoso, certa vez, observou: “Algumas
pessoas vêm olhando para trás, para os ‘bons velhos tempos’, desde o qüinquagésimo
primeiro aniversário de Adão!”
O olhar para dentro é introspectivo. Isso também tem valor, se não for
praticado excessivamente. Saroyan escreveu uma parábola de um moderno violeiro que,
dia após dia, tocava seu instrumento, sempre com a mesma nota e nenhuma outra.
Finalmente, sua esposa, que estava sofrendo com aquilo há muito tempo, delicadamente
sugeriu que outros violeiros tinham mais notas e melodias. E a resposta indignada foi:
“Naturalmente, outros violeiros tocam muitas notas. Estão procurando a nota certa; eu já
a encontrei!” É óbvio que nós temos que tocar mais de uma nota.

VIGÉSIMO NONO GRAU

Na Maçonaria temos interesse, principalmente, com os olhares para cima e


para diante. Um chefe cínico, numa etapa da Revolução Francesa, perguntou a um
camponês:
“O que vocês farão quando nós demolirmos suas igrejas?” A resposta merece
a imortalidade: “Nós ainda teremos as estrelas!” Então, nós do Rito Escocês vivemos,
principalmente, no presente, mas avançamos para diante e para cima, instruídos e
inspirados pelo passado.

CAVALEIRO KADOSH OU CAVALEIRO DA ÁGUIA BRANCA E NEGRA


TRIGÉSIMO GRAU

Resumo:
Um dos mais importantes dos grandes Graus, este nos faz lembrar que existe
vida na morte de mártires da história, pois eles vivem nos corações e mentes de seus
seguidores. Todo Maçom que tenha atingido o Trigésimo Grau deve reler as histórias
83
inspiradoras da Ordem dos Templários. Da mesma maneira, os ensinamentos ocultos da
Maçonaria devem ser estudados com atenção e continuamente, a fim de serem
apreciados. Formada em 1118, após a Primeira Cruzada, a finalidade da Ordem dos
Templários era proteger os peregrinos para a Terra Santa. Reis e Papas apoiaram a
Ordem militar de nobres homens lutadores, e tornou-se tão excessivamente rica e
poderosa, que Filipe IV (o Belo), da França, cobiçou suas riquezas. Ele conspirou e se
envolveu em tramas indignas com sacerdotes ambiciosos, em elevados cargos, destruiu a
Ordem, confiscou suas propriedades e queimou, no pelourinho, seu Grão Mestre,
Jacques De Molay, por se recusar a violar seu voto e revelar os segredos da Ordem.
Tirania política e despotismo espiritual são tão reais agora quanto eram naqueles tempos.
Devemos combater, continuamente, o poder arbitrário e inescrupuloso que mantém as
pessoas nas correntes da ignorância.

Comentário:
Este é um dos Graus obrigatórios que humaniza a antiga lição de vingança. O
candidato jura, na solene presença da morte, que combaterá o despotismo espiritual e a
tirania política. As qualificações exigidas para um Kadosh são evidenciadas aos Frank
Judges (Juízes Livres). Finalmente, honrando a memória do último Grão-Mestre dos
Cavaleiros Templários, Jacques DeMolay, uma ação simbólica é efetuada para repelir
todas as tentativas de qualquer Igreja ou Estado em esmagar a liberdade do homem,
diminuir sua imunidade, ou degradar e impedir sua adoração ao poder espiritual supremo
de sua escolha.
A Maçonaria tem utilizado, há muito tempo, a grande história inspiradora de
Jacques DeMolay para ilustrar suas verdades. Ela traz, com uma ênfase dramática, a
ganância de Filipe, o Belo, da França, e sua inveja pelos poderes sempre crescentes dos
Templários. Filipe conspirou secretamente num esquema para eleger o Papa Clemente,
que consentiu a uma então condição não-revelada. Após a eleição de Clemente, e com
um grande horror para ele, a condição foi revelada como sendo a destruição dos
Templários. Mas Clemente, não obstante, concordou com esse cruel pedido. DeMolay,
como o Grão-Mestre e líder, foi aprisionado e com firmeza recusou-se a revelar as
identidades dos seus Irmaõs, os Templários e outros segredos da Ordem. O heróico
DeMolay, preso durante vários anos, foi finalmente queimado no pelourinho, sem trair
seus votos.

Alegoria - Cavaleiro Kadosh, ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra - Trigésimo Grau


Jacques DeMolay, Grão-Mestre da ordem de cavaleiros Templários, queimado no pelourinho por
se recusar a violar seus juramentos e revelar os segredos de sua Ordem.
Da esquerda, o ambicioso Rei de França, Filipe IV; o executor, com seu capuz preto; Jacques
DeMolay; o Papa Clemente V, que foi forçado a ordenar a destruição dos Templários; um sacerdote
ameaçando o Cavaleiro condenado com um crucifixo.
Atrás, um soldado com um capacete de aço da guarda papal e o machado de batalha.
84
Nós apoiamos, defendemos e protegemos as decisivas declarações de
liberdades americanas de modo que possamos transmitir para a posteridade suas
valiosas garantias constitucionais de justiça, liberdade e democracia, envolvidas nas
vestes protetoras de uma república. Mas o Papa Católico Romano, Inocêncio III (1198-
1216) condenou a Magna Carta, a carta inglesa de liberdade humana e justiça, e grande
progenitora de nossa Lei de Direitos, com as seguintes palavras:
“Nós . . . reprovamos enfaticamente e condenamos esse acordo; e, sob pena
de excomunhão, ordenamos que nem o Rei poderá pensar em observá-lo, nem os Barões
e seus cúmplices podem exigir sua observância; cancelando completamente e tornando
nula a própria carta e quaisquer promessas ou obrigações que tenham sido feitas de
algum modo referentes a ele, de modo que nem agora ou daqui por diante terá ele
qualquer validade.”
Esse pensamento do Vaticano reflete suas intenções de domínio da Igreja
sobre o povo.
Os Papas Pio IX (1846-1878), Leão XIII (1878- 1903), Pio XI (1922-1939) e
outros, da mesma maneira, condenaram um governo popular, as escolas públicas, a
separação de Igreja e Estado, liberdade da palavra e de consciência e, ao mesmo tempo,
colocavam o Direito Canônico com sua hierarquia acima do Direito Civil.
O Vaticano tem explodido contra a Maçonaria desde 1738, em umas 17 mais
importantes encíclicas e alocuções. Leão XIII ratificou e confirmou a severa Bula de
Clemente XII. Isso, de acordo com Cardeal Joseph Firrao, condenava todo Maçom à
morte e a confiscar seus bens, e o amaldiçoava a morrer sem salvação!
Esses pronunciamentos papais nunca foram revisados oficialmente ou
rejeitados. Realmente, o pensamento oficial da hierarquia do Vaticano sobre esses
assuntos aparentemente não mudou, apesar das tentativas ecumênicas do Papa João
XXIII. As revistas Time e Newsweek, de 16 de julho de 1973, davam a notícia de uma
ordem do Vaticano para todos os seus membros, expressada através da Sagrada
Congregação para a Doutrina da Fé, que eles deviam rejeitar quaisquer propostas para
reconciliar a teologia Católica Romana e a Protestante, e declarou que só ela era a
verdadeira Igreja, e reafirmou a teoria da infalibilidade do Papa. Esse departamento do
Vaticano era anteriormente a ignóbil Inquisição, que aplicava represálias, torturas,
mutilações e horrores que devem constar entre as mais terríveis das desumanidades do
homem para com o homem. Queimou Giordano Bruno no pelourinho, proibiu e jogou
milhares de livros de conceituados autores no fogo, e condenou Galileu à prisão perpétua
e silêncio porque ele ensinava as deduções da ciência sobre o movimento da Terra.

