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MORAL E DOGMA
por
Henry C. Clausen, 33º
Soberano Grande Comendador
SALVE IRMÃO!
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DEDICATORIA
Com todo meu amor, dedico este livro à minha esposa Virgínia, a
quem devo a mais profunda gratidão por ajudar-me tão devotadamente em
minhas tarefas maçônicas.
Henry C. Clausen
INTRODUÇÃO
Há necessidade de se realizar uma revisão atualizada dos pensamentos e
ações do Soberano Grande Comendador Albert Pike, conforme aparecem em seu livro
Moral e Dogma, e interpretar mais concisamente o seu conteúdo. Esta obra monumental
foi publicada em 1871, já fazendo mais de cem anos. Representava uma compilação
clássica e inspiradora das investigações de Pike e das obras de outros autores e já é
tempo de serem relatadas em nosso idioma, em nosso estilo e em nossa época. As
modificações ocorridas desde 1871 têm sido prodigiosas. Heráclito jamais foi tão exato
quando escreveu, uns 500 anos antes de Cristo, que nada é permanente exceto as
mudanças.
A Humanidade tem progredido ou retrocedido segundo nossos problemas
críticos e atuais. Estes envolvem as coisas com as quais o Rito Escocês se relaciona - o
comportamento humano. Por exemplo, como podemos controlar nossa explosão
populacional, terminar as ameaças de guerras e holocaustos nucleares, livrar-nos da
carestia mundial, conter o sofrimento das enfermidades físicas e os desajustes mentais,
deter a contaminação de nossos corpos e do meio ambiente e melhorar as habitações e
os recursos da maioria de nossos pobres?
Existe, também, o problema de saber se a civilização, mesmo conhecendo a
situação, tomaria medidas para salvarse a si mesma. Walter Lipmann escreveu, com
grande percepção, que não somente é “a suprema interrogação ante a Humanidade em
saber como pode nossa cultura salvar-se da catástrofe, mas, também, que devemos nos
esforçar muito mais para encontrar as respostas. Nós devemos descobrir, além disso,
como poderão os homens tornarem-se “desejosos de salvarem-se a si próprios.”
Certamente temos que encontrar a maneira de fazer com que os homens não
somente possam, mas que também estejam dispostos a isso. Devemos ativar o
conhecimento. Mesmo tendo à disposição as tecnologias físicas, biológicas e de
comportamento adequadas ao fim desejado, devemos convencer o povo a praticá-las. Em
outras palavras, como poderemos induzir membros de nossa cultura a trabalhar e lutar
pela sobrevivência?
A tecnologia física e biológica não nos têm dado as respostas. Os problemas
por nós agora enfrentados assim o demonstram. As religiões têm mudado desde as
ameaças do fogo do inferno até enfatizar o amor de Deus. Os governos têm substituído
as coações, buscando a persuasão. Onde então procurar?
A resposta para esta questão poderá ser encontrada, creio, na notável
descoberta de William James, pai da moderna ciência psicológica americana. Ele foi, ao
mesmo tempo, professor de anatomia, psicologia e filosofia na Universidade de Harvard -
combinando corpo, mente e alma -, um dos pensadores mais profundos deste país. Suas
palavras representam um guia para nós: “A maior descoberta de minha geração foi
aprendermos que modificando nossas atitudes mentais podemos alterar nossas vidas.”
A resposta não é, portanto, mais milagres científicos e tecnológicos, e sim
aplicar com inspiração os ensinamentos maçônicos, alterando nossas vidas para melhor.
Este é o caminho potencial para o mundo do amanhã. Devemos voltar a ter fé no ser
humano e no conceito de que ele possui, dentro de si, as capacidades corretivas
necessárias.
Russeil Conwell (1843-1925), fundador da Universidade de Temple, deu a
conferência mais popular jamais proclamada nos Estados Unidos (mais de 5.000 vezes):
“Acres de Diamantes”, tendo arrecadado mais de seis milhões de dólares para fins
caritativos. A singela lição irradia muito interesse humano e inspira o povo à prática do
princípio da autoconfiança em suas próprias forças. Nos mostra como, depois de buscar,
com afinco, fama e fortuna pelas estradas e caminhos do mundo, nos encontramos, ao
final, de volta, em surpreendente descoberta, ao nosso próprio eu.
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Como pode, então, a Maçonaria libertar as capacidades recônditas do
homem? Este livro destina-se a demonstrar onde as respostas podem ser encontradas.
Foi idealizado como um instrumento valioso que ensinará a perceber e se conscientizar
dessa forma de vida que se encontra na famosa frase de Sócrates: “A vida conhecida.”
Moral e Dogma, combinado com nossos rituais, dará aos Iniciados, membros e
estudiosos, lições espirituais de tremendo valor, as filosofias de todas as épocas e
verdades básicas que podem enriquecer e ativar o comportamento humano. Para isso, fiz
um resumo de forma curta dos sucessivos capítulos de Moral e Dogma, seguido de meus
próprios comentários sobre os mesmos. Esses resumos e comentários têm o propósito de
aumentar a participação e o interesse de nossos membros - não o de suplantar Moral e
Dogma - e de os estimular no seu estudo como fonte de sabedoria e inspiração.
Se propõem como ajuda suplementar para uma nova e completa aproximação
e, assim como o conceito de ensinar, servem para demonstrar, em seqüência numérica,
os fundamentos de cada grau, estruturados de forma que servem para o estudo
individual, para discussão em grupo e para dar conferências. Os participantes podem
relacionar a informação com suas próprias experiências pessoais. O programa destes
comentários serve para pessoas e grupos de todas as idades e experiências. Não é
nossa intenção apresentá-lo como um substituto dos trabalhos ritualísticos, nem como
uma revelação das alusões e indiretas cabalísticas ou esotéricas, mas sim tornar mais
explícito o fundamental. Somente sérios estudos e participação em cerimônias ritualísticas
podem revelar como podemos refazer o comportamento humano.
Além disso, falando classicamente, a Maçonaria não pode ensinar; somente
nos ajuda a aprender. Isto acontece durante vários períodos de desenvolvimento. Mas se
os Iniciados ficarem restritos ao progresso ou perdidos nele, a Maçonaria pode ajudá-los
a se libertarem e recomeçarem no caminho certo.
Quem procura o Rito Escocês com firmeza e dedicação em busca da verdade
pode aprender, por nossos graus, por exemplo, a futilidade da dependência nas pessoas
ou coisas, ou na aprovação ou desaprovação. A independência gera a autoconfiança. O
verdadeiro autoconfiante não fica sujeito a manipulações adversas ou influência indevida.
Ele é controlado e desfruta da liberdade e dignidade. Isso incita, por sua vez, uma moral
mais decisiva e um comportamento moderno.
Ao mantermos nosso ponto de vista que o homem possui capacidades íntimas
que podem solucionar nossos problemas, utilizamos uma aproximação de ajuda própria
baseada num sentimento intuitivo de que podemos atingir o nosso próprio íntimo. Lá
encontramos um refúgio contra as perversidades exteriores, assim como a paz e a
serenidade são encontradas antes do tufão. Lá o sol brilha e os pássaros cantam. Tenha
confiança nas suas próprias capacidades inerentes.
Emerson, em sua “Composição sobre Autoconfiança,” nos indica o caminho:
“Um homem deve aprender a vigiar aquele facho de luz que atravessa sua
mente no seu íntimo, mais do que contemplar o brilho do firmamento dos poetas e
filósofos.”
Após Buda ter conseguido seu próprio esclarecimento, ele disse a seus
seguidores:
“Seja uma lâmpada para seus pés; não procure nada fora de si mesmo.”
Jesus expressou a mesma opinião e disse:
“Nem deixem que eles digam, Aqui! ou Ali! pois, acreditem, o reino de Deus
está dentro de si.”
O que é necessário primeiramente, portanto, é um maior conhecimento próprio
- o desvendar de seu íntimo e de suas naturezas essenciais próprias. De que melhor meio
pode ser isso aprendido, senão através do Rito Escocês? Você aprende que não há
necessidade de depender de outros. Você é o primeiro, primeira classe - na dianteira, não
em segundo plano. Os Graus do Rito Escocês proporcionam total confiança em suas
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capacidades íntimas e próprias de modo que nunca você é oprimido, nem dominado por
debilidade, nem é a vítima irremediável do desespero. Quando o homem tem fé em si
mesmo ele aprende a rejeitar o irreal. Conforme Alice em Através do Espelho, o espelho
reflete a falta de realidade competitiva na frente; porém atrás se encontra a realidade - o
disparate do sucesso competitivo e fracasso, aprovação e desaprovação. Você pode
aprender a ser confiante, pisar com seus próprios pés - não dependente de pessoas ou
coisas fora de si. Então, na verdade, você será livre, terá iniciativa e confiança e viverá no
presente.
Sir William Osler (1849-1919), o grande filósofo-médico, quando jovem, na
escola de Medicina, em Montreal, tornou-se triste e desanimado sobre sua futura carreira.
Um dia, casualmente leu umas frases escritas por Carlyle que transformaram sua vida. As
palavras penetraram em sua mente como revelação renovadora. Várias vezes ele as
repetia, escrevia em cadernos, e as ensinava a seus amigos. Ele sentia que elas haviam
mudado a sua atitude na vida e que foram responsáveis por uma carreira muito feliz e de
grande sucesso. Ele dedicou-se à ciência e praticava uma fé religiosa intensa. Suas
conquistas palpáveis incluíam magia diagnóstica e pesquisas notáveis, assim como
publicações e professorado. Quando ele morreu, em 1919, o The Journal of the American
Medical Association disse: “Os anos aumentaram sua glória. Ninguém, de modo algum,
conquistou seu lugar como o melhor médico do mundo.”
As palavras de Carlyle, que tiveram tão grande influência na vida de Osler,
foram as seguintes:
“Nosso principal dever nesta vida não é avistar o que está ofuscado, à
distância, mas sim enxergar o que se apresenta claramente em nosso meio.”
Mais tarde, aquelas palavras serviriam de inspiração nas palestras de incentivo
aos estudantes, quando ele ensinava que deveríamos “viver em compartimentos voltados
para a luz do dia presente”, não nos preocupando com os acontecimentos de ontem nem
os de amanhã.
Nossos graus impressionam, com um impacto maravilhoso, os ensinamentos
de grandes verdades. Neles vocês encontrarão suas próprias aproximações diretas e as
satisfações, benefícios e engrandecimentos que aproveitarão como seres humanos
cheios de confiança. Como tais, sua vida também demonstrará ao mundo as soluções de
comportamento que podem curar os males de nossos dias.
Então, é seu dever usar sua mente ao máximo. Pense bem nos significados de
cada grau, conforme sugerimos nestes resumos e comentários. Aplique-os a si mesmo.
Acrescente seus estudos com pesquisas mais extensas. Que suas ações, então,
demonstrem que você é, de fato, assim como em nome, um Maçom do Rito Escocês.
Assim, você descobrirá os verdadeiros segredos.
E agora, “Ao trabalho, meus irmãos, que adiante soa o sino?”
MESTRE-SECRETO
QUARTO GRAU
Resumo:
Você agora dá o seu primeiro passo para dentro de nosso santuário, em busca
da verdade e dos conhecimentos, o mais genuíno e real dos tesouros humanos. Você fica
lembrado de que seu progresso depende de seu sigilo, de sua obediência e de sua
fidelidade; sigilo pela segurança de obrigações, de deveres, de juramentos, de
comunicações; obediência às leis que refletem a vontade, o julgamento e o benefício do
povo, não a postura do tirano ou daqueles que são contrários a Deus e à natureza;
fidelidade na fé e nas promessas empenhadas à família, a amigos, à pátria e à
Maçonaria. Assim sendo, você evitará as várias seduções do prazer e da indolência, e
permitirá que os preceitos de suas obrigações sejam cumpridos. Você deve pesquisar, ler,
estudar, refletir, meditar e discriminar. A luz do conhecimento desenvolve a alma do
homem e assegura a recompensa de suas aspirações para continuação após a morte.
Com a fiel procura desses ideais, você servirá a si mesmo, seus correligionários, sua
nação e à Humanidade.
Comentário:
A primeira divisão de nossos Graus, desde o Quarto até o Décimo Quarto,
inclui aqueles conhecidos como os Graus Inefáveis.
A equipagem e o mobiliário da Loja, no Quarto Grau, formam um ambiente de
profundo luto, simbolizando a tristeza e lágrimas pela perda de seu Grão-Mestre. A
narração é recontada da interrupção criminosa nos trabalhos de construção do Templo de
Salomão. Aquela mente gigantesca foi assassinada e a palavra ficou perdida. O Rei
Salomão, confrontando com a suspensão do trabalho, inicia de maneira progressiva
Maçônica o enterro de seu irmão, depois o término do Templo, e finalmente fazer justiça
aos assassinos.
Os membros que a presidem constam de um Mestre representando o Rei
Salomão e um Inspetor representando Adoniram, Inspetor dos trabalhadores e o primeiro
Mestre-Secreto. Ao candidato é finalmente mostrado o Santuário através de portões
fechados, e explicado o significado místico de seus elementos sagrados. Ele poderá
deduzir que sendo-lhe agora ainda proibida a entrada, poderá chegar a ocasião, quando
os portões serão abertos para ele.
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Esse grau representa uma lição valiosa para ensinar a fidelidade ao dever,
até mesmo em risco de morte, e a súbita parada da vida, quando a morte chega sem
avisar. Enquanto podemos fazer isso, devemos rever nossa filosofia pessoal e definir
nossas obrigações diárias a nós mesmos, nossas famílias, nosso país e o nosso Deus.
Nós devemos caminhar com segurança em direção a uma forma de imortalidade e
submissão ao julgamento Divino pelos atos e omissões de nossas vidas.
QUARTO GRAU
MESTRE-PERFEITO
QUINTO GRAU
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Resumo:
A operosidade e a honestidade são virtudes domésticas que compõem um
Mestre-Perfeito. A vida é demasiadamente curta e passageira para se perder tempo em
ociosidade, em desatinos ou dissipações. Aprender e fazer combinam e desenvolvem,
com força e poderes, inerentes à poderosa alma humana. Satanás encontra perversidade
para ociosos. A honestidade ainda é o melhor procedimento e um homem honesto ainda
é o mais nobre trabalho de Deus. Portanto, viva, proceda e haja de modo que, quando
você chegar perante Deus, nenhum homem tenha ficado mais pobre por você ter ficado
mais rico; nenhum homem tenha tido menos posição social, influência, reputação ou afeto
por você ter tido mais.
Comentário:
Neste Grau, nós presenciamos solenes preparativos para um funeral mais
digno do Grão-Mestre, O Rei Salomão ordenou que os restos mortais fossem
transportados para o Templo e um túmulo adequado fosse erigido, de conformidade com
as virtudes eminentes do Grão-Mestre. Orações fúnebres do Rei Salomão e do Rei Hiram,
de Tiro, expressaram tributos generosos ao falecido, como um homem de grandes
habilidades em muitos setores e o personagem central da Legenda Hirâmica. Sua vida
também simbolizou as virtudes da operosidade, honestidade, caridade, liberdade e força
espiritual.
Exemplos do Símbolo Perdido constituem contribuições vitais e de
desprendimento à Humanidade, Considere a mãe que se perdeu numa tempestade de
neve, enquanto levava seu bebê sobre as montanhas de South Wales (Sul de Gales).
Uma equipe de pesquisadores a encontrou morta, congelada debaixo da neve. Para a
surpresa da equipe, ela estava sem roupas. Eles logo descobriram a razão. Ela havia
enrolado suas vestes em volta de seu bebê. Quando eles desenrolaram a criança, ela
estava bem e ainda vivia. A criança cresceu para tornar-se o Primeiro-Ministro da Grã-
Bretanha, durante a Primeira Guerra Mundial, um dos grandes estadistas da Inglaterra.
Sua mãe havia dado sua vida para salvar David Lloyd George.
