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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

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LIÇÃO 01 – AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO - 1º TRIMESTRE 2017


(Gl 5.16-26)
INTRODUÇÃO
Neste primeiro trimestre de 2017 estudaremos sobre: “As Obras da Carne e o Fruto do Espírito: como o crente
pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente”. Nesta lição introduziremos o assunto trazendo
importantes informações sobre a epístola aos Gálatas; trataremos sobre as duas naturezas existentes no crente e o combate
que há entre elas; e, por fim, quais as obras da carne e o fruto do Espírito e como estão classificadas.
I – A EPÍSTOLA AOS GÁLATAS
1.1 Sobre a Galácia. “O termo 'Galácia' podia descrever seja o distrito geográfico ao norte da província, ou a província
inteira. Esta ambiguidade deu origem às duas teorias diferentes para o destino da epístola, a da Galácia do Norte, e a da
Galácia do Sul, sendo que a primeira restringe o termo 'Galácia' à área geográfica, e a última o interpreta no sentido
provincial, abrangendo a área ao sul” (GUTHRIE, 2011, p. 27). A maioria dos intérpretes opina que esta carta foi
enviada as igrejas da Galácia do Sul.
1.2 O surgimento da Igreja nas regiões da Galácia. Temos o registro claro de Paulo ter fundado igrejas nas cidades de
Derbe, Listra, Icônio e Antioquia durante sua primeira viagem missionária (At 13.13,14; 14.16,21- 24). Ele mesmo pregara
a eles o evangelho (Gl 1.8,9; 4.13). No começo da segunda viagem, Paulo voltou a estas cidades “confirmando as igrejas”
(At 15.41; 16.5). Lucas acrescenta que o grupo missionário “percorreu a região frígia e gálata” (At 16.6).
II - INFORMAÇÕES SOBRE A EPÍSTOLA AOS GALÁTAS
2.1 Autoria. Há evidências internas e externas acerca da autoria paulina de Gálatas. A epístola reivindica a autoria paulina
(Gl 1.1; 5.2). Praticamente todo o capítulo 1 e 2 são autobiográficos; os debates do capítulo 3 (Gl 3.1-6,15) foram postos na
primeira pessoa do singular; os apelos do capítulo 4 se referem diretamente às relações existentes entre os destinatários da
epístola e o seu autor (Gl 4.11,12-20); a intensidade do testemunho de Paulo aparece no capítulo 5 (Gl 5.2,3); e a
conclusão, no capítulo 6, termina com uma alusão aos sofrimentos do autor por amor a Cristo (Gl 6.17). Quanto as
referências externas, segundo Lopes (2011, p. 14) “os principais Pais da igreja nos primeiros séculos confirmam a autoria
paulina de Gálatas, tais como: Irineu, Orígenes e Jerônimo”.
2.2 Destinatários. A Epístola aos Gálatas é uma missiva circular do apóstolo Paulo. Ela foi dirigida “às igrejas da
Galácia” (Gl 1.2). Essa epístola fazia o rodízio nas reuniões cristãs de uma região e era lida em público, prática comum no
século 1º (lTs 5.27; Cl 4.16). Portanto, Gálatas é a única carta de Paulo escrita a um grupo de igrejas, em vez de a uma
única e determinada igreja. Segundo estudiosos chegou-se a conclusão de que “essa epístola foi escrita às igrejas do Sul da
Galácia fundadas por Paulo e Barnabé quando de sua primeira viagem missionária, ou seja, Antioquia da Pisídia, Icônio,
Listra e Derbe (At 13.13-14.25).
2.3 Data e Lugar. Segundo Beacon (2006, p. 21 – acréscimo nosso), “nenhuma evidência determina com certeza quando e
onde Paulo escreveu esta epístola. Há, porém, algumas referências na carta que ajudam a fixar claramente a data dentro de
certos limites. O relato do Concílio de Jerusalém (Gl 2.1-10; At 15) e o conflito subsequente com Pedro em Antioquia (Gl
2.11-18) determinam que a data mais recuada possível seja durante a permanência de Paulo em Antioquia, entre sua
primeira e segunda viagens missionárias — aproximadamente 48-50 d.C.”. Esta é portanto, cronologicamente, a epístola
mais antiga do apóstolo Paulo.
2.4 Assunto. O tema da epístola aos Gálátas é: “Salvação pela graça mediante a fé”. Merril (1995, p. 275 – acréscimo
nosso) nos diz que: “Gálatas pode ser chamada 'a Magna Carta da emancipação espiritual' por declarar que “Cristo nos
resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós [...] para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito”
(Gl 3.13,14)”. Lutero a considerava o melhor dos livros da Bíblia. Essa carta tem sido chamada “o grito de guerra da