TRIGÉSIMO GRAU
85
Portanto, considerando a ordem do Vaticano daquele julho de 1973, nós bem
podemos perguntar: As chamas ainda crepitam em volta de Joana d’Arc, conforme ela era
queimada em agonia na fogueira, em Ruão? Ainda se ouvem os ecos, nas ruas de
França, dos gritos de 30.000 huguenotes, os Protestantes franceses, que foram
massacrados no caminho de sangue, que durou uma semana, de São Bartolomeu? Em
resposta e essa atrocidade, o Papa Gregório XIII ainda expressa aos perpetradores sua
satisfação, ordena que fogueiras sejam acesas, e ordena uma medalha congratulatória a
ser cunhada? E Tomaz de Torquemada ainda joga vítimas inocentes dentro de
calabouços e sujeita-as a práticas bárbaras e torturas cruéis na sua caçada herege como
Chefe da Inquisição?
Muitos bons Católicos Romanos americanos se opõem a essas condenações
papais como não-americanas e contrárias aos princípios de justiça e liberdade.
Recordamo-nos, com orgulho patriótico, que Católicos Romanos serviram com grande
honra e distinção em nossas Forças Armadas, lutando para manter os princípios
americanos. Muitos morreram em defesa de seu país. Nós os admiramos profundamente
e os respeitamos. Eles lutaram contra os horrores mais sanguinários e mais monstruosos
que jamais poderiam amaldiçoar este século 20, dirigidos por Hitler e Mussolini, ambos
dos quais fingiam abraçar a mesma fé católica. Os atos bárbaros desses dois bandidos, o
campo de concentração com suas torturas e a matança de judeus e poloneses, e
violações de outras terras, viverão por muito tempo em nossa memória. Nem Hitler, nem
Mussolini, entretanto, foram excomungados. Se fossem maçons, somente este fato, visto
pelas encíclicas, poderia tornar a excomunhão automática, do Catolicismo Romano!
As idéias da Maçonaria se chocam com os preceitos tirânicos e opressivos.
Daí, os desumanos e irresponsáveis ditadores, Mussolini e Hitler, perseguirem,
aprisionarem e assassinarem maçons e confiscarem seus bens simplesmente porque
eram maçons. Foram levantadas críticas sobre o clero do Vaticano por supostas
comissões e omissões, durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo: neutralidade sobre
os diabólicos ditadores; a bênção das forças militares de Mussolini quando partiam para
massacres na Abissínia; falta de condenar as invasões nazistas nas nações neutras; o
silêncio sobre a exterminação de judeus.
Não é nem hipocrisia nem intolerância protestar contra aqueles que
demonstram animosidade para com a Maçonaria ou princípios tais como aqueles contidos
em nossa Lei de Direitos; nem protestar contra tentativas de unirem a Igreja e o Estado
neste país e forçar os contribuintes a sustentar as escolas das igrejas que instruem o
dogma religioso. Não é violação do espírito ecumênico protestar assim; pelo contrário,
não protestar seria uma baixeza covarde.
Você poderia perguntar que relação tem isso com o Rito Escocês da
Maçonaria? Eu responderia: Tudo! Pois a Maçonaria é o mais antigo baluarte da liberdade
e da Justiça e a campeã das liberdades constitucionais. A verdadeira finalidade é a
sobrevivência americana e maçônica. Vejam a situação em muitos países onde a Igreja
Católica Romana domina o Estado. A Maçonaria tem sido lá exterminada ou existe
apenas por tolerância. Então, a lei da verdadeira defesa pessoal justifica a ação contrária.
Isso não significa ser “político” ou “religioso”. A Maçonaria tem um direito inerente de
defesa pessoal. Nós protestamos contra a tirania eclesiástica e despotismo espiritual. Não
fora assim, a Maçonaria guardaria dentro de seu demasiado pacifismo as sementes de
sua própria destruição.
Nós aplaudimos os esforços de nossos amigos Católicos Romanos que se
uniram com um candidato a Presidente, mais tarde Presidente, quando ele enfrentou o
assunto franca e justamente. Ele afirmou sua oposição no intrometimento do clero na
política. Ele se declarou a favor da separação de Igreja-Estado e a uma recusa de fundos
públicos para escolas de igrejas. Assim, ele afirmou sua crença em coexistência religiosa
para a América.
86
Pouco antes de sua eleição, o Presidente John F. Kennedy, um Católico
Romano, disse, em 12 de setembro de 1960, em Houston, Texas:
“Creio numa América onde a separação de Igreia e Estado seja absoluta -
onde nenhum prelado Católico diria ao Presidente, se fosse ele Católico, como agir, e
nenhum ministro Protestante diria a seus paroquianos em quem votar - onde nenhuma
igreja ou escola de igreja fosse beneficiada com quaisquer fundos públicos ou preferência
política.”
A afirmação desta posição é compatível com o melhor pensamento Judeu-
Cristão. É uma pretensão de corajosa magnitude. Muitos de nossos amigos, que são
membros daquela seita, rejeitam, como sendo estranhas à América, as fulminações
medievais contra nossa Fraternidade, e reconhecem quanto nós temos em comum,
aceitando os padrões de democracia americana; reconhecem ainda que temos um
imenso sistema numa forma nova e permanente de relacionamento entre a religião e o
governo, e pedem aos seus líderes da igreja para parar com os ataques contra a
Maçonaria e as cerimônias maçônicas. Eles esperam por ventos favoráveis de liberdade
que possam criar, na América, uma atmosfera amistosa e tolerante e o clima que os
maçons procuram, como homens de boa vontade.
Por exemplo, o Reverendo John A. O’Brien, Ph.D., falando, em 1973, num
almoço patrocinado pelo Chicago Lawyers Shrine Club, disse:
“Eu, como Católico Romano, professor de pesquisas de teologia na
Universidade de NotreDame, e sacerdote há mais de meio século, quero prestar um
tributo, em atrazo há muito tempo, aos maçons pela notável contribuição que têm dado
para a vida cívica, comercial, científica, cultural e espiritual de nossa nação. Eles nos têm
dado alguns de nossos mais ilustres presidentes, generais, legisladores, estadistas,
cidadãos e patriotas. Se as ricas e múltiplas contribuições fossem retiradas, nossa nação
ficaria realmente empobrecida.”
“Durante um ministério sacerdotal de mais de cinquenta anos, muitos dos
meus mais íntimos e mais queridos amigos têm sido maçons, e conto com essas
amizades, como pérolas inestimáveis.”
Realmente, um início, pelo menos, foi feito no próprio Vaticano. Têm havido
debates para a liberação de cláusulas restritivas das leis canônicas. Foi dito que, desde a
codificação das leis canônicas no ‘Codex Juris Canonici’ (Código de Direito Canônico), as
Bulas papais e Compêndios representam apenas as expressões pessoais. E o Cardeal
John Willebrands, Secretário da Unidade Cristã, se dirigiu a representantes da Ordem
DeMolay, durante o 5º aniversário dessa prestigrada organização de Jovens, e disse o
seguinte:
“É um prazer e uma honra para mim lhes saudar - a pedido do Secretariado de
Estado - na casa do Santo Padre, que está passando curtas e necessárias férias em sua
residência no Castelo Gandolfo, preparando ao mesmo tempo, sua viagemn à Africa.
Portanto, ele agora só pode dar audiências às quartas-feiras . . .”
“Assim, cumprimos os mandamentos dados no livro de Deuteronomio (6,5), e
citados por Cristo no evangelho de Marcos (12,29): “Ouça, ó Israel: o Senhor nosso Deus, o
Senhor é um; e você amará o Senhor seu Deus com toda sua mente e com toda sua força; e
Cristo acrescenta a este primeiro mandamento, o segundo, que encontramos também no livro
Levítico (19,18): ‘Tu amarás teu próximo como a ti mesmo,’ e Ele conclui:
“Não há outro mandamento maior do que este.”
“Essa inspiração anima a Ordem DeMolay, e, portanto, vocês, como seus
membros, no seu serviço à Humanidade, especialmente aos doentes, aos abandonados, aos
inválidos, etc.
87
“Possa eu, como Presidente do Secretariado de Promoção à Unidade Cristã,
expressar minha gratidão e alegria por terem os membros da Ordem DeMolay incluído
Católicos, Protestantes e Judeus numa grande cooperação para o benefício da Humanidade.”
“Congratulo-me com vocês, especialmente por ocasião do 5º aniversário da
Ordem, e suplico para com o Senhor dos Mundos lhes abençoe em todos os seus nobres
trabalhos.”

CONSISTÓRIO DOS PRÍNCIPES DO REAL SEGREDO

GRANDE INSPETOR INQUISIDOR


TRIGÉSIMO PRIMEIRO GRAU

Resumo:
Investigação é a palavra-chave deste Grau. Toda pessoa - e mais
especialmente, todo Maçom - deve refletir e fazer um exame próprio das atividades do
dia, em espírito de oração e sobriamente. Os erros cometidos hoje devem ser evitados e
corrigidos amanhã. Cada dia deve transmitir alguma luz como nosso guia futuro. Então,
conforme o tempo vai passando, nosso caráter deve estar de tal maneira formado e
fortalecido, que o mundo pronunciará seu julgamento e dirá instintivamente “Lá está um
bom homem, pois ele é Maçom.” O exame conduz ao julgamento no ato de dispensar
justiça. Isso mantém a amizade entre os homens. Mantém a oscilação no equilíbrio entre
nação e nação, entre o homem e sua família, entre homem e homem, e entre os
interesses do indivíduo, que são, às vezes, antagônicos, de modo que os direitos em
conflito possam ser resolvidos adequadamente. A justiça tem que ser feita e exigida de
todos. É uma exigência humana universal. A administração de justiça entre antagonistas
em controvérsias não é uma ciência exata e pode errar, pois motivos secretos e
acontecimentos são retidos dentro do peito humano. Mas, se nós tentarmos
continuamente a praticar a justiça em nossas vidas diárias, poderemos fazer que o mundo
seja um melhor lugar. E assim fazendo, nós sabemos que um ato justo tem sempre a
proteção de Deus.
Comentário:
A divisão final de nossos Graus, o Trigésimo primeiro e o Trigésimo segundo, é
cerimonial e oficial.
Este Grau abre o Consistório. Não é histórico por natureza, mas trata do poder
judicial e é de grande significação espiritual e religiosa. É baseado, em parte, sobre o
Livro dos Mortos, com as maís antigas codificações de doutrinas morais e que têm como
base uma notável religião mundial e anterior, naturalmente, ao decálogo da Cristandade.
Moisés, apesar de seu espírito hebraico e sua lealdade à religião da tribo, era
um filósofo egípcio de profunda cultura.
Uma confirmação interessante da Antigüidade e característica do Livro dos
Mortos pode ser encontrada naquele código literário e moral de grande mérito, contido
nos ensinamentos de Ptah-hotep. Ele viveu no século 15, a.C., e ocupava um elevado
cargo no mundo egípcio daquela época, trabalhando até mesmo com a idade avançada
de 110 anos, como Vizir do Faraó Amenhotep III. Veja essas observações:
88
“Se você desejar ter um comportamento digno, mantenha-se afastado de todo
mal, e cuidado com a avareza. É um mal e uma moléstia incurável. . . torna cruel o amigo
gentil, separa o amigo íntimo . . . afasta pais e mães e os irmãos da mãe, divide a esposa
e o marido . . . Grande é a retidão . . . Se apegue à verdade e não a infrinia
Adquira o bom caráter. . . Preciosa a um homem é a virtude de seu filho e o bom caráter é
uma coisa a ser lembrada. Um homem sábio é reconhecido por aquilo que sabe. Seu
coração é o equilíbrio de sua língua, seus lábios são tão corretos quando ele fala, e seus
olhos quando enxerga. Seus ouvidos, juntos, ouvem o que é proveitoso para seu filho,
que é correto e livre da mentira.”

Alegoria - Inspetor Inquisidor - Trigésimo Primeiro Grau


O bom Governador, Osiris, que havia sido assassinado violentamente, ressurgiu dos mortos. Ele
é visto sendo conduzido à sua esposa, Ísis, e sua irmã, Nephthys, por seu filho Horus, que usa um capacete
de falcão. Após sua ressurreição, Osíris tornou-se o imortal Governador da concepção egípcia do céu.
Abaixo, vê-se a alegoria que exemplifica a pesagem da alma.

A lenda do deus egípcio Osíris fala sobre o exame e julgamento final, num
supremo tribunal, de cada alma, após a morte. Os juízes finais eram Osíris, sua esposa
Isis, Nebtei atum e Anufu. O Mestre de Cerimônias era o cabeça de chacal Horus, que
conduzia a alma durante e depois do julgamento. Os consultores e juízes pesquisavam e
avaliavam a alma com indagações penetrantes. Algumas vezes, conseguiam uma
“confissão negativa”, isto é, o fracasso na vida, para fazer mais do que meramente aderir
aos estritos preceitos da lei. Respostas pessoais eram exigidas para as ações e pela falta
de ação.
O Cavaleiro Kadosh procura ampliar sua experiência e adiantar as
oportunidades de servir, aprendendo o significado do “julgamento” que cai sobre ele e
outros. Ele fica escutando, enquanto a Alma de Cheres, filho de Suphis, o símbolo da
nossa mortalidade, é trazida perante a câmara dos mortos. Ele aprende o valor da justiça
e os principais deveres de um juiz.
Nós, naturalmente, fazemos apenas um resumo do vasto acúmulo de nosso
atual conhecimento da história egípcia, da religião, da ética e do desenvolvimento cultural.
As cenas dramáticas, apresentadas no Grau, são realmente notáveis e contêm muitas
sugestões para a vida cotidiana. O que poderia ser mais importante que o destino eterno
da alma?
A história apresentada é como um segmento da antiga vida egípcia, verificada
pela pesquisa arqueológica mais competente. Verdadeiramente, o corte transversal neste
Grau vem do século 17 a.C. Os documentos básicos são papiros do Museu Britânico.
Conforme você olha para eles, você sente uma onda de surpresa e admiração. Você
presencia o progresso do julgamento e a exatidão histórica, dramática e artística
89
com a qual a antiga, mas madura civilização, nos tem sido revelada. Nós sentimos uma
lição simbólica do progresso imperecível da mente humana em sua longa luta de procura
pela verdade, em sua crença na imortalidade da alma, em seu conceito da consciência
como controle moral dos motivos e ações humanas, em seu senso de justiça como base
para a reverência a Deus e o comportamento para com seu próximo, e em seu respeito
pela autoridade divina como a suprema jurisdição da vida humana.