Outra mulher, também, recebeu a chave da Palavra do Mestre. Vestida em
farrapos, ela passava pelas ruas de uma cidade francesa, segurando seu filho pequeno,
de pés no chão. Ela parou, de repente, para apanhar um objeto do chão, enfiando-o
rapidamente dentro das dobras de suas vestes rasgadas. Ao fazer isso, despertou as
suspeitas de um policial que estava perto. Ele, rudemente, forçou-a a mostrar-lhe o que
havia apanhado. A pobre e assustada mulher olhou para baixo e mostrou um fragmento
de uma garrafa quebrada. Ela disse: “Eu estava pensando somente nas crianças de pés
no chão.”
O cenário e a cor simbólica deste Grau nos lembram que, enquanto
morrermos para o pecado, poderemos reviver na virtude. Nós devemos sempre, portanto,
agir com justiça, eqüidade, honestidade e integridade, e reafirmar nossa crença
permanente na imortalidade da alma. Deste modo, nós, simbolicamente, ressuscitamos
os mortos do caixão e os colocamos no altar sagrado, assim como um Mestre-Perfeito.
Um olhar para cima, para as estrelas no céu, poderá reforçar nossa fé.
Conforme Longfellow nos diz em “Evangeline”:
QUINTO GRAU
SECRETÁRIO ÍNTIMO
SEXTO GRAU
Resumo:
Neste Grau, nós aprendemos a rejeitar as coisas mundanas, as ambiciosas e
as sensuais, as severas, as censuráveis e as injuriosas em favor dos deveres, da
caridade e da tolerância. Em nossas vidas particulares, nós devemos praticar essas
virtudes e a Regra de Ouro, com paz, carinho e amor para com nossos pais, filhos,
amigos, vizinhos, empregados e patrões, não para obter conceito popular, mas para
nossa satisfação íntima. As organizações devem demonstrar harmonia como a força e
amparo de todas as sociedades, especialmente das nossas. O ideal seria, então, vermos
a eliminação de todas as discórdias, controvérsias e brigas, e um mundo sem guerras. Os
pensamentos nossos devem ser focalizados sobre o que é bom e sadio. Em resumo,
somos ensinados a reestruturar nossos pensamentos em canais benéficos de caridade,
de autocontrole e de sucesso.
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Comentário:
SEXTO GRAU
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Principalmente, portanto, neste mundo de questões de autoridade, de moral,
de instituições, de valores e de preocupações de vida, nós devemos seguir a mente sadia.
Isso dá mais sentido à vida do que maior produção, maiores vendas, maior ordenado para
levar para casa. Exemplificará em nosso comportamento diário a filosofia eficiente do Rito
Escocês com relação ao nosso conhecimento atual.
Existe uma aproximação criativa ao auxílio mútuo Maçônico - meios com os
quais podemos multiplicar nosso desenvolvimento pessoal. Podemos trabalhar, nós
mesmos, através de esforço pessoal sistemático. Isso conduz ao lado espiritual do modo
“milagroso” do Rito Escocês. Consiste de uma fonte de energia sem limite, um fenômeno
que pode ser explicado somente como vindo de um Poder Supremo, amplamente
comprovado por registros documentados de transformações de inspirações.
Considere um cientista que, até seus cinqüenta anos, era infeliz e um homem
ineficiente. Uma pessoa sem importância, desconhecida, vivendo num mundo de
escuridão e fracassos, ele era atormentado também por terríveis dores de cabeça. Ele
considerou e reconheceu que alguma coisa estava seriamente errada. Ele releu aquelas
palavras de William James: “Talvez tenhamos que abandonar nossa filosofia de
perversidade; mas o que é isso comparado com o ganho de uma vida de bondade?”
O cientista resolveu provar essa doutrina. Durante um mês, ele faria uma
experiência cuidadosa e honesta. Naquele período de tempo, controlaria seus
pensamentos. Ele pensaria somente naqueles incidentes felizes, agradáveis e alegres,
daqueles dias do seu passado. Ao pensar no presente, ele iria ocupar-se somente com as
coisas necessárias de seu lar, seu trabalho e suas oportunidades. Para o futuro, ele iria
considerar cada ambição de valor, dentro de suas possibilidades.
Ao fim de apenas oito dias de dedicação fiel, ele sentiu uma estranha
transformação - uma expectativa de importantes descobertas. Ele soube, então, que a
experiência de pensamentos positivos estava tendo sucesso. Até mesmo suas dores de
cabeça estavam desaparecendo. Ele sentiu-se feliz e contente, e tornou outras pessoas
felizes com sua personalidade mais atraente. A transformação externa de sua vida,
devido a suas mudanças de pensamento, o surpreenderam ainda mais do que sua
melhora interna. Eminentes cientistas reconheceram seus méritos; seus trabalhos foram
publicados. Ele foi eleito para uma grande sociedade científica. Isso demonstrou que
grandes forças ocultas podem trabalhar para o homem, conforme São Paulo revelou em
suas sábias palavras: “Todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam
a Deus.”
Verdadeiramente, essa foi uma experiência digna de emulação.
PREBOSTE E JUIZ
SETIMO GRAU
Resumo:
Comentário:
Nós estamos particularmente felizes porque podemos lutar pela justiça, nesta
vida, e conquistar memoráveis vitórias, aproveitando lições do nosso Rito Escocês como
guias importantes. O estudante perceptivo notará que, atrás do choque dos exércitos e de
ideologias, existe um esforço contra a injustiça. Nós, nesta vida, podemos perseguir a
procura incansável e sublime da justiça humana. Seu significado pode envolver muitos
ingredientes, assim como quando contemplamos a tradicional figura simbólica com
escalas de uma balança. Existe um significado mais profundo nisto do que o mero
simbolismo, conforme vocês verão, mais adiante. O conceito é crucial, pois deve haver
harmonia e oscilação, equilíbrio de igualdade e paz.
O que consideramos justiça não pode ser definido com ideais simplesmente
constatados. Está longe de ser estático. Nossos atuais níveis foram atingidos através dos
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tempos e pela dura experiência. O Pretor romano transformou os rudes costumes num
sistema legal consistente. Comerciantes, mesmo nos tempos antigos, fizeram
contribuições valiosas por seus costumes e contratos seguros. São Paulo, amarrado com
correias, ao ser levado para dentro do castelo para exame, antes de ser açoitado,
perguntou ao centurião, “É lícito açoitar um homem romano, e não-condenado?” Assim,
ele ganhou o benefício de leis que eram iguais para todos os súditos romanos, em toda a
parte. Quando Justiniano chegou ao trono, no ano 527, preparou um trabalho que se
tornou como a Bíblia da lei Ocidental, sendo a intenção dele, assim, restituir a grandeza
de Roma e da Lei romana. Após a queda do Império Romano, e o decorrer dos séculos,
os próprios súditos, como os vigilantes mais tarde, administravam a lei.
Os Lordes da Inglaterra, da mesma maneira, se alertaram em defesa de seus
direitos, e no dia 15 de junho de 1215, foram para os prados de Runnymede para forçar o
Rei John, contra sua vontade, a colocar seu selo na Magna Carta. Quatrocentos anos
mais tarde, as cortes, assim como os Lordes da Inglaterra, falaram com coragem a James
I, o Rei, pela defesa de lei comum inglesa. Chamado à sua presença, ele as acusou de
impertinência e ordenou que, no futuro, deveriam obedecer às suas ordens e não às
decisões das cortes. Todos, exceto um, se ajoelharam e fizeram a promessa. De pé, o
intrépido Sir Edward Coke, numa altura muito acima de seus colegas prostrados, disse:
“Quando o caso acontecer, eu farei aquilo que convier a um juiz fazer.”
Nossas colônias americanas iniciaram reformas legais, durante as quais John
Peter Zenger lutou pela liberdade de imprensa, apesar de os ataques serem destinados
aos desprezados oficiais britânicos. A eloqüência marcante de Andrew Hamilton venceu.
No mesmo local onde Zenger havia sido julgado, 54 anos antes, James Madison, no dia 4
de maio de 1789, propôs a Carta de Direitos (Bill of Rights) para a nossa Constituição.
Essa Carta teve como antecessora a Magna Carta da Inglaterra, porém, a nossa é
singular, pois é escrita como as dez primeiras emendas introduzidas na Constituição dos
Estados Unidos.
SÉTIMO GRAU
Resumo:
Comentário:
OITAVO GRAU
Você pode organizar e aumentar sua eficiência, por uma fórmula simples, que
lhe ajudará a desenvolver e elevar seu potencial e a qualidade de sua vida. O grande
industrial, Charles Schwab, disse, uma vez, que a simples técnica de planejar uma
programação diária ajudou-o a ganhar 100 milhões de dólares. Ele apresentou a técnica
por um homem chamado Ivy Lee, pioneiro em relações públicas. Schwab disse a ele: “Se
você puder me dar alguma coisa que me possa alertar para as coisas que já sei que
deveria fazer, então lhe ouvirei com satisfação e lhe pagarei o que você me pedir.” Lee
respondeu: “Posso lhe dar uma coisa em 20 minutos, que lhe aumentará a ação em 50
por cento.” Lee deu a Schwab um pedaço de papel em branco e disse: “Escreva nesse
papel as seis mais importantes tarefas que você tem para fazer amanhã. Numere-as na
ordem de sua importância. Ponha, então, esse papel no bolso, e a primeira coisa a fazer
amanhã de manhã é olhar para o item um e fazer o que for preciso fazer, até que o
termine. Depois, faça o mesmo com o item dois, e a seguir com o item três, e assim por
diante. Faça isso até terminar. Não se preocupe se tiver terminado apenas um ou dois.
Trabalhe com os itens mais importantes. Os outros podem esperar. Experimente isso por
quanto tempo quiser, e então me mande um cheque pelo que você achar que vale.”
Schwab, várias semanas depois, enviou um cheque a Lee na importância de 25 mil
dólares. E na carta que o acompanhava, Schwab disse a Lee que essa simples lição de
planejamento era a mais valiosa que havia aprendido.
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Resumo:
O Rito Escocês atinge o centro da Maçonaria com suas conhecidas virtudes e
princípios de verdade, de franqueza e de generosidade. Aprendemos que devemos seguir
esses regulamentos práticos e ativos, que formam e controlam nossa conduta. Porém,
freqüentemente, os homens são acusados daquelas mesmas faltas que encontram no
próximo, falando, como hipócritas, de virtude, de caridade e de honra, porém, vivendo
uma vida de perversidade, de vício ou de desregramento. Existe, certamente, pouca
oportunidade dentro de uma Loja Maçônica para praticar a Maçonaria. A Maçonaria age
mais enfaticamente no mundo da competição das discussões, das tentações e dos
prazeres ilícitos. A verdadeira Maçonaria é ativa, não-indolente, especialmente quando
nossa nação, nossos Irmãos ou a Humanidade nos pede socorro. E o apóstolo da
Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, porém não se ocupa em planos ou
conspirações contra o governo civil. Permanece com a mesma calma e simples dignidade
perante todos os governos e independente de qualquer seita ou credo. Um Maçom
aprende a pisar sobre a tirania política e despotismo espiritual e a condenar a crueldade e
a insensível desconsideração aos direitos humanos, a desgraça e ruína de sua pátria, a
corrupção e a barbárie humanas. Ele, portanto, resiste à usurpação do poder que
pertence ao povo. Ele se esforça em defesa de seu amor pela liberdade e igual justiça
perante a lei, ao apoiar a educação do povo, fazendo com que a honra de sua pátria se
torne igual ao seu próprio heroísmo. Então, ele toma uma espada e, quando assaltado,
domina-a para frente, com a força de Deus. Em confrontos da mente contra superstições,
temores e prejuízos, o verdadeiro Maçom conquista e surge vitorioso, se unindo com seus
Irmãos nas Obras patrióticas de paz.
Comentário:
Este grau detalha a punição que a justiça se vê constrangida a impor pelos
crimes de traidores vilões, cometidos pouco antes do término do Templo. O Rei Salomão
quis capturar os assassinos vivos e escolheu, entre os artífices, nove para fazer a
tentativa. Um dos criminosos, entretanto, morreu numa caverna, onde estava escondido.
Ao constatar isso, o Rei Salomão presumiu, com grande ódio, que sua ordem havia sido
desobedecida. Mas, quando conheceu as circunstâncias, reconheceu que seu julgamento
havia sido demasiadamente precipitado e baseado em evidências infundadas.
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Você pode compreender, portanto, por que nosso Supremo Conselho do Rito
Escocês tem sido um importante intérprete de patriotismo e liberdade. Sabemos que a
Maçonaria só pode existir nesse tipo de clima. Certamente, onde não há lei, não há
liberdade. É por isso que os Maçons, na maioria - mentes Maçônicas dirigindo mãos
Maçônicas -, escreveram, em documentos básicos, tudo aquilo que corresponde ao nosso
conceito de uma América livre, de uma América moral, de uma América cumpridora das
leis. Os Maçons têm uma responsabilidade inerente sobre a segurança, a sobrevivência e
a continuidade daquilo que chamamos “o Modo Americano de Vida”. Dizemos com nosso
Irmão, Theodore Roosevelt: “Nós, aqui na América, temos nas mãos o futuro do mundo, a
fé dos próximos anos, e vergonha e desgraça será a nossa se, diante de nossos olhos, a
luz de alto conceito seja ofuscada ou se trilharmos na poeira as esperanças douradas do
homem.”
NONO GRAU
Resumo:
Tolerância é o tema dominante deste Grau. A história registra um trajeto
sangrento de perseguição, quando os homens se achavam, ilicitamente, no direito de
punir o próximo por suas opiniões contrárias. Essa espécie de intolerância é condenada
pela Maçonaria. Achamos que toda pessoa tem o direito a pontos de vista religiosos e
políticos, dele próprio ou dela própria, e que nenhum ser humano pode sinceramente
dizer que somente ele ou ela conhece a verdade. Seja o que for que uma pessoa
sinceramente acredite, é para ela ou ele a verdade, e ela ou ele sabe que somente a
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educação e a cultura podem vencer a intolerância e o fanatismo. A Maçonaria, apesar de
ser religiosa, não é uma religião, porém, dentro de seus preceitos e diretrizes existem as
verdades e a moralidade universal de todos os credos e religiões reconhecidos. Esses
incluem aqueles em que nossos membros devem tomar parte - a crença num único Deus,
numa alma imortal, e numa vida moral e virtuosa.
Comentário:
Este Grau desenvolve uma continuação das punições aplicadas aos dois
últimos traidores, pelos seus crimes atrozes. O Rei Salomão acrescentou mais seis
artífices aos nove já eleitos, e esses quinze, então, saíram à procura dos dois, o que
resultou na captura dos dois restantes assassinos, que foram encontrados trabalhando
numa pedreira. Foram levados a julgamento, para Jerusalém, onde foram considerados
culpados e foram então enforcados e cortadas as cabeças. Simbolicamente, eles
representam os inimigos da liberdade, isto é, emoções desenfreadas - de onde surgem a
tirania e o despotismo - e o fanatismo, de onde surge a intolerância e a perseguição. O
terceiro e o mais culpado criminoso significa a ignorância das massas, que permite a
ambição e o fanatismo. “Um povo desenvolvido não pode ser escravizado, e um povo
ignorante não pode ser libertado.”
Nós, do Rito Escocês, somos tolerantes para com todos os credos e religiões.
Não forçamos nenhum dogma aos nossos membros, nem procuramos purificar nenhum
dogma que se confunda com a Ciência ou que impugne a História. Mitos e histórias
poderão ser uma fase da eterna procura do homem por Deus. Portanto, dizemos:
“Deixe que os sacerdotes pretensiosos batalhem com os credos, que minha
igreja é aquela que oferece o maior número de boas ações.”
No entanto, nós não somos tão “ingênuos” ao ponto de confundir tolerância
com licenciosidade, quando se refere à nossa sobrevivência Maçônica e nacional.
