Um gâ ngster da Califó rnia, chamado Mickey Cohen, foi a uma
campanha evangelística de Billy Graham e afirmou publicamente que estava ser tornando um cristã o, contudo, continuou sua trajetó ria de criminalidade. Ao ser questionado sobre isso, retrucou dizendo que haviam artistas e políticos cristã os e que ele seria o primeiro gâ ngster cristã o. Suas palavras apresentam uma questã o central pra essa disciplina. A visã o de mundo de um criminoso e o sistema de crenças, valores e princípios cristã o podem ser harmonizados ou se excluem mutuamente? O que é uma cosmovisã o? (NASH, 2008, p. 13). COSMOVISÃO: “Em termos simples, uma cosmovisã o é um conjunto de crenças envolvendo os MAIS IMPORTANTES ASSUNTOS NA VIDA [...] Algumas vezes parece que poucos têm alguma noção do que seja uma cosmovisã o ou mesmo de que possuam uma. (MORELAND. 2006, p. 242) COSMOVISÃO: “Quer saibamos ou nã o, quer gostemos ou nã o, cada um de nó s possui uma cosmovisã o. Essas cosmovisõ es funcionam como esqueletos conceituais interpretativos para explicar por que enxergamos o mundo da maneira que enxergamos e por que, em geral, temos determinada maneira de PENSAR E AGIR. Com frequência, há CONFLITOS ENTRE COSMOVISÕES CONCORRENTES (MORELAND, 2006, p. 242). COSMOVISÃO: “respostas de uma dada pessoa à questões principais da vida” [...] infraestrutura conceitual, padrõ es ou arranjos das crenças dessa pessoa” [...] funcionam de modo semelhante aos ó culos. As lentes corretas, tal como a cosmovisã o correta, podem mostrar o mundo de maneira mais clara (NASH, 2008, p. 13). COSMOVISÃO: “conjunto de pressuposições (hipó teses que podem ser verdadeiras, parcialmente verdadeiras ou inteiramente falsas) que sustentamos (consciente ou inconscientemente, consistente ou inconsistentemente) sobre a formaçã o bá sica de nosso mundo”. (SIRE, p. 21). COSMOVISÃO: é um compromisso, uma orientação fundamental do coração, que pode ser expresso como uma estória ou num conjunto de pressuposições (suposiçõ es que podem ser verdadeiras, parcialmente verdadeiras ou totalmente falsas) que sustentamos (consciente ou subconscientemente, consistente ou inconsistentemente) sobre a constituiçã o bá sica da realidade, e que fornece o fundamento no qual vivemos, nos movemos e existimos. (SIRE, 2012, p. 149). COSMOVISÃO: “um ESQUEMA CONCEITUAL que contém nossas CRENÇAS FUNDAMENTAIS, sendo o meio pelo qual nó s INTERPRETAMOS E JULGAMOS A REALIDADE [...] Cosmovisõ es contém pelo menos cinco conjuntos de crenças: sobre Deus, Metafísica (realidade ú ltima), Epistemologia (conhecimento), É tica e Antropologia. (NASH, 2008, p. 13). COSMOVISÃO Outra maneira de entender o que é cosmovisã o é vê-la como o conjunto de nossas respostas mais simples e essenciais a estas sete perguntas: 1. Qual é a realidade primordial — o realmente real? Ao que poderíamos responder: Deus, os deuses ou o cosmo material.
2. Qual é a natureza da realidade externa, isto é, do mundo à
nossa volta? Aqui, nossas respostas apontam se vemos o mundo como criado ou autô nomo, como caótico ou ordenado, como matéria ou espírito, se enfatizamos nosso relacionamento pessoal e subjetivo com o mundo ou a sua objetividade à parte de nó s. COSMOVISÃO 3. Que é um ser humano? Ao que poderíamos responder: uma má quina altamente complexa, um deus adormecido, uma pessoa feita à imagem de Deus, um “macaco nu”.
4. O que acontece às pessoas quando morrem? Ao que poderíamos
responder: extinçã o pessoal, transformaçã o a um estado mais elevado, ou reencarnaçã o ou partida para uma existência sombria no “outro lado”.