TRIGÉSIMO PRIMEIRO GRAU

Nós reconhecemos, portanto, que o homem é o resultado tanto moral quanto


físico da civilização, surgindo da selvageria da floresta. O bem supera o mal. Obrigações
são devidas a nossos semelhantes, á nossa família e ao Único Supremo Deus.
A antiga vida egípcia, também em primeiro lugar, reconheceu a família
monógama como a base da sociedade, O Faraó lkhnaton, quando de sua ascensão ao
trono, havia desenvolvido o conceito de um Único Supremo Ser para todos os homens e
todas as nações, e estabeleceu um regime criado sob esse fundamento religioso.
Enquanto os sacerdotes ficaram com ciúme e derrubaram essa dinastia, a doutrina ainda
vigorava e sua aceitação aumentou entre os israelitas, cristãos e muçulmanos. Então,
apesar dos ataques de ditadores brutais sobre a ordem moral, e a esperança de que o
poder militar pudesse esmagar essas experiências humanas dos séculos, as conclusões
sem resposta deste Grau demonstram o triunfo eventual do bem no mundo.
Conforme ouvimos essas lições, somos também lembrados de que agora
chegou a hora para decisões e para ação, e que a falta de decisão é em si uma decisão,
e que ninguém pode escapar do juízo final. Toda pessoa, às vezes, deve agir como juiz e,
portanto, fica sobrecarregada como dever de ouvir pacientemente, raciocinar deliberada e
desapaixonadamente, e decidir imparcialmente. Símbolos maçônicos novamente nos
lembram dessas obrigações: os Livros de Fé - que conforme você julga nesta terra, assim
também depois será julgado; o Esquadro e o Compasso, o Prumo e o Nivel - bem
conhecidos por vocês como maçons; o Tetracilo de Pitágoras, com suas nove pontas
externas formando um Triângulo - a Divindade.

Vocês estão lembrados também de que em suas vidas e conversações devem


mostrar a excelência de nossas Doutrinas Maçônicas e da instituição em si. Pois se você
se extraviar, ou sucumbir diante da intolerância e da superstição, ou expressar
descontentamento sem razão, é tempo de você tomar medidas corretivas em sua própria
vida.
Como maçons, aprendemos que não devemos sempre jogar para ganhar
segurança. Devemos agir com confiança e valentia se quisermos mobilizar nossas idéias
morais e valores espirituais neste mundo moderno. Nós devemos ajudar a dar força e
estabilidade a nossa vida e a nossa sociedade. Os Peregrinos que procuravam refúgio da
perseguição religiosa em nossa costa oriental poderiam ter garantido a segurança
permanecendo na Holanda. Seus Irmãos Maçons, que viveram entre os Segalistas que
valorizavam vínculos coloniais, existentes poderiam ter se calado e procurado segurança:
90
Mas não, eles lutaram pela independência e a liberdade, assim como o fizeram seus
antepassados ingleses, nos anos 1600. O grupo de homens no Congresso de Filadélfia
poderia ter sido moderado e ter evitado o criticismo de serem chamados homens
violentos. Mas eles disseram: “Não agiremos com segurança. Nós declaramos nossa
independência. Criaremos um mundo melhor, mesmo que assim o fazendo arrisquemos
nossas vidas, nossas fortunas e nossa honra sagrada.” O que diriam hoje, olhando em
direção ao grande amanhã, numa mensagem para nós?
Creio que diriam: “Ativai a idéia de independência e de liberdade individual, de
um modo de vida que funcione. Creia na liberdade religiosa. Saiba que nós devemos
manter este clima na América de modo que a Maçonaria possa viver e florescer. Assim
como a civilização está, em seu crescimento, salpicada de estrelas, assim também você
pode gerir e preservar o patrimônio de seus ancestrais maçônicos. Desse modo, você terá
feito uma boa ação para a liberdade.”
“E, quando uma boa ação é praticada em favor da Liberdade, através do grande
coração dolorido da Terra, Corre uma emoção de alegria profética, tremendo desde o Oriente até
o Ocidente,
E o escravo, onde quer que se esconda, sente a alma estremecer dentro dele, com
ele subindo
Ao píncaro extremo da natureza humana, como a energia sublime
De um século, surge desabrochada plenamente na haste espinhosa do Tempo.”

SUBLIME PRÍNCIPE DO REAL SEGREDO


TRIGÉSIMO SEGUNDO GRAU

Resumo:
Este Grau apresenta o coroamento do poder dos modelos desenhados sobre a
mesa de estudos do Rito Escocês. Aqueles da Loja Maçônica de Perfeição traçaram para
nós como nossa natureza espiritual está capacitada em se afirmar. Nos graus filosóficos,
os valores das virtudes nos ensinam a vencer nossas paixões e desejos próprios de
animais. No grau Cavaleiresco, aprendemos quanto é superior, no homem, o espiritual e o
divino. A vida, nós aprendemos, é uma batalha. Travar essa batalha, com heroísmo e
êxito, é o propósito fatigante da existência do homem. Fraternidade genuína requer
respeito mútuo de opiniões, estima e caridade mútuas. A Irmandade, no verdadeiro
sentido da palavra, procura o lado bom do próximo e espera e leva em conta o mal,
fazendo concessões generosas quanto às faltas e falhas dos filhos imperfeitos de Deus.
Conforme prosseguimos ao término deste Grau e procuramos, com toda seriedade, o
Real Segredo que está escondido de acordo com a ciência oculta dos antepassados, nós
lembramos de que: “A Fé começa onde a razão naufraga esgotada.” A magia, afinal, é
apenas a ciência absoluta da natureza e suas leis. Portanto, a Estrela da Esperança brilha
para nós tão autêntica como quando semelhante a um ímã atraiu os sábios a Belém.
Hoje, como naquela época do início da criação do universo inteiro, o Ponto de Equilíbrio é
a força ultra-ativa no plano eterno do Todo-Poderoso. Então, o vácuo e a matéria, matéria
e anti-matéria, positivo e negativo, luz e escuridão, masculino e feminino, atração e
repulsa, o mal e o bem, justiça e misericórdia, são exemplos do que a Magia do Equilíbrio
pode criar sob a lei do Equilíbrio Universal. Você buscará a Sagrada Doutrina - a Estrela
Flamejante da Verdade, o Real Segredo - da criação. Assim o fazendo, nós subimos
lentamente em direção à meta final, o estado de perfeição.
91
Comentário:

O Trigésimo Segundo Grau era, anteriormente, o Vigésimo Quinto Grau do


Rito de Perfeição.
Nele, está descrita a cerimônia na qual um candidato escolhido para a
dignidade de cavaleiro é elevado durante as Eras Medievais. Escolhido cuidadosamente,
ele passa por uma catequese rigorosa e prossegue humildemente para a admissão.
Alertado sobre sua severidade, ele vestia-se de branco para representar a pureza que
devia preservar. Jejuns austeros, penitência e uma vida pura eram exigidos. Ele passa
uma vigília numa igreja sem armas, exceto aquelas de seus responsáveis, e lhe era
permitida pouca quantidade de comida. Essas eram provas contra a solidão, a fadiga e as
tentações mundanas. Tudo isso termina na sua admissão ao Grau.
Este Grau agora resume os Graus que foram apresentados. Aprendemos, por
exemplo, nos Graus da Loja Maçônica de Perfeição que nós devemos criar e desenvolver
nossos predicados espirituais. Aqueles dos Graus Filosóficos e Históricos nos
proporcionaram uma introspecção no valor das virtudes espirituais.

Alegoria - Sublime Príncipe do Real Segredo - Trigésimo Segundo Grau

A lei do equilíbrio opera através do universo, e mantém todas as coisas em seus lugares. Hoje,
conforme era na época do início da criaçào de todo o universo, o ponto de equilíbrio é a ultraforça atuante
no eterno plano do Onipotente.

A ação deste Grau, que dá uma revisão nos graus anteriores, se realiza dentro
de um campo, tecnicamente “o acampamento”. A profunda importância e verdadeira
interpretação deste Grau conduz ao “Real Segredo.” Localizado no centro do
acampamento, encontra-se uma mesa de traçar, a parte mais importante da qual inclui os
três mais antigos simbolos conhecidos pelo homem:
Em primeiro lugar, temos um Círculo representando o Anel do Décimo Quarto
Grau, a única Divindade sem começo ou fim.
Em segundo lugar, temos um Triângulo Equilateral mostrando, assim como
mostram as pirâmides, o conceito da Divindade. Conceitos semelhantes nos vêm à
mente, tais como sabedoria, força e beleza; três oficiais mais velhos; três graus; três
desalmados: assim como o Sol, a lua e o Venerável (da Maçonaria).
O Triângulo Equilateral nos ajuda a descobrir a verdade do perfeito balanço - a
lei secreta do equilíbrio universal - atração e radiação, simpatia e antipatia, imobilidade e
movimento. Se essa lei fosse cancelada, toda a criação poderia evaporar em nada, pois o
efeito dessa lei mantém as forças opostas juntas.
Esta lei do balanço recíproco opera através do mundo - justiça divina com
misericórdia divina, onipotência divina com o livre-arbítrio do homem, autoridade
constitucional e direitos individuais, o material com o espiritual.
92
O terceiro antigo símbolo é uma representação da Cruz, refletindo as forças
positivas e negativas do mundo surgindo, do qual temos a criação e a procriação.
A formidável verdade do balanço e equilíbrio nos permite compreender as
tensões dentro de nós conforme elas lutam pelo bem e o mal. Com esse conhecimento,
reconhecemos que nossa característica para o bem deveria ser estimulada, enquanto que
aquelas características que impelem para o mal devem ser superadas. Assim, como um
contrapeso pode içar um pesado elevador, da mesma maneira podemos alcançar o
resultado desejado com pequeno esforço, se caminharmos na direção que desejamos.