Lembre-se do antigo refrão:
“Aqueles que exclamam Apaziguar! Apaziguar! Apaziguar! são enforcados por
aqueles a quem eles tentaram agradar.”
DÉCIMO GRAU
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Isso, para nós, é a espécie de tirania a qual o perceptivo De Tocqueville nos
avisou quando disse: “A tirania da legislatura é realmente o perigo que mais devemos
temer.” Quando os líderes da Igreja aplicam a dureza clerical sobre os legisladores
susceptíveis a violar nossa tradicional separação Igreja-Estado, são culpados desse tipo
de tirania.
Existe a necessidade, portanto, de defesa contra tal tirania legislativa, para
auxiliar nossas cortes, e defender nossas liberdades constitucionais. Assim procedendo,
nós não estamos “contra” ninguém ou contra nada. Nós estamos “a favor” dos princípios
americanos de liberdade e de justiça, “a favor” de nossas escolas públicas. Isso não é
para afirmar que escolas públicas estão acima da crítica. É bem o contrário.
Reconhecemos que existe lugar para melhorar e que devemos participar na estrutura de
nossas escolas e trabalhar para aperfeiçoamentos. Apesar das óbvias falhas, nunca
devemos “jogar fora o bebê, junto com a água de lavagem.”
Se as melhores relações com líderes de mentalidade ecumênica da Igreja vão
resultar na perda de nossas liberdades americanas ou pôr em perigo o bem-estar e
segurança da Maçonaria, então o preço é demasiadamente alto! Nós estamos firmes com
nossos Fundadores Maçônicos! Dizemos, vamos defender nossas liberdades.
Proclamamos com o Profeta Maomé:
Ainda que o Sol à minha direita
E a Lua à minha esquerda
digam: Silêncio,
Mesmo assim, falarei!”
Resumo:
Comentário:
Reclamações foram feitas ao Rei Salomão sobre abusos no costume oriental
em “providenciar” a arrecadação de impostos. Procurando a opinião do Rei Hiram, de
Tiro, Salomão mudou o sistema, de modo que seus representantes supervisionassem
34
pessoalmente as arrecadações. Ele desejava recompensar aqueles das Doze Tribos de
Israel que demonstraram zelo e fidelidade na captura e punição dos criminosos; então,
escolheu doze dentre os Eleitos dos Quinze para constituírem uma nova ordem e lhes
deu o comando sobre as Doze Tribos. As tribos que estavam trabalhando no Templo,
depois disso, apresentavam-se, diariamente, através dos doze, ao Rei Salomão e
recebiam seus salários.
As imensas analogias de excessos de impostos existem através da civilização.
Por exemplo, Edward Gibbon, no seu clássico livro, O Declínio e Queda do Império
Romano, apontou que abusos semelhantes e a decadência da religião e da moral entre o
povo de Roma foram as causas fundamentais de seu enfraquecimento e sua conseqüente
ruína.
Gibbon tinha em mente, é claro, o ressurgimento de Roma que teve início
cerca de 500 anos a.C., quando os romanos expulsaram os invasores tiranos de Tarquin,
da Etrúria. Os vitoriosos, então, formaram uma república que se tornou o sólido alicerce
para um império poderoso que se espalharia sobre todo o mundo civilizado e duraria
quase quatro séculos e meio. O seu governo incluía um sistema de cheques e balanços
semelhantes aos que encontramos atualmente em nossa Constituição, e assim evitava
uma concentração de autoridade pessoal. Não é de se admirar que um Bispo de Lião
escreveu, no segundo século de glória de Roma: “O mundo está em paz, e passamos
pelas estradas sem temor, e viajamos para onde queremos.”
Finalmente, com o pulso fechado para o alto, com tanta força que as juntas
dos dedos apareciam brancas pela pressão, ele se dirigiu diretamente a nós:
“Sejam fortes, jovens, sejam fortes! Não se enganem pelas aparências
externas, mas procurem as grandes realidades, que são permanentes e eternas.
Sirvam sua Pátria e seus Deus, eu lhes peço, com o seu melhor talento e o melhor de
sua vida. E não fiquem perdidos neste mundo superficial e cintilante, onde tudo é
fictício, e nada é real.
Avante! E Deus lhes abençoe.”
Ele sentou-se, ainda com meio minuto de seu escasso tempo restando.
Ficamos eletrificados por sua inspiradora oratória e rompemos num tremendo aplauso.
36
MESTRE-ARQUITETO
DÉCIMO SEGUNDO GRAU
Resumo:
Existe, como instinto, em todo o coração humano, pelo menos uma parcela
moderada de fé nos princípios morais, na virtude e em Deus. Isso é tão real quanto o
instinto que dirige um animal. Então, essa fé, sendo inerente da natureza humana, possui
uma missão em nossa orientação divina tão genuína e autêntica quanto o instinto de um
animal. A fé produz a sensação de que a alma humana viaja em direção a essa
Divindade. Nós possuímos poderes dos quais nós temos apenas um diminuto
conhecimento. A Maçonaria tenta desenvolver as características instintivas dadas por
Deus, e aceitar como guia suas sugestões semiconscientes. A vida é o que cada homem
a torna; o otimista transforma uma provação em uma bênção, o pessimista só vê ruína e
infortúnio. Fé em nossos compatriotas é a base de nossas transações terrenas e
instituições, porém, o mais importante é que a fé seja a crença nos poderes espirituais de
um justo, sábio e benevolente Ser Supremo.
Comentário:
Este é um grau científico que demonstra os princípios de arquitetura e a
ligação das artes liberais com a Maçonaria. A ação mostra a admissão ao cargo de
Mestre-Arquiteto seguida de um exame de habilidade. Os instrumentos e ferramentas de
trabalho da Maçonaria são utilizados para exemplificar as analogias morais e éticas. Uma
aplicação dessas ao que nós fazemos em nossa vida diária resultará inevitavelmente em
nos tornarmos melhores, mais sábios e mais úteis.
Nós adaptamos o Esquadro às superfícies planas e também para a geometria
e para medir a Terra. Os antigos supunham que a Terra era plana. O Compasso se
relaciona a esferas ou trigonometria esférica. Isso também refere-se aos corpos celestiais.
Em sua Matéria-Prima, publicada em 1613, Valentinianos estabeleceu uma representação
de um triângulo sobre um Esquadro, ambos desenhados dentro de um círculo. Acima
disso, havia um corpo humano com uma cabeça de homem e de mulher, porém, com
apenas dois braços. O braço do homem perto do Sol segurava o Compasso e o braço da
mulher perto da Lua segurava o Esquadro. A Terra era, então, considerada feminina ou a
mãe generosa, enquanto que o Sol era considerado masculino ou o gerador da Terra.
Assim combinados, simbolizavam a natureza dupla da Divindade.
O Compasso representa a parte espiritual, intelectual e moral da Humanidade,
e o Esquadro representa a parte material, sensual e inferior. A Maçonaria utiliza esses
símbolos para fins de ensinamentos. Como Cavaleiro lhe foi ensinado que as espadas
simbolizam honra e dever.
37
Comentário:
Nós revemos neste Grau a lenda contando que Enoch estava tão
possuído pelo amor a Deus que a Divindade apareceu diante dele num sonho e
revelou Seu verdadeiro nome. Enoch, então, saiu à procura do cenário do sonho.
Sentindo-se cansado, parou na terra de Canaã e contratou trabalhadores para
cavar nove apartamentos na terra, um debaixo do outro, e cada um com um arco
de sustentação. O mais baixo, ou nono, foi talhado numa dura rocha e, nesse,
Enoch colocou, num pedestal de alabastro claro, uma placa triangular de ouro
sobre a qual ele havia gravado o inefável a Divindade. Sobre a abóbada, ele
mandou construir um templo modesto que escondia a entrada das que estavam
abaixo.
O Rei Salomão, propondo a construção de um edifício para a
administração de justiça pública, sem saber, escolheu o local do antigo templo de
Enoch. O Grão-Mestre-Arquiteto e dois Intendentes dos Edifícios inspecionaram a
terra a fim de iniciar as fundações e, casualmente, descobriram a entrada das
abóbadas. Um Intendente dos Edifícios entrou em cada uma delas, e, finalmente,
descobriu o cubo de ágata e a placa de ouro, gravada com caracteres misteriosos.
Ninguém podendo decifrar isso, levaram-na para o Rei Salomão, que estava em
conferência com o Rei Hiram, de Tiro. Ao ver a inscriçao, o Rei Salomao percebeu
que era realmente o nome verdadeiro da Divindade. Regozijando-se com a boa
sorte dos três descobridores, ele conferiu a eles os títulos e a ordem de nobreza de
Maçons do Nono ou Real Arco.
Sendo o Grão-Mestre um símbolo para nós, assim nós nos lembramos que um
povo não deve somente ganhar, mas deve também preservar a liberdade. Isso não
deveria estar à mercê de um só homem. No Grande Templo da Liberdade o lugar-chave
do Real Arco é a lei fundamental, escrita, nunca modificada apressadamente ou violada
com escusas, mas permanecendo sagrada como a Arca da Aliança.
40
Uma vez alguém perguntou: “O que torna uma nação grande?” É um grande
número de pessoas? Não, do contrário a China seria a nação superior. São grandes
riquezas? Não, em nossos primeiros dias na América nós éramos insignificantes e
pobres. É valentia militar? Não, do contrário Roma teria continuado a ser a nação mais
poderosa da Terra. É talento intelectual? Não, do contrário a Grécia teria permanecido a
mais notável nação.”
A América do Norte projetou-se nas alturas porque os homens que formaram e
adaptaram seu governo possuíam a maior coisa que movimenta a Humanidade - o
espírito que liberta os homens. Platão exprimiu em palavras o que é essa liberdade. Ele
disse: “A Liberdade não é meramente uma questão de leis e constituições. Somente é
livre aquele que reconhece a ordem divina dentro de si, o verdadeiro nível pelo qual o
homem pode se governar.”
Finalmente, reconhecemos que uma única palavra não pode conferir poderes
supernaturais. O Rei Canute, antigo governador dinamarquês da Inglaterra, ensinou a
seguinte lição aos seus seguidores que pensavam que ele possuía tais poderes. Ele
visitou uma praia e pediu que fosse colocada uma cadeira na areia, defronte a maré
montante, e perguntou: “Vocês acham que a maré me obedecerá se eu ordenar que ela
pare?” Eles colocaram a cadeira. E ele repetia várias vezes o comando: “Maré, pare!”
Porém, ela chegava cada vez mais perto, até que enormes respingos atingiram toda a
equipe real. Todos retrocederam, molhados e em grande e indiscutível desapontamento.
Atualmente, em Southampton, existe uma placa de bronze como testemunho
da ocorrência, onde se lê: “Neste local, no ano de 1032, Rei Canute censurou seu pessoal
da corte.”
Assim, ele advertiu que os homens não devem adorar a própria humanidade;
pelo contrário, nós devemos procurar o verdadeiro poder além da humanidade.
41
Resumo:
Comentário:
Este é o último dos chamados Graus Inefáveis. Se relaciona à Inefável palavra
que nos referimos em alguns dos graus anteriores. De acordo com a lenda, os três Grãos-
Mestres se encontravam numa abóbada debaixo do Santuário do Templo. Quando um
deles foi assassinado, os outros dois concordaram em não se encontrarem mais ali, até
que eles tivessem escolhido um substituto e, até essa ocasião, eles não revelariam a
Palavra Secreta. Quando o Mestre-Arquiteto e os dois Intendentes dos Edifícios
descobriram e entregaram o Cubo de Ágata a Salomão, os dois Reis o depositaram na
abóbada secreta e permitiram que os três artesãos estivessem presentes e os cientificou
da pronúncia da Inefável Palavra. Então, eles criaram uma nova Ordem, denominada
Grande Eleito, Perfeito e Sublime Maçom ou, conforme nós o chamamos, “Perfect Elu”
(Perfeito Eleito). Os dois Reis e os três artesãos foram os primeiros membros.
O significado oculto de nossos Graus do Rito Escocês não está definitivamente
interpretado. Você pode fazer isso por si mesmo. Os segredos ficam escondidos de todos,
menos às poucas pessoas perceptíveis, e são revelados somente através de estudos
mais completos e profundos. Por exemplo, na antiga mitologia, um Esquadro era o
símbolo do material e dos princípios; um cubo, o símbolo do homem materialista. Um
Triângulo é o símbolo de Divindade e, por associação, de todas as coisas divinas e
espirituais. Então, um Triângulo dentro de um Esquadro, ou sobre a face de um cubo, que
parecem similares, simbolizam o divino dentro do material.
CAPÍTULO ROSA-CRUZ
Resumo:
Aprendemos a fidelidade à obrigação e à perseverança de propósitos nas
dificuldades e no desânimo. Aquele que procura servir, beneficiar e melhorar o mundo,
assemelha-se a um nadador lutando contra a correnteza de um rio, sobre o qual os
ventos provocam ondas turbulentas. Às vezes, elas passam por cima de sua cabeça;
muitas vezes o dominam completamente. A maioria dos homens se rende diante da
opressão do rio furioso e são arrastados para fora ou por cima da correnteza. Somente
aqui e ali encontramos o coração forte e os braços fortes que lutarão para alcançar o
sucesso final. A Maçonaria mantém uma campanha contra a ignorância, intolerância e o
erro. Às vezes, no caminho ao sucesso, nos confrontamos com a indiferença de nossos
associados e do mundo. Mas acreditamos que Deus tem um interesse pessoal por cada
um de nós; que Ele nos deu uma alma imortal aprisionada, durante algum tempo, dentro
de nosso corpo mortal, e que a ânsia natural e instintiva pelo bem será recompensada.
Conquanto que nós agora ainda não possamos compreender totalmente o plano divino,
nós devemos ter e demonstrar a fé, de modo que, depois, a luz brilhará e desvendará
todos os detalhes.
45
Comentário:
A seguinte divisão de nossos Graus, do Décimo Quinto até o Décimo Oitavo, é
histórica e religiosa.
Quando os exércitos de Nabucodonosor atacaram e destruíram Jerusalém,
alguns judeus fugiram para o Egito. Mais tarde, voltaram a Jerusalém e fizeram uma
Reunião de Conselho, entre as ruínas de seu amado Templo. Uma sentinela interrompeu
a reunião e avisou a aproximação de um estranho. Ele disse que era um Adepto, e quis
provar isso dando e recebendo a Palavra Sagrada. Satisfazendo ao Conselho, ele se
identificou como Zorobabel. O chefe do Conselho contou a ele sobre as provações do
povo e sua vontade de reconstruir o Templo, e pediu sua opinião. Ele prontificou-se a
fazer uma viagem à Babilônia e pedir ao Rei Ciro a liberdade dos judeus e a permissão
para reconstruir o Templo.
PRÍNCIPE DE JERUSALÉM
DÉCIMO SEXTO GRAU
Resumo:
Os esforços de Jerusalém para reconstruir o Templo são uma saga de
fortaleza, especialmente interessante para nós Maçons. Mesmo não estando nós
percebendo, a história inspiradora nos ensina que o mundo e todos que nele habitam,
conforme giram pelo espaço, formam parte do Templo de Deus, e que podemos construir
e reconstruir, dentro de nós, um templo espiritual com amor perene e paz, e completá-lo
com inestimáveis tesouros. Assim procedendo, utilizamos o emblema deste Grau - a
trolha - para nos lembrar dos efeitos enobrecedores do trabalho honesto. Conforme
trabalhamos para ganhar o nosso pão diário, do mesmo modo podemos trabalhar para
nosso templo espiritual e desenvolvermos as virtudes da paciência e afabilidade, a beleza
do amor, o heroísmo da verdade, a nobreza da abnegação, a prática do julgamento
complacente e o oferecimento de caridade e de ajuda, tudo como parte da grandeza, do
poder e da glória da Humanidade.