5. Por que é possível conhecer de fato alguma coisa? Exemplos de
respostas incluem a ideia de que somos feitos à imagem de um Deus onisciente, ou que essa consciência e racionalidade se desenvolveram sob as contingências da sobrevivência em um longo processo de evoluçã o. COSMOVISÃO 6. Como sabemos o que é certo e o que é errado? Mais uma vez, talvez sejamos feitos à imagem de um Deus cujo cará ter é bom; ou certo e errado sã o determinados apenas pela escolha humana ou por aquilo que nos faz sentir bem; ou as noçõ es simplesmente se desenvolveram num impulso para a sobrevivência física ou cultural.
7. Qual é o significado da história humana? Ao que poderíamos
responder: realizar os propó sitos de Deus ou dos deuses, construir um paraíso na Terra, preparar um povo para uma vida em comunhã o com um Deus amoroso e santo, e assim por diante. COSMOVISÃO
8.Dentro de várias cosmovisões básicas surgem frequentemente
outras perguntas: Quem está no comando deste mundo — Deus, os seres humanos ou de fato ninguém? Somos seres humanos determinados ou livres? Somos apenas nó s os criadores de valores? Deus é realmente bom? Deus é pessoal ou impessoal? Deus existe de fato? METAFÍSICA: “É o estudo do ser ou da realidade. Eis algumas questõ es metafísicas: O que significa a existência de algo? Quais sã o as condiçõ es ú ltimas das coisas que existem? O que é uma substâ ncia? O que é uma propriedade? A matéria é real? A mente é real? O que sã o o tempo, o espaço e a causalidade? Qual é o significado linguístico?” (MORELAND; CRAIG, 2005, p. 30).
TEORIA DO VALOR. É o estudo do valor; por exemplo, valor ético
e estético. O que significa dizer que algo é certo ou errado, belo ou feio? Como justificamos nossas convicçõ es nessas á reas? (MORELAND; CRAIG, 2005, p. 30). LÓGICA: “Investiga os princípios do raciocínio correto e enfoca questõ es como “Quando uma conclusã o pode ser legitimamente extraída de premissas e por quê?” (MORELAND; CRAIG, 2005, p. 30).
EPISTEMOLOGIA: “Estudo do conhecimento e da crença
justificada. O que é conhecimento? Podemos obtê-lo? Como conhecemos as coisas e justificamos nossas crenças? Que tipos de coisas podemos conhecer?” (MORELAND; CRAIG, 2005, p. 30). COSMOVISÃO: O PONTO DE PARTIDA determina tudo o que se segue. Fica bastante claro como se deve testa a validade de um silogismo, mas como se pode testar a premissa original? Devemos começar por assumir a autoridade dos SENTIDOS, a AUTORIDADE DA LÓGICA ou a AUTORIDADE DE DEUS” (CLARK. 2013, p. 46).
“O racionalismo, entã o, é a teoria de que todo o conhecimento, e,
portanto, de que todo o conhecimento religioso, pode ser deduzido apenas pela ló gica, isto é, a ló gica para além tanto da revelaçã o quanto da experiência sensorial”. (CLARK, 2013, p. 29). COSMOVISÃO: “A forma mais estrita de empirismo baseia todo o conhecimento apenas nos sentidos...Todos os filó sofos empiristas, nã o apenas Tomá s de Aquino, mas o mesmo Kant, na medida em que seu conhecimento esteja em questã o, fazem seu bá sico apelo aos sentidos (CLARK. 2013, p.26).
“O termo dogmatismo, portanto designa, aquele método de
proceder que tenta sistematizar crenças referentes a Deus, ciência, imortalidade, etc. com base em informaçõ es divinamente reveladas nos escritos sagrados” (CLARK, 2013, p.26). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CLARK. Gordon H. Três tipos de filosofia religiosa. Brasília,
Distrito Federal: Editora Monergismo, 2013.
MORELAND. J. P.; CRAIG, William Lane. Filosofia e cosmovisão
cristã. Sã o Paulo: Vida Nova, 2005.
MORELAND. J. P. Ensaios apologéticos: um estudo para a
cosmovisão cristã. Sã o Paulo: Hagnos, 2006. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NASH, Ronald. Questões últimas da vida: uma introdução à
Filosofia. Sã o Paulo: Cultura Cristã , 2008.
SIRE, James W. Dando Nome ao Elefante. Brasília, DF: Editora
Monergismo, 2012.
SIRE, James W. O Universo ao Lado: A Vida Examinada, Um
Catálogo Elementar de Cosmovisões. Sã o Paulo: Editora United Press.