TRIGÉSIMO SEGUNDO GRAU

A ciência agora confirma essas antigas verdades e a sabedoria dos Antigos


Mistérios. Notáveis cientistas admitiram sua confusão e incapacidade de compreender as
consultas básicas através de uma aproximação racional. Curas pela fé são fatos médicos
comprovados. Uma professora tira seus alunos de uma sala de aula pouco antes do teto
desabar, mas ela não sabe explicar por que! Furos pretos nas extremidades externas do
universo absorvem matéria, sendo até suposto que talvez a matéria reapareça em outro
universo!
TRIGÉSIMO SEGUNDO GRAU

E daí, alguns cientistas modernos admitem que, na procura de


esclarecimentos, nós devemos recorrer ao que é místico, o eminente físico-filósofo
alemão, Weizsãcker, disse: “Misticismo é uma das grandes descobertas da Humanidade.”
Albert Einstein, o notável cientista de nossa geração, disse uma vez: “A mais bela e a
mais profunda emoção que podemos sentir é a sensação do que é misterioso.”
Alfred Tennyson, brilhante poeta britânico, disse que “um autêntico místico
possui clareza absoluta da mente.”
93
William James, o gigante americano em psicologia. harmonizou a religião e o
misticismo, concluindo que “experiência religiosa pessoal tem suas raízes e seu núcleo
estados místicos da consciência.”
Emanuel Kant, o grande místico-filósofo, descobriu que a lógica e a razão
podem ir apenas até um certo ponto. Isso revolucionou sua vida. Ele disse que havia um
poder mais forte, maior do que o poder da mente, e que essa força misteriosa está
disponível para aqueles que investigam além do racional. Possibilita uma conscientização
da realidade mais do que um pensamento consciente de arbítrio.
Em sua obra, “Leis Espirituais,” Ralph Waldo Emerson resumiu:
“Uma breve consideração do que ocorre em redor de nós, diariamente, nos
mostraria que unia lei mais forte do que nossa vontade dirige os acontecimentos; que
nossas penosas preocupações são desnecessárias e infrutíferas; que somente com
nossa ação fácil, simples e espontânea nós somos fortes. Coloque-se no meio de um
riacho de força e sabedoria que anima todos que nele flutuam, e você é impelido, sem
esforço, para a verdade, para o direito e para um contentamento perfeito.”
A telepatia e a psicologia oculta podem se movimentar dentro de nós e emitir
energia, introspecção e imaginação. Existem aqueles, por exemplo, cujas mentes podem
controlar suas funções corporais, seu coração, sua pressão sanguínea e sua temperatura.
O conhecimento moderno do cérebro mostra que existem duas espécies diferentes de
inteligência matemática: a analítica e a geométrica. O analista prossegue linearmente,
enquanto que o geômetra avista o problema de cima e trabalha com uma segurança
intuitiva do todo. Todos nós, às vezes, recebemos jatos de intuição. Essas contrapartes
contraídas em si estão em equilíbrio, o lado esquerdo do cérebro controlando o lado
direito do corpo, e sendo o lugar de processos lógicos e verbais, enquanto que o lado
direito agarra o todo das coisas. Aberrações podem ocorrer quando essas duas partes da
mente têm reações contraditórias, estando elas, portanto, fora de equilíbrio.
A Doutrina Sagrada - o Real Segredo - até aqui tem sido ocultada, revelada de
modo ineficiente ou deturpada, confusa em pretensões arrogantes e envolvida em
enigmas misteriosos e impenetráveis. Porém, agora o véu foi retirado para você. Pois o
mistério do balanço será encontrado na lei de equilíbrio universal. Como sublime Mestre
do Real Segredo, você fica possuído de uma resistência íntima de grande valor e então
poderá descobrir e aplicar isso por si mesmo.
O simbolismo do Rito Escocês e seus ensinamentos e estudos tornaram a lei
criativa do universo suscetível a descobertas. Thales e Pitágoras, Iniciados nos Mistérios
Maiores, sabiam, mas não ousavam revelar aos não-iniciados, que a Terra gira em torno
do Sol, porque revelando isso teriam comprometido o conhecimento secreto da criação e
o sentido da vida. Isso incluía as manifestações da dupla lei de balanço e equilíbrio.
Abraão levou da Caldéia as tradições que, com o conhecimento da Onipotente Única
Divindade, eram praticadas no Egito, durante a época de José. Moisés tirou essa
ortodoxia para fora do Egito e registrou-a no idioma obscuro da Cabala.
Os segredos da natureza são aqueles da ciência sobrenatural. Por exemplo,
em todo o vazio aparente do espaço nao existe nenhum vácuo. O infinito está preenchido
com manifestações da Divindade sempre ativa. Sua justiça prevalece e, conforme disse
São Tomás de Aquino: “Uma coisa nao é justa apenas porque Deus a determina, mas
Deus a determina porque ela é justa.” A Maçonaria confirma isso. O homem possui uma
alma imortal, aprisionada durante um determinado tempo dentro de um corpo mortal, a
qual é capaz de melhoria e desenvolvimento espiritual. É libertada quando ocorre a morte,
misturando-se, assim, o divino ao humano.
94

A sabedoria divina e o poder, a justiça e a misericórdia, a necessidade e a


liberdade, a onipotência e o livre-arbítrio, o bem e o mal, luz e trevas são exemplos da lei
final. O homem atinge a verdadeira palavra quando essas naturezas contraditórias do
espiritual e do sensual, os instintos morais e as paixões da carne, estão em equilíbrio. Ele
então sente o impacto do Real Segredo. No entanto, nunca é explicado explicitamente, e
você deve aprender e descobrir por si mesmo, como Dorothy, do Mágico de Oz, usando
chinelos mágicos que ela finalmente soube que podiam transportá-la de volta a Kansas.
Portanto, se você procurar descobrir que pode viajar além do material, você poderá
compreender o supersensual, poderá atingir o Divino. Você será levado à completa
verdade e àquela rara e final compreensão Mística de si mesmo e do universo. Você,
então, saberá por que estamos aqui, o que estamos fazendo, e para onde iremos.
Assim pode determinar a procura das respostas a estas perguntas heróicas:
Existe um destino grandioso para alguns ou todos os passageiros, neste globo
relativamente insignificante, conforme se precipitam no espaço em direção à sua
inevitável evaporação?
Qual é o produto final que a máquina da terra está destinada a produzir?
O que você deve fazer para assegurar a possibilidade que existe uma
continuidade criativa e eterna de sua vida?
Resumindo-se, a sua vida servirá a uma finalidade cósmica?