Comentário:
A ação deste Grau é a continuação dos esforços mencionados nos graus
anteriores, quando Zorobabel e outros judeus tentaram completar o Segundo Templo. A
história é o resultado da oposição dos Samaritanos guerrilheiros e outras nações vizinhas.
48
Eles, repetidamente, lançavam ataques que interferiam seriamente com o progresso de
reconstrução e, portanto, cada trabalhador precisava se armar com uma espada para se
proteger, e uma trolha para a construção. A oposição também realizou um fluxo contínuo
de cartas de propaganda para serem enviadas a Dano, Rei da Pérsia, na Babilônia, para
alarmá-lo e enfurecê-lo e fazer com que ele parasse a restauração do Templo.
Uma embaixada desconhecida, composta de três pessoas, com quatro
Cavaleiros do Oriente, entrou, portanto, em contato com Dano para enfrentar a campanha
da oposição e para terminar os ataques. Eles imploraram seu favor e sua proteção. O Rei,
sentado no esplendor de sua corte, fez com que os emissários hebreus fossem recebidos
acorrentados. Ouvindo a apresentação de Zorobabel como Governador de Judá, foram
soltos de suas correntes. Dano, então, emitiu um novo Decreto para que se houvesse
mais alguma interferência com a reconstrução fosse punida com a crucificação. Isso fez
terminar definitivamente os ataques. Zorobabel, então, estabeleceu cinco Juízes para
administrar justiça e concedeu-lhes os títulos de Príncipes de Jerusalém, e o trabalho de
restauração, então, prosseguiu rapidamente. No término, houve uma grande assembléia
em Israel, e a lei de Moisés foi detalhadamente esclarecida.
Comentário:
Este Grau descreve a história que, ao regressarem da Terra Santa, os
Cavaleiros das Cruzadas organizaram a Ordem dos Cavaleiros Templários. No ano 1118,
os primeiros onze Cavaleiros fizeram seus juramentos perante Garinus, o Patriarca. Os
Cavaleiros do Oriente eram aqueles que permaneceram no Oriente, após a construção do
Primeiro Templo.
O caráter apocalíptico do Grau está descrito no primeiro capítulo da Revelação
de São João. Uns 4.000 hebreus, conhecidos como Essênios, viviam em divisões
territoriais monásticas perto do Mar Morto, na Palestina, de São João Batista, antes da
Era de Cristo. Foram eles que escreveram e esconderam os Pergaminhos do Mar Morto,
e eram estudiosos e bons trabalhadores, se recusavam a fabricar ou usar armas, e eram
peritos nas artes de curar. Profundamente conscientes da Divindade, praticando a
benevolência, organizavam suas comunidades em quatro graus, cada um com rituais
secretos.
As cerimônias de batismo, iniciação e orações eram celebradas quase ao
amanhecer. Então, conforme descrito no livro da Revelação, os sete segredos eram
revelados, desvendando, assim, ao mundo, todas as forças do mal. Mas, mesmo assim,
nós estamos confiantes que algum dia essas forças serão derrotadas numa gloriosa
vitória que proporcionará a paz imorredoura àqueles que acreditam em Deus.
“Eu ouvi ... O ruído de trovoada, . . . e . . eis um cavalo branco: e quem o montava tinha nas
mãos um arco, e uma coroa lhe foi dada: e ele foi adiante conquistando e a fim de conquistar. (Ele
representa futuros conquistadores falsos) . . . E então saiu outro cavalo que era vermelho: e poder lhe
foi dado para tirar a paz da terra . . . a fim de que se matassem. (Pois ele representa
a guerra) . . . e lhe foi dada uma grande espada . . . E eu vi um cavalo preto: e quem o montava tinha
duas balanças em suas mãos. (Pois ele representa a escassez de alimentos, a fome e as pestes
resultantes.) . . . e eis um cavalo pálido: e o nome de quem o montava era a morte.” (Revelação 6: 1-8.)
Dr. Walter Dill Scott, eminente psicólogo e presidente, por muito tempo, da
Northwestern University, acentuou essa verdade quando escreveu: “Sucesso ou fracasso
na vida é causado mais por atitudes mentais do que por capacidades mentais.” Se você
tem confiança em si e nas suas habilidades de potencial, você estará armado por uma
capa dourada de coragem. Por exemplo, um dono de uma loja de vendas a varejo não
julgou que F. W. Woolworth, que mais tarde fundou a cadeia de lojas de cinco e de dez
centavos, possuísse tirocínio suficiente para negócios e para atender fregueses. Ele uma
vez contratou Woolworth como porteiro por cinqüenta centavos por dia. Zane Grey, que
52
nos proporcionou histórias maravilhosas, tentou vender seu livro de manuscritos quando
era ainda desconhecido. Um editor lhe disse que não tinha nenhuma capacidade para
escrever ficção. Louisa May Aicott, autora de Little Women (Pequenas Mulheres), era uma
menina endiabrada. O pessoal de sua cidade dizia que ela nunca serviria para nada. Uma
vez, um editor disse a ela para desistir da idéia de escrever. A primeira vez que George
Gershwin tocou piano no palco, foi vaiado e posto para fora do teatro, tanto pelos
espectadores quanto pelos músicos. Os professores de Albert Einstein e seus pais o
consideravam retardado. Quando Isaac Newton estava no colégio, ele era quase o último
em tudo. Walter Scott foi devolvido à sua mãe com o comentário que “ele era bobo e bobo
ia permanecer.” Quando Robert Burns e seu irmão mais moço, Gilbert, foram para o
colégio, o diretor informou que Gilbert era talentoso e imaginativo, mas que o ouvido de
Robert era excessivamente obtuso e sua voz desafinada. Louis Pasteur era um estudante
esforçado, e quando graduou-se, com a idade de 20 anos, no Royal College of Becancon,
o seu grau em química era apenas medíocre. Eisenhower, demonstrou pouca
probabilidade de grandeza em West Point, que foi sua segunda escolha, depois de
Annapolis o ter considerado inelegível. Escolasticamente, ele era o 61º em sua classe e o
95° em comportamento.
E assim é que povos livres podem se estabelecer e vencer na vida e
conquistar os desafios de obstáculos aparentes.
CAVALEIRO ROSA-CRUZ
DÉCIMO OITAVO GRAU
Resumo:
Este Grau, interpretado como desejamos, de acordo com nossas convicções
de crença, reflete a descida sobre nós de profunda tristeza e trevas. O mundo está
envolvido numa onda de tirania e maldade. Mas, em tempos de tanto desespero, nós
podemos nos dirigir a duas grandes forças motivadoras para nos salvar - a razão e a fé. A
razão trata daquilo que pode ser demonstrado, o que é tangível. A fé vem de dentro de
nós, o intangível. Nós combinamos e expressamos isso pela cruz e a rosa. A cruz tem
sido um símbolo sagrado desde a primeira Antigüidade e entre muitas nações. A rosa
significa o início da ressurreição da vida. Assim, nós dissipamos as trevas do mal, com
seus terríveis demônios e anjos maus tentadores, e somos reintegrados na grandeza e na
bondade da Divindade, na divina luz da revelação. Sabemos que, assim como a vida
procedeu de Deus, assim também nós devemos reconhecer sua continuidade para a
eternidade.
Comentário:
Este Grau mandatário revela a luz da realização prometida em orações. A dor,
a tristeza e a maldade, espalhadas pelo mundo, são superadas. Através da bondade e
supremacia da Divindade, nós recebemos uma gloriosa resposta de fé, de esperança e de
poder. Isso é demonstrado através da história de Jesus de Nazaré, apesar de não haver
nenhuma restrição sobre sua aplicação àqueles que não pertencem à fé Cristã. Pelo
53
contrário, é um grande Grau de tolerância, convidando os homens de todas as crenças
para encontrarem enriquecimento espiritual dentro de seu esboço. Aponta a nova Lei -
amor a Deus e ao próximo. Os ideais e o espírito de Jesus, com suas maravilhosas obras,
inspiram um amor pela Divindade, um amor ao “próximo como a si mesmo.” Certamente,
através de Suas demonstrações, podemos conhecer Deus e sentir a liberdade.
A história de Jesus, com a qual estamos familiarizados desde a nossa infância,
é simples. Nascido na pequena cidade de Belém, Ele viveu seus primeiros anos em
Nazaré e, na idade de 12 anos, discutia com os doutores no Templo, em Jerusalém,
demonstrando uma inteligência precoce. Regressando a Nazaré, Ele “aumentava em
sabedoria e em tamanho.” Ele saiu de Nazaré da Galiléia, e João Batista o batizou. Então,
após jejuar no deserto, Ele começou Sua própria missão, pregando nas sinagogas e pela
Galiléia. Ele curava pessoas das doenças, escolheu Seus discípulos e proferiu, do alto de
uma montanha, a mais sublime alocução do mundo, o Sermão da Montanha, que é
célebre por seu conteúdo de elevada moral e ética. Isso ensinou a simples lição da
redenção pessoal através de virtudes individuais, não através de aventuras coletivas de
enganosas teorias econômicas. Sua prisão, Seu julgamento ridículo e Sua crucificação
devido a temores dos chefes dos sacerdotes, escribas e os mais velhos, aconteceu
conforme Ele havia profetizado.
Existe no Evangelho de Cristo uma mensagem para muitas religoões: Cristã,
Budista, Maometana, Confucionista, Judaica, Brahmanista e outras. Tiveram origem
devido aos primeiros temores do homem pelas forças da natureza. Houve um progresso
gradativo para os mais elevados e mais avançados conceitos de liberdade, e um alívio do
temor.
De acordo com a Enciclopédia da Maçonaria, por Albert G. Mackey, isso foi uma ordem das
Cruzadas, instituída entre os Cavaleiros Templários, na Palestina, no ano de 1188.
54
CONSELHO DE KADOSH
Resumo:
Comentário:
VIGÉSIMO GRAU
60
Confúcio, o filósofo chinês, repetia há mais de 2.000 anos:
“Ame seu próximo como a si mesmo; não faça a outros o que não
queira que façam a si; perdoe as injúrias, perdoe seu inimigo, se reconcilie a
ele, dê-lhe assistência, suplique a Deus por ele.”
Assim é, então, o simples, porém, sublime Rito Escocês e sua maquinaria,
com engrenagens se misturando suavemente e ronronando alegremente, que produzem o
resultado do Rito Escocês. Deve-se guardar o propósito dessa produção em primeiro
lugar na mente, de modo que vocês não sejam meros controladores de máquinas, mas,
sim, tornem-se produtores de máquinas. Saber não é o suficiente. Devemos também agir.
Algumas organizações são tão superestruturadas com comissões, reuniões,
papeladas, relatórios e estudos que deixam de conseguir aquilo que todo o conjunto está
destinado a produzir. Parkinson alertou que o trabalho se expande a fim de preencher o
tempo disponível para sua conclusão, sem considerar a necessidade. Há algum mérito no
que uma companhia com um registro espetacular de sucesso adotou como guia, apesar
de ser gíria o lema, isto é, as letras KISS (beijo) significando: “Keep It Simple, Stupid”
(mantenha-o simples, estúpido). Essa advertência torna-se tanto mais importante e
relacionada a nós, o que temos crescido de dimensões modestas até a estatura de um
poderos sistema fraternal. Devemos ficar atentos para que o crescimento não resulte em
proliferação inútil de atividades ou de papelada. Devemos encaminhar as atividades para
nossas finalidades originais. Devemos fazer um uso eficiente e eficaz da mão-de-obra
disponível e evitar os menores problemas potenciais possíveis.
Exemplos dignos de emulação são os estudos de consultores de
administração que nos desafiam a realizar mais coisas, e, no entanto, conservam nossas
energias, nosso tempo e nossas despesas.
Resumo:
A arrogância é um crime e a humildade é uma virtude. Modéstia para com
nossos superiores é um dever; para com nossos semelhantes, uma cortesia; e com
nossos subordinados, nobreza. Se você procurar os elevados e poderosos, você os
encontrará, na maioria dos casos, em homens comuns. São exemplos de arrogância
proclamar publicamente os erros e faltas de outros homens e sujar e denegrir aqueles que
merecem fama duradoura e consideração. A censura pública, assim como matar um
veado no meio do rebanho, não somente resulta no cheiro de sangue, como também
incita seu inimigo, o chacal, a atacar os feridos. Da mesma maneira, nós temos exemplos
de assaltos covardes sobre os direitos do homem, espalhando mentiras viciosas. “Uma
mentira viaja mais rápido que o vôo da águia; enquanto que a contradição anda atrás dela
ao passo de caracol.” Assim, também existem aqueles teóricos que semeiam as
pseudofilosofias que procuram rebaixar em acontecimentos acidentais os exemplos de
onipotência da Divindade. O verdadeiro Maçom rejeita a arrogância do homem, a
difamação e a covardia, como indignas de um Cavaleiro leal.
61
Comentário:
Este grau tem como origem os Cavaleiros Prussianos na França e apresenta
uma história e caráter notáveis. Nós saímos do Templo de Salomão e traçamos a nossa
história até a Torre de Babel. Os Cavaleiros Prussianos se chamavam Noachitas, ou
Discípulos de Noé, e nomeavam outros Cavaleiros como Hiramitas, ou Discípulos de
Hiram. A destruição da Torre de Babel é a história, e um regulamento exigia que o Grau
fosse exibido, cada mês, na noite da lua cheia, sem nenhuma luz artificial na sala da Loja.
Nós abandonamos o ritual original e agora representamos os Juízes Francos de
Vehmgericht ou Westphalia, que lidavam com problemas de crime e reforçavam as
averiguações de antigas práticas de julgamento. Eles presumiam que, se alguma prova
fosse imposta sobre o acusado, Deus haveria de intervir e proteger o inocente,
resolvendo, assim, a questão. Por exemplo, a culpa seria estabelecida encostando-se no
corpo da vítima assassinada e fazendo o corpo sangrar; ou comendo uma fatia do pão
sagrado e queijo, e se engasgando; por não carregar pesos de ferro vermelhos pela
quentura; comprometendo-se, sem sucesso, em combates mortais. Este último não foi
repelido na Inglaterra senão no ano 1818.
A ação do Grau envolve um cavaleiro, recentemente chegado das Cruzadas,
que encontrou suas terras e herança roubadas por uma transação forjada. Ele apelou
para os Frank Judges (Juízes Francos) por justiça, e um julgamento secreto foi realizado
à meia-noite. Sucessivas provas foram aplicadas ao cavaleiro reclamante e o acusado,
todas favoráveis à acusação. Portanto, o veredicto mortal de Vehm foi proclamado contra
o malfeitor, e as devidas terras e possessões foram devolvidas ao cavaleiro.
A História então apóia a crença do homem num Supremo Ser e na Sua boa
vontade em preservar a verdade e fazer justiça contra o erro.
Sabemos que existe ordem evidente no Universo. Podemos compreender isso
porque nossa mente pode expressar abstrações matemáticas do modo pelo qual o mundo
ao nosso redor procederá. Conseqüentemente, deve haver alguma semelhança entre
nossos poderes de raciocínio e os Poderes da Criação, isto é, Deus. Distante quanto
possa estar Deus de nós, Ele atingiu os grandes gênios.
Arthur H. Compton escreveu que a hipótese de Deus dá uma interpretação
mais racional do Universo do que qualquer outra teoria. É tão legítimo fazer uma hipótese
sobre Deus quanto é estudar muita física. Newton, um dos maiores gênios do mundo,
assim como Millikan, Eddington e Jeans, acreditavam que o Cosmos fosse o produto de
urna inteligência criativa.
62
A ciência poderá parecer, às vezes, menosprezar as religiões ortodoxas. Mas,
se ela omite os erros e superstições do passado, nos leva também adiante, para o futuro.
Por exemplo, a astronomia poderá menosprezar nosso mundo como se fosse um
pequeno grão girando em volta de uma estrela de terceira categoria, em uma das galáxias
mais diminutas, das quais existem milhões. Mas a matemática e a lei de probabilidades
restauram a escala perspectiva. Pois, é muito provável que existam muitos planetas que
estejam vibrando com pessoas, culturas e tecnologias parecidas ou superiores às nossas.