Reforma Protestante” (LOPES, 2011, p. 13). Segundo Champlin (2004, p. 847) a “epístola aos Gálatas tem sido
corretamente intitulada de Declaração da Independência Cristã. No entanto, é ao mesmo tempo uma missiva que nos
mostra a nossa completa dependência de Deus”.
2.5 Propósitos. “A Epístola aos Gálatas constitui um protesto contra a distorção do Evangelho de Cristo. A verdade
essencial da justificação pela fé em vez de pelas obras da lei fôra obscurecida pela insistência dos judaizantes em como os
crentes em Cristo deviam guardar a lei, se esperavam ser perfeitos perante Deus. Quando Paulo soube que esta doutrina
começava a penetrar nas igrejas gálatas afastando-as do seu patrimônio de liberdade escreveu o protesto apaixonado
contido nesta epístola” (MERRIL, 1995, pp. 279,280 – acréscimo nosso).
III – A VELHA E A NOVA NATUREZA
3.1 A velha natureza. Também chamada de carne, no grego “sarx”. Nas Sagradas Escrituras, o termo é usado tanto para
descrever a natureza humana, como para qualificar o princípio que está sempre disposto a opor-se ao Espírito. Tal
propensão para as práticas pecaminosas herdamos de Adão, que quando transgrediu afetou toda a raça humana (Gn 4.7;
8.21; Sl 51.5; Rm 7.18). Barclay (1988, p. 24) diz que “a carne é aquilo que o homem fez de si mesmo em contraste com
aquilo que Deus fez”. É preciso destacar que a carne não pode ser confundida com o corpo, no grego “soma”, visto que
este é uma dádiva divina (Gn 2.7) e é o Templo do Espírito Santo (I Co 6.19). A cerca dessa “natureza” a Bíblia nos orienta
a não andarmos segundo seus impulsos (Rm 8.1-a); nos despojarmos dela (Ef 4.22); e, fazer morrer seus desejos (Cl 3.5).
3.2 A nova natureza. Esta nova natureza é fruto da regeneração ou novo nascimento, ato que se dá na vida de quem aceita
a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divinas. Esta nova vida nos é transmitida pelo Espírito (Jo 3.8; Tt
3.5). Tal ato é concedido ao crente quando pelo Espírito, ele desliga o pecador de Adão e o conecta com Cristo (I Co
12.13). Paulo ilustra tal mudança de condição quando diz que éramos zambujeiro, mas fomos enxertados na boa oliveira
que é Cristo, e por meio da sua seiva, o Espírito Santo, podemos produzir bons frutos (Rm 11.17-24; Gl 5.22).
3.3 A guerra interior. Fomos salvos da condenação e do poder do pecado, mas não ainda da presença do pecado (Rm
7.18,23). No campo do nosso interior ainda se trava uma guerra, um conflito permanente entre a carne e o Espírito. Eles
são o opostos entre si. Paulo tratou da guerra interior que existe em cada cristão com as suas duas naturezas (Rm 7.22.23;
Gl 5.17). Nessa batalha “carne versus espírito”, vencerá aquele que dermos a maior preferência (Gl 5.16).
IV – AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO
Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e
aquele controlado pela natureza humana pecaminosa do que Gálatas 5.16-26. Paulo inclui uma lista específica tanto das
obras da carne, como do fruto do Espírito. Vejamos quais são e como podem ser classificados:

OBRAS DA CARNE FRUTO DO ESPÍRITO


Prostituição Amor
Na área sexual Impureza Em relação a Deus Alegria
Lascívia Paz
Idolatria Longanimidade
Na área religiosa Feitiçaria Em relação ao próximo Benignidade
Heresias Bondade
Inimizade
Porfia Fé
Emulações
Ira
Pelejas Mansidão
Na área interpessoal Em relação a si mesmo
Dissensões
Invejas
Homicídios
Temperança
Bebedices
Glutonarias

CONCLUSÃO
A Lei apenas denomina o pecado e o condena, mas não é capaz de operar transformação no pecador, esta é uma
atribuição exclusiva do Espírito. É andando nEle que o cristão produzirá as virtudes de Cristo, contra as quais coisas não há
condenação da Lei.

REFERÊNCIAS
• ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD. • HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
• BARCLAY, William. As obras da carne e o fruto do Espírito. VIDA • LOPES, Hernandes Dias. Comentário Expositivo Gálatas. HAGNOS.
NOVA. • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. • TENNEY, Merril C. O Novo Testamento, sua origem e análise. VIDA
HAGNOS. NOVA.
• GUTHRIE, Donald. Gálatas: introdução e comentário. VIDA NOVA.

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