SOBRE O AUTOR
Não importa qual a extensão em que se examine a vida do Ilustre Henry C. Clausen, o
sucesso é evidente.
Iniciando em 1905, com sua infância em San Francisco, Henry C. Clausen
demonstrou uma determinação fora do comum para o sucesso. Apesar de estar sobrecarregado
com a necessidade de ajudar a sustentar sua mãe e irmãs, devido à morte de seu pai, o Irmão
Clausen sustentou sua família e completou o curso superior e a Universidade de San Francisco,
Colégio de Advocacia, freqüentando as aulas à noite e trabalhando durante o dia. Ele ganhou e foi
premiado com o grau de Doutor Jurista. Mais tarde, freqüentou cursos de pós-graduação na
Universidade da Califórnia e da Universidade de Miehigan. Após passar no exame de advocacia,
ele se ocupou com a prática particular de advocacia em 1927, na idade de 22 anos.
Sua aptidão e integridade na profissão judicial, em pouco tempo resultou no ingresso
em cargos públicos, e ele serviu como Procurador-Assistente dos Estados Unidos, no Distrito
Norte da Califórnia (1931-33), e foi conselheiro-chefe de Joseph B. Strauss, engenheiro-chefe da
Ponte Golden Gate. Apesar de sua prática dinâmica, o Irmão Clausen atendeu ao chamado de
95
sua nação na Segunda Guerra Mundial e foi voluntário para o Exército, servindo, desde 1942 até
1945, como capitão, major e depois tenente-coronel, no Departamento-Geral de Juiz Advogado.
Ele ocupou muitos postos elevados e importantes, incluindo o cargo de promotor público, em
casos importantes do conselho de guerra e membro da Diretoria Especial de Apelação
Presidencial para julgamentos de espionagem. Como nomeado pessoal do Secretário de Guerra,
Henry L. Stimson, o Irmão Clausen foi membro da Diretoria do Exército em Peari Harbor, e
acompanhou, também, ulteriores investigações do desastre de Peari Harbor. Seus vários serviços
foram recompensados pela Legião do Mérito, a citação para qual é em parte a seguinte: “Ele
demonstrou excepcional habilidade legal e raciocínio” e “seus esforços muito contribuíram para
manter a confiança pública no programa de aquisição do Departamento de Guerra,” e por suas
investigações sobre o desastre de Peari Harbor “ele prestou uma importante contribuição para o
desenvolvimento de todos os fatos em torno dessa ocorrência e prestou notáveis serviços ao
Departamento de Guerra.” Ele recebeu, também, a Medalha de Campanha Americana, Medalha
de Campanha Européia-Africana Oriente Médio, Medalha de Campanha Asiática-Pacífica com
uma estrela de bronze de serviço para a Campanha Luzon, a Medalha da Vitória da Segunda
Guerra Mundial e a Fita de Libertação das Filipinas, com uma estrela de bronze de serviço.
Ao retornar a seu escritório de advocacia, em San Francisco, após a guerra, o Irmão
Clausen recomeçou uma vida muito ativa de serviço à sociedade. Ele havia sido um líder nas
Câmaras Júnior de Comércio de San Francisco e da Califórnia e YMCA de San Francisco (Young
Men’s Catholic Association-Associação Católica de Jovens), das últimas duas organizações ele foi
diretor e presidente. Ele é membro da Diretoria de Fideicomissários da Universidade George
Washington, e membro em San Francisco do Bohemian Club, do San Francisco Golf Club,
Commercial Club, Clube da República, e o Golden Gate Breakfast Club. Em Washington, o
Grande-Comendador Clausen pertence ao Petropolitan Club, National Lawyers Club (Club
Nacional de Advogados), o Burning Tree Club e o Columbia Country Club. É, também, membro de
Associações de Advocacia e da Associação Geral de Promotor de Justiça.
Em 1972, ele recebeu o Prêmio Ballington e Maud Booth (VOA), e cada ano, desde
que se tornou Soberano Grande-Comendador, tem recebido o Prêmio da Fundação da Liberdade
(Freedoms Foundation).
O Grande-Comendador Clausen tem fundado e lançado programas criativos,
caritativos e fraternais, incluindo o Instituto do Rito Escocês para Afasia Infantil na Universidade
de Stanford e uma cadeira na Great American Fundamentais na Universidade do Pacífico.
Paralela a seu sucesso em todos esses empreendimentos legais, sociais, comerciais,
militares e caritativos, a carreira maçônica do Ilustre Irmão Clausen é igualmente notável. Ele foi
Elevado na Loja Maçônica N° 630 em Ingleside, F ∴ & A∴ M∴, em San Francisco, Califórnia, em
21 de maio, 1935 e serviu como o Venerável em 1940. Serviu à Mais Venerável Grande Loja da
Califórnia, como Presidente-Geral em San Francisco, do ‘Public Schools Week’, de 1938 a 1940;
Presidente da Comissão de correspondência, de 1941 a 1947; Organizador e Presidente da San
Francisco Grand Lodge Masonic Breakfast, de 1940 a 1942; Grande Orador em 1941; Vice-
Presidente da Comissão de Fundos de Guerra em 1942; membro da Comissão sobre Programas
e Finalidades Gerais, de 1947 a 1950; membro da Comissão sobre Jurisprudência, 1951, 1955-
1967. Foi eleito Sênior Grão-Reitor em 1952, Deputado Grão-Mestre em 1953 e Grão-Mestre em
1954. Ele era e é Representante na Califórnia, da Grande Loja da Inglaterra.
No Rito de York, o Irmão Clausen foi Enaltecido no Capítulo de San Francisco N° 1,
R∴ A∴ M∴, em 13 de fevereiro de 1956, Saudado no Conselho N° 2 da Califórnia, R ∴ & S∴
M∴, em 3 de março de 1956, e Elevado à Dignidade de Cavaleiro no Comando da Califórnia N° 1,
K∴ T∴, em 23 de março de 1956.
O Ilustre Irmão Clausen recebeu os Graus do Rito Escocês nas Corporações do Rito
Escocês de San Francisco, em San Francisco, Califórnia. Foi honrado com o Grau e
Condecoração de Cavaleiro Comendador da Corte de Honra em 21 de outubro de 1947 e
Coroado Inspetor-Geral Honorário do Grau Trinta e Três, em 23 de outubro de 1953. Foi nomeado
Deputado do Supremo Conselho na Califórnia em 1° de dezembro de 1953, e Coroado Soberano
Grande-Inspetor-Geral, em 21 de outubro de 1955.
Como membro do Supremo Conselho, o Ilustre Irmão Clausen foi nomeado e serviu
como Grande Mestre de Cerimônias e Grande Orador. Foi eleito Grande Ministro de Estado em 19
de outubro de 1965; Deputado Grande-Comendador em 28 de setembro de 1967, e Soberano
Grande-Comandador em 16 de outubro de 1969.
96
Em organizações aliadas, suas filiações incluem: Templo Islâmico, A.A.O.N.M.S., e
sócio honorário em outros Templos; o National Sojourners, Inc.; George Washington Camp
Heroes de ‘76; a Real Ordem da Escócia; St. Francis Conclave, Cruz Vermelha de Constantino
(Passado Soberano). Ele é também Membro Ativo do Supremo Conselho Internacional, da Ordem
DeMolay.
No interesse de sua profissão e da Arte, o Ilustre Irmão Clausen dedica um período
de tempo do seu atarefado horário de trabalho para escrever brilhantes artigos e mensagens que
aparecem em inúmeras publicações e é o autor da excelente biografia, Stanford’s Judge Crothers.
Esta breve análise enaltece a carreira do Ilustre Irmão Clausen, mas quase não faz
justiça a seus muitos relevantes serviços à Arte, a seu país e à sua comunidade. Poucos homens
têm podido manter, por tanto tempo, um recorde tão excelente de sucesso. O fundamento dessa
conquista deve-se ao amor do Irmão Clausen à sua família, que inclui sua espôsa Virginia Palmer
Clausen, quatro filhos e vários netos. No seu lar, na sua cidade e nação, e na Maçonaria, o Ilustre
Irmão Clausen tem demonstrado o que a integridade, a habilidade e a perseverança podem
conseguir. Conforme Benjamin Franklin disse, em sua famosa Autobiografia, a vida do Irmão
Clausen é “digna de ser imitada.”

BIBLIOGRAFIA

A Bíblia Sagrada, versão de King James.


Koran, tradução de E. H. Palmer, Edição 1951.
Zend-Avesta, da tradução alemã do Professor Spieges, 3 volumes, por Arthur H.
Bleeck, 1864.
O Talmud, tradução do Rabi Dr. 1. Epstein, 4 volumes, Londres, 1936. A Kabbalah,
ou A Filosofia Religiosa dos Hebreus, por Adolph Franck. Revisado por Dr. 1. Sossnitz, Nova
lorque, 1926.
A História do Supremo Conselho, 33º, 1801-1861, por R. Baker Harris e James D.
Carter, Supremo Conselho Sul, 1964.
O Rito Escocês para a Escócia, por R. 5. Lindsay.
O Surgimento dos Graus Escoceses, por James Fairbairn Smith, A Imprensa
Otterbein, Dayton, Ohio, 1965.
A História do Rito Escocês da Maçonaria, por Harold V. 13. Voorhis, Imprensa de
Henry Emmerson, Bronx, Nova lorque, 1965.
Moral e Dogma por Albert Pike, Supremo Conselho Sul.
Rituais, Quarto - Trigésimo Segundo Graus, Supremo Conselho Sul.
Liturgias, Quarto - Trigésimo Graus, Supremo Conselho Sul.
Leituras, Trigésinio Segundo Grau, Supremo Conselho Sul.
Legendas, Quarto - Trigésimo Graus, Trigésimo Segundo Grau. Supremo Conselho
Sul.
Egito - Memórias Antigas do Egito, 4 volumes, por James Henry Breasted, Ph.D.
Imprensa da Universidade de Chicago, 1906.
As Pirômides de Gizeh, 3 volumes, por Coronel Howard Vyse, Londres, 1840, 1842.
O Livro Egípcio dos Mortos (O Papiro de Ani), por E. A. Wallis Budge, Publicações
Dover, Nova lorque, 1967.
Dicionário Arcaico, por W .R. Cooper, F.R.A.S., M.R.A.S., Londres 1882.
Conferência do Arya, por Albert Pike, Supremo Conselho Sul, 1873.
Divindades e Veneração Indo-Aryan, conforme contidas no Rig-Veda, por Albert Pike,
Supremo Conselho Sul, 1872.
Fé e Doutrina Irano-Aryan, conforme contidas no Zend-Avesta, por Albert Pike,
Supremo Conselho Sul, 1874.
Tebas no Tempo de Amenhotep II, por Elizabeth Riefstahl, Imprensa da Universidade
de Oklahoma, 1964.
97

APÊNDICE
Informacões gerais referentes a todas as alegorias
As ilustrações são, ou retratos com palavras, ou retratos visuais. Um provérbio chinês
diz: “Um retrato (visual) vale 10.000 palavras.”

O artista fez pesquisas sobre vestimentas, detalhes históricos e semelhanças das


personagens da História, mostradas nas ilustrações visuais ou pinturas coloridas que ilustram os
graus, de retratos antigos, de edifícios, de estátuas, de esculturas em relevo e outras autênticas
artes que arqueólogos desenterraram em Persépolis, o palácio pérsico que o Rei Dario I construiu,
e nas cidades de Sumer e Akkad, Ur, Lagash e Babilônia, e no reino de Salomão, Hiram de Tiro,
Nínive, Egito e outras localidades antigas.

Por exemplo, refira-se à ilustração colorida do Décimo Quinto Grau, onde a


semelhança do Rei Ciro, tirado do verdadeiro retrato esculpido que os arqueólogos descobriram,
está demonstrada na Alegoria (15-a). A vestimenta do rei, o trono, a coroa e o cetro são pesquisas
da Alegoria (15-b), que é de um antigo quadro esculpido em relevo de Persépolis. Em nossa
ilustração, Zorobabel, que reconstruiu o Templo de Salomão, é mostrado com vestes de
trabalhador, mas também com um manto roxo real próprio de um príncipe de Jerusalém. A roupa
do Rei Ciro é escarlate, a cor predileta dos Medas Persas (“O escudo dos seus valorosos homens
é vermelho, seus soldados estão vestidos em escarlate.” Naum 2:3, Versão Standard Revisada).

Deve-se salientar que as ilustrações visuais ou pinturas não ilustram ou revelam


propositalmente qualquer parte de qualquer grau, mas, sim, mostram cada acontecimento da
verdadeira história relacionados a cada um dos 29 graus do Rito Escocês da Maçonaria aqui
estudados. É por isso que os trajes exibidos não são os trajes comuns de teatro com os quais
temos que depender para exemplificar nossos graus. Pelo contrário, as ilustrações visuais foram
cuidadosamente pesquisadas para demonstrar com mais exatidão como os personagens e as
vestimentas se apresentavam na verdadeira história mundial. Portanto, um estudo de nossas
ilustrações visuais e das seguintes fontes de onde elas foram tiradas bem poderão melhorar a
autenticidade das vestimentas comerciais de teatro que agora nós usamos para exemplificar os
graus.

Os excelentes departamentos de pesquisas dos filmes épicos do cinema, tais como


“Os Dez Mandamentos”, “A Bíblia”, “Salomão e a Rainha de Sabá” e “A História da Humanidade”,
não pouparam despesas em pesquisas e reproduções dos personagens e das vestimentas da
verdadeira História. Por essa razão, nós temos baseado a semelhança mostrada em nossas
ilustrações visuais nessas pesquisas e também nas descobertas arqueológicas desenterradas.
98

Autenticação de Ilustrações Visuais


QUARTO, QUINTO, SEXTO, OITAVO, NONO,
DÉCIMO SEGUNDO E
DÉCIMO QUARTO GRAUS

Alegoria 4-a

O Rei Salomão era um rei guerreiro, que lutou com os exércitos de Damasco, Edom e
Egito. Suas vestes, capacete de guerra, coroa e armadura eram conforme demonstra esta pintura,
feita por Bartlett, que os baseou na semelhança criada pelo departamento de pesquisas do filme
épico do cinema, “Salomão e a Rainha de Sabá.”