Essa perspectiva expande o horizonte para a religião. Nós fazemos parte de uma vasta
coordenação de vida por todo o cosmos universal que é um plano integrado para as
criaturas “formadas à semelhança de Deus.”
Nós admitimos que precisamos de um Deus que nos ame, nos ouça e nos
ajude. Assim era o Deus de Jesus. Podemos falar com Ele e Ele nos responderá. Essa
necessidade está expressa na oração, que nos dá forças para agüentar nossas
provações, e ansiar pela esperança. Os resultados ficam mais esclarecidos para aqueles
que fecharem suas mentes à veneração dos lucros e da ciência, e o tumulto e a confusão
da vida moderna. Então, é um fato que a oração pode agir, não somente sobre atividades
lógicas, como também sobre as não-lógicas e sobre nossos processos fisiológicos. Pode
curar doenças orgânicas num instante. Não sabemos como isso se processa, porém
somos forçados a admitir a realidade. Testemunhos médicos dão várias provas de curas
sobrenaturais.
Resumo:
Comentário:
CHEFE DO TABERNÁCULO
VIGÉSIMO TERCEIRO GRAU
Resumo:
As antigas cerimônias religiosas constavam, principalmente, de adoração e
ritos privados, chamados Mistérios. Só os Iniciados podiam participar destes últimos. Eles,
por sua vez, eram divididos pelos Mistérios Menores, referentes a virtudes básicas
adequadas às massas, e os Mistérios Maiores, que eram reservados aos mais
esclarecidos ou para a realeza, e que revelavam as verdades do Universo e a
Onipotência da Divindade. Eram necessários anos de prática da mais rígida virtude e
prova de desenvolvimento do discernimento espiritual como condições para a entrada nos
Mistérios Maiores. As cerimônias eram muitas vezes realizadas à noite, em algum lugar
secreto e mostravam uma lenda, com dramas sagrados, como instrução. Os candidatos
eram geralmente instruídos para interpretar as verdades para si mesmos. Incluíam as
grandes inteligências da época, tais como Moisés, Platão e Pitágoras que, por sua vez,
ensinaram a outros, as doutrinas essenciais. A mesma prática é obedecida na Maçonaria.
Nós ensinamos com alegorias e símbolos, permitindo a um Iniciado captar tanto quanto
sua capacidade mental possa adquirir; cada Maçom tornando-se adepto de maneira que
possa estudar por si e compreender.
Comentário:
Este Grau comemora o início da Ordem Sacerdotal em Aarão e em seu filho.
Ao lidar com os Mistérios antigos, este Grau introduz os Mistérios Menores. O cenário é o
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deserto do Sinai, num acampamento das Doze Tribos de Israel. Num grande círculo,
ficam as tendas; o centro é a tenda do Tabernáculo. Moisés e Aarão lideram a ação, na
qual um dos Levitas é Iniciado nas fileiras dos guardiões do Templo. Isso simboliza o
primeiro passo do homem no conhecimento de coisas sagradas e sua entrada nos
Mistérios Menores.
Os Mistérios nunca foram revelados a ninguém não considerado digno e bem-
qualificado. Exige-se que ele tenha sido justo, correto e verdadeiro, possuído de bom
caráter moral e com fama de bons antecedentes. Para adquirir esses direitos e
cerimônias, o candidato tinha que submeter-se a um teste preliminar de merecimento e
qualificação. Relatórios históricos nos contam que quando nosso antigo e culto Irmão
Pitágoras se apresentou para Iniciação, passou pela mais minuciosa investigação,
durante a qual demonstrou grande ânimo e paciência. Ele reconhecia a sublimidade e a
grandeza das profundas filosofias.
Uma vez dentro dos portais místicos, o candidato tinha que passar pelas mais
finas e majestosas cerimônias, antes de ser confiado com a chave da simbologia. Então,
o véu era retirado e eram reveladas a ele as glórias encantadoras. Mas, primeiro a luz
resplandecente do santuário o cegava e ele reconhecia que não havia nenhuma
revelação instantânea; ao contrário, uma compreensão da sublimidade e grandeza é
atingida somente por meditação ardente e estudo. Tal aproximação finalmente apoderou-
se dele com uma admiração maravilhosa pela beleza majestosa e os ensinamentos
ocultos de nossa ilustre Fraternidade, por meio de símbolos.
PRÍNCIPE DO TABERNÁCULO
VIGÉSIMO QUARTO GRAU
68
Resumo:
Um candidato, para ser considerado digno de receber a tocha dos Mistérios,
deve ter evidência comprovada de compaixão, piedade e justiça. Após a Iniciação, exigia-
se dele a manifestação fiel das virtudes, a fim de receber as recompensas, tais como a
participação nas cerimônias. O uso de símbolos, a língua da antiga teologia, eram um
meio essencial de Comunicação Misteriosa. Uma série progressiva procurou lembrar ao
homem, a sua origem divina e como finalmente ele poderia voltar. Mostrava-se a ele sua
identidade, a nobreza de sua criação, a grandeza de seu destino e sua superioridade,
comparada aos animais. Realmente, hoje, quando nós especulamos sobre os enigmas da
natureza, achamos que os antigos anteciparam nossas idéias. O mais profundo de seus
pensamentos estava implantado, secreta e profundamente, nos símbolos, que eles
usavam mais eficazmente do que palavras, para expressarem as sublimes idéias que
lutavam para se libertar, enquanto contemplavam o grande círculo de fenômenos -
Nascimento, Vida, Morte, Ressurreição, Eternidade, Deus.
Comentário:
O local e o cenário do Grau anterior são continuados neste. Moisés dirige uma
L.oja Maçônica, chamada Corte, no acampamento do deserto. Os Mistérios Maiores estão
prestes a serem conferidos a um candidato que se tornará sacerdote entre as Tribos de
Judá. Primeiro, há a purificação, conforme ensinada em nossos graus. As forças básicas
da natureza - fogo, água, terra e ar - são usados com essa finalidade. Seguem-se, então,
a morte simbólica e ressurreição entre recitações de muitas lendas de Osíris, Brahma,
Dionísio e outros. Finalmente, a substância dos Mistérios Maiores é demonstrada.
Originalmente, essas cerimônias, diferentes daquelas dos Mistérios Menores,
eram envolvidas no maior segredo e eram administradas em lugares tais como salões
subterrâneos ou cavernas, dentro das pirâmides, ou em bosques profundos, e eram
geralmente realizadas à meia-noite. Terrores e perigos de caráter muito real confrontavam
os candidatos em todas as esquinas. Morte simbólica era seguida de luzes estonteantes
em magníficos contornos. Os candidatos ficavam familiarizados com o que era, então,
conhecido sobre ciência, astronomia, e as artes; chaves lhes eram entregues para o
sistema secreto de hieróglifos; era ensinado o significado duplo, e às vezes triplo, de
símbolos; ensinava-se a eles a existência de uma Suprema Divindade e lhes era dada
uma crença básica da imortalidade da alma.
Assim como a posse desses conhecimentos dava a líderes, reis e sacerdotes,
uma posição de comando sobre as massas mal-orientadas, assim também, num grau
menor, mas não menos real, atualmente, o conhecimento dessas verdades espirituais que
nós transmitimos a um Maçom do Rito Escocês, confere a ele as possibilidades de
liderança sobre seus compatriotas. Ele possui, também, por essa razão, uma
responsabilidade pessoal pelo incremento moral e espiritual de seu país e pela liderança
para com a verdadeira liberdade, dignidade e fraternidade entre toda a Humanidade.
É evidente que a Loja Simbólica ou Graus Simbólicos não podem explicar tudo
sobre a Maçonaria. Eles representam o alicerce, assim como as três primeiras regras de
aritmética precedem a ciência de números ou matemática, e como as poucas notas
básicas em nossa escala musical são a fonte para combinações que produzem as
composições dos mestres. Um Iniciado pode imaginar que compreende a ética, os
símbolos e os enigmas, ao passo que uma verdadeira explicação desses fica reservada
para os mais adeptos. É por isso que os primeiros Três Graus da Maçonaria têm sido
descritos como “colunas partidas de um Templo Druida, em sua grandeza rude e
mutilada.”
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Todo dedicado Maçom e estudante sabe que no Rito Escocês ele pode
vislumbrar o simbolismo, as parábolas e as alegorias, as grandes realizações, o
conhecimento das sublimes e profundas verdades e filosofias, que descenderam dos mais
sábios do passado, através dos Mistérios Maiores. Essas tradições nos transportam às
remotas eras da antigüidade, muito antes do nascer da civilização pré-histórica, muito
antes do tempo em que as inscrições hieroglíficas foram escritas e resguardadas dos
profanos nos túmulos e templos, no Vale do Nilo. Essa sabedoria antiga, conforme é
ensinada pelo Rito Escocês, foi a fonte da Maçonaria que fluiu para nós numa grande
torrente vinda de muitas áreas do mundo.
O místico dinamarquês, Sören Kierkegaard, na sua época, também incitava a
todos que procurassem descobertas próprias similares. Ele disse: “O final assombroso é
quando o homem pode realmente dizer: Eu me conheço!”
Sócrates falou desse fundamento formidável nessa simples sugestão: “Para se
encontrar, pense por si mesmo.”
Resumo:
Enfrentamos aqui o conceito da alma pura, celestial e eterna do homem. É
uma crença da Antigüidade que a alma existia antes da união com nossos corpos; do
contrário, argumentou a maioria dos filósofos, como a alma poderia existir depois do
corpo senão tivesse existido antes, e independente do corpo. Esse era o ensinamento nos
Mistérios. A serpente era observada com reverência, antigamente, como a autora da sorte
das almas. Enrolada, com a cabeça erguida, era utilizada na insígnia real dos Faraós e era
consagrada nas cerimônias e nos Mistérios, e pelos hebreus e os gnósticos. Nos rituais dos
Bacchus Zaba-Zeus, a serpente era atirada no peito do Iniciado. Nós, do Rito Escocês,
ensinamos com entusiasmo as lições de muitas filosofias e religiões, reconhecendo a
unanimidade dos objetivos, dos ideais e das lições morais, especialmente uma morte mística
similar que simbolizava a descida da alma até as regiões do inferno e depois sua ressurreição
para a grandeza da luz, da verdade e da perfeição.
Comentário:
A história deste Grau é fundada sobre a história nos Números XXI:6-19. O Senhor
enviou serpentes incendiárias para o meio dos israelitas rebeldes e fez com que eles se
arrependessem de seus pecados e pedissem a Moisés para interceder. Ele rezou e foi
informado para colocar uma serpente incendiária num mastro, e que aqueles que olhassem
para ela, quando mordidos, viveriam. Então, ele fez uma serpente de bronze, colocou-a num
mastro e todo aquele que olhasse para ela, tendo sido mordido, estava salvo da morte.
Resumo:
Algumas coisas estão além de nossa jurisdição. Por exemplo, não dizemos a
um muçulmano que a crença dele, ou não, na divindade de Maomé esteja condicionada à
sua crença em um Único Deus. Não consideramos um hebreu como herege por se
recusar a acreditar que o Messias nasceu em Belém, há 2.000 anos. Não dizemos aos
Cristãos que Cristo era apenas um homem, cuja história de sua vida é apenas uma
renovação de histórias antigas, semelhantes. Dizer uma coisa dessas, seria uma
irreverência. Nós não proferimos tais palavras. Respeitamos todas as crenças que não
74
profanam a Divinade. A Maçonaria não pertence a uma seita, a uma só religião, uma só
era, um só homem. Ela abrange e reverencia a verdade de todos. É por isso que ela
floresce em beleza e grandiosidade, quando é cuidada com um toque de compreensão e
tolerância. A Maçonaria é um emocionante cofre, com tesouros, que pode ser aberto por
aqueles que procuram a sabedoria perceptiva, a arte do divino fogo, o prazer da
companhia complacente. A estrutura humana é trazida para dentro do Templo do Espírito
Infinito, enquanto admite que o homem limitado não pode se integrar totalmente na
estrutura infinita. Mas o entusiasmo pela procura é igual às recompensas da trindade dos
atributos de Deus - sabedoria ou inteligência, força ou resistência, harmonia ou beleza.
Comentário:
Este Grau trata da Tríplice Promessa do Deus de piedade - com Abraão pela
circuncisão; com os israeltas, no deserto, pela intervenção de Moisés, e com toda a
Humanidade pela morte e pelos sofrimentos de Cristo. Nos é ensinado, em primeiro lugar,
a importância da verdade e nós focalizamos a nossa atenção novamente nos Mistérios
Maiores, conforme eram praticados no início da Cristandade.
O local da ação era fixado tarde da noite, numa reunião de Cristãos lá no fundo
das catacumbas, debaixo de Roma, pois os Imperadores eram cruéis e os perseguiam.
Está em andamento um exame sobre o último grau dos Fiéis.
A Igreja primitiva era dividida em três graus. Os Noviços, conhecidos como
auditores, eram preparados para receber instrução. Depois, eram aqueles chamados
catecúmenos, que haviam recebido parte do ensinamento, ou haviam recebido instrução
e treinamento e estavam aguardando batismo. Depois, havia os Fiéis, que, tendo recebido
o conhecimento total, eram batizados e participavam da cerimônia com o pão e o vinho. É
óbvio que essa progressão é paralela às fases da Revelação, nos Mistérios Antigos.
A lição refere-se à busca do homem pela compreensão de si mesmo e do
universo no qual ele vive e pelo qual está cercado, e de sua relação com a Divindade. O
verdadeiro conhecimento do homem é diminuto, porém, ele sabe que existem outras
forças que não materiais. Então, ele anseja por um entendimento do espiritual e de seu
verdadeiro destino.
Na sua procura da verdade, o homem muitas vezes torna-se envolvido em
discussões sobre dogmas em vez de centralizar sua procura sobre a substância do Único
Supremo Ser, permanentemente superior, e os aspectos imortais da alma do homem e
seu impulso inerente em direção à revelação das grandes verdades.
Ao contrário, reverencia todos os professores de moralidade. Está além de
nossa finalidade decidir sobre as reivindicações contraditórias que preocupam os
seguidores de Moisés, Confúcio, Zoroastro, Jesus, Buda, Maomé e outros. Nós realmente
rejeitamos qualquer tentativa de rebaixar ou degradar a Divindade, ou negar o glorioso
destino do homem, ou apoiar a imoralidade, ou evitar os deveres que nossa Fraternidade
impõe aos seus membros.
Quando Einstein tinha 70 anos e morava em Princeton, teve uma rude troca de
correspondência com um rabi ordenado. O rabi tinha uma filha jovem a quem procurava
confortar depois da morte da irmã dela. Não se encontrou nenhum consolo com as
tradicionais bases religiosas, portanto, recorreu-se ao cientista. Einstein escreveu em uma
resposta: “Um ser humano faz parte de um todo, chamado por nós de “universo”, uma
parte limitada em tempo e espaço. Ele sente seu ser, seus pensamentos e sentimentos
como uma coisa separada do resto - uma espécie de ilusão de ótica de seu sentido. Essa
ilusão é como uma prisão para nós, nos restringindo a nossos desejos pessoais e para a
afeição por pessoas mais próximas de nós. Nossa tarefa deve ser nos libertar dessa
prisão, ampliando nosso círculo de compaixão, a fim de abranger todas as criaturas vivas
e toda a natureza em sua beleza. Ninguém tem capacidade para conseguir isso
completamente. Mas o esforço para tal realização é, em si, uma parte da libertação e uma
base para segurança interior.”