QUARTO GRAU

Alegoria 4-b

Na época de Salomão, “querubins” significavam esfinges com asas e havia querubins


egípcios, assírios, babilônios, persas e fenícios. Tendo os trabalhadores fenícios do Rei Hiram, de
Tiro, planejado o Templo do Rei Salomão, os querubins eram provavelmente fenícios, conforme
demonstra a ilustração do Quarto Grau. Os querubins flanqueavam o trono desse governador
fenício, Rei Ahiram, de Biblo, que era um contemporâneo de Hiram e Salomão. O original,
esculpido em relevo, está no Museu Nacional de Beirute.
Querubins eram também exibidos nas portas do oráculo ou o mais sagrado lugar. “E
para a entrada do oráculo ele fez portas... As duas portas eram feitas de árvores de oliveira; e ele
esculpiu nelas... querubins e palmeiras e flores abertas e folheou-as com ouro....” (IReis 6:3t-32.)

QUINTO GRAU

Alegoria 5-a

A semelhança da carruagem de Salomão é a da verdadeira carruagem egípcia antiga


descoberta por arqueólogos num túmulo, no Vale dos Reis (1 8’ dinastia). Está agora no Museu do
Cairo.
Salomão usava carruagens egípcias. “E uma carruagem saiu ... do Egito por
seiscentos “siclos de prata.” (I Reis 10:29.)
99
QUARTO, QUINTO, SEXTO, OITAVO, NONO,
DÉCIMO PRIMEIRO E
DÉCIMO QUARTO GRAUS

Alegoria 5-b

A semelhança da carruagem de Salomão e arreios é dessa reconstrução do retrato


que Bartlett pintou dos estábulos de Salomão, pesquisados das fotografias das ruínas que
arqueólogos desenterraram em Megiddo.

QUINTO GRAU

Alegoria 5-c

A semelhança do Templo de Salomão, mostrada na ilustração do Quinto Grau, é essa


reconstrução de Bartlett, que segue a descrição detalhada da Bíblia e do “The Epic of Man” (A
Epopéia do Homem) das revistas TIME e LIFE, em seus retratos reconstruídos do Templo de
Salomão a Jeová. Não seguem outras versões que mostram campanários ou torres em cima do
Templo, porque fontes bíblicas e arqueológicas não mencionam ou mostram nenhum acréscimo
imaginário desse tipo. Iniciando com I Reis 6:2 “a casa que o Rei Salomão edificou ao Senhor era
de sessenta côvados de comprimento, vinte de largura e trinta de altura.” (O Dicionário Aurélio
define um côvado como antiga medida com 66 centímetro de comprimento. Por essa definição o
Templo tinha 39,60 mts. de comprimento, 13,20 mts. de largura e 19,80 mts. de altura).
3 - O pórtico diante do Templo media 20 côvados no sentido da largura do Lugar
Sagrado, contra dez côvados de fundo.
5 - Contra a parede da casa do Santuário como do Santo dos Santos, edificou
andares ao redor e fez câmaras laterais ao redor.
“Enviou o Rei Salomão mensageiros que de Tiro trouxessem Hiram. Era este filho
duma mulher viúva. . . Hiram era cheio de sabedoria, e de entendimento e de ciência para fazer
toda obra de bronze.” I - Reis 7: 13-14.
Cerca de 3000 anos passados, Hiram, esse grande artista e escultor, planejou,
moldou em barro, e fundiu a obra-prima conhecida como o “Mar de Bronze”.
Como se lê em I - Reis 7: 23-25-26 fez também o mar de fundição redondo, de dez
côvados duma borda até a outra, e de cinco côvados de alto; e um fio de 30 côvados era a
medida de sua circunferência.
Assentava-se o Mar de Bronze sobre doze bois; três olhavam para o norte, três para o
ocidente, três para o sul e três para o Oriente; o mar de bronze apoiava-se sobre eles, cujas
partes posteriores convergiam para dentro. A grossura dele era de quatro dedos e a sua borda
como borda de copo, como flor de lírios.
Hiram também planejou e fundiu as duas colunas de bronze do Templo, com 18
côvados de altura cada uma e 12 côvados suas circunferências, chamando-as de JAQUIM e
BOAZ. Também fez dez pias, e pôs cinco a direita e cinco a esquerda, para lavarem nelas os
animais que pertenciam ao holocausto, e um altar de bronze de vinte côvados de comprimento,
vinte de largura e dez de altura.
100
E todo esses utensílios que Hiram construiu para a casa do Senhor. . . eram de
bronze purificado, fundidos na planície do Jordão, em terra barrenta, entre Sucote e Zeredá. 4: 1-
6-16-17.

QUINTO GRAU

Esses lanceiros egípcios, nus até a cintura, se parecem com os trabalhadores


armados de Salomão, vistos marchando, na ilustração do Quinto Grau. Eles são de um esboço de
uma fotografia do original, que foi encontrado no túmulo do Governador Mesehti, em Asjut no
Egito. Os trabalhadores de Salomão vestidos conforme mostrado aqui. (Para confirmar isso, veja
também a Alegoria (5-f)). Quando estavam armados, eles usavam capacetes cônicos Alegoria
(11-a) e a ilustração do Quinto Grau).

QUINTO, NONO, DÉCIMO, DÉCIMO TERCEIRO, DÉCIMO


QUARTO, DÉCIMO QUINTO, DÉCIMO SEXTO E
VIGÉSIMO SEGUNDO GRAUS

Alegoria 5-e

Antigas estátuas, retratos esculpidos em relevo e pinturas antigas desenterradas por


arqueólogos combinam para mostrar que os trabalhadores judeus de Salomão não usavam
túnicas. Pelo contrário, eles andavam nus até a cintura, com pernas descobertas e cabeças
também, conforme mostra este esboço do artista de uma fotografia dessa pintura antiga
encontrada pelo arqueólogo P. A. Newberry, em 1890, entre Mênfis e Tebas, na parede sul do
enorme túmulo do salão de pedra de Khnumhotep, governador do distrito de Gazelle, província do
Nilo.
Hieróglifos identificam esse trabalhador como sendo um Semita, cujo líder tinha o
nome semita ou judaico de Abishai. Ele carrega um fole de metal, usado por trabalhadores,
amarrado nas costas, e tem uma bigorna, uma lança e uma harpa.

QUARTO, QUINTO, SEXTO, SÉTIMO, NONO, DÉCIMO, DÉCIMO PRIMEIRO, DÉCIMO


SEGUNDO, DÉCIMO QUARTO, DÉCIMO QUINTO, DÉCIMO SEXTO, VIGÉSIMO,
VIGÉSIMO SEGUNDO E TRIGÉSIMO PRIMEIRO GRAUS

Alegoria 5-f
101
Este desenho artístico de pedreiros trabalhadores foi copiado de uma pintura de
parede do ano 1445 a.C., no túmulo de Rekhmara, Chanceler de Thutmosis II. Mostra que esses
pedreiros, que viviam quase na era do Rei Salomão, andavam nus até a cintura, usavam panos de
lombo ou saiotes, tinham cabelos curtos e usavam capacetes ou bonés, conforme mostrado em
todas as ilustrações de graus indicadas acima.

QUINTO, NONO, DÉCIMO, DÉCIMO TERCEIRO, DÉCIMO QUARTO, DÉCIMO QUINTO


DÉCIMO SEXTO E VIGÉSIMO SEGUNDO GRAUS

Alegoria 5-g

Esta é uma antiga estátua do grande Mestre operativo Maçom lmhotep, nu até a
cintura e usando um boné de trabalhador. De acordo com Manetho, ele inventou o serviço de
pedreiro e construiu o primeiro templo de pedra e pirâmide de pedra no Egito para o Rei
Zoser, em 2980 a.C.
As roupas dele se adaptam às roupas típicas dos trabalhadores de Salomão, de Tiro,
do Egito, os desbastadores dos cedros do Líbano, ou trabalhadores da Terra de Sumer,
mostrados nas ilustrações indicadas acima. Os trabalhadores tinham cabelo curto, não usavam
túnicas e andavam nus até a cintura.

QUINTO GRAU

Alegoria 5-h

Os carros de bronze com rodas de bronze, cada um segurando um lavatório pesado


de bronze ou bacia para lavagem de sacrifícios, eram como o esboço desse artista de um
lavatório móvel encontrado num túmulo em Larnaka em Chipre. (Antiquário, Berlim).

QUARTO, QUINTO, SEXTO, OITAVO, NONO, DÉCIMO, DÉCIMO PRIMEIRO, DÉCIMO


SEGUNDO, DÉCIMO QUARTO, DÉCIMO QUINTO, DÉCIMO SEXTO E VIGÉSIMO
TERCEIRO GRAUS

Alegoria 6-a

O departamento de pesquisas do filme épico do cinema Salomão e a Rainha de Sabá”


não poupou despesas nas pesquisas e reproduções dos personagens reais e vestuários da
história, tais como a pesquisada semelhança de Salomão e suas vestimentas mostradas por
esses três esboços. Acima, à esquerda, está a vestimenta de guerreiro, usada pelo Rei Salomão
quando lutou em Damasco, Edom ou Egito. O tipo característico de espada mostrado aqui foi
102
seguido nas ilustrações dos Graus Sexto, Décimo, Décimo Primeiro, Décimo Quarto e Vigésimo
Terceiro. Acima à direita vê-se “A Estrela de David” conforme era usada por Salomão nas
ilustrações dos Graus Quarto, Quinto, Sexto, Oitavo, Nono, Décimo Primeiro, Décimo Segundo e
Décimo Quarto. Se a “Estrela de David” era usada ou não na época de Salomão é secundário
pelo fato que identifica Salomão como Rei e filho de David, que é provavelmente a razão de o
departamento de pesquisas do filme “Salomão e a Rainha de Sabá” ter usado a “Estrela de David”
para identificar claramente Salomão como o Rei e filho de David, e nós também o fazemos pelo
mesmo motivo. No centro abaixo, e também à esquerda acima, esboços pesquisados apenas
mostram que Salomão e reis de sua época, tais como Hiram, muitas vezes usavam capas de
tamanho longo, que são mostradas nas ilustrações dos Graus Quarto, Quinto. Sexto, Oitavo,
Nono, Décimo Primeiro, Décimo Quarto, Décimo Quinto e Décimo Sexto. Vejam todas as
ilustrações acima que esses esboços reafirmam.

OITAVO, DÉCIMO PRIMEIRO, DÉCIMO TERCEIRO, VIGÉSIMO QUARTO, VIGÉSIMO


QUINTO E VIGÉSIMO SEXTO GRAUS

Alegoria 8-a

As vestimentas do Oriente Médio, usadas na época do Rei Salomão, mudaram muito


pouco durante os últimos 3.000 anos. Essa vestimenta autêntica de Bagdá é semelhante às
vestimentas mostradas em todas as ilustrações dos graus mencionados acima.
(Cortesia das vestimentas do Professor R. Barlett, Jr., Southwest Missouri University)

NONO E DÉCIMO PRIMEIRO GRAUS

Alegoria 9-a

O departamento de pesquisas do filme “Salomão e a Rainha de Sabá,” que usou a


real “Estrela de David” destacadamente, criou esta semelhança do trono do Rei Salomão.

QUARTO, QUINTO, SEXTO, SÉTIMO, OITAVO, NONO, DÉCIMO, DÉCIMO PRIMEIRO,


DÉCIMO QUARTO, DÉCIMO QUINTO E DÉCIMO SEXTO GRAUS

Alegoria 11-a

O departamento de pesquisas do filme épico “Salomão e a Rainha de Sabá”


investigou e criou este esboço de vestimentas.
103
Os capacetes cônicos de bronze usados pelos soldados de Salomão são mostrados
aqui e também nas ilustrações dos Graus Quarto, Quinto, Sexto, Sétimo, Décimo e Décimo
Primeiro. Também são mostradas as longas capas usadas na época de Salomão e retratadas nas
ilustrações dos Graus Quarto, Quinto, Sexto, Oitavo, Nono, Décimo Primeiro, Décimo Quarto,
Décimo Quinto e Décimo Sexto.

DÉCIMO SEGUNDO GRAU

Alegoria 12-a

Após a morte do Rei Salomão, em 926 a.C., uma guerra civil dividiu as doze tribos em
dez no norte e duas no sul. Logo as dez tribos do norte desapareceram para o cativeiro em
Nínive, a cidade capital de Sargão II, Rei da Assíria. Os “terríveis assírios” também capturaram e
queimaram a antiga cidade de Sumerian Akkadian, da Babilônia. Depois, os Medas e os
Babilônios arrancaram o jugo da Assíria e destruíram Nínive, e depois disso Nabucodonosor, Rei
da Babilônia em 598 a.C., capiturou Jerusalém, destruiu o Templo de Salomão e levou as duas
últimas tribos para o exílio na Babilônia.
A gravura acima é uma vista aérea de Jerusalém. No local anterior do Templo de
salomão agora se vê a Cúpula Maometana da Rocha, construída no ano 691 sobre a sagrada
rocha no topo do Monte Moriah. É também mostrada na segunda gravura. Os templos de
Salomão, Zorobabel e Herodes ocupavam esse local e foram todos destruídos. O “Muro da
Lamentação” judaico faz parte dos restos do Templo de Herodes, não o de Salomão. Atualmente,
uma cúpula magnífica da Rocha, contruída pelo Califa Abdul-Malik substitui a mesquita Omar
construída quando ele salvou o local de um depósito de lixo da cidade. Portanto, novamente, um
templo ao Único e Supremo Deus que os judeus, muçulmanos, cristãos e maçons adoram ocupar
o local sagrado. Esse local é mostrado na ilustração para o Quinto Grau.

QUINTO, NONO, DÉCIMO TERCEIRO, DÉCIMO QUARTO, DÉCIMO QUINTO, DÉCIMO


SEXTO, VIGÉSIMO E VIGÉSIMO SEGUNDO GRAUS

Alegoria 13-a

Este esboço artístico de uma fotografia desta pintura antiga descoberta na parede do
túmulo da rocha egípcia de Khnumhotep ajuda a confirmar o fato de que os maçons ativos antigos
de Ur, na antiga “terra de Sumer” no Iraque (ou antigo Egito, ou na época do Rei Salomão)
ficavam nus até a cintura, usando apenas um boné, pano de lombo, avental e sandálias, conforme
mostra nesta pintura antiga de túmulo que o arqueólogo P. A. Newberry descobriu.
104
DÉCIMO QUINTO GRAU

Alegoria 15-a

Arqueólogos descobriram este retrato antigo esculpido do Rei Ciro o Grande (550 a
529 a.C.).
Quando a raça humana era pequena em números, ele governou 40 milhões de
súditos, o maior império que o mundo jamais havia visto. “Assim disse Ciro, Rei da Pérsia. Todos
os reinos da terra o SENHOR Deus dos céus me confiou . . . “ II Crônicas 36:23.
Essa semelhança com Ciro foi seguida na ilustração do Décimo Quinto Grau, que
também mostra Zorobabel, que reconstruiu o Templo de Salomão, vestido com as vestes de um
trabalhador, mas também com uma capa real roxa adequada para um príncipe de Jerusalém. As
vestimentas do Rei Ciro são escarlates, a cor favorita de Medas e Pérsicos. (“O escudo de seus
valorosos homens é vermelho, seus soldados estão vestidos de escarlate.” Naum 2:3 Versão
Standard Revisada).
Vê-se aqui uma pintura de artista feita de uma fotografia do retrato original esculpido
de Ciro.

DÉCIMO QUINTO GRAU

Alegoria 15-b

As semelhanças ao trono, às vestimentas, à coroa, ao cetro e à banqueta do Rei da


Pérsia, na ilustração do Décimo Quinto Grau, foram copiadas desse relevo esculpido em pedra
calcária de Dario I (522 a.C.) que mede mais de 8 pés de altura. Estava no salão de recepções do
tesouro do palácio em Persépolis.
Diante do Rei está o chefe geral, que saúda o Rei colocando os dois primeiros dedos
da mão direita sobre os lábios. (Esboço artístico de uma fotografia do original.)

DÉCIMO OITAVO, VIGÉSIMO PRIMEIRO, VIGÉSIMO SÉTIMO, VIGÉSIMO NONO E


TRIGÉSIMO GRAUS

Alegoria 18-a

Este retrato mostra a armadura de corrente de malha, vestimentas e capas compridas


que os soldados das Cruzadas usavam, conforme apresentado nas ilustraçôes acima indicadas.
105
VIGÉSIMO E VIGÉSIMO OITAVO GRAUS

Alegoria 20-a

O arqueologo Sir Leonard Woolley descobriu num túmulo no cemitério real em Ur que,
como a Babilônia, era originalmente uma cidade Sumeriana, jóias Sumerianas, que estão agora
no Museu da Universidade de Pensilvânia, Filadélfia.
Essas jóias e o estilo de cabelo curto cortado, mostrados nas mulheres da Babilônia e
de Ur, nos Graus Vigésimo e Vigésimo Oitavo são ambos deste modelo que Mrs. Woolley projetou
para combinar com a cabeleira e as demais coisas do original, da Rainha Shub-ad, de Ur.

VIGÉSIMO E VIGÉSIMO OITAVO GRAUS

Alegoria 20-b

Estes esboços são tirados de fotografias dos originais Sumerianos. A estátua da


mulher está no Museu Britânico. A estátua do homem, medindo 3½ pés de altura, está no Louvre,
Paris. É um retrato do governador Sumeriano, Gudea, cerca de 2.100 a.C. Ele está sentado
segurando no colo uma réplica de um tablete de barro sobre o qual está entalhado o plano
completo do chão de um templo que seu ativo Mestre Maçom planejou e construiu. Ambas as
estátuas têm um ombro nu. Isso poderá ser comparado com as vestimentas Sumerianas e os
estilos do cabelo das mulheres nas ilustrações dos Graus Vigésimo e Vigésimo Oitavo.

QUINTO, NONO, DÉCIMO, DÉCIMO TERCEIRO, DÉCIMO QUARTO, DÉCIMO


QUINTO, DÉCIMO SEXTO, VIGÉSIMO, VIGÉSIMO SEGUNDO E VIGÉSIMO OITAVO
GRAUS

Alegoria 20-c

Esta semelhança de escultura com os Mestres Maçons ativos, mostrada à direita


embaixo e à esquerda no centro desta placa de 10 pés, comemorativa da construção do Templo
do Rei Ur Nammu, a Deus, há cerca de 2110 anos a.C. em Ur, na antiga Sumer no Iraque,
confirma as vestimentas dos trabalhadores na ilustração indicada acima.
106
Registros Sumerianos desenterrados chamavam Deus de “Enlil o Rei do Céu e da
Terra.”
Salomão, 971 a.C., construiu seu Templo mais de mil anos mais tarde, mas os trajes
de trabalho dos pedreiros ativos permaneceram os mesmos. Os trabalhadores andavam nus até a
cintura e tinham cabelo curto, mostrado aqui e nas ilustrações dos graus indicados acima.
Esta placa também mostra as ferramentas de trabalho dos pedreiros. O retrato acima: Ur Nammu
despeja água na árvore de vida, enquanto Deus segura a almofada de cabeça e o bastão do
pesquisador e linha. Retrato de baixo: Deus aponta o caminho, enquanto Ur Nammu e seu Mestre
Maçom levam as ferramentas de trabalho. Os Templos de Ur Nammu e de Salomão estão
indicados abaixo.
Esta pintura de reconstrução de Bartlett é tirada da gravura original de 10 pés, em
relevo, que Sir Leonard Woolley desenterrou em Ur. O original está no Museu da Universidade de
Pensilvânia, Filadélfia. A estátua de trabalhadores com almofada de cabeça e cesto é do local do
Templo.

VIGÉSIMO GRAU

Alegoria 20-d

Atualmente, é geralmente admitido por arqueólogos que os primeiros pedreiros ativos,


que construíram as primeiras cidades na Terra suficientemente grandes para terem capacidade de
produzir a primeira verdadeira civilização urbana do mundo, construíram realmente estas
primeiras cidades no território de Sumer, no Iraque, e essas cidades Sumerianas formaram a
primeira verdadeira civilização urbana na Terra, a civilização Sumeriana. Muito antes do Templo
do Rei Salomão, os pedreiros de Sumer construíram (veja à esquerda acima) pirâmides com
topos de templo em Uruk (Erech) cerca de 4.000 anos ou 6.000 anos passados. E então, à direita,
o Rei Ur Nammu, 2.125 a.C., construiu seu templo em Ur no nível do terceiro estágio duma
pirâmide de 200 por 150 pés de base, sendo a mesma de degraus. Finalmente, no centro,
Nabonidus, 555 a.C., reconstruiu esse templo no sétimo nível de uma pirâmide de sete estágios.
Abaixo mostra-se as ruínas desse templo-pirâmide em Ur, construído pelos primeiros
pedreiros ativos, que cobriram as superfícies com uma camada de oito pés de profundidade de
tijolos cozidos ao fogo fixados e cobertos por asfalto (betume) de lagos desse material que são
ainda encontrados no Iraque rico em óleo (petróleo). Conseqüentemente, apesar de os tijolos
terem mais de 4.000 anos, você pode hoje subir os 100 degraus para o topo do primeiro nível da
pirâmide de degraus do templo.