76
Resumo:
Este Grau desperta o antigo espírito cavaleiresco do dever e veneração à
verdade. Houve um tempo em que um cavaleiro preferia morrer do que proferir uma mentira
ou dar uma opinião para favorecer a uma mera conveniência, lucro ou medo de perder
prestígio. Ele não enfeitaria ou perverteria as palavras ou atos de outros homens; não falaria
nem discutiria insinceramente, nem mancharia seu belo brasão sob qualquer pretexto. Tudo
isso ele observava, quer dentro ou fora de seu Capítulo. Apesar de todas as nossas tentativas
idealísticas, filosofias de sabedoria e repressão, meditações sublimes e elevadas, há
ocasiões e acontecimentos que exigem ação agressiva, demonstrações de força e uma
determinação indomável para a vitória em batalhas que devem ser travadas para manter as
virtudes que nós proclamamos. Nossas vidas devem desprezar o que é vil e egoísta, devem
ostentar as atribuições cavaleirescas de caráter e caridade, verdade e honra, e não devem
ser exemplos de acúmulos de riquezas e poderio mundanos. Isso é a Maçonaria prática em
ação, assim como quando desempenhamos nossos deveres para com os pobres e
desamparados, os fracos e infelizes, os loucos e os enfermos.
Comentário:
Este Grau revive o antigo espírito galanteador do cavaleirismo, respeito às
virtudes em que nós acreditamos, e a firme defesa do dever.
A ação refere-se a um candidato à dignidade de cavaleiro na Ordem de Cavaleiros
Teutônicos da Casa de Santa Maria de Jerusalém, fundada cerca de 1191. O pretendente
passava por testes e cerimônias e, de acordo com exigências antigas, era posto como guarda
diante do altar. Um aviso severo lhe era dado de que a deserção iria desclassificá-lo. Houve,
então, sucessivas tentações para que ele abandonasse seu posto. Ele rejeitou o amor, a
defesa de seu castelo, e horríveis perigos para sua igreja. Inesperadamente, um assalto real
inimigo e furioso foi lançado contra a cidade. As conseqüências estavam perto e eram muito
perigosas, e aparentemente só a liderança de luta do cavaleiro poderia recuperar a defesa. O
pretendente a cavaleiro reconheceu o terrível perigo para os habitantes; então,
desinteressadamente, abandonou suas ambições, apanhou suas armas, e levou os
defensores à vitória. Isso foi reconhecido, entretanto, como um sacrifício dele para com os
outros e, como recompensa, ele foi agraciado como cavaleiro e recebeu o merecido título de
“Comendador do Templo.”
Resumo:
Nosso amor por Deus pode se manifestar em nosso amor pela Verdade,
Justiça e Nobreza da alma. Essas formas podem abranger uma poderosa afluência do ato
universal de piedade total. Nós estamos, continuamente, e para sempre, entrando e
saindo das grandes forças do vasto universo de Deus. Nós também chegamos face a face
com a Infinita Divindade, quando comparamos o pensamento de Deus, quando atingimos
uma verdade; quando descobrimos o preceito de comportamento de Deus, quando
aprendemos o que é direito; ou quando compartilhamos com o sentimento de Deus,
conforme sintamos o amor desinteressado. Isso era ensinado em religiões antigas, mas
nós não poderíamos esperar completar um estudo dessas forças, mesmo que
dedicássemos uma vida inteira a esse trabalho. Muito antes das pirâmides do Egito ou da
Torre Sagrada da Babilônia, o homem antigo venerava o Sol e seus planetas, assim como
o fogo, a luz e o calor, como símbolos e sinais exteriores do Supremo Ser ou da
Inteligência.
Comentário:
Este é um Grau Cabalístico e Hermético da maior antigüidade, envolvendo a
matéria-prima de todas as coisas. A alegoria é o homem em busca da verdade. Ensina
um desígnio filosófico para uma doutrina de religião natural como parte do mistério.
De acordo com a aproximação filosófica, existem sete estações, representando
planetas, que antigamente explicavam a passagem de almas entre o céu e a terra.
Aprendemos que a criação traz forças de oposição, de equilíbrio e harmonia. Assim, as
pancadas violentas da adversidade são úteis para o desenvolvimento do caráter. Outra
apresentação é a crença dos antigos sábios que aquilo que vemos nesta vida são reflexos
de coisas que existem no mundo invisível espiritual. E daí, a vida semelhante após a
morte estava assegurada. A natureza era também recomendada para estudo e para
encontrar lá as características da Divindade. Então, conforme aprendemos anteriormente,
a fé é ensinada como a chave miraculosa que pode movimentar a Humanidade. Uma vez
que você tenha compreendido e acredita nesse conceito de fé em um Criador Todo-
Poderoso, você terá um escudo que desviará o medo para sempre.
Nós combinamos, na crença, o Grande Arquiteto do Universo, o Infinito, o
Incógnito, o Deus Único Eterno. Nossos ensinamentos, entretanto, não são sacramentais.
Nós dizemos que a criação é a manifestação de Deus. Todos nós somos completamente
livres para indagar para si sobre os métodos. O espaço simboliza essa idéia de divindade.
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É ilimitado, infinito, insondável, desconhecido. Mas existe. Assim, também, existe o
homem. Deus não é tirado da natureza, mas, sim, a natureza descende de Deus. A
estabilidade da natureza é perfeitamente igual à Sua imutável presença nela.
Resumo:
Antigamente, os cavaleiros consideravam a virtude, a verdade e a honra, as
mais elevadas qualidades do caráter pessoal. O amor a Deus, lealdade a seus superiores,
apego fiel à promessa, resistência decisiva contra julgamentos injustos eram observados
com critério. Tradições e canções folclóricas e histórias do desempenho de cavaleiros em
épocas passadas são os alicerces do caráter nacional. Podemos formar em faróis as
conquistas gloriosas de nossos ancestrais para uma cintilante inspiração em direção a
nossos esforços de hoje. A Cruz de Santo André tem sido sempre o emblema da
humildade, da paciência e da abnegação e, mais ainda, é o emblema da caridade e da
indulgência para com os fracos, os pobres e os desamparados. O dever inclui o dos
superiores. Com a conquista do poder, surgem obrigações e deveres. Para manter-se
supremo poder deve-se apresentar as responsabilidades de grande poder. Um homem
bom pode governar um navio, porém um homem melhor pode adquirir respeito.
Comentário:
Neste Grau, examinamos o que era originalmente um Grau Escocês, o qual o
Rei Robert Bruce criou para os Cavaleiros Templários, em 1314, logo após a Batalha de
Bannockburn. A Ordem deles havia sido destruída em 1307, suas propriedades e
81
possessões confiscadas e seus líderes assassinados. Alguns haviam fugido para a
Escócia, e juntando-se ao exército do Rei Bruce, lutaram e ajudaram a derrotar uma
invasão da Escócia, pelo Rei Edward II, da Tnglaterra. Como resultado dessa valentia, o
Rei Bruce criou a Ordem de Santo André da Escócia, na qual eles foram recebidos. O
Grau Escocês foi mais tarde incorporado ao Rito Escocês, após sua organização.
A Ação do Grau demonstra que o segredo absoluto é necessário quando
impiedosos adversários, através do mundo, procuram destruir a Maçonaria. O candidato
se apresentou para admissão como Cavaleiro de Santo André, porém, foi detido por
oficiais que se declararam representantes da Sagrada Inquisição. Eles o acusaram de ser
Maçom. Isso ele admitiu. Então, ordenaram que ele renunciasse à Maçonaria e nomeasse
seus aliados e superiores. Isso, ele recusou-se a fazer, mesmo quando foi levado para o
cavalete para ser torturado. Finalmente, foi libertado e seus desafiantes revelaram ser, de
fato, Cavaleiros em disfarce, testando a lealdade do candidato. Deixado para tomar conta
de um estandarte, durante a noite, armado somente com uma espada e proibido de
procurar ajuda, a não ser que três ou mais homens o atacassem, ele foi molestado por
três, lutou com eles e defendeu o estandarte. Seus Irmãos Cavaleiros o socorreram e o
aceitaram como membro. As qualidades de dignidade de cavaleiro lhe foram esclarecidas,
incluindo as virtudes de magnanimidade nas adversidades, coração aberto em suas
relações, generosidade na honra, superioridade na cortesia e firmeza na honestidade de
homem.
Resumo:
Um dos mais importantes dos grandes Graus, este nos faz lembrar que existe
vida na morte de mártires da história, pois eles vivem nos corações e mentes de seus
seguidores. Todo Maçom que tenha atingido o Trigésimo Grau deve reler as histórias
83
inspiradoras da Ordem dos Templários. Da mesma maneira, os ensinamentos ocultos da
Maçonaria devem ser estudados com atenção e continuamente, a fim de serem
apreciados. Formada em 1118, após a Primeira Cruzada, a finalidade da Ordem dos
Templários era proteger os peregrinos para a Terra Santa. Reis e Papas apoiaram a
Ordem militar de nobres homens lutadores, e tornou-se tão excessivamente rica e
poderosa, que Filipe IV (o Belo), da França, cobiçou suas riquezas. Ele conspirou e se
envolveu em tramas indignas com sacerdotes ambiciosos, em elevados cargos, destruiu a
Ordem, confiscou suas propriedades e queimou, no pelourinho, seu Grão Mestre,
Jacques De Molay, por se recusar a violar seu voto e revelar os segredos da Ordem.
Tirania política e despotismo espiritual são tão reais agora quanto eram naqueles tempos.
Devemos combater, continuamente, o poder arbitrário e inescrupuloso que mantém as
pessoas nas correntes da ignorância.
Comentário:
Este é um dos Graus obrigatórios que humaniza a antiga lição de vingança. O
candidato jura, na solene presença da morte, que combaterá o despotismo espiritual e a
tirania política. As qualificações exigidas para um Kadosh são evidenciadas aos Frank
Judges (Juízes Livres). Finalmente, honrando a memória do último Grão-Mestre dos
Cavaleiros Templários, Jacques DeMolay, uma ação simbólica é efetuada para repelir
todas as tentativas de qualquer Igreja ou Estado em esmagar a liberdade do homem,
diminuir sua imunidade, ou degradar e impedir sua adoração ao poder espiritual supremo
de sua escolha.
A Maçonaria tem utilizado, há muito tempo, a grande história inspiradora de
Jacques DeMolay para ilustrar suas verdades. Ela traz, com uma ênfase dramática, a
ganância de Filipe, o Belo, da França, e sua inveja pelos poderes sempre crescentes dos
Templários. Filipe conspirou secretamente num esquema para eleger o Papa Clemente,
que consentiu a uma então condição não-revelada. Após a eleição de Clemente, e com
um grande horror para ele, a condição foi revelada como sendo a destruição dos
Templários. Mas Clemente, não obstante, concordou com esse cruel pedido. DeMolay,
como o Grão-Mestre e líder, foi aprisionado e com firmeza recusou-se a revelar as
identidades dos seus Irmaõs, os Templários e outros segredos da Ordem. O heróico
DeMolay, preso durante vários anos, foi finalmente queimado no pelourinho, sem trair
seus votos.
TRIGÉSIMO GRAU
85
Portanto, considerando a ordem do Vaticano daquele julho de 1973, nós bem
podemos perguntar: As chamas ainda crepitam em volta de Joana d’Arc, conforme ela era
queimada em agonia na fogueira, em Ruão? Ainda se ouvem os ecos, nas ruas de
França, dos gritos de 30.000 huguenotes, os Protestantes franceses, que foram
massacrados no caminho de sangue, que durou uma semana, de São Bartolomeu? Em
resposta e essa atrocidade, o Papa Gregório XIII ainda expressa aos perpetradores sua
satisfação, ordena que fogueiras sejam acesas, e ordena uma medalha congratulatória a
ser cunhada? E Tomaz de Torquemada ainda joga vítimas inocentes dentro de
calabouços e sujeita-as a práticas bárbaras e torturas cruéis na sua caçada herege como
Chefe da Inquisição?
Muitos bons Católicos Romanos americanos se opõem a essas condenações
papais como não-americanas e contrárias aos princípios de justiça e liberdade.
Recordamo-nos, com orgulho patriótico, que Católicos Romanos serviram com grande
honra e distinção em nossas Forças Armadas, lutando para manter os princípios
americanos. Muitos morreram em defesa de seu país. Nós os admiramos profundamente
e os respeitamos. Eles lutaram contra os horrores mais sanguinários e mais monstruosos
que jamais poderiam amaldiçoar este século 20, dirigidos por Hitler e Mussolini, ambos
dos quais fingiam abraçar a mesma fé católica. Os atos bárbaros desses dois bandidos, o
campo de concentração com suas torturas e a matança de judeus e poloneses, e
violações de outras terras, viverão por muito tempo em nossa memória. Nem Hitler, nem
Mussolini, entretanto, foram excomungados. Se fossem maçons, somente este fato, visto
pelas encíclicas, poderia tornar a excomunhão automática, do Catolicismo Romano!
As idéias da Maçonaria se chocam com os preceitos tirânicos e opressivos.
Daí, os desumanos e irresponsáveis ditadores, Mussolini e Hitler, perseguirem,
aprisionarem e assassinarem maçons e confiscarem seus bens simplesmente porque
eram maçons. Foram levantadas críticas sobre o clero do Vaticano por supostas
comissões e omissões, durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo: neutralidade sobre
os diabólicos ditadores; a bênção das forças militares de Mussolini quando partiam para
massacres na Abissínia; falta de condenar as invasões nazistas nas nações neutras; o
silêncio sobre a exterminação de judeus.
Não é nem hipocrisia nem intolerância protestar contra aqueles que
demonstram animosidade para com a Maçonaria ou princípios tais como aqueles contidos
em nossa Lei de Direitos; nem protestar contra tentativas de unirem a Igreja e o Estado
neste país e forçar os contribuintes a sustentar as escolas das igrejas que instruem o
dogma religioso. Não é violação do espírito ecumênico protestar assim; pelo contrário,
não protestar seria uma baixeza covarde.
Você poderia perguntar que relação tem isso com o Rito Escocês da
Maçonaria? Eu responderia: Tudo! Pois a Maçonaria é o mais antigo baluarte da liberdade
e da Justiça e a campeã das liberdades constitucionais. A verdadeira finalidade é a
sobrevivência americana e maçônica. Vejam a situação em muitos países onde a Igreja
Católica Romana domina o Estado. A Maçonaria tem sido lá exterminada ou existe
apenas por tolerância. Então, a lei da verdadeira defesa pessoal justifica a ação contrária.
Isso não significa ser “político” ou “religioso”. A Maçonaria tem um direito inerente de
defesa pessoal. Nós protestamos contra a tirania eclesiástica e despotismo espiritual. Não
fora assim, a Maçonaria guardaria dentro de seu demasiado pacifismo as sementes de
sua própria destruição.
Nós aplaudimos os esforços de nossos amigos Católicos Romanos que se
uniram com um candidato a Presidente, mais tarde Presidente, quando ele enfrentou o
assunto franca e justamente. Ele afirmou sua oposição no intrometimento do clero na
política. Ele se declarou a favor da separação de Igreja-Estado e a uma recusa de fundos
públicos para escolas de igrejas. Assim, ele afirmou sua crença em coexistência religiosa
para a América.
86
Pouco antes de sua eleição, o Presidente John F. Kennedy, um Católico
Romano, disse, em 12 de setembro de 1960, em Houston, Texas:
“Creio numa América onde a separação de Igreia e Estado seja absoluta -
onde nenhum prelado Católico diria ao Presidente, se fosse ele Católico, como agir, e
nenhum ministro Protestante diria a seus paroquianos em quem votar - onde nenhuma
igreja ou escola de igreja fosse beneficiada com quaisquer fundos públicos ou preferência
política.”
A afirmação desta posição é compatível com o melhor pensamento Judeu-
Cristão. É uma pretensão de corajosa magnitude. Muitos de nossos amigos, que são
membros daquela seita, rejeitam, como sendo estranhas à América, as fulminações
medievais contra nossa Fraternidade, e reconhecem quanto nós temos em comum,
aceitando os padrões de democracia americana; reconhecem ainda que temos um
imenso sistema numa forma nova e permanente de relacionamento entre a religião e o
governo, e pedem aos seus líderes da igreja para parar com os ataques contra a
Maçonaria e as cerimônias maçônicas. Eles esperam por ventos favoráveis de liberdade
que possam criar, na América, uma atmosfera amistosa e tolerante e o clima que os
maçons procuram, como homens de boa vontade.
Por exemplo, o Reverendo John A. O’Brien, Ph.D., falando, em 1973, num
almoço patrocinado pelo Chicago Lawyers Shrine Club, disse:
“Eu, como Católico Romano, professor de pesquisas de teologia na
Universidade de NotreDame, e sacerdote há mais de meio século, quero prestar um
tributo, em atrazo há muito tempo, aos maçons pela notável contribuição que têm dado
para a vida cívica, comercial, científica, cultural e espiritual de nossa nação. Eles nos têm
dado alguns de nossos mais ilustres presidentes, generais, legisladores, estadistas,
cidadãos e patriotas. Se as ricas e múltiplas contribuições fossem retiradas, nossa nação
ficaria realmente empobrecida.”
“Durante um ministério sacerdotal de mais de cinquenta anos, muitos dos
meus mais íntimos e mais queridos amigos têm sido maçons, e conto com essas
amizades, como pérolas inestimáveis.”
Realmente, um início, pelo menos, foi feito no próprio Vaticano. Têm havido
debates para a liberação de cláusulas restritivas das leis canônicas. Foi dito que, desde a
codificação das leis canônicas no ‘Codex Juris Canonici’ (Código de Direito Canônico), as
Bulas papais e Compêndios representam apenas as expressões pessoais. E o Cardeal
John Willebrands, Secretário da Unidade Cristã, se dirigiu a representantes da Ordem
DeMolay, durante o 5º aniversário dessa prestigrada organização de Jovens, e disse o
seguinte:
“É um prazer e uma honra para mim lhes saudar - a pedido do Secretariado de
Estado - na casa do Santo Padre, que está passando curtas e necessárias férias em sua
residência no Castelo Gandolfo, preparando ao mesmo tempo, sua viagemn à Africa.
Portanto, ele agora só pode dar audiências às quartas-feiras . . .”
“Assim, cumprimos os mandamentos dados no livro de Deuteronomio (6,5), e
citados por Cristo no evangelho de Marcos (12,29): “Ouça, ó Israel: o Senhor nosso Deus, o
Senhor é um; e você amará o Senhor seu Deus com toda sua mente e com toda sua força; e
Cristo acrescenta a este primeiro mandamento, o segundo, que encontramos também no livro
Levítico (19,18): ‘Tu amarás teu próximo como a ti mesmo,’ e Ele conclui:
“Não há outro mandamento maior do que este.”
“Essa inspiração anima a Ordem DeMolay, e, portanto, vocês, como seus
membros, no seu serviço à Humanidade, especialmente aos doentes, aos abandonados, aos
inválidos, etc.
87
“Possa eu, como Presidente do Secretariado de Promoção à Unidade Cristã,
expressar minha gratidão e alegria por terem os membros da Ordem DeMolay incluído
Católicos, Protestantes e Judeus numa grande cooperação para o benefício da Humanidade.”
“Congratulo-me com vocês, especialmente por ocasião do 5º aniversário da
Ordem, e suplico para com o Senhor dos Mundos lhes abençoe em todos os seus nobres
trabalhos.”
Resumo:
Investigação é a palavra-chave deste Grau. Toda pessoa - e mais
especialmente, todo Maçom - deve refletir e fazer um exame próprio das atividades do
dia, em espírito de oração e sobriamente. Os erros cometidos hoje devem ser evitados e
corrigidos amanhã. Cada dia deve transmitir alguma luz como nosso guia futuro. Então,
conforme o tempo vai passando, nosso caráter deve estar de tal maneira formado e
fortalecido, que o mundo pronunciará seu julgamento e dirá instintivamente “Lá está um
bom homem, pois ele é Maçom.” O exame conduz ao julgamento no ato de dispensar
justiça. Isso mantém a amizade entre os homens. Mantém a oscilação no equilíbrio entre
nação e nação, entre o homem e sua família, entre homem e homem, e entre os
interesses do indivíduo, que são, às vezes, antagônicos, de modo que os direitos em
conflito possam ser resolvidos adequadamente. A justiça tem que ser feita e exigida de
todos. É uma exigência humana universal. A administração de justiça entre antagonistas
em controvérsias não é uma ciência exata e pode errar, pois motivos secretos e
acontecimentos são retidos dentro do peito humano. Mas, se nós tentarmos
continuamente a praticar a justiça em nossas vidas diárias, poderemos fazer que o mundo
seja um melhor lugar. E assim fazendo, nós sabemos que um ato justo tem sempre a
proteção de Deus.
Comentário:
A divisão final de nossos Graus, o Trigésimo primeiro e o Trigésimo segundo, é
cerimonial e oficial.
Este Grau abre o Consistório. Não é histórico por natureza, mas trata do poder
judicial e é de grande significação espiritual e religiosa. É baseado, em parte, sobre o
Livro dos Mortos, com as maís antigas codificações de doutrinas morais e que têm como
base uma notável religião mundial e anterior, naturalmente, ao decálogo da Cristandade.
Moisés, apesar de seu espírito hebraico e sua lealdade à religião da tribo, era
um filósofo egípcio de profunda cultura.
Uma confirmação interessante da Antigüidade e característica do Livro dos
Mortos pode ser encontrada naquele código literário e moral de grande mérito, contido
nos ensinamentos de Ptah-hotep. Ele viveu no século 15, a.C., e ocupava um elevado
cargo no mundo egípcio daquela época, trabalhando até mesmo com a idade avançada
de 110 anos, como Vizir do Faraó Amenhotep III. Veja essas observações:
88
“Se você desejar ter um comportamento digno, mantenha-se afastado de todo
mal, e cuidado com a avareza. É um mal e uma moléstia incurável. . . torna cruel o amigo
gentil, separa o amigo íntimo . . . afasta pais e mães e os irmãos da mãe, divide a esposa
e o marido . . . Grande é a retidão . . . Se apegue à verdade e não a infrinia
Adquira o bom caráter. . . Preciosa a um homem é a virtude de seu filho e o bom caráter é
uma coisa a ser lembrada. Um homem sábio é reconhecido por aquilo que sabe. Seu
coração é o equilíbrio de sua língua, seus lábios são tão corretos quando ele fala, e seus
olhos quando enxerga. Seus ouvidos, juntos, ouvem o que é proveitoso para seu filho,
que é correto e livre da mentira.”
A lenda do deus egípcio Osíris fala sobre o exame e julgamento final, num
supremo tribunal, de cada alma, após a morte. Os juízes finais eram Osíris, sua esposa
Isis, Nebtei atum e Anufu. O Mestre de Cerimônias era o cabeça de chacal Horus, que
conduzia a alma durante e depois do julgamento. Os consultores e juízes pesquisavam e
avaliavam a alma com indagações penetrantes. Algumas vezes, conseguiam uma
“confissão negativa”, isto é, o fracasso na vida, para fazer mais do que meramente aderir
aos estritos preceitos da lei. Respostas pessoais eram exigidas para as ações e pela falta
de ação.
O Cavaleiro Kadosh procura ampliar sua experiência e adiantar as
oportunidades de servir, aprendendo o significado do “julgamento” que cai sobre ele e
outros. Ele fica escutando, enquanto a Alma de Cheres, filho de Suphis, o símbolo da
nossa mortalidade, é trazida perante a câmara dos mortos. Ele aprende o valor da justiça
e os principais deveres de um juiz.
Nós, naturalmente, fazemos apenas um resumo do vasto acúmulo de nosso
atual conhecimento da história egípcia, da religião, da ética e do desenvolvimento cultural.
As cenas dramáticas, apresentadas no Grau, são realmente notáveis e contêm muitas
sugestões para a vida cotidiana. O que poderia ser mais importante que o destino eterno
da alma?
A história apresentada é como um segmento da antiga vida egípcia, verificada
pela pesquisa arqueológica mais competente. Verdadeiramente, o corte transversal neste
Grau vem do século 17 a.C. Os documentos básicos são papiros do Museu Britânico.
Conforme você olha para eles, você sente uma onda de surpresa e admiração. Você
presencia o progresso do julgamento e a exatidão histórica, dramática e artística
89
com a qual a antiga, mas madura civilização, nos tem sido revelada. Nós sentimos uma
lição simbólica do progresso imperecível da mente humana em sua longa luta de procura
pela verdade, em sua crença na imortalidade da alma, em seu conceito da consciência
como controle moral dos motivos e ações humanas, em seu senso de justiça como base
para a reverência a Deus e o comportamento para com seu próximo, e em seu respeito
pela autoridade divina como a suprema jurisdição da vida humana.
Resumo:
Este Grau apresenta o coroamento do poder dos modelos desenhados sobre a
mesa de estudos do Rito Escocês. Aqueles da Loja Maçônica de Perfeição traçaram para
nós como nossa natureza espiritual está capacitada em se afirmar. Nos graus filosóficos,
os valores das virtudes nos ensinam a vencer nossas paixões e desejos próprios de
animais. No grau Cavaleiresco, aprendemos quanto é superior, no homem, o espiritual e o
divino. A vida, nós aprendemos, é uma batalha. Travar essa batalha, com heroísmo e
êxito, é o propósito fatigante da existência do homem. Fraternidade genuína requer
respeito mútuo de opiniões, estima e caridade mútuas. A Irmandade, no verdadeiro
sentido da palavra, procura o lado bom do próximo e espera e leva em conta o mal,
fazendo concessões generosas quanto às faltas e falhas dos filhos imperfeitos de Deus.
Conforme prosseguimos ao término deste Grau e procuramos, com toda seriedade, o
Real Segredo que está escondido de acordo com a ciência oculta dos antepassados, nós
lembramos de que: “A Fé começa onde a razão naufraga esgotada.” A magia, afinal, é
apenas a ciência absoluta da natureza e suas leis. Portanto, a Estrela da Esperança brilha
para nós tão autêntica como quando semelhante a um ímã atraiu os sábios a Belém.
Hoje, como naquela época do início da criação do universo inteiro, o Ponto de Equilíbrio é
a força ultra-ativa no plano eterno do Todo-Poderoso. Então, o vácuo e a matéria, matéria
e anti-matéria, positivo e negativo, luz e escuridão, masculino e feminino, atração e
repulsa, o mal e o bem, justiça e misericórdia, são exemplos do que a Magia do Equilíbrio
pode criar sob a lei do Equilíbrio Universal. Você buscará a Sagrada Doutrina - a Estrela
Flamejante da Verdade, o Real Segredo - da criação. Assim o fazendo, nós subimos
lentamente em direção à meta final, o estado de perfeição.
91
Comentário:
A lei do equilíbrio opera através do universo, e mantém todas as coisas em seus lugares. Hoje,
conforme era na época do início da criaçào de todo o universo, o ponto de equilíbrio é a ultraforça atuante
no eterno plano do Onipotente.
A ação deste Grau, que dá uma revisão nos graus anteriores, se realiza dentro
de um campo, tecnicamente “o acampamento”. A profunda importância e verdadeira
interpretação deste Grau conduz ao “Real Segredo.” Localizado no centro do
acampamento, encontra-se uma mesa de traçar, a parte mais importante da qual inclui os
três mais antigos simbolos conhecidos pelo homem:
Em primeiro lugar, temos um Círculo representando o Anel do Décimo Quarto
Grau, a única Divindade sem começo ou fim.
Em segundo lugar, temos um Triângulo Equilateral mostrando, assim como
mostram as pirâmides, o conceito da Divindade. Conceitos semelhantes nos vêm à
mente, tais como sabedoria, força e beleza; três oficiais mais velhos; três graus; três
desalmados: assim como o Sol, a lua e o Venerável (da Maçonaria).
O Triângulo Equilateral nos ajuda a descobrir a verdade do perfeito balanço - a
lei secreta do equilíbrio universal - atração e radiação, simpatia e antipatia, imobilidade e
movimento. Se essa lei fosse cancelada, toda a criação poderia evaporar em nada, pois o
efeito dessa lei mantém as forças opostas juntas.
Esta lei do balanço recíproco opera através do mundo - justiça divina com
misericórdia divina, onipotência divina com o livre-arbítrio do homem, autoridade
constitucional e direitos individuais, o material com o espiritual.
92
O terceiro antigo símbolo é uma representação da Cruz, refletindo as forças
positivas e negativas do mundo surgindo, do qual temos a criação e a procriação.
A formidável verdade do balanço e equilíbrio nos permite compreender as
tensões dentro de nós conforme elas lutam pelo bem e o mal. Com esse conhecimento,
reconhecemos que nossa característica para o bem deveria ser estimulada, enquanto que
aquelas características que impelem para o mal devem ser superadas. Assim, como um
contrapeso pode içar um pesado elevador, da mesma maneira podemos alcançar o
resultado desejado com pequeno esforço, se caminharmos na direção que desejamos.
SOBRE O AUTOR
Não importa qual a extensão em que se examine a vida do Ilustre Henry C. Clausen, o
sucesso é evidente.
Iniciando em 1905, com sua infância em San Francisco, Henry C. Clausen
demonstrou uma determinação fora do comum para o sucesso. Apesar de estar sobrecarregado
com a necessidade de ajudar a sustentar sua mãe e irmãs, devido à morte de seu pai, o Irmão
Clausen sustentou sua família e completou o curso superior e a Universidade de San Francisco,
Colégio de Advocacia, freqüentando as aulas à noite e trabalhando durante o dia. Ele ganhou e foi
premiado com o grau de Doutor Jurista. Mais tarde, freqüentou cursos de pós-graduação na
Universidade da Califórnia e da Universidade de Miehigan. Após passar no exame de advocacia,
ele se ocupou com a prática particular de advocacia em 1927, na idade de 22 anos.
Sua aptidão e integridade na profissão judicial, em pouco tempo resultou no ingresso
em cargos públicos, e ele serviu como Procurador-Assistente dos Estados Unidos, no Distrito
Norte da Califórnia (1931-33), e foi conselheiro-chefe de Joseph B. Strauss, engenheiro-chefe da
Ponte Golden Gate. Apesar de sua prática dinâmica, o Irmão Clausen atendeu ao chamado de
95
sua nação na Segunda Guerra Mundial e foi voluntário para o Exército, servindo, desde 1942 até
1945, como capitão, major e depois tenente-coronel, no Departamento-Geral de Juiz Advogado.
Ele ocupou muitos postos elevados e importantes, incluindo o cargo de promotor público, em
casos importantes do conselho de guerra e membro da Diretoria Especial de Apelação
Presidencial para julgamentos de espionagem. Como nomeado pessoal do Secretário de Guerra,
Henry L. Stimson, o Irmão Clausen foi membro da Diretoria do Exército em Peari Harbor, e
acompanhou, também, ulteriores investigações do desastre de Peari Harbor. Seus vários serviços
foram recompensados pela Legião do Mérito, a citação para qual é em parte a seguinte: “Ele
demonstrou excepcional habilidade legal e raciocínio” e “seus esforços muito contribuíram para
manter a confiança pública no programa de aquisição do Departamento de Guerra,” e por suas
investigações sobre o desastre de Peari Harbor “ele prestou uma importante contribuição para o
desenvolvimento de todos os fatos em torno dessa ocorrência e prestou notáveis serviços ao
Departamento de Guerra.” Ele recebeu, também, a Medalha de Campanha Americana, Medalha
de Campanha Européia-Africana Oriente Médio, Medalha de Campanha Asiática-Pacífica com
uma estrela de bronze de serviço para a Campanha Luzon, a Medalha da Vitória da Segunda
Guerra Mundial e a Fita de Libertação das Filipinas, com uma estrela de bronze de serviço.