VIGÉSIMO GRAU

Alegoria 20-e

Poucas pessoas reconhecem que a maçonaria operativa fêz com que o homem se
tornasse civilizado. O único lugar do mundo onde o trigo selvagem e a cevada cresciam era numa
pequena área no Oriente Próximo que incluía o Levante, a Turquia, o Iraque e parte do Irã, porém
107
nenhuma no Egito. (Veja o mapa). Foi somente nessa pequena área de trigo e cevada que o
homem inventou, pela primeira vez, a agricultura e o ofício de pedreiro. A agricultura não o tornou
civilizado, mas sim terminou com sua vida errante como caçador e um ser à procura de comida, e
quando os homens se estabeleceram em vilas de agricultura, a necessidade de abrigo
permanente fez com que ele inventasse o ofício de pedreiro, a arte ou tecnologia de construção
de edifícios com tijolos ou pedra talhada ou esquadriada.
Quando o homem desenvolveu a agricultura pela irrigação, ele constatou que o lugar
mais favorável para agricultura, em toda a terra, de trigo e cevada era o deita e as margens
lamacentas dos rios Tigre e Eufrates, onde eles deságuam no Golfo Pérsico, O povo afluiu para a
nova terra e a chamaram “A Terra de Sumer.” Os imigrantes levaram a perícia e a tecnologia do
ofício de pedreiro a esses primeiros homens e eles formaram grêmios, inventaram o arco, o pilar,
a coluna, a cúpula, o subterrâneo e as ferramentas de trabalho do ofício de pedreiro. Mais de mil
anos antes de o Rei Salomão construir seu Templo, eles construíram templos a Deus (a quem
eles chamavam de Enlil) por cima de enormes pirâmides com degraus de tijolos, muito antes de o
Egito construir pirâmides de pedra.

VIGÉSIMO SEGUNDO GRAU

Alegoria 22-a

Esta fotografia moderna, tirada no Líbano, confirma a presença de “Cedros do Líbano”


na ilustração do Vigésimo Segundo Grau.

VIGÉSIMO TERCEIRO GRAU

Alegoria 23-a

Este capacete e a vestimenta da “Estrela de David”, de Adonias, que o departamento


de pesquisa criou, do filme “Salomão e a Rainha de Sabá”, é seguido na ilustração do Vigésimo
Terceiro Grau que mostra um guerreiro da tribo de Judá, à qual pertenciam Salomão e seu irmão,
Adonias.
O departamento de pesquisa de outro grande filme épico, “Os Dez Mandamentos,”
sobre o qual seu diretor-criador, Cecil B. DeMille, disse: “É tão autêntico quanto a pesquisa, a
dedicação e o trabalho humano poderiam torná-lo,” pesquisou sobre os níveis das doze tribos de
Israel mostrados nesta ilustração do Vigésimo Terceiro Grau.

VIGÉSIMO QUARTO GRAU


O tabernáculo mostrado na ilustração do Vigésimo Quarto Grau foi pesquisado na
Escritura Pentateuco Hebraica e no Ëxodo e Números, na Bíblia. O livro, “O Primeiro Templo do
Rei Salomão”, escrito pelo engenheiro, E. Cromwell Mensch, abrange as dimensões do
tabernáculo e a construção com minuciosos detalhes e é uma correta decifração da exata
construção e montagem do tabernáculo, que encaixa exatamente nas especificações da Bíblia.
Para verificar qualquer e todos os detalhes, construção e dimensões, refiram-se àquele livro e à
Bíblia.
108
VIGÉSIMO QUINTO GRAU

Alegoria 25-a

As vestimentas e cores que Moisés usava são do departamento de pesquisas do filme


épico, “Os Dez Mandamentos”, criado por Cecil B. DeMille que estabeleceu um nível de absoluta
autenticidade em todos os detalhes. O trabalho exigente confrontou o veterano consultor de
pesquisas, Henry 5. Noerdlinger que, de acordo com dados descrevendo o filme, utilizou a Bíblia
como a fonte de controle, e levou um período de uma vida de investigação sobre arqueologia,
história e escritos sobre a Antigüidade a fim de proporcionar uma base sólida de fatos. Nas suas
pesquisas ele consultou os escritos religiosos da Bíblia, o Alcorão e o Midrash, este último sendo
um comentário dos rabis desde 500 a.C. a 1100. Ele também estudou e colecionou as obras de
Fílon escritas durante o primeiro século; de Josephus, o mais conhecido dos historiadores
judaicos; e de Eusébio. Documentado e retificado para o formato de livro, os resultados dessa
obra por Mr. Noerdlinger foram publicados pela Gráfica da Universidade do Sul da Califórnia sob o
título, ‘Moisés e o Egito.”

VIGÉSIMO SEXTO GRAU

Alegoria 26-a

A maioria dos arqueólogos modernos concordam que as primeiras cidades grandes


na Terra, as cidades de Sumer, formaram a primeira civilização urbana verdadeira do mundo
cerca de 4000 a.C. Oitocentos anos mais tarde, a civilização egípcia surgiu sob Narmer (Menes),
3200 a.C.
Esta cabeça esculpida Sumeriana de Gudea, sacerdote-rei de Lagash, atualmente no
Museu da Universidade da Pensilvânia, constata a semelhança sumeriana mostrada na ilustração
do Vigésimo Sexto Grau.

VIGÉSIMO SEXTO GRAU

Alegoria 26-b

Esta máscara dourada de funeral do Rei Tutancâmon, encontrada no seu túmulo no


Vale dos Reis, Egito, pelos arqueólogos Carnarvon e Carter, confirma a semelhança egípcia
mostrada na ilustração do Vigésimo Sexto Grau.
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VIGÉSIMO OITAVO GRAU

Alegoria 28-a

Os primeiros registros escritos foram feitos pelos escribas da terra de Sumer, na qual
Ur e Babilônia eram originariamente Cidades Sumerianas. Os escribas usavam a cabeça raspada
e registravam todos os conhecimentos em enormes bibliotecas de tabletes de barro os quais os
arqueólogos agora desenterraram.
Este é um esboço de um autêntico tablete de barro, conforme mostrado na ilustração
do Vigésimo Oitavo Grau.

VIGÉSIMO OITAVO GRAU

Alegoria 28-a

Sir Leonard Woolley, arqueólogo, descobriu este copo Sumeriano em feitio de flauta,
de ouro e a palheta de beber de ouro batido laminado, num túmulo no cemitério real de Ur.
Poderão ser vistos atualmente no Museu da Universidade de Pensilvânia. Eles confirmam a
ilustração da Babilônia do Vigésimo Oitavo Grau porque a Babilônia e Ur eram antigamente
cidades Sumerianas.
(Para ver as vestimentas Sumerianas-Babilônicas na ilustração, veja a Alegoria (20-
a).)

VIGÉSIMO OITAVO GRAU

Alegoria 28-c

A semelhança do Portão de Ishtar na ilustração do Vigésimo Oitavo Grau é tirada


deste modelo feito de esboços de Koldewey, o arqueólogo que desenterrou essa entrada
fortificada do caminho processional para a cidade interna da Babilônia. Nabucodonosor II
construiu o pórtico de tijolos de cerâmica polidos com pó de lápis-azuis.
Este antigo portão, transportado e montado tijolo por tijolo, está atualmente no Museu
de Berlim.
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DÉCIMO OITAVO, VIGÉSIMO PRIMEIRO, VIGÉSIMO SÉTIMO, VIGÉSIMO NONO E
TRIGÉSIMO GRAU

Alegoria 29-a
Esta enorme espada autêntica de cruzado foi seguida nas ilustrações acima
mencionadas. Note que os cabos das espadas dos cruzados tinham espaço para segurar com
duas mãos para penetrar na armadura pesada do inimigo. A ilustração do Vigésimo Nono Grau
mostra também um “quebrador de espada” abaixo do punho da espada do cruzado de joelhos.
Isso pegava nas lâminas do adversário e então uma rápida torcida quebrava-as.

TRIGÉSIMO GRAU

Alegoria 30-a

Este retrato esboço artístico do Rei Filipe IV da França foi seguido na ilustração do
Trigésimo Grau.

Alegoria 30-b

Este retrato esboço artístico do Papa Clemente V foi seguido na ilustração do


Trigésimo Grau.

TRIGÉSIMO PRIMEIRO GRAU

Alegoria 31-a

A pintura na parede plana, mostrada à direita acima na ilustração do Trigésimo


Primeiro Grau, é copiada deste retrato que arqueólogos descobriram na parede de dentro do
templo egípcio em Dendera.
Focaliza o Rito Egípcio de Imortalidade e, de acordo com Plutarco, mostra o bom
governador Osíris ressuscitado e depois conduzido por seu filho, Horus, que usa um capacete de
falcão, sua esposa, Isis, e sua irmã, Nephthys.
Após sua ressurreição, Osíris tornou-se o governador imortal do conceito egípcio do
céu e juiz de todas as almas que procuravam entrar.
Neste Rito Egípcio, os homens usavam caudas de leões. O egiptologista E. A.
Wallace Budge diz em seu livro, ‘Deuses dos Egípcios’, que leões divinos guardavam o portão da
noite (ou da morte) e da manhã (ou da vida). Aparentemente, portanto, o candidato era
ressuscitado pelo símbolo do leão.
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O grande Mestre Maçom ativo Imhotep, que construiu o primeiro templo de pedra e a
pirâmide de pedra, foi não somente chefe-arquiteto, como também mestre de cerimônias e o
principal nos rituais para o Rei Zoser, 2980 a.C. Essa poderá ser uma razão de o ritual do Egito ter
a semelhança do ritual operativo e especulativo da Maçonaria.

TRIGÉSIMO PRIMEIRO GRAU

Alegoria 31-b

Os antigos egípcios pensavam que havia mágica em retratos. Este retrato, sobre
papiro, foi encontrado num antigo túmulo e está agora no Museu Britânico. É um “retrato
passaporte” chamado o “livro dos mortos”, pretendendo, através da magia do retrato, ajudar a
entrada dos mortos no céu. Estes foram feitos para muitas pessoas importantes, e portanto
variam.
Eles geralmente apresentam Anúbis (usando capacete de chacal) conduzindo o
candidato e depois pesando sua alma, num jarro, contra a pequena estátua da deusa da Verdade,
enquanto Thoth o escriba (usando capacete íbis) registra o resultado. Depois o candidato é levado
por Horus (com o capacete preto) a Osíris, que é entronizado, para ser julgado. Atrás dele, porém,
não mostrado nesta ilustração, está sua esposa, isis, e sua irmã, Nephthys.

TRIGÉSIMO SEGUNDO GRAU

Alegoria 32-a

Esta fotografia da Grande Nebulosa em Orion, tirada com o telescópio de 200


polegadas do Monte Palomar confirma a ilustração do Trigésimo Segundo Grau. A contínua
criação do Grande Arquiteto sobre o Universo está bem ilustrada através da Grande Nebulosa na
qual a lei do Balanço de Equilíbrio continuamente se forma e se mantém no lugar.

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