Ao retornar a seu escritório de advocacia, em San Francisco, após a guerra, o Irmão
Clausen recomeçou uma vida muito ativa de serviço à sociedade. Ele havia sido um líder nas
Câmaras Júnior de Comércio de San Francisco e da Califórnia e YMCA de San Francisco (Young
Men’s Catholic Association-Associação Católica de Jovens), das últimas duas organizações ele foi
diretor e presidente. Ele é membro da Diretoria de Fideicomissários da Universidade George
Washington, e membro em San Francisco do Bohemian Club, do San Francisco Golf Club,
Commercial Club, Clube da República, e o Golden Gate Breakfast Club. Em Washington, o
Grande-Comendador Clausen pertence ao Petropolitan Club, National Lawyers Club (Club
Nacional de Advogados), o Burning Tree Club e o Columbia Country Club. É, também, membro de
Associações de Advocacia e da Associação Geral de Promotor de Justiça.
Em 1972, ele recebeu o Prêmio Ballington e Maud Booth (VOA), e cada ano, desde
que se tornou Soberano Grande-Comendador, tem recebido o Prêmio da Fundação da Liberdade
(Freedoms Foundation).
O Grande-Comendador Clausen tem fundado e lançado programas criativos,
caritativos e fraternais, incluindo o Instituto do Rito Escocês para Afasia Infantil na Universidade
de Stanford e uma cadeira na Great American Fundamentais na Universidade do Pacífico.
Paralela a seu sucesso em todos esses empreendimentos legais, sociais, comerciais,
militares e caritativos, a carreira maçônica do Ilustre Irmão Clausen é igualmente notável. Ele foi
Elevado na Loja Maçônica N° 630 em Ingleside, F ∴ & A∴ M∴, em San Francisco, Califórnia, em
21 de maio, 1935 e serviu como o Venerável em 1940. Serviu à Mais Venerável Grande Loja da
Califórnia, como Presidente-Geral em San Francisco, do ‘Public Schools Week’, de 1938 a 1940;
Presidente da Comissão de correspondência, de 1941 a 1947; Organizador e Presidente da San
Francisco Grand Lodge Masonic Breakfast, de 1940 a 1942; Grande Orador em 1941; Vice-
Presidente da Comissão de Fundos de Guerra em 1942; membro da Comissão sobre Programas
e Finalidades Gerais, de 1947 a 1950; membro da Comissão sobre Jurisprudência, 1951, 1955-
1967. Foi eleito Sênior Grão-Reitor em 1952, Deputado Grão-Mestre em 1953 e Grão-Mestre em
1954. Ele era e é Representante na Califórnia, da Grande Loja da Inglaterra.
No Rito de York, o Irmão Clausen foi Enaltecido no Capítulo de San Francisco N° 1,
R∴ A∴ M∴, em 13 de fevereiro de 1956, Saudado no Conselho N° 2 da Califórnia, R ∴ & S∴
M∴, em 3 de março de 1956, e Elevado à Dignidade de Cavaleiro no Comando da Califórnia N° 1,
K∴ T∴, em 23 de março de 1956.
O Ilustre Irmão Clausen recebeu os Graus do Rito Escocês nas Corporações do Rito
Escocês de San Francisco, em San Francisco, Califórnia. Foi honrado com o Grau e
Condecoração de Cavaleiro Comendador da Corte de Honra em 21 de outubro de 1947 e
Coroado Inspetor-Geral Honorário do Grau Trinta e Três, em 23 de outubro de 1953. Foi nomeado
Deputado do Supremo Conselho na Califórnia em 1° de dezembro de 1953, e Coroado Soberano
Grande-Inspetor-Geral, em 21 de outubro de 1955.
Como membro do Supremo Conselho, o Ilustre Irmão Clausen foi nomeado e serviu
como Grande Mestre de Cerimônias e Grande Orador. Foi eleito Grande Ministro de Estado em 19
de outubro de 1965; Deputado Grande-Comendador em 28 de setembro de 1967, e Soberano
Grande-Comandador em 16 de outubro de 1969.
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Em organizações aliadas, suas filiações incluem: Templo Islâmico, A.A.O.N.M.S., e
sócio honorário em outros Templos; o National Sojourners, Inc.; George Washington Camp
Heroes de ‘76; a Real Ordem da Escócia; St. Francis Conclave, Cruz Vermelha de Constantino
(Passado Soberano). Ele é também Membro Ativo do Supremo Conselho Internacional, da Ordem
DeMolay.
No interesse de sua profissão e da Arte, o Ilustre Irmão Clausen dedica um período
de tempo do seu atarefado horário de trabalho para escrever brilhantes artigos e mensagens que
aparecem em inúmeras publicações e é o autor da excelente biografia, Stanford’s Judge Crothers.
Esta breve análise enaltece a carreira do Ilustre Irmão Clausen, mas quase não faz
justiça a seus muitos relevantes serviços à Arte, a seu país e à sua comunidade. Poucos homens
têm podido manter, por tanto tempo, um recorde tão excelente de sucesso. O fundamento dessa
conquista deve-se ao amor do Irmão Clausen à sua família, que inclui sua espôsa Virginia Palmer
Clausen, quatro filhos e vários netos. No seu lar, na sua cidade e nação, e na Maçonaria, o Ilustre
Irmão Clausen tem demonstrado o que a integridade, a habilidade e a perseverança podem
conseguir. Conforme Benjamin Franklin disse, em sua famosa Autobiografia, a vida do Irmão
Clausen é “digna de ser imitada.”
BIBLIOGRAFIA
APÊNDICE
Informacões gerais referentes a todas as alegorias
As ilustrações são, ou retratos com palavras, ou retratos visuais. Um provérbio chinês
diz: “Um retrato (visual) vale 10.000 palavras.”
Alegoria 4-a
O Rei Salomão era um rei guerreiro, que lutou com os exércitos de Damasco, Edom e
Egito. Suas vestes, capacete de guerra, coroa e armadura eram conforme demonstra esta pintura,
feita por Bartlett, que os baseou na semelhança criada pelo departamento de pesquisas do filme
épico do cinema, “Salomão e a Rainha de Sabá.”
QUARTO GRAU
Alegoria 4-b
QUINTO GRAU
Alegoria 5-a
Alegoria 5-b
QUINTO GRAU
Alegoria 5-c
QUINTO GRAU
Alegoria 5-e
Alegoria 5-f
101
Este desenho artístico de pedreiros trabalhadores foi copiado de uma pintura de
parede do ano 1445 a.C., no túmulo de Rekhmara, Chanceler de Thutmosis II. Mostra que esses
pedreiros, que viviam quase na era do Rei Salomão, andavam nus até a cintura, usavam panos de
lombo ou saiotes, tinham cabelos curtos e usavam capacetes ou bonés, conforme mostrado em
todas as ilustrações de graus indicadas acima.
Alegoria 5-g
Esta é uma antiga estátua do grande Mestre operativo Maçom lmhotep, nu até a
cintura e usando um boné de trabalhador. De acordo com Manetho, ele inventou o serviço de
pedreiro e construiu o primeiro templo de pedra e pirâmide de pedra no Egito para o Rei
Zoser, em 2980 a.C.
As roupas dele se adaptam às roupas típicas dos trabalhadores de Salomão, de Tiro,
do Egito, os desbastadores dos cedros do Líbano, ou trabalhadores da Terra de Sumer,
mostrados nas ilustrações indicadas acima. Os trabalhadores tinham cabelo curto, não usavam
túnicas e andavam nus até a cintura.
QUINTO GRAU
Alegoria 5-h
Alegoria 6-a
Alegoria 8-a
Alegoria 9-a
Alegoria 11-a
Alegoria 12-a
Após a morte do Rei Salomão, em 926 a.C., uma guerra civil dividiu as doze tribos em
dez no norte e duas no sul. Logo as dez tribos do norte desapareceram para o cativeiro em
Nínive, a cidade capital de Sargão II, Rei da Assíria. Os “terríveis assírios” também capturaram e
queimaram a antiga cidade de Sumerian Akkadian, da Babilônia. Depois, os Medas e os
Babilônios arrancaram o jugo da Assíria e destruíram Nínive, e depois disso Nabucodonosor, Rei
da Babilônia em 598 a.C., capiturou Jerusalém, destruiu o Templo de Salomão e levou as duas
últimas tribos para o exílio na Babilônia.
A gravura acima é uma vista aérea de Jerusalém. No local anterior do Templo de
salomão agora se vê a Cúpula Maometana da Rocha, construída no ano 691 sobre a sagrada
rocha no topo do Monte Moriah. É também mostrada na segunda gravura. Os templos de
Salomão, Zorobabel e Herodes ocupavam esse local e foram todos destruídos. O “Muro da
Lamentação” judaico faz parte dos restos do Templo de Herodes, não o de Salomão. Atualmente,
uma cúpula magnífica da Rocha, contruída pelo Califa Abdul-Malik substitui a mesquita Omar
construída quando ele salvou o local de um depósito de lixo da cidade. Portanto, novamente, um
templo ao Único e Supremo Deus que os judeus, muçulmanos, cristãos e maçons adoram ocupar
o local sagrado. Esse local é mostrado na ilustração para o Quinto Grau.
Alegoria 13-a
Este esboço artístico de uma fotografia desta pintura antiga descoberta na parede do
túmulo da rocha egípcia de Khnumhotep ajuda a confirmar o fato de que os maçons ativos antigos
de Ur, na antiga “terra de Sumer” no Iraque (ou antigo Egito, ou na época do Rei Salomão)
ficavam nus até a cintura, usando apenas um boné, pano de lombo, avental e sandálias, conforme
mostra nesta pintura antiga de túmulo que o arqueólogo P. A. Newberry descobriu.
104
DÉCIMO QUINTO GRAU
Alegoria 15-a
Arqueólogos descobriram este retrato antigo esculpido do Rei Ciro o Grande (550 a
529 a.C.).
Quando a raça humana era pequena em números, ele governou 40 milhões de
súditos, o maior império que o mundo jamais havia visto. “Assim disse Ciro, Rei da Pérsia. Todos
os reinos da terra o SENHOR Deus dos céus me confiou . . . “ II Crônicas 36:23.
Essa semelhança com Ciro foi seguida na ilustração do Décimo Quinto Grau, que
também mostra Zorobabel, que reconstruiu o Templo de Salomão, vestido com as vestes de um
trabalhador, mas também com uma capa real roxa adequada para um príncipe de Jerusalém. As
vestimentas do Rei Ciro são escarlates, a cor favorita de Medas e Pérsicos. (“O escudo de seus
valorosos homens é vermelho, seus soldados estão vestidos de escarlate.” Naum 2:3 Versão
Standard Revisada).
Vê-se aqui uma pintura de artista feita de uma fotografia do retrato original esculpido
de Ciro.
Alegoria 15-b
Alegoria 18-a
Alegoria 20-a
O arqueologo Sir Leonard Woolley descobriu num túmulo no cemitério real em Ur que,
como a Babilônia, era originalmente uma cidade Sumeriana, jóias Sumerianas, que estão agora
no Museu da Universidade de Pensilvânia, Filadélfia.
Essas jóias e o estilo de cabelo curto cortado, mostrados nas mulheres da Babilônia e
de Ur, nos Graus Vigésimo e Vigésimo Oitavo são ambos deste modelo que Mrs. Woolley projetou
para combinar com a cabeleira e as demais coisas do original, da Rainha Shub-ad, de Ur.
Alegoria 20-b
Alegoria 20-c
VIGÉSIMO GRAU
Alegoria 20-d
VIGÉSIMO GRAU
Alegoria 20-e
Poucas pessoas reconhecem que a maçonaria operativa fêz com que o homem se
tornasse civilizado. O único lugar do mundo onde o trigo selvagem e a cevada cresciam era numa
pequena área no Oriente Próximo que incluía o Levante, a Turquia, o Iraque e parte do Irã, porém
107
nenhuma no Egito. (Veja o mapa). Foi somente nessa pequena área de trigo e cevada que o
homem inventou, pela primeira vez, a agricultura e o ofício de pedreiro. A agricultura não o tornou
civilizado, mas sim terminou com sua vida errante como caçador e um ser à procura de comida, e
quando os homens se estabeleceram em vilas de agricultura, a necessidade de abrigo
permanente fez com que ele inventasse o ofício de pedreiro, a arte ou tecnologia de construção
de edifícios com tijolos ou pedra talhada ou esquadriada.
Quando o homem desenvolveu a agricultura pela irrigação, ele constatou que o lugar
mais favorável para agricultura, em toda a terra, de trigo e cevada era o deita e as margens
lamacentas dos rios Tigre e Eufrates, onde eles deságuam no Golfo Pérsico, O povo afluiu para a
nova terra e a chamaram “A Terra de Sumer.” Os imigrantes levaram a perícia e a tecnologia do
ofício de pedreiro a esses primeiros homens e eles formaram grêmios, inventaram o arco, o pilar,
a coluna, a cúpula, o subterrâneo e as ferramentas de trabalho do ofício de pedreiro. Mais de mil
anos antes de o Rei Salomão construir seu Templo, eles construíram templos a Deus (a quem
eles chamavam de Enlil) por cima de enormes pirâmides com degraus de tijolos, muito antes de o
Egito construir pirâmides de pedra.
Alegoria 22-a
Alegoria 23-a
Alegoria 25-a
Alegoria 26-a
Alegoria 26-b
Alegoria 28-a
Os primeiros registros escritos foram feitos pelos escribas da terra de Sumer, na qual
Ur e Babilônia eram originariamente Cidades Sumerianas. Os escribas usavam a cabeça raspada
e registravam todos os conhecimentos em enormes bibliotecas de tabletes de barro os quais os
arqueólogos agora desenterraram.
Este é um esboço de um autêntico tablete de barro, conforme mostrado na ilustração
do Vigésimo Oitavo Grau.
Alegoria 28-a
Sir Leonard Woolley, arqueólogo, descobriu este copo Sumeriano em feitio de flauta,
de ouro e a palheta de beber de ouro batido laminado, num túmulo no cemitério real de Ur.
Poderão ser vistos atualmente no Museu da Universidade de Pensilvânia. Eles confirmam a
ilustração da Babilônia do Vigésimo Oitavo Grau porque a Babilônia e Ur eram antigamente
cidades Sumerianas.
(Para ver as vestimentas Sumerianas-Babilônicas na ilustração, veja a Alegoria (20-
a).)
Alegoria 28-c
Alegoria 29-a
Esta enorme espada autêntica de cruzado foi seguida nas ilustrações acima
mencionadas. Note que os cabos das espadas dos cruzados tinham espaço para segurar com
duas mãos para penetrar na armadura pesada do inimigo. A ilustração do Vigésimo Nono Grau
mostra também um “quebrador de espada” abaixo do punho da espada do cruzado de joelhos.
Isso pegava nas lâminas do adversário e então uma rápida torcida quebrava-as.
TRIGÉSIMO GRAU
Alegoria 30-a
Este retrato esboço artístico do Rei Filipe IV da França foi seguido na ilustração do
Trigésimo Grau.
Alegoria 30-b
Alegoria 31-a
Alegoria 31-b
Os antigos egípcios pensavam que havia mágica em retratos. Este retrato, sobre
papiro, foi encontrado num antigo túmulo e está agora no Museu Britânico. É um “retrato
passaporte” chamado o “livro dos mortos”, pretendendo, através da magia do retrato, ajudar a
entrada dos mortos no céu. Estes foram feitos para muitas pessoas importantes, e portanto
variam.
Eles geralmente apresentam Anúbis (usando capacete de chacal) conduzindo o
candidato e depois pesando sua alma, num jarro, contra a pequena estátua da deusa da Verdade,
enquanto Thoth o escriba (usando capacete íbis) registra o resultado. Depois o candidato é levado
por Horus (com o capacete preto) a Osíris, que é entronizado, para ser julgado. Atrás dele, porém,
não mostrado nesta ilustração, está sua esposa, isis, e sua irmã, Nephthys.
Alegoria 32-a